A minha jornada no mundo da música iniciou-se quando eu tinha 6 anos de idade. Vinda
de uma família enraizada na prática desta área, eu comecei por frequentar uma banda
filarmónica denominada Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense. Nesta
eu aprendi algumas bases musicais como o solfejo onde mais tarde foi-me introduzida a
prática de um instrumento de metal, o trompete. Após 3 anos, com a ajuda do meu
primeiro professor de trompete Ângelo Borges fiz a minha primeira prova para tentar
ingressar no 4º ano de Iniciação na Escola Artística do Conservatório Nacional. Sem
sucesso na Sede do Conservatório, nesse mesmo ano acabei por frequentar o ano de
iniciação no Pólo do Seixal, pelo que fiquei logo com o meu professor atual, Hugo
Santos. No ano seguinte consegui então ingressar na sede do Conservatório Nacional ao
qual permaneci no ensino integrado até ao 5º Grau e por fim admitida no Curso
Profissional de Sopros e Percussão na especialidade de trompete em 2018.
Desde o meu primeiro ano de aprendizado com o professor Hugo Santos e também com
os restantes professores da classe de trompete Daniel Louro e Felipe Coelho, fui
instruída a fazer uma boa técnica de base isto é tentar dominar o instrumento usando
vários métodos de estudo tais como: Arban Complete Method For Trumpet, Allen
Vizzuti 1,2 e 3, Bai Lin, Caruso, H.L. Clark, Charles Colin, Claude Rippas, Earl D.
Irons, James Stamp Supplemental Studies, e Vincent Cichowicz. Outras técnicas muito
importantes que não incluam um método em livro são as técnicas de respiração que
ajudam a ter um maior controlo do ar; a prática do bocal pudendo ou não usar o piano; o
buzzing que se caracteriza pela emissão de ar através da vibração dos lábios; e a prática
das escalas de grande importância no domínio de qualquer tonalidade.
Todos estes métodos de trabalho levam a uma evolução na destreza dos dedos,
flexibilidade, trabalho de som, maneira de usar o ar (sem utilizar pressão), embocadura,
resistência, o domínio das várias articulações e dinâmicas. Todas estes aspetos são
pontos construtivos para a performance de um trompetista.
Todas as ferramentas que me foram dadas para que o meu estudo individual fosse o
mais eficaz, mas depende do aluno concretiza-las. O meu professor sempre me disse que
o trabalho individual é o mais importante, pois é neste que vamos aplicar e desenvolver
os conhecimentos por ele transmitidos. Estes requerem tempo (duas aulas por semana
não são suficientes) e persistência pois os resultados não surgem a curto prazo.
Eu, como aluna não só de trompete, sempre tive alguma dificuldade de organização, o
que numa escola como o Conservatório é fundamental. Manter um método de trabalho
bem estruturado é essencial, pois tenho várias disciplinas, eventos, trabalhos e provas,
ou seja, necessito de conciliar tudo isto de forma responsável. A organização é sem
dúvida um dos aspetos que tenho tentado vir a melhorar não só para o Conservatório,
mas como para todas as áreas da minha vida. Para além deste último ponto existem
outros fatores como a carga horária que são necessárias de gerir, eu como vivo no Seixal
levo por vezes até 2 horas de viajem, que para além do cansaço físico e mental
diminuem o tempo de estudo que com a minha por vezes falta de organização faz com
que as coisas se compliquem.
Em dias que nem sempre conseguia organizar o meu tempo de forma correta mantive a
minha prática diária no trompete, que com uma maior organização podia ter alcançado
maior nível em menos tempo. O meu professor sempre me aconselhou a estudar aos
poucos.
A conquista da capacidade de organizar o meu tempo com o tipo de repertório que
estava a preparar no momento começou desde muito cedo com insistência do Professor
Hugo Santos. Fui sempre habituada a tocar todos os dias, as habituais escalas, os
estudos do momento e as peças para apresentar em audições de classe. Ao longo destes
3 anos deparei-me com provas, ensaios de música de câmera, concertos de orquestras
em simultâneo, logo, com muito repertório para preparar ao mesmo tempo. Desta
forma, aprendi que a melhor maneira de estar em forma em qualquer obra seria estudar
muito bem uma secção de cada obra por dia, em vez de estudar tudo de uma obra muito
bem.
Polonaise de Concert
Someone to watch over me