O presente artigo visa fazer uma síntese acerca da vida deste filosofo sua origem e vida,
bem como uma análise breve de determinados pontos de sua filosofia que, desenvolvida
no século XVII, mostra-se plenamente aplicável à realidade atual. Busca-se também o
esclarecimento, à luz da filosofia Espinosana, da subversão de suas palavras e o quanto
isto prejudica o pensamento.
Espinosa defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a
saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades
menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que Deus sive
Natura ("Deus ou Natureza" em latim) era um ser de infinitos atributos, entre os quais
a extensão (sob o conceito atual de matéria) e o pensamento eram apenas dois
conhecidos por nós.
A sua visão da natureza da realidade, então, fez tratar os mundos físicos e mentais como
dois mundos diferentes ou submundos paralelos que nem se sobrepõem nem interagem,
mas coexistem em uma coisa só que é a substância. Esta formulação é uma solução
muitas vezes considerada um tipo de panteísmo e de monismo, porém não por Espinosa,
que era um racionalista e, por extensão, se teria um acompanhamento intelectual do
Universo, como define ele em seu conceito de "Amor Intelectual de Deus".
Espinosa também propunha uma espécie de determinismo, segundo o qual
absolutamente tudo o que acontece ocorre através da operação da necessidade, e nunca
da teleologia. Para ele, até mesmo o comportamento humano seria totalmente
determinado, sendo então a liberdade a nossa capacidade de saber que somos
determinados e compreender por que agimos como agimos. Deste modo, a liberdade
para Espinosa não é a possibilidade de dizer "não" àquilo que nos acontece, mas sim a
possibilidade de dizer "sim" e compreender completamente porque as coisas deverão
acontecer de determinada maneira.
A filosofia de Espinosa tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos
estóicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que
a razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, defendeu que uma emoção pode ser
ultrapassada apenas por uma emoção maior. A distinção crucial era, para ele, entre as
emoções ativa e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas
racionalmente e as outras as que não o são.
Chérem
Espinosa pretendeu falar sobre tudo, como por exemplo, destaco este tema quando teve
que responder sobre os milagres:
“Os homens forjam inúmeras ficções e, quando interpretam a natureza, nela descobrem
milagres, como se ela delirasse com eles”
– Espinosa, Tratado Teológico-Político, Prefácio
A Fortuna em Espinosa é o plano de imanência da Política, na medida em que os
homens percebem as causas exteriores que os governam como contingentes. A
Superstição, por sua vez, surge como resultado da vida comum do homem nesse campo,
mas só persevera através das causas políticas.
Partindo dessa perspectiva, as relações de governo entre os homens são pensadas
sempre pelo paradigma da dominação. Há um esforço para manter os homens
ignorantes, para que se possa dominá-los melhor. A Superstição é uma ferramenta que
O Reconhecimento
Não que tenham faltado oportunidades para tentar outra carreira. A Holanda vivia uma
efervescência econômica, e Espinosa sempre esteve cercada por contatos influentes.
Recebeu até mesmo um convite para lecionar na prestigiada Universidade de
Heidelberg, mas se viu forçado a recusá-lo por conta da orientação para que não
ensinasse teorias contrárias à religião.
Suas obras o fizeram reconhecido em vida, tendo recebido cartas de figuras
proeminentes como Henry Oldenburg da Royal Society; do inventor alemão Ehrenfried
Walther Von Tschirnhaus; do cientista holandês Huygens; de Leibniz; do médico Louis
Meyer, de Haia; e do rico mercador De Vries, de Amsterdã. Luís XIV lhe ofereceu uma
larga pensão para que Espinosa lhe dedicasse um livro. O filósofo recusou polidamente.
O príncipe de Condé, na chefia do exército da França que invadira a Holanda,
novamente convidou-o a aceitar uma pensão do rei da França e ser apresentado a vários
admiradores. Spinoza, desta vez, aceitou a honraria, mas se viu em dificuldades ao
retornar a Haia, por causa dessa suposta "traição". Porém, logo o povo, ao perceber que
se tratava de um filósofo, um inofensivo, se acalmou.
O monumento feito em homenagem a Spinoza, em Haia foi assim comentado por Ernest
Renan, filósofo e historiador francês do fim do século XIX em 1882:
Conclusão
Em seu Tratado Teológico-Político, publicado em 1665 (sem assinatura, por medo de
represálias), o filósofo dizia que o supersticioso era alguém incapaz de compreender
essas leis do Universo – e que precisava criar explicações simples para aquilo que não
conseguia entender.
Seu exemplo fundamental: a ideia de um Deus raivoso, que precisava ser cultuado e
agradado, não passaria de uma superstição.
Espinosa defendia que essa imagem de Deus era conveniente para a Igreja, que podia
prometer o perdão e, desta forma, ganhar poder. Ou seja, a superstição ajudaria a criar
regimes autoritários baseados na religião.
Esse pensamento virou uma bandeira cada vez mais forte nos séculos seguintes: a
separação entre a Igreja e o Estado.
9- http://conexoesclinicas.com.br/wp-content/uploads/2015/12/DELEUZE-G.-Espinosa-e-
o-Problema-da-Express%C3%A3o1. Gilles Deleuze- livro ESPINOSA E O PROBLEMA DA
EXPRESSÃO
10- https://super.abril.com.br/ideias/nao-chore-nao-ria-mas-compreenda-espinosa/
11-