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A PROPOSIÇÃO E OS SEUS ELEMENTOS PRIMÁRIOS

Já aprendeste que as letras formam as sílabas, e estas formam as palavras. Por sua
vez, as palavras formam expressões (locuções / sintagmas)1. Por sua vez, as expressões
podem formar proposições.
Ex.: Professor → palavra com nove letras e três sílabas (pro-fes-sor).
O professor ensina os alunos. (Proposição com duas expressões: 1ª → o professor;
2ª → ensina os alunos.)

Proposição (oração gramatical): palavra ou conjunto de palavras que transmite


um sentimento ou uma ideia comunicativa, tendo, na maior parte das vezes, o verbo
como base.
Ex.: Foge! (Oração baseada num único verbo.)
O professor ensina os alunos. (Grupo organizado de palavras em volta do verbo
ensina.)
Como está claro nos exemplos acima, o verbo, para ter um sentido comunicativo, se
junta a outras palavras, fazendo com que a proposição seja constituída por elementos
diversos.
Os elementos primários (essenciais ou fundamentais) de uma proposição são o
sujeito e o predicado.

O SUJEITO

O sujeito é a palavra, expressão ou proposição sobre o qual se faz uma


afirmação2. É a ele que a ideia se refere.
Ex.: Eu estudo na escola Criança Feliz. (O sujeito é a palavra eu)
Todos nós somos colegas. (O sujeito é a expressão todos nós)
O senhor que te elogiou voltou a fazê-lo. (O sujeito é a a oração o senhor que te
elogiou)

Este elemento da oração gramatical pode ser expresso por:


1. Um pronome (ex.: Tudo acabou num piscar de olho);
2. Um nome / substantivo (Rómulo enamorou-se da Joice);
3. Um verbo (Rir faz bem);
4. Ou mesmo uma proposição (O homem que dança com a minha mãe é seu
irmão).
A isso se chama representações do sujeito.

Tipos de sujeito
O sujeito pode ser simples, composto ou omisso.

1
Expressão é um grupo de duas ou pouco mais palavras que se refere a um só ser ou uma só ideia; funciona como se fosse
uma única palavra.
Ex.: cor-de-rosa; azul-escuro; arroz doce.
2
Definir o sujeito como aquele que pratica a acçãoé fazê-lo de modo errado, pois em proposições como ‘O meu filho é
estudioso’ ou ‘Eu tenho um carro’, em que não existem acções, não haveria sujeito, o que não é certo (os sujeitos são: “o meu
filho” e “eu”).
1. Sujeito simples → é o que designa um único ser ou conjunto.
Ex.: A Carla foi embora.
As cidades interiores são calmas.

2. Sujeito composto → é o que designa mais do que um ser ou conjunto.


Ex.: A Carla e a Glória foram embora.
As cidades interiores e as costeiras são calmas.

3. Sujeito omisso → é o que designa um ser ou conjunto não expresso


explicitamente na proposição. Pode ser:

1.1. Subentendido → é o que, embora omisso, o género, o número ou outro


aspecto morfológico pode ser facilmente percebidos.
Ex.: Fica aqui. (Suj. sub.: tu)
Fomos embora. (Suj. sub.: nós)

1.2. Indeterminado → é o que não se refere a nenhuma pessoa


determinada, específica.
Ex.: Dizem que a propina subirá.
Vende-se aparelhos electrónicos.

1.3. Inexistente → ocorre quando o verbo não admite sujeitos (verbos


defectivos impessoais3).
Ex.: Está a nevar.
Já anoiteceu.

O PREDICADO

O predicado é a afirmação que se faz sobre o sujeito.


Ex.: Eu estudo na escola Criança Feliz.
Todos nós somos colegas.
O senhor que te elogiou voltou a fazê-lo.

Não obstante, o predicado pode ser também definido como a afirmação da


proposição que tem o verbo significativo como núcleo, isto é, uma ideia ou
acontecimento expresso, baseado num verbo. Assim, na idéia “Ontem, durante a chuva,
trovejou muito”, não há sujeito, mas uma afirmação constituída por palavras que se
juntaram ao verbo (trovejar).

Tipos de predicado
O predicado pode ser verbal ou nominal.

1. Predicado verbal → é o que possui um verbo de significação definida (verbo


significativo). Os verbos de significação definida são aqueles que, por si só, já
3
Por exemplo: chover, amanhecer.
apresentam uma ideia definida, como são os casos dos seguintes verbos: sair,
dar, brincar, correr, fazer, etc.
Ex.: Todos nós saímos apressadamente.

2. Predicado nominal → é o predicado cujo verbo serve apenas para ligar o


sujeito ao predicativo do sujeito. Esses verbos são conhecidos como verbos de
significação indefinida, ou verbos de ligação, pois, por si só não apresentam
um sentido determinado. Os seguintes são exemplos de verbos de significação
indefinida: ser, estar, tornar-se4.
Ex.: A Darla (suj.) é (verbo de ligação) obediente (predicativo do sujeito).

Obs.: O predicativo do sujeito é a característica deste.


Ex.: O João é alto. (“Alto” → característica do sujeito [“O João”])
A água ficou quente. (“Quente” → característica do sujeito [“A água”])

Consolidação:

slideplayer.com.br (08-
09-2015)

ELEMENTOS SECUNDÁRIOS DA PROPOSIÇÃO ─ OS


COMPLEMENTOS
4
Alguns desses verbos, porém, ora são de significação definida (Estou em casa) ora de significação indefinida (Estou doente).
DIRECTO E INDIRECTO

Como já tiveste oportunidade de aprender, a proposição (ou oração gramatical) é


uma palavra ou um conjunto de palavras com que se transmite uma ideia ou uma emoção.
Também observaste que, dentro da oração, as palavras exercem várias funções,
como a de sujeito e a de predicado. A função de sujeito ocorre quando uma palavra ou
um grupo delas (expressão ou oração) representa o ser ou a ideia a que se faz referência;
por outro lado, a função de predicado tem a ver com a própria afirmação sobre o sujeito.
Por exemplo, na ideia A Palanca era muito vaidosa, a expressão A Palanca é o sujeito da
proposição porque é a ela que se refere a afirmação era muito vaidosa, sendo esta
afirmação, portanto, o predicado.
Além das funções sintácticas acima referidas, numa oração, as palavras podem
exercer várias outras, ajudando assim na transmissão das ideias e das emoções.
Já sabes que o verbo é o fulcro (ou palavra principal) da maioria das proposições,
mas, muitas vezes, ele só ganha sentido comunicativo porque outras palavras ou
expressões completam o seu sentido: são os complementos.
Destacaremos aqui dois tipos de complementos de verbos, que são: o complemento
directo e o complemento indirecto.

Complemento directo → palavra, expressão ou oração que se junta a um verbo,


sem preposição, completando o seu sentido directamente. Para identificá-lo numa
oração, deve se usar o verbo e com ele perguntar: quê? (no caso de objectos, animais ou
ideias); quem? (no caso de pessoas).

Ex.: A Palanca admirava a sua beleza.” (‘A Palanca admirava quê’? → A sua
beleza [complemento directo].)
Eu conheço-te. (‘Quem é que eu conheço?’ → Tu [representado pelo pronome te:
complemento directo].)

Complemento indirecto → palavra, expressão ou oração que se junta a um


verbo por meio de uma preposição, completando, indirectamente, o sentido do
mesmo; representa o destino da acção expressa pelo verbo. É identificado formulando-
se com o verbo as seguintes perguntas: A quem? A quê?

Ex.: O Leão fez uma perseguição à Palanca (O Leão fez uma perseguição a quem?
→ a Palanca [complemento indirecto].)

1ª Obs.: Os verbos que precisam de complementos directo e ⁄ ou indirecto são


denominados verbos transitivos (p. ex.: fazer, dar, entregar, etc.).

2ª Obs.: Às vezes, o complemento directo vem acompanhado de preposição porque


o verbo é regido deste.

Ex.: Eu amo a Deus (compl. dir.).


3ª Obs.: No caso do sujeito, o seu complemento é o aposto ― substantivo ou
palavra substantivada que explica, qualifica ou esclarece o sujeito.

Ex.: Luanda, a capital, é a menor provícia de Angola.

Tu, homem de grande sabedoria, és admirado por todos.

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