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ICMS
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IPTU
ISS
TLP
EDUCAÇÃO FISCAL:
TRIBUTAÇÃO, ORÇAMENTO
E COESÃO SOCIAL
E S TA D O E
TRIBUTAÇÃO
Sumário
1. Introdução .........................................................................................................................3
internacionais ..................................................................................................................24
7. Referências.......................................................................................................................46
1. Introdução
Como ocorre com qualquer outra região, existem, na América Latina e Caribe,
notórias diferenças internas, as quais, porém, não impedem que se faça uma abordagem
a partir de questões que transcendem os limites geográficos da cada nação, entre elas,
especialmente, a questão fiscal.
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Num primeiro momento, faz-se necessário examinar – nos limites do possível para
um trabalho desta natureza – as causas históricas da desigualdade na América Latina e
como elas continuam influenciando os elevados níveis de desigualdade ainda evidentes
e profundos nesta parte do mundo.
Tome Nota
Depois disso, terão sido traçados os contornos que permitirão analisar pontu
almente os problemas apontados pelos recentes estudos da CEPAL e do BID,
bem como examinar as soluções propugnadas, cuja aplicabilidade em rela
ção ao Brasil será objeto de discussão, na medida em que a proposição for
examinada.
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A pobreza extrema é algo que pode ser superado em curto ou médio prazo, bastando
para tanto a implementação de políticas públicas que estejam aptas a assegurar padrões
mínimos de existência aos “deserdados de expectativas”. 1 Neste sentido, os programas
de renda mínima implementados, em maior ou menor grau, por vários países da região,
correspondem a ações estatais direcionadas a este fim, sendo tendencialmente eficazes
no combate à pobreza extrema.
1
No caso do Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, se o Bolsa
Família não existisse, haveria 36 milhões de pessoas na zona da pobreza extrema, número que foi significativa
mente reduzido desde a implantação do referido programa de renda mínima. Dados disponíveis em: <http://bol
safamilia10anos.mds.gov.br/themes/bolsa/infografico/superando/superando.html>. Acesso em: 15 abr 2014.
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Fonte: http://ridolfirio.com.br/content/uploads/2014/12/favela-pacificate1.jpg
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O que cabe analisar aqui é se, na América Latina, esta função essencial da tributação
vem sendo exercida na plenitude de suas possibilidades ou se, ao contrário, a tributação,
além de não reduzir as desigualdades, tem exercido um paradoxal papel de instrumento
de redistribuição de renda às avessas. Noutras palavras, é preciso avaliar se o modo de
tributar nesta parte do planeta corresponde a um meio de distribuição ou de concentração
de renda. Por isso, a partir de agora, o trabalho analisa como se apresenta a tributação e,
efetivamente, quem está suportando seu ônus na América Latina.
44 18 30
Consumo 23 19
26
44 38
6
Renda 12 Renda 12
21
3 3 3
O gráfico acima, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
com dados de 2012, demonstra claramente como a carga tributária que incide sobre as propriedades
representa apenas 6% da arrecadação brasileira, enquanto a carga sobre o consumo, 44%. Os efeitos
dessa composição são nefastos, sobretudo, à população mais pobre, uma vez que essa não é
proprietária. Em comparação com os demais países, apenas o México taxa menos a propriedade,
enquanto até mesmo os Estados Unidos onera mais as propriedades com impostos do que o Brasil.
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Disponível em: <http://www.oecd.org/fr/bresil/>. Acesso em: 29 mar. 2014.
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Além do fato de, no Brasil, a alíquota máxima do imposto sobre a renda das pessoas
físicas ser de apenas 27,5%, –até 2016 – ressalta-se que o total arrecadado a título
de imposto de renda pessoas físicas e jurídicas corresponde a 26,94% da arrecadação
tributária, enquanto que, em países membros da OCDE, a média é de 34,90% do total
arrecadado 4. Outro fato digno de anotação é o limite de isenção que permanece reduzido
(R$ 22.499,13), para o ano-calendário de 2016, fazendo com que parte significativa da
população recolha imposto sobre uma renda insuficiente para própria subsistência e
afetando, com isso, o denominado mínimo existencial.
4
SISTEMA TRIBUTÁRIO: diagnóstico e elementos para mudanças. Brasília: Sindicato Nacional dos Auditores-Fis
cais da Receita Federal do Brasil, 2010. p. 21.
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Vale lembrar que o mínimo existencial pode ser definido como o valor necessário
para que uma família média possa prover seu sustento, mediante o atendimento de
necessidades básicas, tais como alimentação, moradia, vestuário, transporte, lazer etc.
Um sistema tributário que esteja comprometido com o princípio da dignidade humana
apenas permite que a incidência fiscal atinja a parcela da renda que não comprometa
uma existência minimamente digna, razão pela qual a exigência de tributos indiretos
sobre o consumo de bens relacionados às necessidades descritas anteriormente fere
claramente o referido princípio.
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Pobreza X Riqueza
O Brasil compõe a lista das dez economias mais ricas do mundo, mas também está
alocado na lista das dez economias com as piores distribuições de renda, equiparando-
se a países da região do continente africano ao sul do Deserto do Saara, que foi apontada,
em relatório desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
como umas das regiões mais miseráveis do mundo.5
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imposto de renda – orientado por Marcelo Medeiros, grande expoente do país nessa área
e Marc Morgan Milá, supervisionado por Thomas Piketty, publicaram trabalhos sobre
desigualdade brasileira que merecem destaque.
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Uma justificativa para isso é que se buscou uma maior distribuição de renda por
meio dos gastos do Estado, mas o regressivo sistema tributário brasileiro não realizou o
seu papel de desconcentrar renda na parte de cima da pirâmide.
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Refletindo
Fica, assim, a reflexão de que: “Quanto mais concentração de renda, mais
fraca fica a economia, com menos investimentos e consumo, e mais fraca
fica a democracia, com menos gente possuindo excessivo poder financeiro, o
que possibilita uma maior interferência dessa pequena parcela da população
nas decisões políticas do país”.
Dessa forma, cabe ao Estado decidir que rumos quer escolher para o Brasil: o de
continuar um país subdesenvolvido no qual poucos milhares controlam muitos milhões
ou de se tornar um país com grandeza, desenvolvido, no qual os graus de desigualdade
permitem o desenvolvimento de um maior número de pessoas, aliado a mais consumo e
investimentos.
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64,0
63,4
62,0
61,5
61,2
60,2 60,0 60,0
60,1 59,9
60,0 59,8 59,3
59,5 59,4 59,6 59,9 59,4
59,5 58,7
58,9 58,8 58,7 59,2
58,0
58,1 58,0 58,1
56,9 56,6
56,0
56,0
55,2
54,3
54,0
53,9 53,3
52,6
52,7
52,0
1977
1978
1979
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1992
1993
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Gni Média
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Importante
Saiba Mais
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Carga Tributária no Brasil 2012. Disponível em: http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e
-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/carga-tributaria-2012. Acesso em
25 fev. 2014.
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Pode-se afirmar que a carga tributária brasileira, com relação ao Produto Interno
Bruto, não é baixa. Contudo, há países em que a carga tributária é significativamente
maior que no Brasil, sobretudo a dos membros da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico – OCDE, conforme gráfico abaixo, elaborado com dados do
ano de 2013.
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil
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0000 Total: 1.740419,49 1.847.739,70 107.320,21 33,74% 33,74% - 0,28 100,00% 100,00% 0,00
1000 Renda 315.266,05 332.879,71 17.613,66 6,11% 6,03% - 0,08 18,11% 18,02% - 0,10
2000 Folha de Salários 435.637,87 465.301,80 29.663,93 8,45% 8,43% - 0,02 25,03% 25,18% 0,15
3000 Propriedade 68.510,06 77.077,43 8.567,37 1,33% 1,40% 0,07 3,94% 4,17% 0,24
4000 Bens e Serviços 891.141,93 942.666,55 51.524,62 17,28% 17,07% - 0,02 51,20% 51,02% -0,19
5000 Transações Financeiras 29.162,89 29.819,44 656,55 0,57% 0,54% -0,03 1,68% 1,61% -0,06
9000 Outros 700,69 -5,23 -705,91 0,01% 0,00% -0,01 0,04% 0,00% -0,04
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil
Vale ressaltar que estão incluídos, entre os tributos sobre o consumo, o Imposto
sobre Importação – II, sobre Produtos Industrializados – IPI, sobre Operações
Financeiras – IOF, sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, sobre Serviços –
ISS, Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, para o Programa
de Integração Social – PIS, Contribuição Previdenciária Patronal das Empresas – CPP, e
de Intervenção no Domínio Econômico sobre combustíveis – Cide.
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TOTAL 3,72%
1,27% 0,30% 1,94%
3,83% 10,68%
12,40%
0,05% 0,16%
No tocante ao patrimônio, que participa
3,72% do valor angariado aos cofres públicos,
o ITR participa com 0,05% do total IPTU IPVA
arrecadado, o IPVA com 1,94%, o ITCD com
0,16%, o IPTU com 1,27%, e o ITBI com 0,30%. ITR
ITBI ITCD
14,44%
No que se refere ao percentual de 14,44% da arrecadação, constam outros
tributos federais, estaduais e municipais, bem como taxas e outras
contribuições previdenciárias de entidades filantrópicas, segurados
domésticos e contribuição patronal para a previdência dos servidores.
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SISTEMA TRIBUTÁRIO: diagnóstico e elementos para mudanças. Brasília: Sindicato Nacional dos Auditores-Fis
cais da Receita Federal do Brasil, 2010. p. 14.
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Tributação
total
Imposto sobre
renda 34,90%
Imposto sobre
31,90% consumo
Imposto sobre
5,6%
patrimônio
23
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Para viabilizar tal intento, este curso utilizar-se-á de estudos e dados apurados
recentemente por dois organismos internacionais voltados para o diagnóstico de
problemas e proposição de soluções para América Latina. São eles:
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Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Mudança estrutural para Igualdade: uma vi
são integrada do desenvolvimento. Disponível em: <http://www.cepal.org/pses34/noticias/documentosdetraba
jo/0/47440/2012-ses-34-mudanca_estrutural_sintese.pdf>. Acesso em 15 abr. 2014.
25
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Observe
A opção por uma mudança estrutural voltada à igualdade implica uma “ruptura com
o paradigma econômico que tem prevalecido na região durante ao menos três décadas”.
O documento reconhece que os países da região obtiveram êxito na adoção de políticas
macroeconômicas, avançando de “forma significativa em algumas frentes, como no
equilíbrio fiscal e no controle da inflação”. Porém, em outras frentes, as políticas estatais
“não avançaram o suficiente e deixaram pendentes temas importantes relacionados
com a igualdade e a mudança estrutural”10. Isso ocorreu, notadamente, em face de uma
insuficiente mudança no campo da tributação.
Não obstante na maioria dos países ter havido uma melhora na arrecadação,
“persistem graves problemas, como a baixa pressão dos impostos em muitos países e o
impacto distributivo regressivo da estrutura tributária”11.
9
Ibid., p. 5.
10
Ibid., p. 40.
11
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Mudança estrutural para Igualdade: uma vi
são integrada do desenvolvimento. Disponível em: <http://www.cepal.org/pses34/noticias/documentosdetraba
jo/0/47440/2012-ses-34-mudanca_estrutural_sintese.pdf>. Acesso em 15 abr 2014.p. 41.
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O estudo aponta uma série de fatores pelos quais a fiscalidade na América Latina
não tem cumprido adequadamente com seu papel de indutor redistributivo. São eles:
12
Por exemplo: ao realizar uma comparação com países da União Europeia, onde os impostos diretos e indiretos
ascendem a 16,1 e 11,7% do PIB respectivamente, enquanto na América Latina alcançam 5,4 e 9,6, respectiva
mente. Na região, os impostos que incidem sobre a renda das pessoas físicas não chegam a representar, em
média, 1% do PIB (no período compreendido entre 2000 e 2008 representaram de fato 0,46% do PIB), enquanto
nos países da OCDE equivalem a 9,1% do PIB. No caso do imposto de renda das sociedades, a diferença também
é significativa, mas bem menor: no período compreendido entre 2000 e 2008, a arrecadação destes impostos
representou, em média, 1,6% do PIB nos países da região e 3,3% do PIB nos países da OCDE. CEPAL, op. cit., p. 41.
13
Ibid., loc. cit.
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Porém, em que pese as referidas dificuldades, “fortalecer o siste-
ma de impostos e sua progressividade é uma condição necessária
não só para promover a igualdade, mas também para construir um
espaço fiscal necessário para que o Estado possa atuar sobre o
ciclo que possa promover a mudança estrutural”.15
15
14
Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Mudança estrutural para Igualdade: uma vi
são integrada do desenvolvimento. Disponível em: <http://www.cepal.org/pses34/noticias/documentosdetraba
jo/0/47440/2012-ses-34-mudanca_estrutural_sintese.pdf>. Acesso em 15 abr 2014. p. 62.
15
Ibid., loc. cit.
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Fonte: OCDEPUBLISHING - Revenue Statistics in Latin America and the Caribbean 2016.
http://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/taxation/revenue-statistics-in-latin-america-and-the-
caribbean-2016_rev_lat_car-2016-en-fr#page24
Essa maior carga, porém, não tem significado avanços proporcionais ao seu
tamanho, muito provavelmente pelo fato de que, quanto maior for uma carga fiscal
regressiva, mais será reforçado seu conteúdo indutor de desigualdade, o que neutraliza
parcialmente os efeitos de gastos públicos redistributivos.
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Apesar de ter havido uma melhora “notável na qualidade e eficácia das políticas
fiscais na América Latina e no Caribe”, é sabido que “a região ainda tem um longo caminho
16
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudar no basta: los impuestos como instrumento de de
sarrollo. Disponível em: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20bas
ta%3a%20los%20impuestos%20como%20instrumento%20de%20desarrollo.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10
mai 2014.
30
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pela frente e os sistemas da maioria dos países estão longe de exaurir seu potencial de
arrecadação”.
17
17
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudar no basta: los impuestos como instrumento de de
sarrollo. Disponívelem: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20bas
31
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A partir do diagnóstico dos problemas, o estudo do BID sustenta que devem ser
realizadas:
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19
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudar no basta: los impuestos como instrumento de de
sarrollo. Disponívelem: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20bas
ta%3a%20los%20impuestos%20como%20instrumento%20de%20desarrollo.pdf?sequence=1>. Acessoem: 10
dez. 2014. p. 4.
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Os problemas que foram diagnosticados pelo BID podem ser resumidos a seguir e
propiciam que haja um debate acerca da propriedade em apontá-los, bem como sobre
as sugestões apresentadas e ideias defendidas no Estudo. Após a exposição das ideias
defendidas, cabe refletir se tais sugestões são adequadas ou não, mais especificamente,
à realidade brasileira.
34
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50%
tes, os quais correspondem a quase cinquenta por centro
da arrecadação efetiva. Há uma gama de deduções pre
vista na legislação, concomitantemente a existência de
“isenção mínima relativamente alta, ou faixa de alíquota
zero, que supostamente cumpre essa função”;
Renda capital
3) a renda proveniente do capital tem obtido um tratamen
to privilegiado;
20
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudar no basta: los impuestos como instrumento de de
sarrollo. Disponívelem: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20bas
ta%3a%20los%20impuestos%20como%20instrumento%20de%20desarrollo.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10
dez. 2014. p. 6.
21
Ibid., p. 7.
35
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O estudo relata que o denominado “sistema dual” foi a solução encontrada por
alguns países para ampliar a base impositiva e aumentar a arrecadação do imposto de
renda de pessoas físicas. Sua adoção implica tributar os rendimentos do trabalho com
uma alíquota progressiva e a renda do capital de pessoas físicas com uma alíquota fixa
que seja menor do que a máxima aplicada aos rendimentos do trabalho (e que pode ser
mesmo igual à alíquota mínima).22
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os valores recebidos a título de distribuição de lucros das pessoas jurídicas, bem como
em relação aos valores pagos a título de juros sobre o patrimônio das pessoas jurídicas
- estes submetidos à alíquota menor de imposto (15%), sendo permitida sua total
dedutibilidade como despesa na apuração do lucro da empresa.
Importante
Outro dilema que se apresenta é: “como extrair a renda máxima e ao mesmo tempo
alterar o mínimo possível às decisões de investimento e produção de um investidor que
está procurando maximizar os lucros totais durante toda a vida projetada do recurso?”
24
Cerca de metade de toda a arrecadação fiscal na Venezuela e em Trinidad e Tobago provém de setores de re
cursos naturais não renováveis, como petróleo e gás. Mais de um quarto da receita da Bolívia, Chile, Equador
e México deriva desses setores, enquanto a Colômbia e o Peru estão se aproximando desses níveis. Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudar no basta: los impuestos como instrumento de desarrollo.
Disponível em: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20basta%3a%20
los%20impuestos%20como%20instrumento%20de%20desarrollo.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10 dez 2014.
p. 14.
37
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O estudo do BID lembra que os instrumentos que, até o momento, têm sido utilizados
para tributar o setor correspondem a “uma combinação de royalties tradicionais e
imposto de renda de pessoas jurídicas”. No entanto, essas não seriam as “ferramentas
mais apropriadas para enfrentar o dilema entre a extração de rendas econômicas e a
exploração eficiente de recursos”.25
Tome Nota
Segundo o estudo do BID, “o instrumento ideal de tributação deixaria o retorno
normal do investimento nas mãos do produtor e transferiria todas as rendas
puras para o Estado, sem afetar a produção”. Isso seria apurado levando em
consideração o fluxo de caixa potencial e nos riscos do projeto, calculando-se
uma taxa normal de retorno, sendo que o lucro obtido acima dessa taxa seria
tributado com alíquotas elevadas.26
26
25
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudar no basta: los impuestos como instrumento de de
sarrollo. Disponível em: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20bas
ta%3a%20los%20impuestos%20como%20instrumento%20de%20desarrollo.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10
dez 2014. p. 14.
26
Ibid., p. 15.
38
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Refletindo
A crescente preocupação com a questão ambiental não é sem razão de ser.
Ela torna-se maior à medida que se amplia a consciência de que a degrada
ção do meio ambiente ameaça não só a natureza e o bem-estar social, mas
também a própria manutenção da vida humana.
39
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No Estudo do BID, porém, a extrafiscalidade aparece de uma forma muito mais visível
em sua face “punitiva”, pois sustenta que “forçar todos a pagar pelos males que causam à
sociedade deveria ser uma política pública socialmente aceitável”. Isso poderia acontecer
mediante impostos – mecanismo da extrafiscalidade acima explanado – mas também
mediante a cobrança de pedágios ou outros mecanismos de preço. Dessa forma, “os
bens públicos – como qualidade ao ar, segurança rodoviária ou facilidade de transporte
– podem ser protegidos”. Com isso, os governos latino-americanos poderiam “elevar a
arrecadação para ajudar a solucionar os diversos males que corroem a qualidade de vida
nas cidades latino-americanas”.27
27
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Recaudarno basta: losimpuestos como instrumento de de
sarrollo. Disponívelem: <http://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/3473/Recaudar%20no% 20bas
ta%3a%20los%20impuestos%20como%20instrumento%20de%20desarrollo.pdf?sequence=1>. Acesso em: 10
dez 2014. p. 18.
40
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Saiba Mais
28
O estudo não levou em conta dados da maioria dos países da América Latina
(Brasil, em especial). Todavia, tem o mérito de fazer uma análise histórica da questão da
desigualdade e demonstrar que ela vem se ampliando nos últimos anos, em quase todos
os países pesquisados.
28
PIKETTY, Thomas. Le Capital au XXI siècle. Paris: Éditions du Seuil, 2013.
42
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Fique Ligado
O que chama atenção no extenso estudo são as soluções defendidas ou
caminhos potencialmente úteis para a superação dos efeitos negativos do
capitalismo, já que o autor não defende a extinção deste modelo econômico.
Entre as soluções propugnadas, está a necessidade de se repensar a
progressividade tributária e aplicá-la, de uma forma eficaz, não apenas em
relação aos impostos sobre a renda, mas também sobre a propriedade e
sobre o capital.29
29
29
PIKETTY, Thomas. Le Capital au XXI siècle. Paris: Éditions du Seuil, 2013. p. 793/809.
30
Ibid., p. 805.
31
Ibid., p. 836 e 846.
43
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DESIGUALDADE NO MUNDO
1% 80
%
detém detém
apenas
50% 5,5%
da riqueza
da riqueza
DESIGUALDADE NO BRASIL
Adaptado de: OXFAM e RECEITA FEDERAL DO BRASIL
0,2 50
% %
detém detém
apenas
40,8% 2%
da riqueza
da riqueza
Importante
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Por isso, as reformas fiscais que estejam norteadas pela redução das desigualdades
sociais correspondem a tarefas inadiáveis de todos os governos da região, uma vez
que representam o ponto de partida para uma caminhada rumo à construção de uma
América Latina mais justa, igualitária e socialmente coesa para, com isso, ser edificada
uma realidade menos conflituosa e permeada por democracias substanciais e sólidas.
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7. Referências
Estudo do Banco Mundial mostra Brasil como 7ª maior economia do mundo. Valor
Econômico. Disponível em:<http://www.valor.com.br/internacional/3532202/estudo
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HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1995.
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Companhia das Letras, 2010.
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Gardian. Disponível em: <http://www.theguardian.com/business/2014/jan/20/oxfam
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