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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
HISTÓRICO ................................................................................................................ 4
LEGISLAÇÃO.............................................................................................................. 9
MERCADO COSMÉTICO ......................................................................................... 10
COMÉRCIO EXTERIOR ........................................................................................... 12
MERCADO BRASILEIRO.......................................................................................... 15
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO..................................................................................... 15
CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS .......................................................... 16
CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS .......................................................................... 17
PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO ................................................................ 20
A PELE ...................................................................................................................... 22
EPIDERME................................................................................................................ 22
EPIDERME E SUAS CAMADAS. .............................................................................. 23
DERME ..................................................................................................................... 23
HIPODERME............................................................................................................. 25
RENOVAÇÃO DA PELE ........................................................................................... 25
A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS......... 26
ELASTINA ................................................................................................................. 32
ENVELHECIMENTO ................................................................................................. 33
TIPOS DE PELE ....................................................................................................... 40
APÊNDICES EPIDÉRMICOS.................................................................................... 43
CABELO .................................................................................................................... 48
ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE ................................................. 64
MICOSE .................................................................................................................... 79
CELULITE ................................................................................................................. 80
ESTRIAS ................................................................................................................... 84
DERMATITE SEBORREICA ..................................................................................... 86
INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS) .................................................... 87
TENSOATIVO ........................................................................................................... 99
EMOLIENTE............................................................................................................ 117

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SEQUESTRANTES ................................................................................................. 120


CONSERVANTES................................................................................................... 122
TABELA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS ............................................................ 125
SISTEMAS EMULSIONADOS ................................................................................ 128
TIPOS DE EMULSÕES ........................................................................................... 130
TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO .......................................................................... 134
PROCESSO ACELERADO ..................................................................................... 135
PIT (TEMPERATURA DE INVERSÃO DE FASES) ................................................ 136
PROCESSO A FRIO ............................................................................................... 139
PRODUTOS PARA PELE ....................................................................................... 139
LIMPEZA ................................................................................................................. 140
HIDRATAÇÃO ......................................................................................................... 145
OUTROS PRODUTOS PARA PELE ....................................................................... 148
PRODUTOS PARA CABELO .................................................................................. 150
PRODUTOS SOLARES .......................................................................................... 159
RADIAÇÃO SOLAR E PELE ................................................................................... 163
PRODUTOS DE TOALETE ..................................................................................... 176
FORMULAÇÕES..................................................................................................... 179
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 185

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INTRODUÇÃO

A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos


pacientes no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos
procedimentos estéticos, pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer
alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da epiderme,
ressecamento, que modificam seu aspecto caracterizado pelo envelhecimento
cutâneo.
A cosmética e os bioativos atuam nas estruturas externas do corpo humano
(pele e cabelos) de forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismo
com o objetivo direcionado de prolongar a juventude e retardar o envelhecimento.
A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os
segmentos, levando a população atual a dar maior valor a sua aparência e buscar
nos cosméticos as ferramentas para essa realização.

HISTÓRICO

Os cosméticos são utilizados há pelo menos 30.000 anos. Os homens da pré-


história faziam gravações em rochas e cavernas e também pintavam o corpo e se
tatuavam.
Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do
corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era,
também, uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosas
frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A
queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “por meio
da fumaça”.
Aparentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos e
produtos de toucador em larga escala. Alguns minérios foram usados como sombras
de olhos e rouge, assim como usavam extratos vegetais, como a henna. A famosa
Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, e
incorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram
sepultados em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para se
mantiver belo. No sarcófago de Tutankamon (1400 a. C.) foram encontrados cremes,

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incenso e potes de azeite usados na decoração e no tratamento.


Durante a dominação Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram-se
mais do que uma ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos
cientistas, que davam conselhos sobre dieta, exercícios físicos e higiene, assim
como, sobre cosméticos.
Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já se
encontrava orientações sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar
puro e da atividade física. Nesta época, século II a. C., venerava-se uma deusa da
beleza feminina, chamada Vênus de Milo.
Na era Romana, por volta do uno 180 d. C., um médico grego chamado
Claudius Galen realizou sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos
cosméticos, iniciando assim a era galênica dos produtos químico-farmacêuticos.
Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold
cream, baseado em cera de abelha e bórax.
Os famosos banhos romanos eram centro de discussões e reuniões sociais
para os senadores e aristocratas da época, mas caíram posteriormente em atos
imorais condenados pela religião.
Também nesta época surgiu à alquimia, uma ciência oculta que se utilizava
de formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Na mesma época que
Ovídio escreveu um livro voltado à beleza da mulher "Os produtos de beleza para o
rosto da mulher”, em que ensina a mulher a cuidar de sua beleza por intermédio de
receitas caseiras.
Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética, um
período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a
exaltação da beleza, impondo recatadas vestimentas. Esta época também chamada
de "Idade das Trevas" foi muito repressiva na Europa, no qual o uso de cosméticos
desapareceu completamente, por isso também é chamada de "500 anos sem um
banho".
As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e a
ternura", que se incluíam os cosméticos e os perfumes.
Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV,
percebemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de
vida da época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, de

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Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tez
suave e delicada. Miguelangelo também retrata na Capela Cistina os anjos,
apóstolos, Maria
- mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial cuja beleza é
exaltada em sua plenitude. Porém, a falta de higiene persiste e os perfumes são
criados para mascarar o odor corporal.
Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notam-se a crescente
evolução dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. Neste
período ainda persistiam os costumes de não tomar banho regularmente, o que
proporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grande
importância para a economia francesa desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, o
grande salto dos perfumes se deu quando Giovanni Maria Farina, em 1725,
estabeleceu-se em Colônia, na Alemanha. Lá ele desenvolveu a famosa “água de
colônia"
No final desse século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram
outro período, no qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda. Este,
talvez, tenha sido o período de maior decadência da história dos cosméticos,
principalmente quando o Parlamento Inglês em 1770 estabeleceu que: "qualquer
mulher (...) que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos
de Sua Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza,
dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos,
enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades previstas pela Lei contra a
bruxaria, etc. E o casamento será considerado nulo e sem validade."
Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra,
Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na França pós-Napoleão, os
cosméticos retomaram a popularidade.
Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família tinha
suas próprias e favoritas receitas. As mulheres passaram a expor um pouco o corpo
e tomavam banho utilizando trajes fechados.
Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas para
a fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França,
Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos presenciando o início do mercado de
cosméticos e produtos de higiene no mundo.

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No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram a ser


produzidos industrialmente. A liberação da mulher foi o fator fundamental para o
sucesso dos cosméticos, uma vez que não se pode falar de cosméticos sem falar
em mulher.
Uma jovem polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902. Ela trazia
consigo alguns frascos contendo cremes para a pele, preparados com receitas da
família. A pele das mulheres australianas sofria em razão aos efeitos do calor, do
clima seco, impressionada por isso, Helena Rubinstein abriu seu primeiro salão de
beleza. Mais tarde foi para os Estados Unidos e se tornou a principal força no
desenvolvimento da indústria de beleza.
A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi Florence
Nightingale Graham, mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foram
desafiadas por Charles Revlon, que estabeleceu sua empresa, Revlon, com um
produto inicialmente - verniz de unha -, posteriormente vindo a se chamar esmalte
de unha.
Max Factor começou com maquiagem para teatro, na costa oeste dos
Estados Unidos, mas logo percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo.
David McConnell vendia livros (incluindo Bíblias) de porta em porta, adotou a
estratégia de presentear com pequenas amostras de perfume cada venda. Ele
rapidamente percebeu que seus clientes estavam mais interessados nos perfumes
do que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon.
No Brasil, na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na Rua
Oscar Freire em São Paulo, onde dois jovens talentosos desenvolviam produtos de
beleza e ensinavam a forma correta de utilização, nascia ali a Natura Cosméticos.
Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava fórmulas galênicas
e perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética,
transformando- se em O Boticário.
Nas últimas décadas a indústria cosmética brasileira tem evoluído por uma
série de fatores:

▪ Avanços tecnológicos que devido à rapidez na sua


transferência, permitiu que nossa indústria se beneficiasse dos avanços mundiais no
setor;

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▪ A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)


que materializou os anseios da indústria na desburocratização dos regulamentos
que regem a fabricação de cosméticos, proporcionando, entre outros, o aumento na
velocidade dos lançamentos de novos produtos, essencial para qualquer tipo de
indústria que segue os ditames da moda.
▪ As atividades das entidades privadas representativas do setor:
ABC - Associação Brasileira de Cosmetologia, representando os químicos
cosméticos, e dos representantes das empresas do setor, liderados pela Associação
Brasileira de Produtos de Higiene, Perfumes e Cosméticos e do Sindicato das
Indústrias de Produtos de Toucador do Estado de São Paulo - Abihpec/Sipatesp,
cujo trabalho associativo proporcionou resultados no aprimoramento as atividades
da indústria;
▪ O surgimento das sociedades médicas de dermatologia e de
cirurgia plástica, das sociedades profissionais de estética, entre outras, que
instituíram o uso dos cosméticos específicos com muitos dos seus procedimentos;
▪ Evidentemente, não se pode deixar de mencionar o motivo
principal da indústria - o consumidor - que se tornou mais exigente com a qualidade
e com os benefícios prometidos.

No final do século XX, a ciência dos cosméticos foi um fato inegável, pois
trabalha não só com o embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal,
mas também contribuindo para a prevenção do envelhecimento da pele como
também de outros fatores nocivos à saúde.
Tanto se fala nesta evolução da Cosmetologia que em alguns mercados se
preconizam o uso de produtos denominados "cosmecêuticos," que na excelência da
palavra se referem a um produto cosmético com propriedades terapêuticas.

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LEGISLAÇÃO

Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997.

Ementa: Determinar a todos os estabelecimentos produtores de Produtos de


Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas no
Regulamento Técnico - Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999.

Ementa: Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os


produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta
resolução.

Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001.

Ementa: Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes para


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Resolução RDC nº 237, de 22 de agosto de 2002.

Ementa: Aprova Regulamento Técnico Sobre Protetores Solares em Cosméticos.

Resolução RDC nº 277, de 22 de outubro de 2002.

Ementa: Amplia a proibição contida no art. 1º da RE nº 552, de 20 de abril de 2001,


a todas as formas farmacêuticas de medicamentos antissépticos de uso tópico
indicados para uso infantil contendo ácido bórico e dá outras providências.

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Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005.

Ementa: Ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos de


Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução.

Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005.

Ementa: Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias que os


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes não Devem Conter Exceto nas
Condições e com as Restrições Estabelecidas, que consta como Anexo e faz parte da
presente Resolução.

Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006.

Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de substâncias que não podem ser
utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes".

Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006.

Ementa: Aprova o Regulamento Técnico "lista de filtros ultravioletas permitidos


para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes".

MERCADO COSMÉTICO

EVOLUÇÃO
A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
apresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10,7% nos últimos
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cinco anos, tendo passado de um faturamento “Ex Factory”, líquido de impostos


sobre vendas de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. A queda
em dólares, US$ 3,3 bilhões em 2002 versus US$ 4,1 bilhões em 2000 e US$ 3,6
bilhões em 2001, reflete a maxidesvalorização ocorrida em 1999, em 2001 e em
2002. Já o crescimento em dólares em 2004 e 2005 foi influenciado pela apreciação
do real, na média do ano, em relação ao dólar de 3,9% em 2004 e 17,7% em 2005:

FIGURA - EVOLUÇÃO DO MERCADO COSMÉTICO

Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor,


dentre os quais destacamos:
▪ Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho;
▪ A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da
produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que têm aumentos
menores do que os índices de preços da economia em geral;
▪ Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais às
necessidades do mercado;
▪ Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar
uma impressão de juventude.

CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA

Com exceção do ano 2004, o país apresentou índices baixos de crescimento


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nos últimos anos. O quadro abaixo compara a evolução do Produto Interno Bruto,
com a da indústria em geral e com os índices da Indústria de Produtos de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor apresentou neste
período, crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,7% de
crescimento médio no setor contra 2,2% do PIB Total e 2,1% da Indústria Geral):

COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO DO MERCADO COSMÉTICO COMO


MERCADO GERAL

FONTE: IBGE – Banco Central – ABIHPEC. ANO 2009

COMÉRCIO EXTERIOR

Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e 15


bilhões de dólares. Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização
do câmbio como âncora principal para a estabilização da moeda, a Balança
Comercial Brasileira apresentou déficits entre três e sete bilhões de dólares. A partir
de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte desvalorização do
real e o déficit foi reduzido para 1,2 e 0,7 bilhão de dólares no ano seguinte. Em
2001, o real foi novamente desvalorizado, principalmente em razão à crise
econômica na Argentina, provocando um superávit de US$ 2,7 bilhões. Seguiu-se
em 2002, outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US$ 13,1
bilhões, em 2003 o superávit foi de US$ 24,8 bilhões. Em 2005, apesar da
recuperação das importações e da apreciação do real, novo salto foi verificado no
superávit de US$ 44,8 bilhões.
BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA GERAL
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A próxima figura mostra a balança comercial dos produtos de Higiene


Pessoal, Perfumaria e Cosméticos nos últimos cinco anos, demonstrando um
crescimento acumulado de 120,7% nas exportações entre 2001 e 2005, enquanto
que as importações diminuíram 4,1% no mesmo período. O déficit comercial do
setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos anos
seguintes, atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido para
resultados superavitários. Em 2005, o superávit atingiu US$ 196,3 milhões, um
crescimento de 12% sobre 2004, apesar do significativo aumento nas importações
provocado pela apreciação do real.

BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA DE PRODUTOS COSMÉTICOS

FONTE: Relatório ABIHPEC, 2008, p.4

Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal,


Perfumaria e Cosméticos, apresentaram a seguinte composição em 2005:

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COMPOSIÇÃO DOS PRODUTOS DE HIGIENE.

FONTE: Adaptado da ABIHPEC, 2007, p.4

A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtos do


setor, porém, dada a conquista de mercados não tradicionais, a participação das
exportações para os países sul-americanos foi reduzida entre 2001 e 2004. O
aumento na participação em 2005 foi provocado pela recuperação da economia
Argentina.

RELAÇÃO EXPORTAÇÃO POR PERÍODO.

PERFIL EMPRESARIAL

Existem no Brasil 1.415 empresas atuando no mercado de produtos de


Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, sendo que 15 empresas de grande
porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam
73,4% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por região/estado da
seguinte forma:

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DIVISÃO DO MERCADO PRODUTIVO DE COSMÉTICOS

FONTE: Anvisa.

MERCADO BRASILEIRO

Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e


Cosméticos, conforme dados do Euromonitor de 2005, o Brasil ocupa a quarta
posição. É o segundo mercado em desodorantes e em produtos infantis, terceiro em
produtos para cabelo e perfumaria; o quarto em higiene oral; o quinto em banho e
produtos masculinos; sétimo em cosméticos (cores); oitavo em proteção solar; o
nono em pele; e o décimo em depilatórios.

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Os produtos do setor são distribuídos por meio de três canais básicos:

▪ Distribuições tradicionais, incluindo o atacado e as lojas de


varejo;
▪ Venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares;

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▪ Franquia, lojas especializadas e personalizadas.

CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS

DEFINIÇÕES

▪ Cosmecêuticos: produtos cosméticos com propriedades


terapêuticas. Este termo não é reconhecido pela ANVISA.
▪ Cosmético: originalmente, era o nome dado às substâncias
naturais destinadas a suavizar o cabelo e dar-lhe brilho. Depois da primeira guerra, o
domínio dos produtos de beleza aumentou e o nome cosmético tomou sentido mais
amplo, designando toda substância de origem animal, vegetal e mineral utilizada
para limpar, hidratar, corrigir, embelezar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causar
qualquer alteração fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica a pele
e seus anexos (cabelos, unhas, dedos);
▪ Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos
produtos de beleza e permite verificar as suas propriedades, estuda as matérias-
primas e os produtos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza,
manutenção e melhoria das características do cabelo, pele e seus anexos;
▪ Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações
e fabrica produtos de beleza, aplicando os métodos científicos determinados pela
cosmetologia;
▪ Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra
em contato direto com os produtos;
▪ Embalagem Secundária: é a embalagem destinada a conter a
embalagem primária ou as embalagens primárias;
▪ Esteticista: profissional que sabe escolher os cosméticos,
segundo as suas propriedades, qualidades e indicações e os aplica de acordo com
as técnicas e métodos ligados à profissão;
▪ Garantia da Qualidade: todas as ações sistemáticas
necessárias para prover segurança de que um produto ou serviço irá satisfazer os
requerimentos de qualidade estabelecidos;
• Material de Embalagem: cada um dos elementos de acondicionamento

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que estarão no produto final conforme entrem ou não em contato com


o produto, dividem-se em primários ou secundários;
• Matéria-prima: qualquer substância envolvida na obtenção de um
produto a granel que faça parte deste na sua forma original ou
modificada;
• Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suas
propriedades, quando conservado na embalagem original e sem
avarias, em condições adequadas de armazenamento e utilização;
• Produto a Granel: produto que sofreu todas as etapas de fabricação, à
exceção do envase e embalagem;
• Produto Acabado: produto pronto para ser colocado no mercado;
• Produto Semiacabado: produto obtido a partir de um envase primário,
que necessita no mínimo de uma operação posterior antes de ser
considerado um produto terminado;
• Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes: são
preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso
externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar,
unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas
da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los,
perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou
protegê-los ou mantê-los em bom estado;
▪ Sistema da Qualidade: estrutura organizacional de
procedimentos e recursos para implementar a Administração da Qualidade.

CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS

A classificação de cosméticos, produtos de higiene, perfumes e outros de


natureza e finalidade idênticas estão baseados nos artigos 3° e 26° da Lei 6.360/76
e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto 79094/77.
Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e
classificados quanto ao grau de risco a que oferecem, dada a sua finalidade de uso,
para fins de análise técnica, quanto do seu pedido de registro, a saber:

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A - Categorias:
• Produto de Higiene;
• Cosmético;
• Perfume;
• Produto de Uso Infantil.

B - Grau de Risco:
• Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene
pessoal, cosméticos e perfumes cujas formulações se caracterizam por
possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação
não seja inicialmente necessária e não requeiram informações
detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso,
devido às características intrínsecas do produto;
• Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de
higiene pessoal, cosméticos e perfumes cujas formulações possuem
indicações específicas, cujas características exigem comprovação de
segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e
restrições de uso.

Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade


de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem
observados, quando de sua utilização.

TABELA: EXEMPLOS DE PRODUTOS E GRAUS DE RISCOS

CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENE

GRUPO GRAU

Sabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido)

Sabonete facial e/ou corporal 1

Sabonete abrasivo/esfoliante 1

Sabonete antisséptico 2

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Sabonete desodorante 1

Outros a definir

Produtos para Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido, gel,


creme, pós ou sólido)
Xampu 1

Xampu condicionador 1

Xampu para lavagem a seco 1

Xampu anticaspa 2

Creme rinse 1

Enxaguatório capilar 1

Condicionador 1

Condicionador anticaspa 2

Enxaguatório capilar anticaspa 2

Outros produtos para higiene dos cabelos e a definir


couro cabeludo

A tabela completa encontra-se na Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de


2005.
FONTE: Resolução RDC nº 211, 14 jul. 2005.

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PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO

CORTE DA PELE

A pele forma a superfície externa contínua ou tegumento do corpo, sendo o


maior órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total. Possui quatro funções
principais:

• Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões


mecânicas, químicas e térmicas; sua superfície relativamente
impermeável impede a desidratação e atua como uma barreira física à
invasão por microrganismos;

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• Sensibilidade: a pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contém


vários receptores para o tato, pressão, dor e temperatura;
• Termorregulação: em humanos, a pele é um importante órgão de
termorregulação. O corpo é isolado contra a perda de calor pela
presença de pelos e tecido adiposo subcutâneo (insulação). A perda
de calor é facilitada pela evaporação do suor na superfície cutânea e
aumento do fluxo sanguíneo por meio da rica rede vascular da derme;
• Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui um
importante reservatório de energia, principalmente na forma de
triacilglicerois. Por exemplo, a vitamina D é sintetizada na epiderme.
Em diferentes regiões do corpo a pele varia em espessura, cor,
presença de pelos, glândulas e unhas. Apesar dessas variações que
refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pele
possuem a mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da
mão e a sola dos pés, possui glândulas sudoríparas, mas não
possuem folículos pilosos, músculos eretores do pelo e glândulas
sebáceas. A pele delgada cobre a maior parte do resto do corpo,
contém folículos pilosos, músculos eretores do pelo, glândulas
sudoríparas e glândulas sebáceas.

A superfície externa da pele consiste de um epitélio pavimentoso estratificado


queratinizado denominado epiderme; sua espessura varia de acordo com as forças
funcionais e as influências de desidratação às quais é submetida.
A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecido
fibroelástico denso denominado derme, que é altamente vascularizada e contém
muitos receptores sensitivos. A derme é fixada aos tecidos subjacentes por uma
lâmina de tecido frouxo, denominada hipoderme ou camada subcutânea, que
contém quantidade variável de tecido adiposo.

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A PELE

EPIDERME

A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto com o


meio externo. É um epitélio queratinizado estratificado composto principalmente de
queratinócitos, as células epiteliais especializadas responsáveis pela renovação,
coesão e barreira da epiderme. A figura acima mostra que esta camada externa da
pele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora): stratum basale, stratum
spinosum, stratum granulosum, stratum lucidum e stratum corneum. Estas camadas
são formadas pela diferenciação sequencial de células, migrando da camada basal
para a superfície. A epiderme se renova a cada 14-30 dias dependendo da região da
pele.
• A camada basal (stratum basale) é a camada mais profunda e fica logo
acima da derme. É a camada com a maior atividade mitótica. As
camadas de células basais se ligam à lâmina basal (basement
membrane).
• A camada espinosa (stratum spinosum) é a camada mais grossa da
epiderme. As células nesta camada chegam por migração da camada
basal, perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo a outros
queranócitos.
• A camada granular (stratum granulosum) é caracterizada pela
presença de grânulos de queratohialina entre os filamentos de
queratina; consiste em 3-5 camadas de queratinócitos achatados. Esta
é a camada mais superficial em que as células ainda possuem núcleo.
• A camada córnea (stratum corneum) é a camada mais superficial e é
composta de células mortas. O alto conteúdo lipídico forma uma
barreira para retenção de água e resistência. Esta camada fornece
98% de habilidade de retenção de água da epiderme. A membrana
plasmática se torna grossa em razão à deposição e ligação cruzada de
proteínas, como a involucrina, ao longo da superfície interna para
formar o envelope córneo. Estas células não possuem núcleo e outras
organelas, mas possuem inúmeros filamentos de queratina. O stratum

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lucidum é parte desta camada.

EPIDERME E SUAS CAMADAS.

<http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf>

Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans


apresentadoras de antígeno, os linfócitos T epidérmicos, ambos derivados da
medula óssea, os melanócitos formadores de pigmentos e as células de Merkel
neuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formam
ligações desmossomais de queratinócitos.

DERME

A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno,


elastina e glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensiva
vascularização, neurônios, músculo liso e fibroblastos. É a principal barreira
mecânica da pele.
Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar à
hipoderme. A derme contém duas camadas, a camada papilar e a camada reticular.

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(A) ARQUITETURA DA PELE. - (B) MICROGRAFIA DE UMA SEÇÃO


TRANSVERSAL DA SOLA DE UM PÉ HUMANO.

<http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf>

A figura acima representa a pele espessa de mamíferos. Na figura (A) estes


diagramas mostram a arquitetura da pele. Na (B) é apresentado a micrografia de
uma seção transversal da sola de um pé humano, corado com hematoxilina e
eosina. A pele pode ser vista como um grande órgão composto de dois tecidos
principais: a epiderme e o tecido conectivo que fica abaixo da epiderme, o qual
consiste da derme e hipoderme. Cada tecido é composto de vários tipos celulares. A
derme e a hipoderme são ricamente irrigadas com vasos sanguíneos e nervos.
Algumas fibras nervosas se estendem até a epiderme.
A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceira e
temperatura. Os corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionam
como mecanorreceptores na percepção do toque. Os corpúsculos de Pacini são
encontrados na porção profunda da derme (e na hipoderme) e são responsáveis
pela sensação de pressão.

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HIPODERME

A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número


de células adiposas. A hipoderme confere insulação, absorção de impacto, estoque
de energia e flexibilidade. Também contém o maior número de vasos sanguíneos da
pele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a hipoderme. Eles são uma
fonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por abrasão ou queimadura.

RENOVAÇÃO DA PELE
A epiderme é um tecido autorrenovador: uma única célula-tronco adulta tem
capacidade proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir a
superfície corpórea. Na pele de mamíferos, células-tronco epiteliais de ciclo lento
residem em uma porção saliente do folículo piloso (bulge).
Estas células-tronco são multipotentes (células-tronco que têm o potencial de
dar origem a múltiplas linhagens) e podem dar origem não só a células da epiderme
como também a folículos pilosos e glândulas sebáceas. Estas células-tronco
presentes na saliência do folículo piloso e que migram para a epiderme vivem na
camada (basal) mais interna. A taxa de proliferação e migração é muito acelerada
quando a pele foi danificada e a ferida está sendo cicatrizada.

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FOLÍCULO PILOSO DE MAMÍFERO

Observe a posição da saliência (bulge), onde as células-tronco estão


localizadas.

A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS

Para que as células se organizem em tecidos, é necessário que haja adesão


entre elas, de forma a manterem-se juntas. Proteínas integrais de membrana,
chamadas de moléculas de adesão celular – CAMs (de cell-adhesion molecules) -,
permitem adesão forte e específica de muitas células animais com células do
mesmo tipo ou similares. Outras proteínas formam junções celulares especializadas
que estabilizam estas interações e promovem a comunicação local entre células
adjacentes.

- Adesão celular
As CAMs podem mediar à adesão homofílica (entre células do mesmo tipo) e
heterofílica (entre células diferentes). A porção citossólica destas proteínas está
normalmente conectada a elementos do citoesqueleto. Há cinco classes principais
de CAMs: as caderinas, a superfamília de imunoglobulinas (Ig), as selectinas, as

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mucinas e as integrinas. Além das ligações estruturais, as células em tecidos estão


em comunicação direta por gap junctions. As gap junctions estão distribuídas pela
superfície lateral de células adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas.

- Matriz Extracelular

As células animais organizadas em tecido também secretam uma ampla


diversidade de proteínas e carboidratos, chamada de matriz extracelular – ECM (de
Extra Cellular Matrix), criando um ambiente especial nos espaços entre as células. A
matriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um reservatório para muitos
hormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. A matriz também
serve como um suporte por meio do qual as células podem se mover, especialmente
durante os estágios primários de diferenciação. Problemas nestas conexões podem
levar ao câncer e malformações durante o desenvolvimento.
A matriz extracelular possui três componentes proteicos majoritários:
▪ Proteínas estruturais: insolúveis, que proporcionam força e
resistência (colágeno e elastina);

▪ Proteínas especializadas (multiadesivas solúveis): ligação,


sinalização (fibrilina, fibronectina e laminina);
▪ Proteoglicanos: altamente viscosas e compostas de um núcleo
proteico ao qual se ligam longas cadeias de dissacarídeos repetidos
(glicosaminoglicanos), formando componentes da ECM altamente complexos e de
alto peso molecular.
Compostos específicos da matriz extracelular podem ativar diretamente vias
de transdução de sinal citossólicos, ao ligar-se aos receptores de proteínas de
adesão celular na membrana plasmática. Alternativamente, pela ligação de fatores
de crescimento e outros hormônios, a matriz extracelular pode tanto sequestrar
estes sinais das células ou contrariamente, apresentá-los às células, assim
induzindo ou inibindo indiretamente as vias de sinalização intracelular.

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- Colágeno

O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz extracelular.


Em vertebrados, há pelo menos 27 tipos de colágenos com 42 cadeias
polipeptídicas distintas. Todas as moléculas de colágeno consistem em três cadeias
polipeptídicas, chamadas de cadeias, contendo pelo menos um domínio com a
sequência Gly-X-Y, formando uma estrutura de tripla hélice característica,
semelhante a uma trança. Os diferentes colágenos se distinguem pela habilidade
das suas regiões helicoidais e não helicoidais de se associarem em fibrilas,
formando folhas, ou de se ligarem com diferentes tipos de colágeno. Moléculas de
colágeno fibroso (tipos I, II e III) se associam em fibrilas. Na tabela a seguir (TABELA
2) estão descritos alguns tipos de colágeno e algumas de suas propriedades.

COLÁGENO E ELASTINA. A - COLÁGENO. B - CADEIAS POLIPEPTÍDICAS


DE ELASTINA

<http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf>

Na figura acima, estão representados o colágeno e a elastina. Na figura (A) o


colágeno, é uma tripla hélice formado por três cadeias proteicas estendidas que se
entrelaçam. Muitas moléculas de colágeno em forma de haste sofrem cross-link no
espaço extracelular, formando fibrilas de colágeno que apresentam a força tensora
do aço. As listas na fibrila de colágeno são em consequência à repetição regular do
arranjo das moléculas de colágeno na fibrila. Na figura (B) Cadeias polipeptídicas de
elastina sofrem cross-link formando fibras elásticas. Quando a fibra é estendida,
cada molécula de elastina se desenrola em uma conformação mais estendida,
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retomando espontaneamente a conformação original quando a força tensora é


relaxada.
TABELA - ALGUNS TIPOS DE COLÁGENOS E SUAS PROPRIEDADES

Tipo Forma Distribuição nos tecidos


polimerizada
Formação de fibrila I Fibrila Ossos, pele, tendões,
(fibrilar) ligamentos, córnea, órgãos
internos (90% do colágeno
corpóreo)
II Fibrila Cartilagem, disco invertebral,
notocorda, humor vítreo dos
olhos.
III Fibrila Pele, vasos sanguíneos,
órgãos internos.

V Fibrila (com tipo I) Como tipo I

XI Fibrila (com tipo II) Como tipo II

Associada à fibrila VI Associação lateral Tecidos intersticiais


com tipo I
IX Associação lateral Cartilagem
com algumas
fibrilas tipo II
XII Associação lateral Tendões, ligamentos
com algumas
fibrilas tipo I

Formação de rede IV Rede tipo folhas Lâmina basal

VII Fibrilas de Epitélio escamoso


ancoramento estratificado
Transmembrana XVII Não conhecida Hemidesmossomos

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Outros XVIII Não conhecida Lâmina basal nos vasos


sanguíneos

A maioria dos colágenos é fibrilar e composto de moléculas do tipo I. Uma


rede bidimensional de colágeno tipo IV é característica da lâmina basal.

Modelo da estrutura molecular da lâmina basal

<http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf>

A figura acima mostra o modelo da estrutura molecular da lâmina basal. Na


figura (A) a lâmina basal é formada por interações específicas (B) entre as proteínas
de colágeno tipo IV, laminina e nidogena, e a proteglicano perlecan. As setas em (B)
conectam moléculas que podem se ligar diretamente umas às outras. Há várias
isoformas do colágeno tipo IV e laminina, cada uma com uma distribuição específica
nos diferentes tecidos. Acredita-se que os receptores de laminina transmembranares
(integrinas e distroglicanas) na membrana plasmática organizam o arranjo da lâmina
basal. Somente as integrinas estão mostradas.
O colágeno é secretado para a matriz extracelular na forma de procolágeno,
que consiste em três cadeias polipeptídicas (cadeias) unidas para formar uma
estrutura helicoidal. Na matriz extracelular, as moléculas de procolágeno

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polimerizam-se para formar o colágeno.


As fibrilas de colágeno, compostas de diversas triplas hélices de colágeno,
mantêm sua estrutura por meio da formação de ligações covalentes (entre as triplas
hélices). O colágeno fibroso possui exigências estruturais específicas e é muito
susceptível à mutação, especialmente nos resíduos de glicina. Como as cadeias de
colágeno mutante podem afetar a função das cadeias selvagens, estas mutações
têm um fenótipo dominante.

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ELASTINA

Moléculas de elastina formam uma rede interligada de fibras e folhas na


matriz extracelular, particularmente na pele, pulmão e vasos sanguíneos, onde
conferem as propriedades de estiramento e retração elástica. A elastina é sintetizada
por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como tropoelastina, que sofre
polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na forma de fibras
requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estrutural fibrilina, que são
incorporadas à estrutura.

FLORA CUTÂNEA

A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e micro-


organismos, constituindo a flora cutânea.
Ela é formada:

• Por uma flora chamada residente, que existe naturalmente na


superfície da pele. Ela é constituída por micro-organismos chamados
saprófitas;
• Por uma flora transitória. Os micro-organismos que a compõem são
hóspedes acidentais da pele, cuja sobrevivência sobre o território
cutâneo é fraca e temporária. Esses micro-organismos são chamados
contaminadores ou também patógenos.

A flora redente:

• Localização: na camada descamante e nos infundíbulos pilares. Pela


necessidade de água e nutrientes para seu desenvolvimento, os locais
onde eles encontram tais substâncias para sua proliferação são os
anexos cutâneos. Portanto, regiões com grandes quantidades de
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas são ideais para o
desenvolvimento dos micro-organismos;
• Composição: depende da localização e da idade. Mas em geral há três

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grandes espécies que são as propionibactérias, os estafilococos e


leveduras;
• Importância: a competição entre os micro-organismos residentes e os
transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É,
portanto primordial conservar a flora cutânea residente em bom
estado, garantindo maior proteção contra a inoculação de micro-
organismos patógenos.

A flora transitória:

São provenientes de uma contaminação. São, portanto encontrados em


regiões “descobertas” do corpo, expostas ao meio ambiente. As principais são:
• Estafilococo dourado;
• Estreptococos;
• Leveduras.

ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo biológico e dinâmico que ocorre desde o dia


em que o ser humano nasce. Para as células e enzimas não seria diferente, elas
nascem, crescem, cumprem sua função e morrem. Para isto, o organismo tem certa
capacidade de regeneração celular, pois a pele humana é a que mais sofre com o
envelhecimento, a pele fisiologicamente envelhecida altera suas funções de
proteção por falta de cuidados e agressões ocorridas.
Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade,
sendo que, na pele, essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofia
enrugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pele
senil. As figuras abaixo representam uma pele jovem e uma pele envelhecida.

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PELE JOVEM

A figura acima representa uma pele jovem. A pele normal repousa sobre a
gordura subcutânea- e é constituída pela epiderme (e) e a derme (d). Na derme
encontram-se estruturas importantes: folículos pilosos (fo): bulbos onde se originam
pelos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e bem ordenadas
(paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas e
em menor número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper,
retornando depois ao seu estado normal.

PELE EM ENVELHECIMENTO

A figura acima representa uma pele com o envelhecimento. As fibras


colágenas (verdes) tornam-se mais finas e escassas; a rede formada por elas fica
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irregular e desordenada, perdendo resistência em alguns pontos. Nesses pontos, a


epiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem aos
sulcos visíveis na superfície da pele (há dois sulcos representados no desenho). As
fibras elásticas (azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas,
formando aglomerados desordenados que prejudicam seu funcionamento. O
resultado é uma perda da elasticidade da pele.
Há dois tipos de influência para o envelhecimento: os processos genéticos ou
cronológicos que resume no envelhecimento intrínseco e o envelhecimento
extrínseco, que inclui o fotoenvelhecimento e os diversos fatores provocados pelo
meio ambientes, sendo o principal, a luz solar abundante nos horários em que os
raios ultravioletas (UV) são mais agressivos.

- Envelhecimento Intrínseco

Resume no envelhecimento em que todas as transformações que conduzem


o organismo à perda da vitalidade. São alterações que acontecem desde o
nascimento e podem ser causadas por diversos fatores, como a queda dos níveis
hormonais, a formação de radicais livres e o envelhecimento do sistema nervoso.
O envelhecimento intrínseco, ou cronológico, é aquele determinado por
condições genéticas e que se caracteriza por tornar a pele fina, frágil e inelástica,
ocorrendo por volta dos 30 a 35 anos de idade. Por maiores que sejam os cuidados
com o processo do envelhecimento, chega uma hora que a perda de suas funções
orgânicas é inevitável.

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REPRESENTAÇÃO DA MUDANÇA CELULAR DO ENVELHECIMENTO


INTRÍNSECO.

Neste processo, estruturalmente a epiderme se torna mais fina, os


corneócitos se tornam menos aderentes uns aos outros, e a interface
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dermoepidérmica se achata. O número de melanócitos e células de Langerhans


diminuem, assim também como o tecido subcutâneo em algumas áreas,
especialmente na face, bochechas e mãos. Com a idade avançada, há uma
degeneração e redução das fibras elásticas, tornando a matriz destas fibras mais
opaca e as fibrilas mais curtas e alinhadas longitudinalmente.
Com uma exposição crônica a radiação ultravioleta pode diminuir a resposta
imunológica, tanto nas áreas expostas ao sol como de forma generalizada ou
sistêmica, ocorre também o aparecimento de linfócitos T supressores, o que tornará
a pele susceptível ao desenvolvimento de tumores.

- Envelhecimento Extrínseco

Refere-se ao envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, é um


processo biológico complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente o
tecido conectivo da derme. Os principais componentes do tecido conectivo são as
fibras de colágeno, a rede de fibras elásticas e os glicosaminoglicanos. Ele é
responsável pela maneira de alterações clínicas visíveis na pele habitualmente
exposta ao sol, como pele áspera, alterações pigmentares e enrugamento profundo.
Os processos externos como poluição, vento, umidade, calor, que podem
causar lesões celulares, porém, o que mais afeta a pele é o sol. As radiações UVA e
UVB são prejudiciais à pele e podem causar transformações celulares irreversíveis.
A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágeno
extracelular; também é caracterizada por ressecamento da pele, pigmentação
irregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. Além de surgir o aparecimento
de sulcos e flacidez, em razão ao acúmulo de material anormal na pele.

- Teorias do envelhecimento

O envelhecimento reporta todas as alterações, que levam a uma diminuição


nas habilidades de um organismo. Das muitas teorias sobre o envelhecimento,
quase todas são plausíveis e possuem na sua maioria, base científica sólida. Uma
das razões porque não se chega a um consenso e a uma sistematização de todas
as teorias, é a complexidade inerente ao universo vivo, não se podendo cometer a

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ingenuidade de atribuir um determinado efeito a uma só causa, pois estará a


contrariar a noção de organismo vivo, como sistema integrado.
Há várias teorias que explicam o processo de envelhecimento, por isso muitos
cientistas ficam fascinados pelo estudo dos mecanismos de tal processo.
• Teoria do desgaste: esta teoria afirma que cada organismo estaria
composto de partes impermeáveis e que a acumulação de falhas em
suas partes vitais levaria à morte das células, tecidos, órgãos e
finalmente do organismo como um todo.
• Teoria do erro catastrófico: propõe que com o passar do tempo se
produziria uma acumulação de erros na síntese proteica, que
finalmente determinaria prejuízos na função celular.
• Teoria dos radicais livres: é uma das teorias mais populares, pois,
defende que o envelhecimento seria o resultado de uma inadequada
proteção contra os danos produzidos nos tecidos pelos radicais livres.
• Teoria do relógio biológico: esta teoria foi umas das pioneiras para
explicar o processo do envelhecimento, ela consta que cada
organismo possui um relógio, que determina quando se inicia o
envelhecimento e marca as épocas em que suas características
seriam mais visíveis.

- Alterações morfológicas e funcionais causadas pelo envelhecimento

As alterações causadas pelo envelhecimento intrínseco são mais harmônicas,


ocorrendo à diminuição da função cardiocirculatória e queda da atividade
respiratória, a pele torna-se mais delgada, e em alguns lugares enrugadas, ela se
torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de micro- organismos. As
fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossa e as fibras elásticas perdem
parte de sua elasticidade, aumentando gordura no tecido subcutâneo.

- Alterações celulares causadas pelo envelhecimento

As funções de cada célula do organismo também passam por alterações com


o processo do envelhecimento, a função celular declina progressivamente com a

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idade, as células que vão ficando velhas têm menor capacidade de captação de
nutrientes e reparo de danos cromossômicos, além de possuírem núcleos irregulares
e diminuição do retículo endoplasmático.

- Envelhecimento x Pele

Com o envelhecimento a pele começa a sofrer mudanças que modificarão


seu aspecto. As fibras elásticas irão se alterar, ocasionando a perda da elasticidade,
haverá uma diminuição da espessura da pele e do tecido subcutâneo, o que levará
ao aparecimento de rugas.

▪ Linhas de expressão

As linhas de expressão são observadas em toda a pele, sendo mais visíveis


em áreas que foram expostas abundantemente à luz solar, vento e frio e podem ser
causadas também por diminuição de nutrição e oxigenação.

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A SEGUNDA REPRESENTA A FORMAÇÃO DAS RUGAS

O aparecimento das primeiras linhas de expressão aparece na adolescência,


porém não são muitos visíveis. Aos 25 anos surgem linhas pequenas, finas junto ao
sulco nasogenianos. Até cerca dos 40 anos aparecem rugas que adquirem
dimensão média, e a partir desta idade as rugas já estão mais acentuadas e também
há um aparecimento de rugas na área do pescoço. A face fica com aspecto de
cansada e com rugas profundas.

TIPOS DE PELE

Apesar das peles parecerem semelhantes do ponto de vista anatômico,


funcional e bioquímico existem variações entre elas que devem ser levadas em
conta na preparação dos cosméticos.

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Atendendo a um perfil cosmetológico, a pele dos adultos normais pode ser


classificada, considerando os seguintes critérios:
• Avaliação qualitativa e quantitativa das secreções;
• Produção de sebo;
• Grau de hidratação;
• Emulsão epicutânea;
• Espessura da pele.

Segundo o critério de classificação a pele pode apresentar as seguintes


características:

• Pele normal ou eudérmica: pele ideal ou de criança, secreções


equilibradas, emulsão epicutânea perfeita (tipo O/A);
• Pele oleosa: espessura aumentada e bem hidratada, produção de
sebo alterada (pH ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso,
com brilho acentuado), pele resistente a problemas alérgicos.
Complicações comuns como seborreia, acne e desidratação.
• Pele seca: secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muito clara,
fina e sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces;
• Pele mista: óstios dilatados na região do T, secura e irritação nas
outras áreas.

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IMAGEM DO ÓSTIO

Recentemente foi publicado que a pele pode ter mais de quatro tipos básicos,

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porém ainda são apenas considerados como classificação na literatura.


APÊNDICES EPIDÉRMICOS

Compreendem os apêndices epidérmicos os seguintes grupos:


• Aparelho pilossebáceo;
• Glândulas cutâneas;
• Unha.

As glândulas sebáceas são anexas dos folículos capilares e estão inseridas


na derme e hipoderme. São predominantes no rosto, pescoço e parte superior do
corpo. Elas secretam por secreção holócrina, na qual a célula secretora morre e
torna-se o próprio produto de secreção da glândula. As células mortas são repostas
por mitose na periferia da glândula. A secreção é o sebo, uma mistura de
triglicérides e colesterol tipo cera. Funciona como um agente protetor e mantém a
textura da pele e a flexibilidade do cabelo.

GLÂNDULA SEBÁCEA, MÚSCULO ERETOR DO PELO, PELO E


GLÂNDULA SUDORÍPARA ÉCRINA

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Composição do sebo:
▪ Triglicerídeos 43%
▪ Ácidos graxos Livres 15%
▪ Ceras 23%
▪ Escalenos 15%
▪ Colesterol 4%

A secreção sebácea é estimulada pelos andrógenos, sendo o DHT o


hormônio ativo. Isto se dá devido à abundância de vascularização nas proximidades
das glândulas sebáceas.
A função do sebo se confunde com a da emulsão epicutânea, da qual é um
dos constituintes. Para os animais o sebo serve como proteção para os mamíferos e
para engraxar as plumas dos pássaros, já no homem seu efeito como protetor é
restrito. Ele também contribui para manutenção da água na camada córnea. Devido
à presença de lipídeos, que são diversos sobre o ponto de vista químico,
desempenham papel no odor específico de cada indivíduo. E por fim, contribui para
minimizar os efeitos da radiação ultravioleta.
As glândulas sudoríparas écrinas são glândulas tubulares em espiral, estão
na camada profunda da derme ou sobre a hipoderme e estão presentes em todo o
corpo. A sua função primária é o resfriamento por evaporação (transpiração).

GLÂNDULA SUDORÍPARA ÉCRINA.

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A secreção écrina consiste de um líquido aquoso, fino e inodoro, que a ação


microbiana não consegue degradar. São controladas por fibras colinérgicas do
Sistema nervoso autônomo pelo estímulo térmico e fatores psicogênicos.
As glândulas sudoríparas apócrinas são glândulas tubulares que
desembocam nos folículos pilosos nas axilas e regiões urogenitais. A secreção é
uma mistura de proteínas, carboidratos e íons férricos que não possui odor, porém
torna-se fétida após ação de bactérias comensais da pele. São mais numerosas nas
mulheres e na raça negra. São sensíveis aos hormônios androgênicos e reguladas
por nervos adrenérgicos em resposta ao atrito, agentes farmacológicos e fatores
emocionais.

GLÂNDULA APÓCRINA, GLÂNDULA SEBÁCEA E PELO

O cabelo ou pelo é composto por células epidérmicas mortas que passaram


por um processo de queratinização incluindo a expressão diferencial de queratinas
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específicas. É derivado dos folículos capilares ou pilosos, que são invaginações que
se projetam da derme ou hipoderme. Os músculos eretores do pelo tornam os pelos
arrepiados para uma melhor insulação.
As unhas são lâminas epidérmicas, queratinizadas, duras, semitransparentes
e rosadas situadas no dorso da terceira falange dos dedos e se diferenciam da pele
por não serem descamativas. São constituídas por uma matriz (responsável pelo
crescimento), lâmina (corpo da unha), leito ungueal (porção que a unha se apoia),
eponíquio ou cutícula (proteção da unha) e hiponíqueo (engrossamento da epiderme
sobre a superfície da unha no ponto em que se torna livre). Função principal da unha
é proteger as extremidades dos dedos, mas também aumentam a capacidade de
pressão e facilitam movimentos finos e de precisão.

ESTRUTURA DA UNHA

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A figura acima mostra a estrutura da unha. Na imagem (A) apresenta-se o


leito e corpo da unha e lúnula (área de cor branca); na (B) a matriz, borda ungueal,
sulco ungueal, eponíco (cutícula), corpo e leito da unha, margem livre.
O crescimento diário da unha é em média 0,1mm, mas este valor pode variar
de acordo com a nutrição, idade, atividade individual de cada pessoa. Calcula-se
que levamos, aproximadamente, seis meses para um crescimento total das unhas.
Os principais fatores que afetam o crescimento são:

▪ Mecânicos: microtraumatismos repetidos como datilógrafas,


pianistas e onicofagia.
▪ Nutricionais: o crescimento é mais rápido em pessoas com
ingestão contínua e normal de aminoácidos, principalmente os que contêm enxofre e
vitaminas (A, complexo B, C, D, E e H).

O tratamento de unhas danificadas consiste basicamente em vasodilatação,


reposição de aminoácidos, amaciamento ou emoliência, hidratação e cicatrização
que juntos promoverão a regeneração da lâmina e cutícula.

CABELO

A estrutura do cabelo

• As raízes: estão protegidas na derme, dentro do folículo piloso, onde o


cabelo é gerado e colorido.
• A papila dérmica: o folículo piloso é o resultado de uma associação e
interação dos componentes dermal e epidermal. Localizada a 4 mm
abaixo da pele, a papila dérmica é formada por tecido conectivo que
secreta grandes quantidades de matriz extracelular (ver Seção 6.4).
Altamente vascularizada, a papila é a força real que dirige o folículo,
provendo toda informação necessária para a multiplicação e
diferenciação das células da matriz e, deste modo, regulando o ciclo
de vida do cabelo.
• A glândula sebácea: o folículo tem uma ou mais glândulas sebáceas

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que, por sua vez, contêm uma grande quantidade de células, os


sebócitos, que são preenchidos por lipídios. A glândula libera seus
lipídios na forma de uma substância gordurosa, o sebo. Em
quantidades normais, o sebo é essencial para a lubrificação e proteção
da fibra capilar mantendo sua flexibilidade e brilho. Controlado por
hormônios, o correto funcionamento da glândula sebácea pode se
tornar irregular, produzindo muito ou pouco sebo, o que acaba
prejudicando o cabelo. Se produzido em excesso, pode tornar o cabelo
oleoso e pesado. Por outro lado, a falta de sebo pode tornar os
cabelos danificados, secos ou opacos.
• Os queratinócitos: os queratinócitos do folículo piloso são células que
se multiplicam numa taxa muito maior do que os queratinócitos da
pele. Além disso, eles se diferenciam para formar as diferentes
estruturas do cabelo. A produção e armazenamento de queratina, um
processo denominado queratinização, causa um endurecimento destas
células, levando à desintegração de seus núcleos e consequente
morte.

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RAIZ DE UM FIO DE CABELO

▪ Os melanócitos: os melanócitos são células grandes presas no


topo da papila dérmica, que produzem o pigmento melanina e o transferem aos
queratinócitos, que formam o córtex da fibra capilar. Os melanócitos usam seus
dendritos para injetar os pequenos grânulos de pigmento. Deste modo, o cabelo é
incolor no início. Diferentemente da pele, os melanócitos do folículo piloso não
precisam da luz do sol para produzir melanina. Os melanócitos produzem as
melaninas em organelas especializadas chamadas de melanossomos. A
transferência dos melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos ocorre por
um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses são de que o
melanossoma é injetado diretamente no queratinócito ou ainda que ocorre fagocitose
da organela na extremidade dendrítica do melanócito. É interessante notar que a
melanina produzida por uma célula da pele consegue suprir até 40 queratinócitos,
enquanto que uma do cabelo, apenas quatro ou cinco. As diferenças de coloração
são devidas às diferenças no número, tamanho e arranjo dos melanossomos.

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MELANÓCITOS E MELANOSSOMOS

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- Coloração natural do cabelo

A pigmentação do cabelo é conferida pela atividade do melanócito. Estas


células, que se acham dispostas entre a papila dérmica e o epitélio da raiz pilosa,
sintetizam a melanina e a fornecem às células da raiz e córtex do cabelo. A melanina
existe na forma de dois pigmentos: eumelanina e feomelanina. Eumelanina é na
verdade um polímero que ocorre em grânulos dentro dos melanossomos em forma
semelhante a um grão de arroz e sua coloração varia de vermelho escuro a preto.
Ela é gerada a partir da tirosina, por ação da tirosinase. Feomelanina ocorre em
melanossomos com uma forma menos precisa e pode ser vista na forma de pontos
difusos. Sua coloração varia de amarelo para vermelho. Difere da eumelanina,
porque, além da tirosina, outro aminoácido, a cisteína, está envolvido em sua
produção. As cores diferentes do cabelo são proporcionadas pelas combinações
pigmentares, em diferentes proporções, entre a eumelanina e a feomelanina.
A proporção destas duas melaninas determina a coloração do cabelo. Porém,
é fácil entender que o cabelo negro dos japoneses contém virtualmente somente
eumelanina e que o cabelo ruivo dos irlandeses seja rico em feomelanina. É mais
surpreendente descobrir que o cabelo loiro dos escandinavos é formado por
eumelanina e não feomelanina. Isto está ligado à imensa quantidade de misturas
possíveis destes dois pigmentos. Por isso, a distribuição de melanina, determinada
pela herança genética, oferece uma paleta infinita de cores, do loiro mais claro ao
negro mais escuro.

Canície - Cabelo grisalho

Canície é o nome dado à despigmentação capilar, que surge gradualmente


após a terceira década de vida culminando com a idade avançada, mas que, no
entanto, pode estar presente desde muito cedo. A palavra grisalha de vem de gris,
no francês cinza, nos cabelos corresponde a uma ilusão de ótica com a mescla com
os cabelos normais.
A canície pode ser do tipo racial e hereditária. Na raça branca surge em torno
dos 30 anos quando que na negra em torno dos 40 anos, pois essa sintetiza maior
quantidade de melanócito ao mesmo tempo em que tem maior capacidade de

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prolongar a manutenção do mesmo. O fator hereditário que é o mais importante


sofre influência importante de fatores ambientais. Na Síndrome de Werner, também
conhecida como Pangéria, a despigmentação costuma ocorrer antes dos 20 anos e
tem uma progressão rápida.
A aparência grisalha do cabelo é somente um produto de uma ilusão de ótica,
produzido pela mistura de um cabelo colorido e cabelo branco. O
“embranquecimento” do cabelo pode ser explicado por uma incapacidade de alguns
melanócitos em produzir pigmentos e de outros em transferir o pigmento aos
queratinócitos. No entanto, dado que após receberem a melanina para sua
coloração ocorre morte celular dos queratinócitos, para que o cabelo continue com
sua cor natural é preciso que haja uma constante renovação dos mesmos. Isso é
feito por meio das chamadas células tronco, capazes de se diferenciar em várias
outras, inclusive em melanócitos. Desse modo, cientistas da Universidade de
Harvard e do Hospital Infantil de Boston descobriram recentemente que a perda
gradual dessas células não diferenciadas está, literalmente, na raiz do cabelo
grisalho. Mais especificamente, no folículo capilar, estrutura que “ancora” o cabelo
na pele.
Experimentos em camundongos comprovaram a descoberta de que existe um
gene, o Bcl2, que é fundamental para proteger as células-tronco no momento em
que o folículo capilar está em estado de dormência, sem crescimento de cabelo
(algo que ocorre em cerca de 10% a 15% dos fios em qualquer momento). Portanto,
problemas com esse gene podem estar associados ao caso de pessoas que ficam
com os cabelos brancos prematuramente. Os estudos com camundongos também
revelaram uma relação clara entre a idade do animal, o número de células-tronco e a
quantidade de pelo grisalho.
A tirosinase é uma enzima cobre-dependente e por um excesso deste metal,
por acúmulo no organismo - não por deficiência, que é difícil de ocorrer - o excesso
relaciona-se com sua inativação. Há também o alfa-MSH (hormônio estimulante dos
melanócitos) que pode ser bloqueado sendo o determinante da inativação
melanogênica capilar. O cobre, um metal de transição, sendo o propiciador do
aparecimento dos radicais livres no bubo. A síntese de melanina, que é um varredor
de radicais livres, paralisando, possibilita que os radicais livres ataquem as
estruturas celulares, lesando o material nuclear e liberando fatores citotóxicos. A

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geração de outros radicais livres como o superóxido e o peróxido de hidrogênio,


também pode ser desencadeada pela reação de oxidação da DOPA, catalisada pela
própria tirosinase, dando origem a DOPA-quinona. Normalmente, os radicais livres
formados ou espécies reativas são satisfatoriamente varridos pelos scavengers
usuais bem como pela melanina.
Apesar de a inatividade melanocítica ter sido dada como irreversível, ou seja,
uma vez despigmentado, o cabelo permanecerá assim, evidências recentes, têm
comprovado a repigmentação ao normal. Porém, para que isso ocorra, os
melanócitos devem não ter perdido sua integridade totalmente, quer dizer, devem
estar na fase inicial do embranquecimento.
Doenças infecciosas, metabólicas, como a diabetes e hipertireoidismo,
anemia, desnutrição e o estresse prolongado podem levar a esse estado.
Algumas substâncias têm sido capazes de reativar a melanogênese no bulbo
piloso, repigmentando o fio de cabelo, fazendo voltar à sua cor original. Começando
pelas vitaminas, o ácido fólico, o ácido pantotênico e também a vitamina B12,
administradas em doses ortomoleculares e os antiinflamatórios não hormonais, têm
demonstrado bons resultados. Estudos recentes demonstraram ser a L-glutationa, a
CoQ10, o ácido lipoico, o minoxidil, de grande utilidade como antioxidantes dos
radicais livres formados em nível do bulbo capilar.

DIFERENTES ESTRUTURAS QUE COMPÕEM UM FIO DE CABELO

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http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf >

A figura acima mostra as diferentes estruturas que compõem um fio de


cabelo. Na (A) são imagens de microscopia eletrônica de varredura de um fio de
cabelo e na imagem (B) esquema de um fio de cabelo.
• A cutícula: é o envelope externo da fibra do cabelo. As células que a
formam se chamam “escamas” e são extremamente pequenas e
incolores. Elas são unidas por um cimento intercelular rico em lipídios,
sobrepondo-se umas às outras como telhas, formando camadas de
três a dez células. Como as extremidades livres das células estão
orientadas para a ponta do cabelo, elas podem exercer seu papel
principal que é proteger o córtex. A cutícula é à parte do cabelo sujeita
aos ataques diários e as propriedades cosméticas dos produtos para
cabelo dependem de seu estado.
• O córtex: é o corpo real da fibra (FIGURA 26). Representando 90% de
seu peso total, ele é formado por células preenchidas por queratina e é
esta organização que dá à fibra suas propriedades marcantes. Ao
longo da maturação do cabelo, estas células corticais se tornam
alongadas e chegam a atingir cerca de 100 micrômetros. Arranjadas
ao longo do cabelo, elas são mantidas por uma substância intercelular
composta por queratina flexível, rica em lipídios. E é também no córtex
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que os grãos de melanina que dão cor ao cabelo são encontrados. A


sua única forma de proteção é uma fina camada de sebo e a cutícula.
• A medula: ou canal medular está situada no centro da fibra e sua
presença ao longo do cabelo, geralmente, é descontínua ou até
ausente. Parece que as células que a compõem rapidamente
degeneram, deixando espaço para bolhas de ar. Em humanos, o seu
papel ainda é desconhecido, porém, em alguns animais, esta estrutura
alveolar parece possuir um papel essencial na termorregulação.

Estrutura microscópica e molecular

O componente primário da fibra do cabelo é a queratina, uma proteína


mecanicamente dura. Está presente em todos os vertebrados superiores, em unhas,
pelos, chifres e penas. Existem mais de 50 genes para queratina que são expressos
de modo tecido-específico.

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ESTRUTURA MICROSCÓPICA E MOLECULAR DO CABELO

http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf

Na figura acima, é demonstrado a estrutura microscópica e molecular do


cabelo. O (A) representa o cabelo típico que possui ~20 μm de diâmetro e é
constituído de células mortas. Cortando um fio de cabelo, podemos ver a disposição
das longas células corticais (1) envolvidas por uma substância intercelular rica em
lipídios e proteínas (2). Em (B), dentro de cada célula cortical, há uma série de
macrofibrilas (~2000 Å de diâmetro) de queratina (3) dispostas na mesma direção da
célula. Pequenos grânulos de melanina (4) também podem ser visualizados. Em (C)
em aumento maior, podemos ver que cada macrofibrila é composta por inúmeros
elementos menores, as microfibrilas (~80 Å de largura) (5). Em cada microfibrila
aparece como um arranjo de elementos menores denominados protofibrilas (6). Em

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aumentando ainda mais, é possível visualizar as quatro cadeias de queratina


formando uma alfa-hélice (7). (F) E, por último, a estrutura molecular de uma das
cadeias de queratina (8).
Dentro do córtex, a queratina é organizada em protofibrilas e composta por
quatro cadeias polipeptídicas. Esta estrutura é mantida por ligações entre os átomos
das diferentes cadeias. Estas ligações podem ter forças variáveis: fracas como as
pontes de hidrogênio ou fortes como as ligações iônicas ou pontes dissulfeto. Os
lipídios representam 3% da composição do cabelo. Eles são produzidos no bulbo
capilar e formados a partir de esteroides, ácidos graxos e ceramida. Estão presentes
essencialmente no cimento intercelular do córtex e na cutícula e conferem ao cabelo
certa impermeabilidade, garantindo a coesão da fibra capilar. A mistura de lipídios
produzidos pela glândula sebácea forma um filme na superfície da pele e lubrifica o
fio de cabelo, preservando assim sua flexibilidade e brilho. A melanina, pigmento
responsável pela cor natural do cabelo, representa apenas 1% da composição total
do cabelo. A água constitui, em condições normais, 12 a 15% da composição do
cabelo. Alguns dos outros elementos são provenientes do ambiente e estão
presentes em pequenas quantidades. Outros elementos vêm diretamente do
organismo. Como a raiz do cabelo possui uma boa irrigação sanguínea, substâncias
trazidas pelo sangue podem ser incorporadas no cabelo durante sua formação.

Estrutura molecular – o filamento de queratina

A queratina faz parte de um grupo de proteínas de fibras do citoesqueleto de


eucariotos denominado “Intermediate Filament Proteins (IF)”. A principal função
dessas proteínas é estrutural, dando suporte mecânico para a membrana plasmática
quando esta entra em contato com outras células ou com a matriz extracelular.
Dentro deste conjunto de proteínas filamentosas, a queratina corresponde ao tipo I –
queratina ácida – e II – queratina básica. Elas são expressas apenas em células
epiteliais, associando-se numa razão de 1:1, formando heterodímeros. Portanto, não
existe nenhum filamento de queratina formado por homodímeros.
As queratinas compõem a classe de proteínas IF com maior diversidade, com
um grande número de isoformas diferentes. Em tecidos epiteliais “duros” existem
aproximadamente dez tipos de queratinas diferentes (mais especificamente unhas,

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cabelo, lã) e mais 20 tipos denominados citoqueratinas, que são geralmente


encontradas revestindo cavidades internas do corpo.
As proteínas filamentosas não apenas compartilham a característica de
possuir filamentos de 10 nm de diâmetro, mas também possuem um domínio
estrutural em comum: uma estrutura de α-hélice central. Este domínio, que é
conservado em todas as proteínas IF, consiste de quatro longas α-hélices,
separadas por três regiões não helicoidais, que possuem posição altamente
conservada evolutivamente. Essa estrutura é flanqueada por domínios globulares
das regiões N- e C- terminais, que variam muito em peso molecular e sequência
entre as diferentes proteínas IF.

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NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO E MACROESTRUTURA DAS PROTEÍNAS IF

http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf >

A imagem acima demonstra um esquema sobre os níveis de organização e


macroestrutura das proteínas IF. Elas formam hetero ou homodímeros com um
domínio central de a-hélice altamente conservado flanqueado por estrutura não
helicais, que variam em tamanho e sequência. O domínio central contém quatro
elementos espaçadores não helicais (“spacers”). A partir daí, há a formação de um
tetrâmero por dímeros idênticos dispostos anti-paralelamente. Estes tetrâmeros
ainda se agregam ponta-a-ponta, formando um protofilamento e pares destes se
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associam lateralmente, formando uma protofibrila. A associação lateral de quatro


protofibrilas é que vai formar um filamento cilíndrico de 10 nm de diâmetro.

Proteínas Associadas à Queratina

As proteínas KAPs constituem uma matriz proteica, onde as proteínas IFs se


encontram depositadas. Elas podem ser divididas em três grandes grupos, de
acordo com sua composição proteica:
(i) grupo das glicina-tirosina;
(ii) grupo sulfúrico;
(iii) grupo ultrahigh sulfúrico.

Esses grupos são codificados por sequências gênicas diferentes.

Diferenças étnicas

Forma do cabelo Independente do fato de ser liso, ondulado, crespo ou


encaracolado, um cabelo é sempre um cabelo. Sua composição básica de queratina
é sempre a mesma.
Por outro lado, a forma do cabelo varia. As diferenças dependem em grande
parte da secção transversal do cabelo e de como ele cresce. Estudos indicam que
estes dois elementos estão intimamente relacionados à forma do folículo piloso e
sua posição no couro cabeludo.
A secção transversal de um cabelo é uma elipse que pode tender mais ou
menos para um círculo. Uma analogia com outros materiais mostra como a secção
transversal pode influenciar na aparência do cabelo no espaço: nas mesmas
condições de tamanho, uma faixa fina se enrola muito mais facilmente do que uma
corda cilíndrica. Por isso, os asiáticos possuem cabelo com uma secção transversal
mais grossa e cilíndrica, enquanto que os africanos possuem uma secção
transversal achatada e fina, formando o cabelo crespo e encaracolado com anéis de
até poucos milímetros de diâmetro. Caucasianos possuem uma secção transversal
muito mais variada, porém sendo mais ou menos elíptica. O cabelo dos caucasianos
vai desde ondulado até bastante cacheado.

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ESTRUTURA DO CABELO EM DIFERENTES ETNIAS

http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf

DIFERENÇAS DE CABELOS ENTRE RAÇAS


Raça\Cabelo Crescimento Densidade Característica

Asiáticos 1,3 cm / mês + O modo como o folículo


está implantado faz com
que o cabelo cresça reto,
perpendicular ao couro
cabeludo.
Africanos 0,9 cm / mês ++ Como o cabelo cresce
quase paralelo ao couro
cabeludo, ele cresce
enrolado nele mesmo.
Caucasianos 1,2 cm / mês +++ Cresce num ângulo oblíquo
ao couro cabeludo e é
levemente curvado.

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Ciclos do cabelo

Possuímos em torno de 120.000 folículos capilares determinados


geneticamente. A implantação do cabelo na derme se dá por invaginação da
epiderme, constituindo o folículo capilar, tendo uma dilatação terminal, o bulbo
capilar, contendo no centro a papila dérmica, recobrindo a papila, estão às células
que formam a raiz do cabelo. O crescimento do cabelo é feito pela proliferação
basal, ou seja, existe aposição de queratina (uma escleroproteína) na base do fio e
consequente extrusão deste para fora do folículo. Então, a parte externa do fio, que
apresenta um crescimento aparente, não se modifica em toda a sua extensão.
São três as fases de crescimento do cabelo:

- Anagênese: que dura aproximadamente de dois a cinco anos e


cresce 0,4 mm por dia;
- Catagênese: também chamada de fase de repouso, que dura poucas
semanas, quando então, se dá a sua separação da papila e tem inicio a terceira
fase.
- Telogênese: a fase de repouso total. Dura cerca de 3 meses. Ao final
da fase telógena, os fios caem. Mas antes disso ocorrer, um novo fio de cabelo na
fase anágena usualmente começa a crescer.

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ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE

PERMEABILIDADE CUTÂNEA

É a capacidade que a pele tem de deixar passar, seletivamente, certas


substâncias em função de sua natureza química ou de determinados fatores.
Sabe-se que a epiderme é praticamente impermeável a todas as substâncias
não gasosas. É esta uma característica de sua função protetora. Se não fosse assim
seria possível provocar fenômenos de sensibilização pela aplicação de algumas ou
seria fácil à penetração de microorganismos por meio dessa barreira que é a pele.

PERMEABILIDADE CUTÂNEA EM FUNÇÃO DA NATUREZA QUÍMICA


DAS SUBSTÂNCIAS

A pele é:

• Permeável, de modo geral, aos gases verdadeiros e a substâncias


voláteis. O mecanismo pelo qual a pele permite esse fenômeno é o da
difusão e segue pelas leis da física.
• Relativamente permeável a determinadas substâncias lipossolúveis
como hormônios esteroides, vitamina D e provavelmente a vitamina A.
Também derivados fenólicos são absorvidos em graus variados.
• Praticamente impermeável a eletrólitos, proteínas e carboidratos. A
penetração de sais é desprezível, a menos que sejam ionizados. No
caso de proteínas e carboidratos a penetração se deve ao tamanho de
suas moléculas e a pouca lipossolubilidade. Porém sua pouca
solubilidade pode ser contornada se o peso molecular (PM) for
reduzido por meio de reações de hidrólise e subsequente ionização.

A pele apresenta barreiras que impedem ou dificultam a penetração das


substâncias externas.
Na sua constituição existem:

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• O manto hidrolipídico, constituído pela emulsão epicutânea rica em


sebo cutâneo;
• A epiderme pelos queratinócitos e os cimentos intracelulares, que
completam a barreira lipídica;
• Uma camada hidrofílica, permeável à água e na qual poderão difundir
as substâncias hidrofílicas (derme e hipoderme);
• Órgãos anexos: os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e as
glândulas sudoríparas.

FATORES QUE AFETAM A PENETRAÇÃO DE PELE

Biológicos/ Fisiológicos

• Espessura de epiderme – na pele hiperqueratósica, por exemplo, a


permeabilidade é dificultada.
• Idade – devido ao espessamento da capa córnea e a falta de
hidratação, em indivíduos idosos a penetração de ativos é mais difícil.
• Fluxo sanguíneo – quando hiperêmica, a pele se torna mais
permeável. Por exemplo, a massagem, além de certos ativos, pode
estimular a absorção da pele pela ativação da circulação.
• Hidratação – quanto mais hidratada a pele, melhor é a permeabilidade.
• Região da pele – mucosas e regiões com grande número de orifícios
pilossebáceos ou muito vascularizadas são mais permeáveis.
• Capacidade de associação a outras substâncias da pele.
• pH da pele – o pH normal é aproximadamente 5,0, portanto ácido. A
alcalinidade aumenta a permeabilidade.

O estado de hidratação da camada córnea é um fator muito importante na


penetração percutânea. Com efeito, a hidratação da camada aumenta, grandemente
a sua permeabilidade.
A hidratação pode ser aumentada, como já foi comentado, impedindo a
perspiração insensível e a evaporação do suor. Para o efeito, poderão ser utilizados

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os produtos oclusivos.
Também a hidratação da pele, por vapor de água, tem efeito importante na
absorção dos produtos colocados sobre a epiderme.
O desengorduramento superficial da pele, por solventes orgânicos (álcool), ou
tensoativos (sabão-detergente), pode melhorar a absorção percutânea, pois retira
barreira lipídica natural.

Físicos/ químicos

Melhoram a penetração cutânea:

• Peso molecular baixo;


• Emulsões O/A;
• Estado de ionização do produto a ser aplicado (princípio da
ionoforese);
• Concentração do ativo;
• pH alcalino;
• Temperatura elevada;
• Clima quente e úmido.

A iontoforese é uma técnica que permite aumentar a penetração percutânea


de substâncias ionizáveis. Consiste na passagem percutânea de corrente elétrica
contínua, de fraca intensidade, entre um eletrodo colocado em contato com a região
a tratar e outro na região oposta. Esse método é muito eficaz e foi demonstrado,
cientificamente, que a capacidade de passagem poderia ser aumentada por dez
vezes.

Princípio Ativo

• O coeficiente de partição, óleo em água: se o princípio ativo apresentar


solubilidade em óleos e, simultaneamente, relativa hidrossolubilidade, terá
possibilidade acrescida de ser absorvido. É o caso de alguns estrógenos e dos
inseticidas organofosforados;

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• O estado de ionização do princípio ativo depende do pH do meio. A


variação de duas unidades de pH pode multiplicar por dez a absorção instantânea
de um princípio específico;

• O estado de dissolução do princípio ativo no seu veículo;


• A concentração do princípio específico no excipiente.

Fatores Dependentes do Veículo

• O pH do veículo (ionização do princípio específico);


• Poder solubilizante do veículo em relação ao princípio específico;
• Viscosidade;
• Poder lipossolvente, que está relacionado ao fator de
desengorduramento da epiderme;
• Emulsões do tipo O/A (oferecem fator superior de penetração).

VIAS DE PENETRAÇÃO

Três vias principais são possíveis:

▪ Via transepidérmica: esta via de penetração é muito lenta, mas


atendendo à superfície, tem uma importância considerável;
▪ Via transfolicular ou transanexial: a passagem se dá pelos apêndices
epidérmicos Às glândulas sudoríparas, parecem ter um papel mínimo na penetração
percutânea. Os aparelhos pilo-sebáceos (folículos pilosos e glândulas sebáceas) são
considerados como as zonas de maior facilidade de penetração, pois a camada
epidérmica fica mais fina constituída, às vezes, por uma simples camada de células
vivas. Se o princípio específico for emulsionável, ele poderá ser transportado para
regiões, em que a absorção será virtualmente mais intensa.
▪ Via intracelular: por esta via a passagem ocorre pelos espaços entre as
células, em comparação com a via transepidérmica é mais rápida, porém é mais
lenta em comparação com a via transfolicular.

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ABSORÇÃO VIA TRANSEPIDÉRMICA E VIA INTRACELULAR

http://erikalizfarma.files.wordpress.com/2011/02/aula-3-e-4-absorc3a7c3a3o-
cutc3a2nea-e-problemas-da-pele.pdf>

PROBLEMAS DE PELE

A pele é o maior órgão do corpo humano e também o afetado pelo maior


número de doenças, cerca de 400. Algumas doenças da pele, unhas e cabelos:Acne
(cravos e espinhas)
• Acne rosácea
• Acne solar
• Alopécia androgênica (calvície, queda de cabelos)
• Alopécia areata (pelada)
• Angiodermite pigmentar
• Angiomas
• Balanite xerótica obliterante
• Bromidrose (cecê, chulé)
• Brotoeja
• Carcinoma basocelular
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• Carcinoma espinocelular
• Ceratoacantoma
• Ceratose actínica ou solar
• Ceratose folicular ou pilar
• Ceratose seborreica
• Cisto dermoide
• Cisto mixoide
• Cisto pilonidal
• Cistos (cisto sebáceo)
• Cloasma gravídico (manchas de gravidez)
• Condiloma acuminado (crista de galo, verrugas genitais)
• Craurose vulvar
• Dermatite atópica ou eczema atópico
• Dermatite de contato
• Dermatite seborreica (caspa, seborreia)
• Dermatose papulosa nigra
• Disidrose
• Doença de Mucha-Habermann
• Eczema de contato
• Eczema de estase
• Eczema numular
• Eflúvio telógeno (queda de cabelos)
• Erisipela
• Escabiose (sarna)
• Esclerodermia
• Estrias
• Fitofotomelanose (manchas de limão)
• Fogo selvagem
• Foliculite
• Furúnculo e furunculose
• Granuloma anular
• Granuloma piogênico (carne esponjosa)
• Hanseníase (lepra)

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• Hemangiomas
• Herpes
• Herpes genital
• Herpes zoster (cobreiro)
• Hidradenite ou hidrosadenite
• Hiperidrose (excesso de suor)
• Ictiose vulgar
• Impetigo
• Intertrigo (frieira)
• Larva migrans (bicho geográfico)
• Leucodermia gutata (sarda branca)
• Lipoma
• Líquen escleroatrófico
• Líquen plano
• Lupus eritematoso
• Lupus pérnio (sarcoidose)
• Mancha vinho do porto
• Melanoma maligno
• Melanose solar (mancha senil)
• Melasma (manchas na face)
• Micose da virilha
• Micose das unhas
• Micoses superficiais da pele (impingem, pé de atleta, etc.)
• Miíase furunculoide (berne)
• Miliária (brotoeja)
• Milium
• Molusco contagioso
• Nevo Azul
• Nevo de Ito
• Nevo de Ota
• Nevo displásico
• Nevo halo
• Nevo melanocítico ou nevo pigmentado

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• Nevo spilus
• Parapsoríase em placas
• Pelo encravado
• Pênfigos
• Piolhos
• Pitiríase alba
• Pitiríase liquenoide
• Pitiríase rósea
• Pitiríase rubra pilar
• Pitiríase versicolor (micose de praia, pano branco)
• Psoríase
• Queloide
• Rosácea
• Sarcoidose
• Sardas
• Sarna
• Siringoma
• Tungíase ("bicho de pé")
• Úlcera venosa ou úlcera de estase (úlcera de perna)
• Unha encravada
• Urticária
• Verrugas virais
• Vitiligo
• Xantelasma
• Xeroderma pigmentoso

ACNE

Akhne - Palavra de origem grega - eflorescência (erupção da pele) na


superfície do corpo. Denominação genérica de várias doenças da pele, provenientes
de inflamação das glândulas sebáceas. Doença da pele caracterizada por espinha
comprometendo a face, as regiões anteriores e posteriores do tórax.
Áreas anatômicas ricas em glândulas sebáceas, originando-se por uma

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alteração no processo de queratinização da epiderme, com a deposição de lâminas


e fragmentos de queratina dentro do infundíbulo folicular (que é a região mais
superficial do folículo), dificultando a drenagem da secreção produzida pela glândula
sebácea, que vai se acumulando no folículo, constituindo o comedão.
O sebo é extremamente ácido, o que ajuda a corroer o tecido, forma uma
espécie de rolha, que causa o processo inflamatório.

Características:
• Patologia dermatológica benigna;
• Acomete folículos pilossebáceos;
• Resulta bloqueio de secreção;
• Pode ser com ou sem inflamação.

Tipos:

• Acne juvenil ou vulgar: dermatose banal que começa por volta da


puberdade e evolui por surtos, entre 12 e os 25 anos, desenvolvendo-
se à custa do folículo pilosebáceo. Aparece principalmente nas peles
seborreicas. Caracteriza-se pela presença de comedões (cravos),
pápulas eritematosas, pústulas e nas formas mais graves, por cistos,
abscessos e cicatrizes em graus variáveis;
• Acne Rosácea: dermatose observada principalmente nas mulheres,
entre 40 e 50 anos de idade, caracterizada pelo aparecimento de
papulopústulas sobre um fundo rosa difuso (eritrose) e acompanhada
de teleangectasias. Costuma ocorrer em peles com característica
seca.
• Comedão: filamento seborreico do canal folicular, contaminado por
germes e fungos. Produto da queratinização anormal que, associada
ao sebo, forma uma massa no interior do canal pilossebáceo que
acompanha o seu formato. Podemos chamar também, acne
comedoniana ou de 1° grau.

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As lesões da acne são decorrentes da obstrução com ou sem inflamação dos


folículos pilossebáceos, envolvendo os seguintes fatores. Origem da patologia:
• Aumento da secreção sebácea;
• Hiperqueratinização com obstrução do folículo pilossebáceo - ceratose
do folículo;
• Retenção sebácea;
• Alteração da flora bacteriana da pele - proliferação bacteriana, uma
vez que a bactéria se alimenta do sebo;
• Reação inflamatória local;
• Fatores individuais.

Aumento da secreção sebácea. A composição química do sebo é constituída


basicamente de uma mistura dos seguintes elementos: triglicérides, ácidos graxos e
colesterol com seus ésteres e o esqualeno, cuja proporção varia de uma pessoa
para outra.
A secreção sebácea depende da ação dos hormônios androgênicos
(testosterona - DHT) de origem gonadal e/ou, é por isso que na puberdade - período
em que ocorre aumento repentino das gonadotrofinas da hipófise anterior e
consequentemente elevação dos níveis de andrógenos circulantes e tissulares -
observa-se à hipertrofia da glândula sebácea e o aumento de sua secreção.
Hiperqueratinização com obstrução dos condutos pilossebáceos. Nisto reside
o mecanismo principal de formação dos comedões que podem ser abertos (cravos
pretos) ou fechados (cravos brancos). Este distúrbio, que parece obedecer a uma
influência genética ou a um defeito congênito, induz a uma hiperqueratinização na
porção infrainfundibular do folículo pilossebáceo, cujo acúmulo de escamas
aderentes obstrui a drenagem normal, preparando a formação do comedão. A
influência genética explicaria o caráter familiar observado com frequência na acne
vulgar.
Alteração e participação da flora bacteriana da pele. Os principais
microrganismos isolados da superfície cutânea e dos ductos pilossebáceos nos
pacientes com acne são: os propionibacterium acnes, propionibacterium granulosun
e propionibacterium avidum (difteroides anaeróbios), o sthaphylococcus epidermides
(coagulase negativo) e o pityrosporum ovale (levedura). Desses, o primeiro é o mais

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importante na patogenia da acne, por possuir esterases com capacidade de


hidrolisar os triglicérides das glândulas sebáceas, promovendo a liberação de ácidos
graxos livres, cuja difusão pelos folículos pilossebáceos provoca irritação e
inflamação. Os demais microrganismos apresentam também atividade lipolítica,
porém em menor escala.

Classificação universal da acne:


• Grau I: predominância de comedões sem reações inflamatórias.
• Grau II: predominam lesões papulopustulosas com reações
inflamatórias.
• Grau III: presença maior de nódulos, cistos, abscessos e intensa
inflamação.
• Grau IV: presença de cicatrizes profundas; severa reação inflamatória
e todas as lesões anteriormente citadas. Em alguns casos coexistem lesões
queloidianas inestéticas e permanentes.

Essa classificação é de grande importância para a conduta terapêutica,


variável conforme o grau de comprometimento.
Embora na acne vulgar a idade de comprometimento seja o período da
adolescência, não é raro estender-se até os 30 anos ou mais, principalmente em
mulheres.

Fatores que podem piorar a acne:

• O uso sistêmico de determinadas drogas, como a cianocobalamina,


ácido paraminossalicílico, hidantoína, derivados halogenados (iodo,
bromo, cloro), hormônios tireoidianos, hormônios com ação
androgênica e altas doses de corticosteroides por tempo prolongado.
• O uso tópico de cosméticos pastosos, corticosteroides fluorados e
sabonetes em excesso, manipulação indiscriminada da pele, como
espremer as lesões.
• Período pré-menstrual e/ou menstrual, havendo cólicas e

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irregularidade do ciclo.
• Alimentos tipo chocolate, gordura e carboidratos, produtos do mar,
refrigerantes tipo "cola" e bebidas alcoólica podem agravar um quadro
já existente.
• Tensão emocional: dados de observação revelam que estados de
tensão emocional podem agravar o quadro clínico.

Fatores que podem melhorar a acne:

• Exposição aos raios solares ou aos raios ultravioleta: atua


favoravelmente, quando moderada e gradativa, sobretudo para pessoas de pele
clara. Explicar que a exposição excessiva e indiscriminada pode levar ao
agravamento das lesões (por um aumento da corneificação e da formação sebácea
de comedões; é a acne estival). Devemos lembrar que o uso de protetor solar e
indispensável.
• Limpeza de pele: pelo uso tópico de base ativa ou pela extração
manual de comedões, seguida por orientação da profissional esteticista.

Cuidados Básicos

• Não cutucar, manipular a pele, pois o resultado será uma ruptura do


saco folicular que contém a secreção sebácea em excesso, proveniente da glândula
sebácea patológica e acneica. Em seguida, o sebo vai se espalhar pela derme
subjacente, onde se comportará como corpo estranho, provocando uma reação
inflamatória. Vale a pena ressaltar, que a acne não é contagiosa.
• Evitar cabelos sobre a face, pois além de evitar uma respiração da
pele, contém bactérias que podem contribuir no processo inflamatório.
• Procurar fazer a higienização da pele diariamente e utilizar os produtos
adequados a seu tipo de pele de acordo com a recomendação do especialista.
• Cuidado com exposição excessiva ao sol.
• Procure manter uma boa alimentação e ingerir muita água.

CALVÍCIE

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A maioria dos homens e mulheres tem queda de cabelos ao envelhecer,


sendo que, aos 60 anos, a maioria dos homens já tem algum grau de calvície. É um
fato normal, afetando algumas pessoas mais do que outras, principalmente se há
história familiar de calvície. Entretanto, pode ocorrer perda repentina ou anormal dos
cabelos por:
• Utilização de determinados medicamentos (como alguns usados no
tratamento de câncer, doenças circulatórias, úlceras e artrite);

• Dieta alimentar muito rigorosa;


• Alterações hormonais (como na menopausa e no pós-parto);
• Doença crônica ou grave;
• Estresse

A perda de até 100 fios de cabelo por dia é considerada normal. Existe um
fator hormonal que está ligado à hereditariedade. A calvície masculina é responsável
por cerca de 90-95% de todos os casos de queda de cabelos. Pode afetar homens
ou mulheres, sendo nos homens o acometimento mais severo. O hormônio
masculino testosterona é convertido para outra forma que é a di-hidrotestosterona,
pela ação da enzima 5-alfa-redutase e sabemos que esse hormônio (DHT) é
responsável pelo processo de atrofia que ocorre no folículo piloso.
Alguns problemas de saúde provocam queda dos cabelos e precisam de
tratamento:
• Hipotiroidismo;
• Micose (infecção por fungo que ataca o couro cabeludo e/ou os
próprios fios de cabelo);
• Areata, que provoca queda de tufos de cabelo em algumas áreas,
sem afetar o couro cabeludo.

Dicas de autocuidado:

Para evitar cabelos danificados e sua queda:

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• Evite manipular seus cabelos com técnicas como permanente,


tranças, tinturas, alisamento, reflexo, descolorimento, uso de rolos de cabelo ou de
secador.
• Use xampu neutro e condicionador suave.
• Seque os cabelos com a toalha ou ao ar livre.
• Se o cabelo estiver danificado, corte-o curto ou mude para um
tipo de corte que exija menos manipulação do cabelo (escova, etc.)
• Adote medidas para reduzir a ansiedade (por exemplo: ioga,
técnicas de relaxamento) se ela estiver provocando a queda de cabelos.

• Não acredite em tratamentos milagrosos, que prometem acabar


com a queda de cabelos com fórmulas vitamínicas, massagens com óleos, loções ou
pomadas.
• Se a queda de cabelo estiver relacionada ao uso de um
determinado medicamento, pergunte ao seu médico se é possível substituí-lo.

Tipos de calvície:

• Calvície - Alopécia Androgenética: é a diminuição progressiva


dos cabelos levando a calvície que ocorre frequentemente nos homens e nas
mulheres com distúrbios hormonais ou após a menopausa. É uma doença
hereditária cuja herança se manifesta com intensidade variada. É causada pela ação
destrutiva do hormônio masculino sobre o folículo piloso das áreas geneticamente
predispostas.
• A Alopecia Areata, também chamada de "pelada": é uma
doença relativamente frequente que se caracteriza pela perda rápida e completa de
cabelos ou pelos em áreas redondas ou ovais, geralmente no couro cabeludo, na
área da barba, sobrancelhas, cílios e mais raramente em outras áreas pilosas.
Apresenta distribuição universal, afetam ambos os sexos e ocorre principalmente
entre os 20 e 50 anos. Sua causa ainda é desconhecida, mas consideram-se
importantes os fatores genéticos, imunológicos e o estresse emocional. A
associação com focos infecciosos dentários ou sinusais também deve ser

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considerada. O quadro apresenta início brusco. As placas são redondas ou ovais,


únicas ou múltiplas, de tamanhos variados, lisas e brilhantes. Na sua periferia os
pelos são retirados com facilidade. Alterações nas unhas podem estar presentes
especialmente nos casos mais graves. Em relação à evolução, na maioria dos casos
há repilação (volta dos cabelos) espontânea em alguns meses. Outras vezes o
processo evolui podendo atingir todo couro cabeludo (alopécia total) ou todo corpo
(alopécia universal). O prognóstico é menos favorável quando há ocorrências
repetidas, comprometimento de outras áreas fora do couro cabeludo e quando surge
antes da puberdade.

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• Queda de cabelos - Eflúvio Telógeno: o cabelo normal


apresenta três fases no seu desenvolvimento: (1) fase anágena, (2) fase catágena e
(3) fase telógena. O Eflúvio Telógeno é a perda precoce e excessiva de cabelos a
partir de folículos normais do couro cabeludo, desencadeada por algum estímulo.
Essa queda decorre da aceleração da fase anágena em direção a telógena e dura
cerca de dois a quatro meses. É uma perda difusa de mais de 120 fios por dia (em
média) acompanhada do aparecimento de vários fios novos. Raramente o couro
cabeludo apresenta alguma alteração. As causas mais comuns incluem febre alta de
qualquer origem, pós-parto, medicamentos, dietas alimentares drásticas, hipo e
hipertireoidismo, cirurgias, anemia, estresse psicológico, doenças crônicas e
infecções. Dependendo da história e do quadro clínico de cada paciente podem ser
necessários exames complementares.

MICOSE

Micose é o nome dado a doenças causadas por fungos. Existem mais de 230
mil tipos de fungos, mais apenas 100 causam micose. Como eles estão em toda
parte, praticamente todas as pessoas ficam expostas a eles. Quando encontram
condições favoráveis, como umidade e calor excessivos, os fungos se reproduzem e
podem desencadear a infecção.
Nas micoses superficiais, os fungos ficam na camada externa da pele, ao
redor de pelos ou nas unhas, alimentando-se de uma proteína chamada queratina.
Cerca de 30% da população mundial tem problemas causados por micoses
superficiais.
Nas micoses profundas, os fungos disseminam-se por meio da circulação
sanguínea e linfática.
Podem infectar a pele e órgãos internos, como pulmões, intestinos, ossos ou
sistema nervoso.

Tipos de micose:

• Micose dos pés: pode ser interdigital, escamosa, vesícula e placa


margarida. Interdigital pé-de- atleta ou frieira: atinge a pele entre os dedos,

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provocando coceira, descamação, fissuras e placas esbranquiçadas e pode vir


acompanhada por uma infecção bacteriana. Escamosa: atinge a região da planta e
da lateral do pé e causa descamação, coceira e mau cheiro. Vesícula: começa com
bolhas que provocam coceira e vermelhidão, resultando em ressecamento e
descamação da pele. Placa margarida: tipo mais raro de micose provoca lesões
avermelhadas e elevadas com bordas acentuadas.
• Micose do corpo: atinge o tronco e os membros. As lesões são
avermelhadas e arredondadas, coçam e podem descamar. A cura se inicia pelo
centro da lesão, formando um anel.
• Micose crural: manifesta-se na virilha, ao redor dos órgãos genitais e
do ânus, com lesões escamosas, bordas acentuadas e coceira. É mais comum nos
homens e em clima quente.
• Micose das mãos: as palmas das mãos descamam e ficam grossas.
Atingem com mais frequência pessoas que lidam muito com água.
• Micose do couro cabeludo: é mais comum em crianças. Atinge
basicamente o couro cabeludo, mas pode se alastrar para as sobrancelhas, cílios e
pálpebras.
• Micose de unha ou onicomicose: os sintomas são a deformação e o
esfarelamento da unha, que se descola do dedo. Atinge a unha de três maneiras:
sob a borda, que fica espessa e partida; na base, iniciando-se na cutícula e
deteriorando a sua superfície, forma placas brancas sobre a unha, atingindo toda a
área.
• Pitiríase versicolor: provoca manchas esbranquiçadas, especialmente
nas costas do peito, e pode se alastrar para os membros.

Como se pega

Os fungos podem ser encontrados no chão, em animais e no próprio homem.


O contato com os fungos é inevitável e a transmissão se dá de várias formas.

CELULITE

A celulite recebe vários nomes científicos como: lipodistrofia ginoide,

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lipodistrofia edemato, fibroesclerótica, lipoesclerose ou paniculopati. lipodistrofia,


significa gordura com crescimento anormal; ginoide é referência ao sexo feminino;
paniculopatia é doença do tecido gorduroso embaixo da pele; edemato
fibroesclerótica significa inchaço, retração e endurecimento e aparece no tecido
conjuntivo dérmico normalmente após a puberdade.
O tecido gorduroso fica embaixo da epiderme e sobre os músculos. A reserva
de gordura do organismo se dá quando se come demasiadamente e erroneamente,
fazendo com que as células aumentem seu tamanho e quantidade.
Como reação de defesa própria, o organismo procura guardar o alimento
dentro do corpo, pois caso falte comida, a pessoa que tem este acúmulo, suportará
por mais tempo sem alimento.
Como sabemos, a composição da epiderme, derme e hipoderme são bastante
complexas, uma vez que observamos a presença em sua estrutura de elementos
como: células, fibras, substância fundamental, vasos sanguíneos e linfáticos e
nervos.
O acúmulo de gordura está presente na região da hipoderme, que é um tecido
especial com funções de sintetizar, renovar, estocar e distribuir substâncias e
nutrientes dependendo das estruturas ou órgãos em que este tecido se coloca.
Envolvendo ou sustentando estruturas ou participando do metabolismo orgânico, o
tecido adiposo pode sofrer alterações devido à instalação da celulite.
No processo de aumento de volume gorduroso, ocorrem alterações da
microcirculação, assim como uma modificação da rede fibrosa (espessamento de
fibras e polimerização molecular), aparecendo à chamada celulite. Podemos citar
entre os principais sinais de celulite a presença de irregularidades na região
acometida em que se observa à dilatação dos folículos pilossebáceos caracterizando
o aspecto "casca de laranja".

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CAMADAS DA PELE

A parte amarelada da figura acima representa o tecido adiposo.

Etiologia

• Fatores genéticos: de caráter familiar (ex.: gêmeos idênticos apresentam a


mesma estrutura genética, portanto têm as mesmas tendências);
• Fatores emocionais: há química de armazenamento lipídico devido à
liberação de tensão;
• Não balanceamento energético – a taxa de lipose baixa (lipose = enzima que
age na gordura) – triglicérides (inatividade física ou superalimentação na
infância);

Fatores metabólicos (hipertensão arterial, hipotireoidismo, maior


armazenamento

• Hábitos (dieta, vestuário, posição preferencial).


Onde se localiza a celulite

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A celulite é uma alteração do tecido gorduroso mais comum nas mulheres e


atinge tanto as mulheres magras quanto obesas.
Ela pode se localizar em várias regiões do corpo, porém com uma predileção
pela região glútea, região lateral (ou externa) da coxa, a face interna e posterior da
coxa, o abdômen, parte posterior lateral dos braços e a face interna dos joelhos.

LOCAIS DE PREVALÊNCIA DA CELULITE

http://www.unirio.br/ccbs/revista/cadbra2001/clinica%20medica.htm

São considerados quatro estágios de evolução da celulite.

• 1º Estágio: acontece um aumento de volume das células do


tecido gorduroso na região acometida, ocasionado por acúmulo de gordura dentro
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da célula. Há uma hipertrofia da camada de tecido adiposo, sendo característico de


uma predisposição ao problema. A pele nas coxas e glúteos é lisa, tanto na posição
deitada como na posição em pé.
• 2º Estágio: começam a surgir alterações antiestéticas,
principalmente em mulheres magras. Ocorre uma distermia zonal, uma hipotermia.
Uma discreta parestesia, como um formigamento. O aumento do volume das células
provoca alteração circulatória por provocar a compressão das microveias e vasos
linfáticos. O sangue e a linfa (líquido aquoso que banha as células) ficam
represados. Ocorre então um maior "inchaço" das células gordurosas e detritos
tóxicos, que deveriam ser eliminados, começam a ficar acumulados. Na pele já é
possível se observar irregularidades à palpação e ainda não existe dor.
• 3º Estágio: este estágio pode estar presente tanto em mulheres
magras quanto obesas, uma desordenação do tecido e aparecimento dos nódulos.
Vemos a pele lisa somente na posição de descanso, mas mostra ondulação na
posição em pé. Há uma alteração do relevo, lesão de fibras conjuntivas, pele
frequentemente com hipotonia, sensibilidade aumentada. Começa a existir uma
fibrose, que é o endurecimento do tecido de sustentação (onde estão as fibras) e a
circulação fica ainda mais comprometida. Podem aparecer as teleangectasias. A
pele tem o aspecto parecido com "casca de laranja". Ocorre a sensação de peso e
cansaço nas pernas.
• 4º Estágio: há hipotonia cutânea, a palpação é dolorosa e a dor
é espontânea. O inchaço desordenado das células gordurosas é acentuado, o tecido
de sustentação se torna mais endurecido (fibroesclerose) e a circulação de retorno
está muito comprometida. Nesse estágio, a celulite é dura e a pele fica "lustrosa",
cheia de depressões, bem visível em qualquer posição. As pernas ficam pesadas,
inchadas, doloridas e a sensação de cansaço está frequentemente presente, mesmo
sem esforço.

ESTRIAS

Defeito de pele, que tem a aparência de tiras ou linhas, associado ao seu


rápido esticamento, certas doenças ou outras condições. Denominações
alternativas: estria atrófica, marca de esticamento, striae distensae.

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Considerações: estrias são cicatrizes internas na pele, consequência da


ruptura da derme. São fibras elásticas na camada profunda da pele onde estão os
fibroblastos; célula que produz fibras elásticas e colágenas. Na epiderme, hipertrofia
de todas as camadas, com hiperceratose, hipergranulose, hiperacantose. A causa
não é conhecida. Várias hipóteses para explicar sua origem não foram confirmadas.
É afecção benigna, porém rebelde ao tratamento. As estrias podem aparecer
quando houver esticamento da pele. Elas estão normalmente associadas ao
aumento abdominal na gravidez. Podem ser encontradas em crianças que tenham
se tornado rapidamente obesas. Também podem ocorrer durante a puberdade
precoce, em meninos e meninas.
As estrias são mais comumente localizadas nos seios, quadris, coxas,
bumbum, abdômen e cintura. Estrias atróficas caracterizam-se por serem lesões
atróficas lineares paralelas, em geral obedecendo às linhas de clinagem da pele.
Elas surgem numa tonalidade semelhante ao vermelho e na região, a pele é fina e
brilhante, tornando-se esbranquiçadas, algumas vezes com até 30 cm de
comprimento, com aspecto de cicatriz. As estrias podem ser mais suaves e ter
apenas uma textura um pouco diferente da pele normal.
Podem ocorrer também, na gravidez. Em muitos casos, parece haver
comprometimento hormonal, má formação do colágeno, ou de medicamentos ou
produtos que interfiram na formação do colágeno, na síndrome de Cushing, é
caracterizado pelo aumento de glicocorticoides. O uso prolongado de corticoides em
dosagem de 20 a 25 mg equivalentes a prednisona por dia pode produzir numerosas
alterações da pele.
Causas comuns
• Gravidez
• Puberdade
• Obesidade
• Síndrome de Cushing
• Síndrome iatogênica de Cushing
• Uso tópico excessivo de corticoides
• Síndrome de Prader-Willi
• Síndrome de Laurence-Moon-Biedel
• Síndrome de Ehlers-Danlos

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Observação

Pode haver outras causas para estria. Esta lista não é completa, e as causas
não estão apresentadas em ordem de probabilidade. As causas desse sintoma
podem incluir doenças e medicamentos considerados improváveis. Além disso, as
causas podem variar conforme a idade e sexo da pessoa afetada, bem como as
características específicas dos sintomas, tais como a localização, grau de evolução,
fatores agravantes, fatores atenuantes e queixas do paciente, que possam estar
relacionadas aos sintomas. Opte pela análise de sintomas, para explorar as causas
possíveis para as estrias, que ocorrem isoladamente ou combinadas com outros
problemas.

DERMATITE SEBORREICA

A dermatite seborreica é uma doença inflamatória comum, crônica, recorrente


e não contagiosa. Atinge as áreas da pele com maior número de glândulas sebáceas
e às vezes áreas de dobras. Acomete mais os homens, têm predisposição familiar e
apresenta formas características nas diferentes fases da vida.
Sua causa não está bem estabelecida, mas sabe-se que há um distúrbio na
secreção de sebo. Alguns autores relacionam a doença com o fungo pityrosporum
ovale. Entre os fatores que agravam ou desencadeiam a dermatite seborreica estão:
stress, tensão emocional, diabetes, obesidade, alcoolismo, algumas medicações,
calor, umidade, uso de água quente e roupas que retenham sebo e calor (lã, flanela,
seda e tecidos sintéticos). Nenhum alimento está comprovadamente relacionado à
doença, mas a ingesta excessiva de açúcares e alimentos condimentados pode
agravar as lesões.
As lesões iniciam-se avermelhadas e descamativas, com escamas oleosas,
formando placas de aspecto e intensidade variáveis. O quadro pode passar por
períodos de remissão e exacerbação, raramente generalizando-se por toda a pele.
Pode acometer o couro cabeludo e a orla ao redor deste, a zona T da face (testa,
sobrancelhas e entre estas, cílios, laterais do nariz e queixo), região da barba,
orelhas e atrás destas, região média do tórax, entre as mamas e abaixo destas, nas
costas entre as escápulas, nas axilas, ao redor do umbigo, na virilha e no sulco entre

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as nádegas.

INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS)

Os produtos cosméticos são compostos geralmente por tensoativos, agentes


com propriedades específicas, estabilizantes, agentes de atributos estéticos e
veículo, independente do direcionamento da formulação ser para pele ou cabelo, das
suas formas de apresentação e de suas funções técnicas. No entanto, as matérias
primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais
e físico-químicas, as quais são derivadas de suas respectivas estruturas químicas.
Essas matérias-primas dos produtos cosméticos podem estar solubilizadas,
emulsionadas ou suspensas em um veículo, geralmente aquoso ou então estar na
forma de pó.
• Substâncias solubilizadas: em determinado veículo geralmente
produzem soluções transparentes ou translúcidas. Podem ser
solubilizadas em água, sistemas água/álcool, óleo em soluções de
tensoativos. Exemplos são os tônicos, loções higienizantes, xampus
transparentes;
• Emulsões: são sistemas constituídos de pelo menos líquido imiscível
disperso em outro com o auxílio de um terceiro componente com
afinidade por esses líquidos (tensoativo). Geralmente um dos líquidos
é a água (fase aquosa) e o outro e um óleo ou derivados graxos
insolúveis em água, chamados de fase oleosa. Dessa forma, uma
emulsão apresenta no mínimo duas fases (interna e outra externa) e
as emulsões são então representadas como O/A (emulsão óleo em
água, em que a fase interna finamente dividida em glóbulos ou
partículas e a oleosa e a externa é a aquosa) ou A/O (emulsão água
em óleo). Dependendo do tamanho dos glóbulos emulsionados as
emulsões podem ser brancas (macroemulsões em que os glóbulos são
grandes) ou transparentes (microemulsões em que os glóbulos
emulsionados são de dimensões coloidais). Exemplos são os cremes e
loções;
• Suspensões: são sistemas dispersados em que a fase interna consiste

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de partículas sólidas insolúveis em água e a fase externa é constituída


pelo veículo compatível com a pele, geralmente água (também
chamado de fluido dispersante). Para não ocorrer separação de fases
pode ser usado tensoativos ou hidrocoloides que estabilizam a
suspensão. Exemplos são os géis obtidos com o uso de espessantes
poliméricos, cremes esfoliantes e xampus com bases perolizantes e
ativos anticaspa;

• Pós: são preparações consistindo de diversas matérias-primas na


forma de pó (talco, sulfato de cálcio) que foram finamente misturados
com outros aditivos (essências, glicerina, corantes, pigmentos) para
conferir a forma final do produto cosmético (pó ou pó compacto).

Dentro das categorias citadas acima podemos adequar as formas cosméticas


de apresentação aos consumidores.

• Cremes: são emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas


de uma fase aquosa e uma fase oleosa líquida que foram
homogeneizadas por meio da utilização de um terceiro componente
que possui afinidade por ambas as fases (tensoativo). Sua aparência
geralmente é branca devido ao maior tamanho dos glóbulos oleosos
emulsionados. Exemplos são os cremes hidratantes, antiaging,
nutritivos, desodorantes, condicionadores para os cabelos, etc.;
• Loções: são emulsões O/A ou A/O de média a baixa viscosidade e
constituídas de uma fase aquosa e uma fase oleosa que foram
homogeneizadas por meio da utilização de um terceiro componente
com afinidade por essas fases (tensoativo) ou por meio de um solvente
que geralmente é alcoólico. Sua aparência pode ser branca
(macroemulsão) ou transparente (microemulsão) dependendo do
tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são perfumes,
colônias, desodorantes, loções hidratantes, higienizantes para a
cavidade oral, etc.;
• Géis: são soluções coloidais ou suspensões de substâncias insolúveis

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em água, mas hidratáveis. Podem ser transparentes ou opacos.


Quanto menores os tamanhos das partículas, mais transparentes são
as soluções aquosas. Exemplos são os géis hidratantes para pele
oleosa, géis protetores solares, géis esfoliantes para a pele, géis
fixadores e modeladores para os cabelos, géis para banho, xampus
géis, etc. O mercado faz distinção entre um gel creme e um creme gel
que são direcionados geralmente como hidratantes para pele oleosa.
Ambos os produtos possuem a fase aquosa espessada por um
polímero orgânico hidrossolúvel. No entanto, um creme gel possui uma
fase oleosa constituída de derivados graxos que são emulsionados na
fase aquosa espessada. Um gel creme geralmente possui uma fase de
silicone dispersa na fase aquosa espessada onde apenas foi dado um
esbranquiçamento ao gel;
• Leites: são emulsões O/A ou A/O de baixa viscosidade e constituídas
de uma fase aquosa e uma fase oleosa que foram homogeneizadas
por meio da utilização de um terceiro componente com afinidade por
essas fases (tensoativo) ou por meio de um solvente que geralmente é
alcoólico. Sua aparência é branca (macroemulsão) devido ao tamanho
dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são os leites de
limpeza;
• Tônicos: são soluções que contém atributos de refrescância e agentes
promotores de circulação. Geralmente são soluções transparentes de
baixa viscosidade;
• Óleos: são preparações de origem graxa animal, vegetal ou sintética
que apresentam a forma líquida à temperatura ambiente;
• Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com
propriedades de limpeza, condicionamento, gerar espuma, conferir
viscosidade e reduzir a irritação à pele. Exemplos são os xampus,
sabonetes líquidos, banhos de espuma, loções higienizantes,
condicionadores transparentes para os cabelos;
• Sticks: são preparações constituídas de substâncias graxas e álcool
etílico que foram solidificadas por estearato de sódio. Podem ser
transparentes ou opacos e podem conter ainda substâncias com ação

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desodorante (bactericidas) e antiperspirante (cloridróxido de alumínio);


• Aerossóis: são soluções de ingredientes ativos e gases liquefeitos
(propelentes) em um recipiente pressurizado munido de uma válvula,
que ao ser pressionado, descarrega o produto que é expandido pela
ação do propelente convertendo-o em uma névoa fina denominada de
aerossol. A mistura pode conter álcool, fragrância, água, etc.;

Noções gerais de Química Orgânica

A Química Orgânica trata dos compostos de carbono, principalmente, os


hidrocarbonetos e seus derivados. É comumente considerada como um tópico em
separado de estudo, porque o número de compostos de carbono é grande e variado.
Os átomos de carbono são capazes de se combinarem entre si, bem como com
átomos de alguns outros elementos, usualmente o hidrogênio, o oxigênio, o
nitrogênio e o enxofre, excedendo a 2 milhões o número total de compostos
orgânicos. O número total de compostos inorgânicos (aqueles que são formados por
todos os outros elementos juntamente) é de cerca de 100 mil.
Por que o carbono é um produto tão prolífico de compostos? Existem várias
razões, mas a principal é que os átomos de carbono formam fortes ligações entre si,
sendo possível à existência de cadeias de átomos de carbono de qualquer
comprimento. Essas cadeias, que servem de esqueleto para as moléculas orgânicas
podem ser simples e lineares ou podem ser ramificadas em qualquer posição. As
cadeias, às vezes, fecham-se em círculos, formando estruturas cíclicas. Assim, as
possibilidades são ilimitadas, levando a uma variedade interminável de compostos
orgânicos.
Constantemente, entramos em contato com compostos orgânicos na nossa
vida diária. Todos os organismos vivos, vegetais e animais, consistem em conjuntos
de compostos de carbono organizados e altamente complicados. O termo "química
orgânica" deriva deste fato, porque não haverá vida como a conhecemos sem
carbono e os seus compostos.
Vejamos alguns dos materiais bem conhecidos em que o carbono aparece
sob a forma de composto:
1) Todos os alimentos, com exceção de alguns sais minerais e água;

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2) Combustíveis de todos os tipos inclusive o carvão, o óleo, a gasolina, o


gás natural e a madeira (na realidade, com poucas exceções, como o hidrogênio e
os materiais físseis, todos os combustíveis consistem em compostos orgânicos);
3) Lubrificantes e todos os outros produtos de petróleo;

4) Todos os solventes comuns, exceto a água;


5) Têxteis e fibras, inclusive as fibras sintéticas como o náilon, o orlon e o
dácron, e fibras naturais como o algodão, a seda e a lã;
6) Couro e as peles;
7) Corantes de todas as espécies, tanto naturais como sintéticos;
8) Vitaminas e drogas medicinais;
9) Inseticidas e fungicidas;
10) Elastômeros, isto é os materiais elásticos, inclusive a borracha
sintética, as resinas e os plásticos;
11) Papel e produtos de madeira;
12) A maioria dos explosivos;
13) Asfalto e alcatrão;
14) Sabões, detergentes e, enfim, os produtos cosméticos.

Nessa imensa variedade de substâncias, que têm estruturas e propriedades


muito diversas, o elemento chave é sempre o carbono, sabido formar apenas três
arranjos estereoquímicos - o tetraédrico, o trigonal e o linear.
Os compostos de carbono sofrem reações químicas diversas (adição,
eliminação, substituição eletrofílica e nucleofílica, dupla troca, ácido-base,
esterificação, hidrólise, polimerização, etc.) que serão abordadas ao longo das
discussões sobre as matérias primas.

Matérias-primas de uso cosmético

As matérias-primas de uso cosmético são classificadas quanto à origem,


constituição química e propriedades ou benefícios conferidos à formulação e ao ser
humano.

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➢ Quanto à origem:
• Inorgânicos naturais ou sintéticos;
• Orgânicos naturais, sintéticos ou semissintéticos.

➢ Quanto à constituição química:


• Ésteres;
• Éteres;
• Aldeídos;
• Cetonas;
• Ácidos carboxílicos;
• Aminas;
• Amidas.

▪ Quanto aos benefícios para pele ou formulação:

Tensoativos:
• Agentes de detergência ou limpeza;
• Emulsionantes;
• Agentes de tratamento, condicionamento ou sobre engorduramento;
• Agentes espumantes;
• Agentes de viscosidade ou de espessamento da formulação;
• Agentes de redução de irritação de pele e olhos.

Agentes com propriedades específicas:

• Emolientes;
• Umectantes;
• Agentes de tratamento, condicionamento ou sobre engorduramento;
• Abrasivos;
• Agentes de redução de irritação a pele e olhos.

Estabilizantes da formulação:

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• Espessante;
• Conservante;
• Antioxidante;
• Quelante e sequestrante;
• Neutralizantes;Antiespumantes;
• Agentes de atributos estéticos ou de marketing modificadores de
caracteres organolépticos;
• Corantes, pigmentos e pérolas;
• Perfume, óleo essencial ou fragrância;
• Veículo ou excipiente (água, sólidos ou solvente orgânico).

Alguns fatores de insucesso em produtos cosméticos, tais como


contaminações físicas, contaminações químicas, contaminações microbiológicas,
condições de estocagem não apropriadas (efeitos de temperatura, luz, umidade e ar)
podem ser evitados por meio da análise prévia das estruturas químicas das matérias
primas, ou seja, presença de cadeias carbônicas lineares, ramificadas, cíclicas ou
com insaturações, polaridade das moléculas e avaliação da constituição química
(éster, éter, aldeído, ácido, etc.).
Nesse estágio será iniciada a discussão sobre Química Orgânica aplicada ao
desenvolvimento de produtos cosméticos, em que será relacionado à função dos
componentes nas formulações com suas respectivas estruturas químicas.
Sabendo-se que as formulações dos produtos cosméticos são compostas
basicamente por tensoativos, agentes com propriedades específicas, estabilizantes
da formulação, agentes de atributos estéticos (modificadores dos caracteres
organolépticos) e veículo, todas as matérias primas serão incluídas nesses grupos.
Os principais componentes dos produtos cosméticos estão relacionados na Tabela.

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TABELA – COSMÉSTICOS E SEUS PRINCIPAIS COMPONENTES


Categoria Classe de produtos Forma cosmética
Aniônicos
▪ Sabões de ácidos graxos; ▪ Xampus;
▪ Lauril sulfato de sódio (ou TEA ou ▪ Sabões líquidos;
amônio); ▪ Loções de limpeza e
▪ Lauril éter sulfato de sódio (ou TEA higiene;
ou amônio); ▪ Creme de barbear;
▪ Lauril éter sulfussuccinato de ▪ Creme dental;
sódio; ▪ Géis para banho.
▪ Alquil éter fosfatos;
▪ Alcano sulfonatos;
▪ Sarcosinatos;
TENSOATIVOS ▪ Coco isetionatos.
Catiônicos

▪ Cloreto de cetil trimetil amônio ▪ Desodorantes;


(CETAC) ou brometo (CETAB); ▪ Condicionadores;
▪ Cloreto de diestearil dimetil ▪ Loções de limpeza;
amônio;
▪ Cloreto de dialquil dimetil amônio;
▪ Cloreto de benzalcônio (cloreto de
alquil benzil dimetil amônio);
▪ Éster quats.
Não Iônicos

▪ Mono e diestearato de etilenoglicol; ▪ Xampus;


▪ Estearato de polietilenoglicol 6000; ▪ Géis para banho;
▪ Mono e diestearato de gliceríla; ▪ Sabonetes líquidos;
▪ Mono e dietanolamina de ácido ▪ Cremes e loções
graxo; hidratantes, nutritivos,
▪ Alcoois graxos etoxilados; esfoliantes;
▪ Monoglicerídeo de ácido graxo ▪ Loções de higiene;
etoxilado; ▪ Desodorantes e
▪ Lanolina etoxilada; antiperspirante;
▪ Alquilpoliglicosídeos; ▪ Géis não alcoólicos;
▪ Ésteres de sacarose; ▪ Perfumes e colônias.
▪ Ésteres de sorbitan;
▪ Ésteres de sorbitan etoxilados;
▪ Óxidos de amina graxa.

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Anfóteros
▪ Betaína de coco; ▪ Xampus;
▪ Cocoamidopropil betaína; ▪ Géis para banho;
▪ Cococarboxianfoglicinato de sódio. ▪ Sabonetes líquidos;
▪ Loções de higiene.
Hidrocarbonetos oleosos/ceras: ▪ Cremes e loções
▪ Óleos minerais; emulsionadas A/O e O/A;
▪ Vaselina; ▪ Cremes anidros (batons,
▪ Parafina; blushes em bastão);
▪ Ozoquerita; ▪ Demaquilantes;
▪ Ceresina;
▪ Cera microcristalina;
▪ Esqualeno;
Ácidos carboxílicos
▪ Saturados: láurico, esteárico,
mirístico, palmíticos, etc.;
▪ Insaturados: oléico, linoléico, etc.
EMOLIENTES Alcoois graxos
▪ Saturados laurílico, cetílico,
estearílico, mirístico, etc.;
▪ Insaturados: oleílico, etc.
Alcoois graxos propoxilados
▪ Álcool estearílico propoxilado.

Esteróis
▪ Colesterol e derivados;

Ésteres de ácidos graxos e glicerol


▪ Glicerídeos: mono e diclicérideos
(mono e diestearato de gliceríla).
Triglicérides
▪ Óleos vegetais fixos (de abacate,
semente se uva, girassol, macadâmia,
etc.).
Ésteres de ácidos graxos e alcoois
graxos sintéticos
▪ Palmitato de cetila;
▪ Miristato de miristila e de
isopropila;
▪ Isonanoato de cetoestearílila;

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Ceras e cerídeos
▪ Cera de abelha, espermacete
(animal), cera de carnaúba, candelila
(vegetal), estearato de cetila.
Esterídeos
▪ Lanolina anidra e derivados.

Silicones:
▪ Dimetilpolissilano e derivados.
Fosfolipídios ▪ Cremes e loções para
pele;

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▪ Lecitina. ▪ Loções higienizantes;


Polissacarídeos ▪ Pós;
▪ Ácido hialurônico; ▪ Condicionadores;
▪ Mucilagem (extrato de aloe vera, ▪ Xampus;
UMECTANTE algas, etc.). ▪ Sabonetes líquidos;
▪ Géis para pele e cabelo.
Aminoácidos e proteínas
conjugadas ou não
▪ PCA (ácido pirrolidin carboxílico);
▪ Hidrolisado de colágeno, elastina.
Glicosaminoglicanos
(pentaglicanos) Glicóis
▪ Propilenoglicol;
▪ Glicerina;
▪ Sorbitol;
▪ Polietilenoglicois.
Ésteres
▪ Lactatos de sódio e amônio.

Inorgânicos
▪ Silicatos coloidais (bentonita, Praticamente toda cosmética
ESPESSANTES veegum, etc.); necessite aumentar a
▪ Eletrólitos (NaCl). viscosidade e, em particular,
para a formação de géis.
Orgânicos
▪ Alcoois e ácidos graxos;
▪ Monoestearato de gliceríla;
▪ Ésteres de alcoois e ácidos graxos;
▪ Ceras naturais e minerais;
▪ Óleos e gorduras.
Derivados de celulose
▪ Carboximetilcelulose;
▪ Hidroxietilcelulose, etc.
Polímeros
▪ Vinílicos: carbômero, PVP, álcool
polivinílico, etc.;
▪ Polissacarídeos: amido, aga-agar,
carragenatos, gomas (guar, karaya,
tragacante), alginatos.
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Ésteres do ácido benzoico com


função fenólica ou parabenos
CONSERVANTE • Imidazolidiniluréia; Praticamente toda cosmética

• Isotialinonas; necessite contra ataque


microbiológico.
• Álcool benzílico;
• Álcool etílico (acima de 20%);
• Fenoxietanol;
• p-clorometaxilenol.
• BHT;
• BHA;
ANTIOXIDANTES • Vitamina C; Aparecem em várias formulas

• Vitamina E; cosméticas; a escolha vai


depender do uso a que se
• Hidroquinona;
destina o produto.
• Bissulfito de sódio.
• EDTA;
SEQUESTRANTES • Sequestrol ou versene e seus sais; Cremes, sabonetes e,
principalmente, xampus.
• Citrato e fosfato de sódio.
▪ Hidróxido de sódio ou potássio; ▪ Cremes e loções para
ALCALINIZANTES/ ▪ Hidróxido de amônio; pele;
NEUTRALIZANTES ▪ Trietanolamina; ▪ Xampus;
▪ Monoetanolamina. ▪ Sabonetes líquidos;
▪ Tinturas e permanentes.
▪ Ácido cítrico;
ACIDIFICANTES/ ▪ Ácido fosfórico; ▪ Cremes e loções para
NEUTRALIZANTES ▪ Ácido acético; pele;
▪ Ácido láctico; ▪ Xampus;
▪ Ácido glicólico; ▪ Sabonetes líquidos.
▪ Ácido retinoico.
ABRASIVOS Cremes e loções esfoliantes.
CORANTES E A maioria das preparações
PIGMENTOS cosméticas.
FRAGRÂNCIAS A maioria das preparações
cosméticas.

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TENSOATIVO

Estrutura de um tensoativo

Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da


água e de outros líquidos. Apesar de possuírem uma composição química muito
variável, apresentam uma característica comum: sua molécula apresenta um
componente hidrófilo e outro hidrófobo.

REPRESENTAÇÃO DA MOLÉCULA DE UM TENSOATIVO

Podemos distinguir os tensoativos quanto à localização dos grupos hidrófilos:


▪ Na posição terminal - apresentam ótimo poder detergente;
▪ Na posição central - fraco poder detergente, pouco solúvel na água,
porém bom poder dispersante;
▪ Vários grupos - fraco poder detergente, boa solubilidade em água,
apresentando bom poder dispersante.

Em relação à água, seu caráter heteropolar é devido a sua estrutura


molecular formada de uma parte polar ou hidrófila e outra parte apolar ou hidrófoba.
A parte hidrófila é solúvel em água e é formada geralmente por grupos ácidos
ou básicos (radicais OH dos grupos hidroxilas, aminas, carboxilas, sulfatos, etc.),
sendo responsável pela solubilidade do tensoativo em água.

▪ Grupos hidrófilos ácidos:

-COOH grupo carboxila;

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-OSO3H grupo monoéster sulfúrico ou grupo sulfato;

-SO3H grupo sulfônico.

▪ Grupos hidrófilos básicos:


-NH2 amina primária;

=NH amina secundária;

=N-amina terciária;

=N+ = amônio quaternário;

Grupos não dissociáveis de caráter hidrófilo, como -(CH2-CH2-O)n-, -


CH2CH2OH.

A parte hidrófoba da molécula de tensoativo é insolúvel em água e solúvel em


óleos, sendo constituída por cadeias de hidrocarbonetos alifáticos, lineares ou
ramificados (radical alquil) e radicais aromáticos - alifáticos. Em cosméticos, a parte
hidrófoba geralmente é um radical alquil com um grupo terminal CH3, e toma,
portanto, a forma CH3-(CH2)n. A cadeia alquílica contém em geral, entre dez e 18
átomos de carbono. Tais hidrocarbonetos se encontram também nos óleos e
gorduras em forma de ácidos graxos, contendo já um grupo hidrófilo.
O comprimento de sua cadeia e o seu grau de ramificação influencia
decisivamente na atividade capilar e em suas propriedades. A seguir estão listados
os principais radicais alquil, de cadeias longas (graxos), com o número de átomos de
carbono da cadeia e sua denominação: C6 = caproico; C8 = cáprico; C10 = caprílico;
C12 = Iáurico; C14 = mirístico; C16 = cetilico; C18 = esteárico; C18:1 = oleico; C18:2
= linoleico; C18:3 = linolênico; C20 = araquídico.
Uma grande variedade de tensoativos são fabricados e disponíveis no
mercado. No entanto apenas uma pequena parte pode ser utilizada em cosméticos.
A principal razão está relacionada à toxicologia. Um produto para uso cosmético

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deve ser considerado seguro para o ser humano, ou seja, ser compatível com a pele
e mucosas por longos períodos de uso.
As propriedades tensoativas requeridas são:
• Detergente;
• Umectante;
• Espumante;
• Emulsificante;
• Solubilizante.

Podem ser classificados em:


• Aniônicos;
• Não iônicos;
• Catiônicos;
• Anfóteros.

Aniônicos

Agente tensoativo possuindo um ou mais grupamentos funcionais que, ao se


ionizar em solução aquosa, fornece íons orgânicos carregados negativamente e que
são responsáveis pela tensoatividade. Os cátions que rodeiam a carga aniônica são
geralmente íons inorgânicos como sódio e cálcio, íon amônio e alcanolaminas. São
exemplos: sabões; alquil; sulfatos; alquil éter sulfatos; alquil sulfonatos; alquil
sulfossuccinatos.
TABELA– Agentes tensoativos.
Carboxil R-COO-Na+ ==> sabões

Sulfato orgânico R-OSO3-Na+ ==> alquil sulfatos

Éter sulfato R-(CH2-CH2O)SO3-Na+ ==> alquil éter sulfatos

Sulfonato orgânico R-SO3-Na+ ==> alquil sulfonatos

Éster de ácido fosfórico R-OPO3-Na+2 ==> alquil fosfatos R = cadeia carbônica.

Sabões de ácidos graxos


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Propriedades: detergência espuma; baixa solubilidade em água; baixa


tolerância à dureza de água; baixa (nula) resposta ao espessamento com sal;
suavidade a pele; sempre pH 9.
A produção do sabão ocorre via uma reação de saponificação com formação
de um íon carboxilato, que pode ser obtido de um ácido carboxílico ou éster.
Glicerídeos de óleos vegetais e gorduras animais sofrem hidrólise básica,
comumente chamada saponificação, também produzindo sabões.

Álcool graxo sulfatado

Propriedades: detergência espuma; baixa tolerância à dureza de água.


ÁIcoois graxos sulfatados são obtidos por sulfatação convencional de aIcoois com
trióxido de enxofre, em processo contínuo e por sulfatação com ácido clorosulfonico,
seguido por neutralização com uma base apropriada, como hidróxido de sódio,
hidróxido de amônio, trietanolamina, etc. As reações químicas envolvidas são de
substituição de um OH por um grupo SO3 por seguida por neutralização do ácido
instável (substituição do H pelo Na formando um sal):

R-CH2OH + SO3 → R-CH2SO4-H+ + NaOH → R-H2SO4-Na+ + H2O

Álcool Graxo Intermediário instável Hidróx. De sódio Alquil Sulfato de


Sódio

Alcoois sulfatados são disponíveis comercialmente como lauril sulfato de


sódio. A solubilidade de álcoois graxos sulfatados depende, além de sua estrutura,
da sua concentração em solução aquosa e da temperatura. A solubilidade deste
tensoativo aumenta com a elevação da temperatura e reduz com o aumento da
concentração de eletrólitos. Porém, a atividade de superfície de alquil sulfatos
aumenta com a adição de eletrólitos, devido à compressão da dupla camada elétrica
e ao enfraquecimento das interações elétricas, com consequente aumento da
adsorção do tensoativo nas interfaces. São usados em cremes dentais e xampus.

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Álcool graxo etoxilado sulfatado

Propriedades: detergência espuma; alta solubilidade em água; excelente


tolerância à dureza de água; excelente resposta ao espessamento com sal;
suavidade a pele.
Alcoois graxos etoxilados sulfatados são produzidos por sulfatação
convencional de alcoois graxos etoxilados (2 a 3 moles de óxido de eteno por mol de
álcool) da mesma forma que os alcoois sulfatados. As reações envolvidas são a de
etoxilação do álcool graxo (em que ocorre à reação de um composto nucleofílico
com um éter cíclico, normalmente bastante reativo), seguida pela reação de
substituição do grupo OH pelo grupo SO3 que por sua vez é seguida por
neutralização do ácido instável (substituição do H pelo Na formando um sal):

R - H2OH + CH2 - CH2 → RO(CH2CH2O)nH

ÁIcool graxo Óxido de eteno ÁIcool graxo etoxilado

RO(CH2CH2O)nH + SO3→ R-O(CH2CH2O)nSO3H +NaOH→ R-O(CH2CH2O)nSO3Na + H2O

Álcool Graxo Etoxilado Intermediário instável Alquil Éter Sulfato de Sódio

Onde R= cadeia carbônica do áIcool, geralmente um áIcool laurílico C12-


C14 70/ 30 n= número de moles de óxido de eteno (EO), geralmente de 2 a 3.

Álcoois graxos etoxilados sulfatados são disponíveis como lauril éter sulfato
de sódio nas formas de líquido com 26% a 28% e de pasta com 68% a 72% de ativo.
Alquil e alquil éter sulfossuccinatos:
Propriedades: detergência espuma; alta solubilidade em água; baixa
tolerância à dureza de água; nula resposta ao espessamento com sal; suavidade a
pele.
São obtidos pela reação de condensação do anidrido maleico com um grupo
hidroxila do áIcool laurílico etoxilado, originando o ácido monolauril éter maleico, que
na sequência é sulfonado na dupla ligação com sulfito de sódio, obtendo-se o

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monolauril éter sulfussuccinato de sódio.


Apresentam como os sulfatos e alquil éter sulfatos, ligações éteres e, desta
forma, mostram-se também, instáveis em valores de pH muito altos ou muito baixos,
além disto, o grupo carboxila confere características de sabão a estes tensoativos,
formando sabões de cálcio em água dura. Também apresentam como subproduto
da reação sulfito livre, que pode prejudicar a ação de conservantes do tipo
isotiazolinonas. Dessa forma, é muito importante que a especificação de sulfito livre
seja menor que 0,1%.

Sarcosinatos

Propriedades: detergência espuma; baixa solubilidade em água; tolerância à


dureza de água; nula resposta espessamento com sal; suavidade a pele; co-
tensoativo.
Os sarcosinatos são obtidos pela reação de ácidos graxos com N-metilglicina
(sarcosina) tendo como cátion neutralizante o sódio. São referidos como sabões
interrompidos. A pH 5,5 a 6,0 são bons produtores de espuma, porém, como os
sabões, formam precipitados que interferem com sua atividade frente a altas
concentrações de minerais.

Isetionatos

Propriedades: hidrolisa em pH muito alto ou baixo; insolubilidade em água;


bom dispersante de sabão de cálcio; suavidade a pele.
Os isetionatos de acila (o mais conhecido é o cocoilisetionato de sódio) são
obtidos pela condensação de cloretos de ácidos láuricos ou de ácidos graxos de
coco com o sal sódico do ácido isotônico (isetionato de sódio). Produz boa espuma
frente à água dura, sendo bons dispersantes de sabões de calcário, porém, como
todos os ésteres, hidrolisam-se facilmente em pH muito alto ou muito baixo, além
disto, sua baixa solubilidade à temperatura ambiente iriam torná-los inadequados
para a obtenção de soluções transparentes.

Não iônicos

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Em solução aquosa não sofrem ionização, não possuem carga. Sua


solubilidade em água é devida à hidratação dos grupos hidrófilos (hidroxi, éter,
amina, amida), via pontes de hidrogênio. São exemplos os alquilaril e alcoois
etoxilados e etoxilados-propoxilados, ésteres de álcoois poli-hídricos (ésteres de
sorbitan), amidas, óxidos de amina graxa e aminas etoxiladas. A hidratação dos
produtos etoxilados por meio de pontes de hidrogênio com as moléculas de água é
representada abaixo.

Os principais grupamentos hidrófilos não iônicos são:

Éter poliglicólico: -O - → alcoois etoxilados

Hidróxi: -OH → ésteres de glicerol e ésteres de sorbitan


Éster de ácido carboxílico: -COO(CH2CH~O)n H → ésteres de
polietilenoglicol
Alcanolamidas: RCONH-CH2-CH2-OH → alcanolamidas de
ácido graxo

Óxidos de amina: NδO → coco amina óxida

Alcoois Graxos etoxilados e Alquil fenóis etoxilados

Alcoois graxos etoxilados são obtidos por meio da reação de alcoois graxos
com oxido de eteno (EO), utilizando catalisador básico (NaOH, KOH). A reação é
chamada de alcoxilação (etoxilação, quando utilizado óxido de eteno ou
propoxilação, quando utilizado óxido de propeno), que reagem um composto
nucleofílico com um éter cíclico, normalmente bastante reativo.
A molécula resultante possui uma parte hidrófoba que é a cadeia carbônica
do álcool ou do alquilfenol e uma parte hidrófila que é o éter poliglicólico. Este último
apresenta uma distribuição de homólogos de óxido de eteno. Na presença de um
catalisador para distribuição estreita, são formadas menores quantidades de álcool
graxo livre e etoxilados de baixo e alto peso molecular. Por isso é comum a

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nomenclatura éter poliglicólico de álcool graxo para esses tensoativos. Quanto maior
o grau de etoxilação ou número de moles de óxido de eterno (EO), maior é a
solubilidade em água.
Óxido de propeno também pode ser utilizado como parte hidrofílica, porém a
molécula se torna menos solúvel em água, fazendo com que a maior parte dessas
moléculas seja utilizada como emolientes (por exemplo: álcool estearílico 15 PO ou
PPG 15 estearil éter, conforme nome CTFA). A cadeia carbônica do álcool graxo
pode ser linear (álcool laurílico, cetílico, cetoestearílico) ou ramificada (isotndecílico,
isodecílico).
A vantagem dos tensoativos não iônicos etoxilados sobre os iônicos reside no
fato que a porção hidrofílica da molécula pode ser ajustada à parte hidrofóbica. Com
a adição de unidades de óxido de eteno na cadeia carbônica pode-se obter uma
faixa ótima para as propriedades físico-químicas, sendo que para detergência a
melhor cadeia é a Iáurica (C12-C14) e para compatibilidade cetoestearilica,
estearílica e oleilica.
Uma importante propriedade dos tensoativos não iônicos etoxilados é sua
capacidade de solubilizar-se em substâncias polares ou apolares dependendo da
quantidade de moles de óxido de eteno presente em sua molécula, sendo por isso
muito utilizados como emulsionantes. O caráter hidrofílico ou a solubilidade em água
aumenta paralelamente ao aumento do número de unidades de óxido de eteno na
molécula e a solubilidade em óleo simultaneamente diminui.
Aplicação em emulsionantes para creme, loções óleos de banho, solubilizante
de essências, auxiliar de espessamento para xampus.

Óxido de aminas

Os óxidos de aminas são obtidos pela reação de aminas terciárias (alquil


dimetil aminas, geralmente derivados da distribuição graxa do álcool graxo de coco)
com peróxido de hidrogênio, apresentando bom desempenho como estabilizadores
de espuma tornado-a rica, estável e cremosa em xampus e sabonetes líquidos. Em
baixos valores de pH adquirem propriedades levemente catiônicas, atuando como
condicionadores e agentes antiestáticos, porém em valores de pH muito baixo,
devido a sua natureza pseudo-catiônica, podem causar alguma turvação quando

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usados em altas concentrações com alquilsulfatos. Em geral, a maioria dos sulfatos


e alquil éter sulfatos em mistura com óxido de aminas na proporção de 9:1 resultam
em sistemas límpidos em pH abaixo de 4. Propriedades: espuma e doador de
viscosidade. Aplicação em detergentes, xampus e sabonetes líquidos.

Alcanolamidas de ácido graxo de coco

São obtidas pela condensação de ácidos graxos, tais como o láurico,


mirístico, oléico e uma alcanolamina primária ou secundária como a
monoetanolamina ou a dietanolamina.
As dietanolamidas podem ser obtidas diretamente do óleo vegetal (amida 60
ou 80) ou do éster metílico (amida 90). Essas 2 formas de reação (amidação direta
do óleo e amidação do éster metílico) diferenciam a pureza das amidas. A primeira
fornece uma amida 80 onde se tem 80 a 84% de amida, 8 a 10% de glicerina livre, 3
a 5% de amina livre e o restante é um éster de amina graxa (RCOOCH2CH2NH2),
ou seja, um sabão de amina.
A amida 60 possui 60% de pureza como amida, 20% de dietanolamina livre,
8% a 10% de glicerina livre e o restante é um sabão de amina. Essa amida 60 é
eficiente como estabilizador de espuma, porém produz xampus muito alcalinos, além
de conter sabão em sua formulação, fazendo com que seu uso em cosméticos seja
praticamente descartado. O segundo processo fornece uma amida 90 ou
superamida com 90% a 94% de pureza, 3% a 5% de amina livre, 1% a 1,5% de
glicerina e o restante é o éster metílico que não reagiu, pois o metanol é retirado do
produto. Em todos os casos, a amina livre eleva o pH do xampu, que podem ser
corrigidos pelo uso de ácido cítrico. Propriedades: espuma; doador de viscosidade;
sobre engorduramento. Aplicação como cotensoativo para xampus e sabonetes
líquidos.

Tensoativos derivados de poliois não iônicos

Propriedades: emulsionantes, solubilizantes de essências, redutores de


irritação em xampus, espessantes e perolizantes. Aplicação em xampus, sabonetes
líquidos, cremes e loções.

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São obtidos da esterificação de polióis hidrofílicos como glicol, sorbitol,


glicerina, poliglicerina, pentaeritriol ou glucosídeos com ácidos graxos. A parte
hidrofílica é representada por grupos OH, que também podem ser etoxilados para
dar maior solubilidade ao éster. Exemplos são os sesteres de sorbitan e ésteres de
sorbitan etoxilados.

Alquilpoliglicosídeos

Propriedades: cotensoativos para aumento de espuma e viscosidade, redução


de irritação.
Aplicação em sabonetes líquidos e xampus anticaspa e antiqueda.
São sintetizados pela reação da glicose do milho com alcoois graxos.
Apresentam boa solubilidade em água e boa tolerância a eletrólitos. São
considerados bons detergentes, estabilizantes de espuma, incrementadores de
viscosidade e reduz a irritação à pele provocada por tensoativos aniônicos.
Adicionalmente apresentam alto grau de biodegradabilidade.
Apresentam forma pastosa devendo ser aquecidos entre 50°C a 60°C para
ser utilizado no xampu.

Catiônicos

Agente tensoativo possuindo um ou mais grupamentos funcionais que, ao se


ionizar em solução aquosa, fornece íons orgânicos carregados positivamente.

Compostos Quaternários de amônio QACs

Propriedades: incompatíveis com tensoativos aniônicos, não toleram água


dura, íons Fe e metais pesados. Atuam por neutralização de carga no cabelo.
São preparados pela reação de aminas terciárias com um agente de
quaternização que pode ser cloreto de metila, cloreto de benzila, dimetil sulfato ou
haletos de alquila (cloreto ou brometo de laurila). A partir dos ácidos graxos,
principalmente de sebo, podem ser produzidos os quaternários de amônio.
O processo consiste na reação de ácido graxo com amônia, formando um sal

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de amônio de ácido graxo que é desidratado (perda de uma molécula de água),


formando uma amida que é desidratada a uma nitrila. Esta última é hidrogenada
(reação de adição de hidrogênios ao composto contendo ligações insaturadas,
geralmente na presença de catalisadores metálicos como o níquel) para formar uma
amina primária ou secundária.
Essas aminas são então reagidas (metiladas) com formaldeído, formando
uma amina terciária que posteriormente é quaternizada (metilada) com cloreto de
metila formando o quaternário de amônio.
Álcoois graxos, principalmente cadeias C12 a C16, podem também ser
utilizados na fabricação de quaternános de amônio, usados como bactericidas em
loções higienizantes. O áIcool graxo é reagido com dimetil amina para formar uma
amina graxa terciária que é então reagida com cloreto de benzila para formar o
cloreto de alquil dimetil benzil amônio ou mais conhecido como cloreto de
benzalcônio, que, geralmente, possui pureza de 50%.
São disponíveis comercialmente em soluções aquosas ou água etanol em
concentrações que variam de 25% a 75% de ativo como quaternário de amônio. São
incompatíveis com tensoativos aniônicos, mas podem ser usados em baixas
concentrações em xampus baseados em misturas de tensoativos aniônicos e
anfóteros. Água dura, ferro e metais pesados reduzem a atividade dos quateniários
por precipitação.
Os quaternários de amônio contendo cadeias alquila C12 - C18 são usados
há décadas na elaboração de condicionadores e como agentes bactericidas, em
enxaguatórios bucais e loções de limpeza ou higienizantes.
A função dos quateniários de amônio como condicionadores ou bactericidas
depende da cadeia carbônica e do radical, conforme tabela abaixo.

TABELA - SAIS DE AMÔNIO QUATERNÁRIO


CADEIA GRAXA FUNÇÃO

Láurica-mirística Melhor ação bactericida

Cetílica Emoliência e condicionamento

Estearílica Amaciamento e lubrificação

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RADICAL FUNÇÃO

Metila Melhor oleosidade

Etila Aumenta o efeito bactericida

Benzila Maior oleosidade, efeito bactericida.

Os mais efetivos como bactericidas são aqueles com dez a 14 átomos de


carbono na cadeia graxa e radicais etilbenzil, atuando por inibição enzimática,
desnaturação proteica e lesão da membrana citoplasmática, com vazamento dos
constituintes celulares. São altamente eficientes contra bactérias gram- positivas,
fungos e leveduras, mas possuem baixa eficiência contra bactérias gram-negativas
(coliformes), vinis e esporos (mas pode ser esporostático). Seu efeito contra
bactérias gram-negativas pode ser potencializado por meio do uso de EDTA, pois
este possui efeito quelante para alguns compostos da parede celular, facilitando a
penetração do quaternário por meio da membrana celular.

Polímeros quaternários

Propriedades: compatível com LESS até 5%, pouca lubricidade ao fio.


Diversos são os polímeros pertencentes a este grupo, dentre eles destacam-se:

▪ Polyquartenium 10: é um sal obtido da reação de sal polimérico de


amônio quaternário da hidroxietilcelulose com epóxido substituído do trimetilamônio.
Possui a forma de pó branco fino de odor fraco de amina. É excelente condicionador
a úmido e a seco, dando maleabilidade e corpo aos cabelos, fornecendo brilho e
podendo auxiliar a restauração de pontas quebradas. Utilizado em xampus infantil e
adulto. Em sabonete Iíquido diminui a irritação à pele. Em loção e creme de barbear
proporciona toque sedoso. Por ser de origem catiônica, é necessário um balanço
adequado com os tensoativos aniônicos para evitar turvação ou precipitação da
formulação.
▪ Polyquartenium 7: é um sal de copolímero de amônio quaternário

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preparado a partir de acrilamida e cloreto de dimetilamônio, cuja descrição química é


copolímero 30/ 70 de cloreto de dialil-dimetil- amônio e acrilamida em 8,5% de
solução aquosa e conservado com 0,1% de metilparabeno e 0,02% de
propilparabeno. Promove condicionamento e lubrificação aos cabelos e à pele via
atração eletrostática da carga catiônica com os sítios aniônicos do cabelo.
Adicionalmente confere brilho e volume aos cabelos e proporciona espuma mais rica
e abundante à formulação. É solúvel em água, produzindo formulações claras. Pode
ser utilizado em xampus, em sabonetes líquidos, em cremes de barbear e em
cremes e loções para a pele.
▪ Poliquatenium 44: É produto em solução a 6% de ativo. Reduz o grau
de irritação a pele das formulações contendo tensoativos aniônicos. Fornece xampus
transparentes com espuma cremosa e com alto poder de condicionamento aos
cabelos sem efeito build-up. Melhora a penteabilidade a úmido e a seco deixando os
cabelos com toque agradável e com volume. Em produtos para a pele proporciona
condicionamento, maciez e aumenta o grau de hidratação. Em formulações de
protetores solares atua como um potencializador na obtenção de altos FPS.

Anfóteros

São compostos tensoativos caracterizados por uma estrutura molecular


contendo dois diferentes grupos funcionais com caráter aniônico e catiônico (um
átomo de N na forma quaternária ou protonizada e também um ânion carboxílico).
Quando em solução aquosa ionizam-se para produzirem ânions ou cátions,
dependendo do pH. Em meio básico comportam-se como tensoativos aniônicos, em
meio ácido, como catiônicos e na forma de zwitterions8 em pH neutro.
Os anfóteros têm alta compatibilidade com a pele e mucosas, consequência
de sua estrutura análoga à das proteínas. Reduzem a instabilidade dos alquil
sulfatos e alquil éter sulfatos, proporcionam aumento de viscosidade, estabilização
de espuma e condicionamento ao cabelo.

Anfótero betaínico

Propriedades: detergência espuma; alta solubilidade em água; baixa

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tolerância à dureza de água; nula resposta ao espessamento com sal; suavidade a


pele. Em pH ácido se comportam como catiônicos, porém em pH alcalino não
apresentam como aniônicos, mas com carga negativa mais evidenciada. Aplicação
como cotensoativo para aumento de espuma, viscosidade e redução da irritação
para xampus, sabonetes líquidos, loções higenizantes.

Anfótero Imidazolinico

Propriedades: suavidade a pele e olho. São derivados carboxilados da


imidazolina de ácidos graxos de coco, anfoterizada, e ionicamente balanceada.
Aplicação em xampus infantis.

Seleção e uso de agentes tensoativos

▪ Detergência: é um processo complexo que implica na umectação de


um substrato (pele ou cabelo), na eliminação da sujidade, na emulsificação da
gordura eliminada e na estabilização da emulsão;
▪ Umectância: todos os agentes tensoativos possuem certa propriedade
umectante;
▪ Espumante: junto com a detergência, geralmente deseja elevados
volumes de espuma e espumas estáveis;
▪ Emulsificação: um bom agente emulsificante requer uma unidade
hidrófoba ligeiramente maior de que a de um umectante;
▪ Solubilização: todos aos agentes tensoativos acima de sua
concentração micelar crítica (CMC) possuem propriedades solubilizantes. Este é
muito importante quando quer incorporar um perfume a um componente orgânico
insolúvel e em um produto transparente, como um xampu.

Propriedades biológicas dos tensoativos

▪ Efeitos dermatológicos: umedecem e retiram o sebo sobre a superfície

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da pele. Quando mal empregados podem causar fissuras, secura da pele;


▪ Biodegradação: devido alguns tensoativos sintéticos não serem
degradados pelas bactérias das águas residuais o emprego de tensoativos
biodegradáveis é recomendável, quando não é obrigatório;
▪ Efeitos toxicológicos: os tensoativos não são uma classe de compostos
com elevada toxicidade. Os produtos catiônicos são os mais tóxicos dentre eles.

A Micela

Após certa concentração, as moléculas de tensoativo, na solução, passam a


se agregar sob a forma de micelas. São as micelas os "entes" da solução
responsáveis pela catálise micelar e pela solubilização de gorduras.

MICELA

< http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mII.digs.htm>

O processo de micelização

Uma das características comum a todos os tensoativos é a capacidade de


formar agregados em solução aquosa a partir de uma determinada concentração.
Esses agregados são denominados micelas. A concentração onde inicia o processo
de formação das micelas (micelização) é chamada de concentração crítica micelar,
CMC, que é uma propriedade intrínseca e característica do tensoativo.

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Por que se formam as micelas?

A principal razão que leva os monômeros de tensoativo a se associarem


sobre a forma de micelas é a diminuição da área de contato entre as cadeias
hidrocarbônicas do tensoativo e a água.
A formação do agregado, porém, leva o tensoativo a uma situação em que os
grupos hidrofílicos (cabeças) estão muito próximos, gerando uma repulsão
eletrostática que se opõe ao processo de micelização. Aqui os contraíons
desempenham um papel fundamental: quando em concentração suficiente
(proveniente da própria ionização do tensoativo ou, ainda, como aditivos à solução),
blindam a carga do agregado, diminuindo o potencial elétrico e a repulsão entre as
cabeças dos monômeros.

Contraíons

Os tensoativos iônicos se dissociam, em solução aquosa, resultando em duas


espécies hidratadas: um cátion e um ânion, ou seja, o monômero do tensoativo e
seu respectivo contraíon.
O Dodecil Sulfato de sódio, por exemplo, é um tensoativo aniônico, e seu
contra-íon é o cátion Na+

CONTRAÍONS

GRAU DE IRRITAÇÃO DOS TENSOATIVOS:


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- -------------------------------------------------------------------------------► +

Não iônicos e anfóteros —> aniônicos —> catiônicos

UMECTANTES

São substâncias higroscópicas e como tais, tem propriedade de reter água


tanto sobre a pele e cabelo, auxiliando na sua hidratação como na formulação,
evitando a formação de crostas na superfície dos cremes. Os umectantes podem
pertencer aos grupos das funções orgânicas de poliois ou glicóis, poliglicóis, hidratos
de carbono, derivados de ácidos carboxílicos, ureia, aminoácidos e complexos de
aminoácidos, proteínas hidrolisadas e fosfolipídios.

Polióis

São álcoois contendo mais de um grupo – OH por molécula e por isso


chamados de glicóis. São compostos líquidos de média a baixa volatilidade, solúveis
em água, muito estáveis em ampla faixa de pH e na presença de meio ácido ou
alcalino e muito higroscópicos, pois os seus grupos hidroxilas fazem pontes de
hidrogênio com água. Apresentam toque untuoso sobre a pele.
A glicerina é um subproduto da fabricação do sabão, sendo empregado em
cremes, loções, cosméticos medicinais, sabonetes líquidos e em barras,
detergentes, alimentos e adicionado nos produtos do tabaco para conservá-los
úmidos.
O sorbitol e o manitol são classificados como álcoois hexahidricos. O sorbitol
é muito utilizado em cremes e loções cosméticas como umectante. Possui maior
capacidade de reter água via pontes de hidrogênio que a glicerina e por isto é muito
importante sua utilização em cremes comercializados nas regiões secas.

Poliglicóis (ou ésteres poliglicólicos)

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São compostos derivados de etileno ou propilenoglicol. Os polietilenoglicois


geralmente são obtidos a partir da reação do dietilenoglicol com óxido de eteno e os
polipropilenoglicol a partir do dipropilenoglicol com óxido de propeno.
Polietilenoglicois são solúveis em água e higroscópicos. No entanto sua
aparência física depende do grau de etoxilação (n) e por consequência, do peso
molecular.
Para aplicações em cremes, loções, xampus e sabonetes líquidos os
polietilenoglicóis de menor peso molecular são mais indicados em razão de sua
finalidade de umectação da pele e cabelo e brilho dos cabelos. Para sabonetes em
barras e cremes dentais os de peso molecular intermediário, para evitar rachaduras
nos sabonetes e para evitar ressecamento do creme dental. Para a função de
espessar xampus os de peso molecular maior são os indicados.

Hidratos de carbono

O nome hidrato de carbono, ou carboidratos, não refletem a natureza real


destes compostos. Os hidratos de carbono são melhores definidos como aldeídos ou
cetonas que são ao mesmo tempo polióis. Exemplos se incluem os açúcares,
amidos, celulose e outros compostos que são encontrados em todos os organismos
vivos.

Derivados de ácidos carboxílicos

Os ácidos carboxílicos tais como lático, cítrico, glicólico reagem com bases
para formar sais orgânicos com capacidade de hidratar a pele. Exemplos são os
lactato de sódio e amônio, citrato de sódio e o glicolato de sódio.

Ureia

É produzida a partir da reação entre o dióxido de carbono e amônia.


Apresenta forma sólida, sendo muito higroscópica. É excelente umectante para pele
em cremes e loções cosméticas e um bom hidrótopo para melhorar a solubilidade de
ativos aniônicos.

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Aminoácidos e proteínas

As proteínas são compostas de alto peso molecular, constituídas por muitos


aminoácidos ligados entre si. Aminoácido é uma molécula bifuncional que possui os
grupos amino e ácido carboxílico.
Os aminoácidos mais usados em cosmética são os de colágeno, seda, leite e
elastina.

EMOLIENTE

São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e cabelo, que


juntamente com os umectantes serão responsáveis pela hidratação da pele e
cabelo. São responsáveis nas formulações por consistência e aparência.

Hidrocarbonetos

São compostos que contém unicamente hidrogênio e carbono, podendo ser


ramificados ou não, saturados ou insaturados, cíclicos ou acíclicos, alifáticos ou
aromáticos.
▪ Óleo mineral;
▪ Vaselina;
▪ Parafina;
▪ Ozoquerita;
▪ Ceresina;
▪ Cera microcristalina;
▪ Esqualeno.

Álcoois graxos

Na molécula de um álcool, o grupo – OH substitui um átomo de hidrogênio de


um alcano. Podem
ser de origem animal ou vegetal.

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▪ Saturados: laurílico; cetílico; estearílico; miristílico.


▪ Instaurados: oleílico.

Éteres

São compostos de fórmula geral R – O – R’, onde os dois grupos


hidrocarbônicos não são necessariamente os mesmos. O emoliente mais usado em
cosméticos e que é classificado como éter poliglicosídeo é o PEG 15 estearil éter.

Ácidos carboxílicos

A oxidação de um aldeído produz um ácido carboxílico. Estes ácidos


possuem grupo funcional COOH, chamado grupo carboxila. Exemplo é o ácido
esteárico.

• Saturados: láurico; esteárico; mirístico; palmítico.


• Instaurados: oleico; linoleico.

Ésteres

Possuem a fórmula geral RCOOR’ e podem ser sintetizados. Os ésteres de


baixo peso molecular são solúveis em água, como resultado da ponte de hidrogênio
entre a água e o oxigênio carboxílico. Entretanto, à medida que seu peso molecular
aumenta, sua solubilidade diminui e então esses ésteres podem apresentar
excelente capacidade lubrificante e de espalhamento sobre a pele, sendo por isso
utilizados como emolientes e como espessantes de cremes e loções cosméticas.
Exemplos são os triglicerídeos do ácido cáprico/caprílico.

Silicones

Fornecem diversas propriedades além de emoliência, tais como ação


antiespumante, doador de brilho, agente de antipegajosidade, lubrificante, protetor
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da pele e veículos. Exemplos são os dimeticones ou óleos de silicone.

ESPESSANTES

Os espessantes orgânicos dividem-se por sua vez em duas classes:


1) os espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e
solúveis em óleo, sendo chamados por isto de agentes de consistência. São
empregados em cremes, loções e condicionadores;
2) Os espessantes de fase aquosa, que são normalmente insolúveis
na fase oleosa. Os espessantes inorgânicos são geralmente eletrólitos tais como
cloreto de sódio, citrato de sódio, fosfato de sódio ou amônio e os aluminosilicatos.

Agentes de consistência:

• Álcoois graxos
• Monoestearato de gliceríla
• Ésteres de álcoois e ácidos graxos
• Ceras naturais e minerais, óleos e gorduras

Espessantes

• CMC – carboximetilcelulose
• HEC – hidroxietilcelulose – natrosol
• Vinílicos: Carbômero, PVP, álcool polivinílico
• Polissacarídeos: amido, agar-agar, carragenados, gomas, alginatos.

ALCALINIZANTES E NEUTRALIZANTES

São usados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, para


neutralizar ácidos graxos e obter sabões, umectantes, géis de carbomeros e corrigir
pH. Podem ser de origem inorgânica e orgânica.

• TEA – trietanolamina;
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• NaOH.

ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES

Os ácidos mais usados em cosméticos são os orgânicos. São usados para


obtenção de sabões e umectantes e correção de pH.
• Ácido cítrico;
• Ácido fosfórico.

SEQUESTRANTES

São componentes que apresentam capacidade de complexar íons metálicos e


alcalinos terrosos (Fé, Cu, Mg) que causam danos às formulações cosméticas, pois
precipitam com tensoativos, promovem a oxidação de componentes graxos
insaturados e são componentes vitais dos microorganismos.

• EDTA;
• Citrato de sódio.

Fazem sinergismo com conservantes, sequestrando oligoelementos


necessários ao metabolismo dos microorganismos ao mesmo tempo em que
aumentam a permeabilidade da membrana celular, potencializando sua ação. Os
conservantes usualmente potencializados são o metil parabeno, o propilparabeno, o
formaldeído, entre outros.
Do mesmo modo, fazem sinergismo com os antioxidantes, eliminando os íons
ferro e cobre responsáveis pela catálise metálica no processo oxidativo de óleos e
gorduras.
O agente sequestrante é chamado comumente de composto complexo.
Existem diversas teorias que explicam como se dá a ação dos sequestrantes, que se
traduzem nas teorias de formação de íons complexos, das quais se destaca a teoria
de Lewis. Do ponto de vista da teoria de Lewis, todos os compostos complexos
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possuem grupamentos contendo átomos com pares de elétrons não compartilhados,


atuando como um excelente grupo elétron-doador. Por outro lado, os íons metálicos
são excelentes aceptores de elétrons, uma vez que possuem orbitais atômicos
vazios (orbitais d). A existência de um grupo elétron-doador e de um grupo elétron-
receptor é a condição necessária e suficiente para a ocorrência de reação química,
neste caso, chamada reação de complexação, em que a ligação química formada é
chamada de ligação covalente coordenada.
Após esse raciocínio, fica fácil descobrir porque a ação do sequestrante é pH
dependente: para valores de baixo pH o íon hidrogênio atua como receptor de
elétrons competindo com o íon metálico e para valores de pH elevados o íon
hidróxido atua como elétron-doador competindo pelo metal, muitas vezes causando
sua precipitação, já que muitos hidróxidos de metais são insolúveis.
A maioria das reações de complexação se dá na relação de uma molécula do
íon complexo para um íon metálico. Daí decorre a necessidade da utilização de água
desmineralizada ou deionizada nas formulações cosméticas, já que esta contém
baixa concentração de íons dissolvidos, permitindo o uso de mínimos teores de
sequestrantes, não onerando, portanto a formulação.
Problemas causados pela presença de íons metálicos em formulações
cosméticas:
• Reação com os componentes amínicos para formar produtos
insolúveis;
• Muitos corantes estão sujeitos a alterações e até precipitações
na presença de íons
▪ A oxidação de corantes e fragrância é catalisada por
quantidades mínimas de íons metálicos como Fe3+, Cu2+,
Mn2+;
▪ Alguns antimicrobianos são inativados pela contaminação com
metais.

Benefícios dos agentes sequestrantes em formulações cosméticas:

• Mantêm a transparência de sistemas que podem turvar com a


presença de metais, formando compostos insolúveis ou pouco
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solúveis;
• Protegem componentes de fragrâncias que podem reagir ou ser
oxidado com a presença de traços de metais;
• Estabilizam polímeros doadores de viscosidade, pois pode ocorrer
certo grau de “despolimerização” destes componentes em presença de
metais provocando queda de viscosidade e turvação do sistema com o
tempo;
• Previnem rancidez e formação de outros odores provenientes da
decomposição de ativos e óleos no sistema;
• Previnem descoloração em produtos contendo tioglicolato ou PABA;
• Retardam a decomposição de sulfitos;
• Ajudam no combate a bactérias Gram (-), fungo e leveduras;
• Melhoram o brilho dos cabelos, impedindo que depósitos de cálcio e
magnésio permaneçam sobre os mesmos;
• Ajudam a manter a cor dos cabelos após tingimento;
• Impedem que cremes antiperspirantes manchem as roupas de
amarelo;
• Previnem a oxidação de vitaminas;
• Melhoram o poder de limpeza dos limpadores de dentadura;
• Inibem a formação de amônia proveniente da degradação da ureia.
• Amolecedores de cutícula quando acondicionados em vidros,
geralmente turvam por ataque alcalino ao vidro, que pode ser inibido
pela adição de sequestrantes.

CONSERVANTES

Contaminação microbiana

Alguns dos principais contaminantes em matéria-prima e produtos cosméticos


são microorganismos dos seguintes gêneros:
• pseudomonas;
• enterobacter;

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• klebsiella;
• staphylococcus;
• Fungos e leveduras.

Esses micro-organismos provêm de alguma fonte de contaminação, ou seja,


do ambiente, do ser humano, dos equipamentos usados na fabricação dos produtos
cosméticos e podem ter origem nas más condições de limpeza.
Os conservantes são aquelas substâncias que adicionadas aos produtos tem
como finalidade preservá-los de danos causados por micro-organismos durante a
estocagem, ou mesmo de contaminações acidentais produzidas pelos consumidores
durante o uso.
Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação existe
uma concentração máxima permitida, que deve ser seguida rigorosamente.
A presença de água e de vários componentes orgânicos nas formulações é
que favorecem a proliferação dos microorganismos. Quando esta realmente
acontece, alguns fatores que envolvem produto, produtor e consumidor devem ser
considerados:

• Alteração do produto;
• Credibilidade do fabricante;
• Saúde do consumidor.

Requisitos básicos:

• Boa solubilidade em água;


• Boa estabilidade;
• Ser inodoro e incolor;
• Ser economicamente viável;
• Ser atóxico;
• Ser efetivo a baixas concentrações.

Exemplos:

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• Ésteres do ácido benzoico com função fenólica ou parabenos;


• Lmidazolidinílureia;
• Isotiazolinonas;
• Álcool benzílico;
• Álcool etílico (acima de 20%);
• Fenoxetanol;
• p-clorometaxilenol;

ANTIOXIDANTES

Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos


componentes de uma formulação cosmética, farmacêutica ou de outros produtos
susceptíveis a oxidação. Na indústria cosmética, os componentes mais propensos à
oxidação são as fragrâncias, os corantes, os ativos e, principalmente, os óleos
vegetais e alguns emolientes.
A oxidação pode se manifestar principalmente por modificações do odor e da
cor podendo até provocar irritações no tecido cutâneo. O odor desagradável é
devido à formação de aldeídos, cetonas e ácidos estranhos as ao produto.
A deterioração de óleos e gorduras pode se dar pela ação de enzimas,
microorganismos, oxigênio e presença de traços de metais.
Auto-oxidação acontece quando um composto insaturado, como um
triglicerídeo, por exemplo, entra em contato com oxigênio, uma dupla ligação no
carbono alfa pode ser rompida por um radical livre de oxigênio. Na etapa inicial,
catalisada por calor, luz e traços de metais, o carbono alfa perde o hidrogênio. O
glicerídeo que assim se forma é muito instável e reage facilmente com oxigênio. Em
seguida o radical graxo livre degrada-se em compostos orgânicos de cadeia curta,
tais como radicais peróxidos e hidroperóxidos livres. Resultam, no final da
sequência, misturas de aldeídos, cetonas, álcoois e ácidos, de odor, paladar e cor
desagradáveis. Em óleos vegetais este processo desenvolve-se rapidamente na
forma de reações em cadeia.
Mecanismo simplificado do processo de auto-oxidação

Estágio de indução
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R – H → R° + h°

(processo fotoquímico, reações com ozônio ou por estresse molecular que


levem à cisão homolítica da ligação)

Estágio de propagação

R° + O2 → RO2° RO2° + RH → RO2H + R°


Estágio de terminação

R° + R° → R-R (pouco provável) RO2° + H° → RO2H RO2° + R° → RO2R


RO2° + RO2° → ROH + RCOR + RCHO + O2

Antioxidantes verdadeiros: interrompem as cadeias de radicais livres

• BHT butilhidroxi-tolueno;
• BHA butilhidroxi-anisol;
• Galatodepropila;
• Tocoferol.

Antioxidantes que atuam sofrendo oxidação (agentes redutores)

• Metabissulfito de sódio;
• Bissulfito de sódio;
• Ác. Ascórbico (vit.C);
• Palmitato de ascorbila.

Antioxidante que atua por mecanismos preventivos:

• EDTA (ác. Etilenodiaminotetracético).

TABELA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS

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A lista restritiva contém substâncias que podem ser adicionadas aos produtos
de higiene pessoal, cosméticos, perfumes e outros de natureza e finalidade
idênticas, obedecendo aos limites, restrições, condições de uso e advertências de
rotulagens específicas para cada uma das substâncias. A tabela completa encontra-
se na Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005.

TABELA 7 - SUBSTÂNCIAS QUE OS PRODUTOS COSMÉTICOS PODEM


CONTER SUJEITOS ÀS RESTRIÇÕES E CONDIÇÕES ESTABELECIDAS
Nº Ordem Substância Campo de Concentraçã Outras Condições de Uso e
Aplicação o Máxima Limitações ou Advertências
ou Uso Autorizada Requerimentos
1 Ácido bórico. a) talcos; a) 5%; a) Não poderá a) Não usar em
b) produtos b) 0,5%; ser usado em crianças menores de
para higiene oral; c) 3%. produtos para 3 anos de idade.

c) outros crianças

produtos. menores de 3
anos de idade.
2 Hidroqui- a) Corante de a) 2%; . a) Não usar para
nona oxidação para b) 2%. tingir o buço ou
cabelos; sobrancelhas.
b) Clareador de Enxaguar
pele localizada. imediatamente se o
produto entrar em
contato com os olhos.
Contém hidroquinona;
b) Contém
hidroquinona.
Evitar contato com os
olhos. Aplicar sobre
pequenas áreas. Se
surgir irritação
suspender o uso. Não
usar em crianças com
menos de 12 anos.

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LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO

Fica proibido o uso em produtos cosméticos das substâncias das categorias I


e II do IARC e outras referências internacionais, classificadas como cancerígenas
mutagênicas ou tóxicas para a reprodução. A lista completa encontra-se na
Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006.

• Aceglumato de deanol∗ (Acetoglutamato);


• Espironolactona*;
• Metotrexato*;
• Ácido Aminocaproico* e seus sais;
• Ácido Tricloroacético;
• Epinefrina*;
• Alcoois acetilenicos, seus ésteres, éteres e sais;
• Substâncias com efeitos androgênicos;
• Óleo de antraceno;
• Antibióticos;
• Arsênico e seus compostos;
• Benzeno;
• Bromo elementar;
• Tetracaína* e seus sais;
• Fenilbutazona*;
• Colchicina, seus sais e derivados;
• Metformina* e seus sais;
• Dinitrato de Isossorbida*;
• Efedrina e seus sais;
• Fluorouracil*;
• Progestogênios;
• Estrógenos;
• Pilocarpina e seus sais;
• Hioscina, seus sais e derivados;
• Estricnina e seus sais.
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SISTEMAS EMULSIONADOS

Emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis, nos quais há a


mistura de dois líquidos imiscíveis, dispersos entre si como gotículas e/ou cristais
líquidos.
Produtos emulsionados têm uso extenso, com as mais diversas finalidades,
em áreas cosméticas, farmacêuticas, industriais, alimentícias, agricultura, transporte
de materiais perigosos, detergentes, entre outros. A formulação e o controle das
variáveis do processo de fabricação nos permitem obter emulsões com
características adequadas à finalidade específica desejada.
A estabilidade das emulsões deve-se principalmente ao uso de tensoativos na
sua preparação, compostos anfifílicos em cuja molécula existe grupamentos
hidrófilos e lipófilos, que se posicionam entre as duas fases da emulsão (aquosa e
oleosa), originando a película interfasial que diminui a tensão entre elas
estabilizando o sistema. O balanço entre as duas porções moleculares com
características opostas dessas substâncias é denominado EHL - equilíbrio hidrófilo-
lipófilo. Este representa um sistema de classificação dos tensoativos, tendo como
base os parâmetros de solubilidade desses compostos em solventes polares e/ou
apolares.
Neste sistema, introduzido por Griffin em 19492, uma escala numérica
adimensional de valores entre 1 e 20 é usada para descrever a natureza do agente
tensoativo, sendo que os valores de EHL aumentam de acordo com a hidrofilia da
molécula. O equilíbrio hidrófilolipófilo de um tensoativo é uma propriedade
importante no processo de emulsificação, posto que determina o tipo de emulsão
que tende a produzir. Agentes emulsivos de EHL baixo tendem a formar emulsões
água/óleo, ao passo que aqueles com EHL alto formam emulsões óleo/água.
Portanto, o conhecimento dos valores de EHL permite predizer o tipo de
comportamento esperado do composto, fornecendo desta forma orientação para
suas aplicações práticas conforme demonstrado a seguir:

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TABELA - ESCALA DE GRIFINN

Comportamento em água Faixa de EHL

Emulgentes A/O 4–6

Agentes umectantes 7–9

Emulgentes O/A 8 – 18

Detergentes 13 – 15

Solubilizantes 15 – 18

Os métodos de determinação do EHL são classificados em três categorias,


sendo elas (1) o método teórico, relacionando o EHL de um tensoativo com sua
estrutura molecular; (2) o método direto, comparando visualmente o comportamento
de tensoativos com padrões de EHL conhecidos e (3) métodos indiretos,
relacionando componentes físico-químicos mensuráveis com o EHL dos compostos.
Representando a metodologia teórica, calcula-se o EHL dos compostos pelo
método de Davies, que se baseia na atribuição de valores para grupamentos
presentes na molécula de tensoativo, na soma desses valores e na aplicação dos
mesmos em equação que fornece o EHL e no método de Griffin, que propõe o
cálculo do EHL para produtos nos quais o grupo hidrofílico é composto apenas por
derivados do óxido de etileno.
Os números correspondentes ao EHL de alguns produtos são frequentemente
indicados em literatura como “valores compreendidos em uma faixa entre dois
pontos”, muitas vezes não próximos, como para a família dos óleos de origem
vegetal em que a referência de EHL fica compreendida entre seis e 12. Esta
situação dificulta de maneira significativa à elaboração de sistemas emulsionados
estáveis. Demonstra-se, portanto, a importância de resgatar técnicas que possam
ser realizadas com instrumental comumente disponível em laboratório, possibilitando
a obtenção de valores críticos de EHL de muitas substâncias, facilitando a escolha
do tensoativo ideal na prática da emulsificação.
A estabilidade das emulsões depende intrinsecamente da interação
interfásica estabelecida pelo agente emulsivo, composto anfifílico, entre as fases

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imiscíveis que as constituem. A escolha, proporção e a característica do tensoativo a


ser utilizado na preparação da emulsão almejada, são previstas por meio da
verificação dos valores de EHL das substâncias envolvidas, o que permite predizer o
tipo de comportamento esperado do composto frente a substâncias polares ou
apolares. Os tensoativos devem apresentar valor de EHL equivalente ao da fase
dispersa, para poder mantê-la estabilizada frente à fase dispersante.

TIPOS DE EMULSÕES

As emulsões classificam-se em quatro tipos de acordo como tamanho das


partículas da sua fase dispersa ou interna: (1) macroemulsões: emulsões opacas,
termodinamicamente instáveis, partículas de tamanho maior que 0,4µ, facilmente
visível ao microscópio e requerem agitação vigorosa; (2) microemulsões: são
compostas por duas fases líquidas mutuamente imiscíveis, uma espontaneamente
dispersa na outra com auxílio de um ou mais tensoativos e cotensoativos, tamanho
inferior a 0,1μ, termodinamicamente estáveis, obtidas com baixa agitação,
totalmente transparente ou ligeiramente transluzente; (3) miniemulsões: emulsões
intermediárias entre as duas primeiras, tamanho de partícula vaiando entre 0,1 a
0,4μ, emulsões branco azuladas, semiopacas, emulsionante geralmente é uma
mistura de um tensoativo iônico com um cotensoativo, não é usada em cosméticos
devido a baixa viscosidade e toque extremamente aquoso; (4) emulsões múltiplas:
liberação do fármaco em partes específicas do corpo sem sua deterioração em
outros órgãos, prolongar a liberação de fármacos que possuem um curto tempo de
vida, contornar o problema de sabor ruim de determinados fármacos, prolongar o
tempo de hidratação da pele, proteger agentes bioativos sensíveis, produção de
cremes demaquilantes menos untuosos.

Macroemulsão

Podem ser classificadas com A/O ou O/A. O que determina se uma emulsão é
O/A ou A/O não é tipo ou a quantidade relativa de componentes hidro e
lipossolúveis. Com base em considerações termodinâmicas, W. D. Bancroft deduziu
uma regra geral, que diz “a fase em que o emulsionante é preferencialmente solúvel

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é a fase contínua da emulsão”. Dessa forma, as emulsões O/A são aquelas em que
o agente emulsionante é hidrossolúvel ou hidrofílico.

REPRESENTAÇÃO MACROSCÓPICA DAS EMULSÕES

FONTE: Arquivo pessoal do autor

Características da emulsão O/A

• Tato menos oleoso;


• Secagem rápida;
• Dispersão em água e são facilmente laváveis;
• Condutividade elétrica semelhante à fase aquosa;
• São coloridas por corantes hidrossolúveis;
• Quando colocadas em papel de filtro produzem uma banda larga,
molhando o papel;
• Podem formar uma espuma branca quando aplicados sobre a pele;
• Embalagens mais adequadas são vidro, porcelana e plástico para
evitar oxidação e corrosão;
• É obrigatório o uso de conservantes;
• Exigem necessariamente a adição de umectantes.

Características da emulsão A/O


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• Tato gorduroso;
• Não possuem condutividade elétrica;
• São coloridas por corantes lipossolúveis;
• Quando colocadas em papel de filtro não espalham;
• Promovem alto grau de emoliência a pele e ação dissolvente dos
cremes de limpeza;
• São de difícil preparação/homogeneização;
• Não é necessária a adição de umectantes.

Microemulsões

O termo microemulsão foi introduzido por Hoar e Schulman, em 1943, os


quais descreveram esses sistemas como transparentes ou translúcidos, obtidos por
titulação a partir de uma emulsão comum, a qual apresenta aspecto leitoso e,
quando adicionado um álcool de cadeia média, esse sistema clarifica.
O tensoativo pode ser puro, mistura, ou combinação com outros
componentes, cuja principal função é a redução da tensão interfacial. Para a
formação espontânea dos sistemas microemulsionados, a tensão interfacial deve
estar próxima de zero. Esse sistema apresenta algumas vantagens tais como
transparência, alta estabilidade, fácil preparação e capacidade de incorporar
diferentes classes de fármacos com diferentes propriedades físico-químicas.
Emulsões múltiplas

São geralmente preparadas em duas fases. No caso da A/O/A, forma-se uma


pré- emulsão A/O com tensoativos de baixo EHL e esta é adicionada lentamente
com agitação a uma solução aquosa contendo um emulsionante hidrofílico. No caso
da O/A/O, forma-se uma pré-emulsão O/A com tensoativos hidrofílicos e esta é
adicionada lentamente com agitação a uma fase oleosa contendo um emulsionante
lipofílico. Não necessariamente as fases da emulsão A/O/A devem ser iguais e
normalmente são diferentes em composição.

REPRESENTAÇÃO MACROSCÓPICA DAS EMULSÕES MÚLTIPLAS

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COMPONENTES BÁSICOS

• Água;
• Substâncias graxas;
• Emoliente;
• Emulsionantes;
➢ Agentes de propriedades específicas:
• Espessantes/ Agentes de consistência;
• Umectantes;
• Estabilizantes;
• Sequestrantes;
• Conservantes;
• Antioxidante.

➢ Modificadores do aspecto organoléptico:


• Fragrância;
• Corante;
• Agentes de brilho pérola;
• Opacificantes.
• Corretivos pH;

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• Aditivos.

TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO

Para facilitar o preparo da emulsão torna-se conveniente à acomodação dos


componentes em fases:

Fase Aquosa

• Veículo: água;
• Umectantes: polietilenoglicóis (ATPEG 400, ATPEG 600), glicerina,
sorbitol, polissacarídeos, etc.;
• Espessantes hidrofílicos: polímeros derivados do ácido acrílico,
hidroxietilcelulose;
• Princípios ativos e promocionais hidrossolúveis: aloe vera, extratos
vegetais, vitamina E acetato, D-panenol, etc.;
• Quelantes: etilenodiamino diacetato de sódio, citrato de sódio;
• Conservantes;
• Corantes.

Fase Oleosa

• Emolientes: responsáveis por espalhabilidade do creme sobre a pele,


lubrificação e hidratação da pele em conjunto com o uso de umectantes. Exemplos
de emolientes são: álcool estearílico propoxilado (ALKOMOL E), óleo mineral, óleos
vegetais, silicones, ésteres graxos, etc.;
• Agentes de consistência ou espessantes da fase oleosa: alcoois graxos,
ésteres graxos, etc.;
• Antioxidantes: butilhidroxitolueno, vitamina E.;
• Filtros solares/ fotoantioxidantes: octilmetoxicinamato, benzofenonas 3 e
4.;
• Princípios ativos e promocionais lipossolúveis: óleos vegetais;
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• Fragrâncias.

PROCESSO CONVENCIONAL

Este processo consiste no aquecimento de todos os componentes solúveis na


fase aquosa e dos componentes da fase oleosa em temperaturas entre 75ºC a 85ºC.
Após a mistura das duas fases e seguido por um período de homogeneização, é
iniciado o resfriamento da emulsão e adicionado os demais componentes da
formulação que, por motivo de oxidação ou degradação, não toleram alta
temperatura. Neste processo é gasta uma considerável quantidade de energia
(térmica e mecânica) e tempo, que proporcionam alta estabilidade à emulsão. A
quantidade de energia térmica pode atingir 95% do consumo total de energia no
processo.
A maior desvantagem deste método, além do consumo de energia e tempo, é
que ele descreve as moléculas de emulsionantes apenas em função de suas
modificações estruturais, sem considerar o seu comportamento na interface O/A
durante a emulsificação, não prevendo as mudanças de EHL com as alterações nas
condições para emulsificação tais como temperatura, natureza das fases oleosa e
aquosa, presença de aditivos (eletrólitos, solventes).
Por exemplo: com o aumento da temperatura, a força de hidratação entre a
água e o tensoativo não iônico etoxilado diminui e o emulsionante torna-se menos
hidrófilo (mais solúvel na fase oleosa) e consequentemente, seu EHL também
diminui até ocorrer à inversão da emulsão.

PROCESSO ACELERADO

Desenvolvido por Joseph Lin, no qual a energia térmica é usada para as


operações que realmente necessitam de aquecimento, tais como fusão dos
componentes, dissolução, formação de sabão in situ, inversão de fase e
esterilização. Quantidade significativa de água pode ser adicionada a frio. O uso de
bases autoemulsionantes mostra-se muito adequado a este processo. O método
consiste na divisão da fase contínua, no caso aquosa, em duas porções. Uma
porção é utilizada a quente para formação da emulsão concentrada e em seguida é

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adicionada lentamente a outra porção a frio para diluição e resfriamento do sistema,


o que proporciona uma economia de energia térmica, de tempo de processo e de
mão de obra. A adição de água fria deve ser feita abaixo de 70°C e,
preferencialmente, abaixo de 50°C, de modo lento e contínuo para evitar choque
térmico, que provoca a formação de emulsão com gotas grandes, influenciando na
aparência da emulsão e podendo até provocar separação de fases.
Este processo é aplicado tanto para emulsões O/ A como para A/O e
independe do tipo de emulsionante. No entanto é mais comum para o processo O/A,
já que é mais simples diluir este tipo de emulsão do que a A/O e mais fácil manusear
água do que óleo. Em ambos os casos, a fase fria não deve ultrapassar 60% da
quantidade de fase externa total, pois pode formar grandes glóbulos emulsionados
distribuídos de forma não homogênea e causar a separação de fases da emulsão.
Assim, pelo menos 40% da fase externa deve ser aquecida para preparação
da emulsão concentrada. Quanto aos emulsionantes, podem ser usados os não
iônicos, aniônicos e bases autoemulsionáveis. Controlando-se variáveis, como
temperatura do primeiro estágio da emulsificação, intensidade de agitação,
proporção da fase externa adicionada no primeiro estágio da emulsificação (no caso,
água) é possível à obtenção de melhores emulsões por este método que pelo
convencional.

PIT (TEMPERATURA DE INVERSÃO DE FASES)

Desenvolvido por Shinoda, cuja vantagem é o uso da energia térmica para


redução do tamanho de gotas da emulsão para maior estabilidade dos produtos
finais. Uma emulsão O/ A quando estabilizada com tensoativo não iônico etoxilado
pode inverter para A/ O com o aumento da temperatura acima do cloud point do
tensoativo.
A temperatura em que ocorre inversão da emulsão é chamada “temperatura
de inversão de fases PIT”. Em temperaturas acima da PIT, o tensoativo torna-se
ainda mais lipófilo, ocorrendo separação de água e, consequentemente, da emulsão.
Desta forma a PIT está relacionada a uma dada temperatura em que o EHL do
tensoativo, tensão interfacial O/ A e a distribuição do tamanho de partículas são
mínimos.

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O método da PIT consiste na preparação da emulsão numa temperatura de 2


a 4°C abaixo da PIT, visando obter uma fina dispersão, na qual a tensão interfacial é
muito baixa. Com o resfriamento rápido da emulsão são formados pequenos
glóbulos emulsionados, conferindo estabilidade para a emulsão. O efeito de aditivos
tais como eletrólitos sobre a fase externa da emulsão e de misturas de
emulsionantes ou de óleos são refletidos na PIT e automaticamente ajustados de
modo a mudar o EHL do emulsionante na interface.
Emulsões O/ A contendo tensoativos não iônicos etoxilados apresentam PIT
constante dentro de uma ampla faixa de conteúdo de água (30 a 70%), mantendo
constante a relação óleo/ emulsionante. Entretanto, a PIT desaparece nas emulsões
com alto conteúdo de água (acima de 80%) e com extremamente baixo conteúdo de
água (abaixo de 20%). Em suficientemente baixo conteúdo de água, aparece uma
fase de microemulsão, com tamanho de gotas muito pequeno que é utilizado para a
emulsificação seguindo o processo da PIT.

REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS CONDIÇÕES DE PIT EM


FUNÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁGUA

Assim, processos envolvendo a formação de uma emulsão concentrada à


quente e posterior diluição com água restante da formulação durante o resfriamento,
podem ser úteis para obtenção de uma emulsão com pequeno tamanho de gotas, de

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aparência branco azulada e estável. A PIT da emulsão deve ser ajustada para cada
relação e seleção do sistema emulsionante/ coemulsionante e fase oleosa, em
função do aumento da temperatura para ser determinada a temperatura de inversão
de fases. Um emulsionante favorável para emulsões O/A deve possuir uma PIT de
20 a 60ºC maior que a temperatura de estocagem da emulsão.
Emulsões com mesma PIT podem ter diferentes comportamentos na
estabilidade dependendo do sistema emulsionante. A velocidade de coalescência
das gotas é diminuída quando é utilizado coemulsionante lipofílico, como o
monoestearato de glicerila, em mistura com o emulsionante hidrófilo, visto que
ocorre a formação de uma fase gel lamelar ao redor das gotas de óleo, o que
impede a coalescência dessas gotas. Coemulsionantes mais solúveis em água como
o álcool laurílico etoxilado não conferem tão boa estabilidade a emulsão como
emulsionantes lipofílicos.

Alguns fatores são determinantes para o processo PIT:

• A PIT é diretamente proporcional ao EHL. Quanto maior o HL,


maior é a PIT, ou seja, a PIT aumenta com a hidrofilidade do emulsionante;
• Quanto mais larga é a distribuição de oligômeros de óxido de eteno do
emulsionante não iônico, maior é a PIT e a estabilidade da emulsão, motivo pelo
qual, misturas de emulsionantes de baixo e alto EHL deve ser a melhor escolha do
sistema emulsionante;
• Para tensoativos etoxilados com dado valor de EHL, quanto menor a
polaridade da fase oleosa, maior é a PIT, ou seja, o tensoativo deve ser mais
lipofílico para compensar a menor polaridade do óleo. Isto significa que deve ser
escolhido um tensoativo de menor EHL para óleos menos polares. Aditivos como a
parafina que diminui a polaridade da fase oleosa, aumentam a PIT e aditivos como
ácido oleico ou álcool laurílico que aumentam a polaridade, diminuem a PIT;
• A adição de hidrocarbonetos hidrofóbicos de cadeia reta longa
solubilizados na fase interna da emulsão, ou o aumento na sua cadeia carbônica,
aumenta a PIT. Já a adição de hidrocarbonetos aromáticos de cadeias curtas e
aditivos polares, como por exemplo, álcoois e ácidos graxos e monoglicerídeos de
ácidos graxos, diminuem a PIT, com muito pouca dependência do tamanho da

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cadeia carbônica. Assim, a PIT aumenta com o comprimento da cadeia carbônica do


hidrocarboneto hidrofóbico, ou seja, com o aumento do peso molecular e diminui
com o aumento da concentração de aditivos polares;
• A adição de sais à fase aquosa diminui a PIT das emulsões feitas com
tensoativos não iônicos etoxilados;
• Quanto maior a razão óleo/ água, maior é a PIT e quanto maior a razão
tensoativo/ óleo, menor é a PIT.

PROCESSO A FRIO

Só é possível se os componentes da fase aquosa e oleosa apresentarem a


forma líquida na temperatura ambiente. A viscosidade é obtida por espessantes
hidrofílicos.

PRODUTOS PARA PELE

SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO ESTÉTICO

1º Passo Limpeza 2 X ao dia,

Remover as impurezas, secreções, células pela manhã e a noite


mortas, maquiagem.

2º Passo Tonificação 2 X ao dia,

Restaurar o pH da pele e complementar a logo após a limpeza


limpeza retirando os resíduos de impurezas.

3º Passo Hidratação/Proteção Todas as manhãs, após a


tonificação e antes da
Manter a umidade e maciez da pele, maquiagem
proteger contra radiação UV

4º Passo Revitalização Todas as noites, após a


tonificação
Auxiliar na renovação celular, manutenção e
nutrição da pele

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Cuidados Esfoliação 1 a 2 X por semana


especiais dependendo do tipo de pele
Acelerar a descamação natural da pele,
removendo as células mortas
Facilitar a ação dos hidratantes e
revitalizantes

LIMPEZA

Por que a limpeza diária de pele é importante?

Por uma questão de higiene, todo tratamento cosmético deve ser iniciado pela
limpeza da pele; porém, mais do que higiênico esse procedimento deixa a pele em
condições favoráveis para receber qualquer produto cosmético: a pele limpa torna-se
mais clara e macia; os poros ficam desobstruídos facilitando as trocas entre o
organismo e o exterior e, consequentemente, a ação dos produtos sobre a pele é
mais eficaz.

Sabonetes em barra

Uma formulação típica de sabonete em barra é composta por sais de ácidos


graxos, perfumes, corantes, antioxidantes e aditivos.
Aditivos são materiais que incorporados às formulações agem como doadores
de propriedades específicas ao produto final, sendo as mais importantes para o
consumidor a formação de espuma, a fragrância, pouco desgaste e ausência do
desenvolvimento de rachaduras durante o uso.
O aparecimento de rachaduras torna o produto pouco atrativo, pois além da
fissura no sabonete observa-se muitas vezes que as mesmas tornam-se escuras em
função do alojamento de pó, reforçando o aspecto desagradável. Inúmeros trabalhos
são realizados para evitar este problema, sendo de consenso geral que tanto a
composição, como o processo de fabricação, desempenham um papel de
fundamental importância na ocorrência de rachaduras em sabonetes.
Uma classe de aditivos normalmente empregados para evitar ou minimizar tal
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ocorrência é a dos umectantes. Umectantes são materiais higroscópicos adicionados


a cosméticos e produtos de higiene pessoal visando reduzir a perda de água destes
quando em contato com o ar. Além disso, as propriedades higroscópicas do filme de
umectante que permanece sobre a pele após aplicação, auxiliam na manutenção ou
reposição da umidade natural da pele.
Para esta finalidade, os umectantes mais consagrados são: etilenoglicol;
propilenoglicol; glicerina; sorbitol; e os polietilenoglicois. Embora as formulações de
sabonetes do mercado nacional declarem com maior frequência o emprego de
propilenoglicol, sorbitol e glicerina, a literatura internacional cita, extensivamente, os
polietilenoglicois para tal aplicação.
Estudos apresentados pelo C.I.R. (Cosmetic Ingredient Review), publicados
no Journal of the American College of Toxicology, concluem que os polietilenoglicois
são produtos seguros para uso em formulações cosméticas. Aqueles de baixo peso
molecular são pouco absorvidos pela pele intacta, enquanto os de peso molecular
acima de 4000 não são absorvidos. Apresentam grau de irritação mínima à pele
humana e não demonstram ação sensibilizante em estudos com animais e humanos.
Os dados indicam, ainda, que os polietilenoglicois não são mutagênicos ou
carcinogênicos.

Sabonetes tradicionais (óleos e sebo) Características:


▪ Composição da massa base: ácidos graxos de sebo: láurico,
mirístico, palmítico, oleico, esteárico (70 – 85%); óleos vegetais: Óleo de Coco, de
Palma ou de Oliva (15 – 30%); substância saponificante: Hidróxido de sódio, de
potássio, de amônia, aminas (mono, di ou trietanolamina), etc.;
▪ pH alcalino. Sabonetes Glicerinados (transparentes)

Características:
▪ Composição da base glicerinada: a base de óleos vegetais saponificados,
utilizando no processo, glicerina, álcool ou solução de sacarose, a fim de obter
transparência; mesma base dos sabonetes tradicionais, utilizando no processo,
glicerina, álcool ou solução de sacarose, a fim de obter transparência;
▪ Espumam menos que os tradicionais;
▪ pH = alcalino.

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Sabonetes sintéticos Características:


▪ Composição básica: menos que 10% de sabão base; detergentes
sintéticos sólidos (tensoativos): cocoato de sódio, estearato de sódio ou de
trietanolamina, palmitato de sódio, etc.;
▪ Menos irritante a pele;
▪ pH = Neutro

Sabonetes líquidos

Produto para a limpeza e condicionamento da pele composição semelhante


aos xampus com concentração maior de tensoativos (15 – 40%).

Tipos de produto:
▪ Sabonete líquido transparente;
▪ Sabonete líquido perolizado;
▪ Shower Gel.

Requisitos desejáveis:
▪ Espumar e limpar com equilíbrio;
▪ Ser de fácil aplicação e enxágue;
▪ Ser adaptado ao tipo de pele;
▪ Deixar a sensação de maciez, sedosidade e suavidade à pele após a
lavagem;
▪ Ser suave, não tóxico e não irritante;
▪ Ter fragrância agradável com boa expansão e moderada fixação.

Composição:
▪ Tensoativos primários: detergentes aniônicos;
▪ Tensoativos secundários: tensoativos não iônicos, tensoativos
anfóteros, estabilizadores de espuma, doadores de viscosidade;
▪ Aditivos com ação específica: espessantes, redutores da irritação
cutânea, extratos vegetais, silicones e emolientes;
▪ Estabilizantes da formulação: sequestrantes, reguladores de pH,

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conservantes;
▪ Modificadores de caracteres organolépticos e atributos de marketing,
essências, corantes, agentes opacificantes ou perolizantes;
▪ Veículo.

Cremes e loções de limpeza

Usadas para a limpeza da pele do rosto e para remover a maquiagem e


outros cosméticos (demaquilantes). Indicado para limpeza de peles secas no lugar
do sabonete
São geralmente emulsões do tipo O/A:

o Fase aquosa → remove as impurezas hidrossolúveis;


o Fase oleosa → remove as impurezas lipossolúveis.

Requisitos

▪ Limpar a pele com equilíbrio, sem descamar;


▪ Ser de fácil aplicação e enxágue;
▪ Ser adaptado ao tipo de pele;
▪ Deixar a sensação de maciez, sedosidade e suavidade à pele
após a lavagem;
▪ Ser suave, não tóxico e não irritante;
▪ Ter fragrância agradável com leve fixação;
▪ Ter boa conservação e estabilidade.

TONIFICAÇÃO

Tônicos e adstringentes

São preparações para a pele para serem utilizados subsequentemente à


hidratação ou tratamento específico. Ação tonificante consiste no enrijecimento da

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cútis, diminuição do tamanho do poro e reduzir à tendência a oleosidade. Os tônicos


também auxiliam na retirada dos resíduos dos produtos de limpeza. Os
adstringentes são uma classe de substâncias que caracterizam por seus efeitos
locais na pele quando se aplica topicamente. Nesses efeitos incluem redução
temporária do tamanho dos poros, tratamento da pele oleosa, ações refrescante ou
estimulante, entre outras.
Composição dos tônicos e adstringentes:

▪ Água purificada → 80 - 90%;


▪ Água aromática; Água de rosas, de hamamelis, de flores de laranjeira;
▪ Álcool → até 20%;
▪ Umectantes → ~ 5%;
▪ Ativos para os tipos de pele: Extratos vegetais: adstringentes,
tonificantes, descongestionantes;
▪ Emolientes e umectantes;
▪ Refrescantes;
▪ Suavizantes e calmantes;
▪ Antissépticos;
▪ Estabilizantes da formulação: conservantes, reguladores de pH;
▪ Essência.

Requisitos desejáveis:

▪ Tonificar a pele com equilíbrio;


▪ Ser de fácil aplicação e enxágue;
▪ Ser adaptado ao tipo de pele;
▪ Deixar a sensação de frescor, adstringência e bem-estar à pele;
▪ Ser suave, não tóxico e não irritante;
▪ Ter fragrância agradável com leve fixação;
▪ Ter boa conservação e estabilidade.

Cosméticos tonificantes

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▪ Águas cosméticas – são aplicadas como intermediários de outras


preparações cosméticas, em substituição parcial da água e como cosmético de uso
extemporâneo, no lugar das loções;
▪ Fricções alcoólicas – são preparações cosméticas com funções tônicas
e estimulantes, destinadas à aplicação na superfície cutânea do tronco e
articulações;
▪ Loções – são utilizados para melhorar a funcionalidade e aparência da
pele. Estas estão destinadas a serem usadas em tratamento específico para o rosto.

HIDRATAÇÃO

Tratamento para o rosto - cremes para a noite, cremes nutritivos, anti-rugas,


contorno dos olhos, tratamentos para acne, para manchas.
Tratamento para o corpo - loções, cremes e óleos hidratantes, produtos para
celulite, estrias, busto.

Hidratantes

Sintomas e palavras-chave relacionadas: lubrificantes; emolientes; graxas;


cremes de barreira; cremes protetores.
Um hidratante é um agente elaborado para tornar o estrato córneo mais
suave e mais elástico por aumento de sua hidratação. Existe grande número de
preparações, muitas das quais comercializadas como hidratantes cosméticos e
terapêuticos.
Percebendo-se que o extrato córneo é um tecido dinâmico e interativo, foi
dada nova ênfase aos agentes usados para umidificar a pele; estes são
adequadamente chamados hidratantes. Sua multiplicidade e seus efeitos em
potencial são paralelos ao aumento de conhecimentos sobre o extrato córneo,
incluindo as funções de barreira, a perda de água transepidérmica e os agressores
exógenos e endógenos que resultam em pele seca e descamativa.
Os hidratantes constituem um grupo de produtos cosméticos elaborados para
o cuidado e higiene da pele. Suas pretensões estão centralizadas no tratamento de
pele seca, o que resultará em pele suave, mais flexível e com aparência mais

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saudável. Os hidratantes têm estado sob intenso exame nos últimos anos com
referência aos seus efeitos terapêuticos. Possivelmente são os produtos mais
prescritos em dermatologia e, até há pouco tempo, os dermatologistas recebiam
pouco ou nenhum treinamento referente a esses produtos, inclusive seus
ingredientes, farmacocinética, benefícios e toxicidades.
Os lipideos e os esteróis de ocorrência natural costumam ser acrescentados
aos hidratantes. Nas proporções corretas, esses agentes podem ajudar a promover
o reparo da função de barreira da pele. Nas proporções erradas, podem adiar o
reparo.
Os hidratantes, por vezes, são denominados umectantes, emolientes,
lubrificantes, óleos e graxas; entretanto, esses termos não são intercambiáveis.
Cada termo tem uma definição específica.
Alega-se que os hidratantes melhoram e previnem a pele seca; entretanto,
atualmente, não existe definição clara ou simples de pele seca. Essa depende de
vários denominadores, inclusive dos seguintes:
▪ Características sensoriais, como sensação de ressecamento,
desconforto, dor, prurido e ardor;
▪ Características táteis ásperas, desiguais e que se assemelham à areia;
▪ Características visíveis, como eritema, superfície sem brilho, placas
brancas secas, aspecto em flocos, soluções de continuidade e até fissuras.

Pierard tentou uma definição universal de pele seca: "pele seca não é uma
afecção peculiar e bem definida, mas representa uma mistura de alterações
totalmente sem relacionamento na estrutura do estrato córneo associado".
Condições ambientais e sistêmicas influenciam as propriedades da pele seca.
É extremamente importante prevenir o ressecamento; sem isso, seria
impossível a sobrevivência fora de um ambiente aquático. Afecções que resultam
em perda de epiderme (como a necrólise epidérmica tóxica) facilmente comprovam
sua importância.
As informações sobre os hidratantes aumentaram exponencialmente nos
últimos anos. Sua estrutura e função são surpreendentemente complexas e
sofisticadas; muitos são equidistantes entre cosméticos e medicamentos. Os
hidratantes do novo milênio incluem agentes que simulam ingredientes naturais e

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funcionam como plantas, incluindo vitaminas, hidroxiácidos e retinoides. Outros


ingredientes comumente encontrados são o colágeno, a elastina, o DNA, o ácido
ribonucleico (RNA), o hialuronato de sódio, a anafilaxia cutânea passiva (PCA) e as
ceramidas.
Os hidratantes conferem uma barreira temporária ao estrato córneo
danificado, o que proporciona tempo suficiente para a reparação dessa camada.

Por que devo hidratar a pele?

A hidratação proporciona o umedecimento balanceado às necessidades da


pele, que se desidrata (ou pelas condições climáticas, ou pelo próprio processo de
envelhecimento cutâneo).
Além disso, suaviza, amacia e refina a textura da pele, evitando o
ressecamento e consequente descamação e enrugamento da cútis.

Por que nutrir a pele é importante?

A partir de uma determinada idade (normalmente após os 25 anos), o


processo de renovação e alimentação celular entra em declínio gradativo e
constante.
Por isso, há necessidade de uma compensação da insuficiência dos
nutrientes naturais da pele, evitando-se, dessa forma, o aparecimento de rugas e
linhas de expressão.
Como a pele nutrida é mais elástica e seus tecidos revitalizados, a nutrição
amacia, nutre e umedece as várias camadas da pele.

Cremes e loções hidratantes

▪ Cremes hidratantes para os diferentes tipos de pele: Emulsões O/A,


emulsões A/O, cremes “oil- free”;
▪ Cremes de tratamento e nutritivos antienvelhecimento, antirrugas,
contorno dos olhos e dos lábios, cremes para o pescoço.

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OUTROS PRODUTOS PARA PELE

Máscaras faciais

São cosméticos apropriados para corrigir as imperfeições estéticas da pele do


rosto com objetivo de conferir um aspecto fresco e juvenil. Possui ainda efeitos
semelhantes aos das loções, deferindo pela sua maior intensidade de ação.
Composição:

• Emolientes;
• Despigmentantes;
• Adstringentes;
• Ativos.

Tipos de máscaras

• Máscaras-cremes – são sistemas homogêneos, mais ou menos


transparentes, segundo o hidrocoloide utilizado;
• Máscaras de dois corpos (2 fases) – são constituídas de 2 preparações
distintas, uma na forma de gel e outra na forma ativa, que se misturam
antes da aplicação;
• Máscaras instantâneas – são máscaras preparadas em institutos de
beleza com ingredientes comuns de máscaras e pode ser adaptada a
cada caso, em particular.

Sais de Banho

Os sais de banho foram um dos primeiros aditivos utilizados no banho, porém


hoje formam uma parte pouco importante dentro do mercado total de produtos de
banho. São compostos de sais inorgânicos solúveis, agradavelmente perfumados e
corados, destinados a dotar o banho de propriedades de fragrância, cor e abrandar
água dura.

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Óleos de banho

A função principal do banho é limpar o corpo. Já os óleos de banho têm a


função de lubrificar a pele e para perfumar o corpo. Eles se classificam em duas
categorias principais: óleos não dispersíveis e dispersíveis.
Óleos não dispersíveis consistem na mistura de óleos, ésteres graxos
líquidos, álcoois graxos líquidos, perfume e corante. Geralmente são
comercializados na fórmula de cápsulas gelatinosas.
Óleos dispersíveis consistem em uma mistura semelhante ao não dispersível,
acrescido de tensoativos, que ao serem incorporados a água do banho forma uma
emulsão nas condições de temperatura e dureza da água durante o banho.

Esfoliantes

O peeling ou esfoliação é uma abrasão da pele. A palavra peeling origina-se


do verbo inglês to peel significando pelar, descamar, esfolar, desprender. Visa à
renovação da pele a partir da descamação das camadas mais superficiais (epiderme
e/ou derme superficial), melhorando a textura da pele e seu contorno.
Após um processo de esfoliação a pele fica:

▪ Mais macia;
▪ Mais limpa;
▪ Tonalidade mais clara e uniforme;

Esfoliantes químicos:

▪ São queratolíticos como o ácido salicílico, ácido retinoico, ácido


retinoico, ácido glicólico, ácido tricloroacético, resorcina, fenol;
▪ Rompem a estrutura interna das células mortas com a aplicação tópica
do produto;
▪ Indicação: tratamento de manchas, acne e envelhecimento cutâneo;

Esfoliantes mecânicos:

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▪ São os que possuem grânulos abrasivos: microesferas de polietileno,


óxido de alumínio, fragmento de sementes de frutas, grânulos de Bórax;
▪ Necessitam ser friccionados sobre a pele.

Esfoliantes físicos:

▪ Microdermoabrasão - jato de microcristais de hidróxido de alumínio em


alta pressão, bombardeando a pele ao mesmo tempo em que aspira os cristais e a
pele atingida por eles;
▪ Laser.

PRODUTOS PARA CABELO

XAMPUS

Os xampus têm por objetivo a limpeza dos cabelos e do couro cabeludo e,


para tal, eles devem ser capazes de:
▪ Deixar os cabelos soltos, leves, brilhantes e fáceis de pentear;
▪ Conferir ordem, sem eletricidade estática;
▪ Não modificar o pH do couro cabeludo.

Agentes de lavagem, o elemento essencial da composição dos xampus é a


presença de um ou mais tensoativos, agentes de lavagem cuja concentração deve
ser suficientemente capaz de limpar os cabelos em toda sua extensão. Esses
detergentes constituem a base de todos os xampus.
Lavar o cabelo consiste em remover a sujeira com água. Como a sujeira do
cabelo é tipicamente formada por substâncias hidrofóbicas como gorduras, a
interação água/sujeira não é muito grande. A propriedade tensoativa dos
detergentes possibilita um aumento de contato da água com a sujeira a ser
removida. Além disso, para minimizar o contato das caudas hidrofóbicas com a
água, o detergente orienta- se as inserindo na sujeira, que é hidrofóbica, deixando
sua cabeça polar em contato com a água. A água então pode interagir melhor com a

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sujeira, carregando-a da superfície em que está adsorvida.

INTERAÇÃO DA GORDURA (GOTA DE ÓLEO) COM AS MOLÉCULAS DE


DETERGENTE, POSSIBILITANDO SUA REMOÇÃO PELA ÁGUA.

Espuma

Quando um tensoativo é dissolvido em água, as suas moléculas orientam-se


de tal maneira que as extremidades hidrofílicas se dirigem para água e as
hidrofóbicas para as interfaces água/recipiente ou água/ar. Havendo outro corpo
presente, por exemplo, sujeira, este também será envolto por uma película de
tensoativo, orientada da mesma forma. Em função deste fenômeno de orientação
dos produtos tensoativos quando em solução, temos a formação de espuma e o
poder detergente.

DISPERSÃO DE UM TENSOATIVO EM ÁGUA E A FORMAÇÃO DE BOLHA

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A figura (A) mostra a dispersão de um tensoativo (detergente) em água. As


moléculas do detergente tendem primeiramente à superfície da solução, tornando as
interações porção hidrofóbica/ar e porção hidrofílica/água possíveis.
Com o aumento da concentração do detergente em água, suas moléculas irão
para o interior da solução, formando micelas, numa tentativa de aumentar a
interação entre suas próprias caudas hidrofóbicas para excluir as moléculas de água
desta porção.
A figura (B) mostra a formação de uma bolha, que ocorre quando a
quantidade de detergente em solução é ainda maior e ele passa a interagir com o ar.
Quando em solução está presente a gordura (sujeira), é com ela que sua porção
hidrofóbica irá interagir, permitindo sua solubilização e remoção pela água.
Quando uma bolha de ar penetra na solução, forma-se na interface ar/água
ou impureza/água um filme de tensoativo, que pode no primeiro caso, sair do meio,
envolvendo uma fina película de água, e no segundo caso, a partícula de impureza
tende a manter-se suspensa no meio. Assim, no caso específico da limpeza dos
cabelos contaminados por impurezas de característica graxa, ocorre o mesmo
fenômeno de orientação, havendo com isto a formação de uma micela, a qual se
solta do fio de cabelo.

Composição básica:

▪ Tensoativos aniônicos (detergentes);


▪ Tensoativos secundários: doadores de estabilizadores de espuma e
viscosidade;
▪ Agentes com propriedades específicas: espessantes; redutores de
irritação; agentes de condicionamento; e penteabilidade ativos diversos;
▪ Estabilizantes da formulação: conservantes; antioxidantes; sequestrantes;
▪ Modificadores de caracteres organolépticos e atributos de marketing:
corante, perolizante; opacificante; fragrância;
▪ Veículo.

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Requisitos necessários:

• Espumar e limpar com equilíbrio;


• Ser de fácil aplicação e enxágue, sem deixar resíduo;
• Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo;
• Ser suave, não tóxico e não irritante;
• Deixar os cabelos com brilho, maciez, volume e maleabilidade;
• Ter boa penteabilidade a úmido e a seco;
• Não causar a formação da carga estática;
• Ter fragrância agradável, com boa expansão e fixação;
• Ser estável durante o período de validade proposto;
• No caso de xampus medicamentosos, a ação do ativo deve ser o
principal alvo, mas nunca esquecer o aspecto sensorial após lavagem.

Requisitos Técnicos:

• Funcionabilidade: atender às necessidades e expectativas do


consumidor, ser adequado ao uso proposto;
• Atender aos caracteres organolépticos: odor e aparência agradáveis,
relacionado aos conceitos de marketing (quando possível);
• Espuma: cremosa, abundante (bolhas miúdas úmidas);
• Viscosidade: suficiente para não escorrer pelos dedos durante uso e
para evitar a separação de fases;
• Baixa irritabilidade à pele e aos olhos.

Técnica de preparo

▪ Pesar todos os componentes e medir a quantidade de água;


▪ Num cálice misturar os tensoativos com auxílio de bastão;
▪ Adicionar o conservante;
▪ Sob agitação leve, acrescentar aos poucos a água, homogeneizando
até dissolver;
▪ Adicionar os aditivos solúveis (extratos glicólicos, silicones, etc.);

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▪ Espessar o xampu, se necessário;


▪ Ajustar o pH final para 5,0 – 6,5;
▪ Adicionar a essência e o corante;
▪ Acondicionar e rotular.

CONDICIONADORES

O condicionador de cabelo é uma associação de diversos produtos que


apresentam características que complementam o tratamento do cabelo. O
condicionador deverá possuir caráter catiônico, pois isto permite a sua fixação com a
queratina. Dependendo do tipo de cabelo e do tipo de xampu utilizado previamente,
a composição de um condicionador pode variar, mas, em linhas gerais, ele deve
apresentar as seguintes características:
▪ Poder antiestático na redução da eletricidade estática;
▪ Facilitar o pentear, ficando o cabelo solto e relativamente macio com
boa penteabilidade a úmido e a seco;
▪ Poder engordurante, pois em alguns casos o xampu desengordura em
excesso e é necessária a reposição desta gordura sobre o cabelo e couro cabeludo;
▪ pH ácido, pois normalmente o detergente aniônico aumenta o pH do
couro cabeludo e, com a utilização de um produto ácido, o pH da epiderme volta ao
normal (ideal entre 4 e 5);
• Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo;
• Ser suave, não tóxico e não irritante;
• Ter fragrância agradável com boa expansão e fixação;
• Ser estável durante o período de validade;
• Não ser susceptível a contaminação microbiológica.

Composição básica:

• Tensoativo catiônico;
• Compostos quaternizados;
• Umectante e Emoliente;
• Doador de consistência;

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• Aditivos;
• Estabilizantes e Corretivo de pH;
• Água;
• Corante e essência;

TINTURAS

História

Tingir os cabelos é uma arte antiga, que remonta aos tempos dos faraós. Há
mais de três mil anos os egípcios foram os primeiros a desenvolver a técnica de
tintura de tecidos e de cabelos, utilizando inúmeros corantes que extraíam da
matéria animal e vegetal. Esses mesmos corantes foram utilizados por muitas
civilizações no decorrer dos séculos, e mesmo até nos dias atuais. E ainda estão
ligados à antiguidade que mesmo o som dos seus nomes originais como “camomila”,
“henna” e “indigo”, somente para citar alguns, transmite uma aura de magia e
mistério.
Até o último terço do século XIX, a coloração capilar era feita com a mistura
de plantas e compostos metálicos muito embora a primeira tintura orgânica sintética
o “Pirogalol” (1,2,3 – Trihidroxibenzeno) ter sido observado pela primeira vez pôr
Scheele em 1786, somente foi isolado e identificado por Bracconot em 1832.

Coloração do cabelo

Dois principais tipos de pigmentos produzem a ampla gama de cores nos fios
de cabelo dos mamíferos: as eumelaninas (preta e marrom), caracteristicamente
insolúveis, e as feomelaninas, solúveis em álcalis e que variam da cor amarela até
marrom avermelhado. Estes dois grupos de pigmentos são produzidos, sob controle
genético, em melanócitos na camada basal da raiz dos cabelos. Os grânulos de
melanina são transferidos para os queratinócitos circundantes à medida que migram
da matriz para a haste do cabelo.

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Objetivos da coloração

Atualmente estima-se que 40 a 45% das mulheres dos países industrializados


consumam produtos colorantes. E as principais razões são: tendência da moda, a
cor dos cabelos tem importante impacto nas interações sociais e podem despertar
fortes respostas emocionais, muitas vezes, reflete nosso relógio biológico.
Mascarar as alterações fisiocronológicas: o cabelo loiro e castanho
frequentemente é mais claro na infância; escurecendo durante a adolescência até a
idade adulta. Algumas formas de cabelo grisalho têm relação com fatores
nutricionais e podem ser prontamente revertidas pela mudança dietética, mas, o
envelhecimento natural que ocorre com a idade, parece estar de alguma forma
relacionada com a exaustão irreversível da enzima formadora de melanina, a
tirosinase.
Embora algumas pessoas comecem a ficar com o cabelo grisalho já aos 20
anos, na maior parte dos casos isso acontece mais tarde. A época de ocorrência
desse processo é determinada geneticamente. A consequente perda da cor dos
cabelos preocupa muitas pessoas quase quanto à calvície. À vontade de mascarar
as mudanças de cor que acompanham o envelhecimento é uma das razões pelas
quais as pessoas de todas as idades mudam a cor dos cabelos.

Mecanismo de coloração

Há um problema com relação à tintura de cabelo humano, um paradoxo: a


porção externa do cabelo humano ou cutícula apresenta inúmeras camadas de
escamas interligadas; caso se deseje que a cor não saia do cabelo ou não seja
facilmente lavada, as moléculas do corante devem penetrar na cutícula e serem
absorvidas pelo córtex.
No entanto, diferente dos tecidos, que podem ser tingidos em temperaturas
altas e por muitas horas, o cabelo humano deve ser tingido em temperatura
ambiente, com período de aplicação relativamente curto. Portanto, para que as
moléculas penetrem na cutícula do cabelo humano, elas devem difundir muito
rapidamente. Isso significa que as moléculas que constituem as tinturas de cabelo
devem ser pequenas. Contudo, para colorir o suficiente e ser utilizada como corante,

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a molécula deve ser relativamente grande. Embora pareça uma situação impossível,
há pelo menos quatro diferentes soluções para o problema, e cada solução dá
origem a um tipo diferente de produto colorante para os cabelos.
Os processos de coloração dos cabelos são baseados em sistemas
oxidativos, iônicos, metálicos ou reativos. Estes são classificados como:

Sistema permanente ou oxidante

São formados por substâncias intermediárias ou precursoras de cor e


acopladores. As substâncias intermediárias funcionam como corantes apenas depois
de oxidadas (H2O2), ligando-se aos acopladores e produzindo a cor desejada. O
processo baseia-se, portanto em reações de precursores - pigmentos, que ocorrem
no interior da fibra capilar sob condições específicas, estas reações geralmente
ocorrem em meio alcalino (amônia) pH 8 a 10. A amônia promove a tumefação e
abertura das cutículas facilitando a absorção dos corantes e do peróxido de
hidrogênio. Ajustando as proporções de oxidantes (H2O2), precursores e
acopladores, podem obter tonalidades mais claras ou escuras.

MECANISMO DE SISTEMA DE COLORAÇÃO PERMANENTE


http://www.espacoestetica.com.br/artigo_beleza/cabelo3.htm

Estes produtos, em geral, proporcionam abertura demasiada das cutículas,


necessária para otimizar a absorção dos corantes pelo córtex, como consequência
deste mecanismo, há diminuição da maciez, brilho, aumento do esforço necessário

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para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um cabelo saudável.

Sistema semipermanente

A tintura de cabelo envolve o uso de moléculas de tamanho intermediário. Um


número relativamente pequeno de materiais apresenta tamanho molecular
suficientemente pequeno para penetrar no cabelo, embora ainda sejam grandes
para serem usadas como tinturas.
Os corantes penetram na cutícula do cabelo e são depositados no córtex.
Eles não são removidos com uma simples lavagem com água e não sofrem o efeito
fricção. Contudo, como estes corantes são bem pequenos para se difundir por meio
da cutícula para o córtex, é provável que eles retornem novamente para fora, e a
utilização de xampus os remova gradualmente. Em geral, eles saem do cabelo com
cinco ou seis aplicações de xampus, o brilho acaba e a cor real do cabelo começa a
aparecer, sendo necessário reaplicar o produto. Como estes corantes não são
verdadeiramente permanentes, nem são completamente removidos com uma ou
duas lavagens com xampu, eles são denominados semipermanentes.
Estes produtos, também, de forma geral, proporcionam abertura das
cutículas, necessária para otimizar a absorção dos corantes pelo córtex, como
consequência deste mecanismo, há diminuição da maciez, brilho, aumento do
esforço necessário para pentear, atributos indispensáveis e desejados em um cabelo
saudável.
MECANISMO DE ISTEMA DE COLORAÇÃO SEMIPERMANENTE

http://www.espacoestetica.com.br/artigo_beleza/cabelo3.htm>

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Sistema Temporário

Usam-se corantes que apresentem moléculas grandes em sua composição,


demasiadamente grandes que não podem atravessar a cutícula do cabelo sob
condições normais. Corantes como esses, normalmente são muito grandes para
penetrar a cutícula do cabelo. Os produtos de tintura de cabelo que usam tais
corantes geralmente são aplicados por processo de deposição. Deixa-se a solução
de corante secar sobre o cabelo e os corantes se depositam sobre a superfície da
cutícula.

MECANISMO DO SISTEMA DE COLORAÇÃO TEMPORÁRIA

http://www.espacoestetica.com.br/artigo_beleza/cabelo3.htm>

Algumas desvantagens importantes também estão associadas às tinturas


temporárias: os corantes são removidos pelo uso de xampu e até pela simples
umectação dos cabelos. A exposição à chuva pode transferir o corante para as
roupas ou pode mesmo colorir a pele; o corante pode até manchar superfícies como
roupas de cama.

PRODUTOS SOLARES

RADIAÇÃO SOLAR

A radiação solar é composta por radiações de diversos comprimentos de


ondas, o chamado espectro eletromagnético. Quase 99% deste espectro são
compostos pela chamada radiação não ionizante composta por raios ultravioletas
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(5%), infravermelhos (60%) e luz visível (35%).

ESPECTRO DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

FONTE: CARVALHO et al, 2005.

De acordo com o comprimento de onda, os raios UV são classificados em


raios UVC, em raios UVA (320-400nm) e em raios UVB (280-320nm). Em
decorrência da destruição da camada de ozônio, os raios UVB, que estão
intrinsecamente relacionados ao surgimento do câncer de pele, têm aumentado
progressivamente sua incidência sobre a terra. Da mesma forma, tem ocorrido um
aumento da incidência dos raios UVC, que são potencialmente mais carcinogênicos
do que os UVB. Por sua vez, os raios UVA independem desta camada e causam
câncer de pele em quem se expõe a eles em horários de alta incidência,
continuamente e ao longo de muitos anos.

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SPECTRO DE RADIAÇÃO UV. REPRESENTA AS RADIAÇÕES E OS


COMPRIMENTOS DE ONDA EM QUE ELES COMPREENDEM

O espectro de radiação que atinge a pele esta situada entre 290 e 700 mm,
uma vez que a camada de ozônio bloqueia boa parte da radiação ultravioleta, antes
de atingir a terra.
A proteção efetiva contra radiação solar está disponível na forma de
formulações conhecidas como filtros solares ou como bloqueadores solares. A
eficácia de uma formulação de protetor solar é comumente determinada pela maior
ou menor proteção proporcionada contra a queimadura solar externada por meio de
um índice conhecido como fator de proteção solar (FPS) e definido como razão entre
a quantidade de energia (em tempo) necessária para produzir eritema mínimo na
pele protegida pelo filtro solar e quantidade de energia (tempo) que leva ao mesmo
grau de eritema a pele não protegida.

Tipos de raios ultravioletas

▪ Raios ultravioletas C (UVC) - OS Raios UVC são os mais curtos,


não atingem a superfície da terra em quantidade significativa, pois são filtrados na
camada de ozônio, portanto, ainda não constituem risco para a população. Com a
diminuição progressiva desta camada, entretanto, esta radiação se tornará perigosa;
▪ Raios ultravioletas B (UVB) - Ultrapassam a camada de ozônio,
atingem a pele penetrando nas camadas mais profundas da pele, com um efeito
direto, causa vermelhidão, depressão imunológica, inibição da síntese de proteínas e

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mitoses, das membranas celulares e alteração celular. Os raios UVB são


parcialmente bloqueados pela camada de ozônio, e a diminuição de 1% desta
provoca o aumento de 2% da radiação UVB na superfície do planeta, o que gera
uma elevação potencial da incidência de câncer de pele;
▪ Raios ultravioletas A (UVA) - Penetram na pele causando
alterações indiretas. Atualmente, as UVAS têm sido divididas em duas ou três
partes. Até alguns anos atrás, os efeitos exatos da radiação UVA na pele eram
desconhecidos. Hoje, sabe-se que estes raios estão implicados no envelhecimento
da pele. A radiação UVA não provoca usualmente vermelhidão na pele. Ela é
responsável pela pigmentação imediata da pele, por isso é utilizada em câmaras de
bronzeamento.

FATORES QUE AFETAM A RADIAÇÃO NA SUPERFÍCIE DA TERRA

Evidentemente, o vestuário determina a extensão da superfície da pele


exposta ao sol. A radiação UV pode passar através do tecido. Uma boa indicação é
a seguinte: se você puder enxergar o sol, ele pode ver você. Segure um tecido
contra o sol. Se o sol atravessar o tecido, significa que a pele irá receber alguma
radiação UV através dele. A título de exemplo, um brim (tipo jeans) fornece boa
proteção; um tecido de algodão leve, de trama bem fechada, permite a passagem de
aproximadamente 15% de raios UV; algodão molhado é mais permeável (30% de
penetração), de modo que nadar usando camiseta oferece pouca proteção. Uma
meia de náilon deixa passar uns 75% da luz UV para a pele.
O uso de chapéu é um método importante de proteção contra exposição
solar. Na Austrália, as campanhas de prevenção contra câncer de pele procuram
estimular o uso de chapéus com abas. A regra em algumas escolas australianas é
clara: “sem chapéu, sem recreio”.
O corpo em relação ao sol — é o segundo fator mais importante a determinar
a rapidez com que a pele irá queimar. Quanto mais o ângulo do sol em relação à
terra aproximar-se de 90º, tanto mais curto é o caminho dos raios através da
atmosfera e, consequentemente, tanto menor a quantidade de energia UV – e mais
especificamente, de UVB – que é retida pela atmosfera. Isso significa que tanto à
estação, como a altitude e a hora do dia afetam a quantidade de raios UV que

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finalmente irão chegar à superfície da terra em determinado instante. O horário em


torno do meio-dia é, sem dúvida, o de sol mais forte, de modo que é melhor evitar
expor-se ao sol entre as dez horas da manhã e às três da tarde. Além disso, para
cada 300 metros de aumento na altitude, ocorre um aumento de 4% na radiação
direta.
As nuvens retêm um pouco mais de luz UV, mas a proteção solar continua
necessária, mesmo em dias nublados.
Embora o vidro de janela não seja permeável a UVB, a radiação UVA passa
através de todo vidro que não seja especialmente tratado para refletir esse tipo de
radiação. A quantidade de raios UV atravessa os óculos de sol depende da
composição das lentes. A maioria dos óculos de sol deixa passar raios UV.
A água oferece pouca proteção contra raios UV. À profundidade de 1 metro, a
raios UV ainda é 50% da radiação na superfície. Ao contrário do que normalmente
se acredita, a água reflete apenas 5% da luz solar. Areia reflete 17% dos raios UV,
grama 25%, e neve, ponderáveis 85%. Tendo em vista que tecidos de algodão são
atravessados pela luz UV, e que tanto a grama como a areia refletem essa luz, é
perfeitamente possível sofrer queimadura solar sentado debaixo de um guarda-sol.

RADIAÇÃO SOLAR E PELE

Penetração dos raios na pele

Os raios UV são quase totalmente absorvidos pelas primeiras células


epidérmicas. A luz visível é bem mais penetrante, atravessando integralmente 0,6
mm de pele. Os infravermelhos (IR) calóricos são mais penetrantes, porém perdem
gradualmente esta propriedade à medida que aumenta a longitude de onda.
A radiação penetra na pele de maneira irregular, pois a mesma possui muitas
camadas que também são dispostas irregularmente.
A penetração da radiação vai depender também de fatores individuais de
cada pessoa, como a raça, as regiões do corpo afetadas, a cor e outros. A
espessura da camada córnea representa um fator muito importante e explica o
comportamento da pele da planta dos pés e da palma das mãos em relação à
radiação solar.

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PENETRAÇÃO RADIAÇÃO NA PELE

Sistemas humanos de proteção contra a radiação solar:

▪ Espessamento da camada córnea (queratina) – 24 a 36 horas após a


irradiação UV a epiderme sofre um espessamento cuja finalidade é absorver parte
da radiação incidente;
▪ Suor (ácido urocânico) – o ácido urocânico presente no suor possui
alta capacidade de absorção na região UVB. Tal proteção, porém é transitória,
devido a sua perda por solubilização na água e evaporação do suor;
▪ Melanina – constitui-se no principal mecanismo de defesa contra a
radiação solar.

Efeitos nocivos da radiação solar sobre a pele

A energia absorvida pela pele inicia mudanças moleculares e atômicas que


podem resultar em alterações das funções bioquímicas e biológicas da mesma, com
consequente predisposição a séries patológicas.
Encontramos dentro destes quadros, lesões crônicas da pele, manifestadas
por enrugamento, atrofia, formação de placas (elastose actinica) que mesmo
evidenciando formação benigna é considerada na atualidade como uma condição
potencialmente pré-cancerosa.
Os efeitos da radiação solar sobre a pele podem ser agudos ou crônicos, e

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estão diretamente relacionados com a dose total de radiação UV recebida.

Efeitos agudos

• Eritema calórico – efeito térmico causado por 60% da radiação


infravermelha e 40% pela radiação visível, tendo como consequência a sudorese;
• Queimadura solar – eritema. Sensação de calor, edema, febre, bolhas,
descamação. A gravidade do quadro depende da sensibilidade individual e do tempo
de exposição. É causada principalmente pelos UVB que causam a morte das células
e a inflamação da pele;
• Fotossensibilidade induzida por drogas – algumas drogas sob ação da
radiação UV, podem causar fototoxicidade grave. São exemplos clássicos:
psoralenos, antibióticos, sulfonamidas, fenotiazidas, clorotiazidas, etc.
• Agravamento de doenças – a radiação solar pode agravar o lupus
eritematoso, o vitiligo, o herpes viral simples, etc.

Efeitos crônicos

As manifestações crônicas produzidas pela radiação solar envolvem


alterações das fibras colágenas e elásticas, com consequente aparecimento de
rugas, atrofia da pele e alterações pigmentarias hiperqueratinizadas (queratose
actínica).
▪ Envelhecimento prematuro – manifesta sob forma de lesões
pigmentadas (queratose actínica), alterações do colágeno e elastina (rugas, atrofia);
▪ Câncer de pele – é o mais comum dos problemas malignos da
radiação solar.

Se aceita, atualmente, que a luz UV lesa e reduz o número de células de


Langherhans epidérmicas com consequente alteração no sistema imunológico.
Segundo dados do Ministério da Saúde no Brasil, o câncer de pele é o tumor
mais frequente nos indivíduos adultos, correspondendo a aproximadamente 25% de
todos os tumores diagnosticados, em todas as regiões geográficas.

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Efeitos benéficos da radiação solar

▪ Estimula a síntese de vitamina D;


▪ Ativa a circulação, faz o homem sentir-se bem fisicamente, melhora o
humor e a fertilidade;
▪ Aumenta o número de glóbulos vermelhos, hemoglobina e anticorpos;
▪ Aumenta o rendimento e a capacidade de aprendizagem.

SISTEMA MELÂNICO

Todas as peles são naturalmente pigmentadas, mesmo as mais claras. A


ausência total de pigmento (albinismo) leva ao aparecimento de queimaduras
solares. Nos países equatoriais, essa alteração pode provocar lesões cutâneas
graves e mesmo cancros da pele desde a adolescência.
Na extremidade das radiações infravermelho (IV) do espectro solar, os raios
de grande comprimento de onda (800 nm) e de fraca energia, penetram
profundamente na derme, levando à elevação do calor local, desencadeando a
vasodilatação reflexa destinada a diminuir a temperatura. Não provocam
pigmentação em nenhuma lesão durável.
A parte visível do espectro ainda é penetrante e tem energia calórica na zona
do vermelho e amarelo, principalmente nas peles coradas, não refletoras. Possui
igualmente poder pigmentogênico nos seus comprimentos de onda mais curtos, mas
são nos raios ultravioleta (UV) que as radiações de ondas curtas, menos
penetrantes, dotadas de maior energia eletromagnética, provocam queimaduras
solares que, ao longo do tempo, condicionam alterações irreversíveis na epiderme e
na derme, tanto maiores, quanto mais clara for a pele.
A proteção contra os raios UV é assegurada pelo sistema melanocitário cujas
células, vindas da crista neural, elaboram o pigmento melânico e cedem-no aos
queratinócitos vizinhos para formar uma mancha pigmentada continua que absorve
parte da energia fotônica UV.

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MELANÓCITO

Elaboração e estrutura química das melaninas

Melanina

É um pigmento de cor marrom escura, produzido por uma célula especial


chamada melanócito, que se encontra na camada germinativa da epiderme. Os
melanócitos têm como função produzir os grãos de melanina. Estes grãos migram
das ramificações dos melanócitos para o interior de células vivas da epiderme.
Dentro destas células, os grãos de melanina se localizam em uma posição muito
especial do citoplasma, isto é, sobre o núcleo da célula.
Esse fato é muito importante porque a melanina tem a capacidade de
absorver os raios UV provenientes do sol, protegendo os núcleos das células. São
esses núcleos que trazem a carga genética da célula que com ação dos raios UV
podem sofrer alterações cromossômicas e provocar desde a morte da célula até a
alteração de suas funções gerando um câncer. Quanto maior for a quantidade de
melanina da epiderme da pessoa, mais escura será sua pele.
Lesões do DNA pelos raios UV

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O melanócito sintetiza a melanina a partir da TIROSINA. O melanócito a partir


da tirosinase, uma enzima cobre-dependente, promove a hidroxilação em C3 do
núcleo fenólico da tirosina levando à formação da DOPA. A ausência congênita de
tirosinase, que é um distúrbio autossômico recessivo, gera o albinismo. Então, a
partir da oxidação da DOPA por um processo de ciclização envolvendo uma quinona
é gerado um polímero quinoide que é a melanina.
A melanogênese: a tirosinase é sintetizada no retículo endoplasmático rugoso
e armazenada em vesículas do aparelho de Golgi. Quando a síntese de melanina se
completa no melanossomo, quando não há mais atividade enzimática está pronto o
grão de melanina. A perda do poder melanogênico dá-se por mecanismos
intrínsecos aos melanócitos do bulbo piloso, não havendo alteração dos melanócitos
da epiderme. Ocorre na fase da catagênese, onde cessa a atividade da papila
dérmica, quando começa a fase de repouso fisiológico, paralisando então, o
processo da transcrição do código de síntese da tirosinase. Sabe-se que a atividade
celular no bulbo é cíclica, então todo o processamento bioquímico paralisa, bem
como a síntese de pigmento pelo melanócito. Após os 30 anos de idade é possível
que esta paralisação tenha mais dificuldades para se reativar, provavelmente por
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defeitos no material genético do melanócito, causadas por radicais livres, o que torna
impossível a codificação das informações em RNA para a síntese da tirosinase, que
por sua vez lentifica e aumenta a insuficiência da melanina. Este procedimento não
pode ser mais revertido naturalmente, progredindo assim, para uma degeneração
irreversível.
São os melanossomas que, no citoplasma do melanócito, sintetizam a
melanina devido à “tirosinase”. Este sistema enzimático contendo cobre, vai oxidar
em di-hidroxi-fenil-alanina (DOPA), depois esta em dopa-quinona e finalmente num
polimerizado de derivados (quinonas e indois) da tirosina, que constitui a melanina
negra ou castanha (eumelanina). É um pigmento extraordinariamente resistente a
toda ação enzimática e química e praticamente insolúvel.
As feomelaninas são ligeiramente diferentes e aparecem nos cabelos claros
(melaninas vermelhas e amarelas). A despigmentação patológica é geralmente
devida à destruição parcial dos melanócitos (vitiligo, acromias cicatriciais). No
albinismo pelo contrário, a acronemia é constitucional.

BRONZEAMENTO

É uma reação fisiológica de defesa do organismo, que se manifesta pela


pigmentação cutânea devido à produção de melanina na epiderme. Os grânulos de
melanina incolores migram para o extrato córneo (superfície da pele) e são oxidados
(escurecem) pela radiação UVA.

Reação de síntese:

Tirosina 3,4-
hidroxifenilalanina dopaquinona leucodopacromo dopacromo 5,6-
dihidroxiindol indol 5,6 quinona melanina.

FOTOSSENSIBLIZAÇÃO

Constitui-se numa manifestação cutânea devido a uma reação mediada pela


luz. Os filtros solares (químicos), por serem extremamente fotorreativos, ou seja,

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apresentam a habilidade para absorver radiação e tornarem-se quimicamente


fotorreativos, podendo ser potencialmente fotossensibilizantes. Porém se
considerarmos os trabalhos químicos de fotossensibilização realizados com essas
reações adversas produzidas pelos filtros são muito pequenas.
Tais condições tornam-se desnecessárias quando utilizamos os filtros solares
físicos, cujo potencial fotossensibilizante é considerado nulo.

Risco de melanoma à exposição solar

A incidência de melanoma maligno de pele tem aumentado em vários países


nos últimos quarenta anos. Tal fato vem sendo alvo de preocupação para as
autoridades de saúde pública desses países e, muitas campanhas de prevenção e
diagnóstico precoce têm sido realizadas nos últimos anos. O melanoma cutâneo é
potencialmente hoje um câncer que pode ser curado se tratado precocemente, mas
sua letalidade ainda é alta nos casos em que a doença é diagnosticada em fase não
inicial.
A evidência de que as pessoas de pele clara têm maior predisposição para o
desenvolvimento deste tipo de câncer é fortalecida ao se verificar que os
coeficientes de ocorrência, em populações de raça negra e amarela, são inferiores
às de raça branca. A hipótese de que o melanoma esteja relacionado a exposições
solares intermitentes intensas já foi descrita por muitos autores. Outros fatores
devem estar envolvidos dentro da etiologia do melanoma cutâneo. O trabalho rural
como os hábitos de lazer e de atividades esportivas ao ar livre favorece
enormemente a exposição solar no Brasil. Por outro lado, a grande miscigenação de
etnias no país dilui, em parte, o risco de ter pele clara, originária da raça branca.
O câncer da pele é um tumor formado por células da pele que sofreram uma
transformação e multiplicam-se de maneira desordenada e anormal dando origem a
um novo tecido (neoplasia). Entre as causas que predispõem ao início desta
transformação celular aparece como principal agente à exposição prolongada e
repetida à radiação ultravioleta do sol. O câncer da pele atinge principalmente as
pessoas de pele branca, que se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou
se bronzeiam com dificuldade. Cerca de 90% das lesões localizam-se nas áreas da
pele que ficam expostas ao sol, o que mostra a importância da exposição solar para

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o surgimento do tumor. A proteção solar é, portanto, a principal forma de prevenção


da doença.

FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR

O sistema de definição do fator de proteção é aplicado nos Estados Unidos


desde 1978 e é regulamentado pelo FDA. O sistema avalia o eritema ocasionado na
pele de uma pessoa após certa quantidade de horas expostas ao sol, com o uso ou
não de determinado filtro protetor.
O FDA exige testes em 20 a 25 pessoas antes de autorizar a comercialização
do produto. O FPS que será atribuído ao produto é dado por uma média obtida em
um grupo de indivíduos testados. Se, por exemplo, são necessárias cinco vezes
mais tempo de exposição para causar eritema na área protegida do que foi
necessário para causar em eritema na área desprotegida, então o FPS do produto
será cinco. Um FPS 15 é, frequentemente, considerado como suficiente bloqueando
a grande maioria das radiações incidentes. O FPS informa ao consumidor quanto
tempo a mais ele poderia se expor sem se queimar, assumindo que o protetor
continua na pele para fazer efeito. Assim, um FPS 15 aplicado num indivíduo que
normalmente necessitaria de cerca de 20 minutos para queimar, terá uma proteção
durante cerca de 300 minutos, ou seja, 5 horas.
O FPS usa como ponto de avaliação o eritema, o qual é basicamente
decorrente dos raios UVB. Assim, é possível encontrar um produto com FPS baixo
ou moderado (FPS menor que 15) que não oferece praticamente nenhuma proteção
contra os raios UVA. Na realidade, a maior parte dos protetores solares disponíveis
no mercado fornece uma cobertura limitada para os raios UVA. Somente as
preparações contendo oxido de zinco ou avobenzona oferecem uma ampla proteção
contra os UVA.
É definido como a razão entre a quantidade de energia (em tempo)
necessária para produzir eitema mínimo na pele protegida pelo filtro solar e a
quantidade de energia que leva à pela não protegida ao mesmo grau de eritema.
FPS = dose mínima eritematosa (pele protegida) dose mínima eritematosa
(pele não protegida)

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O FDA reconhece o valor máximo de FPS 30. A seguir a porcentagem de


proteção obtida a cada
FPS:

FPS 8 87,5%
FPS 20 95%

FPS 30 96,7%

FPS 40 97,5%

FPS 70 98,6%

FPS 100 99%

FOTOPROTETORES

Existem dois tipos de agentes filtradores: os filtros solares orgânicos e os


inorgânicos. Os filtros orgânicos ainda são chamados de solúveis ou químicos
enquanto os inorgânicos são também conhecidos como físicos, minerais, insolúveis,
naturais ou não químicos. Essa última apelação é obviamente, mal empregada neste
caso, mas tem ganhado certa aceitação por parte da indústria.
Os filtros orgânicos são substâncias compostas por moléculas complexas. A
ação fotoprotetora dos filtros se deve à sua capacidade de absorver os UV,
impedindo a transmissão de radiação até os tecidos subjacentes e evitando assim
qualquer efeito nocivo. Não existe filtro químico eficiente para todo o espectro dos
UV. Existem filtros com espectro de absorção estreito, seletivo dos UVB
(antranilatos, benzimidazoles, benzilidene canforado, cinamatos e ésteres do ácido
p-amino benzoico - PABA) e filtros com espectro largo apresentando também
alguma eficácia contra os UVA (benzofenona e os derivados do dibenzoilmetano
como a avobenzona). Hoje, existem dúzias de ingredientes ativos para a produção
de filtros solares, mas nem todos são aprovados pelos organismos
regulamentadores.
Os filtros minerais ou substâncias bloqueadoras são as novas gerações de
filtros. Esses bloqueadores inorgânicos vêm sendo usados cada vez mais
frequentemente. Sua popularidade provém do fato de não serem tóxicos, além de
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muitos eficazes na proteção contra os UVA. As duas partículas mais usadas e


aprovadas tanto nos Estados Unidos quanto no Japão e na Europa são o dióxido de
titânio, (TiO2) e o dióxido de zinco (ZnO).
Nas formulações solares, o componente mais caro é o filtro solar. Por esse
motivo, alguns fabricantes de produtos químicos têm desenvolvido estudos sobre
produtos apresentando sinergismo com esses filtros, ou seja, capazes de aumentar
o poder protetor dos mesmos. Assim, com uma mesma quantidade de filtro obtém-se
um FPS maior ou, ainda, pode-se reduzir a quantidade de filtro usado na formulação
e manter o mesmo FPS. De uma forma ou de outra, existe uma redução de custo.
Os bons melhoradores fazem o grande desespero dos fabricantes de filtros
As formulações fotoprotetoras podem ser preparadas com a inclusão de um
único filtro ou pela associação de dois ou mais, cuja finalidade é promover maiores
níveis de proteção. A proteção conseguida dependera não só da concentração dos
agentes fotoprotetores, mas também das características do veículo e da espessura
da camada produzida sobre a pele.

PRODUTOS SOLARES

Óleos protetores solares e bronzeadores

A principal vantagem dos protetores ou antissolares, sem água, consiste na


propriedade de permanecerem mais tempo sobre a pele, mesmo com muito suor ou
após o banho.
Os óleos vegetais são melhores solventes das substâncias filtrantes do que
os óleos minerais e, como já foi citado, apresentam ainda certa capacidade de
absorção dos raios UV.
Existe o inconveniente de serem bastante viscosos dando origem à
desagradável sensação, quando aplicados na pele.
Este fator negativo é solucionado pela adição de outros solventes como o
álcool oleico, o esqualeno, miristato ou palmitato de isopropila, o Purcelin, o Cetiol V,
Euranol G, o óleo de silicone etc. Para reduzir o custo do produto e com a mesma
finalidade, adiciona-se óleo de parafina.

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Leites e cremes protetores solares e bronzeadores

São emulsões do tipo O/A e A/O cujo conteúdo é idêntico ao dos cremes de
dia e de noite, acrescentados das substâncias específicas para esta família de
produtos.
Tem a vantagem sobre os óleos, por apresentarem aspecto mais agradável,
melhor consistência e maior facilidade de aplicação, com agradável sensação de
frescor na maioria dos casos.
Podem ser acondicionados em bisnagas, de uso mais prático.
Os cremes óleo-em-água contêm filtros solúveis em água, enquanto os
cremes água-em-óleo contêm filtros lipossolúveis.
Enquanto os cremes O/A têm uma menor fixação na pele, podendo ser
removidos pelo suor ou pelo banho, os cremes A/O aderem e protegem mais tempo
a pele mesmo quando são sujeitos a banhos na água do mar.

Loções e géis

São preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas contendo bases filtrantes e


substâncias oleosas (miristato de isopropila, Cetiol HE etc.). Permitem espalhamento
mais fácil e constituem bom protetor para peles já sensibilizadas por exposição
anterior ao sol, ou pelas condições agressivas do vento, umidade, e da água do mar.
Os geis têm como primeira excipiente o Carbopol, ou os derivados de
celulose. Também são acrescentadas outras substâncias viscosas como
mucilagens, glicerol, sorbitol, propilenoglicol, etc.

Aerossóis e formadores de espuma

É uma forma de apresentação moderna, mas que não traz vantagem sobre os
óleos, cremes ou loções habituais.
A vaporização provocada pelo aerossol produz película, mais ou menos
uniforme e mais fina do que quando aplicada com a mão. Também representa certa
vantagem o fato de não ter de espalhar o produto com as mãos evitando que as
mesmas fiquem oleosas. Em contrapartida é necessário ter cuidado em não

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pulverizar o produto para os olhos.


No caso da espuma, o problema reside unicamente num fator de marketing,
pois não apresenta nenhuma vantagem aparente.

Bronzeadores sem sol

A laranja bergamota contém na sua essência uma molécula, o 5-metóxi-


psoraleno, que pode provocar em certos indivíduos, fenômenos de sensibilização e
apresentar manchas pigmentares duradouras e inestéticas. Esse fator foi utilizado
com sucesso relativo na obtenção da repigmentação das manchas do vitiligo.
Esse fenômeno foi, posteriormente estudado e aproveitado por um laboratório
farmacêutico francês (Laboratoires Goupil), para o lançamento de uma linha de
produtos que promovem aceleração no aparecimento natural do bronzeamento.
De qualquer forma, para obter pigmentação regular, é indispensável uma
aplicação uniforme do produto, assim como exposição solar constante de todo o
corpo, condições por vezes difíceis de obter.
Deve-se evitar o escurecimento artificial da pele, recorrendo ao ácido tânico e
produtos naturais contendo esta substância, devido à elevada adstringência que
apresenta, sendo, pois prejudicial.
Uma molécula que tem apresentado particular interesse para a formulação
deste tipo de produto é a hidroxiacetona (DHA) ou 1,3 - di-hidróxi-2-propanona.
Apresenta-se sob duas formas: monômero e dímero.
A DHA dá origem a produtos fortemente corados, principalmente em presença
de ácido sulfúrico, com os derivados fenólicos, tais como os alfas e beta-naftóis
alguns alcaloides fenólicos como a codeína. Quando aplicado à pele, em solução
aquosa ou hidroalcoólica, origina coloração que se desenvolve em intervalo de duas
a seis horas e permanece durante quatro a seis dias, sem apresentar toxicidade.
Este escurecimento da pele é independente da melanogênese, e resulta da
combinação da DHA com os ácidos aminados da pele, e com o aparecimento de
compostos chamados melanoidinas (Hodge, 1953). A tolerância cutânea do DHA é
excelente. Considerando que o DHA tem degradação bastante rápida (dois a seis
meses por vezes), será conveniente recorrer a lotes recentes evitando assim, a
utilização de produtos inativos.

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A aplicação deve ser feita de forma uniforme, tendo cuidado com locais em
que a epiderme for mais espessa (planta das mãos, dos pés etc.), pois o grupo de
coloração varia com a espessura da camada córnea.

PRODUTOS DE TOALETE

DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTE

Dentre os produtos de higiene, os antiperspirante e os desodorantes foram


introduzidos no mercado mundial no inicio do século XX, quando a perspiração e o
odor começaram a ser considerados como problema. Entretanto, no Egito Antigo e
em Roma, as pessoas utilizavam perfumes com odor muito intenso para mascaras o
odor corporal e foram realizadas as primeiras tentativas de reduzir a umidade das
axilas com o uso de adstringentes.

Transpiração

É a passagem de qualquer fluido através da pele ou qualquer membrana


animal na forma de vapor. Esta definição é a mesma de perspiração. No entanto
esta definição pode ser aplicada para plantas e outros materiais. Por exemplo, as
plantas emitem vapores de água das superfícies das folhas ou de qualquer outra
parte de sua estrutura e o termo aplicado é transpiração.

Perspiração

É o fluido salino que é secretado pelas glândulas sudoríparas, que consiste


principalmente de água, cloreto de sódio e outros sais, substâncias nitrogenadas,
dióxido de carbono e outros solutos, e serve tanto para excreção quanto para regular
a temperatura corporal por meio do efeito refrescante da evaporação, ou seja,
dissipação do calor através da evaporação da umidade sobre a superfície da pele.
Outro efeito é manter a pele hidratada.

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Fatores que levam a perspiração

• Existência de gradiente de concentração pele-ambiente: a pele possui


maior teor de água que o meio ambiente, este é um desequilíbrio eterno em que a
água será perdida tentando igualar a diferença com o meio ambiente;
• Volatilidade: a água é um líquido relativamente volátil;
• Fenômeno físico-químico da vaporização da água: devido ao fato de a
água estar situada na pele, que é um local naturalmente aquecido, ela rouba calor
da pele e se vaporiza com mais facilidade;
• Elevada superfície epidérmica;
• Contrariamente aos fatores que propiciam a perda de água, existe um
fator que contribui para que a água fique retida na pele que é denominado de
propriedade coligativa dos sais. Estas propriedades se manifestam quando
misturados água pura e sais minerais, fazendo com que seu ponto de ebulição fique
maior, ou seja, no manto hidrolipídico os sais minerais presentes no suor ajudam a
reter a água.
• A tendência que se sobressai é realmente a perda de água para o meio
ambiente.

Mecanismo de ação

O odor do corpo e a perspiração são entidades relacionadas, porém distintas.


As formas de reduzir ou controlar o odor das axilas são:
• Reduzir o suor apócrino nas axilas;
• Reduzir o suor écrino, usando produtos adstringentes;
• Diminuir o crescimento bacteriano, usando produtos antimicrobianos;
• Remover ou absorver as secreções liberadas pelas glândulas apócrinas e
écrinas. As bactérias liberam enzimas que promovem a quebra do suor sobre a pele,
liberando odor. O uso de inibidores de enzimas tais como o citrato de trietila pode
reduzir o odor. Bicarbonato de sódio, ricionooleato de zinco, fenol sulfonato de zinco
podem absorver os produtos da degradação enzimática;
• Mascarar os odores corporais, usando fragrâncias.

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Assim, têm-se duas categorias diferentes de produtos disponíveis ao


consumidor: desodorantes e antiperspirante ou antitranspirante.

Desodorantes

São produtos aplicados topicamente para completar a higiene pessoal,


modificando, reduzindo, removendo ou evitando o desenvolvimento de odores do
corpo.
Atuam pelos seguintes mecanismos:

• Ação antimicrobiana;
• Neutralização de odores.

Os requisitos desejáveis para uma dada substância atuar como desodorante


é:
• Eficácia e segurança em inibir o crescimento bacteriano;
• Permitir aplicação local;
• Livres de reações tóxicas ou alérgicas ou de irritação nas
concentrações recomendadas;
• Possuir capacidade de permanência e de retenção sobre a pele para
que o efeito perdure.

Antiperspirante

Em termos de produtos cosméticos os termos antiperspirante e


antitranspirante são sinônimos. São produtos aplicados topicamente para minimizar
a liberação de suor das glândulas sudoríparas écrinas nas axilas e partes
palmoplantares.

Matéria-prima antimicrobiana

Tem como finalidade limitar o crescimento dos microorganismos e não supri-


los completamente, o que destruiria o equilíbrio biológico da flora natural da pele.

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Matéria-prima neutralizadora de odor

São substâncias que atuam ligando-se ou “sequestrando” as moléculas de


odor ruim.

PERFUME

A etimologia da palavra perfume, do latim perfumum, significa “pro fumo” ou


“destinado ao fumo” e sua origem estreitamente ligada à queima de madeiras
aromáticas em cerimônias religiosas, casamentos e funerais para elevar o espírito
dos fiéis, além de ser utilizado também como afrodisíaco e para curar doenças.
Segundo os registros históricos, a Babilônia queimava 26 mil quilos de incenso para
apaziguar a fúria dos deuses.
Os materiais básicos para formulação de perfumes existem em duas
categorias: natural e sintético. Componentes naturais são de origem animal ou
vegetal, enquanto os sintéticos são produzidos de uma grande variedade de
matérias-primas. O uso de extratos animais em perfumaria vem diminuindo, todavia,
a maioria das substâncias de origem animal pode ser sintetizada.
Os perfumes são descritos pela maneira como seu aroma altera com o tempo.
A nota de cima de um perfume refere-se aos óleos de evaporação rápida que são
discerníveis quando o frasco é aberto, mas desaparecem rapidamente depois da
aplicação na pele. A nota do meio é o aroma do perfume ressecado na pele, e a nota
final é a habilidade do perfume difundir fragrância durante algum tempo.

FORMULAÇÕES

CREME RINSE
Item Descrição Qtd(%)
1 Álcool Ceto Estearílico 4
2 Cloreto de Cetil Trimetil Amônio 3,5
3 Lanolina 0,2
4 Ácido Cítrico 0,5
5 Essência 1
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6 Água Deionizada 90,8


Preparo: misturar 1,2,3,4,6 à 75ºC Manter à temperatura 75ºC durante
aproximadamente 20 Minutos Resfriar até 35ºC mantendo a homogeneização.
Adicionar 5 e homogeneizar.

BANHO DE ESPUMA
Item Descrição Qtd(%)
1 Lauril Éter Sulfato de Sódio 30
2 Dietanolamida do Ácido Graxo de Coco (Amida 90) 3

3 Anfótero Betaínico 10
4 Poliol de Ester de Ácido Graxo 2
5 Metil Parabeno (Nipagim) 0,1
6 Água 53,85
7 Essência 1
8 Corante (Opcional) QS
9 Ácido Cítrico 0,05

Preparo: Misturar 1,2,3,4,5,6 Adicionar 7,8,9 Homogeneizar.


CREME NUTRITIVO
Item Descrição Fase Qtd(%)
1 2-Octil Dodecanol A 8
2 Oleato de Decila A 6
3 Álcool Cetílico A 1,5
4 Estearina (Tripla Pressão) A 10
5 Glicerina A 6
6 Óleo Mineral A 5
7 Lanolina A 3
8 Cera de Abelha Alvejada A 2
9 Propil Parabeno (Nipazol) A 0,04
10 Trietanolamina B 1,2
11 Metil Parabeno (Nipagim) B 0,15
12 Água Deionizada B 56,61
13 Essência C 0,5
Preparo: fundir FASE 'A' 75ºC =Aquecer FASE 'B' à 75º Adicionar FASE 'B'
sobre FASE 'A'. Sob agitação Resfriar até 35ºC mantendo homogeneização.
Adicionar FASE 'C'. Homogeneizar.

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DESODORANTE PARA PÉS


Item Descrição Qtd(%)
1 Álcool Neutro 80,8
2 Mentol 0,5
3 Óleo Essencial de Menta 1
4 Salicilato de Metila 0,2
5 Cânfora 0,5
6 Propileno Glicol 2
7 Água Deionizada 15
Preparo: Misturar todos os ingredientes sob agitação

BANHO DE ESPUMA
Item Descrição Qtd(%)
1 Lauril Eter Sulfato de Sódio 37
2 Dietanolamida do Acido graxo de coco (Amida 90) 3

3 Anfótero Betainico 7
4 Poliol de Ester de Acido graxo 2
5 Óleo de Amêndoa doce Hidrossolúvel 3
6 Metilparabeno 0,1
7 Água 46,85
8 Essência 1
9 Corante (opcional) QS
10 Acido Cítrico
Preparo: misturar 1,2,3,4,5,6,Adicionar 7,8,9,10 Homogeneizar.
CREME PARA PELE SECA
Item Descrição Fase Qtd(%)
1 Base Auto Emulsionante de Álcoois A 30
Graxos
2 Óleo de Amêndoa Doce A 7
3 Óleo de Germe de Trigo A 3
4 Vaselina Sólida A 6
5 Glicerina A 2
6 Oleato de Decila A 2
7 Propil Parabeno (Nipazol) A 0,04
8 Metil Parabeno (Nipagim) B 0,15
9 Água Deionizada B 49,31
10 Essência C 0,5

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Preparo: fundir FASE 'A' 75ºC =Aquecer FASE 'B' à 75º Adicionar FASE 'B'
sobre FASE 'A'. Sob agitação Resfriar até 35ºC mantendo homogeneização.
Adicionar FASE 'C'. Homogeneizar

LOÇÃO DE LIMPEZA
Item Descrição Fase Qtd(%)
1 2-Octil Dodecanol A 6
2 Oleato de Decila A 6
3 Álcool Laurilico Etoxilado A 4
4 Álcool Ceto Estearilico A 3,5
5 Base Auto Emulsionante para Creme A 3,5
6 Óleo de Semente de Uva A 4
7 Propil Parabeno (Nipazol) A 0,04
8 Metil Parabeno (Nipagim) B 0,15
9 Água Deionizada B 72,39
10 Essência C 0,5
Preparo: fundir FASE 'A' 75ºC =Aquecer FASE 'B' à 75º Adicionar FASE 'B'
sobre FASE 'A'. Sob agitação Resfriar até 35ºC mantendo homogeneização.
Adicionar FASE 'C'. Homogeneizar.

FORTALECEDOR DE UNHAS

Item Descrição Qtd(%)


1 Propileno Glicol 90
2 Óleo Essencial de Cravo 10
Preparo: Misturar os dois produtos. Passar com pincel sobre as unhas limpas,
sem esmalte.
LOÇÃO HIDRATANTE
Item Descrição Fase Qtd(%)
1 Álcool Ceto Estearilico A 5
2 2-Octil Dodecanol A 5
3 Oleato de Decila A 3
4 Álcool Ceto Estearilico Etoxilado A 3
5 Glicerina A 3
6 Óleo de Amêndoa Doce A 3
7 Propilparabeno A 0,04

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8 Metilparabeno B 1,5
9 Extrato de Aloe Vera B 3
10 Água Deionizada B 74,31
11 Essência C 0,5
Preparo: fundir Fase A a 75ºC Aquecer Fase B a 75ºC. Adicionar Fase B
Sobre A sob agitação Resfriar até 35ºC Homogeneizar.
SABONETE LÍQUIDO
Item Descrição Qtd(%)
1 Lauril Eter Sulfato de Sódio 30
2 Dietanolamida do Ácido Graxo de Coco (Amida 90) 3
3 Anfotero Betainico 7
4 Óleo de Amêndoa Doce Hidrossolúvel 3
5 Água 52,85
6 Metil Parabeno (Nipagim) 0,1
7 Essência 1
8 Corante (Opcional) QS
9 Base Perolante 3
10 Ácido Cítrico 0,05

Preparo: misturar 1,2,3,4,5,6 Adicionar 7,8,9,10. Homogeneizar.

XAMPU PARA CABELOS NORMAIS


Item Descrição Qtd(%)
1 Lauril Éter Sulfato de Sódio 25
2 Dietanolamida do Ácido Graxo de Coco (Amida 90) 3
3 Metil Parabeno (Nipagim) 0,1
4 Essência 1
5 Corante (Opcional) QS
6 Água 69,76
7 Ácido Cítrico 0,04
8 Cloreto de Sódio 1,1
Preparo: misturar 1,2,3,6 Adicionar 4,5,7 Adicionar 8. Homogeneizar.

SAIS DE BANHO
Item Descrição Qtd(%)

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1 Sal Grosso ou Fino 88


2 Bicarbonato de Sódio 10
3 Corante Alimentício (opcional) QS
4 Óleo Essencial de Grapefruit 1,5
5 Óleo Essencial de Rosmarinho 0,5

Preparo: misturar 1,2 Adicionar 3,4,5 Homogeneizar e embalar em recipiente


de vidro bem fechado.

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REFERÊNCIAS

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