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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE

DIREITO DA __a VARA CÍVEL DO FORO DISTRITAL DE


SALTO DE PIRAPORA, COMARCA DE SOROCABA - SP.

Embargos de Terceiro.

Distribuição por dependência ao processo de execução nº.


699.08.002730-2.

Embargante: NomeHELENA CRUZ M. KOUVATSEAS.


Embargados: BANCO BRADESCO S/A. MOURA

RECICLAGEM DE METAIS LTDA EPP E Nome.


NomeHELENA CRUZ M. KOUVATSEAS, brasileira,
casada, comerciante, portadora da cédula de identidade RG
nº. 00000-00e CPF/MF nº. 000.000.000-00, residente e
domiciliada na Endereço, vem mui respeitosamente ante a
presença de Vossa Excelência, através de seu advogado e
bastante procurador que a esta subscreve, com fulcro no
art. 1.046 de Código de Processo Civil interpor os
presentes EMBARGOS DE TERCEIRO em face de BANCO
BRADESCO S/A , Instituição Financeira devidamente
inscrita no CNPJ sob o nº. 00.000.000/0000-00, com sede na
Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco- São Paulo que deverá ser
citada na pessoa de seu representante legal, MOURA
RECICLAGEM DE METAIS LTDA EPP , pessoa jurídica de
direito privado devidamente inscrita no CNPJ sob o
nº. 00.000.000/0000-00, com sede na EndereçoBairro Morro
Branco, Salto de Pirapora - São Paulo, que deverá ser citada na
pessoa de seu representante legal e Nome, brasileira, viúva,
pecuarista, portadora da cédula de identidade RG nº. 00000-
00e do CPF/MF nº. 000.000.000-00, residente e domiciliada
na Endereço, pelos seguintes argumentos de fato e de direito a
seguir expostos.
DOS FATOS:
Chegou ao conhecimento da Embargante que está
ilegalmente penhorado nos autos de execução de nº.
699.08.00000-00m seu trâmite por este MD Juízo, um imóvel
de sua propriedade conforme faz prova a fotocópia autenticada
do Instrumento Particular de Compromisso de Compra e
Venda de Imóvel ora anexada.
Importante frisar nesse momento que a compra do
imóvel ora penhorado se deu na data de 9 de dezembro do ano
de 2007.

Muito embora o referido contrato de compra e venda do


imóvel não tenha sido registrado em cartório competente, o
reconhecimento da firma da terceira embargada, quem
seja, Nome(então naquela data legítima proprietária do imóvel
transacionado) restou reconhecida na data de 11 de dezembro
do ano de 2007, conforme demonstra fotocópia anexa.
Logo forçoso concluir que a transação de compra e venda
se deu antes da distribuição da ação de execução hipotecária
proposta pelo 1º embargado, quem seja, Banco Bradesco S/A
em face do 2º embargado, quem seja, Moura Reciclagem de
Metais Ltda EPP que se deu na data de 9 de dezembro de
2008.
Também imperioso frisar que o registro da hipoteca
cedular que recaiu sobre o imóvel comprado pela embargante
da 3a embargada, só se deu na data de 03 de março de 2008.

Portanto, Excelência, podemos claramente concluir que a


transação de compra e venda do imóvel ora penhorado nos
autos da execução embargada, havida entre embargante e 3a
embargada, se deu antes do ingresso da ação executiva ora
discutida, bem como antes do registro da hipoteca cedular na
escritura do imóvel, LOGO CRISTALINO O DIREITO
ALBERGADO PELA EMBARGANTE.

DO DIREITO.

Diante dos fatos acima alegados e principalmente, diante


dos documentos ora juntados, resta claro que a embargante
está sofrendo lesão grave em seu patrimônio e direito de
propriedade, estando amparado pela legislação mencionada,
em especial o disposto no artigo 1046 do Código de Processo
Civil, que diz, in verbis :

"Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou


esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial,
em caso como o de penhora, ..., poderá requerer lhes sejam
manutenidos ou restituídos por meio de embargos."

Os mais renomados juristas do País, endossam a medida


dos embargos de terceiro como remédio jurídico apto para
defesa do terceiro prejudicado.

A respeito do tema o escolio de Nomeque:

"Daí a existência dos embargos de terceiro, remédio


processual que a lei põe à disposição de quem, não sendo
parte no processo, sofre turbação ou esbulho na posse de seus
bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de
penhora, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação,
arrolamento, inventário, partilha etc. (art. 1.046)...

Os embargos de terceiro são manejáveis por senhor e


possuidor e até mesmo apenas por possuidor (art. 1.046,
parágrafo 1º). Requisitos dessa medida, portanto, são o
direito ou a posse do terceiro a justificar a exclusão dos bens
da medida executiva que se processa entre estranhos ao
embargante" (Curso de Direito Processual Civil, vol. III,

p. 318/319).

Insta salientar que o parágrafo primeiro do artigo 1.046


do digesto processual enfatiza a proteção do direito de posse,
assegurado no caput ao prever que pode propor os embargos
de terceiro "quem, não sendo parte no processo, sofrer
turbação ou esbulho na posse de bens por apreensão judicial",
estipulando que "os embargos podem ser de terceiro senhor e
possuidor, ou apenas possuidor", consistindo, portanto, a
posse no direito principal a ser garantido por meio dos
embargos de terceiro.

Nesse sentido a lição de Alexandre Freitas Câmara:

"É para evitar ou reprimir, portanto, a moléstia à posse


provocada por ato judicial que, indevidamente, provoca (ou
pode provocar) a constrição de bem de terceiro, estranho ao
processo em que o ato é praticado, que existem os embargos
de terceiro" (Lições de direito processual civil; vol. III, Ed.
Lumen Juris; 6a ed.; Rio de Janeiro: 2004; p. 484/485).

E ainda, ao comentar o parágrafo primeiro do


artigo 1.046 do Código de Processo Civil, preleciona:

"Em outras palavras, o terceiro poderá ajuizar os embargos


de terceiro para buscar proteção para bens de que tenha
domínio e posse, ou apenas posse. O terceiro que tenha
domínio mas não posse, portanto, não poderá manejar os
embargos de terceiro" (ob. cit. p. 487).

Nomee Barros, por seu turno, afirma que "os embargos de


terceiro têm a indisfarçável finalidade de devolver ao titular a
sua posse, de que se viu privado, ou devolver a tranqüilidade
nela, ante uma ameaça", sendo, na realidade, "uma verdadeira
ação de restituição de posse, ora ação de prevenção ora de
manutenção" (Comentários ao código de processo civil, vol. IX,
p. 289/290).

Ultrapassado o entendimento da legalidade da presente


medida como remédio judicial correto para defesa da
embargante, passemos a discutir a legalidade do contrato de
compra e venda como meio eficaz para defesa da propriedade.

Excelência, o direito da embargante encontra guarida na


súmula 84, do Superior Tribunal de Justiça que assim
esclarece:
"É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados
em alegação de posse advinda do compromisso de compra e
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro".

A mais moderna jurisprudência pátria endossa a


pretensão da embargante.

Pedimos vênia para colacionar alguns arestos:

TRF4 - APELAÇÃO CIVEL  AC 2755 SC  2008.72.00000-


00  (TRF4) Data de Publicação: 26/01/2011
Ementa: TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. POSSE
ADVINDA DE CONTRATO DE PROMESSA
DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL . SÚMULA 84 DO
STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Comprovada a posse
da embargante sobre o imóvel penhorado, por meio de
Instrumento Particular de Compromisso
de Compra e Venda anterior ao ajuizamento da ação e à
constrição judicial do bem, é de ser desconstituída a penhora.
2. A ausência de transcrição imediata no registro de imóveis
da compra e venda realizada não afasta a boa-fé da
adquirente...
TJSP - Apelação  APL 9282287052008826
SP  9282287-05.2008.8.26.0000...

Data de Publicação: 13/05/2011

Ementa: Ação pauliana. Contrato particular de


compromisso de compra e venda não registrado na
matrícula do imóvel, mas com firma reconhecida que
atesta a anterioridade do negócio em relação à
reclamação trabalhista. "Eventus damni" e
"consilium fraudis" tampouco demonstrados. Fraude
contra credores não reconhecida. Recurso
desprovido. .

GRIFAMOS
TJSC - Apelação Cível AC 610871 SC 2007.061087-
1 (TJSC)

Data de Publicação: 23 de Abril de 2010

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE


TERCEIRO. CONTRATO PARTICULAR DE
COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL .
BEM SOBRE O QUAL RECAI A
ANTERIORMENTE GARANTIA HIPOTECÁRIA
CONSTITUÍDA E REGISTRADA. ÔNUS REAL DE
GARANTIA QUE PREVALECE SOBRE O
AJUSTE PARTICULAR , AINDA QUE O ADQUIRENTE
SEJA TERCEIRO DE BOA-FÉ. IMPOSSIBILIDADE DE
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA EM RELAÇÃO À PENHORA
REALIZADA NOS AUTOS DE EXECUÇÃO. EMBARGOS NÃO
ACOLHIDOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
DESPROVIDO.
TRF4 - APELAÇÃO CIVEL AC 7016 PR 0001532-
80.2008.404.7016 (TRF4)

Data de Publicação: 18/08/2010

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


TERCEIRO. PENHORA. COMPROMISSO
DE COMPRA E VENDA NÃO REGISTRADO EM
CARTÓRIO. INDÍCIOS DE SIMULAÇÃO. 1. Possível a
oposição de embargos de terceiro fundado em compromisso
de compra e venda , ainda que desprovido de registro. 2. O
alegado compromisso de compra e venda não observou as
mais singelas formalidades próprias de qualquer contrato
particular sobre imóvel (reconhecimento de firma, outorga
uxória e subscrição de testemunhas).
PENHORA - COMPROMISSO DE COMPRA E
VENDA DE IMÓVEL DESPROVIDO DE REGISTRO -
EMBARGOS DE TERCEIRO - CABIMENTO -
APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 84 DO STJ
- A partir da promulgação da Constituição
Federal de 1988, o Supremo Tribunal Federal passou
a ser uma Corte cuja competência é de natureza
eminentemente constitucional. Desde então, a missão
precípua de uniformizar a interpretação da legislação
ordinária federal passou a ser da alçada do Superior
Tribunal de Justiça. Dentro desse novo contexto de
competências, o STJ veio reiteradamente amenizando
o rigor da Súmula nº 621 do STF e, após diversos
precedentes, editou no ano de 1993 a sua Súmula nº
84, que apresenta a seguinte redação: "É admissível a
oposição de embargos de terceiro fundados em
alegação de posse advinda do compromisso de compra
e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro".

No caso, considerando que, tanto o contrato


particular de compromisso de compra e venda,
quanto a escritura pública de compra e venda, foram
firmados antes do ajuizamento pelo ora embargado da
reclamação trabalhista, não há falar em fraude à
execução, devendo ser mantida a decisão que
determinou o levantamento da penhora que recaiu
sobre imóvel do qual o embargante já era legítimo
possuidor à época da constrição judicial.

(TRT - 12a Região - 3a T.; Ag. de Petição nº


2673/99-Jaraguá do Sul-SC; Rel. Juiz NomeAdriano; j.
30.08.1999; v.u.). BAASP, 2148/1316-j, de 28.02.2000.
- NEGÓCIO JURÍDICO ANTERIOR -
DESCONSTITUIÇÃO DE PENHORA ACÓRDÃO
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de
AGRAVO DE PETIÇÃO, provenientes da MM. Junta de
Conciliação e Julgamento de Jaraguá do Sul, SC,
sendo agravante L.H.N. e agravado H.B.S. (MENOR).

Agrava de petição o exeqüente contra a decisão de


primeiro grau que julgou procedentes os embargos de
terceiro e determinou o levantamento da penhora que
recaiu sobre o imóvel do embargante.
Sustenta o agravante que a prova dos autos deixa
dúvida quanto ao verdadeiro adquirente do imóvel,
visto que no instrumento particular de promessa de
compra e venda de fl. 9 aparece como promissário
comprador M.C.B.S. e na escritura pública de compra
e venda de fls. 13/15 consta como adquirente do
imóvel o ora terceiro embargante H.B.S. Alega ainda
que a prova da propriedade dos bens imóveis se faz
com a transcrição da escritura junto ao registro
imobiliário.

Assim, pretende o provimento do agravo para que


seja determinada a penhora do imóvel. Contraminuta
é apresentada, pugnando a confirmação da decisão
agravada.

O Ministério Público do Trabalho manifesta-se no


sentido de ser desnecessária a sua intervenção no
feito.

É o relatório

VOTO

Conheço do agravo de petição e da contraminuta,


pois estão preenchidos os pressupostos legais de
admissibilidade.

MÉRITO

PENHORA. COMPROMISSO DE COMPRA E


VENDA DE IMÓVEL DESPROVIDO DE REGISTRO.

Entendo que não merece reparos a decisão de


primeiro grau que, à luz do entendimento consagrado
pela Súmula nº 84 do STJ, julgou procedentes os
embargos de terceiro e determinou o levantamento da
penhora que recaiu sobre imóvel adquirido pelo
embargante mediante contrato particular de
compromisso de compra e venda ainda não inscrito
no registro de imóveis, à época em que o bem foi
penhorado.

Inicialmente, registro que não assiste nenhuma


razão ao agravante quando alega que a prova dos
autos deixa dúvida quanto ao verdadeiro adquirente
do imóvel alienado pela executada A.C.Ltda., visto que
no instrumento particular de promessa de compra e
venda de fl. 9 aparece como promissário comprador
M.C.B.S. e na escritura pública de compra e venda de
fls. 13/15 consta como adquirente do imóvel o
embargante H.B.S. Ora, a Sra. M.C.B.S. é mãe do
embargante H.B.S., que à época era menor impúbere,
sendo que ficou reservado o usufruto vitalício do
imóvel em favor dela (falecida em 31-05-97 - fl. 31) e
de seu marido L.C.L.S., de acordo com a referida
escritura.

Por outro lado, é certo que a propriedade de


imóvel se adquire, em geral, pela transcrição
imobiliária. Entretanto, também é certo que a lei
legitima não somente o proprietário como também o
mero possuidor a defender sua posse via embargos de
terceiro. É o que estabelece o Código de Processo
Civil no § 1º do artigo 1.046, ao dispor que "os
embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor,
ou apenas possuidor".

Tratando-se de proteção a simples posse (posse a


"non dominus"), basta ao terceiro a qualidade de
mero possuidor para se opor ao ato de penhora, sendo
despicienda a circunstância de o compromisso de
compra e venda estar ou não inscrito no registro de
imóveis quando da aprensão judicial, pois, como já
disse, não se está a defender o domínio do imóvel,
mas sim a sua posse legítima.
É de suma importância registrar que, até alguns
anos atrás, o entendimento predominante sobre a
questão era aquele consubstanciado na Súmula nº 621
do Supremo Tribunal Federal, verbis:

"NÃO ENSEJA EMBARGOS DE TERCEIRO À


PENHORA A PROMESSA DE COMPRA E VENDA NÃO
INSCRITA NO REGISTRO DE IMÓVEIS".

A referida Súmula foi publicada nos idos de 1984,


quando a competência do Excelso Pretório era muito
mais ampla. Entretanto, a partir da promulgação
da Constituição Federal de 1988, a competência do
STF foi substancialmente alterada, passando o
Supremo Tribunal Federal a ser uma Corte cuja
competência é de natureza eminentemente
constitucional. Desde então, a missão precípua de
uniformizar a interpretação da legislação ordinária
federal passou a ser da alçada do Superior Tribunal de
Justiça.

Dentro desse novo contexto de competências, o


STJ veio reiteradamente amenizando o rigor da
Súmula nº 621 do STF e, após diversos precedentes,
editou no ano de 1993 a sua Súmula nº 84, que
apresenta a seguinte redação:

"É ADMISSÍVEL A OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE


TERCEIRO FUNDADOS EM ALEGAÇÃO DE POSSE
ADVINDA DO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA
DE IMÓVEL, AINDA QUE DESPROVIDO DE
REGISTRO."

Atualmente é pacífico nas diversas Turmas do


STJ o entendimento consagrado por essa Súmula,
como se pode ver nos seguintes acórdãos,
recentemente proferidos por unanimidade de votos:
EXECUÇÃO - PENHORA - Contrato de promessa
de compra e venda - Embargos de terceiro -
Possibilidade - O Superior Tribunal de Justiça vem
abrandando o rigor da Súmula nº 621 do STF,
admitindo que o titular de contrato de promessa de
compra e venda, não inscrito no registro de imóveis,
tem direito de ajuizar embargos de terceiro.
(STJ, REsp 90192, 1a Turma, DJU de 18-05-98,
Ministro Garcia Vieira)

PROCESSO CIVIL - COMPRA E VENDA NÃO


REGISTRADA - Bem penhorado - Cabimento de
embargos de terceiro - Precedentes - Recurso
conhecido e provido -

Os embargos de terceiro, destinados à proteção


da posse, constituem via hábil para debater-se
pretensão de excluir da penhora bem adquirido por
meio de compra e venda não registrada. II - No
confronto entre dois direitos pessoais, deve-se
prestigiar o do comprador que se acha na posse do
bem, com quitação de suas obrigações, salvo, por
óbvio, se realizada a alienação em fraude contra
credores ou em fraude de execução. III

- Aplica-se à compra e venda não registrada o


mesmo entendimento cristalizado no Enunciado 84 da
Súmula/STJ, que concerne à promessa de compra e
venda.

(STJ, REsp 130620, 4a Turma, DJU de 29-06-98,


Ministro Nome)
Registro que também no âmbito dos Pretórios
Trabalhistas vem se consolidando nos últimos anos
essa nova orientação sumular. Trago à colação o
seguinte julgado:

EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS POR


LEGÍTIMO POSSUIDOR - A falta de registro da
promessa de compra e venda de imóvel não obsta à
procedência dos embargos de terceiro, eis que, para
se opor ao ato de penhora, basta a qualidade de mero
possuidor - inteligência do En. da Súm. nº 84 do E.
Superior Tribunal de Justiça.

Aliás, a posse é matéria essencialmente fática,


sendo legítimo o possuidor para defendê-la quando
atingido em direito a ela relativo. (...) Agravo de
petição a que se dá provimento. (TRT 19a Região, AG-
PET 00000-00- 71, Ac. de 07-05-97, in Revista LTr. 62-
02/265)
Diante do exposto, e considerando que, tanto o
contrato particular de compromisso de compra e
venda de fls. 9/11, firmado em 26 de abril de 1995,
quanto a escritura pública de compra e venda de fls.
13/15, datada de 27 de novembro de 1995, foram
firmados antes mesmo do ajuizamento pelo ora
embargado da reclamação trabalhista nº 660/96, deve
ser mantida a decisão que determinou o levantamento
da penhora que recaiu sobre imóvel do qual o
embargante já era legítimo possuidor à época da
constrição judicial, em 26-06-98 (fl. 8).

Nego provimento ao agravo. Pelo que, ACORDAM os


Juízes da 3a Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da 12a Região, por unanimidade,
CONHECER DO AGRAVO. No mérito, por igual
votação, tendo a douta representante do Ministério
Público manifestado-se pela manutenção da
sentença, NEGAR-LHE PROVIMENTO. Florianópolis,
30 de agosto de 1999.

HAMILTON ADRIANO

Relator
Portanto, provada a propriedade e posse do bem
penhorado, justa a pretensão do embargante em ver o mesmo
exonerado da constrição judicial.

DO REQUERIMENTO FINAL

Ante o exposto, respeitosamente se requer a Vossa


Excelência:

a) sejam recebidos, autuados e processados os presentes


embargos de terceiro, com o apensamento à mencionada
execução;

b) seja determinada a suspensão imediata do processo de


execução mencionado, até decisão final de mérito dos
presentes embargos,

c) a citação dos embargados para responder aos termos


da presente ação;

d) seja, a final, julgado procedente o presente pedido,


com o levantamento da penhora realizada sobre o bem de
propriedade da embargante, condenando-se os embargados
nas custas processuais, honorários advocatícios e demais
cominações legais;

e) a produção de toda prova que se fizer necessária, em


especial o depoimento pessoal da embargada e oitiva de
testemunhas a serem oportunamente arroladas.

Dá-se a causa, para efeitos legais, o valor de R$


00.000,00, apenas para o efeito de custas e alçada.
Termos em que,

Pede deferimento.
Sorocaba, 8 de abril de 2012.

________________
_____________________ Nome Nome
00.000 OAB/UF. 00.000 OAB/UF.

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