Mandado de Segurança - Deputado Federal Luis Miranda - Orçamento Impositivo - Reestruturação

RICKEN PAULO ALBERTO DORETO
ADVOCACIA ADVOCACIA
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) MINISTRO(A)-RELATOR(A) DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
LUIS CLAUDIO FERNANDES MIRANDA, brasileiro, casado,

DEPUTADO FEDERAL, e-mail: dep.luismiranda@camara.leg.br, CPF: 902.186.471-16,
endereço profissional: Gabinete 241 – Anexo IV Câmara dos Deputados - Anexo III, Praça dos
Três Poderes, Brasília - DF, 70160-900, Telefone: (61) 3215-5241, CEP: 79890-970, Distrito
Federal, vem, por seus advogados que infra assinam, impetrar MANDADO DE
SEGURANÇA, com fundamento no art. 5º, LXIX, c/c art. 102, inciso I, alínea b, da
Constituição Federal e art. 1º da Lei 12.016/09, em face do PRESIDENTE DA
REPÚBLICA, Sr. JAIR MESSIAS BOLSONARO, que exerce suas funções na Praça dos
Três Poderes, Palácio do Planalto, Anexo I, Ala B, sala 107, CEP: 70150-900, Telefone (61)
3411-5964/5965, E-mail: sicplanalto@planalto.gov.br; e do MINISTRO DA ECONOMIA,
Sr. PAULO ROBERTO NUNES GUEDES, que pode ser localizado Esplanada dos Ministérios
- Ministério da Economia, Bloco P, 5º andar, CEP: 70048-900, Telefone: (61) 3412-2516 /
2517; e-mail: cinara.lima@economia.gov.br pelo fatos e fundamentos jurídicos a seguir
exposto:
I – DOS FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO.
1. O texto da Lei Orçamentária Anual, lei 14.303/22, com eficácia para o ano de
2022, aprovada em 21/01/2022, pelo Congresso Nacional, incluiu cerca de R$ 1,7 bilhão (em
termos exatos: R$1.736.951.596,00, isto é, um bilhão, setecentos e trinta e seis milhões,
novecentos e cinquenta e um mil, quinhentos e noventa e seis reais) para a reestruturação das
carreiras dos Policiais da União (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, e Policiais Penais
do DEPEN), no ano de 2022.
2. Segue abaixo o trecho da Lei nº 14.303/2022 que contém tal previsão

orçamentária, consubstanciada no Volume I do anexo de tal diploma legal:
Rua: Eduardo Machado Metello, nº 415, Bairro: Chácara Cachoeira, CEP: 79040-830, Campo Grande/MS.
Fone: (67) 99947-9272 - E-mail: pauloadoreto@gmail.com
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3. Tal previsão advém de uma EMENDA PARLAMENTAR aprovada durante

a tramitação do Projeto da Lei Orçamentária Anual, e não advém, portanto, do texto do projeto
original encaminhado pelo Presidente da República ao Congresso.
4. Especificamente, trata-se de EMENDA INDIVIDUAL PARLAMENTAR,

apresentada pelo Deputado Federal Antonio Carlos Nicoletti, aprovada pelo Congresso
Nacional, inclusive também com o voto pela aprovação da emenda parlamentar, do autor do
presente mandado de segurança, Deputado Luis Claudio Fernandes Miranda.
5. Portanto, como se depreende do parágrafo acima, tal emenda parlamentar

aprovada sobre a reestruturação das Polícia da União foi incorporada, como ORÇAMENTO
IMPOSITIVO, na Lei Orçamentária Anual referida, visto que advém de emenda individual
parlamentar aprovada, e não do texto original do projeto encaminhado pelo Presidente da
República, sendo que, conforme previsto no artigo 166, parágrafos 9º e 11, da Constituição
Federal, devia, por tal razão ou fundamento, o Poder Executivo, obrigatoriamente, ter
cumprido tal emenda parlamentar aprovada e incorporada como orçamento impositivo.
6. Ademais, registra-se que o descumprimento patente de lei orçamentária dá

ensejo a ocorrência de crime de responsabilidade praticado pelo Presidente da República e/ou
pelo Ministro de Estado que a descumprir, tal como define a lei 1079/50, no artigo 10, item 4,
pois se trata de grave desrespeito às atribuições do Poder Legislativo.
7. Seguem abaixo os dispositivos da Constituição Federal mencionados, que

atribuem às emendas parlamentares aprovadas na lei orçamentária a qualidade de orçamento
impositivo, de cumprimento compulsório ou obrigatório ao Poder Executivo, sendo que o
descumprimento pelo Poder Executivo consiste em frontal desrespeito ao Poder Legislativo,
visto que o orçamento impositivo consiste em matéria aprovada pelo Congresso Nacional:
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“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes

orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
comum.
(...)
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão
aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo,
sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços
públicos de saúde.
(...)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das
programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante
correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a
execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista
no § 9º do art. 165.”
(...)
8. Seguem abaixo os dispositivos da lei 1079/50 que definem o crime de

responsabilidade pelo descumprimento da lei orçamentária:
Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:

(...)
4 - Infringir , patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária.
(...)
9. No entanto, malgrado tal emenda parlamentar individual aprovada e

incorporada na Lei Orçamentária Anual referida consistisse e consista em orçamento impositivo
de cumprimento obrigatório pelo Poder Executivo, o Presidente e o Ministro da Economia não
cumpriram esta parte do orçamento de 2022, sendo verbalizado, inclusive, expressamente, pelo
Presidente da República e pelo Ministro da Economia, que definitivamente não vão cumprir
este dispositivo do orçamento impositivo.
10. Várias notícias jornalísticas noticiaram o assunto, divulgando a posição do

governo denegatória, malgrado o governo anteriormente tenha declarado e apoiado a aprovação
da emenda parlamentar da reestruturação das carreiras policiais da União na lei orçamentária
pelo Congresso Nacional (https://www.msnoticias.com.br/editorias/politica-mato-grosso-
sul/nao-tem-reajuste-para-servidor-anuncia-bolsonaro/137291/):
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11. Registra-se que o governo, embora o orçamento da emenda parlamentar

aprovada na lei orçamentária seja impositivo, declarou que não vai haver reestruturação, porque
o Ministério da Economia, como se fosse dotação discricionária de verba, “desistiu” de utilizar
os 1,7 bilhões do orçamento da emenda parlamentar da forma que ela foi aprovada pelo
Congresso Nacional na lei orçamentária, tal como se observa na matéria abaixo
(https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/bolsonaro-diz-que-nao-havera-reajuste-
para-servidores-em-2022):
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12. Salienta-se, conforme notícia jornalística acima, que o Presidente da

República tinha colocado sob responsabilidade do Ministro da Economia o cumprimento deste
trecho da lei orçamentária, sendo que, portanto, o Ministro da Economia, como responsável
pelo assessoramento imediato do Presidente da República sobre a matéria, devia ter incluído o
cumprimento da reestruturação das carreiras da Polícia da União, entre as minutas de lei,
medida provisória e diplomas legais encaminhados para a Presidência da República expedir no
presente ano de 2022.
13. Mas o Ministério da Economia “desistiu” ilegalmente de um orçamento que

não poderia desistir, mesmo se tratando de um trecho do orçamento com natureza de orçamento
impositivo e de cumprimento obrigatório pelo Poder Executivo. São absurdas as condutas
dolosas do Ministro Paulo Guedes contra o Congresso Nacional, e contra o orçamento
impositivo aprovado pelo parlamento.
14. Segue abaixo as notícia jornalística que também demonstra o enredo descrito
(https://indicesbovespa.com.br/governo-segura-reajustes-para-driblar-bloqueio-do-
orcamento/) :
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15. Considerando-se das declarações recorrentes do Ministro da Economia contra

os servidores policiais e contra os servidores em geral, o que se passou foi que o Ministro da
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Economia colocou dificuldades e objeções infundadas perante o Presidente da República,

procrastinando o assunto até que conseguisse convencer ao Presidente da República sobre o
indeferimento, durante o decorrer do primeiro semestre do ano de 2022, ou até que fosse
impossível conceder a reestruturação em razão dos limites temporais definidos da lei de
responsabilidade fiscal, Lei Complementar 101/2000, 180 dias antes do final do mandato, que
encerra daqui a menos que 10 dias, no início do mês de julho de 2022, tal como segue:
“Art. 21. É nulo de pleno direito:

(...)
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por
Presidente e demais membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder
Legislativo, por Presidente de Tribunal do Poder Judiciário e pelo Chefe do
Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal contendo plano de
alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de ato,
por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, quando:
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias
anteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo; ou
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem

implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder
Executivo. ”
16. Com isso, o Presidente da República foi logrado ou enganado pelo seu órgão
técnico de assessoramento imediato, ou seja, pelo Ministro Paulo Guedes, e, por tal razão, o
Presidente decidiu não cumprir o orçamento impositivo, convertendo-se em autoridade coatora
autora do ato contra a qual se impugna por este mandado de segurança perante o STF, seguindo
as balizas definidas na Constituição Federal.
17. Ou seja, malgrado a razão ou fundamentos técnicos do descumprimento

sejam ocasionados pelo Ministro Paulo Guedes, o não cumprimento propriamente dito do
orçamento impositivo é imputável civilmente ao Presidente Bolsonaro, pois o Presidente da
República é a autoridade que descumpriu o orçamento impositivo ao contingenciar verbas que
não poderia contingenciar e ao não expedir, em razão de tal contingenciamento, o diploma legal
que cumprisse a emenda parlamentar aprovada como orçamento impositivo na lei orçamentária.
17. Por isso, a competência para o presente mandado de segurança é do Supremo

Tribunal Federal, e não do Superior Tribunal de Justiça (que tem competência para julgar
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mandados de segurança contra atos de ministros de estado), pois o Ministro da Economia não
tem o poder decisório final e competência para expedir os diplomas legais do
contingenciamento de despesas do orçamento e do cumprimento do orçamento impositivo,
como no presente caso.
18. Ou seja, como o tema envolve ato do Presidente da República, a competência

para julgar o presente mandado de segurança é do Supremo Tribunal Federal, mesmo que o
Ministro de Estado também esteja em conjunto no polo passivo processual, pois a competência
hierárquica superior atrai o procedimento em trâmite. Assim, é patente a competência do STF,
conforme definida na Constituição Federal:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da

Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
(...)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal
de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal;
19. No entanto, embora a competência para julgar o mandado de segurança seja

do Supremo Tribunal Federal, é possível, quanto à responsabilidade criminal ou
responsabilização por crime de responsabilidade, em procedimento próprio e distinto do
mandado de segurança, atribuir o dolo do descumprimento do orçamento impositivo
exclusivamente ao Ministro da Economia, Paulo Guedes, pessoalmente, sem coautoria com o
Presidente da República, pois o assessoramento doloso, tendencioso e enganador foi o ministro
da economia que praticou contra os servidores, contra o Congresso Nacional, e até também
contra o próprio Presidente da República que, inclusive, tinha declarado em várias
oportunidades anteriores que implementaria a reestruturação das carreiras das polícias da
União.
20. Isto é, enquanto se percebe o Presidente da República tentar dar cumprimento

ao orçamento impositivo, percebe-se, em movimento contrário, o Ministro Paulo Guedes
construindo falsos argumentos para que o Presidente da República não cumpra, sendo que, ao
final, o Presidente da República, convencido pelos argumentos enganosos do Ministério da
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Economia como órgão de assessoramento imediato, não cumpriu o orçamento impositivo

obrigatório.
21. Mas, nesta hipótese, em procedimento distinto deste mandado de

segurança, o Ministro de Estado, também será processado e julgado por crime de
responsabilidade pelo Supremo Tribunal Federal (diferentemente da hipótese de impeachment
por crime de responsabilidade de Presidente da República e de Ministro de Estado em coautoria
com o Presidente da República que tramitariam perante a Câmara para admissibilidade e
Senado para julgamento), sendo que tal providência de apuração de crime de responsabilidade
exclusivamente contra o Ministro da Economia poderá ser efetuada mediante encaminhamento
ao Procurador Geral da República, que desde já se requer ao Supremo Tribunal Federal,
consoante definido na Constituição Federal, inclusive se requerendo também,
cumulativamente, desde já, o afastamento liminar do ministro da economia, caso o Ministro
Paulo Guedes insista nas violações praticadas contra a lei orçamentária, contra o orçamento
impositivo, e contra o Congresso Nacional:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da

Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:

(...)
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas
da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
22. No tocante à animosidade do Ministro da Economia contra o funcionalismo,

basta verificar as declarações ofensivas contra os servidores públicos e policiais, demonstrando
que o indeferimento da reestruturação ocorreu com violação aos princípios que regem a
Administração Pública, mormente: o princípio da legalidade, por vulnerar a Constituição
Federal, que define o orçamento impositivo, e a lei 1079/50, que prevê o crime de
responsabilidade para a hipótese; o princípio da impessoalidade, porque o Ministro Paulo
Guedes considera e verbaliza literalmente que os servidores seriam seus inimigos; o princípio
da moralidade e da motivação dos atos administrativos, porque o Ministro Paulo Guedes buscou
inventar pretextos técnicos infundados para não conceder a reestruturação das carreiras policiais
da União, bem como porque mente perante a opinião pública inventando argumentos de fachada
para encobrir a hostilidade dos atos concretos praticados contra os servidores; princípio a
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publicidade, porque sequer deu transparência e acesso às minutas de Medida Provisória que
manteve como de acesso restrito até o arquivamento definitivo, sem inclusive encaminhar para
o Presidente da República, nem antes e nem após convencê-lo a contingenciar ilegalmente o
trecho do orçamento impositivo referido; e o princípio da eficiência, pois o Ministro Paulo
Guedes sem dúvida nenhuma está ocasionando, pelos seus atos comissivos ou omissivos
praticados, o sucateamento das polícias sob responsabilidade do Poder Executivo Federal.
Seguem abaixo algumas das declarações do Ministro Paulo Guedes:
https://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/guedes-tera-que-
explicar-a-justica-porque-chamou-servidores-de-parasitas/
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https://www.brasil247.com/blog/nos-ja-botamos-a-granada-no-bolso-
do-inimigo-dois-anos-sem-aumento-de-salario-a-mentira-como-
estrategia-de-governo
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https://jovempan.com.br/noticias/economia/guedes-aumento-policiais-
df.html
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https://economia.uol.com.br/videos/?id=guedes-funcionalismo-
publico-nao-e-culpado-mas-tambem-nao-e-inocente-
04020D19366ED0B16326
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https://oantagonista.uol.com.br/economia/sera-que-o-funcionalismo-
poderia-dar-uma-contribuicao-pergunta-guedes/
23. O art. 5°, inciso XXXV, da CF, prevê o direito à apreciação judicial,
determinando que qualquer lesão ou ameaça de lesão podem ser levadas ao poder judiciário.
Ademais, a motivação dos atos administrativos, caso ilícita, vicia os atos administrativos
expedidos pelas autoridades públicas.
24. Registra-se que declarações do próprio Ministro da Justiça, Anderson Torres,

ajudam a demonstrar que o epicentro da dificuldade na tramitação ocorreu no Ministério da
Economia, e não na Presidência da República:
https://noticias.r7.com/brasilia/ministro-da-justica-nega-crise-com-
policias-e-diz-que-ja-fez-o-que-pode-em-relacao-a-reestruturacao-
11052022
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25. Convocado a dar explicações perante a Comissão de Segurança Pública da

Câmara dos Deputados sobre a decisão de não cumprir o orçamento impositivo pertinente à
concessão da reestruturação das carreiras dos Policiais da União (PF, PRF, e DEPEN), o
Ministro Paulo Guedes faltou a convocação, mesmo que tal convocação fosse de cumprimento
obrigatório, conforme previsto na Constituição Federal e na lei 1079/50 que define os crimes
de responsabilidade.
26. Registra-se, inclusive, que a reestruturação das carreiras das Polícias da União
foi matéria legislativa iniciada no âmbito da referida Comissão, que tem total interesse sobre a
tramitação da matéria. Frisa-se que a iniciativa da convocação do Ministro Paulo Guedes foi do
impetrante e ela foi aprovada por unanimidade pelos deputados membros da Comissão de
Segurança Pública. Ou seja, o Ministro Paulo Guedes, no contexto do caso em tela, praticou
mais de um crime de responsabilidade, pois, além de usar falsos fundamentos para praticar o
crime de responsabilidade por não cumprir o orçamento impositivo consubstanciado na emenda
parlamentar sobre a reestruturação das carreiras das polícias da União aprovada na lei
orçamentária, também praticou o crime de responsabilidade por ter faltado a convocação para
comparecer na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
27. Seguem abaixo os trechos pertinentes da Constituição Federal:
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas

Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(...)
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resultar sua criação.
(...)
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
(...)
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos
inerentes a suas atribuições;
(...)
28. Seguem abaixo, os trechos pertinentes da lei 1079/50 que define os crimes de
responsabilidade:
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“Art. 13. São crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado:

(...)
3 - A falta de comparecimento sem justificação, perante a Câmara dos Deputados
ou o Senado Federal, ou qualquer das suas comissões, quando uma ou outra casa
do Congresso os convocar para pessoalmente, prestarem informações acerca de
assunto previamente determinado;”
(...)
29. Segue abaixo notícia jornalística sobre a questão

(https://www.poder360.com.br/economia/paulo-guedes-falta-em-convocacao-de-comissao-na-
camara/):
30. Registra-se que, por orientação do Presidente da República, durante o

primeiro semestre do ano de 2022, antes que houvesse o mencionado descumprimento do
orçamento impositivo, foi redigida minuta de Medida Provisória, contendo a previsão das
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reestruturações das Policias da União, sendo que tal minuta foi formalizada através de
documento inserido no sistema SEI, que tramitou das Direções Gerais das Polícias da União
(Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e DEPEN), passando pelo Ministério de Justiça
para consolidação, e depois sendo direcionada para o Ministério da Economia, onde foi
definitivamente arquivada ilegalmente, em violação ao orçamento impositivo, impedindo que
o Ministério da Casa Civil e a Presidência da República sequer tivessem acesso ao texto da
minuta da Medida Provisória, incidindo, assim, inclusive, o Ministro da Economia em crime de
responsabilidade sem coautoria com o Presidente da República, mas fazendo com que ele e o
Presidente da República fossem coautores no ato ilegal que viola direito líquido e certo do Poder
Legislativo fazer com que o Poder Executivo cumpra o orçamento impositivo advindo de
emenda parlamentar aprovada na lei orçamentária.
31. A minuta da Medida Provisória é de conhecimento notório porque foi

amplamente comentada pelas autoridades envolvidas. No entanto, o documento contido no
sistema SEI em que a minuta está formalizada tem acesso restrito. Mas, pelas notícias
jornalísticas acima mencionadas, é possível verificar que o Presidente da República não
cumpriu a lei orçamentária no tocante ao orçamento aprovado para a reestruturação das
carreiras das Policias da União, contingenciando tal orçamento impositivo da emenda
parlamentar sobre matéria aprovada pelo Congresso Nacional na lei orçamentária, por
obstáculos que o Ministro Paulo Guedes criou.
32. Ou seja, o Poder Executivo inicialmente, em atos preparatórios, preparou-se

para cumprir o orçamento impositivo, mas, de forma surpreendentemente negativa e ilegal,
decidiu por não concluir a questão, descumprindo assim o orçamento impositivo, e dando
ensejo à prática de crime de responsabilidade.
33. Enfatiza-se que é perceptível que foram feitas diversas tentativas amigáveis
de solucionar o caso, entretanto, as autoridades coatoras, mesmo ante a clareza dos fatos, se
negaram a cumprir as determinações legais e constitucionais sobre o orçamento impositivo, não
restando outra alternativa, senão a via judicial.
34. Destarte, consubstanciados, pelas autoridades públicas referidas (a saber:

Presidente da República e Ministro da Economia), os atos ilegais praticados que configuram
contingenciamento de recursos que deveriam ficar vinculados a outros fins (isto é, a
reestruturação das carreiras dos órgãos das Polícias da União) na qualidade de orçamento
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impositivo, violando direito líquido e certo atribuído pela Constituição ao Poder Legislativo,
fica presente a hipótese prevista como cabível para mandado de segurança, conforme preceitua
o art. 5º, LXIX, da CF/88: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público”, juntamente com o regramento estipulado pela Lei nº
12.016/09, que disciplina o regramento do Mandado de Segurança Individual. Evidente que o
ato ilegal administrativo combatido atenta contra os princípios razoabilidade, motivação,
legalidade e repartição dos poderes, assim como contra os demais dispositivos e princípios
ressaltados antes nesta petição inicial.
35. O art. 5°, inciso XXXV, da CF, prevê o direito à apreciação judicial,
determinando que qualquer lesão ou ameaça de lesão podem ser levadas ao poder judiciário.
Ademais, a motivação dos atos administrativos, caso ilícita, vicia os atos administrativos
expedidos pelas autoridades públicas.
36. Oportunamente, salienta-se que o impetrante é parte legítima principalmente

porque é Deputado Federal e membro do Poder Legislativo, com interesse legítimo de requerer
ao Poder Judiciário que o Poder Executivo cumpra o orçamento impositivo aprovado pelo
Congresso Nacional, sendo também pertinente frisar que o impetrante votou favoravelmente à
aprovação da emenda parlamentar referida, além de ser o autor da convocação do Ministro
Paulo Guedes para audiência da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados que
o Ministro da Economia faltou, sem apresentar justificativas aceitáveis e tempestivas.
37. Portanto, o impetrante, Deputado Federal Luís Miranda, é parte legítima para
se insurgir e protocolar o presente mandado de segurança contra atos do Poder Executivo que
contingenciem ilegalmente a parte do orçamento que a Constituição Federal define como
orçamento impositivo, aprovado pelo Poder Legislativo, no tocante à reestruturação das
carreiras das Polícias da União (PF, PRF, e DEPEN).
38. Segue abaixo notícia jornalística sobre os atos ilegais praticados pelo Poder
Executivo no tocante ao contingenciamento ilícito do orçamento impositivo aprovado pelo
Poder Legislativo, sendo que o Congresso Nacional havia destinado o orçamento referido para
a reestruturação das Polícias da União (PF, PRF e DEPEN), conforme consta na Lei
Orçamentária Anual aprovada com a emenda parlamentar :
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/06/06/governo-bloqueia-
r-696-bi-em-gastos-e-empurra-decisao-sobre-reajustes-de-servidores-
para-fim-de-junho.ghtml
III – TUTELA DE URGÊNCIA.
39. A tutela provisória de urgência antecedente pressupõe a demonstração de

“probabilidade do direito” e do “perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo” (artigo
300, CPC c/c art. 7º, Lei 12.016/09).
40. Na fundamentação, extrai-se do exposto, estar presente a fumaça do bom

direito, haja vista que as pretensões do Impetrante são impedir violações legais e cumprir a
Constituição Federal e a Lei Orçamentária Anual, no tocante à emenda parlamentar aprovada
pelo Poder Legislativo, portanto, no âmbito do orçamento impositivo que determinou a
reestruturação das carreiras policiais em apreço. Ou seja, o impetrante pretende afastar violação
do direito líquido e certo do Parlamento no tocante à implementação dos dispositivos previstos
no orçamento impositivo aprovado pelo Congresso Nacional.
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41. Ademais, o fumus boni iuris também decorre de que o descumprimento de

orçamento impositivo enseja crime de responsabilidade, devendo ser afastados não só os atos
administrativos que violem o direito líquido e certo sobre a matéria, mas sim até mesmo as
autoridades públicas envolvidas, caso insistam em violações de tal gênero contra o devido
processo legislativo, visto que as cautelares também visam resguardar o devido processo legal,
seja no âmbito do Judiciário, seja no âmbito do Legislativo e Executivo.
42. Portanto, é necessária a concessão da tutela porque comprovado o fumus boni

iuris em face das argumentações já expostas e também em razão do periculum in mora, em
razão a proximidade do prazo da lei de responsabilidade fiscal que prevê os limites legais do
prazo de 180 dias antes do final do mandato para que seja expedido o diploma legal que
implemente o orçamento impositivo no tocante à emenda parlamentar referente à reestruturação
das Polícias da União, visto que tal prazo vai finalizar em menos de 10 dias, logo no início do
mês de julho de 2022. Segue abaixo o dispositivo da lei complementar 101/2000, que, no âmbito
desta lei referente à responsabilidade fiscal, prevê a limitação temporal, delimitando o fim do
prazo após o qual não será mais possível a expedição da Medida Provisória referente à
reestruturação das Polícias da União:
“Art. 21. É nulo de pleno direito:
(...)
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo,

por Presidente e demais membros da Mesa ou órgão decisório equivalente
do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal do Poder Judiciário e pelo
Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor
público, ou a edição de ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados
em concurso público, quando:
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e

oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder
Executivo; ou
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a

serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular
do Poder Executivo. ”
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IV – PEDIDOS.
43. Ante todo o exposto, certo o direito do Impetrante de que seja cumprida a
Constituição Federal e a Lei, requer de Vossa Excelência:
a) Que seja concedida liminar, inaudita altera pars, para que seja proferida
ordem judicial, contra o Poder Executivo, no sentido de que o Poder
Executivo, em no máximo 48 horas, antes da incidência do prazo ou
limite temporal da lei de Responsabilidade Fiscal que ocorrerá 180 dias
antes do final do mandato (ou seja, no início do mês de julho de 2022,
conforme definido no artigo 21, inciso IV, alínea a, da Lei Complementar
101/2000), expeça Medida Provisória, conforme minuta disponível no
Ministério da Economia, dando cumprimento à emenda parlamentar
aprovada pelo Poder Legislativo, no âmbito da lei orçamentária anual, no
valor de R$1.736.951.596,00 (um bilhão, setecentos e trinta e seis
milhões, novecentos e cinquenta e um mil, quinhentos e noventa e seis
reais), determinando o uso de tal orçamento na implementação da
reestruturação das carreiras dos órgãos das Polícias da União(PF, PRF e
DEPEN), garantido, assim, ao Impetrante e ao Poder Legislativo, o
direito líquido e certo de que seja cumprido pelo Poder Executivo o
orçamento impositivo obrigatório exatamente como advindo da emenda
parlamentar aprovada no orçamento pelo Congresso Nacional (conforme
atributo compulsório definido no artigo 166, parágrafos 9º e 11, da
Constituição Federal), no tocante à reestruturação das carreiras policiais
dos órgãos das Polícias da União(PF, PRF e DEPEN), afastando assim
efeitos do crime de responsabilidade decorrentes da violação da lei
orçamentária praticada pelo Poder Executivo (consoante previsto no
artigo 10, item 4, da lei 1079/50 que define os crimes de
responsabilidade), e afastando, assim, os atos ilegais de
contingenciamento do orçamento pelo Executivo que visam aplicar
ilicitamente e para outros fins o orçamento impositivo referido aprovado
pelo Poder Legislativo para a finalidade descrita no presente mandado de
segurança;
ADVOCACIA ADVOCACIA
b) Que seja, no âmbito do presente mandado de segurança, afastado do

cargo liminarmente o Ministro da Economia, Paulo Guedes, caso insista
em incidir no crime de responsabilidade decorrente do descumprimento
patente da lei orçamentária e caso não cumpra a decisão judicial
definitiva ou liminar, em 24 horas, contendo a determinação judicial no
sentido de que seja possibilitado pelo Ministro da Economia ao
Presidente da República (através do encaminhamento pelo Ministro da
Economia para a Presidência da República da minuta da Medida
Provisória sobre a matéria que foi indevidamente arquivada no
Ministério da Economia), o cumprimento do orçamento impositivo
decorrente da emenda parlamentar aprovada na lei orçamentária anual,
com a previsão da reestruturação das carreiras dos órgãos das Polícias da
União (PF, PRF e DEPEN);
c) Que seja oficiada a Procuradoria Geral da República, encaminhando-se

cópia do presente mandado de segurança, para o que o Procurador Geral
da República, estando presentes fundamentos legais e constitucionais,
ingresse com petição referente ao crime de responsabilidade
eventualmente praticado pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, em
razão: do descumprimento patente da lei orçamentária, especificamente,
da emenda parlamentar aprovada na Lei Orçamentária Anual, na
qualidade de orçamento impositivo obrigatório ao Poder Executivo,
contendo previsão da reestruturação das carreiras dos órgãos da Polícias
da União (tal como definido nas balizas legais do artigo 10, item 4, da lei
1079/50 que define os crimes de responsabilidade, e do artigo 166,
parágrafos 9º e 11, da Constituição Federal, que qualifica como
orçamento impositivo obrigatório, para o Poder Executivo, o
cumprimento das emendas parlamentares aprovadas pelo Poder
Legislativo na Lei Orçamentária Anual); bem como em razão da falta ou
não comparecimento do Ministro da Economia Paulo Guedes que tinha
recebido convocação para audiência dia 21/06/2022 na Comissão de
Segurança Pública da Câmara dos Deputados (conforme definido no
responsabilidade, bem como nos artigos 50, caput, e 58, parágrafo 2º,
inciso III, da Constituição Federal) ;
ADVOCACIA ADVOCACIA
d) Notificação ou intimação dos Réus, nos endereços declinados no

preâmbulo, para que cumpram a liminar concedida e também, querendo,
prestem as informações necessárias ao presente, dentro do prazo legal,
sob pena de, não o fazendo, serem-lhe aplicados os efeitos da revelia e
confissão quanto à matéria de fato que será considerada verdadeira, assim
como relatado pelo Impetrante;
e) A cominação de multas diárias para as autoridades coatoras, a serem

arbitradas por Vossa Excelência para caso protelação no cumprimento da
decisão liminar e de mérito proferidas nos autos, sugerindo-se o valor
diário de R$ 100.000,00 (cem mil reais), a contar da intimação ou
notificação das autoridades coatoras;
f) Que seja oficiada a Advocacia Geral da União, encaminhando-se cópia

do presente mandado de segurança, para que cobre indenização em favor
da União contra as autoridades coatoras indicadas no polo ativo deste
processo, caso tais autoridades deem ensejo a prejuízos à União, em
razão de futuras condenações judiciais indenizatórias decorrentes do não
cumprimento do orçamento impositivo;
g) Que seja ouvido o membro do Ministério Público competente para atuar

no presente mandado do segurança, no prazo estipulado pelo art. 12 da
Lei nº. 12.016/09;
h) Ao final, seja concedida a segurança pretendida, para que seja proferida

ordem judicial, contra o Poder Executivo, no sentido de que o Poder
Executivo, em no máximo 48 horas, antes da incidência do prazo ou
limite temporal da lei de Responsabilidade Fiscal que ocorrerá 180 dias
antes do final do mandato (ou seja, no início do mês de julho de 2022,
conforme definido no artigo 21, inciso IV, alínea a, da Lei Complementar
101/2000), expeça Medida Provisória, conforme minuta disponível no
Ministério da Economia, dando cumprimento à emenda parlamentar
aprovada pelo Poder Legislativo, no âmbito da lei orçamentária anual, no
valor de R$1.736.951.596,00 (um bilhão, setecentos e trinta e seis
ADVOCACIA ADVOCACIA
milhões, novecentos e cinquenta e um mil, quinhentos e noventa e seis

reais), determinando o uso de tal orçamento na implementação da
reestruturação das carreiras dos órgãos das Polícias da União(PF, PRF e
DEPEN), garantido, assim, ao Impetrante e ao Poder Legislativo, o
direito líquido e certo de que seja cumprido pelo Poder Executivo o
orçamento impositivo obrigatório exatamente como advindo da emenda
parlamentar aprovada no orçamento pelo Congresso Nacional (conforme
atributo compulsório definido no artigo 166, parágrafos 9º e 11, da
Constituição Federal), no tocante à reestruturação das carreiras policiais
dos órgãos das Polícias da União(PF, PRF e DEPEN), afastando assim
efeitos do crime de responsabilidade decorrentes da violação da lei
orçamentária praticada pelo Poder Executivo (consoante previsto no
responsabilidade), e afastando, assim, os atos ilegais de
contingenciamento do orçamento pelo Executivo que visam aplicar
ilicitamente e para outros fins o orçamento impositivo referido aprovado
pelo Poder Legislativo para a finalidade descrita no presente mandado de
segurança.
37. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos,

especialmente documental.
38. Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos meramente
fiscais.
Termos em que, pede deferimento.

Campo Grande/MS, 27 de junho de 2022.
Paulo Alberto Doreto Genoveva Teresinha Ricken

Advogado1 Advogada2
1
Inscrito na OAB/MS sob nº 20.192, petição assinada por certificação digital.
2
Inscrito na OAB/DF sob nº 66.731, petição assinada por certificação digital.

Mandado de Segurança - Deputado Federal Luis Miranda - Orçamento Impositivo - Reestruturação

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RICKEN PAULO ALBERTO DORETO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) MINISTRO(A)-RELATOR(A) DO

LUIS CLAUDIO FERNANDES MIRANDA, brasileiro, casado,

I – DOS FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO.

2. Segue abaixo o trecho da Lei nº 14.303/2022 que contém tal previsão

3. Tal previsão advém de uma EMENDA PARLAMENTAR aprovada durante

4. Especificamente, trata-se de EMENDA INDIVIDUAL PARLAMENTAR,

5. Portanto, como se depreende do parágrafo acima, tal emenda parlamentar

6. Ademais, registra-se que o descumprimento patente de lei orçamentária dá

7. Seguem abaixo os dispositivos da Constituição Federal mencionados, que

“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes

8. Seguem abaixo os dispositivos da lei 1079/50 que definem o crime de

Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:

9. No entanto, malgrado tal emenda parlamentar individual aprovada e

10. Várias notícias jornalísticas noticiaram o assunto, divulgando a posição do

11. Registra-se que o governo, embora o orçamento da emenda parlamentar

12. Salienta-se, conforme notícia jornalística acima, que o Presidente da

13. Mas o Ministério da Economia “desistiu” ilegalmente de um orçamento que

15. Considerando-se das declarações recorrentes do Ministro da Economia contra

Economia colocou dificuldades e objeções infundadas perante o Presidente da República,

“Art. 21. É nulo de pleno direito:

b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem

17. Ou seja, malgrado a razão ou fundamentos técnicos do descumprimento

17. Por isso, a competência para o presente mandado de segurança é do Supremo

18. Ou seja, como o tema envolve ato do Presidente da República, a competência

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da

19. No entanto, embora a competência para julgar o mandado de segurança seja

20. Isto é, enquanto se percebe o Presidente da República tentar dar cumprimento

Economia como órgão de assessoramento imediato, não cumpriu o orçamento impositivo

21. Mas, nesta hipótese, em procedimento distinto deste mandado de

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da

I - processar e julgar, originariamente:

22. No tocante à animosidade do Ministro da Economia contra o funcionalismo,

24. Registra-se que declarações do próprio Ministro da Justiça, Anderson Torres,

25. Convocado a dar explicações perante a Comissão de Segurança Pública da

27. Seguem abaixo os trechos pertinentes da Constituição Federal:

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas

“Art. 13. São crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado:

29. Segue abaixo notícia jornalística sobre a questão

30. Registra-se que, por orientação do Presidente da República, durante o

31. A minuta da Medida Provisória é de conhecimento notório porque foi

32. Ou seja, o Poder Executivo inicialmente, em atos preparatórios, preparou-se

34. Destarte, consubstanciados, pelas autoridades públicas referidas (a saber:

36. Oportunamente, salienta-se que o impetrante é parte legítima principalmente

III – TUTELA DE URGÊNCIA.

39. A tutela provisória de urgência antecedente pressupõe a demonstração de

40. Na fundamentação, extrai-se do exposto, estar presente a fumaça do bom

41. Ademais, o fumus boni iuris também decorre de que o descumprimento de

42. Portanto, é necessária a concessão da tutela porque comprovado o fumus boni

“Art. 21. É nulo de pleno direito:

IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo,

a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e

b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a

b) Que seja, no âmbito do presente mandado de segurança, afastado do

c) Que seja oficiada a Procuradoria Geral da República, encaminhando-se

d) Notificação ou intimação dos Réus, nos endereços declinados no

e) A cominação de multas diárias para as autoridades coatoras, a serem

f) Que seja oficiada a Advocacia Geral da União, encaminhando-se cópia

g) Que seja ouvido o membro do Ministério Público competente para atuar

h) Ao final, seja concedida a segurança pretendida, para que seja proferida

milhões, novecentos e cinquenta e um mil, quinhentos e noventa e seis

37. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos,

Termos em que, pede deferimento.