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MULTICRITERIO. IMPACTOS DO MESTRADO PROFISSIONAL NO


DESEMPENHO DOS SEUS EGRESSOS: MODELO PARA MAPEAMENTO DE
PERCEPÇÕES DA EMPRESA

Article · January 2008

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Livia Dias de Oliveira Nepomuceno Ruben Huamanchumo Gutierrez


Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) Universidade Federal Fluminense
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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

IMPACTOS DO MESTRADO
PROFISSIONAL NO DESEMPENHO DOS
SEUS EGRESSOS: MODELO PARA
MAPEAMENTO DE PERCEPÇÕES DA
EMPRESA
Livia Dias de Oliveira (UFF)
livia@vm.uff.br
Helder Gomes Costa (UFF)
hgc@vm.uff.br
Ruben Huamanchumo Gutierrez (UFF)
rubenhg@uol.com.br

Os mestrados profissionais são programas com foco diferente daqueles


apresentados pelos mestrados acadêmicos, sua avaliação apresenta
novas dificuldades e reflexões. O presente trabalho apresenta uma
modelagem para levantamento e análise daas percepções das empresas
contratantes de alunos de mestrado profissional sobre os impactos
gerados pelos cursos no desempenho profissional dos discentes. A
abordagem proposta foi aplicada em um curso classificado na área de
Engenharias III pela CAPES. Os critérios utilizados foram definidos
com base na revisão bibliográfica. Os resultados obtidos indicam a
viabilidade da aplicação da modelagem e que a mesma pode subsidiar
a tomada de decisão no âmbito da gestão/coordenação de cursos desta
natureza.

Palavras-chaves: Avaliação, Percepção, Mestrado Profissional,


DEsempnho, IES.
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

1. Introdução
Os programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil são avaliados pela CAPES. A
avaliação também serve como direcionador às estratégias adotadas pelas coordenações dos
programas no país. Uma problemática recente que envolve a avaliação e classificação de
desempenho de Programas de Pós-Graduação é a avaliação da modalidade stricto sensu
denominada Mestrado Profissional.
Conforme reportado em Brasil (1998), o mestrado profissional é a designação do curso que
enfatiza estudos e técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um alto nível de
qualificação profissional, que tem por objetivo a capacitação para o mercado de trabalho.
Ainda segundo a CAPES (2007), este tipo de curso se justifica pela necessidade de formação
de recursos humanos para atuação fora da universidade.
O Mestrado Profissional concede aos seus egressos os mesmos direitos e prerrogativas
garantidas aos oriundos do mestrado acadêmico e propõe a formação de profissionais com
foco no exercício profissional no ambiente produtivo. Conforme reportado em Oliveira et al.
(2000), estas diferenças trazem conflitos e polêmicas ao reconhecimento deste tipo de curso.
Apesar do Mestrado Profissional no Brasil ter sido proposto há mais de uma década, estas
polêmicas ainda persistem e permanecem atuais.
O objetivo desta pesquisa é contribuir na investigação sobre os impactos originados pelos
cursos de pós-graduação, mais especificamente os cursos de Mestrado Profissional, no
desempenho dos seus egressos.
A proposta apresentada baseia-se no mapeamento e análise das percepções da empresa, onde
trabalham alunos de um programa de mestrado profissional, sobre a influência do curso no
desempenho profissional de seus egressos. A coleta de dados foi realizada entre chefes
imediatos destes alunos na empresa onde trabalham.
2. Revisão Bibliográfica
São destacados a seguir estudos que envolvem reflexões sobre a avaliação de Instituições de
Ensino Superior (IES) e Pós-graduação ou apresentam alguma outra relação com o tema
abordado no presente trabalho.
− Belloni (2000) avalia o desempenho de universidades federais brasileiras sob o ponto de
vista do critério da eficiência produtiva. Apresenta o uso interativo de técnicas estatísticas e
de Análise Envoltória de Dados (DEA) aplicado a um estudo de caso. Os resultados
integram um conjunto de indicadores da qualidade da pós-graduação e da pesquisa e um
indicador da qualidade da graduação. Foi possível considerar conjuntamente variáveis
representativas das atividades universitárias em uma escala global da instituição e também
observar características próprias de cada universidade em particular.
− Carvalho (2001) discute sobre critérios para avaliação dos programas de pós-graduação com
base em um levantamento sobre os primeiros 25 anos do curso de pós-graduação de
Psicologia Experimental da USP. A pesquisa recomenda a auto- avaliação como ferramenta
de validação e questionamento de avaliações externas e propõe a utilização dos seguintes
critérios para avaliação dos programas: participação dos alunos na produção científica;
avaliação do curso pelos alunos; e, destino profissional dos titulados.

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A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.
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− Jucá (2001) analisa o perfil do curso de Mestrado em Educação em Saúde da


UNIFOR(Universidade de Fortaleza) através da Metodologia MACBETH (Measuring
Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique). Os resultados da pesquisa
fornecem orientação contextual para o processo de tomada de decisões à administração da
UNIFOR.
− Sant’anna (2002) investiga sobre o impacto da variação da quantidade de alunos em cursos
de pós-graduação em dois quesitos da produtividade docente: formação de mestres; e,
geração de resultados de pesquisa. A proposta é aplicada primeiramente a cursos de
mestrado em Engenharia de Produção e posteriormente explora-se a possibilidade de
adicionar dados de cursos de mestrado em Engenharia Mecânica. A metodologia aplicada
consiste na comparação de três métodos de agregação de critérios da produtividade global:
DEA clássica; produtividade global avaliada probabilisticamente; e, produtividade
explicada por um modelo hierárquico. A pesquisa aponta as diferenças entre os conceitos
agregados medidos pelas diferentes abordagens destacando a diferença entre os coeficientes
da função de produção das duas áreas investigadas.
− Miranda e Almeida (2003) tratam da avaliação de Programas de Pós-graduação (stricto
sensu) tendo como objeto de estudo o sistema de avaliação da CAPES e os resultados da
avaliação de curso da área de “Engenharias III” da CAPES no triênio 1998-2000.
Apresentam a aplicação do método ELECTRE TRI, que é um método de Auxílio
Multicritério À Decisão (AMD), como forma alternativa de tratar a classificação dos
programas de pós-graduação.
− Miranda e Almeida (2004) abordam a avaliação de Programas de Pós-graduação (stricto
sensu) tendo como objeto de estudo o sistema de avaliação da CAPES e os resultados da
avaliação de curso da área de “Engenharias III” da CAPES no triênio 1998-2000. Através
da aplicação de dois métodos AMD, MAUT e ELECTRE II, estabelece uma Ordenação (ou
ranking) dos programas analisados e compara os resultados obtidos pelo emprego dos dois
métodos diferentes de ordenação.
− Lins et al. (2004) tratam da avaliação de programas de pós-graduação. A abordagem
proposta foi aplicada aos programas de Engenharia de Produção reconhecidos pela CAPES
e utiliza DEA como apoio quantitativo para subsidiar a pesquisa. Os resultados obtidos
revelam características específicas do método adotado que se apresenta como uma
possibilidade de apoio subsidiário nas interpretações relativas ao processo de avaliação.
− Moreira et al. (2004) discutem sobre possíveis modificações no sistema de avaliação da pós-
graduação no Brasil. A proposta foi aplicada mediante pesquisa de opinião junto ao
colegiado de doutores da Fundação Oswaldo Cruz sobre proposições sugeridas pelos
convidados internacionais da CAPES na avaliação de 2001. O trabalho ressalta uma
necessidade de maior discussão sobre aspectos que abordam a valorização da atividade
docente e a possibilidade de se ampliar a avaliação da pós-graduação, contemplando
também questões referentes à qualidade do ensino e à auto-avaliação institucional.
− Spagnolo e Souza (2004) investigam sobre possíveis mudanças na composição dos critérios
de avaliação adotados no sistema de avaliação da CAPES através de pesquisa realizada
durante a avaliação de 2004, junto aos membros das comissões de avaliação e
coordenadores de programas de pós-graduação de instituições privadas. Os resultados não
apontam grandes alterações, mas sugerem uma abertura a novos aspectos e uma melhor
definição de idéias ainda não muito bem assimiladas pela Academia.
− Cordeiro e Parente. (2004) analisam o perfil profissional e acadêmico dos egressos dos
cursos de pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e

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avaliação da qualidade dos serviços prestados pela instituição sob a percepção dos alunos e
egressos do curso. Utilizam estatística descritiva para análise dos dados e formulação das
propostas para melhoria do ensino oferecido pela instituição. A aplicação da proposta indica
necessidade de mudanças em direção a uma maior valorização do conhecimento, da
informação e do capital humano da Instituição de Ensino analisada.
− Politis e Siskos (2004) avaliam o desempenho dos processos do Departamento de
Engenharia de Produção e Gestão da Universidade Técnica de Creta pela captação de
percepção dos alunos, diplomados e empresas que empregam esses alunos do departamento.
O desenvolvimento da proposta baseia-se na utilização do método MUSA (Multicriteria
Satisfaction Analysis). A pesquisa destaca a necessidade de uma constante avaliação das
instituições de ensino e pesquisa, para que possam preparar a sociedade para as mudanças
geradas pela globalização e pela reestruturação do mercado de trabalho.
− Kerr Pontes et al. (2005) realizam uma reflexão sobre os critérios utilizados pela CAPES na
avaliação da pós-graduação, com destaque para os programas da área de Saúde Coletiva. O
trabalho destaca o impacto produzido pelas concepções de ciência, subjacentes à formulação
dos critérios de avaliação, e os obstáculos encontrados na avaliação de cursos que
desenvolvem suas práticas em contextos distintos.
− Piquet et al. (2005) realizam uma reflexão sobre a contribuição do mestrado profissional na
qualidade da formação pós-graduada brasileira com ênfase na área de planejamento regional
e urbano. O trabalho aponta contribuição desta nova modalidade stricto sensu no
atendimento à crescente demanda por qualificação gerada pelas questões relativas ao
desenvolvimento regional, descentralização administrativa e entrada em vigor do Estatuto
da Cidade e da Lei de Responsabilidade Fiscal.
− Quelhas et al. (2005) analisam o papel desempenhado pelos mestrados profissionais no
sistema de pós- graduação do Brasil. O trabalho reúne uma abordagem crítica, definições e
discussão sobre a importância dos programas de mestrado profissional na interação entre os
problemas profissionais e o conhecimento produzido na universidade. Os autores concluem
apresentando questões de natureza metodológica e estrutural a serem observadas nesta
modalidade de pós-graduação.
− Neves e Costa (2006) avaliam e classificam o desempenho e posicionamento estratégico de
um Programa de Mestrado em Engenharia de Produção. Integração da Análise SWOT ao
método ELECTRE TRI. Apresenta uma proposta para avaliação estratégica de programas
de pós-graduação que considera a subjetividade inerente a este problema.
− Rocha (2006) apresenta a auto-avaliação do Centro de Pós-Graduação da Fundação
Visconde de Cairu. Utiliza oficinas coletivas para construção do diagnóstico institucional.
Os resultados apontam uma ação articulada, entre a avaliação e gestão organizacional, como
instrumento para a qualidade institucional.

Apesar dos avanços oriundos das pesquisas reportadas acima, ainda no contexto do
sistema de avaliação de pós-graduação, a polêmica envolvendo a avaliação do mestrado
profissional permanece atual e presente.
3. Modelagem
Nesta seção apresenta-se uma modelagem na qual se aplicou a abordagem proposta a um caso
real.

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3.1 Caracterização do Programa sob Avaliação


Foi escolhido um Programa de Pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado Profissional) da Área
de Engenharias III da CAPES. O universo da pesquisa foi composto por chefes de alunos de
uma mesma turma (do tipo “in company”) de mestrado profissional. Os questionários foram
encaminhados aos membros deste universo.
Neste trabalho vale registrar que:
− A palavra aluno é usada indiscriminadamente para discentes e egressos do curso (sendo que
os discentes, em sua totalidade já haviam concluído os créditos e encontravam-se em fase de
conclusão da dissertação - ou já haviam defendido a mesma).
− A palavra chefe é adotada para definir os membros da organização, gestores dos setores
onde os funcionários/alunos do mestrado profissional encontravam-se lotados.

3.2 Escolha do Conjunto de Critérios e Instrumento de Coleta de Dados


O conjunto de critérios adotados e a elaboração do instrumento para coleta de dados entre os
chefes foram definidos com base na revisão bibliográfica, tendo por referência inicial o
trabalho de NEVES (2005). No Anexo I encontra-se um modelo do questionário utilizado na
pesquisa juntamente com os 16 critérios avaliados.
3.3 Escala para Julgamento dos Critérios
Dois aspectos foram pesquisados no mapeamento das percepções: desempenho e importância.
As escalas de julgamento, adotadas para a obtenção das respostas em cada critério, foram
baseadas nos trabalhos de Likert (1932) e Miller (1954) e encontram-se descritas nas Tabelas
1 e 2 a seguir.
Não sei
Muito Bom Bom Regular Ruim Muito Ruim
opinar
2 1 0 -1 -2 N
Tabela 1 - Escala para julgamento do grau de desempenho

Muito Importância Pouco Nada Não sei


Importante
Importante média Importante Importante opinar
4 3 2 1 0 N
Tabela 2 - Escala para julgamento do grau de importância
Fonte: Os autores

3.4 Coleta dos Julgamentos de Valor


Os questionários foram distribuídos via correio eletrônico para 5 chefes em julho de 2006. As
respostas foram obtidas em uma semana, com retorno de 4 chefes. A compilação das
respostas obtidas é reportada no Anexo II do presente trabalho.
3.5 Análise dos Resultados Obtidos na Pesquisa com os Chefes
Os valores médios das percepções dos chefes, quanto ao desempenho e importância em cada
critério avaliado, são apresentados nas Figuras 1, 2, 3 e 4.

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1,5
Percepções

0,5

0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Critérios

Figura 1 - Percepções dos chefes sobre o nível de desempenho

1,5
Percepções

0,5

0
C1 C5 C7 C8 C9 C12 C15 C16 C2 C4 C11 C13 C14 C6 C10 C3
Critérios

Figura 2 - Percepções dos chefes sobre o nível de desempenho em ordem decrescente

Das Figuras 1 e 2, observa-se que a questão C3, que aborda a negociação da empresa com a
coordenação do curso, obteve menor valor médio de desempenho (0,5). A maior média (1,8)
foi obtida em metade das questões relacionadas no questionário:
− C1, Qualidade do material didático;
− C5, Impacto no perfil pesquisador dos estudantes;
− C7, Impacto na capacidade de trabalhar em equipe;
− C8, Nível de resposta às necessidades da companhia;
− C9, Impacto na auto- estima do pós-graduado;
− C12, Impacto na capacidade de expressão do pós-graduado;
− C15, Impacto na capacidade em resolver problemas, e,
− C16, Capacidade de aplicação de métodos organizados.

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5
4
Percepções

3
2
1
0
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
Critérios

Figura 3 - Percepções dos chefes sobre o nível de importância

5
4
Percepções

3
2
1
0
C7 C15 C16 C1 C4 C5 C8 C9 C12 C13 C6 C10 C11 C14 C2 C3
Critérios

Figura 4 - Percepções dos chefes sobre o nível de importância em ordem decrescente

Das Figuras 3 e 4 destaca-se que o menor valor (3) foi encontrado em dois aspectos: C2
(suficiência do material didático) e C3 (negociação com a coordenação do curso). Três
questões merecem maior atenção por receber valor máximo de importância na visão dos
quatro chefes. São elas: C7 (impacto na capacidade do pós-graduado em trabalhar em equipe),
C15 (impacto na capacidade do estudante em resolver problemas) e C16 (impacto na
capacidade de aplicação de métodos organizados).
Sobre as percepções dos chefes ainda destaca-se:
− Os critérios C7 (relacionamento interpessoal), C15 (capacidade em resolver problemas) e
C16 (uso de métodos organizados) apresentaram maior grau de importância e se encontram
entre os que obtiveram maior valor médio quanto ao desempenho;
− A questão C3 (negociação com a coordenação do curso), que apresentou o menor nível de
desempenho, mas também menor grau de importância;
− Os aspectos C1, C5, C7, C8, C9, C12, C15, C16, já mencionados anteriormente com valor
médio de desempenho igual a 1,8 encontram-se entre os mais importantes na visão dos
chefes.

4. Conclusões
A abordagem proposta neste trabalho contribui a auto-avaliação e gestão de programas de
pós-graduação, mais especificamente cursos de mestrado com ênfase profissional. A

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modelagem focou as questões relacionadas ao impacto no desempenho profissional do


egresso, captando as percepções os seus chefes sobre o seu desempenho.
Ressalta-se que as percepções dos chefes variam de acordo com as experiências vividas e o
mapeamento destas percepções contribui na construção de um sistema de avaliação que busca
melhoria contínua. A aplicação proposta permite comparar os objetivos traçados pela
coordenação do curso com o desempenho percebido pela empresa na qual se encontram
lotados os alunos.
Quanto aos resultados da pesquisa, destaca-se que:
− Nenhuma questão apresentou valor médio de importância inferior a 3. Isto confirma a
relevância dos critérios adotados no questionário.
− Em todos os critérios, o desempenho do programa foi considerado “Bom” ou “Muito Bom”.
No entanto, alguns critérios devem receber maior atenção: o impacto do curso no perfil
negociador e na capacidade do pós-graduando em falar em público e o aspecto relacionado à
negociação da coordenação do curso com os representantes da empresa.

Embora a elaboração dos questionários tenha sido feita em uma visão ampla, a coleta de
dados no experimento limitou-se a aplicação de questionários a chefes de uma única turma de
pós-graduação que trabalham numa mesma empresa. Em função disto, os resultados do
experimento devem ser considerados apenas para este contexto, não devendo ser feitas
extrapolações.
Como proposta para futuros trabalhos de pesquisas sugere-se:
− Aplicação da abordagem proposta a outras situações de avaliação de programas de mestrado
profissional, construindo assim um banco de informações que possibilitem conclusões mais
abrangentes;
− Aplicação do questionário junto: ao corpo docente, aos coordenadores; e, aos membros dos
comitês de avaliação da CAPES - no objetivo de mapear contrastes de percepção entre
membros destes diferentes grupos.

5. Referências
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250 p.

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Agradecimentos:
Os autores agradecem ao apoio do CNPq.

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ANEXO I
QUESTIONÁRIO
Para cada critério serão avaliadas 2 variáveis. Na primeira será captada a percepção quanto ao
desempenho do programa e na segunda, a percepção do respondente quanto ao grau de
importância do critério.
Para preencher o formulário utilize as seguintes escalas:
- Quanto ao desempenho do programa:
Muito Bom Bom Regular Ruim Muito Ruim Não sei opinar
2 1 0 -1 -2 N
- Quanto ao grau de importância do critério:
Muito Importância Pouco Nada Não sei
Importante
Importante média Importante Importante opinar
4 3 2 1 0 N
I. DIMENSÃO: CHEFIA IMEDIATA
Critério Descrição Desempenho Importância
Material Didático
Qualidade do material
C1 (livros, notas de aula, 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
didático.
etc)
Material Didático
Suficiência do material
C2 (livros, notas de aula, 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
didático.
etc)
Negociação dos
Negociação com a
C3 representantes da empresa 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
coordenação do curso
com a coordenação do curso.
Impacto no perfil de
C4 Perfil empreendedor empreendedor do pós- 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
graduado.
Impacto no perfil de
C5 Perfil Pesquisador 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
pesquisador do pós-graduado.
Impacto no perfil de
C6 Perfil Negociador 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
negociador do pós-graduado.
Impacto na capacidade do
Relacionamento
C7 pós-graduado para trabalhar 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
Interpessoal
em equipe.
Correlação da grade
Nível de resposta às
curricular com as reais
C8 necessidades da 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
necessidades encontradas na
companhia
empresa.
Impacto na auto-estima do
C9 Auto- estima 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
pós-graduado.
Impacto na capacidade, do
C10 Oratória pós-graduado, de falar em 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
público.

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Influência no desembaraço do
C11 Desinibição 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
pós-graduado.
Impacto na capacidade de
expressão do pós-graduado
C12 Capacidade de expressão (exposição de idéias, 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
sugestões, conceitos,
conclusões, etc)
Impacto na capacidade em
C13 Senso crítico 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
estabelecer críticas.
Impacto na capacidade do
C14 Absorção de críticas 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
estudante em receber críticas.
Impacto na capacidade do
C15 Solução de Problemas estudante em resolver 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
problemas.
Impacto na capacidade de
Uso de métodos
C16 aplicação de métodos 2 1 0 -1 -2 N 4 3 2 1 0 N
organizados
organizados.

ANEXO II
As tabelas A2.1 e A2.2 apresentam, respectivamente, os resultados dos dados
coletados entre os chefes sobre o nível de desempenho e importância dos critérios
relacionados na pesquisa.
Tabela A2.1-Percepções dos chefes sobre o nível de desempenho

CHEFES C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16

1 2 2 2 1 2 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 2
2 1 1 0 2 2 1 1 2 2 1 1 1 2 1 2 1
3 2 1 0 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 2
4 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Tabela A2.2- Percepções dos chefes sobre o nível de importância

CHEFES C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16

1 4 3 3 4 3 3 4 4 4 3 3 4 3 3 4 4
2 4 3 2 4 4 4 4 4 3 3 3 3 4 3 4 4
3 4 3 3 3 4 4 4 3 4 4 4 4 4 4 4 4
4 3 3 4 4 4 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

11
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