Você está na página 1de 19

NAZARENA MAJONE

02

Mons. Giovanni Marra

A figura e a obra
de Madre Nazarena

Filhas do Divino Zelo • Roma


NAZARENA MAJONE
Responsável: Ir. Rosa Graziano
Redação e Direção Administrativa:
Postulação M. Nazarena Majone
Circonvallazione Appia, 146 - 00179 Roma - Tel. 06.78.04.642
Tradução: CEEC – Província Nossa Senhora do Rogate – Rio de Janeiro – 2014
Apresentação

Sentimo-nos honradas com a contribuição do Arcebispo de Messina, Dom Giovanni Marra,


nesta coleção, dedicada à Madre Nazarena.

Duas razões específicas justificam as páginas do Arcebispo, que desejamos ressaltar: estar ele
à frente da Igreja messinense, para a qual e na qual a serva de Deus desenvolveu com muito amor o
“Evangelho social” e o conhecimento profundo que tinha da Nazarena e das duas congregações: as
Filhas do Divino Zelo e os Rogacionistas do Coração de Jesus; conhecia bem o contexto histórico
no qual foram fundadas, o início e o laborioso crescimento.

Em particular, sobre o tema que nestas páginas será evidenciado, Dom Marra sublinhou
significativos e recentes congressos, realizados em Messina e dedicados “à figura e à obra de Madre
Nazarena Majone”. Entre outros, ele nos convida a considerar atentamente “as obras de caridade e
solidariedade social que colocam a Madre num patamar catequético-social, com grande
repercussão, no século passado, especialmente pela elevação moral, civil e religiosa, sobretudo da
classe mais pobre do “meio dia da Itália”.

Isto basta para salientar, nas páginas que seguem, o empenho da Madre Nazarena Majone,
fruto de uma fé extraordinária, que se apresenta hoje como um feminismo cristão de alto calibre, e
antecipa os movimentos de emancipação da mulher.

Irmã Rosa Graziano, FDZ.


Vice Postuladora
1. Messina, um amor à primeira vista

Nazarena Majone (1869-1939) chegou a Messina aos vinte anos, no outono de 1889. E
permaneceu até 1934 quase sem interrupção, exceto de 1928 a 1932, quando foi superiora de
Taormina, depois do terremoto de 1908.

Completou em Messina o caminho de formação religiosa, e lá permaneceu por trinta anos na


direção da casa mãe, o Instituto do Espírito Santo, de onde ao mesmo tempo dirigiu, como superiora
geral, as Filhas do Divino Zelo.

Viveu os últimos anos em Roma, no silêncio e na solidão, levando no coração Messina e o seu
povo, que tinha amado, com suas órfãs abandonadas no mundo e que sentia como delicada herança
espiritual.

Messina e a Igreja que está em Messina, jamais esqueceram a “Madre”. No dia 04 de maio de
1992 os seus restos mortais deixavam a humilde sepultura no cemitério de Verano em Roma, para
serem depositados solenemente na Igreja de Santa Maria do Espírito Santo, na cidade que foi o
centro de sua ação social entre os marginalizados.

Nazarena, cujo nome de batismo era Maria, foi a Messina em 14 de outubro de 1889. O
percurso entre a estação e o bairro Avignone chamou sua atenção, provavelmente a encantou; mas
foi como a passagem do paraíso burguês dos palácios majestosos, ao inferno da periferia
desesperadora.

O Padre Aníbal Maria Di Francia (1851-1927) se encontrava ali por escolha heroica e agora
prosseguia com ritmo acelerado, seguido pelos passos audaciosos de poucos.

Ele mesmo descreve a situação de Avignone como um depósito dos mais míseros
mendicantes da cidade, no máximo abandono e miséria.1

Descortinava-se para a jovem Nazarena, vinda da paz agreste de Graniti das altas montanhas
da bela Taormina, uma realidade desconcertante, aquela da urbanização do fim dos anos oitocentos,
triste produto da Revolução Industrial e de um desorganizado crescimento demográfico, não
sustentado por projetos sociais adequados”. Concluindo, o “bem-estar” ainda estava por vir.2

As “casas de Avignone, como era conhecido o local, era uma fileira de casebres velhos,
cortada por ruas mal traçadas, no meio das quais corria água de esgoto a céu aberto. Um ar
carregado pelo mau cheiro imperava sobre aqueles duzentos habitantes pobres. Mas, Nazarena
Majone viu apresentar-se diante de si a figura de um padre que considerava santo. Sua imagem
parecia sobrepor-se àquela do lugar, que ele tanto amou. Com a Majone estava sua conterrânea
Carmela D’Amore, para dar uma olhadinha no instituto, sistematizado pobremente numa casa
úmida e baixa entre aqueles casebres.

É certo que diante de um quadro com tanta miséria Nazarena precisou refletir, inverter na
imaginação tudo aquilo que foi até então a ideia de um mosteiro. Mesmo assim, em meio àquela

1
M. DI FRANCIA, Preciosas adesões...., Messina 1919, p. 5.
2
Cf. G. ROSSI, M. Majone, as Filhas do Divino Zelo em Messina, In: A figura e a obra de Madre Nazarena
Majone, Registros do Encontro de Estudos (Messina 24/25 janeiro 1998, Ed. Rubbettino, p. 283).
pobre gente, Messina havia entrado no seu coração. Quando Padre Aníbal, depois de mostrar a casa,
rompeu o silêncio para perguntar às duas jovens se queriam permanecer, Nazarena se antecede à
colega Carmela e responde também por ela: “Se temos conosco Jesus, nos basta. Todo resto irá
bem”.3

3
Positio, II, Biografia Documentária, p. 178.
2. Messina, campo de experimento do “Evangelho social”

O bairro de Avignone é apenas um caso extremo do descaso social em Messina entre os anos
oitocentos e novecentos. O amor de Nazarena à primeira vista, por aquela cidade, é de se interpretar
como docilidade interior aos sinais dos tempos.

Respirava-se na Igreja católica um ar novo, se buscava um contato mais próximo e incisivo


com o mundo em tumultuosa evolução. O apostolado assistencial, limitado ao atendimento
estritamente espiritual, deveria ser integrado a uma ação social concreta e emergente, voltada para a
promoção da pessoa em todas as suas dimensões. A Encíclica Rerum Novarum escrita em 1891
dava orientações de como a Igreja deveria trabalhar com as pessoas em situação de pobreza.

No reflexo de tal atmosfera está, de algum modo, o conceito revolucionário sobre a religiosa
moderna, expresso por Padre Aníbal e comentado por ele com Madre Nazarena:

“Hoje a irmã não está mais fechada entre quatro paredes: ela está em contato com a sociedade
e deve responder às exigências de um mundo enganador e descrente; ela deve saber honrar o hábito
que leva, deve resplandecer de virtude, de modéstia, de prudência, de caridade e também de
inteligência e sabedoria”.4

A pequena comunidade de irmãs era apenas um esboço quando Nazarena chegou a Avignone,
e por isso, não vivia, certamente, entre quatro paredes. Bastava olhar em volta, atravessar o
quarteirão, para sentir-se bem no centro da vida daquele povo, nas calçadas e nos lugares próprios
de grande aglomerado urbano com todas as suas características.

Messina não se reduzia, evidentemente, à desolação do seu bairro mais pobre. Todavia, a
cidade poderia ser colocada como emblema e símbolo de inquietação social, típico de outras
realidades meridionais e sicilianas em especial. O mesmo se pode dizer do ponto de vista religioso.
Tinha um clero para formar e reformar, uma Igreja que deveria aproximar-se mais do povo, privado
de orientações morais que os tempos exigiam. A Igreja messinense saía, na segunda metade do
século XVIII, de uma fase crítica que havia machucado o coração dos seus sacerdotes, envolvidos
nos movimentos pós-iluministas e o ressurgimento do racionalismo.

Encontro na Biografia Documentada um lúcido enquadramento do contexto eclesial


messinense, no qual se coloca e se explica a atividade religiosa e social da Madre Nazarena. No
Discurso de 1897, por ocasião da morte do Cardeal Giuseppe Guarino, Padre Aníbal descrevia:
“Quando ele veio à Messina, em agosto de 1875, a nossa cidade jazia em grande desolação e
abandono”.5

Como se não bastasse, a cidade, de 1887 a 1896, atravessava um declínio econômico


preocupante. O movimento no porto diminuía em dois terços, e dois terços dos trabalhadores
ficavam desempregados; a prefeitura não conseguia solucionar o problema e as condições
higiênicas eram precárias pela escassez de água. Uma situação análoga poderia ser encontrada em
outros centros italianos e se enquadrava dentro do fenômeno de crescimento demográfico urbano do
4
A. M. DI FRANCIA, Discursos, Messina 1940, p. 440. O trecho mencionado ressalta 1906.
5
Positio, II, Biografia Documentada, p. 125. O card. Guarino promoveu uma intensa pastoral per restaurar a Igreja
Messinese, o clero, o seminário. Sobre isso fala o P. Aníbal no Discurso de 1897 aqui citado; Cf. também ADF, Positio,
I, p. 31-35.
fim do século XVIII.6 Mas em Messina o fenômeno parecia maior e mais devastador; por isso, a
cidade, segundo Madre Nazarena, era um campo ideal para fazer a experiência da mensagem do
“Evangelho social”.

6
P. Longo, o porto de Messina e a sua influência na vida da cidade, Messina, 1932, p. 24.
3. Em sua ação social a marca do “Rogate”

Madre Nazarena, é bom salientar, se dedicou ao trabalho social com uma conotação
específica. Ela é “uma Filha do Divino Zelo” com uma formação fundamentada no Coração de
Cristo. Por isso, doou sua vida à messe abandonada e cansada de que fala o Evangelho (cf. Mt 9,35-
38; Lc 10,2), aquela que desperta a compaixão de Cristo e o pedido de oração (Rogate) para obter
os “operários” para messe.7

Nazarena é operária no campo do Senhor. Não lhe bastou colocar a mente e os braços a
serviço do resgate social dos pobres, dos órfãos e dos jovens abandonados nas ruas; foi necessário
um trabalho de completa redenção, uma visão de pessoa humana como de outros tantos “pobres de
Deus”, a quem se deve dar, junto ao pão cotidiano, outro “pão”: aquele que sacia para vida eterna.

Ei-la em ação, sem jamais tornar-se prisioneira das ações; ei-la atarefada com os afazeres,
sem deixar que as tarefas a sufoquem. Percorrendo a Positio, escrita durante o processo de
beatificação, me impressionei com a incidência evangélica que avalia e reavalia a realidade social,
razão pela qual a última órfã e infeliz que estende a mão implorando ajuda, é para ela o reflexo de
uma luz mais intensa.8

Com semelhante pressuposto, o âmbito de sua expansão caritativa não conhecia limite, de
modo que devo admitir certo esforço para acompanhar a serva de Deus no âmbito do seu empenho
social. Interessante, quando leio nos textos escritos para a sua beatificação:

“Os outros, ela os carregava dentro do coração, e se sentia responsável por eles diante de
Deus. Sua frutuosa via sacra perfila cada categoria, pela qual ela entende oferecer a oração e o
sacrifício: as almas do purgatório, aqueles que rejeitam a cruz do sofrimento, aqueles que
pretendem salvar-se sem merecimento, aqueles que blasfemam, os que não têm caridade para com o
próximo. E estão também os impuros, os gulosos, os perseguidores da Igreja, os afastados de Deus,
os prisioneiros [...]. A sua caridade espiritual coroa e reassume todas as outras formas, mede ao
mesmo tempo a imensa compaixão materna pela compaixão redentora do Coração de Jesus”.9

Portanto, as orientações evidentemente “rogacionistas” da Serva de Deus estabelecem uma


nítida distinção entre Evangelho social e qualquer outro tipo de promoção humana.

Dentro da antropologia cristã são reducionistas certas estratégias sociológicas, baseadas na


simples filantropia ou solidariedade natural. Esta tem orientações breves, aquela, a antropologia
cristã, desabrocha e busca dimensões mais abrangentes: “O socorro aos pobres – diz Madre
Nazarena na Biografia Documentada – deveria aliviar o físico, mas olhar a alma como meta futura.
A caridade material como pressuposto de uma mais alta e definitiva promoção da pessoa”.10

4. Uma escala social com os últimos acima de todos


7
Cf. Positio, II, Biografia Documentada, p. 186
8
Cf. Positio, Relatórios Informativos, § 80, p. III; Informações sobre as virtudes, p. 158-165 sobre o “Quarto voto, o
zelo do Rogate”.
9
Positio, I, Informações sobre as virtudes, p. 62.
10
Positio, II, Biografia Documentada, p. 182.
Madre Nazarena entra em questões complexas da realidade social de Messina através dos
excluídos. Aparece logo de imediato o seu contato com as necessidades concretas de pobreza, que
necessita de uma resposta. O passo inicial não exigia discursos edificantes e nem curso de
catequese. Ali, naquele antro de miséria sem fim, eram necessárias estruturas para dar um teto a
quem não tinha e acolhida aos jovens dispersos pelas ruas. Ao mesmo tempo, se deveria ensinar
uma profissão às pessoas assistidas.11 Tecer, bordar, confeccionar flores artificiais e horticultura
foram, no início, os trabalhos mais desenvolvidos por Madre Nazarena. Até o ano 1891, uma
oficina de trabalho feminino estava sendo aberta no Palácio Brunaccini, uma casa adquirida no
centro da cidade, para onde, do apertado espaço de Avignone se transferiu toda obra feminina de
Padre Aníbal.

Os novos ambientes facilitaram a realização de outras atividades, entre elas, uma escola
primária, e no período inverso, aula de música. Na mesma sede foram acolhidos os órfãos de um
sacerdote, Padre Sollima, que ficaram abandonados após sua morte. Padre Aníbal abraçou-os com
ardorosa caridade, e Majone, com outras poucas irmãs, cuidaram deles com ternura materna.

Aquele “belo gesto” social não passou despercebido pela cidade nem à opinião pública do
jornal local. Aos elogios, seguiram-se ajudas e subsídios, mesmo que provisórios.12

Em 1895, mais uma mudança, desta vez definitiva: para o ex-mosteiro do Espírito Santo,
perto de Avignone. Concedido pelo município, certamente porque já havia consistência nas Obras
Educativas Assistenciais, às quais, Madre Nazarena dava generosa contribuição; pareciam
promissoras e melhoravam a condição de muitos filhos da população. A serva de Deus tinha sob sua
guarda, como diretora, mais ou menos setenta crianças, número que depois de 1895 cresceu muito.13

Se deve ressaltar que atrás de todo esse trabalho, estava presente a pessoa do Cardeal
Giuseppe Guarino. Desde o início, em 1878, ele havia incentivado a opção de Padre Aníbal de ir
“sujar as vestes” (como murmuravam as más línguas) no quarteirão Avignone. Agora, sua sugestão
era de levar adiante as atividades caritativas, que se desenvolviam, no despontar de uma pastoral
diocesana delineada com ampla visão.

As atividades desenvolvidas continuaram e se ampliaram no Palácio Brunaccini, na sede do


Espírito Santo, onde a Instituição se desenvolveu sempre mais na parte externa, oferecendo
oportunidade de trabalho-aprendizado aos filhos da cidade.

Bem depressa a comunidade começou a administrar um moinho com forno anexo. Foi uma
ideia genial de Padre Aníbal. Como, porém, foi observada, a administração e atuação prática da
iniciativa foram colocadas sob a responsabilidade da Madre Nazarena.

O moinho produzia farinha e pão para os assistidos internos e, a pedido da prefeitura, “para
todos os necessitados. E, por isso, havia os que pagavam e os que só diziam “muito obrigado”.
Porque assim queria a Madre Nazarena”. 14

11
Cf. M.FRANCINI, Nazarena Majone, p. 24.
12
Cf. Positio, II, Biografia Documentada, Cronologia, p. 55.
13
Cf. Ibdem.
14
G. PESCI, A luz nasce no ocaso, S. Giovanni, Valdarno-Firenze, 1968, p. 83; Cf. Positio, I, Informações sobre as
virtudes, p. 63.
De tudo o que foi escrito até agora, se compreende que a denominação de Instituto de
beneficência não define bem a obra que está sendo desenvolvida no Espírito Santo. Pelo menos até
1907-1908, quando se desenvolveu o jornal Antoniano solidário-devocional, a vida do Instituto teve
seu sustento maior, ou mais significativo, no trabalho que realizavam as meninas educandas e órfãs
junto com as Irmãs, guiadas por Madre Nazarena.

Dos trabalhos da comunidade, lemos em um balancete econômico de 1891, redigido pelo


Padre Aníbal, se lucrara nesse ano, sete mil libras, contra 500 mil dadas pelo município de Messina
e outras somas menores do Estado e dos bancos do cidadão.15

Para alimentar e vestir as crianças, para socorrer os mais pobres da escala social, Madre
Nazarena se submetia a pedir esmolas, e eram caminhadas para muitos lugares, pela cidade e vilas.
Como Padre Aníbal, ela também viu muitas portas sendo fechadas na sua presença, a acolhida e o
desprezo, o sorriso e o escárnio. Como ele, também ela se defendia com um sussurro de voz à
escolha dos últimos: “Não pra mim – dizia – mas pra eles”.

Se deve pensar que, mesmo vivendo em tal situação, humanamente aflita, uma alegria interna
fomentava a alma da serva de Deus, como descrevem duas testemunhas que transcrevo em seguida:

“Eu era estudante, fala Concettina Mirabello, depois me tornei religiosa - E o Padre Aníbal
me permitiu residir junto das Irmãs. O Padre Fundador recolhia as crianças da rua e as trazia
debaixo de sua ampla capa (uma espécie de manto), abrindo-a confiava-os à Madre Nazarena. Uma
vez, eu estava presente e ele lhe entregou uma criança cheia de piolhos e sujeira. Ela acolheu-a com
afabilidade, deu pessoalmente o banho, lavou e trocou-lhe a roupa, dispensando-lhe um cuidado
maternal”.16

O quadro se completa com este outro testemunho:

“Se dedicava toda à educação e ao cuidado dos menores abandonados. A falta de vestuário
necessário a fazia passar noites em vigília; enquanto as crianças ignoravam os seus sacrifícios,
tranquilamente dormindo, ela as livrava dos insetos inoportunos com os quais eram atormentadas,
lavava e passava as suas roupas, até que tivesse a alegria de ver tudo em ordem e limpo; depois, no
outro dia saia a pedir esmolas”.17

15
Cf. Positio, II, Biografia Documentada, p. 187.
16
Positio, II, Biografia Documentada, p. 190.
17
Depois, de uma memória de anônima FDZ, p. 257.
5. Educava ao trabalho com surpreendente modernidade

Considero oportuno um breve aprofundamento sobre o critério educativo de Madre Nazarena,


embasado numa escola que unia a teoria à prática, o estudo tradicional com o aprendizado de uma
profissão.

Naturalmente, nem sempre a Serva de Deus pôde realizar semelhante quadro educativo.
Muitas vezes, sobretudo na passagem do século 1800-1900, vivia cada dia adaptando-se às
circunstâncias. Era, todavia, claro o conceito de uma escola voltada para o êxito social e
encarregava-se, ela mesma, de uma função social. Isso percebia o Padre Aníbal, que escreveu:

“Reunir crianças para alimentá-las e deixá-las vegetar não é implantar uma casa de educação;
não é mudar a sorte da abandonada orfandade e preparar o amanhã dos filhos rejeitados da
sociedade. É necessário que a educação regenere e moralize os jovens errantes, é necessário que a
instrução os torne aptos a ganhar honestamente o pão da vida”.18

Estas declarações foram feitas na ocasião “da visita de uma comissão ao orfanato Antoniano
feminino”- o Instituto Espírito Santo em Messina, onde Madre Nazarena estava na época (20 agosto
1906) como superiora local e superiora geral das Filhas do Divino Zelo. A comissão era formada
por distintos senhores da alta aristocracia messinense, desejosos de encorajar a Instituição,
necessitada de ajuda. Intervêm os dois arcebispos, Dom Leterio D’Arrigo e Dom Valensise.

Madre Nazarena estava lá, fazendo as honras da casa, mas também os ouvia. Eram pontos
importantes que ela já colocava em prática há anos: primeiro, a órfã era destinada a reintegrar-se na
sociedade para assumir seu papel de trabalhadora honesta ou de boa mãe de família; segundo, a órfã
deve aprender a buscar seu autossustento, com um trabalho que lhe dê várias oportunidades sociais;
terceiro, a órfã será ajudada pelos benfeitores não com esmola, mas com a oferta de um trabalho,
“para que ao alimentar-se cada dia, possa dizer de ter ganho”; quarto, o instituto sabe que rema
contra corrente, todavia sabe que a verdadeira emancipação das jovens não percorreu alternativas
válidas.

Tal modelo de instituto, lugar de atividades escolares teórico-práticas, foi o mesmo nas
diversas sedes das Filhas do Divino Zelo. Pela Região de Messina, lembro Taormina, Giardini, S.
Pier Niceto, Novara da Sicília. A serva de Deus se esforçou para que cada centro educativo tivesse
uma escola e uma oficina de trabalho, duas ideias fixas que mantinha. Queria também que as irmãs
conseguissem diploma para ensinar e fossem ao mesmo tempo hábeis nos trabalhos, tipicamente
femininos.

Percebe-se que, na época (final dos anos oitocentos), a instrução mínima obrigatória,
estabelecida pela lei Coppino não vigorou na Sicília, onde também o analfabetismo ficava entre
85% e 87%, atingindo praticamente a totalidade da mão de obra adulta disponível. Leio com
espanto um episódio referido por Giovanni Giolitti em 1895: “Depois do desfecho dos fascistas, se
reuniu em Caltagirone um congresso de grandes proprietários, no qual tiveram coragem de propor
uma reforma, abolindo a instrução primária, para que os agricultores e os mineradores não
pudessem, lendo, aprender novas ideias”.19

18
A. M. DI FRANCIA, Discursos, p. 440.
19
L. DI CARLUCCIO, Um cidadão para todas as emergências, coleção Padre Aníbal hoje, p. 27.
Entre as casas existentes na região messinense, foi particularmente cara a Madre Nazarena
aquela de Taormina, aberta em 1902, da qual ela foi superiora de 1928 a 1932, depois que deixou a
coordenação da Congregação.

Ela educou as filhas do povo, muitas com experiência de rua e antecedentes desconhecidos. O
município, governado por liberais maçons, ideologicamente prejudiciais, deveria recuar naquilo que
não concordava do Instituto, que gozava de elevado apreço da população, sobretudo diante das
evidências dos fatos. O centro educativo se tornou local de visitação também das altas classes
sociais, de estrangeiros e não católicos. Os turistas inseriam em seu percurso uma visita ao lugar
onde jovens, a princípio irrecuperáveis, saiam depois de poucos anos recuperadas e transformadas.20

Como tenho ressaltado sua ação social em Messina, também em Taormina Madre Nazarena
encontrou um modo de alargar os seus espaços, e a ocasião ocorreu do fato de junto ao instituto,
haver um presídio da cidade. A ajuda que prestou aos detentos tocou os vértices da caridade cristã.
“De acordo com o capelão – conta uma testemunha – pela Páscoa e outras solenidades religiosas,
não só procurava que se aproximassem dos sacramentos, mas distribuía também bons livros, doces
e frutas. Os encarcerados a chamavam de “mãe” e experimentavam no coração sentimentos de
conforto”.21

20
M. FRANCINI, Nazarena Majone, p. 110; Cf. P. BORZOMATI, Os católicos e o Meio dia, p. 99
21
Positio, I, Sumário, § 300, p. 291.
6. A mãe dos pobres chora os filhos de sua Messina

“Mãe dos pobres” era chamada, sobretudo pelos messinenses, que por mais tempo
conheceram sua bondade. Pela sua generosa doação aos necessitados, às famílias em dificuldades,
passa a ser acusada de “muita caridade”, de ter as mãos “furadas”. Mas tanta liberdade aprendeu em
quarenta anos de vida ao lado de Padre Aníbal; ao que se refere a essa atitude, os malévolos faziam
as mesmas críticas.22

Havia uma perfeita sintonia entre o Fundador e a Madre Nazarena quanto aos pobres. Havia,
no percurso entre Avignone e o Instituto Espírito Santo, meio quilômetro de cenografia das bem-
aventuranças Evangélicas: um vaivém de mendigos, de pobres decaídos, de pessoas que batiam a
porta na qual, como porto seguro, estava sempre uma irmã de Deus pronta para socorrer. A serva de
Deus tremia e nunca dizia não. Muitas vezes o Padre Aníbal mandava os pobres a Avignone,
confiava tudo a ela, e ela sabia como desempenhar o seu papel.

Em algumas festas do ano, como São José, Páscoa, Santo Antônio, os pobres acorriam em fila
à Madre Nazarena. Eram os convidados de honra, os verdadeiros “patrões e senhores”, a autêntica
nobreza da Igreja de Cristo.23

Messina muitas vezes rendeu tributos e abertos reconhecimentos à Madre. Recordamos,


sobretudo, as demonstrações de afeto pelos seus 25 anos de profissão religiosa (1917) e pelos 50
anos de vida (1919). “Toda Messina se mobilizou para exaltar a humilde serva do Senhor”; no
teatro estava presente toda aristocracia messinense24, junto a representantes de ordens religiosas, o
Instituto masculino dos rogacionistas, Filhas do Divino Zelo vindas de outras casas e uma fileira
inumerável de benfeitores e admiradores.25

Em tais circunstâncias a figura da Madre Nazarena dava lugar às considerações que


entendiam reafirmar a amplitude da sua presença “social” e o significado deste mesmo testemunho
vivo na cidade. Mas a serva de Deus aparecia também como imagem valorizada da mulher: intuição
que não passou despercebida ao Padre Aníbal sobre outras, quando, em uma carta de felicitações,
datada de 1902, pelo seu onomástico, lembra como ela, “elevada acima de sua humilde condição”,
se tornou “uma das pedras fundamentais da mística fábrica”.26

Oportunamente, alguns recentes historiadores falam do testemunho da Madre Nazarena


“como do serviço aos pobres de modo feminino” 27 e a Positio afirma ainda mais, reconhecendo-a
como uma genial e feminina interpretação da missão do Rogate.

Quero concluir referindo-me a uma página de tocante humanidade, escrita pela Majone no
momento mais trágico de Messina, que feriu profundamente também a ela: o terremoto de 28 de
dezembro de 1908.

22
Cf. Positio, I, Sumário, § 300, p. 292.
23
G. ROSSI, O problema da mendicância, p. 299.
24
Positio I, Sumário, § 288, p. 282.
25
Cf. Ibidem.
26
Positio, II, Biografia Documentada, p. 320.
27
W. E. CRIVELLIN, O empenho social de Nazarena Majone, na figura e obra…, p. 254.
O documento é conhecido como “Dolorosa memória”. Nas páginas do apêndice está
estampada uma longa passagem, da qual é importante ressaltar alguns pontos que mostram como
Messina, as multidões anônimas, os pobres que ela conhecia pelo nome, as Irmãs e as queridas órfãs
reviveram em seu coração.

De Taormina, onde se encontrava em visita à comunidade e onde recebeu a notícia do


acontecido, se aventurou quase estraçalhada pela dor, numa viagem audaz e perigosa. A ferrovia
está interrompida aqui e ali, o maremoto morde agressivo a costa, acaba com estradas e a
comunicação. Na confusão, em meio à resistência das irmãs, ela expressa o grito de uma
maternidade impetuosa: “não importa; se é assim vou perecer com os meus”.28

Quando, pois, entra na cidade, imenso monte de ruínas, se aventura sobre os escombros ainda
em fumaça, mas se reencoraja ao tomar conhecimento através dos que fogem, que no Instituto do
Espírito Santo “o pão era distribuído aos pobres”: os pobres que, ao vê-la ali, viva e verdadeira, a
rodeavam gritando socorro: “E eu – diz – prometi a eles a minha ajuda...”.

Finalmente, é no Espírito Santo que fica sabendo da morte de treze entre postulantes e irmãs.
Então se debruça sobre uma pedra e fica imóvel. As lágrimas descem na medida em que vai
refletindo e analisando a tragédia.

Deixo esta comovente apóstola do “Evangelho social” assim. Mas advertindo que no
renascimento de Messina e dos messinenses ela será ainda e sempre, mulher de primeira fila. Virá a
grande guerra de 15 a 18, posteriores iniciativas nascerão: como os jornais antonianos, as
tipografias e outras oportunidades de trabalho para as jovens da sociedade. Não se voltará mais
atrás, porque a sua ação social se fundamentara na caridade cristã, que não é mais um efêmero fogo
de palha.

28
Positio, II, Biografia Documentada, p. 378. O Documento está completo nas páginas 375-80.
Documento

“Dolorosa Memória” (28 de dezembro de 1908)

Esta data traz para nós tristes lembranças e arrepios, porque o terremoto atingiu toda cidade
e mais de cem mil pessoas foram vítimas da grande catástrofe. Também nós fomos atingidas por
este desastre, não só porque destruiu quase tudo do mosteiro, mas também porque treze jovens,
nossas queridas filhas, sucumbiram à destruição.

Eu, irmã Maria Nazarena, naquela circunstância, não me encontrava em Messina, mas em
uma das nossas casas, propriamente em Taormina para visitar o instituto. Fui no sábado anterior,
após o almoço, tendo que retornar para um compromisso de suma importância domingo à noite.

Sendo que não foi possível viajar no horário previsto, eu queria partir no próximo horário
que chegaria a Messina pelas 10h30 da noite, mas a superiora local não queria deixar-me viajar
porque era muito tarde, pediu que eu ficasse e viajasse na segunda-feira pela manhã. Como de
costume nos levantamos para fazer as orações e no momento em que estávamos terminando a
meditação e as orações da manhã, se escutou também ali um forte abalo do terremoto, a ponto de
derrubar os candelabros que estavam sobre o altar e alguns pedaços do teto da Igreja caíram. As
irmãs gritavam assustadas: “Madre, Madre!” e caiam umas sobre as outras. Eu, imóvel permaneci
em pé dizendo: “Jesus meu, somos vítimas”. Acabado o tremor, entramos no convento, onde
encontramos a superiora com as órfãs chorando; consolávamo-nos mutuamente, no entanto se fez
celebrar a Missa e, terminada a mesma, decidi partir imediatamente para Giardini. A superiora
local, Madre Carmela D’Amore, queria encontrar uma carrocinha, mas eu não quis esperar mais
nem um momento; a pé e a passos rápidos prossegui para Giardini. A superiora não me deixou
partir sozinha, e para fazer-me companhia enviou outras duas irmãs.

Chegando a Giardini fui comprar passagens para Messina. O bilheteiro surpreso me


perguntou o motivo que me fez decidir ir à Messina. Depois de completamente destruída pelo
incêndio e pelo maremoto, era um risco aventurar-se porque se poderia afundar. Mas eu estava
cheia de coragem para enfrentar o perigo e respondi: “Não importa; se é assim vou perecer com
os meus”!

O trem atrasou um pouco e enquanto esperava percebi que em uma sala na estação havia
refugiados messinenses; eles disseram que no Instituto do Espírito Santo se distribuía pão aos
pobres. Tal novidade me encorajou e fiz de tudo para falar eu mesma com eles, mas não me foi
permitido. Aquele raio de luz foi ofuscado pelas futuras e tristes notícias: Messina se transformou
em um monte de destroços; não sobreviveram mais que umas quinhentas pessoas. E eu então, aflita
e amargurada por aquilo que não se pode expressar dizia: “Meu Jesus, entre os quinhentos
sobreviventes, cento e cinquenta são os nossos”?

A viagem teve início entre gemidos e lágrimas; víamos o trem que vinha de Messina que
transportava os feridos, quase mortos, já que os semblantes eram cadavéricos.

Finalmente estávamos próximas de Messina; o aspecto da cidade está inteiramente


alterado... Oh Deus! Que aperto no coração!
Descemos do trem e os estragos mais cruéis estavam sob os nossos olhos. Caminhamos em
direção ao instituto, mas, meu Deus, que dificuldade! Os montes de destroços impediam a
passagem, já não se conheciam mais as estradas, não se sabia mais para onde dirigir-se. Era
necessário caminhar em meio aos destroços e quase inevitáveis perigos: fios elétricos, traves,
pregos e água que jorrava por tudo. A isso tudo se ajuntava a dor e o dilacerante cenário de tantos
mortos de um lado e de outro, que jaziam nas ruínas.

De imediato me encaminhei até a Praça do Espírito Santo, tantas pessoas me rodeavam


pedindo socorro; e eu prometi a elas a minha ajuda, mas estava procurando a comunidade. Ouvi
uma voz dizendo: “as crianças vivem todas”; outra voz sobressaiu dizendo: “fica quieta” quase
querendo abafar a primeira voz.

Deixo ao leitor considerar o contraste que estava presente em mim: estava na soleira da
porta e ignorava a sorte da comunidade, que ao saber da minha chegada deixara a provisória
construção de alguns barracos, dos quais cuidavam o Padre Pantaleone Maria Palma e os irmãos
Rogacionistas do nosso instituto masculino, e vieram ao meu encontro no portão de entrada. Ao
ver que eram numerosas, me consolei, senti um pouco de conforto do qual estava privada; ver o
Padre Palma e os irmãos era consolador e acalmava em parte o temor e o medo. Chegando ao
jardim e vendo quase toda comunidade, dei graças ao Senhor e prostrada sobre a terra a beijei
várias vezes, mesmo encharcada pela chuva incessante.

Então comecei a chamar, uma por uma, as jovens ausentes, ai de mim! Não estavam mais.
Busquei coragem e me pus a ajudar a acomodar o acampamento da comunidade; mas não pude
prosseguir muito, porque tomada pelo esmorecimento fiquei em estado de choque por longo tempo.

A comunidade se alegrou com a minha chegada.


A sua “cronologia social”

Consideramos importante salientar aqui as atividades sociais relevantes, das quais, Madre
Nazarena, em dinâmica comunhão com o fundador, Pe. Aníbal Maria Di Francia, foi protagonista.

1892 Madre Nazarena, junto de outras irmãs, acolhe e cuida das órfãs vindas do ex-
Instituto do Pe. Sollima.
1898 Realiza-se a transferência do provisório Palácio Brunaccini para a sede do Espírito
Santo; Nazarena colabora na restauração dos ambientes, na implantação do orfanato
feminino, do qual se torna diretora no ano seguinte, responsável de umas setenta
crianças e jovens da comunidade.
1899 Inaugura-se, por iniciativa do Pe. Aníbal, o moinho-panifício no orfanato anexo ao
Espírito Santo; o “pão de puro grão” se torna logo popular na cidade.
1899 Nazarena começa a trabalhar na cura das órfãs atingidas pela epidemia do tifo.
1902 Abre-se a casa de Taormina, iniciam-se as atividades e, depois de alguns meses,
Nazarena passa a direção às coirmãs. Volta a Messina com o cargo de superiora
local e também de superiora Geral.
1903 Abre-se a casa de Giardini próxima a Taormina.
1907 A primeira estátua de Santo Antônio de Pádua é colocada na Igreja de Santa Maria
do Espírito Santo; é uma data significativa para a futura propagação da devoção
antoniana. Madre Nazarena se entusiasma. Colabora também na difusão do periódico
“Deus e o Próximo”, criado por Padre Aníbal.
1908 Nos primeiros meses, após o terremoto, Madre Nazarena se transfere com a
comunidade para a Puglia, com todo orfanato do Espírito Santo. Junto ao Padre
Aníbal, abre as casas de Ória, de Trani e algumas outras em caráter provisório.
Depois de dois anos de intensa ação social, de socorro aos pobres, volta a Messina.
1911/12 Frustrada a tentativa de fechar a casa de Taormina, colabora com Padre Aníbal para
que as autoridades municipais se deixem conduzir pela solidariedade em favor das
jovens desfavorecidas e não por ideologia política.
1915 Madre Nazarena se destaca durante a grande guerra, na doação de alimentos e
gêneros de primeira necessidade à população de Messina; cuida também para que
nada falte aos órfãos nas casas da Sicília e das Puglias. Para tal fim, põe em
atividade máxima o moinho, e envolve a maioria das irmãs na difusão dos impressos
antonianos.
1916 Abre-se o Orfanato Antoniano Feminino em Altamura para abrigar os órfãos de
guerra, envolvendo-se generosamente, seguindo a intuição de Padre Aníbal.
1918 Envia um grupo de irmãs de Messina a Pádua, onde prestarão socorro aos feridos de
guerra que se encontram no hospital Militar (G. Belzoni).
1918/19 Durante a epidemia, conhecida como espanhola, Madre Nazarena se dedica ao
cuidado dos doentes.
1920/21 Abre-se a casa de verão em Filmara Guardia para as órfãs e cria-se também uma
colônia agrícola.
1925 Madre Nazarena vai a Francavilla Fontana, onde está projetado um externato para
meninas da comunidade.
1925 Madre Nazarena está presente na abertura da casa para as órfãs em Roma.
1928/32 Assume o cargo de superiora da casa de Taormina, onde desenvolve uma grande
obra de caridade para com os pobres e os encarcerados, enquanto incrementa o
laboratório para as meninas.
1932/34 Madre Nazarena é superiora do Instituto do Espírito Santo, Casa Mãe em Messina. A
sua habitual caridade para com aquela pobre gente suscita críticas de algumas irmãs,
até que em janeiro de 1934 é transferida para Cúria Geral de Roma. E aí morre no
dia 25 de janeiro de 1939.
Índice

Apresentação

1. Messina, um amor à primeira vista

2. Messina, campo de experimento do “Evangelho Social

3. Em sua ação social a marca do “Rogate”

4. Uma escala social com os últimos acima de todos

5. Educava ao trabalho com surpreendente modernidade.

6. A mãe dos pobres chora os filhos de sua Messina

Documento

A sua “cronologia Social

Você também pode gostar