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3º Módulo: Objetivos na Mensuração dos Resultados
São vários os objetivos de mensuração do resultado de uma empresa:
Resultado como Medida de Eficiência - O resultado como medida de eficiência coloca em evidência
a administração do patrimônio. Os administradores, como gestores de recursos dos acionistas, são
extremamente sensíveis aos resultados da empresa, pois a efetividade de suas decisões é julgada
através deles.
Resultado como Guia para Investimento Futuro - A seleção de projetos de investimento é feita em
base de estimativas de fluxos monetários futuros. Essas estimativas devem considerar os riscos e a
incerteza da decisão de investimento. De um modo geral, o resultado atual age para influenciar
expectativas sobre o futuro. Isto é importante para investidores, que tem nos relatórios financeiros,
demonstrando o resultado apurado, a principal fonte de informação para suportar suas decisões de
subscrever mais ações da empresa.
Resultado como um Guia para Concessão de Crédito - A habilidade de uma empresa em obter
financiamentos depende de seu estado financeiro e suas perspectivas de resultados atuais e
futuros. Por isto, instituições de crédito e bancos observam a capacidade da uma empresa em gerar
resultados futuros, para reembolsar os empréstimos concedidos, através dos seus níveis atuais de
lucratividade.
Resultado como um Guia para Decisões Sócio-econômicas - Muitas decisões levam em conta os
níveis de renda das empresas. Aumentos de preço crescentes podem ser justificados em termos do
aumento dos níveis de renda da população.
Reajustes de salários muitas vezes são discutidos em função dos lucros auferidos pelas empresas.
Políticas econômicas governamentais são guiadas pelos níveis de renda das empresas como um
dos indicadores sociais chaves.
Resultado como Base para Tributação - A tendência da maioria dos governos em se apropriar de
parte significativa dos lucros da empresa na forma de tributos significa que a base na qual imposto
das empresas é avaliado é extremamente importante aos acionistas e administração. A legislação
tributária especifica o que está sujeito a imposto e o que é dedutível, chegando a uma medida de
resultado sujeito a imposto. As autoridades tributárias aceitam lucro contábil como a base da qual
se avalia o lucro sujeito à tributação.
Resultado como Manutenção de Capital e como um Guia para Política de Dividendo - A distinção
entre capital e renda é central ao problema de decidir quanto pode ser distribuído aos acionistas
como dividendos. Muito se preocupou com a aplicação do conceito de manutenção de capital,
obrigando ao estabelecimento de regras para a medida de lucro passível de distribuição, visando
proteger não só os interesses dos investidores, como também dos credores.
Porém, hoje em dia, uma política de dividendos objetiva estabelecer a proporção do resultado que
deveria ser retida e a proporção que deveria ser distribuída. Isto porque as companhias esperam
financiar as suas necessidades de investimento com os lucros retidos.
Ao contrário do balanço, que representa uma fotografia das atividades da Empresa em uma data
específica, o demonstrativo de resultados representa uma fotografia das suas atividades durante o
período a que se refere. Ou seja, o demonstrativo de resultados do primeiro trimestre traz o
resultado acumulado no trimestre (a conta vendas, por exemplo, traz todas as vendas executadas
durante todo o trimestre, e não somente no último dia do trimestre).
No Brasil a demonstração de fluxo de caixa é conhecida pela sigla DOAR, que significa
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Assim, fica fácil entender a utilidade do fluxo
de caixa, que serve para identificar a forma na qual a empresa está gerando recursos (origens) e a
forma como ela está utilizando esses recursos (aplicações).
Origens de recursos: uma empresa tem várias origens para os recursos que possui em caixa.
Algumas destas origens podem ser operacionais, resultado das atividades da empresa, esse é o
caso, por exemplo, do lucro/prejuízo líquido do período, da redução de estoques, do atraso no
pagamento de fornecedores etc. Outras origens podem ser financeiras, como por exemplo, o
levantamento de novas dívidas, novos investimentos de capital por parte dos sócios etc.
Aplicações de recursos: o mesmo raciocínio pode ser aplicado para a forma com que a empresa
aplica seus recursos. Uma empresa pode aplicar os seus recursos na sua atividade operacional, o
que inclui, por exemplo, o gasto com a compra de estoques, compra de máquinas, pagamento de
fornecedores, aumento das vendas a prazo etc. Ou ela pode usar esses mesmos recursos para fins
financeiros, como por exemplo, quitação de dívidas, pagamento de dividendos aos sócios etc.
Em termos simplificados, pode ser dito que quando as origens, ou seja, os recursos obtidos pela
empresa, superam as suas aplicações, o caixa da empresa aumenta. Por outro lado, se a empresa
tem aplicações maiores do que as origens em um determinado período de tempo, então nesse
mesmo período o seu caixa diminui.
Mas qual a diferença entre o demonstrativo de resultados e o fluxo de caixa de uma empresa?
Afinal, de maneira simplificada, ambos medem o quanto esta empresa recebeu e gastou em um
determinado período. A diferença é que, enquanto o demonstrativo de resultados dá uma idéia do
lucro ou prejuízo da empresa, o fluxo de caixa dá uma idéia de como esses resultados estão
efetivamente refletindo no caixa da empresa.
Assim, a diferença entre eles é composta pelas despesas que não representam desembolso de
caixa. Pois é, por mais estranho que pareça a princípio, algumas despesas servem para abater o
lucro que a empresa obtém antes do pagamento de impostos (lucro tributável), mas não têm
efetivamente um impacto no caixa da empresa.