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CALOR
PLANO DE TRABALHO

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Metas a serem atingidas:

- Conhecer os principais componentes do ciclo de refrigeração

- Conhecer o funcionamento do ciclo de refrigeração

- Conhecer os principais sistemas de ar condicionado e suas aplicações

- Saber o que é um ventilador

- Conhecer o sistema de ar condicionado no geral

- Calcular carga térmica

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Plano de trabalho:

• Fazer os cursos de calor I, II, III, IV e V.

• Fazer os cursos de sistemas I, II,III, IV,e V.

• O que é ar condicionado e cálculo de carga térmica.

• Explicar o ciclo de refrigeração

• Explicar o que é um ventilador

• Explicar quais são os componentes do ciclo de refrigeração e suas

características.

• Explicar o que é filtro e sua função no sistema de ar condicionado

• Sistemas de ar condicionado

• Sistema de expansão direta:

- ap. janela

- Self a ar inrtegrado

- Self a água

- Self a ar remoto

- Split

- Mult-Split’s

• Sistema de expansão indireta:

- Água gelada

- termoacumulação

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CALOR – TEORIA

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CALOR:

É o agente responsável pelas variações de temperatura, as mudanças no


estado de agregação dos corpos (vaporização dos líquidos, fusão dos sólidos, etc.) e
as dilatações e contrações que ocorrem em função das variações do estado térmico
dos corpos. Agora definiremos uma outra grandeza física muito importante, a
capacidade térmica, e apresentaremos sua fórmula e sua unidade de medida no S.I.

ESTADOS DA MATÉRIA:
Qualquer tipo de matéria pode ser naturalmente encontrada nos estados: sólido,
líquido ou gasoso.

MUDANÇA DE ESTADO:
Dependendo do estado de um corpo, e se ele recebe ou cede calor, temos as
chamadas mudanças de estado.

LÍQUIDO
4
1
2 3

5
SÓLIDO 6 GASOSO

1: Solidificação
2: Fusão
3: Condensação
4: Vaporização
5 e 6: Sublimação

CALOR SENSÍVEL:
É a quantidade de calor que um determinado corpo pode ceder ou receber sem
mudar seu estado físico
CALOR LATENTE:
É a quantidade de calor que um corpo cede ou recebe para que sua matéria
mude de estado físico.

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MODOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR.

- Condução: Meio de transferência de calor nos sólidos.


- Convecção: Meio de transferência de calor nos líquidos, sólidos, fluídos e
gasosos.
- Radiação: Este processo não necessita de um meio material para propagar
o calor. A radiação térmica é da mesma natureza que a radiação da luz. É
assim que o Sol transmite calor à Terra.

FÓRMULA DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR:

Q = M . C . T

Q: QUANTIDADE DE CALOR
M: MASSA
C: CALOR ESPECÍFICO
T: DIFERENCIAL (VARIAÇÃO) DE TEMPERATURA

TERMOMETRIA

TEMPERATURA E CALOR

Todos os corpos são constituídos por partículas que estão sempre em


movimento. Esse movimento é denominado energia interna de um corpo.
O nível de energia interna de um corpo depende da velocidade com que suas
partículas se movimentam, isto é, se o movimento é rápido, o corpo possui um nível de
energia interna alto; se o movimento é lento, o corpo tem um nível de energia interna
baixo.
Investigando microscopicamente um corpo, observa-se que seu estado de
aquecimento influi no estado de agitação de suas partículas, tornando essa agitação
mais acentuada à medida que o corpo vai ficando mais quente.
Com base nesse conceito define-se:

Temperatura é uma grandeza física que mede o estado de agitação


das partículas de um corpo, caracterizando o seu estado térmico

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Portanto, as palavras quente e frio estão associadas à temperatura de um


corpo.
Os aparelhos que permitem medir a temperatura de um corpo são chamados
termômetros.
A temperatura de um corpo indica se esse corpo vai ganhar ou perder energia
interna ao entrar em contato com outro corpo.
Se dois corpos, um quente e outro frio, forem colocados em contato, uma
parcela da energia interna do corpo quente passará para o corpo frio sob a forma de
calor.
Após um certo tempo, as temperaturas dos dois corpos se igualam. Nesse momento o
fluxo de calor é interrompido e se diz que os corpos se encontram em Equilíbrio
Térmico.
É importante saber diferencia calor de temperatura, pois são grandezas físicas
diferentes. A temperatura é a medida do nível de energia interna de um corpo, e o calor
é a passagem de energia de um corpo para outro devido a diferença de temperatura
entre eles.

DILATAÇÃO TÉRMICA
A dilatação ou contração ocorre em três dimensões: comprimento, largura e
espessura.
A essa variação nas dimensões de um sólido causada pelo aquecimento ou
resfriamento denominamos dilatação térmica.
A dilatação de um sólido com o aumento de temperatura acontece porque, com
o aumento da energia térmica, aumentam as vibrações dos átomos e moléculas, que
formam o corpo, fazendo com que passem para posições de equilíbrio mais afastadas
que as originais.

DILATAÇÃO LINEAR:
É aquela em que predomina a variação em uma dimensão, ou seja o
comprimento.
Para estudarmos a dilatação linear, consideramos uma barra de comprimento
inicial L1 a temperatura T1.
Aumentando a temperatura da barra para T2, o comprimento passa a ser L2.
T1
L = L2 – L1
T2

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Em que L = L2 – L1, é a variação de comprimento, isto é, a dilatação linear da


barra, na variação de temperatura T = T2 – T1.
Experimentalmente verificou-se:

1º) L é diretamente proporcional ao comprimento inicial L.


2º) L é diretamente proporcional à variação de temperatura T.
3º) L depende do material que constitui a barra.

A partir dessas relações, podemos escrever:

L = L .  . T

Em que  é uma constante característica do material que constitui a


denominada coeficiente de dilatação linear. A unidade de  é ºC-1.

DILATAÇÃO SUPERFICIAL

É aquela que predomina a variação em duas dimensões, ou seja, a variação da


área.
Consideremos uma placa de área inicial S2, à temperatura T1. aumentando a
temperatura da placa para T2, sua área passa para S2.

S2
S S
1 1

A experiência mostra que S é proporcional a S e T, logo:

S = S .  . T

Onde  é o coeficiente de dilatação linear.

O coeficiente de dilatação superficial para cada substância é igual ao dobro do

coeficiente de dilatação linear, isto é:  = 2. 

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DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA

A dilatação é denominada volumétrica quando ocorre variação das três


dimensões de um corpo: comprimento, largura e espessura.
Com o aumento da temperatura, o cubo da figura sofre um aumento de volume
V, tal que:

A fórmula da dilatação volumétrica é:

V = V .  . T

O coeficiente de dilatação volumétrica  é aproximadamente igual ao triplo do

coeficiente de dilatação linear, isto é:  = 3. 

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RELATÓRIO:
FITAS DE CALOR I, II, III, IV, E V
(SÍNTESE)

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CALOR I :

- Energia Mecânica

Energia mecânica é a somatória de toda a energia cinética e energia potencial


que compõe um movimento.
Quando você atira uma pedra para cima, verticalmente, ela sai de sua mão com
uma certa velocidade. Enquanto a pedra, sobe, a velocidade vai diminuindo até que,
num determinado instante, ela pára. Imediatamente, a pedra começa a cair e, enquanto
cai, a velocidade cresce.
Para atirar a pedra, você aplicou uma força e essa força realizou trabalho. A pedra
estava parada e adquiriu energia cinética. Através do trabalho realizado pela força que
sua mão aplicou sobre a pedra, houve transformação de energia: a energia química
que estava em seus músculos transformou-se em energia cinética da pedra. E,
enquanto a pedra sobe e desce, o que acontece com essa energia?
A energia cinética de um corpo aumenta com o aumento da velocidade e diminui com a
diminuição da velocidade. Assim, enquanto a pedra sobe, sua energia cinética diminui.
No momento em que a pedra para, no alto, sua velocidade é nula, igual a zero;
portanto, nesse momento sua energia cinética também é igual a zero. E, enquanto a
pedra cai, sua energia cinética vai aumentando.
Como podemos explicar a diminuição, o desaparecimento e depois o reaparecimento
da energia cinética, se a energia não pode ser destruída e nem criada? A resposta a
essa pergunta nos leva à idéia de transformação de energia.
A energia cinética que a pedra tem ao subir permanece armazenada, de algum modo.
E essa energia armazenada é chamada energia potencial gravitacional.
Enquanto a pedra sobe, a energia cinética vai diminuindo e a energia potencial
gravitacional vai aumentando. Quando pára, no alto, a pedra já não tem energia
cinética, mas tem energia potencial gravitacional. E, quando a pedra começa a cair, a
energia potencial gravitacional vai diminuindo, enquanto a cinética aumenta.
Quando um corpo se movimenta e nenhuma força dissipativa atua sobre ele, a soma
de sua energia cinética com sua energia potencial tem sempre o mesmo valor. Essa
soma é chamada energia mecânica do corpo.
O que acontece com a energia mecânica do corpo, durante a queda?
Em cada altura, os valores da energia potencial e da energia cinética são diferentes,
mas a soma, das duas formas de energia tem sempre o mesmo valor.

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Energia mecânica = energia cinética + energia potencial

Em = Ec + Ep

CALOR II

- Termômetro

O termômetro é um aparelho que mede uma grandeza física: o calor.

Sabe-se que o calor é uma grandeza física que varia de acordo com o grau de
agitação das moléculas. Pois então: o termômetro é que mede este grau de agitação
das moléculas.
O termômetro de bulbo é o termômetro de vidro comum que você conhece desde
criança. Ele contém um tipo de líquido, geralmente, mercúrio.
Os termômetros de bulbo trabalham em cima de um princípio simples: um líquido
muda seu volume conforme sua temperatura é alterada. Os líquidos ocupam menos
espaço quando estão frios e ocupam mais espaços quando estão quentes (esse
mesmo princípio funciona com gases e é o princípio do balão de ar quente).
Você provavelmente trabalha com líquidos todo dia, mas pode não ter percebido
que a água, leite e óleo de cozinha ocupam mais ou menos espaço à medida que sua
temperatura muda. Nesses casos, a mudança de volume é bem pequena. Todos os
termômetros de bulbo utilizam um bulbo grande e um tubo estreito para acentuar a
mudança de volume.
Uma escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos
onde cada um desses valores está associado a uma temperatura.
Para a graduação das escalas foram escolhidos, para pontos fixos, dois
fenômenos que se reproduzem sempre nas mesmas condições: a fusão do gelo e a
ebulição da água, ambos sob pressão normal.
1 o . Ponto Fixo: corresponde à temperatura de fusão do gelo, chamado ponto do gelo.
2 o . Ponto Fixo: corresponde à temperatura de ebulição da água, chamado ponto de
vapor.

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Escala Celsius Escala Farenheit Escala Kelvin


100°C 212°F 373 K

0°C 32°F 273 K

Intervalo de 0ºC a 100ºC e de 273K a 373K é dividido em 100 partes iguais e


cada uma das divisões corresponde a 1ºC e 1K, respectivamente. Na escala
Fahrenheit o intervalo de 32ºF a 212ºF é dividido em 180 partes.

Relações entre as escalas:

Supondo que a grandeza termométrica seja a mesma, podemos relacionar as


temperaturas assinaladas pelas escalas termométricas da seguinte forma:

Escala Celsius Escala Farenheit Escala Kelvin


100°C 212°F 373 K

Temperatura qualquer °C °F K

0°C 32°F 273 K

°C – 0__ °F – 32__ K – 273__


100 – 0 = 212 – 32 = 373 - 273

Exemplo: Transformar 35ºC em ºF.

°C – 0__ °F – 32__
100 – 0 = 212 – 32

35 __ °F – 32__
100 = 180

°35 __ °F – 32__ Multiplicar em cruz


100 180
=
180x35 = 100 (°F – 32)
°F = 9500 35°C = 95°F
6300 = 100°F – 3200
100
100°F = 6300 + 3200
100°F = 9500 13
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Estrutura dos Materiais

Um sólido pode ter dois tipos de estrutura:

Estrutura Cristalina: A estrutura cristalina de um sólido é a designação dada ao


conjunto de propriedades que resultam da forma como estão espacialmente ordenados
os átomos ou moléculas que o constituem. Note-se que apenas os sólidos cristalinos
exibem esta característica, já que ela é o resultado macroscópico da existência
subjacente de uma estrutura ordenada ao nível atômico, replicada no espaço ao longo
de distâncias significativas face à dimensão atômica ou molecular, o que é exclusivo
dos cristais.

Estrutura Amorfa: Material Amorfo" ou "Substância Amorfa" é a designação dada à


estrutura que não têm ordenação espacial a longa distância (em termos atomicos),
como os sólidos regulares. É geralmente aceito como o oposto de estrutura cristalina.
Logo, estes materiais não podem ser considerados sólidos. Estes podem ser rígidos,
mas no entanto não possuem estrutura de uma substância sólida. As substãncias
amorfas podem ser líquidas ou gasosas, já que não possuem estrutura atômica
definida. Algumas substâncias comuns no dia-a-dia são amorfas, como o vidro, o
poliestireno e até mesmo o algodão-doce. Materiais amorfos são comumente
preparados ao resfriar materiais derretidos. Esse resfriamento reduz a capacidade de
mobilidade das moléculas. Materiais como os metais são muito difíceis de serem
preparados como rígidos amorfos. A não ser que o material tenha alta resistência à
fusão (como cerâmicos) ou baixa energia de cristalização (como os polímeros), a
preparação de um sólido amorfo deve ser extremamente rápida. Materiais amorfos
podem existir em estados "borrachosos" e estados "vítricos", além de gasosos como o
ar que respiramos.
Os materiais amorfos possuem propriedades únicas. Feitos a partir da rápida
solidificação de ligas metálicas apresentam fácil magnetização devida ao fato de seus
átomos se encontrarem arranjados de maneira aleatória, facilitando a orientação dos
domínios magnéticos. Transformadores usando núcleo de metais amorfos exibem
perdas que são 60% a 70% menores que os transformadores convencionais.
Os rígidos amorfos são sólidos que não apresentam ordem estrutural num estado
normal, mas somente em dimensões atômicas, com poucas unidades atômicas.
Também são chamados de não-cristalinos. Outros rígidos apresentam ordem em seu
estado normal, diferentemente dos amorfos, significando que sua estrutura se repete

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em distâncias bem menores que a de outros sólidos, em relação ao tamanho do sólido.


Exemplos de sólidos amorfos: vidro, plástico, vários polímeros e várias substâncias
orgânicas que parecem, mas não são cristalinas.

- Estados da Matéria:

Os estados da matéria são cinco: sólido, líquido, gasoso, plasma e zero absoluto.

O primeiro estado da matéria é o estado sólido. Quando a matéria se encontra no


estado sólido, ela tem uma forma definida, e independentemente do recipiente em
que for colocada, a matéria manterá sua forma. Vamos pensar por exemplo em um
automóvel: independentemente de o carro estar na garagem ou em um campo
aberto, seu volume será o mesmo para ambos os casos.
Para um líquido no entanto, já temos reações diferentes, o líquido assim como o
sólido possui um volume constante e fixo, sendo muito complicada sua compressão
ou expansão, porém sua forma depende unicamente do recipiente em que está
contido. Se por exemplo tivermos um litro de água dentro de um recipiente muito
grande e passarmos esta água para um recipiente onde apenas caiba ½ litro, o
volume do recipiente será totalmente preenchido e ½ litro de água vazará para fora
dele, no entanto o volume total de água continuará sendo de 1 litro.
No caso dos gases, temos outro tipo de comportamento: os gases não têm forma
definida, sua forma e seu volume são definidos pelo recipiente que contém o gás. Se
tivermos por exemplo um bulbo de aço com duas atmosferas de pressão em seu
interior e de repente reduzirmos o volume do bulbo pela metade, de forma que sua
área também seja reduzida pela metade, temos que a força é igual à pressão sobre
área, resultando assim que a nova pressão atingirá o dobro do valor, e se agora
quadruplicarmos o volume do bulbo, o gás voltará a ocupar todo o volume com uma
pressão quatro vezes menor. Podemos então concluir que um gás ocupa todo o
volume dentro do qual ele é confinado.
O plasma é o caso onde a temperatura é tão alta que não existem mais átomos,
mas sim apenas uma sopa de íons, pois todos os elétrons, prótons e nêutrons foram
arrancados de perto do núcleo de tão intensa que é a agitação molecular devida à
temperatura. Apesar de ser difícil a produção de plasma na Terra devido à
necessidade de compartimentos que resistam a temperaturas altíssimas,
pesquisadores acreditam que 99% de toda a matéria existente no Universo esteja
sob a forma de plasma.

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O zero absoluto é apenas um estado teórico, já que a temperatura de zero


kelvins é impossível de ser atingida, no entanto supõe-se que à temperatura de zero
absoluto, não haveria movimento de prótons, elétrons ou nêutrons em torno de um
núcleo. Temos que entender no entanto que esta temperatura é realmente
impossível de ser atingida. A uma dada temperatura e pressão, cada substância
pode ser encontrada em um estado específico, no entanto deve ficar claro que cada
substância é distinta das outras, logo à temperatura ambiente e pressão
atmosférica, coexistem os estados sólido(metais), líquido(água), e gasoso(ar).

Outras características:

Sólido:
- forças de coesão são maiores do que as de repulsão;
- apresenta retículo cristalino - forma geométrica definida;
- o movimento das partículas ocorre somente no retículo cristalino;
- são muito pouco compressíveis;

Líquido:
- as forças de coesão e repulsão se igualam;
- não apresenta retículo cristalino;
- apresenta tensão superficial;
- os líquidos podem ser comprimidos
Exs.: vidro, plástico, parafina e mercúrio metálico.

Gasoso:
- forças de repulsão maiores do que as de coesão;
- há grande expansibilidade;
- há grande compressibilidade;
- as partículas movimentam-se com grande velocidade.

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CALOR III

- Calor Latente e Calor Específico

Calor Latente: o calor latente da mudança de estado de uma substância, é igual a


quantidade de calor que devemos ceder ou retirar de uma grama de substância para
que ela mude de estado.
Temos a relação: Q = M . L
Onde Q é a quantidade de calor cedida ou recebida, M é a massa total da
substância que esta em questão e L é o coeficiente de calor latente da substância.
Seguem abaixo alguns dados para calor latente que poderão ser usados mais
adiante:

• Calor Latente de fusão do gelo: L f = 80cal/g


• Calor Latente de solidificação da água: L s = -80cal/g
• Calor Latente de vaporização da água: L v = 540cal/g
• Calor Latente de condensação do vapor: L c = -540cal/g

Calor Específico: é uma grandeza física que define a variação térmica de determinada
substância ao receber determinada quantidade de calor. Também é chamado de
capacidade térmica mássica. É constante para cada substância em cada estado físico.
Pode-se dizer que o calor específico caracteriza uma substância (em determinado
estado físico).
A unidade no SI é J/kg.K (Joule por Quilograma Kelvin). Uma outra unidade
mais usual para calor específico é cal/g.°C (Caloria por Grama Grau Celsius).

É possível calcular o calor específico de uma substância ( ) a partir da


capacidade térmica de um corpo composto por ela ( ) e da massa desse corpo ( ).

Também é possível determinar o calor específico de uma substância a partir da


quantidade de calor cedida a um corpo dessa substância ( ), da variação térmica
que ele sofre ( ), e da massa desse corpo.

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formula também usada

C.(temp final - temp inicial) + C.(temp final - temp inicial)=0.

ou ainda c.m.(temp final - temp inicial) + c.m.(temp final - temp inicial)=0

A tabela abaixo apresenta o calor específico de algumas substâncias à pressão


constante de 1 atm.

Seguem abaixo alguns dados para calor específico que poderão ser usados mais
adiante:

• Água: 1,0 cal/g. ºC


• Álcool: 0,6 cal/g. ºC
• Alumínio: 0,22 cal/g. ºC
• Ar: 0,24 cal/g. ºC
• Carbono: 0,12 cal/g. ºC
• Chumbo: 0,031 cal/g. ºC
• Cobre: 0,091 cal/g. ºC
• Ferro: 0,11 cal/g. ºC
• Gelo: 0,5 cal/g. ºC
• Hélio: 1,25 cal/g. ºC
• Hidrogênio: 3,4 cal/g. ºC
• Latão: 0,092 cal/g. ºC
• Madeira: 0,42 cal/g. ºC
• Mercúrio: 0,033 cal/g. ºC
• Nitrogênio: 0,25 cal/g. ºC
• Ouro: 0,032 cal/g. ºC
• Oxigênio: 0,22 cal/g. ºC
• Prata: 0,056 cal/g. ºC
• Vidro: 0,16 cal/g. ºC

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CALOR IV

- Transmissão de Calor

Transmissão de calor é a denominação dada à passagem da energia térmica ( que


durante a transferência recebe o nome de calor) de um corpo para outro ou de uma
parte para outra de um mesmo corpo. Essa transmissão pode se processar de três
maneiras diferentes: condução, convecção e irradiação.

CONDUÇÃO: É o processo de transmissão de calor em que a energia térmica


passa de um local para outro através das partículas do meio que os separa. Na
condução a passagem da energia de uma região para outra se faz da seguinte
maneira: na região mais quente, as partículas têm mais energia, vibrando com mais
intensidade; com esta vibração cada partícula transmite energia para a partícula
vizinha, que passa a vibrar mais intensamente; esta transmite energia para a seguinte e
assim sucessivamente.
A condução de calor é um processo que exige a presença de um meio
material e que, portanto, não ocorre no vácuo.

CONVECÇÃO: Consideremos uma sala na qual se liga um aquecedor elétrico em


sua parte inferior.O ar em torno do aquecedor se aquece, tornando-se menos denso
que o restante. Com isto ele sobe e o ar frio desce, havendo uma troca de posição do
ar quente que sobe e o ar frio que desce. A esse movimento de massas de fluido
chamamos convecção e as correntes de ar formadas são correntes de convecção.
Portanto, convecção é um movimento de massas de fluido, trocando de posição entre
si. Notemos que não tem significado falar em convecção no vácuo ou em um sólido,
isto é, convecção só ocorre nos fluidos.
Nas geladeiras o congelador é sempre colocado na parte superior, para que o ar se
resfrie na sua presença e desça, dando lugar ao ar mais quente que sobe.As
prateleiras são feitas em grades (e não inteiriças) para permitir a convecção do ar
dentro da geladeira.

IRRADIAÇÃO: o processo de transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas


(ondas de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se propaga até o
outro, através do espaço que os separa.

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Sendo uma transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas, a radiação


não exige a presença do meio material para ocorrer, isto é, a radiação ocorre no
vácuo e também em meios materiais.

Entretanto, não são todos os meios materiais que permitem a propagação das
ondas de calor através deles.
Toda energia radiante, transportada por onda de rádio, infravermelha, ultravioleta, luz
visível, raio X, raio gama, etc., pode converter-se em energia térmica por absorção.
Porém, só as radiações infravermelhas são chamadas de ondas de calor.

ATENÇÃO:

Um corpo bom absorvente de calor é um mau refletor.


Um corpo bom refletor de calor é um mau absorvente.

TODO BOM ABSORVENTE É BOM EMISSOR DE CALOR.


TODO BOM REFLETOR É MAU EMISSOR.

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CALOR V

- Combustão

Combustão ou queima é uma reação química exotérmica entre uma substância (o


combustível) e um gás (o comburente), usualmente o oxigênio, para liberar calor. Em
uma combustão completa, um combustível reage com um comburente, e como
resultado se obtém compostos resultantes da união de ambos, além de energia.

- Gás Refrigerante

No interior da geladeira, o ar quente sobe e resfria-se na parte superior, onde está o


congelador. Como fica mais denso, o ar desce, absorvendo calor dos alimentos.
Ficando quente, ele sobe outra vez, estabelecendo-se a convecção do ar.
E como ocorre o resfriamento do ar na parte superior da geladeira? É necessário
compreender que a geladeira funciona por ciclos: há basicamente uma tubulação
fechada com gás refrigerante em seu interior e um compressor. O gás é comprimido a
alta pressão e temperatura pelo compressor e levado ao condensador (ou radiador -
grade na parte de trás da geladeira). Lá, o fluido refrigerante cede calor ao ambiente,
resfriando-se e condensando. Por um tubo capilar, ele segue até o evaporador,
localizado na parte superior da geladeira, onde está o congelador. O fluido liquefeito,
agora a baixa pressão, evapora, pois absorve calor proveniente do interior da geladeira.
Apresentando baixa pressão e temperatura, ele é aspirado para o compressor e o ciclo
reinicia.

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CALOR – QUESTÕES

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QUESTÕES - TEORIA

1) Defina o que é calor.


2) Qual a diferença entre calor e temperatura?
3) Quais as condições necessárias para que uma substância mude seu estado
físico? Quais podem ser estes estados?
4) O que são calor sensível e latente?
5) De quantas formas podem ocorrer as trocas de calor? Quais são elas? Defina.
6) Um material sofre dilatação linear, aumentando 2 cm ao passo que a
temperatura variou 100C. Calcule seu comprimento inicial sendo que seu
coeficiente de dilatação linear vale 5,0 x 10-5 C-1.
7) Quanto variou o comprimento de uma barra metálica cujo coeficiente de
dilatação linear vale 4,0 x 10-5 °C-1, sendo que seu comprimento inicial era
de 5,0 metros e sua temperatura foi de 25°C para 85°C?
8) Uma chapa metálica de 10 m² é aquecida até 120°C. O coeficiente de
dilatação superficial do material vale 40 x 10-6 °C-1. Após o aquecimento, a
chapa tinha 10,05 m². Determine qual era a temperatura inicial.
9) Uma barra metálica de 5,0 metros dilata 2 cm quando sua temperatura
sofre um aumento de 100°C. Sendo assim, se for construída uma chapa
deste mesmo material e com 5,0 m² inicialmente, podemos afirmar que ela
sofrerá um aumento de quanto, se submetida à mesma variação de
temperatura?
10) (Ita 95) Você é convidado a projetar uma ponte metálica, cujo comprimento
será de 2,0km. Considerando os efeitos de contração e expansão térmica para
temperaturas no intervalo de -40°F a 110°F e o coeficiente de dilatação linear
do metal é de12x10-6 ºC-1, qual a máxima variação esperada no comprimento da
ponte?(O coeficiente de dilatação linear é constante no intervalo de temperatura
considerado).

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QUESTÕES – RELATÓRIOS

11) Defina o que é Energia Mecânica.


12) Como acontece a transformação de energia, ao lançarmos uma pedra para
cima?
13) Descreva o funcionamento de um termômetro.
14) Quais as características principais de um sólido amorfo?
15) O que acontece com uma substância ao atingir seu estado de plasma?
16) Um termômetro que marca 50F, está marcando, em graus Celsius, qual valor?
E em escala kelvin?
17) A temperatura de um gás em graus Celsius é equivalente ao dobro da mesma
temperatura medida em graus Fahrenheit. Qual é a sua temperatura na escala
Kelvin?
18) Um líquido inicialmente a 20C recebeu 80 kcal até atingir 60C. Sabendo que
a massa do líquido é de 400 g determine o seu calor específico.
19) Um recipiente com capacidade para 500 cm³ foi totalmente preenchido com
água a 25C. Para a água atingir 55C serão necessárias quantas calorias?
1cm³ = 1mL
densidade da água = 1,0 g/cm³
calor específico sensível da água = 1,0 cal/gC
20) Qual a quantidade de calor necessária para transformar 2000 g de gelo a –30C
em vapor a 120C?
calor específico sensível do gelo = 0,5 cal/gC
calor específico sensível da água = 1,0 cal/gC
calor específico sensível do vapor d’água = 0,5 cal/gC
calor específico latente de fusão do gelo = 80 cal/g
calor específico latente de ebulição da água = 540 cal/g

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CARGA TÉRMICA - TEORIA

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SISTEMA DE AR CONDICIONADO

Os principais componentes do sistema de ar condicionado são:

- Condicionador de ar
- Dutos de ar
- Difusores ou grelhas de insuflamento
- Grelhas de retorno

Descrição de um sistema de ar condicionado:

C (10%) TEMP EXT:


32°C

(13°C) A (100%)

TEMP INT:
24°C

B+C B (90%)

A – Insuflamento
B – Retorno
C – Ar externo
B + C – Mistura

O condicionador de ar resfria o ar. Este é conduzido até a sala pelo duto de


insuflamento e pelo difusor (A). Apos absorver o calor da sala, resfriando-a, o ar volta
para o condicionador mistura-se com o ar externo, é esfriado pela serpentina de
resfriamento que fica dentro do condicionador, e recomeça todo o ciclo.

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Para que possamos determinar a quantidade de ar que necessária para resfriar


a sala, e, se o condicionador tem capacidade para gerar esta quantidade de ar,
dependemos de alguns fatores que são responsáveis pela geração de calor dentro da
sala:

1. Pessoas
2. Iluminação
3. Equipamentos
4. Transmissão
5. Insolação
6. Ar externo

CARGA TÉRMICA:
Carga térmica de uma instalação de ar condicionado é a quantidade de calor,
que, por unidade de tempo, deverá ser fornecida (inverno), ou retirada (verão) do ar a
ser introduzido nos ambientes beneficiados a fim de manter as condições pré-fixadas
de projeto.
A Carga térmica ambiente deverá ser entendida como uma somatória de toda a
quantidade de calor (sensível e latente) que entra na sala (desde equipamentos,
pessoas, até insolação etc...), até a saída do ar do ambiente.

- Fatores:
Fontes de calor externo:
As fontes de calor mais consideráveis originam-se no meio exterior e atingem o
ambiente condicionado devido aos seguintes fatores:

1. Ganho de calor devido ao ar externo;


2. Ganho de calor devido a penetração por condução através de janelas,
paredes, divisões, tetos e telhados;
3. Radiação solar, através de janelas, clarabóias, paredes, portas externas e
telhados.
Fontes de calor interno:
As fontes de calor interno à ambientes condicionados são principalmente:

1. Pessoas
2. Luzes

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3. Motores elétricos
4. Motores dos equipamentos de ar condicionado
5. Dissipação de calor por equipamentos
6. Cargas especiais

Sendo que, os calores provenientes de pessoas (em atividade ou não),


constituem em fontes de calor sensível e latente.

Condições recomendadas para projeto:

As estimativas ou cálculos de carga térmica baseiam-se nas condições internas


de projeto, do espaço ou ambiente que deve ser condicionado, e as respectivas
condições externas que rodeiam o espaço, ambiente ou edifício. As condições internas
de projeto são as condições de temperatura e umidade estabelecidas por uma norma
para ambiente de CONFORTO. O propósito e a finalidade do cálculo referente aos
sistemas de ar condicionado é o de dimensionar equipamentos que atendam as
condições pré – fixadas para ambientes interiores, em função de condições externas.

Condições externas de projeto:

As condições externas de projeto, são estabelecidas nas tabelas 2 e 3. Para


cidades e locais não estabelecidos nestas tabelas, deverão ser usadas temperaturas
de projeto, daquelas cujas condições climáticas mais se aproximarem ás mencionadas.

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Condições externas para verão

Cidades TBS TBU Temperatura Máxima


I - Região Norte
Macapá (AP) 34 28,5 34,7
Manaus (AM) 35 29,0 36,9
Santarém (AP) 35 28,5 37,3
Belém (PA) 33 27,0 34,9
II - Região Nordeste
João Pessoa (PB) 32 26,0 -
São Luís (MA) 33 28,0 33,9
Parnaíba (PI) 34 28,0 35,2
Terezina (PI) 38 28,0 40,3
Fortaleza (CE) 32 26,0 32,4
Natal (RN) 32 27,0 32,7
Recife (PE) 32 26,0 32,6
Petrolina (PE) 36 25,5 38,4
Maceió (AL) 33 27,0 35,0
Salvador (BA) 32 26,0 33,6
Aracajú (SE) 32 26,0 -
III - Região Sudeste
Vitória (ES) 33 28,0 36,1
Belo Horizonte (MG) 32 24,0 35,5
Uberlândia (MG) 33 23,5 37,6
Rio (RJ) 35 26,5 39,4
São Paulo (SP) 31 24,0 34,9
Santos (SP) 33 27,0 37,7
Campinas (SP) 33 24,0 37,4
Pirassununga (SP) 33 24,0 37,8
IV - Região Centro-Oeste
Brasília (DF) 32 23,5 34,8
Goiânia (GO) 33 26,0 37,3
Cuiabá (MT) 36 27,0 39,0
Campo Grande (MS) 34 25,0 37,0
Ponta-Porã (MS) 32 26,0 35,8

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Cidades TBS TBU Temperatura Máxima


V - Região Sul
Curitiba (PR) 30 23,5 33,3
Londrina (PR) 31 23,5 34,0
Foz do Iguaçu (PR) 34 27,0 38,0
Florianópolis (SC) 32 26,0 36,0
Joinville (SC) 32 26,0 36,0
Blumenau (SC) 32 26,0 36,0
Porto Alegre (RS) 34 26,0 39,0
Santa Maria (RS) 35 25,5 40,0
Rio Grande (RS) 30 24,5 -
Pelotas (RS) 32 25,5 -
Caxias do Sul (RS) 29 22,0 -
Uruguaiana (RS) 34 25,5 -

Fonte: Tabelas Climatológicas da Diretoria de Rotas Aéreas, do


Ministério da Aeronáutica, apud ABNT.

Condições externas para inverno:


BULBO SECO BULBO ÚMIDO UMIDADE RELATIVA
CIDADES
(°C) (°C) (%)
Rio de Janeiro 13,0 11,0 80
São Paulo 10,0 8,0 70
Curitiba 5,0 3,5 80
Florianópolis 5,0 3,5 80
Porto Alegre 5,0 3,5 80
Belo Horizonte 10,0 8,0 80
Brasília 10,0 8,0 80

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CONDIÇÕES INTERNAS PARA VERÃO


RECOMENDÁVEL MÁXIMA
FINALIDADE LOCAL TBS (°C) UR (%) TBS (°) UR (%)

Residência,
hotel,
Conforto 23 a 25 40 a 60 26,5 65
escritórios
E escolas
Banco,
barbearias,
Lojas de
cabeleireiros,
curto tempo lojas,
24 a 26 40 a 60 27 65
de ocupação magazines,
mercados.
Teatros,
Auditórios,
Ambiente com cinemas,
grande carga bares,
de calor lanchonetes, 24 a 26 40 a 65 27 65
sensível ou bibliotecas,
latente Estúdios,
feiras
fechadas.
Locais de Boates,
Reunião com salões de 24 a 26 40 a 65 27 65
movimentações baile.
Depósitos: de
livros,
manuscritos,
Ambiente de
obras raras, 21 a 23* 40 a 50* - -
Arte museus,
galerias de
arte.
Halls de
elevadores,
Acesso corredores de
21 a 23* 50 a 55* - -
acesso

*Condições constantes para o ano inteiro


TBS = Temperatura de bulbo seco (°C)
UR = Umidade relativa (%)

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QUESTÕES – Carga Térmica

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QUESTÕES – Carga Térmica

1) O que é carga térmica? Como ela é dividida?


2) Quais os fatores responsáveis pela quantidade de Carga Térmica interna sobre
um determinado local?
3) Como funciona um sistema de ar condicionado? Explique.
4) Quais os principais componentes de um sistema de ar condicionado?
5) Quais as principais fontes externas de ganho de carga térmica?

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TRANSMISSÃO DE CALOR–Teoria

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TRANSMISSÃO DE CALOR:
A transmissão de calor é o fluxo de calor proveniente das paredes, pisos,
janelas, tetos e telhados. Esta transferência se deve à diferença de temperatura entre o
espaço condicionado interno e a atmosfera externa.
O calor flui para dentro quando a temperatura é mais alta. Este calor indesejável
tem que ser retirado pelo ar frio

INTERNO EXTERNO
T T

Q (fluxo de calor)

Expressão geral da transmissão de calor:

Q= A x K x T

DIFERENÇA DE TEMPERATURA

COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSMISSÃO

ÁREA DA SUPERFÍCIE (M²)

FLUXO DE CALOR (Kcal/h)

Os valores de K são dados em função dos materiais que constituem os meios de


transmissão, que podem ser paredes, tetos pisos e vários tipos de vidros.

Como regra geral:


Tipo de separação Valor do K
Parede 1,92
Teto 1,72
Piso 1,42
Vidro 5,4

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Esses valores de coeficiente global de transmissão (K ou U), são obtidos através de


uma composição de valores.
Veja exemplo abaixo:

COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO DE CALOR


COMPOSIÇÃO he (BTU/ft²°F) hi (BTU/ft²°F) e(ft) BTU/ft°F k (BTU/hft²°F) k (kcal/hm²°C)
parede externa

espaço de ar externo 3 - -
argamassa - - 0,049 0,432
concreto - - 0,525 0,416 0,39 1,92
argamassa - - 0,049 0,432
espaço de ar interno 1,4 - -
COMPOSIÇÃO he (BTU/ft²°F) hi (BTU/ft²°F) e(ft) BTU/ft°F k (BTU/hft²°F) k (kcal/hm²°C)
espaço de ar interno 1,4 - -
parede interna

argamassa - - 0,049 0,432


tijolo - - 0,41 0,4
argamassa - - 0,049 0,432 0,37 1,82
espaço de ar interno 1,4 - -
aglomerado - - 0,328 0,03
espaço de ar interno - 1,4 - -
COMPOSIÇÃO he (BTU/ft²°F) hi (BTU/ft²°F) e(ft) BTU/ft°F k (BTU/hft²°F) k (kcal/hm²°C)
laje (piso) + gesso

espaço de ar interno 1,4 - - -


enchimento - - 0,015833 0,344
concreto (laje) - - 0,491666 0,416
0,25 1,23
espaço de ar 1,0989 - - -
forro de gesso - - 0,08166 0,203
espaço de ar interno - 1,4
COMPOSIÇÃO he (BTU/ft²°F) hi (BTU/ft²°F) e(ft) BTU/ft°F k (BTU/hft²°F) k (kcal/hm²°C)
telhado + laje

espaço de ar externo 3- - -
calhetão - - 0,0325 0,27
espaço de ar 1,0989 - - - 0,31 1,50
concreto (laje) - - 0,49166 0,416
espaço de ar interno - 1,4 - -
COMPOSIÇÃO he (BTU/ft²°F) hi (BTU/ft²°F) e(ft) BTU/ft°F k (BTU/hft²°F) k (kcal/hm²°C)
laje (piso) + forrovid

espaço de ar interno 1,4 - - -


enchimento - - 0,015833 0,344
concreto (laje) - - 0,491666 0,416
0,12 0,60
espaço de ar 1,0989 - - -
forrovid - - 0,083333 0,018
espaço de ar interno - 1,4

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EXEMPLO DE CÁLCULO
Obs: Andar Superior condicionado a 24°C, e andar Inferior condicionado a 23°C.
PD = 3,5 metros

2,0 x 1,0 (m)

35°C 4,0 m 35°C


3,0m

3,0 m

24°C 23°C 2,0 x 0,50 (m)

3,0 m

OBS: Quando temos uma estrutura que divide um meio interno condicionado de um
meio interno não condicionado, temos a seguinte situação:

INTERNO NÃO INTERNO


CONDICIONADO CONDICIONADO
T1 T2

FLUXO

Sendo que:
T1 = Text – 3°C

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SALA 1

- Parede 1 35 24°

A = 3,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 10,50 m² Q1 = 10,5 x 1,92 x (35 - 24)
Q1 = 10,5 x 1,92 x 11
K = 1,92 Q1 = 222 Kcal/h
Q Positivo

- Parede 3 24°
A = 4,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 14,00 m² Q1 = 14 x 1,92 x (35 - 24) 35°
Q1 = 14 x 1,92 x 11
K = 1,92 Q1 = 296 Kcal/h Q Positivo

- Parede 4 24° C 23° C

A = 3,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 10,50 m² Q1 = 14 x 1,92 x (23 - 24)
Q1 = 10,5 x 1,92 x -1
K = 1,92 Q1 = -20,2 Kcal/h Q Negativo

- Parede 4 35 24°

A = 4,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 14,00 m² Q1 = 12 x 1,92 x (35 - 24)
A = 14 - área do Q1 = 12 x 1,92 x 11
A = 14 - vidro
(2,0 x 1,0) Q1 = 253 Kcal/h
A = 14 - 2 Q Positivo
A = 12m²

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SALA 2

- Parede 3 24° C 23° C

A = 3,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 10,50 m² Q1 = 10,5 x 1,92 x (24 - 23)
Q1 = 10,5 x 1,92 x 1
K = 1,92 Q1 = 20,2 Kcal/h
Q Positivo

35° C
- Parede 5

A = 3,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 10,50 m² Q1 = 10,5 x 1,92 x (35 - 23) 23° C
Q1 = 10,5 x 1,92 x 12
K = 1,92 Q1 = 242 Kcal/h Q Positivo

- Parede 7 35° C

A = 3,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 10,50 m² Q1 = 10,5 x 1,92 x (35 - 23) 23° C
Q1 = 10,5 x 1,92 x 12
K = 1,92 Q1 = 242 Kcal/h
Q Positivo

- Parede 5 23° C 35° C


A = 3,00 x 3,50 Q1 = A x K x ?T
A = 10,50 m² Q1 = 9,5 x 1,92 x (35 - 23)
A = 10,5 - área do vidro = 9,5 x 1,92 x 12
A = 10,5 - (2,0 x 0,5) = 219 Kcal/h Q Positivo
A = 10,5 - 1
A = 9,5 m²

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MCNR 2008 APOSTILAS

SALA 1

- vidros

A = 2,00 x 1,00 Q1 = A x K x ?T
A = 2,00 m² Q1 = 2 x 5,4 x (32 - 24)
Q1 = 2 x 5,4 x 11
K = 5,4 Q1 = 119 Kcal/h

SALA 2

- vidros

A = 2,00 x 0,50 Q1 = A x K x ?T
A = 1,00 m² Q1 = 1 x 5,4 x (35 - 23)
Q1 = 1 x 5,4 x 12
K = 5,4 Q1 = 65 Kcal/h

- TOTAIS

PAREDES SALA 1

QP = Q1 + Q 2 + Q3 + Q4
QP = 222 + 296 + (-20,16) + 253
QP = 751 Kcal/h

VIDROS SALA 1

QV = 119 Kcal/h

PAREDES SALA 2

QP = Q3 + Q 5 + Q7 + Q8
QP = 20,16 + 242 + 219 + 242
QP = 723 Kcal/h

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Exercícios

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QUESTÕES – Transmissão de calor.

1) Defina o que é condução de calor, e de que formas ela pode ocorrer.


2) Defina o que é transmissão de calor.
3) De que forma acontece o fluxo de calor em função da temperatura?
4) Calcular a carga térmica devido a transmissão dos ambientes abaixo.

AMBIENTE 1

DADOS DA SALA:
W.C
Não P.D = 2,50m
condicionado
SALA 1 ( 21°C ) H vidros = 0,50m

Sala com Laje (piso) +


gesso, sendo o andar
superior não
condicionado.
SALA 3 ( 22°C )

SALA 2 ( 24°C )

Escala 1:100

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MCNR 2008 APOSTILAS

SALA 2 ( 22° C )

PAVIMENTO INFERIOR
( 29°C )

CORTE AA

WC (Não DADOS DA SALA:


Condicionado
) P.D = 3,50m
H vidros = 1,25m
SALA 1 (CONFORTO) Text = 33° C

Sala com Laje,


sendo a sala 2, com
laje + telhado

SALA 2 ( 22°C )

Escala 1:100

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INSOLAÇÃO – Teoria

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MCNR 2008 APOSTILAS

INSOLAÇÃO:

Insolação é o período de tempo o qual o feixe de luz solar incide sobre uma
superfície (neste caso, nas paredes, vidros e teto)
Essa energia solar é quase sempre responsável pela maior parcela da carga
térmica nos cálculos de Ar Condicionado.
Os fatores que influem diretamente sobre a carga térmica de insolação são:
- Área da paredes, vidros e teto;
- Diferencial de temperatura, dado por tabelas em função da orientação
geográfica e hora solar (ver tabela 01)
- K = coeficiente global de transmissão de calor
Para calcularmos a carga térmica por insolação, devemos seguir alguns passos:
1. Determinar a orientação das estruturas (Rosa dos Ventos);

2. Verificar os tipos de estrutura, e seus respectivos coeficientes de transmissão;


3. Verificar a existência de estruturas vizinhas que impeçam a insolação parcial ou
total de alguma parte da estrutura a ser considerada.
4. Verificar as áreas do teto sujeitas a insolação
5. Verificar se existe insolação devido reflexão dos raios solares em vidros de
prédios que estejam próximos ao local.

EX: Calcular o ganho de calor por insolação da sala abaixo:

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MCNR 2008 APOSTILAS

- paredes de cor média, vidros cimuns com proteção de persianas e telhado +


laje (ver coeficiente de transmissão na tabela)
- Altura dos vidros = 0,70m
- Pé direito = 4,0m
- Tamanho da sala: 4,0x4,5
- Vidro Face SO = 1,5m de comprimento
- Vidro Face SE = 2,0m de conprimento

INTERNO NO
O N

SO NE
EXTERNO
32° C 24°C
INTERNO
S L
SE

EXTERNO CALCULANDO AS ÁREAS:


32° C
Face SO

Parede = (4,0x4,0) – (1,5x0,70) = 14,95m²


Vidro = (1,5x0,70) = 1,05m²

Face SE

Parede = (4,5x4,0) – (2,0x0,70) = 16,60m²


Vidro SE = (2,0x0,70) = 1,4m²

Teto = 4,0x4,5 = 18m²

Preenchendo a tabela a seguir determinamos o ganho de calor total por insolação:

Resp: 668kcal/h

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INSOLAÇÃO – Questões

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QUESTÕES – Insolação

1) Determine o ganho de calor por insolação de uma laje piso com


gesso,com uma área de 27m², as 15:00 da tarde. Esse é o horário de
maior insolação? Senão qual é o horário de maior ganho de calor por
insolação?
2) Determine o ganho de calor de um vidro com face para o Oeste, e
dimensões de 1,8 de altura, com 3,5 de largura. Qual é o horário de
maior insolação?
3) Uma sala quadrada, possui 36m² de área, e sua orientação é Norte, Sul,
Leste e Oeste respectivamente. Qual parede terá maior insolação? Qual
será o horário e o maior ganho de calor por insolação que terei nesta
sala?
4) Em uma empresa, temos duas salas desocupadas, uma delas irá virar
um laboratório com temperatura controlada. Uma das salas tem uma de
suas paredes, com dimensões de 15m de comprmento e 3,0 metros de
altura, sendo esta parede com face para o Oeste. A outra sala possui
uma parede nas mesmas dimensões da primeira, porém sua face é para
o Sul. Qual das salas é mais aconselhável que eu condicione? Por quê?
5) Determine os ganhos de calor por insolação do ambiente abaixo:

DADOS DO AMBIENTE:

Pé Direito: 3,0 m
H vidros : 1,5m

Considerar cobertura de laje+


forrovid

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CARGAS INTERNAS – Teoria

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A dissipação de calor liberada por aparelhos de iluminação elétrica constitui-se


carga sensível.
Quando o potencial de iluminação é desconhecido, deve-se recorrer a tabela
abaixo, que considera o tipo de ambiente e o nível de iluminação do mesmo.

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GANHO DE CALOR DEVIDO A ILUMINAÇÃO:


O ganho de calor devido a iluminação do ambiente é dado pela equação:

Qilum: 0,860 X Wt

Watts Totais

Fator de conversão (W Kcal/h)

Carga de Iluminação
EX: calcular o ganho de calor devido a iluminação de um escritório que possui 24
lâmpadas fluorescentes de 40W cada uma.

ILUMINAÇÃO = 24 Lâmpadas X 40W cada lâmpada = 960W

Qilum = 960X 0,860


Qilum = 826 Kcal/h – (calor sensível)

EX2: calcular a carga térmica de iluminação em um quarto com dimensões de 4,5mX


3,8m.

ÀREA = 4,5 X 3,8


ÀREA = 17,10 m²

POT. ILUM. = 35 W/m² (ver tabela)


POT. ILUM. = 35 W/m² X 17,10m²
POT. ILUM. = 598,5 W

Qilum = 598,5 x 0,86


Qilum = 515 Kcal/h

51
MCNR 2008 APOSTILAS

GANHO DE CALOR DEVIDO AS PESSOAS:


O corpo humano libera calor sensível e latente. A quantidade de calor liberada varia
de indivíduo para indivíduo, dependendo do grau de atividade exercida.
A tabela abaixo mostra a variação de calor sensível e latente de acordo com o tipo
de atividade.

O ganho de calor devido a pessoas é calculado da seguinte forma:

QS = N°P x CS
Calor sensível liberado pela
pessoa em função da atividade

Número de pessoas

QL = N°P x CL
Ganho de calor sensível

Calor Latente liberado pela


pessoa em função da atividade
Número de pessoas

Ganho de calor Latente

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MCNR 2008 APOSTILAS

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EX 1: Determine os ganhos de calor sensível e latente devido a pessoas, em um salão de hotel,


com 780m² de área.

1°) Determinando o número de pessoas no salão, temos:

ÁREA = 780M²
PARA SALÕES DE HOTEL = Ocupação = 6m²/pessoa
780 m² : 6m²/pessoas = 130 pessoas

2°) Determinando os calores sensíveis e latentes por pessoa em hotéis:

CS = 61 Kcal/h/pessoa
CL = 52 Kcal/h/pessoa

QS = 61 x 130 QS = 52 x 130
QS = 7.930 Kcal/h QS = 6.760 Kcal/h

EX 2: Determine o ganho de calor devido a equipamentos em um escritório que possui:


- 05 Computadores (200 W cada).
- 03 Impressoras (150 W cada).
- 01 cafeteira elétrica (capacidade de 5 litros).

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COMPUTADORES:
05 x 200W = 1.000W (1,0kW)
QS = 1kW x 860 = 860 Kcal/h
IMPRESSORAS:
03 x 150W = 450W (0,45kW)
QS = 0,45kW x 860 = 387 Kcal/h
CAFETEIRA:

QS = 5litros x 100 QL = 5litros x 50


QS = 500Kcal/h QL = 250Kcal/h

TOTAL:

QStotal = 860 + 387 + 500 QLtotal = 250


QStotal = 1.747 Kcal/h QLtotal = 250 Kcal/h

TOTAL GERAL:
QT = QS + QL
QT = 1.747 + 250
QT = 1.997 Kcal/h

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CARGAS INTERNAS – Questões

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QUESTÕES – Cargas Internas

1) Um teatro possui 600m². Determine a carga térmica devida a pessoas neste teatro.
2) Em uma escola primária estudam 1250 crianças. Determine a carga térmica devida
a essas crianças.
3) Uma empresa possui 7 escritórios com 36m² cada um. Determine a carga térmica
devida a pessoas nesta empresa.
4) Quais os fatores que influenciam a dissipação de calor devida a pessoas em um
determinado local?
5) Um escritório de 150m², possui iluminação incandescente, 03 computadores (200W
cada), 01 impressora (150W cada) e uma cafeteira elétrica com capacidade de
2,5litros. Determine a carga térmica total deste escritório considerando: pessoas,
iluminação e equipamentos.
6) Um boliche possui capacidade para 30 pessoas, e possui 35 luminárias com 5
lâmpadas de 35W cada. Determine a carga térmica dentro deste boliche, levando
em consideração que ele tenha uma temperatura interna de 21°C. (considerar
pessoas e iluminação).

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AR EXTERNO – Teoria

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A carga de ar externo origina-se em virtude de que este, em determinadas


condições de temperatura e umidade passa para as condições do recinto condicionado por
frestas existentes nas janelas, portas, exaustores e etc...
Para o cálculo de vazão correspondente ao ar exterior deve-se obedecer a avaliação
dos seguintes valores:
a) Determinar a quantidade de ar que, por ventilação deve ser introduzida ao
ambiente condicionado.
b) Determinar a quantidade de ar que passa ou escapa pela fresta das portas
normalmente fechadas.
c) Determinar o ar que escapa por eventuais exaustores.

Em posse destes valores, os mesmos devem ser comparados, sendo admitido


apenas o maior deles.
Como regra, utilizamos os seguintes valores:

• NÚMERO DE TROCAS:
A vazão de ar externo da sala será de 1,5 X o volume da sala
• RENOVAÇÃO DE AR:
A vazão de ar externo será de 25m³/h por pessoa na sala.
• PORCENTAGEM:
A vazão de ar externo será 10% da quantidade de ar insuflado.

O ganho de calor devido ao ar externo será de :

Q = VAE x  x (He – Hi)


Onde:
Q = Ganho de calor (Kcal/h)
VAE = Vazão de Ar Externo
 = Peso Específico
He = Entalpia do Ar Externo
Hi = Entalpia do Ar Insuflado

OBS: OS VALORES DE ENTALPIA E PESO ESPECÍFICO SÃO OBTIDOS NO


DIAGRAMA PSICROMÉTRICO.

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EX1: Calcule o ganho de calor devido ao Ar Externo para uma sala nas seguintes
condições:
• Volume da sala = 240m³
• N° de pessoas = 20 pessoas
• Vazão de ar Insuflado = 3.060 m³/h
• Entalpia do Ar Externo = 18Kcal/kg
• Entalpia do Ar Insuflado = 11,8Kcal/kg
• Peso específico do ar Externo = 1,08Kg/m³

OBS: OS VALORES DE ENTALPIA E PESO ESPECÍFICO FORAM OBTIDOS NO


DIAGRAMA PSICROMÉTRICO.

VAZÃO DE AR EXTERNO:
- N° DE TROCAS = 1,5 x 240M³ = 360M³/h

- N° DE PESSOAS = 25 M³/h x 20pessoas = 500m³/h

- PORCENTAGEM = 10% de 3.060m³/h = 306m³/h


Como dito anteriormente, adota-se o maior valor: 500m³/h.

Q = VAE x  x (He – Hi)


Q = 500 x 1,08 x (18 – 11,8)
Q = 3.348 Kcal/h

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AR EXTERNO – Questões

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AR EXTERNO – Questões:
1) Quais devem ser as principais considerações para cálculo de ar externo? Explique-
as.
2) Calcule a carga de ar externo para uma sala com as seguintes características:
- Volume da sala: 150m³
- Vazão de ar insuflado: 4.250m³/h
- Exaustor existente: 1200m²/h
- N° de pessoas: 20 pessoas
- Entalpia Externa: 18Kcal/h
- Entalpia Interna: 13Kcal/h
- Peso específico: 1,08Kg/m³

3) Calcule a carga de ar externo para uma sala com as seguintes características:


- Volume da sala: 350m²
- Vazão de ar insuflado: 10.550m³/h
- Exaustor existente: 400m²/h
- N° de pessoas: 40 pessoas
- Entalpia Externa: 18Kcal/h
- Entalpia Interna: 13Kcal/h
- Peso específico: 1,08Kg/m³

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CARGA TOTAL – Teoria

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A carga térmica total define a capacidade do equipamento de ar condicionado. A


somatória de calor total interno, mais a somatória do ganho de calor total externo,
determina a carga térmica total.

Ganho de calor externo (Qe)


• Transmissão;
• Insolação;
• Ar externo.

Ganho de calor interno (Qi)


• Pessoas;
• Iluminação;
• Equipamentos.

QTOTAL =  QE + QI

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EX 1: Calcular a carga térmica total da sala abaixo:

06 metros
NO
O N

SO NE

06 metros
03 metros

S E
SE
10 metros

Sala
TBS = 24°C

2,5 metros
UR = 50%

09 metros
Resolução:
ÁREAS
PAREDE
Parede NO A = (6 x 3) + (3 x 3)
A = 27m²

Parede SE A = (9 x 3)
A = 27m²

Parede NE A = (6 x 3) - (3 x 0,25) + (4 x 3) - (2,5 x 0,25)


A = 29m²

Parede SO A = (10 x 3)
A = 30m²

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VIDROS

Vidros NE A = (3 X 0,25) + (2,5 x 0,25)


A = 1,4m²

PISO A = (10 x 6) + (3 x 4)
A = 72m²

TETO A = (10 x 6) + (3 x 4)
A = 72m²

TRANSMISSÃO
PAREDES

Parede NO Q = 27 x 1,92 x (32 - 24)


Q = 27 x 1,92 x 8
Q = 415 Kcal/h

Parede SE Q = 27 x 1,92 x (32 - 24)


Q = 27 x 1,92 x 8
Q = 415 Kcal/h

Parede NE Q = 29 x 1,92 x (32 - 24)


Q = 29 x 1,92 x 8
Q = 445 Kcal/h

Parede SO Q = 30 x 1,92 x (32 - 24)


Q = 30 x 1,92 x 8
Q = 460 Kcal/h

VIDROS

Vidro NE Q = 1 x 5,4 x (32 - 24)


Q = 1 x 5,4 x 8
Q = 60 Kcal/h

PISO:
Como o andar é Térreo (piso sobre terra) não há troca de calor. Portanto Q = 0.
TETO:
Como o andar superior não é condicionado a temperatura deste andar será:

Temp. Sup. = Temp. Ext. - 3 Q Teto = 72 x 1,72 x (29 - 24)


Temp. Sup. = 32 - 3 Q Teto = 72 x 1,72 x 5
Temp. Sup. = 29°C Q Teto = 620 Kcal/h

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TOTAL DE TRANSMISSÃO

Q = Q paredes + Q vidro + Q teto

Q = (415+415+445+460) + (60) + (620)

Q = 2415 Kcal/h

INSOLAÇÃO:
(Ver tabela 1)
Não foi considerado insolação no telhado, pois há um andar sobre a sala condicionada.
Q = 1164 Kcal/h

GANHOS INTERNOS:

ÁREA DA SALA:
PARA ESCRITÓRIO: 6m²/pessoa
temos:
6m² - 1 pessoa
72m² - x pessoas

x = 12 pessoas

CALOR SENSÍVEL E LATENTE POR PESSOAS:


Considerar atividade moderada andando devagar:

Calor Sensível dissipado: 63 Kcal/h/pessoa


Calor latente dissipado: 51 Kcal/h/pessoa

Q L = N x CL Qs = N x Cs
QL = 12 x 51 Qs = 12 x 63
QL = 612 Kcal/h Qs = 756 Kcal/h

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ILUMINAÇÃO:

Iluminação: Área: 72m²

Para escritórios: 16W/m²


Pilum. = 16 x 72
Pilum. = 1.152 W

Qilum. = Pilum. x 0,86


Qilum. = 1152 x 0,86
Qilum. = 991 Kcal/h

EQUIPAMENTOS:

Equipamentos: 2 Micros (155 W)


1 Imp. (275 W)

Peq. = ( 2 x 155 ) + ( 1 x 250 )


Peq. = 310 + 250
Peq. = 560 W

Qeq. = Peq. x 0,86


Qeq. = 560 x 0,86
Qeq. = 482 Kcal/h

TOTAL DE CARGAS INTERNAS

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SENSÍVEL:
Qt = Qpessoas + Qilum. + Qequip.
Qt = 756 + 991 + 482
Qt = 2.229 Kcal/h

LATENTE:
Qt = Qpessoas
Qt = 612 Kcal/h

AR EXTERNO

Volume da Sala = 72 x 3
Volume da Sala = 216 m³

n° de Trocas = 1,5 x 216 = 324 m³/h

n° de Pessoas = 12
Renovação = 27 m³/h/pessoa

Renovação = 12 x 27
Renovação = 324 m³/h

VAZÃO DE AR EXTERNO = 324 m³/h

QAE = VAE x 
x ( H e - Hi )
QAE = 324 x 1,03 x ( 18,4 - 12,2 )
QAE = 324 x 1,03 x 6,2
QAE = 2.069 Kcal/h
CARGA TÉRMICA TOTAL:

QT = Qtransmissão + Qinsolação + Qinterno + QAr Externo


QT = 2.415 + 1.164 + 2.841 + 2.069
QT = 8.489 Kcal/h

Transformar em TR ( Dividir por 3024 )

QT = 8.489 : 3.024
QT = 2,8 TR ( Toneladas de Refrigeração)

QT = 8.489 Kcal/h
ou

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QT = 2,8 TR

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CARGA TOTAL – Questões

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CARGA TOTAL – Questões

1) Como é calculada a carga total? Quais são as variáveis que influem neste
cálculo?
2) Quais são as consideradas cargas internas?
3) Quais são as consideradas cargas externas?
4) Calcular a carga térmica total dos desenhos anexos.

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