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INSTITUTO POLITÉCNICO MAKHETELE

ENSINO TÉCNICO MÉDIO PROFISSIONA


CV3 EM AGROPECUÁRIA
CAIA

MANUAL DO MODÚLO:

GERIR PARQUES DE MAQUINARIAS AGRICOLAS E SUAS


FUNÇÕES

Mauel Salomão David

_____________________

(Engenheiro agrónomo)

CAIA

FEVEREIRO DE 2022
Módulo: GERIR PARQUES DE MAQUINARIAS AGRICOLAS E SUA Formador Manuel
847693290/866056479
FUNÇÕES Institutomakhetele.dap@gmail.com

INTRODUÇÃO À MÓDULO DE USAR E REALIZAR MANUTENÇÃO DE ROTINA


DE ALFAIAS AGRÍCOLAS

A mecanização agrícola pode ser interpretada de várias maneiras. Para uns é sinónimo
de tractorização, enquanto que para outros pode implicar o aumento de produção por
trabalhador e por hectare de terra cultivada.

Uma operação agrícola moderna envolve o uso de vários insumos ou "inputs" no ciclo
de produção. Estes insumos incluem, sementes, água de rega, fertilizantes, herbicidas e
insecticidas e o equipamento agrícola. O equipamento agrícola por si só não multiplica a
produção, mas actua como um instrumento para assegurar um resultado desejado, com a
aplicação dos outros insumos.

Então pode-se dizer que o equipamento agrícola e as técnicas associadas com o seu uso,
constituem duma maneira geral, o campo da Mecanização Agrícola.

Ainda que as tarefas agrícolas duma exploração sejam feitas por um implemento
agrícola, ele não poderá funcionar se não aliado por uma forma de energia. Daqui se
depreende que a maquinaria e a fonte de potencia são complementares.

Essas operações podem num todo ou em parte serem mecanizadas. Algumas são
realizadas manualmente como a sacha ou a colheita de alguma fruta. Outras como o
beneficiamento do solo e o seu preparo são geralmente mecanizadas.

A mecanização das operações agrícolas, alem de permitirem o aumento da área


cultivada, imprime rapidez ás operações, permitindo em geral melhor qualidade dos
trabalhos. Algumas dessas operações conseguiram extraordinário avanço em termos de
mecanização, como o controlo de pragas, a sementeira, e a adubação que podem hoje
ser feitas por avião. Há praticamente um implemento para cada situação.

As indústrias de máquinas, implementos e ferramentas, além do contínuo


aperfeiçoamento, estão atentas e rápido respondem ás solicitações do mercado agrícola,
podendo-se até dizer que para cada dia temos disponível um novo implemento no
mercado.

1. ALFAIAS AGRÍCOLAS DE TRACÇÃO MECÂNICA

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1.1. Conceito de máquina, implemento e ferramenta

Estes termos embora muitas vezes usados como sinónimos, têm significados diferentes
em mecânica agrícola.

Máquina - conjunto de órgãos restringidos nos seus movimentos por obstáculos fixos e
de resistência suficiente para transmitir o efeito de forçar e transformar energia.

Implemento - conjunto constrangido de órgãos que não apresentam movimentos


relativos nem têm capacidade de transformar energia, seu único movimento é o de
deslocamento, normalmente imprimido por uma máquina tractora.

Ferramenta - implemento em sua forma mais simples, constituindo parte activa de uma
máquina ou implemento. Também incorpora os apetrechos manuais.

1.2. ARADOS

São implementos agrícolas usados nas operações de lavoura e estes podem ser de
aivecas ou de discos. Arado de Aivecas é um dos implementos mais antigos utilizados
no preparo do solo para instalação de culturas periódicas. O arado de discos apareceu
em substituição aos arados de aivecas e sua origem teve como ponto de partida a grade
de discos.

Arado de aiveca Arado de discos


1.2.1. Tipos de arados ou charruas.
Existem várias formas para classificar os arados; assim:

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I. Quanto á peça activa ou de corte, os arados podem ser:


 De discos lisos
 De discos recortados
 De aivecas ou clássicos
II. Quanto ao tipo de tracção:
 De tracção animal;
 De tracção motorizada
III. Quanto á movimentação dos órgãos de corte, ou posição de tombamento:
. Fixos
. Reversíveis
1.3. O arado de aiveca
As charruas de aivecas são constituídas por diversos órgãos com diferentes funções,
mas podemos pô-los em dois grandes grupos:
 Órgãos activos.
 Órgãos não activos ou de engate e suporte.

1.3.1. Descrição dos orgãos activos

Órgãos activos são aqueles que contactam ou realizam trabalho no terreno, e numa
charrua de aiveca são os seguintes:
Sega - colocada á frente da aiveca. Sua função, é cortar a terra e preparar a parede
vertical do rego, diminuindo o esforço e desgaste no peito da aiveca.
Há dois tipos de segas: De faca ou recta e de disco.
- Relha - é uma peça em forma de trapézio, colocada na parte da frente da aiveca, tem
como função fazer o corte horizontal da terra, no fundo do rego.
As relhas podem ter várias formas, entre elas as mais conhecidas são as rectas, bico de
pato e formão móvel

Formão - barra de ferro aguçada em bizel, tem por finalidade facilitar o abicamento ou
penetração da charrua e evitar o desgaste excessivo da relha.

Chapa de encosto - é uma chapa que está no prolongamento do bico da relha,


recebendo a força lateral provocada pelo reviramento da leiva, e encosta na parede
lateral do rego. Serve para orientar a charrua e alinhar o tractor e o rego.

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Raspadeira - é um acessório colocado á frente do peito da aiveca, servindo para raspar


a faixa de terra do peito da aiveca e atirá-la para o fundo do rego.

Aiveca - é a maior das peças activas, tem uma forma abaulada e serve para revirar ou
voltar a leiva, ou pulverizá-la, dependendo do tipo de aiveca. Os tipos mais conhecidos
são as de uso geral, afundamento médio, uso geral e alta velocidade, afundamento
médio e alta velocidade e afundamento alto.

1.3.2. Descrição dos orgãos não activos

São os que fazem a ligação dos orgãos activos á estrutura do conjunto e deste ao tractor.
Sendo osprincipais os seguintes:

 Cabeça ou cabeçote - tambem chamado torre, é onde engata o terceiro ponto ou


barra.
 Barra transversal - barra situada na parte dianteira da charrua, em cujas
extremidades estão as ponteiras ou munhões de engate aos braços movidos pelo
hidráulico. Tambem conhecida por eixo transversal da charrua.
 Quadro ou chassi - corpo onde são fixos os restantes componentes da charrua e
que forma a estrutura principal.
 Colunas - São os suportes dos orgãos activos. Estão fixas em cima ao chassi e
em baixo ao conjunto relha-aiveca. Tambem se podem chamar de teirós.
 Alavanca de reviramento - é a haste que tem por função virar os orgãos activos
da charrua, para cortar nouto sentido. Só se encontra em charruas reversíveis,
caso o reviramento seja automático, existe uma corrente de reversão.
 Escora, encosto ou mexilho - é a peça que une a orelha da aiveca e a
extremidade posterior da chapa de encosto e rastro. Esta peça faz o equilíbrio
entre o peso da terra na aiveca e o esforço que a chapa de encosto sofre contra a
parede lateral do rego.

1.4. O arado de discos

Como nos arados de aivecas, as peças destes arados se classificam em activas e não
activas, sendo a parte activa os discos fazendo estes o trabalho da relha do formão da
aiveca e dos acrescentos.

1.4.1. Classificação
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Podem ser classificados em três grandes grupos:


I. Quanto ao Tipo de Acoplamento ao Tractor
 Montado
 Semi-montado
 Rebocado ou de arrasto

Os rebocados ou atrelados, apoiam-se totalmente no solo sendo traccionados pela barra


de tracção. Os semi-montados, têm a dianteira apoiada aos dois braços do tractor e a
traseira numa roda de sulco. Os montados são inteiramente apoiados no tractor e o seu
levantamento e abaixamento é feito pelo hidráulico do tractor.

II. Quanto ao Bordo dos Discos


 De discos lisos.
 De discos recortados.
III. Conforme a Movimentação dos Orgãos Activos
. Fixos e Reversíveis.

1.4.2. Componentes dos arados de discos

1. Corpo, Chassi ou Viga Principal - pode ser de estrutura tubular ou monobloco, nele
estão acoplados os restantes orgãos, formando assim o esqueleto ou estrutura principal
do arado.

2. Coluna Suporte do Disco ou Suporte - com a parte superior presa no chassi, e a


parte inferior a suportar os cubos dos discos.
A coluna possui dispositivos que permitem variar os ângulos vertical e horizontal dos
discos, em certos arados é possivel retirar ou incorporar uma ou mais colunas,
expediente que permite diminuir ou aumentar o esforço resistente ou a realização de
trabalhos especiais.
3. Mastro ou Torre - necessário quando existe acoplamento do arado ao tractor pelo
terceiro ponto.
4. Eixo Transversal - situado na dianteira do arado, no sentido transversal ao chassi.
Nas extremidades do eixo transversal, vão os pinos de engate inferiores. Em alguns
arados não existe o eixo transversal, os pinos de engate inferiores são fixos ao próprio
chassi.

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5. Roda Guia - componente responsável pela estabilidade lateral do arado assim como
pelo controlo da profundidade de aração.

6. Discos - em número e tamanhos variáveis, são os orgãos activos do arado e estão


acoplados ao chassi pelo braço. Além dos componentes descritos, os arados podem
levar outros orgãos como o Cavalete de Sustentação, Raspadores ou Limpadores de
Disco.

1.5. Arado de discos versus de aivecas


Os arados de aiveca são normalmente mais leves, e quando bem projectados e bem
regulados possuem maior capacidade de penetração, exigindo menos peso e menor
tracção. Podem realizar trabalhos de lavoura mesmo quando deslocados a baixa
velocidade, daí o seu emprego amplo na tracção animal.

Os arados de discos apresentam uma serie de vantagens e desvantagens sobre o arado de


aiveca e vice-versa:
 Podem ser utilizados nas lavouras de terrenos secos e duro onde a aiveca não
consegue penetrar.
 Trabalham relativamente bem em terrenos sujo, onde existem restos de culturas,
vegetação rasteira e até em áreas recem desbravadas.
 Nos solos barrentos onde aiveca trabalha mal, os arados de discos realizam uma
boa aração.
 Em solos com pedras, com troncos ou raízes, onde não passam aiveca, os arados
de discos quando não conseguem arranca-los ou corta-los, rolam por cima e
seguem em frente.
 Há menor compactação do solo por parte dos arados de discos.
 O arado de disco é pouco exigente em regulação e ainda consegue dar bom
rendimento com discos pouco afiados.
 Enquanto que nos arados de aiveca o atrito é grande, pois a aiveca é arrastado
pelo solo no arado de discos, estes rolam pelo solo, havendo uma diminuição de
atrito grande.
1.6. Rendimento teórico de um arado
Rendimento teórico de um arado = Nº de discos*Lavoura de corte de cada disco*
velocidade do tractor.
1.6.1. Exercício

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Qual a capacidade em hectares/hora, teórica e efectiva de um conjunto tractor mais


arado, que se desloca a 4,5 km/h, considerando que:
. O arado tem três discos.
. O arado tem dois discos.
. A largura de corte de cada disco é de 28 cm.
. A eficiência é de 80%.

. Qual a área efectivamente arada, por cada arado num dia de 8 horas?

2. OS SUBSOLADORES E ESCARIFICADORES

A Subsolagem ou a escarificação é uma prática que consiste na mobilização sub-


superficial do solo com o objectivo de quebrar as camadas compactadas ou adensadas
do solo.

A subsolagem é pratica pela qual se rompe ou se "quebra" camadas compactadas


formadas no interior do solo até 80cm de profundidade.

Os escarificadores actuam numa profundidade máxima de 30 cm não podendo ser


considerado uma subsolagem.

Para a escarificação a humidade do solo é a mesma da aração convencional. Este


implemento não provoca a inversão das camadas, portanto grande parte dos resíduos
vegetais permanece sobre a superfície do solo diminuindo o impacto directo da chuva.

Os componentes do subsolador podem constituir um corpo único, uma peça inteira,


tendo inclusive o seu chassi ou a sua estrutura ou podem ser peças soltas ou isoladas que
são fixas à barra porta ferramentas.

As peças principais e mais comuns dum subsolador são:


 Chassi ou barra;
 Braçadeira e/ou cabeçote;
 Haste, braço, suporte ou ferro;
 Relha, lâmina, faca, bico ou ponteira ;
 Pino de encosto e Pino de segurança.

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Subsolador Escarificador Escarificador com rolo destoroador

3. OS SULCADORES
É um implemento agrícola usado para a abertura de sulcos no campo de produção
agrícolas quando a sementeira ou o plantio for em sulcos ou camalhões.

Sulcadores

4. AS GRADES

4.1. Introdução
A superfície do terreno, após a lavoura, apresenta-se irregular. O arado ao cortar e
tombar o solo, deixa leivas, sulcos e muitos torrões, isto alem de dificultar a operação de
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plantio, provoca muitas falhas na germinação e dificulta todas as outras operações de


cultivo.

Alem da gradagem própriamente dita, que é uma operação que complementa ou


completa a lavoura no preparo periódico do solo, ela é realizada com o objectivo de
destorroar; pulverizar; nivelar; assentar o solo arado.

Alem disto as grades realizam uma série de outras actividades tais como:
 Destruir as ervas daninhas quando em estado de sementeira;
 Picar, cortar ou fragmentar restos de cultura. Os restos assim picados, podem
ficar na superfície do solo ou podem posteriormente ser incorporados;
 Enterrar sementes, fertilizantes e correctivos, quando esses materiais são
aplicados a lanço sobre a superfície e é necessário enterrá-los a pequenas
profundidades.

As grades agrícolas podem ser de dentes, de molas ou de discos conforme as figuras


abaixo:

Grade de dentes Grade de discos Grade de molas

4.2. Classificação das grades


4.2.1. Grades de arrasto:
 Rígidas
 Flexíveis
 Oscilantes

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4.2.2. Grades rodantes:


 Destorroadoras ou Norueguesas
 De Discos

Segundo o modo de engate ao tractor podem ser rebocadas ou atreladas, semi-montadas


e montadas. 4.1-4.4

4.2.3. Grades de arrasto

Estas grades se designam de arrasto por em virtude de operarem arrastadas pelo terreno
e estas podem ser de três tipos.

4.2.3.1. Grades de arrasto rígidos

Utilizadas geralmente para preparar o leito das sementes, enterrio, destruição de ervas
daninhas e aeração de pastagens.

Tambem muito conhecidas por grades semeadoras ou em zig-zag, pois o chassi que
suporta os dentes (que não tem qualquer maleabilidade) assume este formato em zig-
zag.

4.2.3.2. Grades de arrasto flrxíveis

Estas grades não têm chassi rígido; uma grande vantagem destas grades é a de
combinarem ou de se adaptarem, devido ao seu chassi flexível, ás irregularidades
superficiais do solo, e de possuírem dentes que penetram efectivamente no solo. São
constituídas dum certo número de elementos enganchados uns nos outros e cada um
compreendendo um certo número de dentes, que podem ser de arame grosso.

4.2.3.3. Grades de arrasto oscilantes

Estas grades têm como órgãos activos dentes em aço especial, com grande capacidade
de resistência a choques e desgaste, montados em duas longarinas transversais,
animadas de rápido movimento de vai-vem alternado, que lhes é transmitido por um
sistema de biela-manivela, accionado pela tomada de força.

4.3. Os componentes das grades

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As grades de disco de levante hidráulico ou montadas são constituídas basicamente de:


Chassi, conjuntos ou secções de discos; suporte das secções de discos; sistema para
engate aos três pontos.

 O chassi pode ser fixo ou articulável. O articulável permite alterar o ângulo da


secção dos discos que presos a uma série de vigas de ferro dispostos no sentido
transversal e longitudinal.
 O chassi conforme seja a sua construção e disposição dá grades em "V" e em
"X" com duas, quatro ou mais secções de discos.

4.4. Os orgãos activos

Os orgãqos activos das grades só são os discos, pois são os únicos que entram em
contacto e trabalham o solo.O afastamento entre cada disco é de 15 a 25 cm, o seu
diametro entre 16 a 24" para as grades consideradas ligeiras e as pesadas têm discos de
maiores diametros, o número de discos em cada corpo é variável.

O rebordo periférico do disco é talhado em forma de bisel, afim de facilitar a penetração


no terreno e fazer um corte eficaz. Como nos arados os discos podem ter os rebordos
lisos ou recortados conforme a sua aplicação, o tipo de sol e o estado do terreno a
trabalhar.

As grades são montadas para que os discos do corpo traseiro cortem no intervalo dos da
frente e assim haver um bom nivelamento, sendo a sua concavidade inversa.

4.5. O manejo das grades

A gradagem pode ser superficial (5 a 10 cm) ou profunda (20 a 30 cm), conforme a


capacidade e regulação das grades para a penetração.
O maior ou menor aprofundamento da grade no terreno deve-se principalmente aos
seguintes factores:

 Solos (textura, grau de humidade, etc.).


 Diâmetro dos discos.
 Peso por disco.
 Concavidade dos discos.
 Afiamento (interno ou externo).

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 Velocidade de deslocamento.
 Regulação.

5. ENXADAS ROTATIVAS

Outros nomes são a fresa ou o rotovator. Como a charrua e a grade, a fresa é um


implemento de preparo do solo. Seu funcionamento é identico ao de uma enxada só que
com movimento contínuo.

As primeiras enxadas rotativas apareceram na Europa há cerca de 120 a 130 anos.


Pretendia-se, com um implemento de movimentos giratórios e contínuos, substituir os
discos e aivecas nos arados e nas grades em simultâneo, executando duma só passagem
o corte, reviramento, pulverização, nivelamento e incorporação.

Entre tanto, alguns inconvenientes impediram esta intenção como por exemplo:
 A sua utilização indevida pode acelerar a formação de um forte calo ou crosta,
contribuindo para a maior erosão do solo.
 Preço e custos de operação elevados, manutenção esmerada.
 A operação de implementos pela tomada de força do tractor deverá ser feita com
muito cuidado, pois qualquer anomalia, no solo ou na máquina poderá afectar
desastrosamente os mecanismos de transmissão de potência.

Mesmo assim, esta alfaia possui algumas vantagens dentre as quais as principais são as
seguintes:

 Afofamento bastante perfeito do solo, e bom trabalho de incorporação de restos


vegetais.
 Exige menor número de passagens.
 Bons resultados em preparo do solo, que há muito tempo esteja abandonado, ou
terrenos que nunca foram utilizados.

As enxadas rotativas aproveitam melhor a potência do tractor. O tractor é,


indiscutivelmente, a melhor fonte de potência para o accionamento de máquinas e
implementos agrícolas, embora haja certas limitações.

5.2.1. Os componentes de uma enxada rotativa

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Como qualquer alfaia, a enxada rotativa é constituida por orgãos activos e não activos.
Na essência todas elas possuem:
 Rotor;
 Caixa de transmissão ou caixa redutora de velocidade.
 Órgãos de regulação e protecção.

5.3.2. Descrição das fresas

O rotor é geralmente accionado duma das extremidades (caso das fresas excentricas),
evitando assim uma faixa não cultivada no centro (caso das fresas axiais), permitindo
ainda cultivo por baixo de arvoredos.

A caixa de transmissão ou caixa selectora de velocidades é formada por engrenagens


do tipo coroa-pinhão, permitindo uma razão de transmissão que dará a velocidade
angular (rpm) desejada para o rotor.

6. EQUIPAMENTO PARA SEMEAR E PLANTAR

A sementeira é uma das muitas operações agrícolas, sobre a qual existe uma vasta
informação acumulada da experiência de milhares de anos, e relativamente de poucos
factos científicos palpáveis, mesmo tendo em vista a experimentação incansável que se
tem feito ultimamente.

A maior dificuldade em chegar a factos concretos é que na natureza existem uma série
de variáveis que não são controláveis.

Na concepção duma máquina semeadora jogam bastantes factores dentre os quais:

 A variação da forma e tamanho da semente para diferentes culturas - assim


temos sementes do tamanho pequeno, médio e grande.
 O método recomendado para o crescimento de cada cultura - umas culturas dão-
se melhor nos sulcos ou margeações, outras dão-se melhor em terrenos alisados.
 Métodos diferentes na plantação - enquanto muitas culturas são feitas através de
sementes, outras há que são a partir de pequenos pedaços de caule da cultura
anterior.

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 Algumas culturas, como o arroz e vegetais são primeiro criadas em viveiros e


posteriormente transplantadas para um novo local.

6.1. Factores do equipamento

Os semeadores devem apresentar um ou mais dos seguintes factores, dependendo do


tipo de cultura a ser semeada:
 Um meio de regular o caudal de sementes, isto é a quantidade de semente para
uma dada área.
 Um meio de variar a profundidade.
 Um meio de variar a distância: Entre linhas e entre plantas ou sementes na
mesma linha.

Então se uma máquina tem somente o primeiro destes factores é chamada de semeador a
lanço.

Se a máquina tem um arranjo que pode ser usado para variar a distância entre linhas
alem dos outros é chamado de semeador por linhas.

Se a máquina pode ser usada para variar o espaçamento entre plantas na mesma linha,
assim como o espaçamento entre linhas, alem dos outros factores é chamado de
semeador de precisão.

Os semeadores a lanço são pouco usados aqui, por causa da natureza das culturas
desenvolvidas, os semeadores de linhas são muito usados para culturas como o trigo e
cevada, os de precisão são mais usados em culturas como a mapira, milho, amendoim.

6.2. As partes constituintes do semeador


Podemos ver um semeador típico de tremonha dividida, as partes constituintes podem
variar, dependendo do desenho e forma de cada marca, no entanto as funções são
praticamente idênticas.

Tremonha

Pode ser trapezoidal, rectangular ou oval no seu formato, e pode ser feita de madeira,
chapa metálica ou ainda de uma combinação de materiais. A capacidade desta caixa
pode variar em função do tamanho da máquina.

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Dispositivo de controlo ou mecanismo de alimentação

Existem vários tipos de dispositivos, e um muito usado é o sistema de alimentação por


rolo estriado, ou também chamado de sistema de alimentação externa forçada.

Rolo estriado

Tem entalhes ou estrias, ao longo do comprimento e por intervalos, no veio alimentador


que roda embaixo e ao longo do comprimento da tremonha.
As sementes caem nestes entalhes do rolo estriado, por gravidade, e são descarregados
nos sulcadores, por rotação do rolo.

Os sulcadores ou Segas do Semeador

A sua função é abrir um sulco onde a semente se vai alojar no solo. As mais conhecidas
são a sega de enxada, a sega de disco, a sega "suffolk" ou em sapato, e a sega de dente.

Tubo de sementeira

Estes tubos podem ser do tipo colapsável ou flexível e do tipo rígido. O comprimento
do tubo flexível pode ser alterado, tanto por accão telescópica como por efeito de mola.
Dispositivo de cobertura

O dispositivo de cobertura pode ser uma simples corrente, que é puxada atrás da sega,
atirando solo sobre a semente, cobrindo-a, ou uma roda de pressão, que é uma roda que
segue o sulco aberto e compacta-o ligeiramente á volta da semente.

Agitador

O gitador é um dispositivo vibratório existente na tremonha, accionado pelas rodas de


transporte do semeador que mantêm ou asseguram um escoamento livre das sementes

Mecanismo de accionamento

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O mecanismo de accionamento transmite potência e movimento das rodas do semeador


ao sistema de distribuição, por correntes e engrenagens ou por correias, ou mesmo pela
combinação dos dois.

Riscadores

O objectivo deste orgão é de fazer um traçado no campo para que o operador nas
passagens posteriores, mantenha a distâncias entre os sulcos de ligação. Compõem-se de
um tubo telescópico que se une por uma das suas extremidades a parte lateral do
chassis, e pela outra, a um pequeno disco que é encarregado de efectuar o risco.

6.1. Os semeadores de precisão

O semeadores de precisão Este semeador leva um mecanismo de medição que o permite


de controlar a distancia entre sementes distribuídas na mesma fila, assim como o espaço
entre filas consecutivas.

O componente essencial que garante o espaçamento das sementes numa fila é chamado
de prato dosificador, que tem células ou bolsas ao longo da sua periferia.

O número de células depende do espaçamento desejado, e o formato da célula é baseado


no tipo de semente a ser plantada, daqui se depreende que haverá diferentes pratos
dosificadores, para as diferentes culturas como o amendoim, milho, algodão, etc.

O espaçamento entre sementes é alterado mudando o prato dosificador e/ou mudando a


velocidade de rotação deste prato em relação ao deslocamento do semeador.

O prato dosificador roda em baixo dentro da tremonha, accionado pelo sistema de


engrenagens. A semente (uma ou duas) é apanhada pelas células do prato, que vai
rodando e a semente vai sendo descarregada no tubo de sementeira.
O semeador de precisão pode ser uni ou multi-fila, e os restantes componentes são
bastante semelhantes aos semeadores por filas.

7. O equipamento para aplicaçao de fertilizantes

Um factor essencial, para todos os sistemas permanentes de uma exploração agrícola, é


o retorno de nutrientes ao solo, retirados pelas diferentes culturas.

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A perda de nutrientes pode ser resultado de uma cultivação má, que por sua vez pode
originar erosão do solo ou remoção do "top soil" (que é a maior fonte de nutrientes). Por
isso é necessário a reposição das fracções retiradas ou perdidas de nutrientes, e isto
consegue-se pela aplicação de fertilizantes.

Os fertilizantes podem ser orgânicos ou inorgânicos:


 Fertilizantes orgânicos: estrume animal, vegetal;
 Fertilizantes inorgânicos: químicos como ureia, super fosfatos.

Geralmente os fertilizantes orgânicos são aplicados a granel, na ordem de muitas


toneladas por hectare, enquanto que o químico raramente excede os 300 kg/ha.

Os fertilizantes são adquiridos e, podem ser aplicados a seco, em líquido ou na forma


gasosa, determinando, isto, a necessidade de uma máquina específica e por isso capaz
de aplicar os fertilizantes nas diferentes formas anteriormente mencionadas.

A forma de aplicação pode ser:

 A lanço – geralmente feito com formas sólidas e líquidas e antes da sementeira.


 A injecção – aplicada em formas líquidas e gasosas.
 Distribuição superficial – líquido ou sólido a uma cultura em crescimento.
 Injecção (liquido ou gás) no solo sobre ou ao longo da cultura em crescimento.

7.1. Constituição do equipamento de fertilizante

Em geral, todos os tipos de máquina têm os seguintes componentes constituintes:


 Unidade de armazenamento
 Mecanismo de medição
 Estrutura de suporte

7.1.1. A unidade armazenadora

Local onde se põe o fertilizante; pode ser uma tremonha, um tanque ou um troley. A
forma, tamanho e tipo de material usado nesta unidade depende do tipo de fertilizante e
da potência existente.

7.1.2. O mecanismo de medição

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Assim que o fertilizante é descarregado no solo, é necessário providenciar uma forma de


se poder regular a descarga para aquela recomendada, para um determinado tipo de solo
combinado com o tipo de cultura.

7.1.3. A estrutura de suporte

Esta constitui a fundação da máquina e sobre a qual vão montadas as outras partes
directa ou indirectamente. Também é essencial ser-se capaz de incorporar o fertilizante
no solo e isto é feito ou com o uso de um implemento agrícola (por ex. uma grade de
disco) ou providenciando um dispositivo de cobertura como componente adicional na
máquina.

8. EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO VEGETAL

Uma vez a planta germinada no campo, não há garantias de que ela se tornará uma
planta madura, os frutos sejam colhidos, e armazenados.

Pelo perigo que a planta se possa perder nos vários estágios do seu desenvolvimento,
como resultado da acção de predadores, ervas daninhas, doenças e outros, assim como
ainda no estágio de grãos nos armazéns, usa-se então produtos para fazer a protecção,
que são manuseados e aplicados por diferente tipo de equipamentos ao qual chamamos
de equipamento de protecção vegetal.

8.1. A classificação do equipamento

O equipamento de protecção vegetal tem de ser capaz de "lidar" com uma grande
variedade de condições, cada uma requerendo diferentes medidas de controlo. Por
exemplo equipamento de controlo para pestes pode ser necessário ter de satisfazer uma
combinação do seguinte:
 Insectos, voando em redor das plantas ou escondidos nelas (nas folhas, flores ou
na zona radicular).
 Fungos.
 Bactérias e vírus.
 Predadores (mamíferos, como macacos, morcegos e outros).
 Pássaros (praticamente todos os tipos).

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Da mesma maneira, a cultura ou planta que necessita protecção poderá por sua vez ter
várias formas:
 Culturas de tamanho pequeno (rasteiras, amendoim)
 Culturas de tamanho alto (mapira, meixoeira e cana)
 Cultura de árvores em pomares (citrinos ou palmeira)
 Culturas mistas com plantas altas e baixas, como o amendoim intercultivado
com a mapira.

8.2. A maquinaria de pulverização

Uma máquina de pulverização necessita dum agente transportador para a aplicação do


químico. Para químicos secos em pó, o ar é o agente transportador mais comum.
Quando o químico aplicado está na forma liquida, àgua ou o óleo é o agente mais
comum de transporte. Muitas vezes é feito o uso de dois agentes em simultâneo.

8.2.1. Os fumigadores

Sua constituição:

 Tremonha, para armazenamento do químico em pó.


 Um vibrador, geralmente na descarga da tremonha assistindo no escoamento
livre do pó.
 Mecanismo de medição, geralmente orifício ajustável, permitindo a variação do
fluxo.
 Um soprador de descarga, que cria uma corrente de ar que vai transportar as
partículas do pó químico até ao alvo.

Os fumigadores podem ser operados manualmente ou não.

Os tipos manuais podem ser montados aos ombros (na acção de fumigação os ventos
predominantes devem ser usados para transportar o pó para o alvo).

Os fumigadores accionados pela tomada de força, usam parte da sua potência para o
accionamento de um agitador de pó na tremonha.

8.3.2. Os pulverizadores

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Como anteriormente dito, este equipamento baseia-se numa forma liquida, geralmente
àgua, como agente transportador do produto químico. O produto químico com a água
pode fazer os seguintes tipos de " misturas ":

8.3.2.1. Os componentes do pulverizador

Os principais são um tanque, uma bomba, filtros nas linhas de sucção e descarga de
fácil acesso e limpeza, os bicos e o feixe de bicos, um manómetro de pressão para
indicar a pressão perto dos bicos, uma válvula de controlo que incorpora um dispositivo
anti-gotejo, e uma válvula de escape ajustável servindo de " by pass " para o material
excedentário retornar ao tanque.

8.3.2.2. Os atomizadores rotativos

O uso de bicos comuns na pulverização, normalmente produz uma gama larga de


tamanhos de gotículas, algumas das quais sendo tão pequenas que facilmente são
arrastadas do alvo mesmo com ventos leves. O desenho cuidadoso, o uso de baixa
pressão e evitar a pulverização em dias ventosos, pode no entanto minimizar este efeito
indesejável.
Um mecanismo alternativo para a formação de gotículas de tamanho mais uniforme
consiste na essência, de um disco de alta rotação em naylon com dentes regulares na
periferia. O termo "aplicação de gota controlada" mais conhecido por "CDA"
(Controled droplet aplication) tornou-se vulgar quando se trabalha com uma variedade
grande de atomizadores rotativos.

8.3.2.3. Classificaçao dos pulverizadores

Os pulverizadores e polvilhadores podem ser classificados na base do tamanho


operacional; isto envolve indirectamente a quantidade de energia necessária para operar
a máquina.

Sendo esta a base de classificação, as seguintes categorias podem ser defenidas:


 Pulverizadores operados manualmente – Estas máquinas podem ser accionadas à
mão ou por pé; e são transportadas pelo operador ;
 Pulverizadores transportados manualmente mas de operação motorizada. A
máquina é geralmente levada aos ombros, mas um motor (montado com a
máquina) providencia a energia, geralmente para accionar ou gerar um
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escoamento ou fluxo de ar rápido que servirá como transportador (para pó), ou


para levar o químico líquido até ao bico.
 Pulverizadores operados por tractor – Geralmente envolvem unidades grandes,
consistem basicamente num tanque no qual uma bomba é acoplada para
providenciar pressão adequada.
 Pulverizadores de avião – Operação não muito vulgar, pois envolve a utilização
de companhias especializadas e custos elevados; são usados quando estão em
questão grandes áreas.

8.3.2.4. O rendimento dos pulverizadores

Os seguintes factores afectam o rendimento dos pulverizadores:

 Pressão de operação.
 Tamanho do bico.
 Velocidade de operação.

Estes factores por sua vez afectam no seguinte:

 Densidade de aplicação.
 Tamanho da gota.
 Distribuição da gota.
 Largura da banda.

9. MÁQUINAS DE COLHEITA

9.1. Generalidades

Grande parte das culturas, tais como os cereais, necessitam que o grão se separe da
planta. A este trabalho se chama debulha e é executado pela debulhadora, depois do
cereal ter sido previamente ceifado pela ceifeira; caso o equipamento execute
simultaneamente as duas operações, então dá-se o nome de ceifeira debulhadora.

As ceifeiras debulhadoras podem intervir eficazmente na recolha das seguintes culturas:


 Grãos
 Cereais (trigo, milho, arroz, etc)
 Oleaginosas (girassol, amendoim, etc)
 Forrageiras (leguminosas e gramineas)

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 Tubérculos (beterraba, batata, nabo, etc)

Vantagens:
 Diminuição do custo da debulha.
 Redução da mão-de-obra livre.
 O terreno fica livre mais depressa.
 Distribuição da palha sobre o terreno, caso não se
 Pretenda aproveitá-la.
 Pode-se comercializar a cultura mais depressa.

Inconvenientes:
 O investimento necessário é maior.
 É necessário maior potência do motor.
 Maiores possibilidades das sementes virem húmidas.

9.3. Tipos de ceifeiras debulhadoras e sua caracterização

(Quanto a energia fornecida)

 Rebocadas pelo tractor e accionadas pela tomada de força – a máquina é


rebocada por um tractor e os seus órgãos accionados pela tomada de força.
 Rebocadas pelo tractor e accionadas por um motor auxiliar.
 Automotrizes, é o tipo mais frequente – o motor não só faz avançar a máquina
sobre o terreno, como também move todos os seus órgãos.

Caracterização

Os principais pontos a considerarem e que caracterizam uma ceifeira debulhadora, são


os seguintes:

 Potência.
 Velocidade de avanço.
 Altura livre da máquina.

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 Altura da máquina. Comandos hidráulicos ou mecânicos.


 Posição do condutor em relação ao motor.
 Visibilidade do condutor.
 Tégão, ensacador ou misto.
 Capacidade do tégão.
 Largura de corte.
 Número de limpezas.
 Adaptação para equipamentos especiais.
 Número de telas dos pneus.

94. MÁQUINA DE COLHEITA DE GRÃOS

9.4.1. Introdução

O principio, em muitos casos, é cortar a planta por esforços cortantes e acção de


impacto( similar á acção de uma tesoura) e deixar a cultura cortada sobre o terreno desta
forma ou atada em molhos ou medas.

Nos campos de colheita, existe uma série de equipamentos usados, entre as quais:
 Foices e gadanhas (manuais).
 Ceifeiras ou gadanheiras.
 Ceifeiras-atadeiras.

Contudo o material cortado tem de sofrer outras alterações, como a recolha do campo,
debulha, enfileiramento da palha debulhada, limpeza e ensacamento ou armazenamento.
Estas operações quando executadas manualmente requerem muita mão-de-obra, muito
tempo, alem de ser um trabalho pesado; dai a utilização de uma máquina que possa
executar todas estas operações, a qual se da o nome de ceifeira-debulhadora ou ainda no
caso mais completo de combinada.

Obviamente que estas maquinas mais sofisticadas e muito mais caras podem não ser
justificáveis em explorações de pequena escala e dai a opção de elaborar somente parte
das operações de forma mecanizada, das quais uma opção bastante aceite nos pequenos
exploradores agrícolas é a colheita mecânica, com a debulha e a limpeza sendo feitas
separadamente, porque:
 Colheita e uma tarefa árdua e intensiva, sendo por isso melhor ser mecanizada,

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 Atrasos na colheita aumentam o índice de perdas maior e as chances de ela ser


comida pelos predadores.
 Chuvas podem danificar a cultura se a colheita não for atempada.
 As tarefas ou operações posteriores podem ser executadas mais tarde em
recintos cobertos permitindo ao agricultor o uso imediato do campo para outras
operações de preparo.
 Máquinas projectadas para colheita, para debulha e limpeza como operações
singulares são mais fáceis de manter, mais simples e mais baratas e de fácil
operação

9.4.2. Combinadas

São máquinas mais sofisticadas que as anteriores e, geralmente utilizadas em grandes


explorações; tem a vantagem de poderem fazer o corte, debulha, limpeza e ensacamento
numa operação.

9.4.3. Principais tipos de combinadas

Todas as combinadas consistem essencialmente dum mecanismo de corte e/ ou molinete


(pic- up) ligados a um debulhador moves. Tipos simples atrelados ao tractor movidos
pelo PTO com dispositivos de ensacamento são muito utilizados nos países onde o
manuseio a granel não existe.

II. OPERAR COM SEGURANÇA E MANTER AFAIAS AGRÍCOLAS

A forma de acoplamento do arado ao tractor determina o grau de interdependencia entre


um e outro. Nos arados de arrasto, o engate se faz através de um único ponto (pino da
barra de tracção), enquanto que nos montados se faz através dos três pontos.

Quanto menor o número de pontos de engate menor será a interdependencia, menor a


interferencia e maior portanto a liberdade de acção entre um e outro. Essa liberdade

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facilita as regulações, e permite o acoplamento fácil de um mesmo arado a vários


tractores ou vice-versa.

2.1. O engate aos três pontos

O que vem a seguir é um resumo sobre o engate com desenvolvimento sobre os


aspectos práticos e cuja a influência é decisiva na qualidade duma lavoura.

O engate aos três pontos (ETP), está situado na parte traseira do tractor e consta de dois
braços ou uniões inferiores e um terceiro braço ou ponto superior, equidistante dos
anteriores e situado no vértice superior, formando um triangulo.

Os extremos que se unem ao tractor, fazem-no através de rótulas que conferem ao


engate mobilidade e capacidade de deformação suficiente e necessária para as operações
de engate e durante o trabalho. As duas uniões inferiores podem ser imobilizadas por
meio de correntes tensoras ou barras estabilizadoras. Os extremos livres, também
equipados com rótulas esféricas engatam mediante cavilhas com o cabeçote do
implemento, cuja forma triangular rígida constitui a união entre o implemento e o
tractor.

O ETP, mantêm o implemento durante o trabalho em uma posição determinada,


segundo o manejo que fizermos do sistema hidráulico do elevador, e durante o
transporte e manobras eleva o implemento e mantêm fixa a posição dos braços de
elevação e uniões inferiores. Através do ETP o tractor absorve durante a lavoura a
resistência que oferece o solo ao ser removido pelo implemento, força que se traduz
numa translação de pesos do eixo dianteiro ao traseiro aumentando assim a capacidade
de traccionamento do tractor. Esta translacção de forças não deve ser tal que deixe o
tractor sem peso nas rodas dianteiras.

Este equilíbrio dinâmico, sumamente sensível, é determinado em grande parte pela


forma e disposição do ETP e portanto do cabeçote do implemento, que deve coincidir
com as medidas que melhor se adaptem ás uniões superior e inferiores.

2.2. Princípios na montagem de charruas arrastadas

Com vista a entender os princípios a respeitar durante a montagem de charruas


arrastadas é necessário introduzir alguns conceito :

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 Centro de Carga - é o ponto sobre o qual actua a carga do implemento, tambem


chamado centro de resistência.

Numa charrua de aiveca única é geralmente considerado ser a cerca de 1 pé (300 mm)
atrás da ponta da relha, 2" (50 mm) para dentro a partir da aresta da chapa de encosto
lateral e 2" (50 mm) acima da base do calcanhar, se estivermos a ver a charrua por cima
este ponto pode ser directamente sob a viga principal para a charrua de uma aiveca, a
meio das duas colunas sob a viga se de duas aivecas e no centro se de três aivecas.

 Centro de tracção ou Potencia – este é o ponto onde supostamente é aplicada a


fonte de potência. Para o tractor este ponto está a meia distancia das rodas ou no
centro da barra de tracção.
 Linha de Carga – é a linha recta que une o centro de carga e o centro de
potência. Idealmente o centro de carga e o centro de potência, quando o
implemento está correctamente montado, deve sempre ficar numa linha recta
paralela á direcção de deslocamento.

2.2.1. Ajustes verticais

Se o ponto de união (tractor-implemento) não fica na linha que une o centro de


resistência e o centro de potência, então haverá tendência de ele se mover para aí.

Por exemplo, se a união for feita pelo orifício inferior do prato de união do implemento,
a tendência será o levantamento da parte frontal do arado, podendo sair fora do solo.

Da mesma maneira será exercida muita força sobre as rodas do arado se a união no
prato do implemento é muito acima, causando mau trabalho e desgaste excessivo dos
mancais das rodas.
Então resumindo podemos dizer que se a chapa de encosto ou a roda guia (traseira) faz
muita pressão no fundo do rego devemos levantar o engate no prato de união e vice-
versa caso não exista mesmo nenhuma pressão.

2.2.1. Ajustes horizontais

O ajuste horizontal dos arados é o que maior dificuldade apresenta na agricultura. Onde
possível o centro de potencia, a linha de carga e o centro de resistência devem estar
numa linha paralela á direcção de deslocação, mas em certas circunstancias, e

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especialmente em lavouras profundas com tractores de esteiras, os quais não se


deslocam pelo sulco, isto é impossível, e é necessário fazer o melhor engate possível
dentro das circunstancias.

O centro de resistência do arado fica mais próximo da terra arada do que da linha
traçada através do centro de potencia paralela á direcção de deslocamento. Este arranjo
leva-nos inevitavelmente ao que é chamada "tracção lateral", um termo que se refere á
tendência dos dois centros, quando o arado está em trabalho, a mover-se lateralmente e
ficar alinhado. Potencia consumida para sobrepor esta tracção lateral é desperdiçada, e o
centro de resistência deveria locar-se o mais directamente atrás possível do centro de
potencia. Quando é impossível eliminar a tracção lateral completamente, o engate deve
ser feito de tal maneira que possa distribui-la entre o tractor e o arado de acordo com a
quantidade que cada um poderá aguentar.

Se o engate está em off-set isto é descentrado na traseira do tractor até que esteja em
posição ideal para o arado, o tractor absorve toda a tracção lateral; mas a menos que ele
seja pesado e a resistência do arado leve, caso contrário a frente do tractor deslizará de
encontro ao solo arado, tornando difícil a direcção do tractor.

Com um engate ideal para o tractor, por outro lado, toda a tracção lateral é deslocada
para o arado, o qual terá a tendência de deslizar em torno da linha atrás do centro de
potencia, tornando impossível a realização de um bom trabalho. A posição prática fica
entre estes dois extremos.

Quando se trabalha em pendentes pode-se usar o engate descentrado em linha recta ou


engate em angulo para manter o tractor sobre o terreno, facilitando a sua direcção.

2.3. Acoplamento, nivelamento e afinaçáo das charruas

Uma afinação correcta da charrua implica economia de combustível e um standard de


trabalho elevado. Para que a charrua funcione correctamente, é necessário haver um
equilíbrio correcto entre a força de tracção, a resistência oferecida pelo solo á
penetração, o peso e atrito da terra sobre as peças activas e o peso próprio da charrua.

 Em condições semelhantes estas forças variam consoante o tipo e peso da


charrua e com a natureza e estado de humidade do solo.

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Portanto praticamente para cada lugar é necessário a correcção das afinações afim de
evitar:

 Um trabalho defeituoso, irregular ou mais lento.


 O desgaste excessivo das peças activas.
 Deformação das peças.
 Maior consumo de combustível, esforço do motor e consequente desgaste do
tractor.
 Esforço excedentário do tractorista.

2.3.1. A ordem de acoplamento

No engate do implemento ao tractor procede-se da seguinte maneira:


1) Acoplar o tirante fixo do munhão (em geral é o braço inferior esquerdo).
2) Acoplar o tirante móvel com auxílio da manivela niveladora.
3) Acoplar o terceiro ponto (barra de topo), fazendo aumentar ou diminuir,
conforme o necessário.
4) Seguir-se-á a ordem inversa no desengate.

Um princípio geral á respeitar é que para um tractor receber um arado, um tractor deve
estar em condições de operá-lo com eficiência. Os principais elementos relacionados
com a regulação são o sistema hidráulico, dimensão e calibragem dos pneumáticos, sua
bitola e lastragem.

2.3.2. Nivelamento das charruas

Regulação lateral: deve-se alinhar o centro do tractor com o centro da charrua, com
ajuda das correntes ou estabilizadores laterais, alargando ou encurtando conforme o
necessário para que a distancia entre as barras de engate e as jantes seja igual dos dois
lados, assim como a folga a dar posteriormente.

Regulação longitudinal: deve-se nivelar a charrua no sentido do seu comprimento,


para que os órgãos activos cortem á mesma profundidade, para isso deve-se encurtar ou
alongar o comprimento do terceiro braço, até que todos os órgãos de corte toquem o
chão simultaneamente.

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Regulação transversal: o eixo transversal da charrua deve manter-se paralelo ao eixo


traseiro do tractor, para isso basta alongar ou encurtar o tirante móvel do hidráulico.
depois disto deve-se verificar se a ponta ou extremo do órgão de corte mais próxima do
tractor está na linha interna do pneu traseiro, ou no máximo afastada uns 5 cm. Caso não
aconteça deve mudar a posição das rodas de trás do tractor (variação da bitola).

2.3.3. Afinação específica do arado de discos

Afim de melhor se compreender vai-se descrever o funcionamento e afinação de um


arado de três discos fixos e montados aos três pontos.

Depois do nivelamento passa-se ás seguintes fases:

 Ângulos de corte dos discos – os discos podem ser ajustados em angulos


verticais e horizontais.
A regulação vertical permite que o disco fique mais em pé ou mais deitado, sendo o
angulo minimo de 15 graus e o máximo de 25 graus em relação á vertical. A regulação
horizontal permite que o disco vire mais á direita ou esquerda, indo dos 45 aos 60 graus.
Esta regulação está directamente ligada á penetração e pressão lateral.

 O ângulo vertical, está relacionado com a penetração do disco no solo e,


portanto com a profundidade da aração, á medida que se diminui o angulo a
partir dos 25o, ficando o disco mais em pé, aumenta-se a capacidade de
penetração
 O ângulo horizontal, está relacionado com a largura de corte. A largura de corte
do disco é menor aos 42 graus aumentando e chegando ao máximo aos 60 graus.

Como regra geral pode-se dizer que o disco deitado é melhor para terra mole, e o disco
em pé é o certo para terra dura. O disco em pé corta mais fundo e mais estreito e o
deitado mais raso e mais largo.

A roda guia, colocada na parte posterior (traseira) do arado, é importante na regulação.


Ela deve-se deslocar no fundo do sulco aberto pelo último disco, com angulagem e
pressão correctas.

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Alem de permitir maior ou menor profundidade de penetração dos discos, é responsável


pelo alinhamento do conjunto tractor arado, agindo como leme e mantendo uma linha de
tracção equilibrada, impedindo desvios laterais. Serve portanto para estabilizar a parte
trasira do arado e manter a posição desejada, afim de controlar a largura de corte do
primeiro disco.

Levantando-se a roda guia (através dos parafusos de suporte ou soltando a mola tensora)
diminui-se a pressão sobre ela e aumenta-se a pressão ou peso sobre os discos e
baixando a roda guia acontece o inverso. Com má regulação o arado rabeia e puxa o
tractor para um lado.

Quando se pretende dar maior capacidade de corte ao arado, deve-se dar maior pressão
e peso aos discos, diminuindo a pressão sobre a roda guia. Nos solos húmidos e soltos
(pouco duros e fácilmente penetráveis) deve-se diminuir a pressão ou peso sobre os
discos. Se a frente do tractor "puxar" para a direita dar à roda guia um angulo maior
para a direita, se a frente puxar para a esquerda diminuir o ângulo da roda guia.

Os discos devem ter todos o mesmo tamanho, devem estar igualmente espaçados e
devem apresentar a mesma angulação.

2.4. Regulação do implemento para o primeiro sulco

Uma vez providenciados:


 Ajuste da bitola.
 Correcta pressão dos pneus.
 Lastragem correcta.
 Acoplamento do arado ao tractor.
 Nivelamento (lateral, longitudinal e transversal) do arado.
 Angulação dos discos.
 Regulação da roda guia.

O conjunto está preparado para a lavoura. O primeiro sulco exige uma regulação
especial, diferente da regulação para a aração comum.

No local da aração em terreno plano procede-se da seguinte forma:


a) Baixe o arado até os discos tocarem no chão.

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b) Gire a manivela de nivelamento do braço inferior direito do ETP do tractor, de


maneira que esse ponto de engate fique 5 cm acima do seu correspondente do
lado esquerdo.
c) Gire a luva telescopica do braço superior do terceiro ponto do ETP do tractor, de
maneira que ele empurre o mastro do arado para trás, até notar que a
movimentação da luva se torna difícil.
d) Com o motor do tractor em funcionamento, accione levemente a alavanca do
sistema hidráulico no sentido de levantar o arado, até que a luva telescópica
fique solta, prossiga a operação da etapa anterior até que o bordo do primeiro
disco deixe uma folga de aproximadamente 15 cm som o nível do solo.
e) Solte a mola da roda de sulco (roda guia) de maneira que o arado se apoie
principalmente sobre o último disco.
f) Com o arado assim regulado, abra o primeiro sulco do talhão a ser arado,
utilizando-se apenas do último disco.

A velocidade do tractor deverá ser superior áquela de lavoura, isto faz com que a terra
cortada seja atirada a uma certa distancia, deixando um sulco limpo e em condições
adequadas para a regulação do arado para a lavoura normal.

2.5. Regulação do implemento para lavoura normal

Após a abertura do primeiro sulco, delimitando a área a ser trabalhada, estacione o


tractor num local plano, abaixe o arado e proceda da seguinte forma:

 Gire a manivela de nivelamento do braço inferior direito do tractor, de maneira


que esse ponto fique 5 a 10 cm abaixo do seu correspondente esquerdo.
 Gire a luva telescópica do braço superior do tractor encurtando-o até que o
bordo do primeiro disco deixe uma folga de aprox. 3 a 5 cm do solo.
 Regule a mola da roda guia de maneira que ela exerça a menor pressão possível.
 Conduza o tractor para o terreno e inicie a aração, observando o comportamento
do arado.
Se o primeiro disco afunda pouco e o último em demasia, encurte o braço do terceiro
ponto, girando aos poucos a luva telescópica até corrigir a penetração irregular do
discos.
Se o primeiro disco trabalha na profundidade desejada, mas o último aprofunda pouco,
regule a mola da roda guia de forma a que ela exerça maior pressão.

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2.6. Regulação das grades

É muito comum verem-se grades com os discos da frente cortando mais do que os de
trás, grades que deixam "facões" ou faixas sem trabalhar, grades que puxam ou rabeiam
o tractor e daí por diante.
Existe um grande número de modelos de grades, embora prácticamente todas, em
termos de regulação, apresentem os mesmos princípios, os pontos e formas de regulação
variam bastante.
Diz-se que uma grade está correctamente regulada, quando dentre outras coisas:
 Porporciona uma máxima largura de trabalho.
 Atinge a profundidade desejada ou pré-estabelecida em todos os discos.
 Não rabeia o tractor.
 O trabalho é igual ou uniforme em toda a faixa.

2.6.1. Regulação da grade em "x" (tandem) de levante hidráulico

A grade em "X" de levante hidráulico, é uma das mais comuns e mais usadas. São
utilizadas para completar o trabalho dos arados, realizando o destorroamento e o
nivelamento do terreno.
Afim de se retirar o maior proveito das grades deve-se:
 Reapertar as porcas nos extremos dos eixos.
 Ajustar os limpadores de discos.
 Regular a folga entre as bordas dos discos da extremidade interna da secção
traseira. A folga ou espaço entre os dois discos deve ser de 30 a 35 cm. Esta
regulação é feita movimentando-se para a frente ou para trás, as barras ou
suportes dos conjuntos dos discos
 Nas grades em "X" a folga entre os dois conjuntos dianteiros deve ser de 1 cm.
Entre os conjuntos traseiros a folga deve ser de 35 a 40 cm nas grades de 22
discos e de 40 a 45 cm nos modelos de 26 a 30 discos. Caso haja instrução dos
fabricantes, esta deve ser respeitada.
 Regular a folga entre as bordas dos discos internos da secção dianteira, da
mesma maneira que no caso anterior para a barra ou suporte dos discos de trás.
 Nivelar o chassi.

2.6.2. Regulação da grade em "off-set"

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Diz-se que uma grade "off-set" está bem regulada quando:


 Os discos traseiros trabalham exatamente no meio do espaço entre dois discos do
corpo da frente.
 Os discos de trás estiverem girando á mesma velocidade que os discos da frente.
Devem dar o mesmo número de voltas para uma determinada distancia.

Consegue-se isso pela regulação do angulo "A" (< A), formado pelo prolongamento dos
eixos longitudinais dos dois corpos (secções) de discos dianteiro e traseiro.

Este angulo "A" pode ser aumentado ou diminuido, conforme as necessidades, não
devendo no entanto exceder os 55 graus.

Além da angulação entre secções, as grades "off-set" ainda exigem regulação que lhes
possibilite trabalhar mais ou menos desfazadas em relação ao tractor.

2.7. Calibração dos semeadores

Espera-se que um semeador descarregue uma certa quantidade de semente a uma dada
vazão. Se ele por exemplo tiver 5 segas e for ajustado para 40 kg de trigo por hectare,
então cada fila deverá receber 8 kg para a distância correspondente.

Muitas vezes a distribuição de semente não corresponde áquela ajustada na máquina, e


quando isto acontece é necessário fazer um reajuste do dispositivo de alimentação ou
medição, e a isto se chama calibração.
Geralmente o semeador leva uma alavanca com uma escala dando diferentes vazões de
semente.

2.7.1. O procedimento da calibração

É necessário e essencial calibrar um semeador afim de assegurar que a máquina


distribua a quantidade de semente para a qual foi afinada.

A calibração pode ser feita em laboratório ou no campo, no entanto deve-se ter sempre
em conta que a calibração no campo pode chegar a valores ligeiramente inferiores pois
as rodas podem travar ou derrapar.

Passos a seguir para a calibração em laboratório:

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 Levantar ou suspender o semeador afim de termos a roda de accionamento livre.


 Medir o diâmetro da roda e calcular o seu perímetro.
 Calcular a largura do semeador "W", isto é o número de segas vezes a distancia
entre segas.
 Calcular o comprimento de deslocamento "L" necessário para cobrir digamos
0,1 Ha:
Área coberta = W.L 1 Ha = 10.000 m2
0.1 Ha = 1000 m2
Então o comprimento para cobrir 0.1 Ha = 1000/W = L
 Calcular o número de revoluções "N" necessárias para cobrir "L": N = L/pi.D
 Colocar as sementes na tremonha e rodar a roda (sencívelmente á mesma
velocidade que no campo) "N" vezes, depois de se ter posto sacos ou travessas
para a recolha das sementes, em baixo de cada sega.
 Medir e registrar os valores de sementes coletadas.
 Multiplicar por 10 o valor recolhido em 7.
 Comparar o valor de 8 com o valor ajustado.
 Caso não sejam semelhantes, então deverà ajustar o veio alimentador na intensão
de aumentar ou diminuir a descarga conforme o necessário e repetir o processo,
até que os valores se ajustem.
 Da mesma maneira se poderá fazer um teste no campo, atando sacos aos tubos
de sementeira e fazendo-se medições para uma ou duas passagens de
comprimento conhecido.

Outras literaturas:

Para calibrar correctamente e conhecer com exatidão op gasto de semente, devem-se


seguir os seguintes passos:

 Determinar a largura do trabalho da máquina que se obtem multiplicando o


número de abre sulcos, pela distância entre elas. Exemplo: 18 – 30 cm = 5,40 m
 Mede-se o perímetro da roda motriz que nos dá o numero de metros por cada
volta da roda. Ex: perímetro da roda = 2 m

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 Levanta-se a máquina com calços e enchem-se as tremonhas, colocando-se o


regulador do distribuidor no número que o catálogo indica para o tipo de
semente, e densidade da sem,enteira desejada.
 Colocam-se no extremo de cada tubo de saida, bolsas de telas ou polietileno,
para recolher as sementes.
 Faz-se um sinal na roda motriz e roda-se no mínimo, 1oo voltas. Como já é
conhecido o perímetro da roda, multiplica-se este pelo o número de voltas e pela
largura de trabalho, assim se obtendo o número de metros quadrados que a
máquina teria semeado se tivesse dado a volta no campo. Ex: 2.100.5,40 = 1080
m2 ( superfície semeado)
 Uma vez terminada a operação descrita, pesam-se os grãos frecolhidos nas
bolsas, multiplicando o peso em Kgs, por 10.000 e dividindo o produto pelos m2
obtidos anteriormente, teremos o número de kilos que a máquina semeia, por
hectar. Ex: (2 kg. 10.000 m2)/1080 m2 = 20.000/1080 = 18,5 kg/ha

2.7.2. EXERCÍCIO

Suponha que um semeador 5 por 150 mm, necessita fazer uma sementeira de 80 kg de
trigo por Ha. Se o diâmetro da roda é de 1000 mm, calcule:
a) Largura de trabalho?
b) O comprimento necessário do semeador para cobrir 0.1 Ha?
c) O número de revoluções para cobrir 0.1 Ha?
d) A quantidade de semente que deve ser distribuída por cada tubo afim de se semear
0.1Ha?

2.7.3. Calibração de pulverizadores

Os pulverizadores de campo modernos são na maioria accionados pelo PTO e com um


dado set de bicos e pressão. A descarga de spray por minuto permanece constante, e a
quantidade de spray aplicado por àrea è inversamente proporcional à velocidade de
deslocamento.

A maioria dos fabricantes fornece gráficos mostrando os fluxos de aplicação com vários
bicos a diferentes pressões e a uma velocidade padrão de 64 Km/h ou 4 M.P.H. e

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aconselham os operadores a variar a velocidade de deslocamento afim de fazer ajustes


menores no fluxo de aplicação.

Na prática factores naturais como inclinações, torna difícil manter ou a velocidade do


motor ou a deslocação do tractor constantes e por isso há a necessidade de sistemas de
medição para dar informação correcta sobre a pressão e velocidade, e ainda para o
ajuste automático que pode ser necessário tanto no fluxo como na velocidade.

Passos à seguir na calibração de um pulverizador:

1) Decidir por tentativa preliminar, com o tanque meio cheio de água, que bicos,
velocidade do motor e mudança assegurará estarmos dentro da gama
recomendada.
2) Medir 100 m no campo a ser pulverizado e medir o tempo exacto levado a
percorrer esta distância para a velocidade do motor escolhida e mudança
escolhida.
3) Com a máquina estacionária numa superfície plana, eliminar os bicos em falha
(juízo visual), ou medindo a variação da pressão, ± 5 % fora da pressão média
escolhida.
4) Encher o tanque até à garganta (completamente cheio) de água e marcar o nível
á frente e atrás.
5) Deslocar a máquina á velocidade escolhida do motor e pressão durante o período
de tempo, medido (para os 100m). Parar e atestar até às marcas, o tanque,
usando um método que nos permita saber exactamente quanto foi enchido.
6) Com os gráficos, comparar os resultados obtidos com os recomendados
graficamente.
7) Se necessário, faça novo ajuste e retorne ao passo 2.

III. MANUTENÇÃO DE ROTINA DO EQUIPAMENTO DE TRACÇÃO


MECÂNICA

Manutenção de rotina do equipamento:


De acordo com a finalidade, a manutenção é dividida em: preventiva, preditiva e
corretiva. Nesta aula estudaremos os três tipos, bem como o momento de execução de
cada uma.

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a) Manutenção preventiva – realizada devido à ocorrência do desgaste das peças, com


o objetivo de evitar que ocorram problemas mecânicos durante a operação.

b) Manutenção preditiva – consiste na avaliação do desgaste de determinados


parâmetros do trator agrícola, com o objetivo de estimar a vida útil ainda disponível a
estes componentes.

c) Manutenção corretiva – é realizada com o objetivo de regular ou substituir algum


componente que apresentou problema durante a operação com o trator agrícola.

Manutenção diária ou a cada 10 horas de trabalho

A manutenção diária é realizada antes do turno de trabalho ou após o encerramento do


expediente.

Os principais itens que devem ser revisados são:

a) Sistema de arrefecimento – no sistema de arrefecimento é necessário que o


operador verifique o nível de água do radiador do trator e sempre que necessário é
indicado completá-lo.

b) Nível de óleo do cárter – os fabricantes orientam para que os motores dos tratores
agrícolas funcionem com o nível do óleo do cárter entre a marcação de mínima e
máxima, na vareta de verificação.

c) Sistema de purificação do ar – para realizar a verificação do filtro de ar basta


observar o indicador de restrição no painel. Se o indicador do painel estiver vermelho é
necessário fazer a manutenção do filtro.

d) Sistema de direção e transmissão – averiguar a existência de vazamentos nos cubos


e mangueiras dos eixos, na caixa diferencial e caixa de marchas.

e) Sistema hidráulico – verificar o funcionamento do sistema hidráulico, realizar o


acionamento e observar se existe alguma alteração no desempenho do sistema.

f) Lubrificação geral – nos tratores agrícolas existe os chamados pinos de lubrificação


ou pinos graxeiros, devendo, estes, serem lubrificados constantemente, se possível
diariamente.

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Manutenção semanal ou cada 50 horas de trabalho

A manutenção semanal é realizada com o objetivo de fazer reparos e consertos que


exijam mais tempo e mão de obra. Os principais itens são:

a) Pedais de freio e embreagem – averiguar o curso destes, bem como a existência de


folga.
b) Pneus e rodas – verificar a pressão dos pneus, mantendo a calibração dos pneus de
acordo com a recomendação de cada fabricante. Também é necessário verificar o aperto
dos parafusos que mantém a roda.
c) Sistema de arrefecimento – averiguar a tensão da correia do ventilador, realizando
ajuste se necessário, sendo indicado um deslocamento máximo de 2 cm, desta correia,
para o correto tensionamento.
d) Sistema elétrico – verificar os fusíveis e mostradores do painel. Também é
importante verificar o nível da solução eletrolítica das células da bateria.

Manutenção mensal ou a cada 250 horas de trabalho

Quando necessário à troca do óleo do motor, o novo óleo, preferencialmente, deve ser
da mesma marca já utilizada anteriormente. A cada troca de óleo, é indicado pelo
fabricante que também seja realizada a troca dos filtros de óleo.

Manutenção semestral ou a cada 500 horas de trabalho

Na manutenção de 500 horas destacam-se:

a) Limpeza do radiador – remover partículas sólidas acumuladas no interior do


radiador, troca total da água e se necessário adicionar um aditivo antiferrugem.
b) Troca do filtro de combustível – durante a troca do filtro é muito importante a
eliminação do ar presente no sistema, através da "sangria".

c) Troca do óleo da direção hidrostática – torna-se necessário a troca do óleo da


direção hidráulica (ou hidrostática), juntamente com a substituição do filtro.

Manutenção anual ou a cada 1000 horas de trabalho

A manutenção realizada quando o trator chega a 1000 horas de trabalho tem por
finalidade a substituição de alguns componentes, destacando-se:

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a) Troca do óleo da transmissão – sempre que possível seguir as indicações do


fabricante do trator quanto ao tipo de óleo e volume a ser utilizada.
b) Troca de óleo do sistema hidráulico – é necessário trocar o óleo do sistema
hidráulico e também o filtro.

3.1. Os pontos de manutenção regular/preventiva de alfaias


Os pontos de manutenção regular são: fazer reapertos de parafusos soltos, limpar o
equipamento após uso, com ênfase nas partes mais essenciais, fazer a lubrificação de
superfícies deslizantes, substituição de tubos hidráulicos danificados, substituição de
peças/partes avariadas de simples acesso.
3.2. Plano de manutenção de alfaias
Depois de usar a máquina:

1. Para os arados de aivecas e discos, pode-se proceder da seguinte forma:


 verificar torções na estrutura;
 manter parafusos e porcas bem apertados;
2. Para os arados de aivecas deve-se:
 manter, caso possuam, o facão ou sega circular afiados. Lubrificar os cubos das
segas circulares;
 verificar o estado das relhas, manter sua afiação, substitui-las quando
necessário;
 verificar as sucções vertical e horizontal.

Obs.: A ponta da relha pode ser recuperada por estiramento a quente ou substituída
através da soldagem de uma nova ponta. É importante manter-se, sempre, um jogo de
relhas sobressalentes.

Ao recuperar-se a relha, deve-se tomar cuidado com a manutenção das sucções vertical
e horizontal.

3. As recomendações de manutenção para as grades agrícolas de discos, são as


seguintes:
 verificar e apertar a porca de fixação do eixo;
 ajustar, regular e apertar as porcas e limpadores dos discos;
 lubrificar os mancais;

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 verificar o estado dos discos, mantendo-os limpos e afiados. Caso algum deles
encontre-se danificado, deverá ser, imediatamente, substituído.

Obs.: Se a grade apresentar mancais de rolamento de lubrificação permanente (banho


de óleo), serão necessários os seguintes cuidados:

 verificar, diariamente, o nível do óleo. Posteriormente este procedimento pode


ser adotado para cada 120 horas ou 10 dias de trabalho;
 trocar o óleo de acordo com o prazo e recomendações estabelecidos pelo
fabricante da máquina;
 ocorrendo vazamentos no mancal, fazer uma vistoria geral, com substituição das
partes defeituosas.
4. Para o escarificador deve-se:
 verificar torções na estrutura;
 manter parafusos e porcas bem apertados;
 verificar o estado das ponteiras, mantendo sua afiação; em caso de desgaste
excessivo, substituí-las.
 lubrificar os rolamentos das rodas de profundidade, caso o implemento às tenha.

Obs.: se o escarificador apresentar um rolo destorroador, deve-se engraxar seus


rolamentos e verificar-se seu estado geral.

5. Com relação à manutenção das semeadoras, pode-se, em linhas gerais, seguir


o que é estabelecido abaixo:
 fazer a lubrificação geral da máquina;
 observar o estado, alinhamento e regulagem dos sulcadores, trocando-os quando
necessário;
 verificar os tubos de distribuição, principalmente quanto à ocorrência de
entupimentos. Substituí-los, no caso de encontrarem-se danificados;
 observar o funcionamento geral dos mecanismos dosadores;
 verificar o funcionamento e regulagem dos órgãos de recobrimento;
 inspecionar o estado geral das transmissões e pneus;
 evitar deixar os depósitos com sementes ou adubos.

Exemplo de plano de manutenção de uma enxada rotativa

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3.3. importância da conservação do equipamento

Este cuidado consiste basicamente em proteger o equipamento das intempéries e dos


efeitos corrosivos do solo, restos vegetais e humidade aderidos à máquina.
a) Sempre que terminar o trabalho:
 Faça uma lavagem completa do equipamento.
 Após, deixe-o secar ao sol.
 Refaça a pintura nos pontos em que houver necessidade.
 Pulverize-o com óleo ou qualquer outro produto para esta finalidade.
 Muito importante: guarde o equipamento sempre em local seco, protegido do sol e
da chuva.

b) Manutenção no final da época:

Siga o plano normal de manutenção diária. Isto vai permitir a identificação de todas as
partes usadas e porcas e parafusos danificados.
Aproveite o final da estação para fazer uma revisão geral:
Desmonte completa e cuidadosamente as componentes principais da alfaia.
Repare ou substitua as partes requeridas.
Limpe completamente as componentes, remova qualquer ferrugem e, se necessário,
pinte-as de novo. Alternativamente, proteja-as com um trapo embebido em óleo.
Não pintar, no entanto, as superfícies de trabalho. Estas só devem esfregadas com óleo.
Substitua todos as porcas e os parafusos danificados e outra vez, limpando, de novo,
com óleo ao montar.
Monte de novo as alfaias e assegure-se que todas foram limpas com óleo.

Guarde-os num lugar seguro, seco e longe do alcance dos animais, sacos de cereais e
qualquer fertilizante armazenado.

Avarias mais comuns:


quebra de discos ou aivecas, soltura de parafusos, queda de peças

Complexas: empenamento de chassi.

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3.5. Principais cuidados com as grades:


 Lubrificar diáriamente os mancais, é necessário substituir diáriamente a massa
lubrificante dos mancais.

Isto consegue-se com as bombas lubrificantes de massa, que injectam massa no interior
dos mancais pelos pinos lubrificantes. Nunca retirar os "rabinhos" de massa formados
nos pinos.

 Ajustar várias vezes ao dia a porca que prende os discos ao eixo. Alem disso
verificar diáriamente os parafusos e porcas, reapertando se necessário.
 Regulação dos limpadores ou raspadores de disco. Os limpadores são peças
importantes, por isso devem ser mantidos bem regulados. De princípio devem
ficar a 2,5 cm da borda externa dos discos, com a lamina do limpador deixando
o disco trabalhar livremente.
 Lubrificar diáriamente, de preferência ao fim da jorna, as alavancas de
regulação.
 Providenciar protecção e armazenagem da grade.

Uma vez terminados os trabalhos de gradagem e antes de se guardar a grade, deve-


se:

 Limpar, podem ser lavadas mas deverão ser secas antes de se guardar.
 Pincelar ou dar um banho de óleo nos discos, e fazer uma pintura do chassi
com tinta própria.
 Em seguida ela pode ser guardada, em lugar seco, abrigada do sol, chuva e
outras intempéries. Deve ser calçada, sobre tacos de madeira, de forma a que
os discos não contactem com o solo.

Nos meses de menos serviço, sobretudo nos meses que antecedem ou precedem a época
do uso da grade, fazer uma revisão geral, como substituir peças gastas ou quebradas,
realizar concertos, fazer os reapertos, lixar os pontos onde haja ferrugem, pintar os
pontos sem tinta e lubrificar.

3.6. Manutençao de rotina pulverizador

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1. Os bicos deverão ser limpos com água pura e nunca com arames ou outros
materiais.
2. Se mudar dum químico para outro, o tanque deve ser drenado e lavado com água
e detergente.
3. A lubrificação deverá ser muito cuidadosa, afim de não haver risco de
contaminação do líquido ou bloquear os filtros.
4. Químicos concentrados, para diluição, nunca deverão ser postos directamente no
tanque vazio, mas sim primeiro dever-se-á enche-lo até metade com água e
depois adicionar-se o químico.
5. Quando não estão em uso, os bicos devem ser removidos e guardados
separadamente depois de limpos e secos, as correias folgadas e todas as partes
cinemáticas lubrificadas.

3.6.1. Precauções

Como medida de precaução deve se seguir, sempre, as instruções de segurança


fornecidas com o químico a aplicar, tanto no manuseio, como no armazenamento e
aplicação.

3.7. Cuidados gerais e manutenção de semeadoras

Os fertilizantes contêm componentes de acção quimica activa que poderão danificar o


equipamento se não se tomarem certas precauções.
As principais são:
1. Lavar o espalhador com água de cal ocasionalmente afim de neutralizar àcidos.
Lavar até desaparecer qualquer vestigio de fertilizante.
2. Verificar as bandas transportadoras, ver se estão a bambear e têm ligações
danificadas.
3. Aplicar òleo pesado sobre as partes que tenham maior predominância a oxidar.
4. Lubrificar de acordo com o manual de instruções.
5. Nunca deixar fertilizante na tremonha depois do uso.
6. esvaziar e cobrir.

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