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E-ISSN: 2316-3712

DOI: 10.5585/rgss.v5i2.290
Data de recebimento: 10/12/2015
Data de Aceite: 28/04/2016
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editora Científica: Marcia Cristina Zago Novaretti
Editora Adjunta: Lara Jansiski Motta
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS
Revisão: Gramatical, normativa e de formatação

INOVAÇÃO DA GESTÃO DOS HOSPITAIS PÚBLICOS NO SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS

RESUMO

O papel e a importância da inovação, em todos os processos, é reconhecido internacionalmente como um dos


principais motores do desenvolvimento e da sustentabilidade, em várias áreas de atividade. Em Portugal, a
inovação no setor da saúde foi aplicada à gestão hospitalar, que adoptou numa primeira fase práticas de gestão
empresarial e posteriormente um modelo de concessão em regime de parceria público-privada. Neste artigo,
usando o método da revisão da literatura e da análise dos dados, pretende-se avaliar se a inovação na gestão com
a criação dos hospitais-empresa e parcerias público-privadas gerou melhores resultados de produção e se existe
um diferencial entre os resultados de acesso e qualidade entre os novos modelos. Como resultado da análise, pode
referir-se que a inovação influenciou positivamente ambas as organizações, que apresentam uma maior produção.
No entanto, verificou-se que os hospitais-empresa têm melhores indicadores de acesso e os hospitais em parceria
público-privada melhores resultados de qualidade.

Palavras-chave: Hospitais, Inovação, Produção, Acesso, Qualidade.

INNOVATION IN MANAGEMENT OF PUBLIC HOSPITALS IN THE PORTUGUESE HEALTH


SYSTEM
ABSTRACT

The role and importance of innovation in all processes is recognized internationally as one of the main drives for
development and sustainability in various areas of activity. In Portugal, innovation in the health sector was applied
to hospital management, which in the first phase adopted business management practices and later a model of
public-private partnership. In this article, using the method of literature review and data analysis, we intend to
evaluate the better production in management with the creation of enterprise-hospitals and public-private
partnerships and verify if there is any difference in the results of access and quality among the new models. As a
result of the analysis, it can be noted that innovation has positively influenced both organizations, and they show
increase in production. However, it was found that enterprise-hospitals have better access indicators and hospitals
in public-private partnership show better quality results.

Keywords: Hospitals, Innovation, Production, Access, Quality.

Andreia Afonso de Matos1


Alexandre Morais Nunes2

1
Doutoranda em Administração da Saúde na Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas -
ULISBOA, Lisboa (Portugal). E-mail: matos.andreia@gmail.com

2
Doutor em Administração da Saúde pela Universidade de Lisboa - ULISBOA, Lisboa (Portugal). Assessor do Ministro da
Saúde, Lisboa (Portugal). Investigador no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, Lisboa (Portugal).
E-mail: alexandre.m.nunes@tecnico.ulisboa.pt

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Inovação da Gestão dos Hospitais Públicos no Sistema de Saúde Português

INTRODUÇÃO passos, abandonando a gestão rígida e burocrática, em


busca da inovação (Andrade, Nogueira, & Poeta, 2000).
A inovação, de um modo geral, é vista como um
motor do desenvolvimento econômico e social (Chen Em Portugal, no ano 2002, foram dados no setor
& Guan, 2010; Bilhim, Guimarães, & Junior, 2013), da saúde os primeiros passos para o rompimento com o
sendo por isso amplamente considerada como uma sistema burocrático (weberiano), que era pouco
forma de mudar uma organização (Damanpour, 2010). flexível, que em nada se demonstrou eficiente ou
Todas as empresas e organizações nascem, produtivo em termos econômicos (Campos & Simões,
prosperam, ou morrem (Cassiman, Golovko, & 2011; Simões, 2004a). Assim, iniciou-se numa
Martínez-Ros, 2010). De acordo com Bausch, primeira fase um processo de implementação de gestão
Brinckmann e Rosenbusch (2011), a única solução para empresarial nos hospitais públicos (hospitais E.P.E.) e
sobreviver e conseguir progredir num mercado que posteriormente a concessão a grupos privados em
promete ser mais competitivo é através da inovação. regime de parceria público-privada (hospitais PPP).
Nesse contexto, é importante que as organizações Ambos os modelos evoluíram até hoje, objectivando o
inovem frequentemente e se adaptem aos novos melhor desempenho e o desenvolvimento de assistência
desafios, tornando-se mais competitivas, em saúde de qualidade sem restrição do acesso aos
acompanhando a par e passo as rápidas mudanças que cuidados e a novos fármacos (Gulbenkian, 2014).
se observam no contexto atual (Damanpour, Méndez, Neste artigo, por um lado, faz-se uma avaliação
& Wischnevsky, 2011). Organizações estáticas, sem dos resultados de produção com a implementação dos
inovação e sem pretensão de acompanhar o dois modelos (gestão empresarial e em parceria
desenvolvimento econômico perdem lugar para uma público-privada) e, por outro lado, pretende-se analisar
concorrência que promove novos processos, novos qual dos modelos inovadores gerou melhores
produtos, vence os diferentes desafios e centra a sua resultados de acesso e qualidade para o sistema de
aposta na inovação, cuja recompensa reside no fato de saúde. Esse tema ganha pertinência num ano em que o
não perder receita e ser capaz de multiplicar os seus Governo de Portugal terá de decidir por um ou outro
lucros, numa economia em desenvolvimento dinâmico modelo para a gestão futura das unidades hospitalares.
(Schumpeter, 1934).
Entre os estímulos que as organizações MÉTODO
enfrentam, encontram-se: a necessidade de mudança na
criação e modificação de produtos ou serviços; a O método escolhido, num primeiro passo, foi a
adaptação às novas tecnologias, ou a melhoria das já revisão da literatura sobre inovação e da gestão
existentes; a mudança na estratégia ou na cultura e a hospitalar e a sua aplicação ao setor público da saúde.
introdução de novos modelos de gestão e processos Num segundo passo, optou-se por uma análise
(Damanpour et al., 2011). evolutiva dos indicadores de produção e por uma
Durante várias décadas, nos hospitais análise comparativa dos principais indicadores de
portugueses, não ocorreu qualquer inovação. O setor acesso e qualidade entre 2013 e 2015, para um grupo
não se desenvolveu e entrou em rotura com problemas de 20 hospitais E.P.E. e 4 hospitais PPP. Dessa forma,
de financiamento e sustentabilidade (Campos, 2008). pretende-se dar um contributo positivo para os sistemas
Durante esse período de tempo, sempre que se realizou de saúde, que têm muito a ganhar com a inovação.
uma proposta inovadora de organização para a gestão, A revisão da literatura desenvolvida para
verificou-se uma oposição, com existência de uma forte sustentar este artigo está organizada nas seguintes
normatividade burocrática, pela qual dificilmente subseções: inovação (na gestão do setor público e em
haveria uma abertura para o campo da inovação (Nunes particular no setor da saúde), caracterizando-se o caso
& Harfocuhe, 2015). Contudo, com a evolução da da gestão hospitalar com os desenvolvimentos na
Administração Pública, o conceito de inovação nos adoção de uma gestão empresarial e no formato de
processos das organizações públicas ganhou parceria público-privada.
notoriedade na gestão de serviços públicos (Bilhim et
al., 2013). Foram adoptados novos modelos e INOVAÇÃO
paradigmas, de influência anglo-saxónica, regista-se,
nos últimos anos, uma mudança de comportamento da A inovação representa uma vantagem na
sociedade e por consequência no setor hospitalar competição e na modelação da gestão aos novos
(Nunes, 2016). Essa nova abordagem privilegia a desafios, gerando riqueza e crescimento. A capacidade
competição e a adaptação aos novos tempos, movidos da inovação em todos os setores promove uma
pelo crescimento econômico, pela aposta na gestão e mudança na forma como as organizações se adaptam
por uma forte tecnologia. Nesse contexto, são as aos novos ambientes econômicos e tecnológicos, num
organizações públicas que têm de dar os primeiros mundo cada vez mais dinâmico e global (Ganter &
Hecker, 2014; Porter, 1990).

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Um estudo promovido por Calantone et al. determinassem uma trajetória inovadora, com a adoção
(2010) analisou os pontos fortes para a promoção da de novas práticas de gestão (Bilhim et al., 2013;
inovação, focando vários aspetos, entre os quais: Hidalgo & D’Alvano, 2014), permitindo a obtenção de
melhores resultados de desempenho e de eficiência
(Hood, 1991; Osborne & Brown, 2005; Windrum,
 O desenvolvimento tecnológico; 2008). No entanto, os estudos de inovação nesse setor
 A orientação para o cliente/utente; são poucos e muitas vezes negligenciados (Djellal,
 A orientação para os mercados (embora a Gallouj, & Miles, 2013), mas há a expectativa de que
orientação para o cliente/utente seja mais poderão crescer nos próximos dez anos (Howells,
valorizada nos países ocidentais); 2010).
 A orientação da concorrência; O setor público, pela sua natureza, e com a
 A necessidade de alcançar um melhor nível de exceção das pesquisas realizadas no ensino superior,
desempenho; não foi alvo de pressões para inovar durante muitos
 A promoção de novos produtos/serviços. anos, devido a um conjunto de motivos, de entre os
quais se destacam:
A inovação traduz um paradigma de
sustentabilidade da sociedade e do conhecimento, que  A forte influência política;
assume uma clara importância para o desenvolvimento,  A falta de recursos;
conduzindo à coesão social e projetando uma  A ausência ou fraca pressão dos cidadãos;
competitividade econômica (Afgan, & Carvalho,  A pouca pressão, que é dispersada por
2010). Através da inovação é possível criar novos estruturas burocráticas;
conhecimentos e novas ideias a incorporar na produção  A inércia do setor;
e nos processos.  O boicote dos grupos profissionais, no caso de
Por todas as vantagens da integração dos sentirem que existe um risco de a inovação, de
processos de inovação, a gestão hospitalar optou pela alguma forma, poder comprometer as suas
adoção de novas capacidades de resposta na busca por posições privilegiadas (Bilhim et al., 2013).
maior desempenho e competitividade, como forma de
gerar vitalidade e aumentar o seu peso numa Para o setor público acatar a inovação, e esta ser
determinada área de ação (Alpkan et al., 2011). promovida pelos políticos, dirigentes e servidores, é
necessário que a mesma defenda o bem público e
Inovação no setor público estimule a qualidade dos serviços prestados aos
cidadãos. Mas nem todas as organizações públicas
A inovação no setor público está relacionada adotam a inovação da mesma forma, havendo casos em
com a responsabilidade do governo em prestar serviços que a sua adoção é fraca e acontece de forma
públicos à população, no sentido de garantir o fragmentada (Bilhim et al., 2013).
fornecimento de bens e disponibilizar os recursos Os estudos organizacionais demonstram que o
necessários (Bilhim et al., 2013). Essa inovação é setor privado deu os primeiros passos nos caminhos da
entendida como um conjunto de “novos processos, inovação, despertando o interesse estratégico em torno
práticas ou estruturas que mudam a natureza do desse conceito (Djellal, Gallouj, & Miles, 2013). No
trabalho de gestão” (Jansen, Vaccaro, Van Den Bosch, entanto, o setor público tardou em aderir à inovação,
& Volberda, 2012, p. 30) e representa as “novas surgindo as suas correntes teóricas apenas em 1989,
estruturas organizacionais, administrativas, de aquando do Consenso de Washington, que retratou o
sistemas, práticas de gestão, processos e técnicas que atraso do Estado perante o crescimento e expansão dos
possam criar valor para a organização” (Aravind & mercados, pondo mesmo em causa o desenvolvimento
Damanpour, 2012, p. 424). Desse modo, orientam a econômico dos países.
forma como o trabalho é feito dentro das organizações. A OCDE (2005) publicou um conjunto de
A inovação no setor público iniciou-se após a considerações sobre a investigação, do ponto de vista
implementação da New Public Management (NPM) na da inovação no setor público, concluindo que:
Administração Pública, que em Portugal ocorreu na
década de 90 (Nunes & Harfouche, 2015). Com a  Envolve a introdução de novos métodos,
adoção dessa perspectiva, o Estado deixou de ser o rotinas e procedimentos (ex.: definir bases de
único agente na prestação do serviço público e, por boas práticas, fixar os trabalhadores e pôr em
meio de uma administração em rede, foi criada uma prática os sistemas de gestão);
concorrência e competitividade entre várias  Compreende a aplicação de novos métodos de
organizações/serviços nos setores público e privado distribuição de responsabilidades;
que, de um modo saudável, pretendem responder da  Envolve a implementação de novas medidas
forma mais consensual às necessidades dos cidadãos. na tomada de decisão e na distribuição do
Esse fato fez com que diversas organizações públicas trabalho;

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 Contribui para a definição de novos conceitos No entanto, a longo prazo, a inovação despertou
que validam a estruturação de atividades. o interesse da gestão, perante o desperdício dos
 No âmbito das relações externas, engloba a escassos recursos e da inércia inovadora, aliados aos
introdução de novas formas de organização e problemas de saúde da população, o que contribuiu para
de relacionamento com outras organizações uma desmotivação dos vários stakeholders do setor
(públicas ou privadas); (Denis, Fleiszer, Ritchie, Richer, & Semenic, 2015).
 Promove o intercâmbio e a relação com outras A inovação de processo é um importante
organizações de pesquisa e investigação, contributo para o garante da sustentabilidade financeira
fornecedores e outsourcing. dos sistemas de saúde, dado que esta tem como objetivo
conseguir atingir os mesmos resultados com menores
Em face do exposto, a inovação está recursos. O combate ao desperdício é um dos meios
intimamente relacionada com a renovação de rotinas, para tentar melhorar a sustentabilidade do sistema,
procedimentos e mecanismos, que promovem a partilha sendo as mudanças ao nível da organização um modo
de informação de forma coordenada, num trabalho para o conseguir. Tudo isso resulta numa forma de
proativo em equipa (Alpkan et al., 2011). inovação de processo na gestão (Barros, 2011).
Dados os contributos apresentados, verifica-se O setor da saúde também está sujeito à inovação,
que a aposta na inovação produz efeitos positivos numa não apenas pela melhoria da sua sustentabilidade e pela
organização pública, na medida em que promove uma necessidade de investigação clínica e tecnológica, mas
melhoria do seu desempenho, através de uma clara também pelo fato de ser um setor empregador, que
tendência para: promove a construção e o consumo de bens, produtos,
pessoas e ideias (WHO, 2013).
 Reduzir custos administrativos; A inovação na saúde possibilitou ganhos
 Reduzir custos de transação; visíveis, através do aumento da esperança média de
 Reduzir custos de operação; vida da população (Ministério da Saúde, 2015). Na base
 Melhorar a satisfação dos funcionários no desse progresso esteve a inovação tecnológica e
médica, e o fato de ter sido apresentado um
local de trabalho;
extraordinário desenvolvimento, com o objetivo de
 Melhorar a produtividade;
melhorar os cuidados de saúde. “A capacidade
 Construir capacidades de valor acrescentado;
tecnológica disponível para entender, prevenir,
 Promover o acesso a bens não diagnosticar e tratar a doença foi transformada numa
comercializáveis; progressão quase exponencial” (WHO, 2013, p. 44).
 Promover a união e contribuição de todos os
funcionários (Alpkan et al., 2011; Ganter & A REFORMA DA GESTÃO HOSPITALAR EM
Hecker, 2013; OCDE, 2005). PORTUGAL
Inovação no setor da saúde Os elevados custos apresentados pelos hospitais
públicos estiveram na base da busca de eficiência para
O problema de sustentabilidade do setor da essas unidades (Barros, 2013). Esse é um problema
saúde foi reconhecido mundialmente, não só pelo transversal a diversos países com sistema público de
impacto direto que tem na população como também saúde, não sendo apenas específico de Portugal
pelos efeitos indiretos na sociedade em geral, que (Mintzberg, 2012).
afetam sobretudo a economia (gerada pelo próprio setor Sendo que um período de recessão ou de crise
e pela diminuição da produtividade, causada por uma estimula o investimento no processo de inovação
população doente/inativa) (WHO, 2013). (Baumol, 2014), foram várias as tentativas para
Como solução, foi criada a expectativa de que procurar um modelo ideal de gestão para o setor
através da inovação adoptada pelas organizações público, que gerasse resultados mais eficientes nas
públicas se poderia melhorar o serviço prestado aos unidades hospitalares. Existe inclusive diversa
cidadãos, em termos de qualidade e também de gestão, legislação publicada nesse sentido, desde 1946, até ao
para melhor gerir os recursos disponíveis, chegando a início das parcerias público-privadas (PPP) e da
mais cidadãos e proporcionando melhor assistência e empresarialização dos hospitais públicos.
qualidade de vida (Damanpour et al., 2010). Por muitos A transformação dos hospitais do Setor Público
anos, o desenvolvimento e a implementação da Administrativo em hospitais Sociedades Anônimas
inovação, no setor público da saúde, foram retardados (S.A.), iniciada em 2002, decorreu após um período de
pelo seu impacto na sustentabilidade do mesmo, experiências de gestão inovadoras, entre os anos 1995
consequente de um financiamento e de uma cobertura e 2001:
de necessidades por parte dos governos, numa
perspetiva limitada, com base num sistema de  1995: Concessão da gestão a uma entidade
pagamentos retroativos (Nunes, 2016). privada do Hospital Professor Doutor

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Fernando da Fonseca (Hospital Amadora- financiamento diferente, baseado na contraprestação


Sintra); dos cuidados de saúde efetivamente realizados”
 1998: Implementação de regras de gestão (Harfouche, 2012, p. 20).
empresarial no Hospital de São Sebastião, em A empresarialização dos hospitais públicos, na
Santa Maria da Feira; procura de eficiência e de um desempenho ótimo,
 1999: Integração da atenção primária à saúde trouxe para a gestão hospitalar várias novidades ao
(Centros de saúde de Matosinhos, da Senhora nível das práticas utilizadas. Desse modo, foram
da Hora, de São Mamede de Infesta e de Leça aplicadas medidas para promover uma maior
da Palmeira) com os hospitais (Hospital de autonomia de gestão dos hospitais (o que implicou uma
Pedro Hispano), numa mesma organização mudança ao nível do papel do Estado, que passa de
(ULS de Matosinhos); exclusivo prestador a regulador e financiador do
 2001: Implementação de regras de gestão sistema), uma maior responsabilização da gestão, a
empresarial no Hospital do Barlavento introdução da limitação ao endividamento, a
Algarvio. implementação de sistemas de monitorização, a maior
autonomia e flexibilidade da gestão, a introdução da
Após essas experiências inovadoras de gestão, contratualização de cuidados, a mudança no sistema de
foram implementados dois modelos de gestão dos financiamento, a gestão eficiente de recursos, os
hospitais públicos: a gestão empresarial (criando incentivos aos profissionais e a promoção da qualidade
hospitais E.P.E.) e a gestão em formato de parceria (Harfouche, 2012; Rego et al., 2010).
público-privada (criando hospitais PPP).
A concessão dos hospitais no formato de Parceria
A gestão empresarial dos hospitais portugueses Público-Privada

A adoção da gestão empresarial insere-se numa Em 2001, com a criação da Estrutura de Missão
política de reforma e modernização do Serviço Parcerias Saúde (EMPS), foi reforçada a colaboração
Nacional de Saúde, que entende a necessidade de entre os setores público e privado, através da projeção
adoção de uma gestão inovadora com caráter de unidades hospitalares com um modelo de gestão
empresarial, com foco na qualidade e assistência ao inovador no âmbito da parceria público-privada, que
paciente (Nunes, 2013). Dessa forma, foi objetivo do concessionava não apenas a construção e manutenção
Governo de Portugal dotar a gestão hospitalar com um do prédio, como também a prestação da atividade
modelo inovador com maior autonomia de gestão e clínica (Simões, 2010).
promotor de maior eficiência, redução de gastos e com A prestação de cuidados hospitalares nas
melhores resultados operacionais (Campos, 2008). parcerias é contratualizada de forma global com o
O Programa de Estabilidade e Crescimento Serviço Nacional de Saúde e financiada através de uma
(2005-2009) elaborado pelo Governo e com a negociação contratual em função da produção a
aprovação da União Europeia entendia que a adoção de realizar, tendo por base os princípios de universalidade,
uma gestão empresarial para os hospitais públicos era o acessibilidade, equidade e gratuitidade tendencial. O
modelo de gestão mais adequado, pois permitia uma planeamento da atividade realizada e o controlo da
maior racionalidade econômica. Assim, no ano 2010 atividade em parceria público-privada são públicos. O
iniciou-se um alargamento do modelo de gestão investimento, o risco financeiro e a responsabilidade
empresarial a todos os hospitais, com exceção das pela gestão são privados (Nunes, 2016; Ruckert &
unidades PPP (Nunes, 2016). Laboté, 2014).
Essa relação com o setor privado descende de
A procura da eficiência constitui-se como um práticas já realizadas em outros países, nomeadamente
pilar da empresarialização, pelo que nesse objetivo se no Reino Unido com as denominadas PFIs (Private
pautam todas as práticas de gestão (Dorgan et al., Finance Initiatives). No entanto, a experiência
2010). Foi reconhecida a fraca eficiência aliada ao portuguesa foi inovadora, pois Portugal foi o primeiro
crescente aumento dos custos hospitalares, como um país a adoptar a parceria para a construção/manutenção
dos problemas associados ao fraco desempenho e do prédio e para a prestação de cuidados de saúde,
organização do sistema de saúde português (Campos, existindo por isso uma Entidade Gestora do Prédio e
2008). Num mesmo sentido, Harfouche (2008) refere a uma Entidade Gestora para o Estabelecimento
existência de uma ideia geral de que o setor da saúde é (Moreno, 2010).
um setor ineficiente, defendendo que com os recursos Em Portugal, o programa de hospitais PPP na
que lhe estão atribuídos se deveria produzir mais. saúde teve como objetivos:
Contudo, segundo essa mesma autora, “A gestão
empresarial é vista como o elemento facilitador e  Melhoria do acesso aos cuidados de saúde;
potenciador de maior eficiência nos hospitais públicos.  Melhoria da qualidade dos cuidados com foco
Estes passaram, ao mesmo tempo, para um sistema de no melhor atendimento;

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 Renovação dos parques hospitalares, através Com base nesse modelo foram constituídas
das construções modernas e ajustadas à quatro unidades hospitalares em regime PPP: Hospital
inovação tecnológica; de Cascais; Hospital de Braga; Hospital de Loures e o
 Adoção de um modelo de prestação mais Hospital de Vila Franca de Xira.
eficiente, econômico e eficaz, cujos riscos Para uma melhor percepção das diferenças entre
financeiros estão alocados ao parceiro privado a gestão empresarial do Estado e a gestão hospitalar em
(Simões, 2004b). regime de concessão parceria público-privada,
desenvolveu-se um quadro síntese que se apresenta em
seguida.

Quadro 1 – Quadro comparativo entre modelos inovadores de gestão nos hospitais portugueses

Hospitais E.P.E. Hospitais PPP


Propriedade Pública Privada
Estrutura do capital Público Privado
Tipo de gestão Empresarial Privada
Conselho Administração Conselho Administração
Órgãos de governação Conselho consultivo Assembleia geral do parceiro privado
Fiscal único Órgãos de fiscalização
Normas do setor empresarial do Estado
Normas do setor privado
Diretivas da UE
Autonomia Autonomia total com mecanismos
Mecanismos internos de controlo de
próprios
gestão
Não pode exceder 30% do capital social
Endividamento ou estatutário (exceto com autorização da Não aplicável
tutela)
Maior autonomia de gestão em definir os Autonomia total/depende da
investimentos e inseri-los no plano de aprovação da assembleia geral dos
Investimentos
atividades aprovado pelo Ministério da acionistas particulares e não do
Saúde Ministério da Saúde
Origem do
Público Público e privado
financiamento
Não se efetuam contratos-programa.
Contratos-programa estabelecidos com o
Relação contratual Há uma produção acordada
Ministério da Saúde (ARS)
anualmente
Regime de contratação Contratos individuais de trabalho (CIT) Contratos individuais de trabalho
de recursos humanos Contratos em funções públicas (CIT)
Incentivos ao
Previstos mas não aplicados Previstos e aplicados
desempenho

Fonte: Nunes (2016, p. 164)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os hospitais E.P.E. e PPP existem em simultâneo no sistema de saúde desde o ano 2013. O quadro seguinte
mostra a evolução da atividade assistencial de atendimento hospitalar nos últimos três anos.

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Quadro 2 – Evolução da atividade assistencial nas unidades hospitalares (total nacional)

2013 2014 2015


Consultas médicas (sem medicina do
10.871.102 11.883.898 12.101.613
trabalho)
Primeiras consultas 3.368.735 3.398.464 3.486.084
Consultas subsequentes 13.502.367 8.485.434 8.615.529
Consultas por outros profissionais de
907.542 987.483 1.083.005
saúde
Domicílios de enfermagem 63.355 64.762 69.815
Urgências (atendimentos) 6.117.929 6.168.324 6.118.365
Internação (doentes saídos) 811.251 824.849 819.483
Intervenções cirúrgicas 616.257 658.041 667.206
Programadas 511.936 557.301 565.600
Convencionais 244.171 237.311 232.711
Ambulatoriais 307.765 319.990 332.889
Urgentes 100.321 100.740 101.606
Fonte: Ministério da Saúde (2016)

O desenvolvimento de ambos os modelos de processos de inovação geraram melhores resultados de


gestão permitiu aumentar a produção de cuidados produção na gestão com a criação dos hospitais-
hospitalares em Portugal, o que significou uma empresa e parcerias público-privadas geraram
melhoria na capacidade de resposta nas unidades do melhores resultados de produção para o Serviço
SNS, com: Nacional de Saúde. Esses resultados já eram
 Aumento de 11,3% no total de consultas expectados, pois a implementação da contratualização
médicas realizadas (com um crescimento foi acordada através de um pagamento em função da
significativo no número de primeiras atividade a realizar. Dessa forma, os hospitais só
consultas); perdem não produzindo ou reduzindo a sua prestação.
 Crescimento do número de domicílios de Esse mecanismo reduziu as listas de espera e aumentou
enfermagem, em 21,03%; a satisfação dos pacientes (Campos & Simões, 2011;
 Decréscimo do volume de episódios de Nunes, 2016).
urgência, em 1,00%; Para responder à segunda parte da questão em
 Crescimento do número total de cirurgias, em estudo, faz-se uma comparação entre os principais
8,3% (com um destaque para o aumento das indicadores acesso e qualidade analisados pelo
cirurgias de ambulatório [realizadas sem Ministério da Saúde no monitoramento da produção
internação]) em cerca de 8,2%. hospitalar. O quadro seguinte apresenta alguns desses
Respondendo a uma parte da questão em estudo, indicadores.
confirma-se que os modelos de gestão resultantes dos

Quadro 3 – Indicadores de acesso e qualidade na produção: comparação PPP vs. E.P.E.


2013 2014 2015
E.P.E. PPP E.P.E. PPP E.P.E. PPP
% Consultas em tempo adequado (via Consulta a Tempo e Horas 74,5% 70,2% 77,0% 64,6% 77,5% 55,3%
[CTH]) – acesso
% Inscritos em Lista de Inscritos em Cirurgia (LIC) dentro do Tempo
89,0% 85,7% 88,5% 89,7% - -
Máximo de Resposta Garantida [TMRG]) – acesso
% Partos por cesárea 31,2% 28,1% 28,8% 24,9% 28,2% 24,7%
% Cirurgias de Ambulatório 66,4% 84,2% 70,6% 86,6% 74,7% 83,9%
% Reinternamento em 30 dias 8,9% 7,9% 9,1% 7,4% 8,9% 7,8%
% Internamentos com tempo superior a 30 dias 2,9% 2,1% 2,9% 2,5% 3,1% 2,5%
Taxa de ocupação do internamento 82,6% 88,9% 82,7% 88,4% 83,3% 89,2%
Fonte: Ministério da Saúde (2016)

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Inovação da Gestão dos Hospitais Públicos no Sistema de Saúde Português

Ao comparar alguns dos indicadores de multas por incumprimento dos critérios de qualidade
qualidade e desempenho, de forma agregada, no definidos nos contratos de gestão dos hospitais (Nunes,
conjunto de hospitais E.P.E. e PPP, retiram-se 2016).
importantes conclusões, que se apresentam em seguida:
 A % de consultas, em tempo adequado, via
CTH, é superior nas unidades E.P.E., que CONCLUSÃO
mantêm uma tendência crescente, ao contrário
das PPP; A inovação na gestão hospitalar teve por
 A percentagem de inscritos em LIC dentro do objetivo a melhoria da eficiência, da produção e dos
TMRG, embora em 2013 tenha sido mais resultados financeiros dos hospitais, evitando os
positiva nos hospitais E.P.E., no ano 2014 foi desperdícios e melhorando a qualidade e o acesso para
superada pelas unidades PPP; o paciente.
 A percentagem de partos por cesárea, de Em resposta à pergunta de partida, pode
forma global, caiu nos dois modelos, mas as concluir-se que a inovação nos hospitais quando aliada
PPP apresentam valores mais baixos; a uma forte regulação e planejamento em saúde produz
 A cirúrgica ambulatorial cresceu também em um aumento da produção de cuidados hospitalares.
ambos os modelos, tendo um maior destaque Quando comparados os tipos de gestão entre si,
nos hospitais PPP. No entanto, no ano 2015 os verificou-se que os hospitais em parceria público-
hospitais E.P.E., apesar de terem uma privada apresentaram melhores resultados em termos
percentagem abaixo das PPP, apresentaram de qualidade e os hospitais-empresa em termos do
um crescimento do indicador em face de 2014, acesso, nomeadamente no cumprimento do tempo de
sendo que as unidades PPP baixaram a sua resposta para os pacientes que aguardam uma consulta
percentagem; ou cirurgia.
 A % de readmissão em 30 dias é inferior nas Os processos de inovação na saúde estão longe
unidades PPP; de ter terminado. A aposta na inovação está na agenda
 A % de internação com tempo superior a 30 europeia e são necessários mais estudos para analisar a
dias é também inferior nas unidades PPP; eficiência em ambas as unidades portuguesas. Com este
artigo, ao confirmar que existem diferenças nos
 A taxa de ocupação da internação é maior no
resultados dos indicadores de acesso e qualidade entre
grupo de hospitais com gestão em regime de
PPP. os modelos inovadores de gestão analisados, há um
caminho a percorrer, na investigação futura, para
explorar os motivos que estão na causa dessas
Com base nos resultados se confirma que há
diferenças comparando os hospitais em função do
diferenças significativas entre os modelos de gestão. Os
desempenho com recurso a metodologia quantitativa
hospitais-empresa têm melhores resultados de acesso e
paramétrica e não paramétrica, como a análise
os hospitais em parceria melhores resultados de
envolutória de dados ou a análise de fronteiras de
qualidade. Os resultados já eram expectados pelo fato
eficiência estocásticas.
de que nas parcerias público-privadas existem pesadas

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