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C. E. “ALMEIDA BRAGA”.

LUIS DOMINGUES, MAIO 2021.


DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA
TURMA: 300 e 301 ANO: 2021
PEOFESSOR: RIVELINO PEREIRA DA COSTA.
AULAS ON LINE/APOSTILA.
ALUNO (a): ________________________________________

Educação Física escolar: aspectos motivadores

1. Introdução

A Educação Física escolar tem como um de seus objetivos atuar no sentido


de criar uma interação e socialização entre seus alunos visando uma vida
saudável.

Atualmente, o ambiente na maioria das aulas se transformaram em


verdadeiros treinamentos desportivos que somente visam colocar os alunos
como máquinas de alto rendimento para apenas obter os melhores resultados
em competições internas e entre escolas.

A obtenção desses resultados pode transferir para o aluno uma


responsabilidade não ideal para sua idade a fim de satisfazer apenas seu
professor.

Desta forma, o educador deve levar aos seus alunos atividades que permitam
uma movimentação variada e exploradora do corpo e do próprio ambiente em
que estão situados. Sempre adequados ao grau de desenvolvimento em cada
etapa da vida escolar e faixa etária dando-lhes plena liberdade e espontaneidade
de movimentos como saltar, correr, girar, arremessar, etc. Permitindo assim,
vários benefícios como desinibição para participação das aulas, descarga de
agressividade, manutenção da saúde e até corrigindo equívocos de atitude
(Barros; Barros,1972).

Essas questões tornam-se cada vez mais pertinentes já que a educação física
presente nos currículos escolares, é muitas vezes o momento em que a criança
tem para a pratica de uma atividade física. Pois, cada vez mais a maioria das
crianças vivem isolados em apartamentos, em frente à televisão, ao computador
e rodeado de guloseimas e frituras, tornando-se um hábito, contribuindo para o
surgimento de futuros sedentários.

Desta forma levanta-se o seguinte questionamento, será que a Educação


Física presente nas escolas corresponde a aquilo que ela propõem? E as
atividades propostas pelo professor é realmente o que necessitam os alunos?

Neste contexto, entre outros inúmeros questionamentos, vimos a necessidade


de um embasamento teórico que aprofunda-se quanto o papel da educação
física no âmbito escolar e de seu profissional.

2. A Educação

A educação segundo Gonçalves (1994) é uma prática sistematizada que


busca atuar sobre indivíduos e grupos sociais, com a intenção de possibilitar a
formação de sua personalidade e sua participação ativa na sociedade. Portanto,
um fenômeno inerente ao homem como um ser social e histórico, cuja existência
fundamenta-se na necessidade de formar as gerações mais novas, transmitindo-
lhes seus conhecimentos, valores e crenças e abrindo-lhes possibilidades para
novas realizações.

Na visão de Kunz (1991) a educação jamais pode ser neutra, já que, ou conduz
à domesticação ou à libertação. Há sempre uma influência mútua entre
educação e contexto social, o que faz com que na relação educador/educando
exista sempre uma dialética de “adaptação e resistência”. Desta forma, a ação
educacional configura-se uma determinada relação de poder, enquanto existirem
diferenças entre adulto-educador e jovem-educando. Ou seja, enquanto uma
interação na qual a educação é entendida como uma reação social ao simples
fato de que crianças e jovens estão em fase de desenvolvimento.

O autor enfatiza ainda que a educação não é apenas uma qualificação de


indivíduos no sentido individual. Mas, uma qualificação de sujeitos capazes de
atuarem através de uma “ação comunicativa” competente, visando também à
Emancipação da Sociedade.

Portanto, a essência da educação é fazer com que “os homens sejam capazes
de realizar as tarefas sociais e profissionais que lhes couberem, e de pôr-se à
altura das possibilidades do desenvolvimento cultural e pessoal que é possível
alcançar mediante sua participação”. Tornando assim comprometidos com a
humanização e com a transformação da sociedade, independente do âmbito
especifico de conhecimento (Gonçalves, 1994).

3. Educação física sua origem e influência no Brasil

Ao analisarmos o processo histórico da Educação Física no Brasil,


percebemos que a mesma teve várias tendências que foram mudando no
decorrer dos anos, sob a influência de várias áreas como: a médica, a militar e
a esportiva (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997).

No início da implantação da Educação Física, ela esteve sob influência


médica, assumindo uma função higienista, que buscava modificar os hábitos de
saúde e higiene da população. Acreditava-se que através dela era possível
formar indivíduos fortes e saudáveis que preservariam a hegemonia da raça
(Gallardo, 2000).

Nos anos 70, a educação física passa a ser caracterizada como esporte,
considerada como fator que poderia colaborar na melhoria da força de trabalho
da economia brasileira. Neste período estreitaram-se os vínculos entre o esporte
e nacionalismo, influenciados pela Copa do Mundo de 1970 (Parâmetros
Curriculares Nacionais, 1997).

Em relação à legislação de 1971, a educação física ganha espaço como


atividade que, por seus meios, processos e técnicas, desenvolve e aprimora
forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando. Sendo que a
ênfase dada à aptidão física, a torna referência fundamental para planejar,
controlar e avaliar (GALLARDO, 2000).

Mas, na década de 80 começaram a haver contestações a respeito desta


aptidão física, pois o Brasil não se tornou uma nação olímpica nem aumentou o
número de praticantes de atividades físicas. Isto acarretou uma crise de
identidade na Educação Física escolar, fazendo com que a mesma que prioriza
o ensino de 5a a 8a série, ampliasse e priorizasse o ensino a partir da pré-escola
(Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997).
Atualmente, a educação física busca uma nova estruturação, baseada em
estudos das influências que o meio físico e social têm sobre o desenvolvimento
humano (GALLARDO, 2000).

Conforme enfatizado por Guirardelli Junior (1988), a educação física é de


fundamental importância ao ser humano, já que pode contribuir para a
autodisciplina, desenvolver os valores estéticos, os valores cooperativos, o
raciocínio, a presteza mental e a saúde.

Além disso, a educação física é sobretudo Educação, envolvendo o homem


como uma unidade em relação dialética com a realidade social. Pois, como ato
educativo, está voltada para a formação do homem, tanto em sua dimensão
pessoal como social (GONÇALVES, 1994).

O homem é movimento, o movimento que se torna gesto, o gesto que fala,


que instaura a presença expressiva, comunicativa e criadora. Aqui, justamente
neste espaço está a Educação Física, a qual terá maior identidade e maior
autonomia quando se aproximar mais do homem e menos das antropologias.
Quando deixar de ser instrumento ou função, para ser arte; quando se afastar
da técnica e da mecânica e se desenvolver criativamente, pois, deve ser gesto
criador (SANTIN, 1987).

4. Educação Física escolar

A vida, nos grandes centros urbanos, impõe enormes restrições à atividade


física espontânea da criança. Essas restrições acabam por induzir a hábitos
extremamente sedentários, tornando iminente o risco de graves conseqüências
para a saúde física e mental. A prática regular de atividade física se torna uma
necessidade para as crianças e uma fonte preciosa de saúde, a qual promove o
melhor crescimento e desenvolvimento do praticante BARROS NETO,1997).

No atual cenário escolar, a Educação Física é identificada como componente


curricular integrado ao projeto político-pedagógico da escola (Kunz, 2001).

Pois, se apresenta na escola como manifestação pedagógica de uma área de


conhecimento: “ela é uma propriedade e um produto do ambiente escolar: a ele
pertence, por ele se define, nele se constitui e se realiza – é então que se pode
falar de uma cultura escolar de Educação Física” (KUNZ, 1991).
Se dissemos que a Educação Física é parte da escola e reconhecemos que
existe uma cultura escolar de movimento, como uma das “entidades culturais”
que a compõe, também é verdade que sua presença no mundo da escola
legitima-se pela pedagogização de práticas corporais assumidas como
manifestações do movimento humano, construídas a partir das inter-relações
estabelecidas em diferentes momentos e contextos sócio-históricos (Kunz,
2001).

A escola realmente abriu pouco espaço para a Educação Física,


especialmente nos níveis de formação superior. Nos níveis inferiores ela se
apresenta ou se apresentou mais como treinamento através de exercícios
mecânicos. Assim, pode-se dizer que, quando a escola abriu as portas para a
Educação Física, foram as portas do fundo, cedendo espaços sobrados e os
horários rejeitados pelas outras disciplinas. Raras são as excessões (SANTIN,
1987).

5. O professor de Educação Física

Professor de educação física é o transmissor determinante de uma nova teoria


e prática do esporte para todos. O professor atua na escola freqüentada por
todas as crianças e jovens, além de trabalhar com freqüência nos clubes e
organizações que oferecem esporte. O educador é a figura-chave, mesmo
porque, muitas vezes, integra também a administração nos vários níveis a quem
cabe decidir (Dieckert,1984).

É bastante expressivo o número de professores de educação física


diplomados existentes no Brasil. Este fato observado de um lado, o atendimento
à comunidade é positivo, mas por outro, em termos de qualidade é complexo,
pois o profissional teria que pensar em transformações através de ações
orientadas que levassem o ser humano a participar, viver o lúdico de modo
simples e prazeroso (SILVA, 1995).

Ainda, o referido autor enfatiza a importância da competência do professor de


educação física, relacionando a mesma com o domínio do conhecimento próprio
e da técnica decorrente; em outras palavras a importância do professor de
educação física inter-relacionar a teoria com a prática, humanizando o processo.

6. Esporte na escola
O espaço e o sentido da Educação Física e dos Esportes são intensamente
reavaliados no contexto do processo educacional brasileiro. Múltiplas são as
iniciativas que buscam estudar e debater as questões que envolvem a educação
física e o esporte em relação ao seu papel na vida individual, dentro das escolas
e em todas as manifestações e instituições sociais (SANTIN, 1987).

No mundo atual observa-se a presença de uma realidade estimuladora da


competitividade entre os homens e, infelizmente, a educação física também se
enquadra neste contexto visto que hoje em dia parece assumir um caráter de
treinamento ou adestramento do movimento corporal (Santin, 1987).

Ao contrário do que muitos pensam a educação física escolar não deve ser
totalmente dissociada do esporte, já que um de seus objetivos consiste em
promover a socialização e interação entre seus alunos, o que há de se
reconhecer que o esporte proporciona. O grande questionamento que se faz a
respeito do esporte na escola é que ele muitas vezes transfere para o aluno uma
carga de responsabilidade muito alta quanto à obtenção de resultados, o que
afeta a criança psicologicamente de uma forma negativa (Barros Neto, 1997).

Gonçalves (1994) nos fala da importância existente no fato de o professor


proporcionar aos alunos movimentos portadores de um sentido para os mesmos.
Uma vez que, movimentos mecânicos realizados abstratamente só contribuem
para a inibição da criação e da participação dos alunos em aula e, por
conseqüência, os torna indivíduos que deixam de interpretar o mundo por si
próprios e passam a interpretá-lo pela visão dos outros.

7. Motivação na prática da Educação Física

A discussão sobre motivação é ampla e variada, pois existem várias


disciplinas que trabalham especificamente com a motivação e possuem suas
próprias concepções (BERLEZE, 2002).

A motivação pode ser definida como as causas que afetam o início, a


manutenção e a intensidade de comportamento. O comportamento humano é
movido por necessidades, interesses e estímulos vindos do meio ambiente. Uma
pessoa motivada a realizar certa atividade poderá ter mudanças na
compreensão da aprendizagem e de seu desempenho nas habilidades motoras
(MAGILL, 1984).
Todos os motivos são considerados como estados internos, mas também são
freqüentemente despertados por estímulos externos. O ideal seria que toda a
criança estivesse motivada internamente a praticar alguma atividade, sem
precisar de fatores externos, como, por exemplo, recompensas pela sua prática.
Refere-se aos jovens e crianças que praticam esportes em escolinhas e que
participam de competições valorizando mais a competição desportiva. Enquanto,
crianças praticantes nas aulas de Educação Física valorizam mais os motivos
relacionados com os aspectos relativos à saúde, à amizade e ao lazer. Percebe-
se ainda que existem vários motivos que levam as pessoas à prática de certas
atividades motoras. Esses motivos podem ser pela busca do prazer ou da
diversão, pela melhoria da saúde, pela aprendizagem, para se manter em forma,
pela afiliação e pelo alcance de níveis mais altos de desempenho (BERLEZE,
2002).

Magill (1984) destaca que a palavra motivo oriunda do latim motivum, significa
“uma causa que põe em movimento”, e pode ser definida como um impulso que
faz com que se haja de certa forma. No entanto, a motivação não se demonstra
na mesma intensidade em todas as pessoas, pois temos interesses
diferenciados. Sendo assim, o professor deve estar consciente da busca por
conteúdos diversificados, para que se consiga atender aos interesses contidos
nas turmas, fazendo com que essa falta de previsão que a motivação manifesta,
não venha lhe causar dúvidas no que diz respeito à motivação de seus alunos.

Assim, Campos (1986) acredita que o professor deve ser o mediador entre os
motivos individuais e os legítimos alvos a serem alcançados pelos alunos. Pois,
o professor como o formador de opinião, pode ser um grande mediador dos
objetivos da escola para com seus alunos.

Considerações finais

Desta forma, as aulas programadas pelo professor devem fazer os alunos a


passarem por experiências positivas adequadas às suas necessidades e
capazes de serem executadas sempre respeitando as diferenças individuais
para que os mais aptos não sejam privilegiados e os menos aptos não sejam
desestimulados. Portanto, para que os menos aptos possam se beneficiar da
prática dos exercícios propostos sem se desinteressarem, deve-se ter muita
cautela e paciência já que em muitos casos não levam jeito para a prática.
O aluno deve sentir prazer no que está fazendo e também deve estar
consciente que tudo o que está sendo realizado é para seu bem e não por ser
uma simples disciplina da escola. É necessário que conheçam os conceitos
relacionados à saúde e atividade física para que adquiram e desenvolvam
habilidades para iniciar a prática de exercícios regulares ou para que sejam cada
vez mais motivados, já que nos dias de hoje, o estilo de vida pode determinar
como e quanto tempo ainda viverá.

Atividade proposta.

O aluno deverá fazer uma síntese do assunto abordado, destacando cada tópico.

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