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Universidade Católica de Angola

Faculdade de Economia e Gestão


Curso de Gestão Financeira e Gestão de Produção e Marketing
UC – Problemas Económicos e Sociais de Angola

TRANSPORTES PÚBLICOS E MOBILIDADE URBANA EM


LUANDA

Docente: Alano Sicato

Luanda, Abril de 2021.


INTEGRANTES DO GRUPO

ID Nome N⁰ Telefone
1000020945 Bruno Alexandre Manuel Pinto 935 132 958
1000021709 Guilherme da Costa 946 399 998
1000021090 Jéssica Lourenço Muanha 925 617 078
1000021185 Maria Singa Kinavuidi 935 202 456
1000020513 Tietie Juliana Sebastião 936 572 832
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 2
PROPRIEDADES DA CIDADE ........................................................................................................... 3
MOBILIDADE URBANA ................................................................................................................... 3
O QUE A POPULAÇÃO PENSA ........................................................................................................ 4
MEIOS DE TRANSPORTES .............................................................................................................. 6
COPENHAGUE – DINAMARCA ....................................................................................................... 7
PLANO DE MOBILIDADE URBANA ................................................................................................. 7
CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 9
INTRODUÇÃO
Os meios de transportes, estão presente na vida e sociedade humana de maneira genérica,
tornando-se assim indispensáveis para fácil mobilidade pessoal entre as localidades,
assim como transportes de bens ou mercadorias dentro da sociedade, por ele s serem um
instrumento que reúne meios destinados a locomoção de pessoas ou de cargas, podendo
estes meios serem terrestres, fluviais ou aéreos.
Entende-se por mobilidade urbana como sendo a facilidade de deslocamento das pessoas
e bens na cidade, com o objectivo de desenvolver actividades económicas e sociais entre
as demais localidades existentes na mesma cidade.
Esta locomoção de pessoas e bens, são realizados através de veículos (podendo estes
serem pessoais ou ainda transportes públicos e privados), embora que, a infraestrutura das
vias da localidade pode ou não favorecer o ir e vir cotidiano.
Com a evolução e desenvolvimento das economias regionais e não só, os meios de
transportes tornaram-se formas de receitas para algumas pessoas que detinham tais meios,
podendo tais detentores ser uma pessoa singular ou mesmo o estado. O estado por ser
uma entidade responsável pela administração de uma nação, fora a necessidade de
arrecadação de lucros por intermédio destes meios de transportes procura salvaguardar o
bem-estar da população em geral, que dentre as diversas formas de se chegar a este bem-
estar, podem constar também a correta análise dos sistemas de transportes (públicos ou
privados), sabendo que, de uma maneira indireta está ligada com a produtividade da nação
em geral.
De uma maneira intríseca, a mobilidade urbana está ligada ou relacionada com as
diferentes formas de articulação dos meios de transportes, do trânsito, acessibilidade as
vias principais (englobando nesta a urbanização ou o desenvolvimento urbano de áreas...),
localização das principais instituições geralmente visitadas diáriamente, entre outras
mais, pois, são elas que de vão definir a fácil ou não mobilidade urbana dentro das
localidades.
Com vista a apresentar a realidade referente a mobilidade urbana vivida em Luanda,
criou-se este documento que até no final poderá trazer sugestões e possíveis soluções
relacionadas a mesma, realçando os pontos que acreditamos serem cruciais para análise
(um destes já apresentado até como parte do tema) por estes influenciarem directa ou
indirectamente com a chamada mobilidade urbana em Luanda.

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PROPRIEDADES DA CIDADE

Em luanda existem no total 9 municípios ( Luanda, Icolo e Bengo, Quiçama,


Cacuaco, Cazenga, Viana, Belas, Kilamba Kiaxi e Talatona), cada município composto
por diversas comunas e distritos. Tem como Capital o município de Luanda, e o município
de Viana é considerada como sendo o município mais populoso da cidade. Em termos de
dimensão geográfica, o município de Quiçama é o maior e o município com menor
dimensão é o municpio do Cazenga.
É considerada como sendo a província mais rica e desenvolvida da nação e também
a populosa e densamente povoada de Angola. Até 2018, estimava-se uma densidade
populacional de aproximadamente 7 976 907 habitantes e uma área territorial de 18
826km². Considerando um crescimento anual da população estimado em cerca de 3%, até
2021 pensa-se numa Luanda com uma população composta por 8 716 582 habitantes.
Para termos uma ideia clara e mais realista dos acontecimentos na cidade de
Luanda, decidimos fazer um inquérito em Luanda, pegando uma amostra de
aproximadamente 90 pessoas na cidade, correspondente a 10 pessoas em cada município,
para entendermos qual é a realidade de cada um quanto a sua deslocação regular e o que
acham da sua trajectória até o destino.

MOBILIDADE URBANA

Como ficou apontado já acima, a mobilidade urbana é a condição que permite as


pessoas se deslocarem de um lugar para outro dentro de uma cidade, bem como a
locomoção dos seus bens e serviços, com o objectivo de desenvolver relações sociais e
económicas.
A ideia de mobilidade é de tornar esse movimento dentro de uma cidade mais
prática e fluída, porém, as cidades têm perdido essa capacidade de permitir com que as
pessoas se movam com qualidade. Este último ponto, leva-nos a analisar um pouco mais
a fundo sobre a temática dentro da cidade de Luanda.

O ponto é que as pessoas se movam com qualidade. Conhecendo este ponto, leva-
nos a fazer questões como: Será que em nossa cidade (Luanda) essa qualidade em termos
de locomoção de pessoas e bens já é verificada? Existe de facto mobilidade urbana na
cidade de Luanda?... Questões como essas, levam a sociedade estudantil, política e não
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só, a repensar sobre o conceito e a ideia que se tem sobre a mesma em nossa cidade, visto
que a não observância dela, pode ser considerada como um problema social que
futuramente ou mesmo no momento actual pode vir a trazer severos distúrbios em
relação a situação económico-social da cidade.

Por esta razão, para responder a essa questão fez-se várias pesquisas e dentre elas,
pesquisas de campo propriamente dita, para primeiro entender como as pessoas no geral
têm encarado esta temática e o que acham da mesma.

O QUE A POPULAÇÃO PENSA

Cada município é composto por diferentes tipos de pessoas e com diferentes classes
sociais, logo, cada uma delas com ponto de vista diferente sobre a situação, embora que
algumas estejam mais aproximadas com as outras.
A ideia geral, é que em luanda de acordo com a população pertencente a amostra,
não tem condições que facilitem a deslocação de pessoas e bens com qualidade.
Em algumas áreas da cidade de acordo com relato de alguns munícipes, a
deslocação de uma área para outra para gente usuária de transportes públicos colectivos,
Kandongueiros ou até mesmo particulares, é ao todo aceitável, pelo facto de não
existerem muitos constrangimentos quanto ao acesso aos transportes, porém, as condições
dos das estradas e a falta ou pouca existência de vias aleatórias tem causado muito
trânsito.
Em outras áreas, a população afirma que a locomoção de um lugar para outro tem
sido difícil e muito mais demorada do que devia. De acordo com alguns relatos, os
autocarros públicos chegam sempre depois do horário estipulado, quase nunca tem espaço
suficiente e a maior parte dos passageiros passam a viagem toda em pé, totalmente
apertados e em condições desfavorável. Outros relatos proveniente de gente que tem por
hábito deslocar-se por intermédio de Kandongueiros, afirmam que os taxistas são muito
inconstantes, cobram acima do preço estipulado e fazem linhas curtas sem necessidade;
o mesmo acontece com os turismos, com a desvantagem que os turismos apresentam mais
perigo em relação aos hiaces, tendo em vista os raptos que têm ocorrido na nossa cidade.
A população diz também que por ter poucos transportes disponíveis à noite, os
trabalhadores ou até mesmo estudantes que podem chegar para casa depois das 20h

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sentem-se preocupados com o nível de marginalidade elevada que a cidade tem
apresentado.
A pequena parte da população, que é a que anda de transportes particulares, afirma
que a mobilidade tem sido normal, dias há que anda-se normalmente, mas há dias que o
trânsito é excessivo e há os períodos de chuva que tem sido um caus.
Um ponto em comum entre as pessoas da cidade de Luanda que usam transportes
públicos e Kandongueiros, é que acham os Kandongueiros mais rápidos, confortáveis e
muito mais fácil de se obter em relação aos transportes públicos (autocarros), estes,
causam muito transtornos, são totalmente desconfortáveis e sem contar o facto de que
está sempre muito mais cheio do que deveria, o que faz o pessoal ficar super apertado.
Conversamos com um funcionário da TCUL para melhor nos situarmos acerca da
situação, e deixar-nos a par de certas coisas que geralmente têm acontecido nas vias assim
como na empresa. O Sr. abordou primeiro que no município mais populoso da cidade
(Viana) apenas 2 empresas de transportes têm operado na via (TCUL e Angoreal), e que
depois da Pandemia, outras empresas como a Macon tinham retirado os seus autocarros
da via, não sabe o porque e que ainda não se tinham pronunciado quanto a situação. Ele
realçou também que a TCUL tem disponibilizado em cada rota apenas dois autocarros, e
que por causa disso, tem se verificado as enormes enchentes nos autocarros assim como
nas paragens; “para solucionar o problema da demanda, a empresa deve disponibilizar no
mínimo 8 autocarros em cada rota e ter uma outra operadora de transportes públicos na
mesma via”, disse o Sr. Respondeu ele também quanto a questão dos atrasos na partida
ou chegada dos autocarros nas paragens, como um dos inqueridos tinha afirmado, dizendo
que uma das políticas da empresa adopta é que o transporte não saia vazio da paragem,
logo, os motoristas fazem vários compassos de espera para aguardar que o autocarro
encha, mesmo sabendo que o ideal seria que os mesmos fizessem não mais de 10 minutos
nas paragens, para não haver enchente nas outras paragens. Porém, ele também disse que
por causa do estado das vias e do congestionamento causado pela mesma, seria de facto
uma perda de valores se partissem de lá sem estar totalmente lotado...
No relato do Sr, existem cerca de 150 autocarros na TCUL, porém, destas 150
apenas aproximadamente 50 estão operacionais, a desculpa da administração tem sido
que tem poucos funcionários para fazer face a estes autocarros... “Devia-se criar linhas
amarelas (faixas só para autocarros), isso poderia diminuire o congestionamento nas
estradas”... disse o Sr como sugestão já na recta final da conversa.

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MEIOS DE TRANSPORTES
O sistema de transporte público colectivo e regular de passageiros, é de vital
importância pois contribui para o crescimento sustentável das cidades, uma vez que esta
faz ou possibilita um crescimento económico juntamente com a melhoria da qualidade de
vida urbana das populações.
Há a necessidade de se ter uma melhoria significativa e contínua no serviço de
transporte público e regular de passageiros, tendo sempre em vista a sustentabilidade na
mobilidade urbana da população de forma racional, eficiente e eficaz.
A sustentabilidade da mobilidade urbana, está directamente ligada ao tipo de
transporte usado para o deslocamento de pessoas. Pode estar associado a isso, a
preocupação em facilitar trajectos, amenizando os impactos ambientais causados pelos
veículos.
Estão disponíveis na cidade de Luanda diversos meios de transportes, umas
comumente usadas, outras pouco usadas e algumas simplesmente em vias de extinção.
Há disponível na Cidade de Luanda, 5 empresas que prestam serviços de transportes
públicos, nomeadamente: TCUL, MACON, TURA, AngoREAL e Angoaustral.
Até Julho de 2020 de acordo com director do Gabinete Provinci al dos Transportes,
Tráfego e Mobilidade Urbana, Amadeu Campos, Luanda tinha em circulação cerca de
200 autocarros públicos, tendo havido um aumento para 330 em Agosto do mesmo ano.
Embora os números de transportes públicos apresentados sejam de alguma forma
aceitáveis para uns, não representam nem sequer um terço do que a população Luandense
precisa para fazer face a procura pelos serviços de transportes públicos existentes na
Cidade. Em Luanda, mais de 70% dos habitantes fazem o uso dos transportes público
Urbano – (TPU) e Transporte Privados Colectivo – (TPC), “os conhecidos
Kandongueiros”, o que representa cerca de 6 Milhões de Habitantes que todos os dias
procuram por um transporte.
Pode este factor representar o actual colapso do sistema de transporte, porém é
importante realçar que a saída de Luanda deste colapso, vai depender não apenas do
Ministério de Transportes (responsável pela formulação das políticas de transportes, põe
a disposição os meios a cirular), mas é todo um conjunto de Instituições que poderão estar
na base de um melhor sistema de transporte, como o Ministério das Obras Públicas e
Ordenamento do Território ( Organizando as vias para facilitar a mobilidade), o Instituto
nacional de Estradas de Angola e até mesmo de uima maneira particular, as políticas

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públicas do Orçamento Geral do Estado ligado a Urbanização das Cidades e Recuperação
das zonas, ruas e troços destruídos e não alinhados.

COPENHAGUEN – DINAMARCA
A Cidade de Copenhague, é a capital e maior cidade da Dinamarca, com uma
população urbana de 1 213 822 habitantes (2012) e uma população metropolitana de
1 935 746 habitantes (2012). Copenhague situa-se nas ilhas da Zelândia e Amager.
Os dinamarqueses chamam a capital de “a cidade mais feliz do mundo”, porque lá
se respira uma agradável sensação de conforto e felicidade baseada em saber desfrutar a
vida à base de planos simples e descontraídos, em solidão ou em boa companhia. Mas
nem sempre Copenhague foi agradável para seus moradores. Uma série de
transformações ocorridas nas últimas sete décadas alterou a mobilidade urbana do
município, convertendo-o em um modelo de planejamento e design urbano com medidas
estratégicas de longo prazo.
Criou-se o Plano dos Cinco Dedos, que concentra o desenvolvimento urbano nos
trens metropolitanos e nos espaços verdes intermediários. A ideia é que as linhas de
transporte se espalhem como dedos a partir do centro de Copenhague, considerado a
palma. E aprimorou-se a Cultura da bicicleta. As bicicletas e ciclovias são tão difundidas
em toda a cidade que apostou-se na implantação ou expansão da infraestrutura cicloviária.
Copenhague foi considerada a “cidade mais caminhável do mundo”, de acordo com
a Walk 21, uma organização sem fins lucrativos. Com pequenas áreas verdes distribuídas
pelo tecido urbano compacto em vez de grandes parques, a ideia do design da capital
dinamarquesa foi criar espaços de reunião urbana por toda a extensão.
“A cidade investe forte em mobilidade urbana verde!”

PLANO DE MOBILIDADE URBANA


O plano de mobilidade Urbana, diz respeito a um conjunto de directrizes pensadas
para melhorar o deslocamento sustentável das pessoas em uma cidade, olhando sempre
para os positivos resultados na qualidade de vida da população.
Para a cidade de Luanda, nós pensamos em alguns pontos ou directrizes que que
cremos ser a ideal para melhorar o deslocamento das pessoas na cidade e termos de facto
uma mobilidade urbana propriamente dita (facilidade e qualidade de deslocação...)

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 O primeiro ponto, é um pouco mais fora da caixa por não envolver apenas Luanda.
O ponto é que, Luanda é uma cidade tão pequena, porém, também a mais populosa de
Angola. Isto porque, ela é a mais rica e desenvolvida cidade da nação, sede de grandes
conglomerados industriais, comerciais e de serviços, sendo também aquela que dispõe de
mais recursos e infraestrutura. A ideia é que, se as demais províncias fossem de facto
atrativas em diversos aspectos como os acima retratados que Luanda possui, a população
poderia se sentir atraída e ganhar estímulo em viver em outras províncias e deste modo
diminuir o nível de habitantes existentes em Luanda e melhorar também
consequentemente a deslocação das pessoas na cidade.
 O segundo, seria a diversificação dos meios de transportes públicos. Em Luanda,
quando ouve-se falar de transportes públicos a ideia que se vem em mente é simplesmente
dos autocarros existentes nas vias, porém, existem outros meios de transportes públicos.
Estimular o uso das linhas ferroviárias de Luanda e melhorar também as mesmas...
 Adoptar cultura de deslocação não apenas por meio de veículos motorizados.
Podemos tomar como exemplo a cidade de Copenhague (a considerada com a melhor
mobilidade urbana do mundo), depois de adoptar esta, a longo prazo foi melhorando a
mobilidade urbana da cidade. A cultura de uso de bicicletas além de ser saudável e
melhorar a mobilidade de certa forma, também evita a poluição massiva do ar que
respiramos.
 Implementar um sistema de drenagem e organização das vias. Pode até parecer
matéria para planeamento urbano, porém a falta dela tem feito com que as vias
degradassem rapidamente e em época de chuva a deslocação é quase impossível.
 O último ponto, que é também a solução de curto prazo mais plausível, seria o
aumento dos transportes públicos em circulação nas vias, assim como diversificar as
paragens de Autocarros. Há vias que ainda não têm acesso aos transportes públicos, e isso
deve-se a pouca quantidade de autocarros existentes em Luanda. Deve-se no mínimo
haver disponíveis um Luanda um número de 2400 Autocarros em circulação para
responder as necessidades e procuras dos habitantes.
Cremos que levando em consideração estas directrizes, a mobilidade urbana em
Luanda será de facto mehorada e os transportes públicos poderão ser suficientes para a
população de Luanda em geral.

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CONCLUSÃO
Depois de diversas análises efectuadas, pesquisas feitas e conversas tidas com uma boa
parte da população, vimos que de facto, os Transportes Públicos têm uma grande
influência no que tange a Mobilididade Urbana da cidade de Luanda, por ela ser a que
mais corresponde com as condições da sociedade.
Eles (transportes públicos) até agora estão em pequeno número na nossa cidade, por isso
a realidade retratada pelos habitantes. Cremos que com uma melhoria no sistema de
transportes públicos da cidade e uma mudança considerada na qualidade das vias e sem
se esquecer da implementação das directrizes apresentadas para o plano de mobilidade
urbana feito neste documento, numa primeira fase seria de grande impacto para a
melhoria da mobilidade urbana em Luanda.

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