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Ciência psicológica http://pss.sagepub.com/

Os benefícios cognitivos de interagir com a natureza

Marc G. Berman, John Jonides e Stephen Kaplan
Ciência psicológica2008 19: 1207 DOI:
10.1111/j.1467-9280.2008.02225.x

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O que é isto?

Baixado depss.sagepub.comna Universidade de Birmingham em 29 de agosto de 2014

 CIÊNCIA PSICOLÓGICA
Relatório de pesquisa
Os benefícios cognitivos de
interagir com a natureza
Marc G. Berman,1,2João Jonides,1e Stephen Kaplan1,3
1Departamento de Psicologia,2Departamento de Engenharia Industrial e de Operações, e3Departamento de Engenharia
Elétrica e Ciência da Computação, Universidade de Michigan
ABSTRATO-Comparamos os efeitos restauradores no
funcionamento cognitivo de interações com ambientes naturais
versus urbanos. A teoria de restauração da atenção (ART) fornece
uma análise dos tipos de ambientes que levam a melhorias nas
habilidades de atenção direcionada. A natureza, repleta de
estímulos intrigantes,modestamentechama a atenção de baixo
para cima, permitindo que habilidades de atenção direcionada de
cima para baixo tenham a chance de reabastecer. Ao contrário
dos ambientes naturais, os ambientes urbanos são repletos de
estímulos que captam a atençãodramaticamentee,
adicionalmente, requer atenção direcionada (por exemplo, para
evitar ser atropelado por um carro), tornando-os menos
restauradores. Apresentamos dois experimentos que mostram
que caminhar na natureza ou ver fotos da natureza pode
melhorar as habilidades de atenção direcionada, medida com
uma tarefa de dígitos invertidos e a Tarefa de Rede de Atenção,
validando assim a teoria de restauração da atenção.
Imagine uma terapia que não tivesse efeitos colaterais conhecidos,
estivesse prontamente disponível e pudesse melhorar seu
funcionamento cognitivo a custo zero. Tal terapia é conhecida por
filósofos, escritores e leigos: interagir com a natureza. Muitos
suspeitaram que a natureza pode promover um melhor
funcionamento cognitivo e bem-estar geral, e esses efeitos foram
documentados recentemente.
A teoria da restauração da atenção (ART; Kaplan, 1995, 2001) oferece
uma nova abordagem para identificar e restaurar um mecanismo
cognitivo. A ART é baseada em pesquisas anteriores que mostram a
separação da atenção em dois componentes: atenção involuntária, onde a
atenção é capturada por estímulos inerentemente intrigantes ou
importantes, e atenção voluntária ou direcionada, onde a atenção é
direcionada por processos de controle cognitivo. Essa separação foi
proposta por James (1892), e pesquisas posteriores validaram
Endereço para correspondência para Marc G. Berman, Departamento de
Psicologia, Universidade de Michigan, 530 Church St., Ann Arbor, MI
48109-1043, e-mail: bermanm@umich.edu.
Volume 19—Número 12 Dow
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dataram a distinção de James entre atenção voluntária e involuntária
tanto comportamental (Fan, McCandliss, Fossella, Flombaum, &
Posner, 2002; Jonides, 1981) quanto neural (Buschman & Miller, 2007;
Corbetta & Shulman, 2002; Fan, McCandliss, Sommer, Raz, & Posner,
2005). Além do controle de cima para baixo, atenção direcionada1
envolve a resolução de conflitos, quando se precisa suprimir a
estimulação de distração. A ART identifica a atenção direcionada como
o mecanismo cognitivo que é restaurado pelas interações com a
natureza.
Não somos os primeiros a propor um papel crucial para a atenção
direcionada no funcionamento cognitivo eficaz. Um dos temas
principais do recente trabalho de Posner e RothbartRevisão Anual de
PsicologiaO capítulo (2007) é esse mesmo tópico: como a atenção
direcionada desempenha um papel proeminente no funcionamento
cognitivo e emocional bem-sucedido. Além disso, pesquisas recentes
implicaram um papel importante para a atenção direcionada na
memória de curto prazo (ver Jonides et al., 2008) e no sucesso escolar
(Diamond, Barnett, Thomas e Munro, 2007).
De acordo com a ART, interagir com ambientes ricos em estímulos
inerentemente fascinantes (por exemplo, pôr do sol) invocainvoluntário
atençãomodestamente,permitindodirigido-mecanismos de atenção uma
chance de reabastecer (Kaplan, 1995). Ou seja, a necessidade de atenção
direcionada em tais ambientes é minimizada e a atenção é tipicamente
capturada de baixo para cima por características do próprio ambiente.
Então, a lógica é que, após uma interação com ambientes naturais,
consegue-se um melhor desempenho em tarefas que dependem de
habilidades de atenção direcionada. Ao contrário dos ambientes naturais,
os ambientes urbanos contêm estimulação de baixo para cima (por
exemplo, buzinas de carros) que capturam a atençãodramaticamentee,
adicionalmente, requer atenção direcionada para superar esse estímulo
(por exemplo, evitar o trânsito, ignorar a publicidade, etc.), tornando os
ambientes urbanos menos restauradores.
Pesquisas anteriores forneceram suporte para a hipótese de que as
interações com a natureza melhoram a atenção e a memória (Berto,
2005; Cimprich, 1992, 1993; Cimprich & Ronis, 2003; Faber
1Fan et ai. (2002, 2005) referem-se a este tipo de atenção como atenção executiva.
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1207
 Benefícios cognitivos da interação com a natureza

Taylor, Kuo e Sullivan, 2002; Hartig et al., 2003; Ottosson & Grahn, 2002;
Tennessen & Cimprich, 1995). O presente estudo estende esses resultados.
Primeiro, controlamos as atividades que os participantes realizavam
enquanto interagiam com a natureza. Em segundo lugar, usamos um
design dentro de sujeitos para comparar o funcionamento cognitivo após
interações com a natureza ou ambientes urbanos. Mais importante,
testamos diretamente o ART prevendo quais tipos de teste em uma tarefa
de atenção se beneficiariam das interações com a natureza e quais não.
Tais previsões testam se a atenção é melhorada em geral ou se a atenção
direcionada especificamente é melhorada após a interação com a
natureza.
EXPERIMENTO 1
O Experimento 1 foi projetado para explorar como as interações com
a natureza e as áreas urbanas afetariam o desempenho cognitivo
medido com uma tarefa de dígitos invertidos.
Método
assuntos
Trinta e oito2(23 mulheres, 15 homens; idade média522,62 anos) Estudantes da
Universidade de Michigan participaram deste estudo. Todos os participantes
deram consentimento informado conforme supervisionado pelo conselho de
revisão institucional da universidade. Os participantes receberam US$ 20 por
sessão por sua participação.
Medidas
Usamos o Positive and Negative Affect Schedule (PANAS; Watson, Clark, &
Tellegen, 1988) para avaliar o humor dos participantes. Adjetivos
relacionados ao humor (por exemplo,entusiasmado)foram classificados em
uma escala de 1 a 5 para quão bem cada adjetivo descrevia o humor atual
dos participantes (15muito pouco ou nada,55extremamente).Analisamos
apenas os adjetivos de afeto positivo porque podem estar relacionados a
melhorias no funcionamento cognitivo.
Usamos uma tarefa de digitação inversa como nosso ensaio de mudanças no
desempenho da atenção direcionada. Os participantes ouviram sequências de
dígitos e foram solicitados a repeti-las em ordem inversa. As sequências tinham
de três a nove dígitos de comprimento e eram apresentadas em comprimento
crescente. As sequências corretas foram pontuadas da mesma forma
independentemente do comprimento da sequência, com pontuação máxima de
14 (sete dígitos vezes duas repetições de cada comprimento). A tarefa de
digitação para trás depende de habilidades de atenção direcionada porque os
participantes devem mover itens para dentro e para fora de seu foco de atenção
que envolvia a supressão de informações na memória de curto prazo,
que era usada para cansar ainda mais os participantes. A tarefa
consistiu em 144 tentativas e durou 35 minutos. Pensava-se que
sobrecarregar as habilidades de atenção direcionada dos
participantes além da tarefa de dígitos invertidos aumentaria a
sensibilidade aos efeitos da intervenção da natureza.
Os participantes foram então aleatoriamente designados para fazer uma
caminhada de 50 a 55 minutos no Ann Arbor Arboretum (um parque perto do
campus) ou caminhar no centro de Ann Arbor. As caminhadas foram pré-
definidas para os participantes e foram equacionadas em extensão total (2,8
milhas). Cada participante recebeu um mapa exibindo o caminho de cada
caminhada e usou um relógio GPS para garantir a conformidade. A caminhada
do arboreto era arborizada e isolada do tráfego e das pessoas. A caminhada no
centro da cidade foi em grande parte pela Huron Street, cheia de tráfego
intenso, que é repleta de prédios universitários e de escritórios.
Após a caminhada, os participantes retornaram ao laboratório e
realizaram a tarefa de digitação para trás, o PANAS, e responderam a
perguntas avaliando sua caminhada. Uma semana depois, os
participantes retornaram ao laboratório e repetiram o procedimento,
caminhando no local complementar. A ordem dos locais de
caminhada foi contrabalançada entre os participantes.
Resultados e discussão
Conforme indicado na Tabela 1, o desempenho na amplitude de dígitos para trás
melhorou significativamente quando os participantes caminharam na natureza,
mas não quando caminharam no centro da cidade. Além disso, esses resultados
não foram impulsionados por mudanças de humor, nem foram afetados por
diferentes condições climáticas.
Para fundamentar essas conclusões, realizamos uma análise de
variância de medidas repetidas (ANOVA) com dois fatores intra-
sujeitos: local da caminhada (natureza versus centro) e tempo do
teste (antes da caminhada versus após a caminhada). A interação
local-por-tempo foi de maior interesse e foi confiável,F(1, 36)56.055, p
representante5 .95, mostrando que a melhora no desempenho do
digitspan para trás foi maior ao caminhar na natureza do que
TABELA 1
Resultados comportamentais dos experimentos 1 e 2
Ambiente natural Ambiente urbano
Antes da Depois Antes da Depois
A medida interação interação interação interação
Período para trás

(Cowan, 2001), que é um componente importante da memória de curto prazo Experimento 1 7,90 (0,37) 9,40 (0,41) 7,90 (0,30) 8,40 (0,33)
Experimento 2 7,92 (0,96) 9,33 (0,86) 7,83 (1,04) 8,83 (0,90)
(Jonides et al., 2008).
Efeitos ANT (ms)
Executivo 86 (11h30) 67 (8,45) 81 (15,50) 93 (17,96)
Procedimento
Orientação 47 (6,46) 55 (7,33) 46 (10,01) 43 (4,73)
Os participantes primeiro tiveram seu humor avaliado com o PANAS. Em Alerta 32 (6,86) 31 (5,23) 36 (6,52) 46 (5,63)
seguida, os participantes realizaram a tarefa de digitação inversa. Em seguida,
Observação.A tabela apresenta escores médios, com erros padrão entre parênteses.
os participantes receberam uma tarefa direcionada de esquecimento
Todas as medidas da Attention Network Task (ANT) são pontuações de contraste,
calculadas da seguinte forma: atenção executiva5tempo de resposta incongruente (RT)
2Um participante foi removido por ter uma pontuação inicial extremamente baixa de dígitos – RT congruente; orientando a atenção5RT central – RT espacial; alertando a atenção5
inversos. Dois participantes tinham dados de humor ausentes. RT sem sugestão – RT com sugestão central.

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 Marc G. Berman, John Jonides e Stephen Kaplan
ao caminhar no centro da cidade (1,50 dígitos vs. 0,50 dígitos). Com
emparelhadottestes exploramos os principais efeitos e descobrimos que a
melhora ao caminhar na natureza era altamente confiável, t(36)54.783,p
representante5 .99; mas não foi andando pelo centro, t(36)51.708,prepresentante5 .
88. Além disso, não houve efeitos principais ou interações associadas à
ordem de caminhada (ou seja, caminhada na natureza primeiro ou
segundo). Portanto, os efeitos restauradores da natureza melhoraram o
desempenho além de simplesmente repetir a tarefa de dígitos invertidos
uma segunda vez.
O mês durante o qual os sujeitos foram testados foi adicionado como um
fator entre sujeitos (quatro níveis: setembro, novembro, janeiro e julho) à nossa
ANOVA inicial, mas não era confiável, F(3, 33)5 .998, mostrando que a época em
que os sujeitos foram testados não teve impacto. Em uma ANOVA separada de
medidas repetidas com humor como variável dependente, descobrimos que o
humor melhorou quando os participantes caminharam na natureza em
comparação com o centro da cidade,F(1, 35)59.639,prepresentante5 .98, mas as
mudanças no humor não se correlacionaram com as mudanças no desempenho
do intervalo de dígitos para trás (natureza:r5 .206,prepresentante5.80; centro da
cidade:r5 .029,prepresentante5 .54).
Finalmente, as avaliações dos participantes sobre quão refrescante foi a caminhada
na natureza se correlacionaram de forma confiável com as pontuações de digitspan
para trás pós-caminhada,r5 .41,prepresentante5 .96, quando as pontuações do intervalo de
dígitos da linha de base foram parciais. Essa descoberta indica que os participantes
podem ter tido alguma consciência da qualidade refrescante de uma caminhada na
natureza. Em resumo, as interações com a natureza melhoraram as habilidades de
atenção direcionada, avaliadas com uma tarefa de dígitos invertidos. Este achado é
consistente com ART.
EXPERIMENTO 2
Nosso objetivo no Experimento 2 foi testar ART usando o Attention
Network Test (ANT; Fan et al., 2002, 2005; usamos a versão ANT do
site de Jin Fan: http://www.sacklerinstitute.org/users/ jin.fan/). Esta
tarefa identifica três funções atencionais diferentes: alerta, orientação
e atenção executiva. Essas diferentes funções são dissociáveis tanto
comportamentalmente (ou seja, Fan et al., 2002) quanto neuralmente
(Fan et al., 2005). Previmos que as interações com a natureza
melhorariam apenas as funções executivas, mas não alertar e
orientar, porque essas duas últimas funções exigem menos controle
cognitivo em comparação com as funções executivas.
Método
assuntos
Doze (8 mulheres, 4 homens; idade média524,25 anos) Os alunos da
Universidade de Michigan participaram deste estudo. Todos os participantes
deram consentimento informado conforme administrado pelo conselho de
revisão institucional da universidade. Os participantes receberam US$ 20 por
sessão por sua participação.
Medidas
O PANAS e a tarefa de digitação inversa foram usados como no
Experimento 1 para replicar esses resultados. Além disso, nós
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administraram o ANT, no qual os participantes responderam à direção de
uma seta apresentada centralmente.Alertacontrasta tentativas em que
uma dica central alerta os participantes de que uma próxima tentativa está
se aproximando com tentativas em que nenhuma dica é dada (a deixa
facilita o desempenho).Orientaçãocontrasta tentativas em que uma pista
espacial informa aos participantes onde as setas aparecerão (em cima ou
em baixo) com tentativas em que uma pista central não fornece
informação espacial (aqui, a pista espacial facilita o desempenho).Atenção
executivacontrasta tentativas em que a direção da seta central é
incongruente com a direção das setas flanqueadoras com tentativas em
que a direção das setas flanqueadoras coincide com a seta central (aqui, a
incongruência piora o desempenho). Houve 96 tentativas congruentes, 96
tentativas incongruentes, 72 tentativas de pistas espaciais, 72 tentativas de
pistas centrais e 72 tentativas sem pistas. Além disso, havia 72 tentativas
que tinham uma pista de asterisco duplo (aparecendo na parte superior e
inferior da tela) e 96 tentativas que não tinham estímulos flanqueadores ao
redor da seta alvo. Houve um total de 288 tentativas nesta tarefa. Um
diagrama esquemático do ANT é mostrado na Figura 1.
Procedimento
No Experimento 2, os participantes viram imagens da natureza ou de áreas
urbanas para controlar ainda mais a experiência de cada participante. A
pesquisa mostrou que a simples visualização de fotos da natureza pode ter
benefícios restauradores (por exemplo, Berto, 2005).
Os participantes realizaram o PANAS e a tarefa digitspan para trás
como no Experimento 1. Os participantes então realizaram o ANT,
após o qual viram fotos da natureza (cenário da Nova Escócia) ou
urbanas (fotos de Ann Arbor, Detroit e Chicago).3A visualização das
imagens durou aproximadamente 10 minutos, durante os quais os
participantes avaliaram em uma escala de 1 a 3 o quanto gostaram de
cada imagem; havia 50 fotos de natureza e 50 urbanas. As imagens
foram exibidas por 7 s, seguidas por um intervalo de avaliação que
durou até que o participante respondesse. Após a visualização da
imagem, os participantes realizaram a tarefa de digitação inversa, o
ANT e o PANAS uma segunda vez. Os participantes retornaram ao
laboratório uma semana depois e realizaram o mesmo procedimento,
mas visualizaram o conjunto complementar de imagens. A ordem do
tipo de imagem foi contrabalançada entre os participantes.
Resultados e discussão
Nossos resultados verificaram nossas previsões baseadas em ART;
melhorias foram encontradas apenas nas porções executivas da ANT e
somente após a visualização de fotos da natureza em relação às áreas
urbanas. Além disso, replicamos os resultados do Experimento 1, pois os
participantes melhoraram de forma confiável sua amplitude de dígitos
inverso apenas ao visualizar imagens da natureza.
Fomos levados a essas conclusões por uma ANOVA multivariada
(executiva, de orientação e alerta) de medidas repetidas no tempo de
resposta ANT para tentativas corretas com dois fatores dentro dos sujeitos:
3Nossos estímulos podem ser baixados em http://www-personal.umich.edu/
- bermanm/RestauraçãoFotos/.
1209
 Benefícios cognitivos da interação com a natureza

Sem deixa Indicação Central Indicação Espacial

Congruente Incongruente

Deixa Atraso Alvo ITI varia

100 ms 400ms 1.700 ms de 600 a
3.200 ms
Tempo

Figura 1.Diagrama esquemático da Tarefa da Rede de Atenção (adaptado de Fan, McCandliss, Fossella, Flombaum, &
Posner, 2005). Inicialmente, os participantes encontraram um dos três tipos de pistas mostrados no canto superior
esquerdo da figura: uma pista apresentada centralmente, avisando que um alvo estava se aproximando; uma pista
espacial, indicando onde o alvo apareceria; ou nenhuma pista para fornecer informações espaciais ou antecipatórias.
Após um intervalo de atraso, os participantes viram um conjunto de setas na parte superior ou inferior da tela e foram
solicitados a responder na direção da seta central. Os diferentes tipos de alvos são mostrados no canto superior
direito da figura. Em alvos congruentes, todas as setas apontavam na mesma direção, e em alvos incongruentes, a
seta central apontava em direção diferente das setas laterais. A atenção executiva é representada como a diferença
de precisão (ACC) e tempo de resposta (RT) entre alvos congruentes e incongruentes, com média de todos os tipos de
pistas anteriores (ou seja, sem pista, pista central, pista espacial). A atenção orientada é representada como a
diferença de desempenho (ACC e RT) entre as tentativas de pistas espaciais e as tentativas de pistas centrais, com
média de todos os tipos de alvos (ou seja, alvos congruentes e incongruentes). A atenção de alerta é representada
como a diferença no desempenho (ACC e RT) entre as tentativas de sugestão central e as tentativas sem pista, com
média de todos os tipos de alvos (ou seja, alvos congruentes e incongruentes). O intervalo entre tentativas (ITI) variou
entre 600 e 3.200 ms (média de 2.400 ms) e dependeu em parte da resposta do participante. Ver Fan et al. (2005) para
mais detalhes.

o tipo de imagem visualizada (natureza vs. urbano) e o momento do teste
(antes da visualização da imagem vs. após a visualização da imagem). A
interação tipo de imagem por tempo foi de maior interesse e foi
considerada confiável apenas para as partes executivas da ANT, indicando
que a exposição a imagens da natureza levou a um melhor desempenho
da atenção executiva do que a exposição a imagens urbanas. F(1, 10)5
17.089,prepresentante5 .99. Em todas as análises, não houve efeitos principais
ou interações associadas à ordem de visualização das imagens (ou seja,
visualizar as imagens da natureza primeiro ou segundo). Como previsto,
não foram encontradas diferenças confiáveis nos contrastes de alerta ou
orientação quando os participantes viram fotos da natureza em
comparação com fotos urbanas. No geral, o desempenho foi bastante
preciso (ou seja, - 91%), e nenhuma alteração confiável foi associada à
precisão.
Conduzimos uma ANOVA de medidas repetidas separadas para
span para trás. A interação local-por-tempo não era confiável,F(1, 10)5
0,486,prepresentante5 .68. No entanto, quando exploramos os principais
efeitos comttestes, descobrimos que o desempenho
na tarefa de dígitos invertidos só melhorou de forma confiável ao visualizar
imagens da natureza,t(11)52.972,prepresentante5 .96, mas não ao visualizar
fotos de áreas urbanas,t(11)51.436,prepresentante5 .83. Os resultados do ANT e
do intervalo de dígitos inversos podem ser vistos na Tabela 1.
Nenhuma mudança confiável no humor foi encontrada quando os
participantes viram fotos da natureza versus fotos de áreas urbanas,t(11)5
. 03,prepresentante5 .51. No entanto, os participantes classificaram a visualização de
fotos da natureza como significativamente mais refrescante,t(11)54,45,p
representante5 .99, e mais agradável,t(11)53,35,prepresentante5 .97, do que fotos de
áreas urbanas. Além disso, as classificações de gosto das fotos da natureza
foram maiores do que as das fotos urbanas,t(11)53,70, prepresentante5 .98. Essas
classificações não se correlacionaram de maneira confiável com as mudanças no
desempenho na tarefa de digitação inversa ou no ANT, mas foram positivas.
Em suma, o Experimento 2 ampliou os resultados do Experimento 1,
confirmando que as melhorias alcançadas por meio da interação com a
natureza foram seletivas para direcionar a atenção. Se as interações com

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 Marc G. Berman, John Jonides e Stephen Kaplan
a natureza melhorou todas as partes da ANT, explicações
alternativas, como aumentos na motivação ou esforço induzido
por interações com a natureza, podem ter sido sustentáveis.
Além disso, replicamos os resultados do Experimento 1 com a
tarefa de digitação inversa.
DISCUSSÃO GERAL
Juntos, esses experimentos demonstram o valor restaurador da
natureza como veículo para melhorar o funcionamento cognitivo.
Esses dados são de particular interesse especialmente quando se
considera a dificuldade de descobrir regimes de treinamento que
visam melhorar o desempenho cognitivo de alguma forma (Posner &
Rothbart, 2007, mas ver Jaeggi, Buschkuehl, Jonides, & Perrig, 2008).
Podemos ter certeza de que os mecanismos de atenção direcionada
foram restaurados nesses estudos porque apenas partes da ANT que
envolviam atenção direcionada foram aprimoradas pelas interações com a
natureza. Além disso, a tarefa de span de dígitos para trás depende muito
de mecanismos de atenção direcionada porque tais medidas de memória
de trabalho têm um grande componente atencional (Jonides et al., 2008) à
medida que os itens são movidos para dentro e para fora do foco de
atenção. Cada um de nossos experimentos mostrou melhorias
consistentes na tarefa de dígitos invertidos em função das interações com
a natureza. Também houve indicações de que as percepções dos
participantes sobre o valor restaurador da natureza eram válidas, pois
essas percepções se correlacionavam com melhorias na tarefa de dígitos
invertidos.
A natureza também pode ser mais pacífica do que outros ambientes,
restaurando assim as habilidades de atenção direcionada. No entanto, no
Experimento 2, os ambientes eram igualmente pacíficos (ou seja, ambos
estavam em uma sala experimental silenciosa), mas apenas a visualização
de imagens da natureza produziu melhorias cognitivas. Concordamos que
há um importante elemento pacífico na natureza, mas acreditamos que
essa tranqüilidade é impulsionada por ambientes naturais que capturam a
atenção de forma modesta e limitam a atenção direcionada – não apenas à
imobilidade pura.
Outras intervenções foram encontradas que alteram o
desempenho cognitivo, como o consumo de glicose, que pode
melhorar o desempenho em tarefas cognitivas e autorregulatórias e
piorar o desempenho quando a glicose está esgotada (Gailliot et al.,
2007). Chervin et ai. (2006) mostraram efeitos semelhantes com o
sono. A meditação pode ser outra intervenção capaz de restaurar as
habilidades de atenção direcionada (Kaplan, 2001; Slagter et al., 2007;
Tang et al., 2007). Portanto, é importante comparar os efeitos dessas
intervenções com os da natureza e ver se essas intervenções afetam
mecanismos cognitivos semelhantes.
Em suma, mostramos que interações simples e breves com a natureza
podem produzir aumentos acentuados no controle cognitivo. Considerar a
disponibilidade da natureza apenas como uma comodidade deixa de
reconhecer a importância vital da natureza no funcionamento cognitivo
eficaz.
Volume 19—Número 12 Baixado depss.sagepub.comna Universidade de Birmingham em 29 de agosto de 2014
Agradecimentos—Agradecemos a Jason Duvall e Ray DeYoung e ao
restante do grupo do Seminário sobre Mecanismos Adaptativos
Ambientalmente Sensíveis (SESAME) por sua ajuda. Além disso,
agradecemos a Katie Rattray, John Meixner e Courtney Behnke. Este
trabalho foi apoiado em parte por uma bolsa de pesquisa de pós-
graduação da National Science Foundation (NSF) para o MGB, uma
bolsa de neurociência cognitiva da ciência cognitiva (CSCN) para o
MGB e a bolsa NSF 0520992 para JJ
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(RRECEBIDO18/02/08; REVISÃO ACEITA28/05/08)
Volume 19—Número 12