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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

PEDAGOGIA

Vita Lopes Camacho

VIDA E OBRAS PAULO FREIRE

Nacala-Porto, Abril de 2022


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

PEDAGOGIA

Vita Lopes Camacho

O presente trabalho é de carácter


avaliativo, pertencente a cadeira
Pedagogia, do curso Administração e
Gestão Educacional, no Instituto Superior
de Ciências e Gestão, 2º ano-1º semestre.

Docente: Armindo Miguel

Nacala-Porto, Abril de 2022


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III
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4
Vida De Paulo Freire .................................................................................................................. 5
Método Paulo Freire ................................................................................................................... 6
Obras De Paulo Freire ................................................................................................................ 7
Algumas Citações De Paulo Freire ............................................................................................. 8
Conclusão ................................................................................................................................... 9
Referências ............................................................................................................................... 10
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Introdução
O presente trabalho da cadeira Pedagogia é de carácter avaliativo, o trabalho aborda
acerca da vida e obra de Paulo Freire. Neste, está desenvolvido informações sobre Paulo
Freire, primeiramente devemos saber que ele foi o mais célebre educador brasileiro, com
atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de
alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico
assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno.
Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua
situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação.

Segue-se a estrutura do trabalho:


 Introdução;
 Desenvolvimento;
 Conclusão;
 Bibliografia.
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VIDA DE PAULO FREIRE


Paulo Reglus Neves Freire, mais conhecido por Paulo Freire, nasceu em 19 de
setembro de 1921, na cidade de Recife, capital de Pernambuco. Paulo Freire ficou órfão de
pai aos treze anos. Sua educação inicial contou com o ingresso no Colégio Oswaldo Cruz, em
Recife, por meio de bolsa concedida pelo diretor. Mais tarde, Freire tornou-se auxiliar de
disciplina e, após formação, professor de Língua Portuguesa.
Freire foi nomeado diretor do Departamento de Educação e Cultura, do Serviço Social
da Indústria, iniciando um trabalho com a alfabetização de jovens e adultos carentes e de
trabalhadores da indústria.
Em 1959, Paulo Freire passou no processo seletivo para a cátedra de História e
Filosofia da Educação da Escola de Belas Artes da Universidade de Recife, com a
tese Educação e atualidade brasileira. Em 1961, o professor tornou-se diretor do
Departamento de Extensões Culturais, da Universidade de Recife, o que o possibilitou realizar
as primeiras experiências mais amplas com alfabetização de adultos, que culminaram na
experiência de Angicos.
Por possibilitar a alfabetização de jovens e adultos em cerca de 40 horas e com baixos
custos, o método desenvolvido por Paulo Freire inspirou o Plano Nacional de
Alfabetização, que começou a ser encabeçado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Uma greve de trabalhadores de uma obra que se recusaram a trabalhar enquanto não
tivessem seus direitos garantidos, como descanso semanal remunerado e uma jornada de
trabalho que respeitasse a jornada estabelecida pela Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), foi o início para a acusação de comunismo contra o projeto de
alfabetização freireano. Empresários e fazendeiros, primeiramente do Rio Grande do Norte,
não aceitaram a reivindicação dos trabalhadores, antes analfabetos e agora entendedores de
seus direitos.
Outra questão entrou em jogo no cenário político: na época, somente poderia votar
quem fosse alfabetizado. O Plano Nacional de Alfabetização poderia levar o letramento a até
seis milhões de brasileiros, o que significaria seis milhões de novos eleitores fora das classes
dominantes. Esses fatores foram decisivos para que, ainda em abril de 1964, o Plano Nacional
de Alfabetização fosse cancelado. Esses também foram fatores decisivos para a prisão de
Paulo Freire, Marcos Guerra (advogado e um dos coordenadores do projeto em Angicos) e
dezenas de outras pessoas, que, como no caso de Freire, também foram exiladas.
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Por conta disso, Paulo Freire passou 70 dias preso e foi exilado. No exílio, foi
primeiramente para o Chile, onde coordenou projetos de alfabetização de adultos, pelo
Instituto Chileno da Reforma Agrária, por cinco anos. Em 1969, o professor pernambucano
foi convidado a lecionar na Universidade de Harvard. Em 1970, foi consultor e coordenador
emérito do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), com sede em Genebra, na Suíça.
Até o seu retorno ao Brasil, em 1980, Freire fez viagens a mais de 30 países pelo CMI,
prestando consultoria educacional e implementando projetos de educação voltados para a
alfabetização, para a redução da desigualdade social e para a garantia de direitos. Foi nesse
período em que o pensador brasileiro implementou importantes projetos educativos em
Guiné-Bissau, Moçambique, Zâmbia e Cabo Verde.
Em 1978, a Lei da Anistia permitiu o retorno de exilados políticos. Em 1980, Freire
retornou ao Brasil. Após isso, passou a lecionar na Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) e na Universidade de Campinas (Unicamp).
Entre 1988 e 1991, Freire foi nomeado secretário de educação do município de São
Paulo pela então prefeita, Luiza Erundina, na época filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT).
No dia 2 de maio de 1997, Paulo Freire morreu, aos 76 anos, após passar por uma
angioplastia e apresentar um complexo quadro de saúde devido a problemas no sistema
circulatório. Em vida e postumamente, o professor Paulo Freire foi condecorado com 48
títulos honoríficos.
Em todo o mundo, cerca de 350 escolas e instituições, como bibliotecas e
universidades, levam o seu nome como forma de homenagem. Em 2005, a deputada Luiza
Erundina criou um projeto de lei para reconhecer Paulo Freire como Patrono da Educação
Brasileira. O projeto de lei somente sancionado em 2012, por meio da Lei 12.612/12, pela
então presidente Dilma Rousseff.

Método Paulo Freire


Paulo Freire elaborou o projeto, formou uma comissão de coordenadores e treinou
professores para aplicar o plano. Em 40 horas, percorridas durante quase um mês, 300 jovens
e adultos foram alfabetizados pelo método desenvolvido por Freire. O educador brasileiro
criticava o modelo de educação que ele chamava de “educação bancária”. Esse modelo é
baseado na visão de que o professor é o centro do processo e detentor do conhecimento das
matérias, sendo o responsável por depositar aquilo que sabe em seus alunos.
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Freire falava da importância de pensar-se em uma educação capaz de reconhecer


a cultura do educando e agir com base nela, naquela realidade, pois somente assim ela faria
sentido para aquele que vai ser alfabetizado. Nas palavras do filósofo:
“a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta
não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.”

Na visão de Freire, a leitura (e, no mesmo sentido, a escrita) somente fará sentido se
for acompanhada de uma capacidade de ler o mundo, de perceber o mundo, de reconhecer os
papéis desempenhados pelos atores do mundo e de reconhecer-se como peça naquele mundo.
Por isso, Freire agia com base nas palavras que faziam parte do cotidiano dos trabalhadores
em processo de alfabetização para ensiná-los.
Uma das características do método freireano é a tentativa de levar uma conscientização
política e de classe para os educandos. Talvez esse seja o fator que mais tenha despertado a ira
dos setores conservadores, responsáveis por extinguir o Plano Nacional da Alfabetização e
por exilar o professor pernambucano.
A obra de Paulo Freire e o seu método são profundamente marcados pela insistência de
levantar-se um novo tipo de educação, capaz de dar autonomia às classes dominadas por
meio do diálogo e de uma educação emancipadora.

OBRAS DE PAULO FREIRE


Entre publicações em vida, publicações póstumas, cartas, entrevistas, ensaios e artigos,
somam-se em sua obra quase 40 livros publicados. Os mais importantes, para a compreensão
da trajetória intelectual do filósofo e educador, são as seguintes:

 Pedagogia do oprimido: escrito ainda no início do exílio, quando Freire estava no


Chile, o livro propõe uma revisão da relação entre educadores e educandos;
 Educação como prática da liberdade: escrito no exílio após o término de Pedagogia
do oprimido, esse livro é uma autocrítica de sua atuação e uma proposta de
educação que visa a acabar com a exclusão. Ele aponta a relação intrínseca
entre educação, conscientização e inclusão;

 Cartas à Guiné-Bissau: livro escrito entre 1976 e 1977, período em que Freire atuou
no projeto de alfabetização popular promovido em Guiné-Bissau após a sua
independência;
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 Pedagogia da autonomia: Freire tem um objetivo muito claro nesse livro de apresentar
um conjunto de conhecimentos e práticas indispensáveis a qualquer educador. Como o
próprio autor anuncia no escrito, não importa se se trata de um professor ou professora
progressista ou reacionário, deve-se saber daquele conjunto básico. O livro carrega em
seu primeiro capítulo o título que resume grande parte da defesa de Freire no
reconhecimento da alteridade e do respeito à individualidade do educando: “Não há
docência sem discência”.

Algumas Citações de Paulo Freire


 "Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes."
 "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade
muda."
 "A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em
prática."
 "Não se pode falar de educação sem amor."
 "Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor."
 "Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que
ensinar, há sempre o que aprender."
 "A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o
debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser
uma farsa."
 "Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos
nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre."
 "Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo."

 "A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da
busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da
alegria."
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Conclusão
Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos
alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas, que ele
qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita
conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como
uma doação dos que se julgam seus detentores.

Com o finalizar do presente trabalho e da leitura, estou de braços abertos para receber
críticas e opiniões para venha melhorar nas próximas oportunidades.
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Referências
 http://www.paulofreire.org/Crpf/CrpfAcervo000031
 http://www.wikipedia.com/paulo+freire+obras/
 Convite à Leitura de Paulo Freire, Moacir Gadotti, 176 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-
161-700, 41,90 reais
 Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire, 218 págs., Ed. Paz e Terra, 35 reais

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