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DA ASSISTÊNCIA
TÉCNICA E GERENCIAL
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Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Sumário
Introdução do módulo................................................................................................................ 6
Introdução...............................................................................................................................10
Tópico 1: Custo operacional efetivo...................................................................................12
Tópico 2: Mão de obra familiar............................................................................................23
Tópico 3: Depreciação...........................................................................................................33
Tópico 4: Custo operacional total.......................................................................................45
Tópico 5: Aplicação dos conceitos......................................................................................56
Encerramento do tema.........................................................................................................72
Atividade de Passagem.........................................................................................................73
Introdução do módulo
Calcular e
interpretar
indicadores técnicos
e econômicos nas
principais cadeias
Módulo 5
produtivas da Planejamento
pecuária ou da da Propriedade
Reconhecer os Módulo 3 agricultura. Rural
Início da conceitos gerenciais
Gerencial III Gerencial III Definir em
jornada da Metodologia de
da Assistência da Assistência que consiste o
Final da
Assistência Técnica
Técnica e Técnica e planejamento jornada
e Gerencial.
Módulo 1 Gerencial Gerencial estratégico da
Gerencial I da Contextualizar os propriedade rural
Metodologia da Assistência Módulo 4 assistida pela
conceitos gerenciais
Assistência Técnica Técnica e Metodologia de
da Metodologia de
e Gerencial Gerencial ATeG, facilitando
Assistência Técnica
e Gerencial. sua compreensão e
Aprimorar conhecimentos Módulo 2 aplicabilidade.
metodológicos para o
desempenho necessário
de ações de assistência
técnica, destacando as
competências requeridas
ao exercício da atividade.
Tudo isso para que você possa se tornar um autêntico educador agente de
transformações no campo, capaz de:
Praticando...
Agora que você conhece os temas que serão trabalhados no módulo, o que
acha de ver esses conceitos de forma mais prática?
Desafios da jornada
Vale lembrar que o conteúdo é todo interligado, por isso, você precisa explorar
o primeiro tema, todos os tópicos e realizar a Atividade de Passagem, para
depois acessar o tema seguinte.
Pense e Decida
Situações práticas e objetivas em que você deve analisar o cenário
e tomar uma decisão. Não possui valor para a certificação.
Atividade de Passagem
Tem o objetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento
em relação ao conteúdo do tema correspondente e libera o acesso
ao tema seguinte.
Estudo de Caso
Obrigatório e de valor avaliativo, o Estudo de Caso consiste em
uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados.
Simulado
Depois de passar por todos os temas do módulo e tiver completado
a última atividade, você deverá responder o Simulado.
Avaliação
A Avaliação é obrigatória e tem como objetivo verificar o seu
desempenho em cada módulo.
Fórum
O Fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre
você e o tutor. Existe um Fórum por módulo, que fica aberto
durante todo o seu período de estudos nesta fase.
Estrutura do tema
A teoria dos custos é um conceito essencial para o gerenciamento financeiro da
propriedade rural. Por isso, saber como aplicá-la na prática é de extrema importância.
Para facilitar o entendimento deste conteúdo e garantir seu gerenciamento, o tema
está dividido em tópicos.
Tópico 1
Tópico 4 Tópico 3
Os exemplos a seguir mostram quais custos fazem parte do COE no dia a dia
da propriedade.
Gastos pessoais, como dentista, médico, escola etc., não são itens de despesa
da atividade, portanto não compõem o COE. Quando a energia elétrica, ou
qualquer outro insumo for compartilhado entre a atividade profissional e a
pessoal, seu custo deverá ser computado separadamente, na proporção das
aplicações realizadas.
Aumentar a área de
Consequentemente,
cultivo, logo terá que
existirá a necessidade
preparar um espaço
de contratar
Um produtor maior de solo para a
trabalhadores, adquirir
deseja: implantação de lavoura,
corretivos, sementes,
fruticultura, olericultura,
fertilizantes, água,
ou mesmo de pastagens
defensivos etc.
para seus animais.
Incrementar Consequentemente,
as tecnologias, precisará passar
melhorando a por um processo
produtividade sem chamado de
aumentar a área intensificação do
destinada à produção. cultivo.
É possível observar que o COE está diretamente ligado com a produção desejada,
em que cada acréscimo almejado geralmente implica em aumentos desse
custo, embora ele até possa ser nulo, caso não haja produção.
Custo em relação direta com a produção, gerando como resposta o COE.
Custo R$
Entenda!
Produção
E
CO
Produção
Custo R$
E
CO
Custo R$
O COE parte da
interseção dos
eixos no VALOR
ZERO – então, caso
não haja produção,
Produção
não haverá
despesas diretas.
E
CO
O COE parte da
interseção dos
eixos no VALOR
ZERO – então, caso
não haja produção,
Produção
não haverá Cálculo de custo de produção pg. 15
despesas diretas.
Módulo 3
Custo R$
Conforme a produção
aumenta, o custo
também aumenta.
E
CO
Produção
Como foi dito, geralmente existe uma relação direta entre o aumento da
produção e o incremento de custo. Porém, pode acontecer que a quantidade
produzida seja ampliada, sem que exista um aumento do COE.
Essa análise é importante para que não se tenha a ideia equivocada de que o
COE apenas sofrerá aumentos, transmitindo a impressão de que a ampliação
do volume produzido e, portanto, do COE, é sinônimo de maiores despesas e
menores lucros.
Obtenção de descontos
nos insumos adquiridos
de acodo com o volume
(compra programada ou
coletiva).
Forma de pagamento/
Diluição dos valores de
faturamento
serviços contratados
(faturamento direto
para um maior volume
pela fábrica do insumo
produzido.
em questão).
Neste momento não nos aprofundaremos sobre a redução de custos totais por
meio da diluição dos custos fixos obtida com o aumento da escala de produção.
Esse assunto será tratado mais adiante.
A realidade do campo
Na prática
Em determinada propriedade rural arrendada, trabalham um funcionário
contratado e um diarista eventual, ambos exclusivos para a produção.
Por outro lado, caso Já no caso do arrendamento, mesmo que seja regido por
o produtor deseje um contrato com prazos estabelecidos, o administrador
encerrar por completo também realiza um desembolso físico de recursos
a atividade, não haverá financeiros e detém controle absoluto e imediato sobre
motivo para continuar essa despesa.
tendo despesas com
eletricidade, água
e pessoal, podendo
Por isso, ele pode acabar com ela a qualquer tempo,
dispensá-los no
mesmo que para isso suporte o pagamento de eventuais
momento em que
multas rescisórias, algo também observado na situação
tomar essa decisão.
laboral legalmente estabelecida.
Quantidade
Quantidade Valor COE da
Item Unidade Valor total utilizada no
adquirida unitário atividade
ciclo
Fertilizante
Saco 50 kg 20 R$ 120,00 R$ 2.400,00 16 R$ 1.920,00
ureia agrícola
De fato, o produtor
desembolsou a quantia
de R$ 2.400,00 para a
aquisição do insumo.
Na prática
Exemplos de investimentos
Macacão para apicultura e regador para olericultura, por exemplo, são itens que
possuem um custo relativamente barato, o que leva alguns administradores à
tendência de os classificarem como COE.
COE Investimento
Na prática
Seu valor é atualizado. Para isso, basta Devido a esse investimento, o bem
somar o valor investido na reforma àquele avaliado poderá ser utilizado por mais
pelo qual o bem foi previamente avaliado tempo. É recomendável ter bastante
para se obter sua nova cotação. É critério no momento de realizar
realizada a soma porque o administrador essa avaliação, a qual vai influenciar
já tem a oportunidade de capital diretamente nos custos de produção.
imobilizado ou empatado no equipamento Por exemplo, é possível supor que o
antes da reforma e, mesmo assim, decide trator deste caso terá um adicional de
empatar mais essa quantia financeira. 5 anos de trabalho. Ou seja, a vida útil
Mesmo que a máquina ou o equipamento residual será alterada de 3 para 8 anos
não valha esse mesmo valor atualizado (5 + 3), distribuindo ou diluindo o
no mercado, o administrador possui esse custo fixo do bem (depreciação) por um
montante imobilizado no bem. período mais prolongado.
Resumindo o tópico
Neste primeiro tópico, você:
Compreendeu a importância
da relação “planejado versus
realizado” dentro de uma
análise financeira.
Assuntos do campo
Na prática
O produtor de milho, Sr. Manoel, paga ao seu filho Zezinho R$ 100,00 por
semana para que ele vá à cidade se divertir aos domingos.
O rapaz o ajuda diariamente na atividade e merece uma folga…
Isso porque ele recebe por seus serviços como um funcionário comum,
contratado e pago por semana, mesmo que sua mão de obra esteja
sendo avaliada de forma modesta pelo Sr. Manoel.
Fica nítido, a partir de agora, que o termo “mão de obra familiar” não deve
ser atrelado exclusivamente ao fator parentesco, mas assimilado juntamente
ao contexto de desembolsos, pois também é conhecido como pró-labore do
administrador (pagamento realizado aos sócios pelos serviços prestados à
empresa).
Na prática
Pense e decida
Feedback
Nesse caso, o custo da mão de obra familiar deve ser dimensionado com o
mesmo critério de outras situações, ou seja, para substituir o trabalho dessa
família, devemos considerar a quantidade de pessoas necessárias pelo salário
de mercado.
Remuneração do empreendedor
Caso o administrador/empreendedor tenha em mente que a única fonte de
renda para a mão de obra familiar faça parte dos seus custos de oportunidade,
deve ter sido realizada uma análise errada e pouquíssimo atrativa ao produtor.
O valor da mão de obra De uma forma geral, esse De forma conceitual, para
familiar representa o custo de item é um componente dos entender a alocação do lucro
oportunidade do trabalho do custos fixos, pois não existe que a atividade proporciona
produtor rural e sua família, desembolso e representa nessa etapa de cálculos, basta
considerando as funções que também um custo de compreender que o lucro, na
todos desempenham dentro do oportunidade de investimento. verdade, não é diretamente
sistema produtivo. do empreendedor, mas
Nesse caso, será avaliado, por
sim do negócio – os custos
exemplo, se compensaria mais
com seu trabalho já foram
o empreendedor ter investido
remunerados.
R$ 1 milhão de capital médio
na infraestrutura da atividade Em muitos empreendimentos,
ou se teria uma melhor o lucro é destinado a diversas
remuneração investindo esse finalidades, de acordo com
mesmo capital na poupança o planejamento estratégico
– um investimento tradicional da empresa. Por exemplo:
e com rendimento histórico 10% do lucro é destinado
médio de 6% ao ano que para ações de marketing;
é adotado na metodologia 2% para doações; 20% para
de Assistência Técnica e investimentos em pesquisa;
Gerencial como parâmetro de 50% para aquisição de
comparação. novos negócios e 18% para
distribuição de dividendos
Assim, esse R$ 1 milhão
entre os sócios do negócio.
renderia na poupança, a 6%
a.a., a quantia de R$ 60 mil/ Assim, caso não haja
ano. Obrigatoriamente, para destinação para investimentos
ser minimamente atrativa, em novas áreas ou destinação
a atividade deveria render a de recursos para outros
partir desse valor. setores, o lucro deverá ser
destinado do negócio ao
empreendedor.
Custo de oportunidade
Veja um exemplo!
Na prática
Ao final da apuração anual dos resultados obtidos por uma propriedade rural, o Técnico
de Campo do empreendimento encontrou os seguintes valores:
REMUNERAÇÃO = R$ 92.000,00
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Tópico 3: Depreciação
Valor de novo
Sucata
VN - S (sempre igual a “0”)
Depreciação d =
VU
Vida útil
Na prática
Para um trator no valor de novo de R$ 150 mil, com vida útil de 15 anos, qual
será sua depreciação?
VN – S R$ 150.000,00 – 0
d= d=
VU 15 anos
d = R$ 10.000,00
Vale destacar que sempre que o bem for adquirido novo e estiver dentro de seu
prazo de vida útil, a fórmula para calcular a depreciação é essa apresentada.
Para os casos em que o produtor não for o primeiro dono do bem, o cálculo é
outro, e será visto adiante.
A vida útil se refere ao tempo que o bem pode ser usado para desempenhar sua
função tendo utilidade econômica na empresa rural. Na metodologia de ATeG,
ela é contabilizada em anos, podendo ser subdividida pelo intervalo de
tempo que o administrador desejar para suas análises pessoais, até mesmo
em horas.
É preciso ter muito critério ao realizar essa avaliação, pois os custos com
depreciação geralmente são “mascarados” ou não “enxergados” pelo produtor
rural, uma vez que não se realizam desembolsos para seu pagamento.
Informação extra
Edafoclimáticas são características definidas por fatores do meio, tais como clima, relevo,
litologia, temperatura, umidade do ar, radiação, tipo de solo, vento, composição atmosférica
e precipitação pluvial.
Os parâmetros de vida útil para cada item do inventário de recursos, caso não
sejam estabelecidos pela Coordenação Nacional de ATeG, deverão ser definidos
pela Coordenação Estadual. Os exemplos utilizados aqui no curso são apenas
hipotéticos, não servindo de base para a utilização no campo.
Semoventes
(animais de serviço,
reprodutores, rebanhos
não estabilizados etc.)
Máquinas e equipamentos
(veículos, tratores, balança,
roçadeira, misturador de ração,
ferramentas etc.)
Sempre que a vida útil do bem for esgotada, o cálculo da depreciação não
será mais necessário, pois ela será sempre igual a zero, uma vez que toda a
depreciação já foi paga.
Casos especiais
Quando se fala em depreciação, existem alguns casos especiais que necessitam
de um pensamento diferente para esse cálculo. Acompanhe!
Valor de compra
Sucata
VC - S (sempre igual a “0”)
Depreciação d =
VR
A vida útil residual é obtida a partir da subtração entre a vida útil total estipulada
para o bem e o tempo efetivo de seu uso até o momento da compra.
Na prática
VC – S R$ 8.000,00 – 0 R$ 8.000,00
d= d= d=
VR (15 – 11 anos) 4 anos
d = R$ 2.000,00
C. Depreciação da lavoura
Toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação. Com
o decorrer dos anos, a lavoura vai perdendo seu potencial produtivo,
sofrendo depreciação. Então, em determinados momentos, ela precisará receber
intervenções, como a poda drástica ou até mesmo o novo plantio.
Conheça a fórmula:
Depreciação d =
VU Vida útil produtiva
Depreciação d =
VU Vida útil produtiva
Na prática
VI R$ 5.000,00 + R$ 6.000,00
d= d= d = R$ 1.375,00 / ano
VU 8
VR R$ 6.000,00
d= d= d = R$ 600,00 / ano
VU 10
D. Exaustão da floresta
Com o passar dos anos, a floresta vai se tornando cada vez mais valiosa,
ganhando mais e mais metros cúbicos para extração. A essa extração dá-se
o nome de exaustão da floresta, que é como devemos chamar a depreciação
nesse caso.
% de árvores extraídas:
(árvores extraídas ÷ total de árvores) × 100%
Na prática
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
Na prática
Como visto, além do COE existem dois outros custos da propriedade rural que
são importantes para a identificação do custo operacional total de produção:
Na prática
O critério é simples:
Portanto, as despesas relativas a eles não devem ser consideradas no custo da olericultura.
Você sabia?
É necessário
fazer o rateio
proporcional do COE
no que compete
exclusivamente
à atividade
olerícola.
Feito como de
todos os demais
custos de uso em
comum. Seguir a mesma
proporção encontrada
na relação renda
do leite/renda da
atividade.
A fórmula
A aplicação de uma fórmula matemática específica nos permite descobrir o COE
da produção de alface de forma bem detalhada, diferentemente de outras
metodologias que não trabalham com centro de custos, nas quais o custo é
total e a atividade olerícola tem de arcar com todas as despesas.
1º - removem-se os
elementos que não 2º - todo o resto 3º e último - serão
são de uso comum de despesas integralmente somados
para ambas as comuns é rateado os valores que
atividades (fertilizantes proporcionalmente de pertencem à produção
químicos, produtos acordo com a relação da alface, pois o que
fitossanitários, entre a renda da se pretende descobrir
sementes e resíduos atividade e a renda é apenas o COE da
orgânicos), pois os total. alface.
três primeiros são
exclusivos da alface, e
o último, da venda de
composto.
FQ fertilizante químico
SEMENT sementes
RO resíduos orgânicos
RL renda da alface/
proporção da renda bruta da alface sobre a
renda da atividade de
renda bruta da atividade olerícola
olericultura
Outras cadeias
Em cadeias da produção vegetal, geralmente o raciocínio é menos complexo.
Nas cadeias produtivas de cereais e na própria olericultura, encontra-se a
semelhança de que todas as plantas pertencem ao COE, uma vez que são
tratadas como insumos (compra de mudas ou sementes).
São considerados assim, pois se faz necessária sua aquisição sempre que um
ciclo se encerra e para que se possa iniciar o subsequente.
Um ciclo de produção
é um processo que um
determinado produto
passa para ser produzido.
A colheita é a última
etapa de um ciclo
produtivo e após se
inicia um novo ciclo de
produção com uma nova
semeadura.
Tome nota
Fruticultura e floresta
Nos cultivos de árvores frutíferas —
incluindo o café — e também nas
florestas plantadas, as metodologias de
custo de produção tratam de maneiras
diferenciadas para cada um desses dois
segmentos, comparativamente às demais
cadeias produtivas atendidas pela ATeG.
Tome nota
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Entendeu a diferença
Compreendeu a Conheceu a
desse custo de
importância de forma correta de
acordo com a
calcular o custo se aproximar do
cadeia produtiva ou
operacional total. custo real.
atividade praticada.
Aprofundou seus
conhecimentos sobre
a fórmula do COT,
conhecendo os elementos
que a compõem.
Para começar, pense no custo operacional efetivo (COE). Nele, são contabilizadas
apenas as despesas de custeio que envolvem desembolsos inerentes à
atividade.
• sais minerais;
Sementes R$ 11.700,00
Substrato R$ 7.800,00
Fungicida R$ 720,00
Inseticida R$ 960,00
Energia R$ 1.600,00
Combustível R$ 2.280,00
Embalagens R$ 1.800,00
Total R$ 78.024,20
Sementes R$ 11.700,00
Substrato R$ 7.800,00
Fungicida R$ 720,00
Inseticida R$ 960,00
Energia R$ 1.600,00
Combustível R$ 2.280,00
Embalagens R$ 1.800,00
Total R$ 13.043,00
• Produtos fitossanitários:
» fungicida;
» inseticida;
» acaricida;
» outros itens vinculados a produtos fitossanitários.
• Reparos de benfeitorias (estufas)
• Fertilizantes químicos
COEAL RAL
=
COETA RA
COEL COEAT RL RA
RAL
COEAL ={(COE AT - PF - FQ - RB - RO) x } + PF + FQ +RB
RA
COEAL = R$ 54.460,46
Viu como não é justo que uma atividade arque sozinha com as despesas
de outras? Esse erro pode comprometer a análise de viabilidade da
atividade
Para isso, basta dividir o COEAL pela produção obtida nos últimos 12 meses.
Acompanhe!
R$ 54.460,46
COEAL/unidade = = R$0,15
360.365 unidades
Assim, para a produção total de alface, foi despendido R$ 0,15 para cada
unidade de alface.
Esse indicador é encontrado dividindo o valor total obtido com a venda de alface
(exclusivamente) pelo volume total produzido durante o período compreendido
pela análise, independentemente de quantas alterações o preço tenha sofrido.
R$ 265.565,38
Preço médio = Renda da alface = R$ 0,73/unidade
R$ 360.365 unidades
0,15
COEL/PREÇO MÉDIO = = 20,54%
R$ 0,73
De acordo com o resultado obtido, sabe-se que 20,54% do que o produtor recebe
(R$ 0,73) já estão comprometidos com o pagamento do COE (R$ 0,15/unidade).
Depreciações
Conforme visto, a depreciação consiste em uma reserva monetária contábil,
anual, para a substituição de um bem ao final de sua vida útil.
Ela é calculada de forma linear, dividindo o valor do novo pela vida útil, conforme
a fórmula a seguir:
Ao final da vida útil do bem, ele é considerado sucata, logo não serão mais
contabilizadas depreciações, mesmo que ele ainda possua utilidade.
Inventário de benfeitorias
Utilização na
Valor unitário Valor total Vida útil
Item Quant. atividade de Idade
novo (R$) (R$) (anos)
horticultura
Galpão de 96 m² de
1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10
madeira (depósito)
Galpão de 80 m² de
1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23
madeira (máquinas)
Estufa de
4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5
40 m x 50 m
Estufa de produção
de mudas 1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16
10 m x 20 m
Unidade de lavagem
1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5
de hortaliças
Unidade de
produção de 1 50% 1.000,00 500,00 20 5
compostagem
TOTAL 116.400,00
Utilização na Valor
Valor total Vida útil Idade
Item Quantidade produção de unitário
(R$) (anos) (anos)
alface novo (R$)
Caminhão-baú
1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5
– câmara fria
Pulverizador
3 100% 100,00 300,00 10 5
costal
Carrinho de
3 100% 200,00 600,00 5 1
mão
Ferramentas
1 80% 2.300,00 1.840,00 10 12
diversas
Sistema de
1 100% 10.000,00 10.000,00 15 16
irrigação
Trator 65 CV 1 80% 50.000,00 40.000,00 15 16
Enxada
rotativa 1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5
encanteiradora
Semeadora
de hortaliças 1 100% 400,00 400,00 15 5
manual
Computador
com 1 80% 2.500,00 2.000,00 5 7
impressora
Equipamento
para lavagem 1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2
de hortaliças
Bebedouro tipo
1 100% 300,00 300,00 5 2
gelágua
TOTAL 137.640,00
TOTAL 11.310,00
Tome nota
O que acha de fazer uma busca rápida? Identifique nas tabelas anteriores os
itens que possuem idade superior à vida útil.
Saiba Mais
Inventário de benfeitorias
• Galpão de 80 m² de madeira (máquinas)
• Poço artesiano
• Sistema de irrigação
• Trator 65 CV
Calculando a depreciação
Observe os valores de depreciação de acordo com os inventários da Fazenda
Santa Felicidade e entenda o cálculo de alguns itens!
Inventário de benfeitorias
Utilização
Valor
na Valor total Vida útil Idade Depreciação
Item Quantidade unitário
produção (R$) (anos) (anos) (R$)
novo (R$)
de alface
Galpão de 96
m² de madeira 1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10 1.500,00
(depósito)
Galpão de 80
m² de madeira 1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23 Não existe
(máquinas)*
Estufa de 40 m x
4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5 4.000,00
50 m
Estufa de
produção de
1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16 Não existe
mudas 10 m x
20 m
Unidade de
lavagem de 1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5 90,00
hortaliças
Unidade de
produção de 1 50% 1.000,00 500,00 20 5 25,00
compostagem
Utilização Valor
Vida
na unitário Valor total Idade Depreciação
Item Quantidade útil
produção novo (R$) (anos) (R$)
(anos)
de alface (R$)
Caminhão-baú
1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5 5.333,33
– câmara fria
Pulverizador
3 100% 100,00 300,00 10 5 30,00
costal
Carrinho de
3 100% 200,00 600,00 5 1 120,00
mão
Ferramentas
1 80% 2.300,00 1.840,00 10 12 Não existe
diversas
Sistema de
1 100% 10.000,00 10.000,00 15 16 Não existe
irrigação
Enxada
rotativa 1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5 66,66
encanteiradora
Semeadora
de hortaliças 1 100% 400,00 400,00 15 5 26,66
manual
Computador
com 1 80% 2.500,00 2.000,00 5 7 Não existe
impressora
Equipamento
para lavagem 1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2 240,00
de hortaliças*
Bebedouro tipo
1 100% 300,00 300,00 5 2 60,00
gelágua
Utilização
Valor Vida
na Valor total Idade Depreciação
Item Quantidade unitário útil
produção (R$) (anos) (R$)
novo (R$) (anos)
de alface
Mesa de
1 100% 250,00 250,00 10 5 25,00
escritório
Armário com
1 80% 350,00 280,00 10 12 Não existe
fichário
Mesa para
computador e 1 100% 200,00 200,00 10 11 Não existe
impressora
Bandeja para
produção de
500 100% 9,00 4.500,00 5 2 900,00
mudas (com
200 células)
Equipamento
de proteção
1 100% 80,00 80,00 5 2 16,00
individual
(EPI)
Caixas de
300 100% 20,00 6.000,00 5 2 1.200,00
PVC*
Benfeitorias R$ 5.665,00
Máquinas R$ 5.876,65
Total R$ 13.682,65
R$
R$
1.600,00/ 12 meses
19.200,00
mês
Na verdade, esse é um custo anual que não vai se distanciar muito do valor real do custo de
um funcionário contratado com carteira assinada, quando se consideram todas as obrigações
patronais (pagamento de encargos, férias e 13o salário).
• COEAT = R$ 58.981,20
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Analisou Compreendeu a
Aprofundou seus
informações e importncia dessas
conhecimentos sobre
dados relevantes análises para um
o tema, através de
de uma gerenciamento
exemplos práticos.
propriedade rural. eficiente.
Encerramento do tema
Você chegou ao final deste primeiro tema e, durante os estudos, pode conhecer
o conceito e o comportamento de um dos principais custos de produção da
metodologia de ATeG, os custos variáveis. Você pôde compreender:
A importância de
realizar uma análise
profunda dos custos,
A forma de decompor ou seja, ter uma
os custos fixos, a anotação detalhada
depreciação e a das despesas como
Como diferenciar contabilização dos uma ferramenta
elementos de custo valores de mão de de controle dos
fixo de uma despesa obra familiar. processos produtivos
de valor fixo, como
e administrativos.
arrendamentos,
aluguéis, mão de
obra contratada e
energia elétrica.
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Questão
Leia os itens a seguir e relacione cada um deles com os seguintes elementos:
Estrutura do tema
PPara que todo esse conteúdo fique mais claro e de fácil entendimento, o tema
foi dividido em tópicos. Conheça, a seguir, o objetivo de cada um deles.
Custos fixos
Entender o dimensionamento total do custo fixo, assim como diversas análises
que podem ser feitas a partir da sua identificação.
Tópico 1
Tópico 4 Tópico 3
Agora que você já viu o objetivo de cada tópico, siga em frente neste tema e
ótimos estudos!
• Depreciação
Entenda a fórmula:
CF = MOF + d + CO
Na prática
VN – S 36.000,00 – 0
d= d= d = R$ 1.200,00
VU 30
VN – S 36.000,00 – 0
CO = X i CO = X 6% CO = 1.080,00/ano
2 2
CF = R$ 2.280,00
Note que no exemplo, a mão de obra familiar foi considerada igual a zero,
pois estamos avaliando o custo fixo de um bem, então não podemos envolver
esse item.
A realidade do campo
Acompanhe um exemplo!
Na prática
Resumindo...
Resumindo...
É contabilizada no custo fixo porque geralmente não existe um
pagamento efetivo ‒ o produtor não paga a si mesmo.
Configura-se como um custo indireto, não havendo desembolso.
É um custo que sempre existirá, a não ser que se interrompa a atividade
e não haja mais possibilidade de executá-la
O valor atribuído à mão de obra familiar deve ter como base os valores
praticados na região. Ou seja, caso o produtor contrate alguém em seu
lugar, quanto pagaria pelo mesmo serviço? O mesmo critério deve ser
utilizado para todos os membros da família envolvidos na atividade.
Dois pontos críticos devem ser observados, pois são facilmente solucionados
quando se atêm a realidades distintas, mas que podem ocorrer na propriedade.
Conheça!
A mão de obra familiar é tratada como custo fixo também pelo fato de não
responder, de forma imediata, às variações de escala de produção.
Note que não estamos dizendo que a aposentadoria que o produtor recebe
anula a contabilização na mão de obra familiar. Renda pessoal não possui nexo
algum com a renda oriunda da atividade rural. Em muitos casos, o produtor
é aposentado por idade ou tempo de contribuição, mas ainda se encontra em
pleno gozo de suas faculdades físicas e mentais, gerando uma oportunidade
e, portanto, um custo de mão de obra familiar
Depreciação
Resumindo...
Resumindo...
É um custo fixo e consiste em uma reserva monetária
para que a propriedade possa substituir os bens
duráveis no final de sua vida útil, mantendo a
capacidade produtiva da empresa.
Os principais itens geradores desse custo são
equipamentos, máquinas, veículos, forrageiras e
outra culturas não anuais, fertilizantes, sementes.
Valor de novo
Sucata
VN - S (sempre igual a “0”)
Depreciação d =
VU
Vida útil
R$ 80.000,00
d= d = R$ 5.333,33/ano
15
A depreciação anual do bem é de R$ 5.333,33, valor que o sr. Ariovaldo deve reservar para
a reposição do veículo ao final de sua vida útil.
Para calcular a depreciação nesses casos, é utilizado o valor pago pelo bem,
denominado na fórmula como valor de compra (VC). O valor atribuído à sucata
será sempre zero e para a vida útil consideramos o valor residual (VR).
Valor de compra
Sucata
VC - S (sempre igual a “0”)
Depreciação d =
VR
Valor residual
R$ 57.000,00 – 0
d= d = R$ R$ 5.700,00/ano
10
Nesse caso, sr. Ariovaldo deverá reservar R$ 5.700,00 por ano para que, ao final da vida
útil do bem, tenha condições de fazer sua reposição.
VN - S
Taxa de juros
Custo de oportunidade CO = X i (6% a.a.)
2
Entenda!
Na prática
VN - S R$ 15.000,00 - 0
CO = X i CO = X 6%a.a
2 2
CO = R$ 4.500,00/ano
Nesse caso, o custo de oportunidade desse trator será de R$ 4.500,00 por ano.
Informação extra
Taxa de juros
Custo de oportunidade CO = VM - S X i (6% a.a.)
Uma vez que, ano a ano, todos os bens sofrem paulatinamente uma redução
no seu valor de mercado, será necessária a realização de uma atualização
do inventário de bens depreciados anualmente, a fim de que o inventário se
aproxime o máximo possível do custo real.
Na prática
CO = R$ 1.800,00/ano
Na prática
VM - S R$ 50.000,00 - 0
CO = X i CO = X 6%a.a
2 2
CO = R$ 1.500,00/ano
florestal
(madeira) em capital
corrente
(dinheiro).
O valor considerado deve ser uma média dos preços pagos na região,
para não correr o risco de mascarar os resultados, superdimensionando
esse capital considerando o valor máximo, ou subdimensionando
considerando o valor mínimo
CO = VM - S X i
Entenda!
Na prática
CO = (VM + S) × i
CO = (R$ 3.850.000,00 + 0) × 6%
CO = R$ 231.000,00
• 500 plantas
CO = VM - S X i
Valor médio
Quant. de Vida útil Custo de
Descrição unitário (por Idade
plantas (anos) oportunidade
planta)
TOTAL R$ 224,70
Entenda!
Na prática
• depreciação do bem,
• fluxo de caixa.
As duas primeiras dizem respeito ao custo de produção; a última, apenas ao próprio fluxo
de caixa.
Cálculo da depreciação:
VN - S R$ 120.000 - 0
d= d= d = R$ 8.000/ano
VU 15
VM - S R$ 120.000,00 - 0
CO = X i CO = X 6%a.a
2 2
CO = R$ 3.600,00/ano
Esse será o valor (R$ 30.257,14) que vai compor o fluxo de caixa – é um pagamento, uma
saída de capital da empresa. Não há nenhuma relação com o custo de produção.
Porém, isso não é regra, pois é possível que a aquisição dos bens, que geram
aumento no custo fixo, causem redução no COE. Acompanhe um exemplo!
Na prática
• sistema de irrigação;
• pulverizador;
• automóvel;
• etc.
Veja na tabela!
Volume
Simulação CFT (R$) CFM (R$)
(unidade da alface)
1 73.000 R$ 2,60
2 146.000 R$ 1,30
R$ 190.000,00
3 219.000 R$ 0,87
4 292.000 R$ 0,65
Observe o gráfico!
Isso ocorre
independentemente do
volume de produção, desde
Custo que se mantenham estáveis as
Fixo Total
variáveis que o compõem
(mão de obra familiar,
Custo depreciação e custo de
Fixo Médio oportunidade).
Produção
Observe também o
comportamento do custo fixo
Cálculo detem
médio, que custo de produção
tendência de pg. 97
R$
Produção
Módulo 3
Observe também o
comportamento do custo fixo
médio, que tem tendência de
R$
Custo
Fixo Total Essa redução pode chegar a
valores irrisórios, porém
jamais será igual a zero.
Custo
Fixo Médio
Produção
Valor da Terra
A metodologia de cálculo do custo de produção utilizada não considera o valor
da terra como componente do custo de produção. São avaliadas todas as
benfeitorias úteis que estão sobre ela (incluindo poço artesiano, se houver).
Valor da Valor do
Área
terra nua hectare
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
O custo total engloba todos os custos, tanto variáveis como fixos, pois é a
soma do custo operacional total (COT) com o custo de oportunidade (CO) do
capital empatado em benfeitorias, máquinas, equipamentos, veículos, móveis,
utensílios e outros bens.
Empreendedor Capitalista
Entenda!
Na prática
Veja como encontrar o valor atribuído ao COE dessa atividade e o valor de juros pago.
O valor a ser atribuído ao COE será apenas a quantia de R$ 50.000,00. Isso se dá pelo fato
de que a atividade necessitava do fertilizante (comprado por esse valor no mercado), e não
do capital, muito menos dos juros.
Como a metodologia de ATeG não considera juros sobre capital de giro, não incidirão juros
no custo de produção.
O produtor contratou o crédito com a taxa de 25% a.a., ou seja, pagará o equivalente a
12,5% no período correspondente ao prazo de pagamento (6 meses).
R$ 50.000 x 12,5
Valor a ser pago = Valor a ser pago = R$ 6.250,00
100
Custo total
Custo total médio =
Produção
É fundamental conhecer e analisar o custo total por unidade produzida. Ele nos
dará condições de analisar a eficiência da empresa, se seus custos e receitas
estão equilibrados e se a escala de produção está adequada em relação à
estrutura envolvida.
0 q Produção
Custo total médio
0 q Produção
0 q Produção
O custo total médio pode ser utilizado para diversas unidades comerciais, como:
• arroba de erva-mate;
• litro de leite;
• quilo da carne;
Custo total
Custo total por área =
Área da
atividade/ha
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Entendeu as
Compreendeu complexidades existentes
o conceito de em cada cadeia produtiva
custo total. para a determinação do
custo total.
MB RB COE
Assuntos do campo
E o papo da vez é a margem bruta, o indicador
essencial para que uma propriedade continue
produzindo.
Afinal, para que isso aconteça, ela precisa de fluxo
de caixa positivo, o que só é possível se tiver a
margem bruta positiva.
A margem bruta permite analisar a capacidade
operacional da empresa a curto prazo.
Para calcular esse indicador de forma correta, o
gestor precisa realizar três passos. Anote, porque
é importante!
O primeiro passo é considerar a receita obtida pela
venda dos produtos e subprodutos da atividade.
A riqueza que foi produzida no período analisado,
mas que ainda não foi vendida, também entra como
renda.
Essa situação acontece nas atividades de criação
animal, caso tenha ocorrido uma variação no
inventário, em que o produtor aumentou seu
patrimônio.
Outra consideração é o consumo de produtos gerados
pela atividade e que não são comercializados,
como carne e feijão para o consumo das pessoas,
leite para o aleitamento de bezerros, esterco ou
composto para adubar as lavouras e pastagens.
MB > 0
MB = 0
MB < 0
Quando a margem bruta for maior do que zero, significa que a propriedade
é viável no curto prazo, podendo pagar todos os custos operacionais efetivos
e sobrando recursos para pagar toda ou parte da mão de obra familiar, da
depreciação e do custo de oportunidade do capital.
A empresa que apresenta uma situação de margem bruta positiva, porém
com margem líquida negativa, requer um acompanhamento da evolução de
seus indicadores, a fim de que sejam identificados os principais gargalos e
realizados os ajustes necessários.
Na prática
Fazenda Jussara
A Fazenda Jussara é uma propriedade de médio
porte destinada à produção de batata-doce, cujo
cultivo é realizado com variedades precoces e tardias
em várias etapas durante o ano para garantir a
venda ininterrupta do produto. O seu proprietário
está analisando qual é a viabilidade da sua
fazenda no curto prazo e quer saber se o negócio é
sustentável pelo cálculo da margem bruta. Para isso,
conta com a ajuda de um Técnico de Campo.
• RB = R$ 351.800,00
• COE = R$ 57.230,00
MB = RB – COE
MB = R$ 351.800,00 – R$ 57.230,00
MB = R$ 294.570,00
Dessa forma, o proprietário pode ficar tranquilo, já que a atividade é viável a curto prazo,
pois cobre os custos operacionais. Mas o Técnico de Campo já avisou que não se pode
estender essas informações para um longo prazo, já que não existem dados sobre os custos
fixos, que podem ser maiores do que a margem bruta.
Margem bruta/área
Considerando a manutenção das estruturas de custos fixos, esse indicador
pode ser utilizado para comparar diversas atividades agropecuárias e decidir
qual explorar. Vamos voltar ao exemplo da Fazenda Jussara.
Na prática
O proprietário viu que ocupa uma área de 10 hectares da propriedade para a produção de
batata-doce. Mais uma vez, com a ajuda do Técnico de Campo, realizou o seguinte cálculo:
• produção média por hectare de batata-doce: 1.000 caixas de 20 kg cada uma;
• área: 10 hectares da propriedade;
• comercialização em caixas de madeira e papelão: R$ 35,18 em média na lavoura (sem
o processo de lavagem da batata-doce) para cada caixa de 20 kg.
Renda bruta:
• Produção = 1.000 caixas/ha
• Produção = 1.000 x 10 ha = 10.000 caixas
• Preço médio = R$ 35,18/caixa
O cálculo do COE total da produção de batata-doce é simples, basta saber o valor do custo
operacional efetivo por hectare e multiplicar pela quantidade de hectares ocupados pela
cultura.
R$ 5.723,00
COE = x 10 ha
ha
Então, para calcular a margem bruta total, basta utilizar o valor da renda bruta da produção
e subtrair o valor do COE total, tendo assim a margem bruta da atividade.
MB = R$ 351.800,00 – R$ 57.230,00 =
MB = R$ 294.570,00
MB 294.570,00
=
ha 10
MB
= R$ 29.457,00/ha
ha
Observe!
Na prática
Renda bruta:
• Produção = 120 sacas/ha
• Produção = 120 x 10 ha = 1.200
• Preço = R$ 33,00/saca
• Renda bruta = 1.200 x R$ 33,00 = R$ 39.600,00
• hectares de terra;
Entenda!
Na prática
MB total R$ 294.570,00
MB Unitária = MB Unitária =
Produção 10.000 caixas
MB Unitária = R$ 29,45/caixa
Rendimentos
Sustentabilidade
Quanto do preço do
Capacidade daquele
produto sobra ao
negócio para suportar
produtor para pagar
oscilações de preços
seus custos fixos e
no mercado.
dimensionar seu lucro.
Na prática
R$ 96.000,00 anualmente
R$ 16.000,00 + R$ 80.000,00 =
MB por caixa (R$ 29,45)
Isso significa que, para cobrir um custo fixo de R$ 16.000,00 e fazer uma retirada anual de
R$ 80.000,00, o produtor deverá colher ao menos 3.260 caixas de batata-doce anualmente.
● sacas de cereais;
● número de poedeiras;
● tonelada de laranja;
● quilograma de frutas
Na prática
Comparar sua
eficiência com
outras regiões onde Conhecer sua Analisar os
o preço de mercado margem bruta resultados obtidos
é diferente, convertida na em safras ou
pois a unidade unidade de ciclos produtivos
comercializada comercialização. diferentes.
é a mesma nas
regiões.
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
ML RB COE d MOF
ML RB COT
ML > 0
MB > 0
ML = 0 ML > 0
ML < 0
MB < 0
Essa atividade não é sustentável nem mesmo no curto prazo, portanto requer
uma revisão minuciosa na estrutura de custos e no sistema de produção.
Vale destacar que alguns itens do COE, em situações de baixa escala de
produção, podem comprometer grande parte da renda, mas podem ser diluídos
com a escala de produção como energia elétrica, mão de obra contratada e
combustível.
ML > 0
MB > 0
ML = 0 ML > 0
ML < 0
MB < 0
ML = 0
ML > 0
Quando a margem líquida é maior que zero, significa que essa atividade é
viável em médio prazo, pois é capaz de cobrir o custo operacional efetivo, as
depreciações, o custo da mão de obra familiar e ainda sobram recursos para
pagar pelo menos parte do custo de oportunidade sobre o capital empatado.
Porém, não podemos definir se esse negócio é atrativo, antes de avançarmos
para as análises econômicas vinculadas ao lucro.
Na prática
No primeiro momento, sabendo que a margem bruta da atividade era de R$ 35.000,00 nos
últimos 12 meses e vendo um programa de financiamento com carência e prestações de R$
8.000,00, o produtor pensou em adquirir o trator.
De fato, no curto prazo estava tudo certo, e ele conseguiria pagar as prestações. Porém,
não sobrariam recursos para pagar o custo extra de depreciação do novo trator.
Ao avaliar que não aumentaria sua produção, pois não tinha mercado para isso, o produtor
calculou qual seria sua nova margem líquida se adquirisse o trator:
Depreciação
Margem líquida
ML dos novos bens
anterior
adquiridos
ML = R$ 10.000,00 - R$ 12.000,00
ML = -R$ 2.000,00
O resultado mostra que, a longo prazo, esse seria um investimento inviável para
sua atividade.
COT = R$ 365.930,00
ML MB COT
ML = R$ 446.150,00 - R$ 365.930,00
ML = R$ 80.220,00
ML
ML unitária =
Produção
Esse índice é utilizado para verificar quanto está sobrando de cada unidade por
unidade produzida depois que foi pago o COT (COE, depreciação e mão de obra
familiar). Caso a margem líquida unitária seja positiva, começa a ser remunerado
o capital, conhecido como custo de oportunidade do capital investido.
Entenda!
Na prática
• ML = R$ 40.220,00
R$ 40.220,00
Margem
=
líquida/caixas
3.000 caixas
Margem
= R$ 13,40/caixas
líquida/caixas
Isso significa que esse é o valor que sobra após o pagamento dos custos operacionais
efetivos, das depreciações e do custo da mão de obra familiar, ou seja, o valor que sobra
por caixa vendida para remunerar o capital empatado.
Essa mesma análise pode ser feita para qualquer atividade. Observe!
Pecuária Agricultura
ML
ML em equivalentes às unidades produzidas =
Preço unitário
Agora, para dar uma variada, o que acha de testar o que tem visto neste tema?
Pense e decida
ML da atividade
ML equivalente =
Preço unitário
Produtor A Produtor B
• ML da atividade = R$ 80.220,00 • ML da atividade = R$ 75.900,00
• Preço = R$ 148,72/arroba • Preço = R$ 130,00/arroba
R$
R$80.220,00
80.220,00 R$
R$75.900,00
75.900,00
ML
MLequivalente
equivalente ML
MLequivalente
equivalente
== ==
aaarrobas
arrobas aaarrobas
arrobas
R$
R$148,72
148,72 R$
R$130,00
130,00
ML
MLequivalente
equivalente ML
MLequivalente
equivalente
== 539,40
539,40arrobas
arrobas == 584,84
584,84arrobas
arrobas
aaarrobas
arrobas aaarrobas
arrobas
Depois dessa análise, é nítido que o Produtor A, cuja margem líquida foi de
R$ 80.220,00 para a mesma área, ganhou mais dinheiro que o Produtor B.
Produtor A Produtor B
Feedback
Portanto:
Pesquisando em seus
Essa análise permitiu ao
registros, ele viu que
Produtor A concluir que,
no ano 2000, antes de
para justificar as tecnologias
implementar diversas
implementadas, ele precisaria
tecnologias, sua margem
aumentar sua eficiência técnica
líquida foi de 3.100
e sua escala de produção.
arrobas.
Na prática
Pecuária Agricultura
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Custo fixo
Custo fixo (CF) é o somatório dos custos da mão de obra familiar (MOF),
depreciação (d) e custo de oportunidade (CO).
Fórmula:
CF MOF d CO
• CO = R$ 6.125,04
• MOF = R$ 19.200,00
• d = R$ 13.682,65
Cálculo e resultado:
CF = R$ 39.007,69
CO = [(VN - S) ÷ 2] × 6%
Observe os dados:
• Idade = 5 anos
CO = [(R$ 1.000,00 - 0) ÷ 2] x 6%
CO = R$ 30,00
Utilização Valor
Custo de
na unitário Valor total Vida útil Idade
Item Quantidade oportunidade
produção novo (R$) (anos) (anos)
(R$)
de alface (R$)
Galpão de 96
m² de madeira 1 100% 30.000,00 30.000,00 20 10 900,00
(depósito)
Estufa de 40 m
4 100% 15.000,00 60.000,00 15 5 1.800,00
x 50 m
Unidade de
lavagem de 1 100% 1.800,00 1.800,00 20 5 54,00
hortaliças
Unidade de
produção de 1 50% 1.000,00 500,00 20 5 15,00
compostagem
TOTAL 2.799,00
Utilização Valor
Custo de
na unitário Valor total Vida útil Idade
Item Quantidade oportunidade
produção novo (R$) (anos) (anos)
(R$)
de alface (R$)
Caminhão-baú
1 100% 80.000,00 80.000,00 15 5 2.400,00
– câmara fria
Pulverizador
3 100% 100,00 300,00 10 5 9,00
costal
Carrinho de
3 100% 200,00 600,00 5 1 18,00
mão
Enxada
rotativa 1 100% 1.000,00 1.000,00 15 5 30,00
encanteiradora
Semeadora
de hortaliças 1 100% 400,00 400,00 15 5 12,00
manual
Equipamento
para lavagem 1 100% 1.200,00 1.200,00 5 2 36,00
de hortaliças
Bebedouro tipo
1 100% 300,00 300,00 5 2 9,00
gelágua
TOTAL 2.514,00
Equipamentos já depreciados
Valor
Valor
Utilização unitário
total Custo de
na atualizado Vida útil Idade
Item Quantidade para a oportunidade
produção de (anos) (anos)
atividade (R$)
de alface mercado
(R$)
(R$)
Ferramentas
1 80% 230,00 184,00 10 12 11,04
diversas
Sistema de
1 100% 1.000,00 100,00 15 16 6,00
irrigação
Computador
1 80% 250,00 200,00 5 7 12,00
com impressora
TOTAL 119,04
Benfeitorias já depreciadas
Utilização
Vida Custo de
na Valor de Valor total Idade
Item Quantidade útil oportunidade
produção novo (R$) (R$) (anos)
(anos) (R$)
de alface
Galpão de
80 m² de
1 80% 20.000,00 16.000,00 20 23 480,00
madeira
(máquinas)
Estufa de
produção de
1 100% 1.500,00 1.500,00 15 16 45,00
mudas 10 m
x 20 m
Poço
1 80% 7.000,00 5.600,00 20 22 168,00
artesiano
TOTAL 693,00
Benfeitorias 3.492,00
TOTAL 6.125,04
CT COT CO
CO
COT
CT alface x
da alface
(RAAL/RAAT)
Os dados são:
Cálculo e resultado:
CT alface = R$ 91.248,60
Por isso é que dissemos logo no começo: ninguém melhor para definir os
custos de produção do que quem trabalha diretamente na atividade. Ou seja,
produtores e técnicos de campo.
A margem bruta da atividade (MB) é obtida pela diferença entre a renda bruta
(RB) e o custo operacional efetivo (COE), conforme a fórmula:
MB RB COE
Neste estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, a renda foi obtida pelo
somatório:
Produto Valor
TOTAL 281.565,88
MB = R$ 281.565,88 – R$ 58.981,20
MB = R$ 222.584,68
É a margem bruta por unidade produzida e deve ser calculada pela divisão da
margem bruta pela produção. Observe a fórmula!
Margem Bruta
MB unitária =
Produção
Na Fazenda Santa Felicidade, os dados são os seguintes:
• Produção = 360.365 unidades
• Margem bruta = R$ 211.105,42
MB unitária = R$ 0,58
Margem Bruta
MB equivalente =
Preço
Margem Bruta
MB área =
Área
Margem Bruta
MB/Estufa =
Estufas
• Quantidade de estufa = 4
MB/Estufa = R$ 222.584,18 ÷ 4
MB/Estufa = R$ 55.646,04
Esse indicador não tem uma referência-padrão, pois depende muito do sistema de produção
em que está inserido. Por exemplo, uma estufa de produção em larga escala e altamente
tecnificada tende a gerar uma maior margem bruta por estufa, porém naquelas com um
nível tecnológico baixo, ou seja, de baixos investimentos, a produção é menor, sendo uma
consequência a redução da margem bruta por estufa. Esse indicador é importante para tomar
uma decisão mais segura em relação à ampliação da produção quando se tem conhecimento
da demanda e da oferta do produto.
ML RB COT
• RB = R$ 281.565,38
• COT = R$ 91.863,85
Observe o resultado!
É a margem líquida por unidade produzida e deve ser calculada pela divisão
da margem líquida pela produção:
Margem Líquida
ML unitária =
Produção
Dados:
• Produção = 360.365 unidades de alface
• Margem líquida da alface = R$ 180.093,30
Resultado:
ML unitária = R$ 180.093,30 ÷ 360.365
ML unitária = R$ 0,49
Margem Líquida
ML equivalente =
Preço
Dados:
• Preço = R$ 0,73
• Margem líquida = R$ 180.093,30
Resultado
ML equivalente = R$ 180.093,30 ÷ R$ 0,73
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Encerramento do tema
Você chegou ao final do segundo tema e, de acordo com o que foi visto até
aqui, você pôde conhecer os conceitos e a aplicações dos principais custos
de produção por meio da metodologia de Assistência Técnica e Gerencial –
tanto os fixos quanto os variáveis – além de avaliar o resultado econômico
da propriedade por meio das margens bruta e líquida. Você pôde então
compreender:
A relevância de
enxergar o quanto
de esforço físico
Como elaborar e financeiro estão
unidades de medida sendo direcionados
de custos mais claras apenas para pagar
A importância da para o produtor, custos e não para
análise dos dados de traduzindo números gerar lucro.
produção e dos custos, em produtos.
além das receitas,
que devidamente
.
processados,
possibilitam a avaliação
econômica do negócio
e o planejamento da
empresa.
A segunda etapa deste módulo foi bem intensa e bem relevante para você,
que deseja fazer a diferença no trabalho do campo.
Atividade de passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Questão
A partir do que foi estudado neste tema, analise os dados apresentados a
seguir, em que são identificados o custo fixo médio (CFM) e o custo total (CT)
da atividade.
• Uma mão de obra familiar no valor de R$ 1.034,00 ao mês, com um dia de folga
na semana.
Inventário de recursos
Produção de alface
INDICADORES DE CUSTO
( ) A mão de obra familiar, por ter um dia de folga na semana, deveria ter
sido reduzida.
( ) Itens que chegaram ao final de sua vida útil não precisarão mais reservar
valores relativos à sua depreciação, porém continuarão a contabilizar custo
de oportunidade.
1. F, V, F, V, V.
2. V, V, F, V, V.
3. F, F, V, V, V.
4. F, F, V, V, F.
5. V, F, V, F, F.
Você está iniciando o terceiro tema do módulo. O objetivo é que você compreenda
os cálculos dos custos e da renda como necessários para a análise da rentabilidade,
que consiste em apurar a margem bruta, a margem líquida e o lucro.
Para que todo esse conteúdo fique mais claro e de fácil entendimento, o tema
foi dividido em tópicos. Conheça, a seguir o objetivo de cada um deles.
Lucro
Entender como calcular, interpretar os resultados e tomar decisões com o lucro,
analisando a atratividade do negócio, levando em conta o custo de oportunidade
do capital empatado no empreendimento.
Tópico 1
Tópico 4 Tópico 3
Tópico 1: Lucro
A realidade do campo
O lucro é obtido pela diferença entre a renda bruta (RB) e o custo total (CT),
conforme a fórmula abaixo:
Lucro L = RB - CT
Análise do lucro
Entenda a variação do lucro para melhor analisá-lo.
L>0
Lucro maior
que zero
L=0
Lucro igual
a zero
L<0
Lucro menor
que zero
Essa posição significa que a renda bruta obtida na atividade não foi suficiente
para cobrir os custos totais. Ou seja, existe um desequilíbrio entre renda e
custos, portanto o produtor atua então dentro de um cenário de prejuízo
econômico.
L>0
Lucro maior
que zero
L=0
Lucro igual
a zero
L<0
Lucro menor
que zero
Na economia, o lucro zero também é chamado de lucro normal. Neste cenário, existe
equilíbrio entre a renda bruta e os custos totais – ambos se equivalem equivalem.
Lucro zero não significa que o produtor não tenha dinheiro no bolso depois de
pagar os custos operacionais efetivos, remunerar a mão de obra da família,
recolher o valor referente à depreciação e remunerar o capital empatado em
forma de custo de oportunidade
Acompanhe um exemplo!
Na prática
Atuando nesse negócio, o produtor pode planejar seu sistema de produção para um maior
retorno, porém também está submetido a riscos. Cabe ao produtor, com apoio do técnico,
definir os melhores caminhos para obter lucro.
L>0
Lucro maior
que zero
L=0
Lucro igual
a zero
L<0
Lucro menor
que zero
Quando o produtor
atinge maturidade
empresarial, o lucro
passa a ser uma
constante.
Variações do lucro
A) Lucro unitário
É o lucro por unidade produzida, calculado pela divisão do lucro pela produção.
Veja a fórmula abaixo:
Lucro
Lucro unitário =
Produção
Este indicador pode ser utilizado para verificar se o negócio avaliado tem
capacidade para suportar variações no preço de venda sem que tome prejuízo.
Pecuária Agricultura
Lucro
Lucro equivalente =
Preço
Logicamente, o preço recebido vai interferir no resultado desse indicador. De acordo com a
fórmula, se o mesmo valor for apurado como lucro em duas propriedades e elas receberam
preços diferentes pelo produto, o lucro equivalente será diferente.
Pense e decida
Propriedade
Propriedade
A A Propriedade
Propriedade
B B
Lucro
Lucro Lucro
Lucro
Lucro
Lucro Lucro
Lucro
= = = =
equivalente
equivalente equivalente
equivalente
Preço
Preço Preço
Preço
R$R$
100.000,00
100.000,00 R$R$
110.000,00
110.000,00
Lucro
Lucro Lucro
Lucro
= = = =
equivalente
equivalente equivalente
equivalente
R$R$
450,00
450,00 R$R$
550,00
550,00
Lucro
Lucro Lucro
Lucro
equivalente
equivalente
a a = = 222,22
222,22
sacas
sacas equivalente
equivalente
a a= = 200
200
sacas
sacas
sacas
sacas quilos
quilos
Produtor A Produtor B
Feedback
https://www.youtube.com/
watch?v=LtFAlCW711Q&list=PLpvd_
yKjERaf4xHrtG0sx87tWtaFes9TS&index=10>
Resumindo o tópico
Neste segundo tópico, você:
Descobriu como
Conheceu o conceito do encontrar o lucro Entendeu as variações do
lucro na gestão de uma e analisar seu lucro e como usá-las para
propriedade rural. impacto na gestão da uma gestão madura e de
resultados.
propriedade.
PCOE PCOT
Ponto de Ponto de
cobertura cobertura
operacional operacional
efetivo total
Entenda!
Foi realizada uma análise comparativa do custo operacional efetivo (COE) por
meio do custo equivalente às unidades produzidas em uma produtora de café
em um período de 2 anos.
Observe os resultados:
A propriedade
gastou 100
sacas de café
para pagar o
COE
ANO 1
ANO 2
A propriedade
gastou 120
sacas de
café para
pagar o COE
Isso significa que, no segundo ano, foi comprometida uma parte maior da
produção para pagar o COE. É possível dizer, então, que no ano 2 a propriedade
foi menos eficiente?
COE
Ponto de cobertura operacional efetivo =
Preço Médio
Na prática
Fazenda Cambirela
Produtora de feijão: produz 320 sacas em 8 hectares de área,
comercializa o feijão em média a R$ 120,00 a saca de 60 kg e tem
COE de R$ 12.000,00 no ano.
Fórmula:
COE
Ponto de cobertura
=
operacional efetivo
Preço Médio
No caso do feijão, cuja produção pode ser expressa por ano, para
que o número fique mais claro para o produtor, dividimos o valor
do PCOE anual por 8 hectares (área para produção). Portanto:
Isso significa que, das 320 sacas (40 sacas por hectare) de feijão
produzidos por safra, essa propriedade compromete 100 sacas
(12,5 sacas por hectare) para pagar o COE.
Esse custo é muito analisado pelos produtores, mesmo de forma empírica, sem
considerar alguns pagamentos, como impostos e taxas, entre outros.
Na prática
R$ 46.307,00
A produção total da lavoura = 3.400 sacas de milho (170 sacas por ha x 20 ha)
Logo:
COE equivalente
= 1.624,8 sacas de milho
sacas de milho
Quando o PCOE supera a produção, é possível ver que a empresa rural precisa
rever a eficiência na utilização dos itens do COE. Ela também apresenta
problemas gerenciais graves, pois o empresário precisará usar recursos próprios
ou de terceiros para manter o sistema funcionando.
Mão de obra
Erros graves na
contratada operando
técnica de produção Problemas
em sistemas de baixa Catástrofes naturais que comprometem a fitossanitários que
escala de produção que limitam a produtividade, como ocasionam perda de
e participando produção. desequilíbrio nutricional plantas.
excessivamente do
das plantas.
custo.
Entenda!
Na prática
Se um produtor de arroz produziu 10.000 sacas no ano e seu PCOE equivalente foi
de 4.000 sacas, significa que ele será capaz de pagar todas as despesas e ainda
sobrarão 6.000 sacas.
10.000 sacas no ano
PCOE
4.000 sacas
Esse produtor pode comparar, também, quantas sacas gastou para produzir as mesmas
10.000 sacas no ano anterior. Se ele gastou 5.000 sacas no ano anterior e apenas
4.000 neste ano, é possível concluir que, economicamente, ele foi mais eficiente.
Como isso se justifica? Por uma melhoria na eficiência técnica ou por variações no
mercado.
COT
PCOT =
Preço Médio
Esse indicador significa que a produção obtida pelo sistema não foi capaz de
pagar o COE, mão de obra familiar e depreciações. Nesse cenário, o produtor
deve fazer algumas verificações:
Na prática
• COE = R$ 46.307,00.
Cálculo e resultado
COT R$ 74.640,33
PCOT = PCOT =
Preço Médio R$ 28,50
Isso significa que essa empresa comprometeu 2.618,95 sacas da sua produção
para pagar o COT.
Resumindo o tópico
Neste tópico, você:
Para calcular o PCT é muito simples: basta dividir o custo total pelo preço:
CT
Ponto de cobertura total PCT =
Preço Médio
Bem fácil, não é mesmo? Agora, entenda como analisar esse índice!
1 2
Acompanhe um exemplo!
Na prática
Isso explica por que o PCT não é o indicador da produção que representa o
lucro, mas se trata da parcela da produção utilizada para cobrir o custo total.
O que fazer
nesse caso ? Para aumentar a produção, seria
necessário um aumento em toda a
parcela variável do COE, o que
resultaria num CT maior do que o
que foi usado para o cálculo do PCT.
Mais uma vez, se vê que não podemos dizer que o PCT indica se a produção
terá lucro, mas sim qual a parcela da produção que seria necessária para cobrir
o custo total atribuído ao produtor.
Esse indicador se torna mais visível quando o produtor usa o valor para comparar
seus resultados com outros produtores que recebem preços diferentes, podendo
dizer quem foi mais eficiente em unidades produzidas. Outra forma de usar esse
indicador é comparando os resultados da própria empresa rural em períodos
diferentes.
Na prática
Acompanhe!
Dados:
• COT = R$ 116.524,61.
Acompanhe!
Dados:
• COT = R$ 116.524,61.
R$ 453.343,52
Custo de oportunidade do capital empatado = x 6%
2
CT = R$ 116.524,61 + R$ 13.600,30
CT = R$ 130.124,91
CT equivalente R$ 130.124,91
=
sacas de trigo
R$ 34,68
Resumindo o tópico
Neste terceiro tópico, você:
TRC
ML Capital
Área Produt.
A realidade do campo
O Técnico de Campo deve realizar ambas as
análises, com e sem terra, para que o efeito do
“valor da terra” seja posto à parte, conseguindo
avaliar apenas a atividade em si. Isso é importante
especialmente quando o empresário rural não cogita
a hipótese de vender a terra, o que é muito comum
nesse meio.
Margem Líquida
TRC = x 100
Estoque de capital
Margem líquida
A margem líquida é o resultado da diferença entre a renda bruta e o custo
operacional total, ou seja, o que sobra da renda bruta quando abatido o COE,
depreciações e custo da mão de obra familiar. Esses custos são inerentes à
operação e são reais.
Na prática
Não se usa o lucro para calcular a taxa de retorno, porque dele são contabilizados
os custos de oportunidade sobre o capital empatado e esse custo não se
incorpora ao produto, sendo apenas analítico. Assim, esse valor também
retorna ao empresário
Em outras palavras, se essa floresta fosse vendida, quanto ela valeria no mercado
atual?
Na prática
Logo:
Uma questão importante é que a maioria dos proprietários de terra não estão
dispostos a vendê-la, portanto é importante saber o que dá maior retorno
sobre a terra para a tomada de decisão. Além disso, esse indicador é utilizado
também para casos de arrendatários.
Margem Líquida
TRCST = X 100
ECST
Taxa de retorno do capital sem terra.
Estoque de capital sem terra, que corresponde à soma do estoque de capital médio de
máquinas, benfeitorias e plantas perenes com o estoque de capital em reflorestamento
ou em produção de composto.
Na prática
Margem Líquida
TRCST = x 100
Margem Líquida ECST
R$ 65.000,00
TRCST = x 100 TRCST = x 100 TRCST = 10%
ECST R$ 65.000,00
Significa dizer que todo o capital investido na propriedade (tudo o que está em cima da
terra), anualmente, retorna ao produtor 10% desse capital. Esses 10% retornam por meio
da renda (margem líquida) da atividade que a propriedade possui.
Margem Líquida
TRCCT = X 100
ECCT
Taxa de retorno do capital com terra.
Interpretação da TRCCT
Entenda o que os valores encontrados nesse indicador podem apontar:
Dessa forma, podemos afirmar que em regiões de terra de alto valor, para
viabilizar e manter a terra é necessário ter uma produção intensiva em qualquer
atividade agropecuária.
Na prática
• Área = 200 ha
Margem Líquida
TRCST = x ha
• Estoque de capital em terra = 200 100x R$
ECST
10.000,00 = R$ 2.000.000,00
Cálculo e resultado:
R$ 65.000,00
TRCCT = x 100 TRCCT = 2,45%
R$ 650.000,00 + R$ 2.000.000
Logo, podemos concluir que é necessário ter uma produção intensiva para viabilizar e
manter a terra.
Resumindo o tópico
Neste quarto tópico, você:
Entendeu a relação da
Compreendeu o TRC com a margem
Conheceu os
conceito da taxa líquida e a sua
estoques de capital
de retorno sobre o importância para os
ECM, ECA e ECT.
capital empatado. cálculos da taxa de
retorno.
Lucro (L)
O lucro é obtido pela diferença entre a renda bruta (RB) e o custo total (CT),
conforme a fórmula:
L RB CT
Cálculo e resultado:
L = R$ 281.565,38 – R$ 97.988,89
L = R$ 183.576,49
Variações do lucro
1 2
1 Lucro unitário
Lucro
Lucro unitário =
Produção
Cálculo e resultado:
Lucro
Lucro equivalente =
Preço
Cálculo e resultado:
COE, COT e CT
Agora, observe as fórmulas e a aplicação de cada uma delas, considerando os
dados da Fazenda Santa Felicidade.
COE
Dados:
• COE = R$ 58.981,20.
• Preço médio ponderado da alface = R$ 0,73.
Cálculo e resultado:
Para entender melhor esses resultados, dividimos esse valor em unidades por
dia, pois, na prática, o que o produtor planeja é sua produção diária.
COT
Dados:
• COT = R$ 85.472,08.
• Preço médio ponderado da alface = R$ 0,73.
Cálculo e resultado
PCOT = R$ 85.472,08 ÷ R$ 0,73
PCOT = 117.085,04 unidades/ano
CT
Dados:
CT = R$ 97.988,89.
Cálculo e resultado
PCT = R$ 97.988,89 ÷ R$ 0,73
PCT = 134.231,35 unidades/ano
Viu só como é simples fazer os cálculos e ter uma visão mais ampla dos custos
e lucros de uma empresa rural?
Resumindo o tópico
Neste quinto tópico, você:
Aplicou o conhecimento
do tema, aprofundando- Acompanhou o passo Analisou os cálculos sobre
se no estudo de caso a passo dos cálculos o lucro a partir dos dados
da Fazenda Santa utilizados. da fazenda.
Felicidade.
Encerramento do tema
Durante o tema, foi visto que é essencial entender como calcular os principais
indicadores de rentabilidade, para um gerenciamento eficiente da propriedade.
Você pôde compreender:
A terceira etapa desse módulo foi uma chuva de cálculos, não é? O entendimento
desses conceitos, a análise e a aplicação são essenciais para basear o seu
trabalho de gerenciamento, garantindo a qualidade e a rentabilidade que toda
propriedade precisa!
Atividade de Passagem
Chegou a hora de colocar em prática o que aprendeu!
Questão
Leia o trecho adaptado de um texto retirado do portal da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG…, s.d.)
Com base no que você aprendeu neste tema do curso e analisou no texto,
classifique as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F):
1. F, F, V, F, F.
2. V, F, V, V, V.
3. V, V, F, V, V.
4. V, F, F, V, V.
5. V, F, V, F, F.
Encerramento do módulo
• É importante
diferenciar os
elementos de custo
fixo, decompor
os custos fixos, a • O lucro é um indicador
depreciação e a que ajuda a medir
• A análise dos dados de a atratividade do
contabilização dos
produção e custos, além negócio e também é
valores de mão de obra
das receitas, quando um refinamento da
familiar.
devidamente processada, gestão por parte do
• A análise profunda possibilita a avaliação empresário rural. Isso
dos custos, ou seja, econômica do negócio fica mais evidente
ter uma anotação e o planejamento da quando calculamos
detalhada das despesas empresa. Podemos a taxa de retorno do
é uma ferramenta visualizar o quanto de capital e a comparamos
de controle dos esforço físico e financeiro com as oportunidades
processos produtivo e está sendo direcionado do mercado.
administrativo. apenas para pagar custos
e não para gerar lucro.
Final de etapa
Estudo de Caso
Será apresentada para você uma situação problema relacionada
aos temas estudados no módulo. Responda, fazendo uma análise
da situação. Você deverá responder ao Estudo de Caso em forma
de texto, ok? Essa atividade será corrigida pelo tutor, que dará
uma nota e um feedback.
Simulado
São 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo.
Você pode realizar o Simulado três vezes, permitindo que você
se prepare bem para a Avaliação.
A realização dessa atividade é obrigatória, porém não vale nota.
Ela é uma ótima oportunidade para verificar o seu conhecimento,
estudar e ter uma prévia de como será a avaliação. Aproveite!
Avaliação
Depois de realizar o Simulado, você terá acesso à Avaliação.
Ela também é composta por 17 questões objetivas de múltipla
escolha e é composta por todo o conteúdo estudado no módulo.
Essa atividade é obrigatória e vale nota.
O seu desempenho nela será contabilizado na sua média. A
correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a correção
da atividade.
Onde acessar?
Para acessar essas atividades, clique no menu do seu Ambiente de Estudos e,
depois, em Minhas Avaliações.
Início | Ambientação | Conteúdo | Biblioteca | Minhas Avaliações | Turma | Comunicação |
Ah! Caso falte energia durante a avaliação, não se preocupe, pois o sistema
de avaliações, incluindo o Simulado, são salvos automaticamente. Você não
perderá nada do que já respondeu!
Para obter informações mais detalhadas sobre o acesso ou se tiver qualquer dúvida,
por favor, entre em contato pelo Tira-Dúvidas ou pelo e-mail faleconoscoead@
faculdadecna.com.br ou ainda pelo telefone 0800 006 4849 de segunda a sexta-
feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, no horário de Brasília.
Tema 2
Alternativa correta: I. F, V, F, V, V
• Trator: o valor total do bem para o sistema produtivo será seu valor de novo,
sem taxas ou juros bancários. Portanto, R$ 150.000,00. Sua vida útil será igual
a 15 anos, independentemente do número de parcelas do financiamento.
• Carretinha de arrasto: é um bem depreciado, ou seja, não possui mais vida útil,
porém ainda possui valor de mercado, atualmente avaliado em R$ 5.000,00.
• Preço da alface: essa informação não será usada para responder ao exercício, mas
é sempre bom ter em mente o valor recebido por cada unidade comercializada,
a fim de agilizar diversas análises, como o lucro ou o prejuízo unitário.
• COE: esse valor deverá ser utilizado como referência do COE, sem rateios.
Identificação dos indicadores de custos: Para determinar o custo fixo médio,
ou seja, o custo fixo por unidade de alface produzido, é necessário encontrar
o custo fixo total, para então dividi-lo pelo volume total da produção anual
dessa propriedade. O custo fixo será igual à somatória da mão de obra familiar,
depreciação e custo de oportunidade.
CF = MDOF + d + CO
CF = R$ 53.268,00/ano
CFM = R$ 0,56
Isso significa que a cada R$ 1,00 ganho na venda de cada unidade de alface,
esse produtor possui R$ 0,56 comprometidos somente em custo fixo.
Uma vez conhecidos os valores do COE e CF, fica mais fácil determinar o CT.
Veja:
CT = COE + CF
CT = 37.230,00 + 53.268,00
CT = R$ 90.498,00/ano
Isso significa que o custo total suportado por esse produtor, para que ele oferte
seus produtos no mercado, é de R$ 90.498,00 ao ano.
Tema 3
Alternativa correta: 3. V, V, F, V, V
Referências bibliográficas
ARAÚJO, A. J. Fundamentos do agronegócio. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.