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Direito Civil III

UA 1

Desafio: A sua resposta deve ser nã o. Nã o houve, em nenhum momento, por parte de seu
Joã o, a intençã o de vender, ou seja, de transferir a propriedade do seu trator a terceiros
mediante contrapartida em dinheiro. O interesse de seu Joã o era somente o de locar, alugar
o seu trator pelo período requisitado pelos contratantes, os quais deveriam restituir-lhe o
bem depois do período de um mês. Assim nã o fosse, pode-se supor que seu Joã o, no
mínimo, teria exigido um valor superior ao preço de um aluguel (por um mês) aos
contratantes.
Cumpre referir que o casal negociante jamais fez mençã o de se tratar de um contrato de
compra e venda, pelo contrá rio, sua proposta apenas teve como conteú do a locaçã o, por um
mês, do trator de seu Joã o. Logo, conclui-se que agiram dolosamente (de má -fé) no
momento em que forneceram para a assinatura de seu Joã o um contrato de  compra e
venda, quando deveria ser de locação.
Em defesa de seu Joã o, podem ser invocados os princípios da autonomia da vontade ou da
autonomia privada, violada quando o proprietá rio do trator foi induzido a realizar contrato
que nã o correspondia com sua vontade negocial; o da boa-fé objetiva, pois as partes devem
pautar sua conduta contratual pela honestidade, lealdade, clareza, informaçã o, colaboraçã o,
etc. Assim como o da funçã o social do contrato no seu aspecto intrínseco, uma vez que um
contrato nã o pode ser vantajoso para apenas uma das partes, se essa situaçã o nã o fez parte
do acordo contratual.
É importante referir que, no caso apresentado, houve dolo por parte do casal negociante,
que, por meio de um instrumento contratual, cujo conteú do nã o correspondia a causa de
contratar (a compra e venda nã o foi o escopo contratual esperado por seu Joã o — seu
objetivo nã o era o de transferir a propriedade do trator), induziu o contratante ao erro.
Quanto ao dispositivo legal que pode ser invocado em defesa do prejudicado, vale
mencionar que essa manobra oportunista do casal pode ser objeto de invalidaçã o do
negó cio jurídico, consoante versa o art. 171 do Có digo Civil: Além dos casos expressamente
declarados na lei, é anulável o negó cio jurídico: I — por incapacidade relativa do agente; II
— por vício resultante de erro, dolo, coaçã o, estado de perigo, lesã o ou fraude contra
credores; respeitando-se o prazo de 4 anos, da conclusã o do negó cio, para o pedido de
anulabilidade do contrato realizado por dolo.

Exercícios:
• B
• C
• D
• E
• E

UA 2
Desafio: A proposta realizada por José realmente pode ser considerada como uma oferta
séria, concreta e definitiva. Este apresentou os principais elementos para a contrataçã o – o
tipo de negó cio (prestaçã o de serviços de serralheria), o objetivo a ser alcançado (gradear
toda a entrada da propriedade), assim como o preço do serviço.
Nã o, nã o foi celebrado o contrato de prestaçã o de serviços entre os vizinhos, pois Clara nã o
respondeu prontamente à oferta no momento em que se encontraram no mercado.
Ademais, nã o há que se falar em silêncio conclusivo, pois sã o contratantes que sequer
participam do mesmo setor de negó cios a ponto de compartilhar costumes ou usos
comerciais que pudessem conferir ao silêncio de Clara o valor de uma aceitaçã o. Nesse
sentido, versa o artigo 111, do Có digo Civil: "O silêncio importa anuência, quando as
circunstâ ncias ou os usos o autorizarem, e nã o for necessá ria a declaraçã o de vontade
expressa".
O fato de Clara nã o ter dado resposta imediata no momento da oferta (feita entre pessoas
presentes), fez com que a proposta de seu José viesse, inclusive, a perder a sua
obrigatoriedade, o que se extrai do artigo 428, I, do Có digo Civil: "Deixa de ser obrigatória
a proposta: I - se, feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente aceita" .

Exercícios:
• D
• B
• C
• A
• E

UA 3
Desafio: Apesar de a autora ter alegado a existência de vício redibitó rio, o que ela pretende
é a simples execuçã o integral do contrato, ou seja, o cumprimento do contrato por parte da
distribuidora, com a entrega da quantia de combustível correta combinada em contrato,
uma vez que essa situaçã o está contemplada no art. 206 § 5º, inciso I, do Có digo Civil, o qual
estabelece prazo de cinco anos de prescriçã o da pretensã o de cobrança de dívidas
líquidas constantes de instrumento pú blico ou particular.
A autora equivocou-se apenas ao alegar vício redibitó rio, pois a entrega da quantidade
menor de um produto nã o o caracteriza. Entretanto isso nã o impede que o juiz ou o
tribunal aplique o direito da autora e considere o prazo prescricional adequado conforme a
lei.
Como, no caso em questã o, somente se passaram dois anos,  ainda nã o teria ocorrido
prescriçã o do direito de reclamar o cumprimento do contrato e ressarcimento do valor
pago a mais.

Exercícios:
• D
• C
• E
• C
• E

UA 4
Desafio: 1. Embora o contrato de doaçã o seja um contrato cuja causa é a liberalidade, o
desejo de transferir o patrimô nio gratuitamente, o ordenamento jurídico brasileiro prevê
uma hipó tese de doaçã o que depende da realizaçã o de alguma incumbência por parte dos
donatá rios (professores). Denomina-se doação com encargo. Deste modo, Dr. Ivo poderia
realizar a doaçã o deixando expresso que impunha aos donatá rios os encargos de instalar a
escola e conferir à s bolsas de estudos aos alunos carentes. Tendo aceitado a doaçã o, esse
encargo deverá ser cumprido pelos donatá rios, sob pena de revogaçã o da doaçã o, nos
termos dos seguintes artigos do Có digo Civil:
Art. 553. O donatá rio é obrigado a cumprir os encargos da doaçã o, caso forem a benefício
do doador, de terceiro ou do interesse geral.
Pará grafo ú nico. Se desta ú ltima espécie for o encargo, o Ministério Pú blico poderá exigir
sua execuçã o, depois da morte do doador, se este nã o tiver feito.
Art. 555. A doaçã o pode ser revogada por ingratidã o do donatá rio  ou por inexecuçã o do
encargo.
2. Esse tipo de contrato classifica-se como um contrato  unilateral impuro ou bilateral
imperfeito, pois é um contrato unilateral em sua origem, o qual é a manifestaçã o de vontade
do doador, porém, apó s a aceitaçã o, confere obrigaçõ es por meio da imposiçã o do encargo
aos donatá rios. Nã o há como dizer, entretanto, que o encargo é, exatamente,
uma contraprestaçã o, ou um pagamento ao doador, até porque nem mesmo reverte-se em
seu favor. Sendo assim, sua classificaçã o apresenta uma característica mista.

Exercícios:
• E
• A
• D
• C
• B

UA 5

Desafio: A compra e a venda mediante condição puramente potestativa são  nulas,


conforme disposto no art. 489 do Código  Civil, acerca da fixação do preço: "Nulo é o contrato de
compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço". Sendo
assim, a condição imposta por Maria Clara é incabível  - inicialmente, por impor, ao seu arbítrio, um
preço à compra e à venda; posteriormente, por impor condição puramente potestativa de pagar o
preço se estiver de “bom humor”.
Isso posto, o conselho mais adequado a dar para Melissa é o de ela se recusar a celebrar o contrato de
compra e venda sob essas condições.

Exercícios:
• C
• A
• B
• D
• E

UA6

Desafio: Para ser válida, a fiança deve cumprir com todos os requisitos legais, sob pena de não
configurar garantia alguma. Você, então, como proprietário do imóvel, deverá recusar a fiança sem
a outorga ou autorização conjugal, pois o Código Civil, no seu artigo 1.647, inciso III, determina que:
[...] nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação
absoluta: [...] III - prestar fiança ou aval. Outrossim, segue, no mesmo sentido, o entendimento do
STJ, consoante súmula 332: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a
ineficácia total da garantia.

Exercícios:
1. D
2. B
3. A
4. E
5. C

UA7
Desafio: Fará jus a reparação por danos morais em face do ator, ora prestador de serviços, uma
vez que se tratou de uma ocasião na qual o ator celebrou, primeiramente, contrato com a empresa
Sabor Encantado, que realizou ampla e conhecida campanha publicitária. Posteriormente, veiculou
campanha da concorrente, deixando clara a ocorrência dos danos morais, uma vez que o
comportamento deletério do ator ofendeu a imagem da empresa. Não obstante, também fará jus à
empresa tomadora de serviços Sabor Encantado o ressarcimento de todos os gastos com a
campanha que, bem ou mal, atingiu seu objetivo de alavancar a venda de seu refrigerante.

Exercícios:
1. D
2. A
3. C
4. E
5. C

UA8
Desafio: Nessa situação, é aconselhável proceder ao contrato de depósito. Essa modalidade pode
ser voluntária ou necessária (obrigatória). Esta última divide-se em legal e miserável. A modalidade
miserável é a que se efetua por ocasião de alguma calamidade pública e está descrita no art. 647,
II. Apesar de se tratar de modalidade em caso de calamidade pública, não se presume gratuito,
diferentemente do depósito voluntário que se presume gratuito.
Exercícios
1. D
2. C
3. E
4. C
5. A

UA9
Desafio: Você, como advogado, deve dar o seguinte parecer:
No caso de João, que veio a falecer, a família terá direito a remuneração proporcional pelos
trabalhos realizados (art. 702 do Código Civil). Ressalta-se que, por se tratar de contrato
personalíssimo, com a morte do comissário, ocorrerá a extinção do contrato.
No caso de Pedro, que motivou sua dispensa, ele fará jus a remuneração pelos serviços úteis
prestados ao comitente, ressalvado o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos (art. 703 do
CC).
No caso de Maria, que não deu causa legal, ela terá direito a remuneração pelo trabalho prestado,
bem como a ser ressarcida por perdas e danos resultantes de sua dispensa (art. 705 do CC).

Exercícios
1. A
2. B
3. C
4. E
5. D

UA10
Desafio: A comodatária, Marilu, como não devolveu a moto na data estipulada no contrato, ou seja,
em 4 de abril de 2017, encontrando-se em mora, deverá responder pela moto, já que, sendo o
contrato por prazo determinado, ao fim do contrato deveria ser devolvida a coisa emprestada,
possibilitando, em caso de descumprimento, ser constituído em mora, caso em que, "além de pela
coisa responder, pagar, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante" (art.
582, parte final do Código Civil). Não obstante, no caso trazido à baila, ocorreu um caso de força
maior (uma tempestade), impossibilitando a devolução da coisa por parte da comodatária, que
deverá, segundo o art. 399 do Código Civil de 2002, mesmo sem culpa, responder por perdas e
danos.

Exercícios
1. B
2. A
3. E
4. C
5. D
Direito Processual Civil I
UA 1
Desafio: O pedido elaborado por Joã o nã o está correto, pois nã o cumpre a exigência formal
dos arts. 319 e 321 do Có digo de Processo Civil. O pedido, conforme disposto no  Có digo de
Processo Civil, deve ser certo (art. 322) e determinável (art. 324), ou seja, deve ser ser
preciso e quantificável, pois o juiz só poderá decidir dentro dos limites do que foi pedido.
Em caso de qualquer requisito incorreto, o juiz dará um prazo de 15 dias para que o
advogado corrija a petiçã o inicial, conforme preceitua o art. 321 do CPC.

Exercícios:
• A
• C
• D
• B
• E

UA 2
Desafio: Em caso de nã o cumprimento dos requisitos da petiçã o inicial exigidos pelo art.
319 do Có digo de Processo Civil, o juiz deverá , conforme preceitua o art. 321 do CPC,
determinar que a petiçã o inicial seja emendada ou completada por erro ou falta de algum
requisito, devendo indicar expressamente  o requisito com erro ou faltante. O autor terá um
prazo de 15 dias e, caso nã o cumpra a determinaçã o do juiz, terá sua petiçã o indeferida.

Exercicios:
• E
• E
• C
• B
• A

UA 3
Desafio: A contagem dos prazos a partir da comunicaçã o dos atos processuais terá início
no primeiro dia ú til seguinte ao da disponibilizaçã o da informaçã o no Diá rio de Justiça
Eletrô nico. Em relaçã o à diferença de prazos, ocorre quando há litisconsó rcio com
advogados diferentes (mais de uma parte no polo ativo ou passivo), pois há o dobro do
prazo no processo físico; no eletrô nico, o prazo é simples conforme preceitua o art. 229, §
2.º, do CPC.

Exercício:
• A
• B
• C
• D
• D

UA 4
Desafio: a) Em relaçã o à correçã o da petiçã o inicial, feita por emenda ou complemento, o
advogado terá um prazo de 15 (quinze) dias ú teis para efetuar o determinado pelo juiz, nã o
contando, dentro desse prazo, sá bados, domingos e feriados. O art. 321 estipula o prazo de
15 (quinze) dias para a correçã o inicial, e o art. 219 determina a contagem de prazo apenas
em dias ú teis.
b) Durante as férias compreendidas entre o dia 20 de dezembro e 20 de janeiro, os prazos
serã o reiniciados no primeiro dia ú til apó s findada a suspensã o. Como o dia 21 de janeiro,
apesar de cair em uma segunda-feira, e trata-se de feriado, o prazo será retomado de onde
parou, ou seja, no dia 22 de janeiro, terça-feira, pois é o primeiro dia ú til apó s a suspensã o,
uma vez que os prazos processuais no CPC sã o contados apenas em dias ú teis.

Exercícios:
• B
• E
• C
• D
• B

UA 5
Desafio: A alegaçã o deve ser feita na  contestaçã o, momento da defesa do réu. Por estar
amparada pelo princípio da eventualidade, todas as teses devem ser invocadas nesse
momento processual. A matéria a ser alegada na contestaçã o, conforme o art. 337, inc. IV do
Có digo de Processo Civil, é a inépcia da petiçã o inicial, uma vez que há prescriçã o.

Exercícios:
• B
• A
• D
• A
• E

UA6
Desafio: O réu será decretado revel, mesmo que tenha apresentado defesa no processo, pela
falta de contestaçã o. Somente a contestaçã o impede a decretaçã o da revelia nos termos do
art. 344 do CPC de 2015: "Se o réu nã o contestar a açã o, será considerado revel e presumir-
se-ã o verdadeiras as alegaçõ es de fato formuladas pelo autor". Mesmo que o réu apresente
qualquer outra defesa, como a reconvençã o, impugnaçã o ao valor da causa ou intervençõ es
terceiros, a lei exige, especificamente, a apresentaçã o da contestaçã o.

Exercícios
1. D
2. A
3. E
4. C
5. B

UA7
Desafio: A intervençã o de terceiro tratada no problema é a do amicus curiae, pois o tema
dessa açã o é muito específico e técnico, além da repercussã o social, uma vez que poderá
propiciar a cobertura por parte dos planos de saú de a outros doentes. A figura do amicus
curiae está prevista no CPC de 2015, em seu art. 138, que dispõ e: "O juiz ou o relator,
considerando a relevâ ncia da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a
repercussã o social da controvérsia, poderá , por decisã o irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a
participaçã o de pessoa natural ou jurídica, ó rgã o ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimaçã o".

Exercícios
1. C
2. C
3. B
4. D
5. C

UA8
Desafio: O caso em tela adequa-se com perfeiçã o ao caso de tutela provisó ria de evidência
apresentado no art. 311, I, do Có digo de Processo Civil:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstraçã o de
perigo de dano ou de risco ao resultado ú til do processo, quando:
- ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propó sito protelató rio da
parte.
Nesse contexto, cumpre ao advogado peticionar, pedindo ao juiz que conceda uma tutela de
evidência, visando à aceleraçã o dos resultados do processo. Mesmo que nã o seja um caso
urgente, na medida em que nã o há perigo de dano ou risco ao resultado ú til do processo, é
manifesto que em casos de responsabilidade civil do fornecedor é considerada objetiva no
ordenamento jurídico. Desse modo, a questã o da culpa nã o joga qualquer papel relevante
no estabelecimento da responsabilidade do fornecedor. Assim, apó s a concessã o da tutela
de evidência pelo juiz, será possível antecipar os efeitos pretendidos na petiçã o inicial, sem
com isso ter que esperar até a resoluçã o de todos os eventuais recursos protelató rios
oferecidos pelo réu.

1. E
2. C
3. D
4. B
5. D

UA9
Existem vá rias diferenças significativas entre a audiência de instruçã o e julgamento e a
audiência de conciliaçã o e mediaçã o.
1. Enquanto a mediaçã o e a conciliaçã o sã o, sobretudo, métodos de resoluçã o de conflitos
por autocomposiçã o, a audiência de instruçã o e julgamento é um método de resoluçã o de
conflitos por heterocomposiçã o. No primeiro caso, cumpre à s partes – com o auxílio de um
mediador ou um conciliador — a resoluçã o do pró prio conflito. No segundo caso, a
resoluçã o do conflito fica a cabo de um terceiro: o juiz.
2. Se, de um lado, a audiência de mediaçã o e conciliaçã o é marcada pela informalidade, a
audiência de instruçã o e julgamento é marcada pela formalidade. Nesse contexto, enquanto
a audiência de instruçã o e julgamento segue um padrã o relativamente rígido com fases
bem-definidas, a audiência de conciliaçã o e mediaçã o é dotada de maior flexibilidade.
3. Além disso tudo, é possível mencionar que o ato da audiência de instruçã o e julgamento
insere-se dentro da atividade jurisdicional, ao passo que a audiência de mediaçã o e
conciliaçã o – quando extrajudicial – será considerada um equivalente jurisdicional.

Exercícios
1. D
2. C
3. B
4. D
5. D

UA10
Desafio. Os defeitos específicos ligados ao princípio da congruência estã o expressos no art.
492 do Có digo de Processo Civil. Nesse contexto, temos que "é vedado ao juiz proferir
decisã o de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior
ou em objeto diverso do que lhe foi demandado".
Dá -se o nome de extra petita para a sentença que viola os limites estabelecidos pelas partes
que compõ e a lide, julgando de modo diverso do que fora pedido. Já no caso das sentenças
que, apesar de tratarem da pretensã o esboçada na lide, acaba por conceder mais do que
fora pedido, é chamada de ultra petita. Por fim, Dá -se o nome de ultra petita para a sentença
que, apesar de tratar da pretensã o esboçada na lide, acaba por conceder mais do que fora
pedido.
No caso concreto, como a sentença proferida pelo juiz acabou nã o julgando uma das
pretensõ es dispostas na inicial de José, trata-se de uma sentença citra petita. Nesse caso,
você diz para José que ingressará com embargos de declaraçã o, objetivando que o juiz
profira decisã o sobre a questã o faltante.

Exercícios
1. A
2. D
3. C
4. C
5. B
Psicologia Forense
UA 1
Desafio: A completa descrença do desembargador na atuaçã o da psicó loga é visivelmente
demonstrada porque esta nã o usou instrumentos de mensuraçã o conforme sua expectativa.
Para ele, a Psicologia é classificató ria com base na materialidade dos fatos, conforme os
paradigmas do Positivismo e da Psicologia Experimental do século XIX, em que o parecer
deveria estar embasado apenas pelos instrumentos objetivos considerados científicos na
época e característicos das primeiras relaçõ es estabelecidas entre a Psicologia e o Direito.
O entendimento desse desembargador, de que o resultado apresentado no laudo sã o apenas
conclusõ es pessoais, demonstra sua dificuldade em lidar com o tema “abuso sexual na
infâ ncia”, que ainda é um tabu tanto na sociedade quanto no meio jurídico, estando ainda
ligado a aspectos clínicos como sintomas físicos e psicoló gicos, danos corporais e violência.
Os profissionais do Direito querem referências nas perícias médicas e nos laudos
psicoló gicos de tais aspectos, o que nem sempre é possível, pois à s vezes nã o há vestígios
físicos nem sintomas psicoló gicos, apenas um relato da vítima sobre sua compreensã o,
percepçã o e vivência do abuso sexual sofrido. O juiz do primeiro grau e os outros dois
desembargadores reconheceram o laudo como elemento de conhecimento específico e
qualificado, capaz de subsidiar uma decisã o.

1. C
2. A
3. A
4. C
5. D
UA 2
Desafio: A Psicologia, embora seja uma ciência, nã o cabe no modelo tradicional,
determinista e reducionista, da maioria das ciências físicas e bioló gicas, devido à
complexidade de seu objeto que, na verdade, é um sujeito, em contínua interaçã o com
outros sujeitos. Ter a expectativa de que a Psicologia possa fazer prognó sticos exatos,
determinísticos, é adotar um cientificismo positivista que nã o cabe mais  sequer nas
ciências bioló gicas. Além disso, o papel tradicionalmente proposto para o psicó logo no
sistema judiciá rio, especialmente nas Comissõ es Técnicas de Classificaçã o, é o de realizar
diagnó sticos de personalidade e capacidades e prognó sticos de comportamento, como se a
ele dessem um lugar de julgador; é um papel de auxiliar nas decisõ es de destinaçõ es de
prisioneiros, em funçã o do que a pessoa “poderia fazer”, e nã o do que fez antes.
Nã o se pode privar de liberdade alguém em funçã o apenas do que poderá fazer.
Adicionalmente, esse lugar tradicional é limitado por uma visã o de que a pessoa avaliada
nã o poderia, nem poderá , mudar para poder voltar a conviver em sociedade, afastando-se,
assim, do objetivo de ressocializaçã o das pessoas que cometeram crimes. Os psicó logos, em
seu Có digo de É tica, se comprometem com os Direitos Humanos, nã o sendo coniventes nem
praticando quaisquer formas de violência, exclusã o e negligência.

1. C
2. E
3. E
4. B
5. D
UA 3
Desafio: Em ambos os casos, estamos diante de um possível Transtorno de Estresse Pó s-
traumá tico. Nos critérios diagnó sticos do DSM, uma pessoa, para ser diagnosticada com
transtorno pó s-traumá tico, deve apresentar sintomas dos Critérios A, B, C e D pelo menos
há um mês.
No Critério A, os sintomas devem satisfazer duas situaçõ es:
1)A pessoa vivenciou, presenciou ou foi confrontada com um ou mais eventos que
envolveram ameaça de morte ou de grave ferimento físico, ou ameaça a sua integridade
física ou à de outros.
2) A pessoa reagiu com intenso medo, impotência ou horror.
O Critério B consiste em reviver diferentes sintomas, como recordaçõ es e sonhos
angustiantes.
No Critério C, estã o os sintomas em que a pessoa tenta se esquivar de lugares ou pessoas
associados aos traumas e a incapacidade de lembrar informaçõ es importantes.
No Critério D, encontram-se as perturbaçõ es do sono, excitabilidade aumentada ou
vigilâ ncia excessiva do ambiente que a cerca.
Para ser caracterizado o Transtorno Pó s-traumá tico, a pessoa deve apresentar o Critério A e
vivenciar um, três e dois sintomas dos Critérios B, C e D, respectivamente.
No caso de Sandra, ela foi vítima de um estupro, que caracteriza a vivência de um evento de
grave ferimento físico e ameaça a sua integridade e o consequente horror a essa vivência.
Dessa forma, atende aos Critérios A. Os flashbacks sã o precipitados por estímulos
associados ao trauma, que sã o o reviver do sintoma como recordaçã o do trauma. Como nã o
temos toda a histó ria, fica prejudicada a aná lise dos Critérios C e D. Numa avaliaçã o real,
esses outros critérios seriam averiguados.
No caso do policial, ele presenciou um evento de morte de seu amigo e encontra-se
revivendo esses momentos, chegando a apresentar ilusõ es e fenô menos alucinató rios
transitó rios (Critérios A e B), bem como outros sintomas psicó ticos, estando com vigilâ ncia
excessiva do ambiente que o cerca (Critério D). Como nã o temos toda a histó ria, fica
prejudicada a aná lise do Critério C. Numa avaliaçã o real, esses outros critérios seriam
averiguados de maneira semelhante ao procedimento no caso de Sandra.

1. C
2. E
3. D
4. C
5. C
UA 4
Desafio: Nesse fragmento do caso, é possível identificar e entender como os processos
cognitivos sã o interdependentes. Na histó ria, temos um aluno que está  aprendendo, e
outros vá rios processos estã o em andamento, como a percepçã o visual na absorçã o de
informaçõ es da pagina impressa e a atençã o na leitura do conteú do. Para essa leitura, deve-
se apresentar habilidades de linguagem, pois o desenvolvimento dos conceitos ou dos
significados das palavras pressupõ e o desenvolvimento de muitas funçõ es intelectuais:
atençã o deliberada, memó ria ló gica, abstraçã o, capacidade para comparar e para
diferenciar.
Para que tenha uma compreensã o adequada, há a necessidade de evocar conteú dos
armazenados na memó ria de longo prazopara solucionar algum problema, confrontando os
diversos conhecimentos armazenados.
Ao iniciar a prova, surgiram alguns aspectos físicos (suor nas mã os e calafrios no corpo)
pela emoçã ode estar iniciando algo importante, que poderia estar significando a sua
aprovaçã o de ano ou de semestre.
A hipó tese de nã o haver dislexia refere-se ao fato de que ele nã o deveria apresentar este
transtorno específico de aprendizagem, de origem neurobioló gica, caracterizado por
dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de
decodificaçã o e soletraçã o.
Todas as palavras em destaque indicam processos da cogniçã o humana que influenciam
o comportamento humano, como aprendizagem, atençã o, percepçã o, memó ria e emoçã o,
todas relacionadas e interdependentes. 

Exercícios
1. C
2. D
3. D
4. A
5. A
UA5
Desafio: Roberto teve um dia difícil? Podemos dizer que Roberto é agressivo e impulsivo
sem saber nada mais sobre sua personalidade? É assim que ele é normalmente? Ele age de
forma agressiva e impulsiva em outras situaçõ es? A situaçã o (dia difícil) explica melhor
como Roberto agiu ou é mais adequado explicar suas açõ es por sua personalidade
(agressivo e impulsivo)? Ele estava estressado?
Esses sã o os tipos de perguntas que os psicó logos fazem. Os psicó logos sociais
provavelmente irã o explicar o comportamento de Roberto por meio da situaçã o (dia difícil)
ou do estresse. É possível que os psicó logos da personalidade atribuam o comportamento
de Roberto a traços duradouros. Um traço torna as pessoas ú nicas e contribui para a
coerência de como elas se comportam em diferentes situaçõ es e ao longo do tempo.
Os traços sã o o foco de estudo de muitos psicó logos da personalidade, mas, historicamente,
diferentes psicó logos tiveram a pró pria lista particular de traços de personalidade em que
se focaram e houve pouco consenso acerca de quais eram as principais dimensõ es da
personalidade. Esse foi, pelo menos, o caso até a década de 1980, quando houve a
convergência para uma resposta: existem cinco dimensõ es principais da personalidade –
extroversã o, amabilidade, conscienciosidade, neuroticismo e abertura à experiência. Esses
sã o os “cinco grandes” (Big Five) traços da personalidade e sua ampla adoçã o e aceitaçã o
se devem muito à s pesquisas e à teoria de Robert McCrae e Paul Costa. A questã o do forte
estresse também pode ser entendida pela teoria de Hans Eysenck no traço de neuroticismo.
1. B
2. C
3. D
4. B
5. B

UA6
Desafio: No período de gestaçã o de Rui, observa-se os seguintes aspectos:
Baixas condiçõ es socioeconô micas (apontadas como fator de risco pata Transtornos de
Conduta-TCs).
Dificuldades financeiras que geralmente levam a conflitos familiares mais frequentes, onde
o uso do cigarro durante a gestaçã o é outro fator de risco.
Problemas econô micos aumentam o risco de má nutriçã o infantil, que predispõ e a criança a
déficits neurocognitivos que podem resultar a comportamentos persistentes.
A histó ria do pai com abandono de escola e abuso de drogas sugere TC que pode transmitir
à criança a predisposiçã o a comportamentos disruptivos.
Rui apresenta um quadro de possível déficit de atençã o, com grande inquietaçã o motora e,
em especial, comportamentos impulsivos que desencadeiam atitudes agressivas e medidas
educativas caó ticas e contraproducentes de seus familiares, que sã o apontadas com um dos
principais fatores de risco para os transtornos de conduta.
Nesse exemplo, é possível verificar de que forma uma constituiçã o bioló gica (inquietaçã o
motora) induz respostas do ambiente (castigos físicos) que tendem a reforçar vias neurais
específicas e moldar um padrã o de comportamento típico, que pode ser o Transtorno
Desafiador de Oposiçã o (TDO).
Os comportamentos típicos de uma criança com TDO e TDAH (Déficit de atençã o e
hiperatividade) tendem a encaminhar um percurso de dificuldades e fracassos escolares
(que faz surgir mais reprovaçõ es dos adultos) e manifestaçõ es agressivas e egoístas (que
provoca rejeiçã o por parte dos colegas). A combinaçã o de déficits cognitivos e o
comportamento antissocial podem agir de maneira sinérgica. Um contexto desfavorável
junto com um sistema nervoso central vulnerável pode desencadear um quadro depressivo
que reforçaria dificuldades (déficits cognitivos) e comportamentos disruptivos (furtos
como medida compensató ria).
Esse caso fictício é baseado em casos reais na clínica de jovens com transtornos de conduta,
que exemplifica como os eventos em cascata que geram uma retroalimentaçã o positiva
levam a uma progressã o para um padrã o de inserçã o vital pautado por vias específicas de
açã o e interaçã o social.
1. E
2. C
3. B
4. B
5. D

UA7
Desafio: - A percepçã o da testemunha pode ter sido prejudicada pela afetividade, já que a
vítima foi o seu vizinho. A sensaçã o de abalo pode ter sido tã o grande que a percepçã o
externa pode ceder lugar à ilusã o (invençã o de fatos, exagero, etc.).
- O assalto ter sido presenciado pela manhã aumenta a chance de uma percepçã o com
menor fadiga psíquica do que poderia ocorrer à noite, por exemplo.
- É comum que a testemunha perceba melhor os termos iniciais e finais da série de
acontecimentos do que os intermediá rios.
1. C
2. E
3. C
4. C
5. D
UA 8
DESAFIO: a) Inicialmente deve ser realizada a leitura dos autos processuais, com o intuito
de identificar as características do caso, o perfil da pericianda e os objetivos da Perícia
Psicoló gica solicitada. Considerando esses dados, podem-se definir as técnicas e os
instrumentos de avaliaçã o.
b) Deve ser considerado, principalmente, se o diagnó stico de Transtorno de Estresse Pó s-
Traumá tico (F43.10) está relacionado, no caso, à vivência da violência foco do processo,
pois, em avaliaçõ es forenses com fins diagnó sticos em vítimas, o transtorno diagnosticado
deve estar associado à experiência violenta vivida.
Exercícios:
• E
• A
• C
• B
• D

UA 9
Desafio: a) Alguns aspectos:
1- O fato de Joã o Pedro estar frequentando a escola regularmente.
2 - O fato de Joã o Pedro estar participando de um curso de formaçã o profissional.
3 - A boa convivência com os demais adolescentes do centro.
4 - O nã o uso de drogas.
5 - O monitoramento materno em relaçã o à s atividades dos irmã os (o que, acredita-se,
tende a aumentar as chances de que tal monitoramento ocorra quando Joã o Pedro voltar ao
contexto familiar).

b) De acordo com a questã o, a recomendaçã o é:


Tendo em vista esse recorte da situaçã o de Joã o Pedro, entende-se que há vá rios aspectos
contribuindo para que sua permanência em regime de internaçã o seja encerrada. Isso se dá
devido à presença de vá rios fatores positivos para a sua ressocializaçã o, tais como: o fato de
estar frequentando a escola e um curso profissionalizante, a boa convivência com os demais
adolescentes do centro, o fato de nã o estar fazendo uso de drogas e também o seu contexto
familiar que, à primeira vista, parece estar preparado para recebê-lo novamente.
Além disso, o ato infracional de Joã o Pedro parece ter sido um fato isolado, visto que há
apenas um relato (o roubo no posto de gasolina).
A partir da leitura de todo esse cená rio e, tendo em vista que a permanência em regime de
internaçã o pode causar uma série de prejuízos à autonomia do adolescente e contribuir
para a segregaçã o deste frente à sociedade, entende-se que a melhor opçã o é encerrar o seu
regime de internaçã o. Sendo assim, a minha recomendaçã o é que Joã o Pedro volte para a
convívio social, encerrando o regime de internaçã o. Porém, indica-se ainda, que a família e
Joã o Pedro tenham um acompanhamento perió dico posterior para que o caso continue a
ser monitorado, diminuindo as chances de reincidência.

Exercícios:
• B
• B
• B
• C
• B

UA 10
Desafio: a) É possível utilizar diferentes argumentos, conforme os resultados da pesquisa
sobre a reintegraçã o social no sistema prisional brasileiro, principalmente o que é proposto
legalmente pela LEP. Por exemplo, a pesquisa demonstra que os trabalhos realizados pelos
sujeitos presos nã o contribuem para a aprendizagem de um ofício e/ou o desenvolvimento
de competências pertinentes conforme as necessidades do mercado de trabalho, de modo a
promover e possibilitar um novo trabalho apó s a saída da prisã o e, consequentemente, a
reintegraçã o social desses sujeitos. Pode argumentar ainda que a LEP prevê o trabalho
penitenciá rio como direito, com finalidade educativa e produtiva, sendo considerado como
a ferramenta mais importante de reintegraçã o social do indivíduo preso.
b) É possível propor diferentes prá ticas relativas ao projeto de cará ter laboral. Por exemplo,
pode propor cursos de profissionalizaçã o e/ou de qualificaçã o profissional, a partir de uma
pesquisa prévia sobre os interesses dos presos, suas habilidades e as demandas do
mercado de trabalho da regiã o. Também pode ser organizada uma açã o com as empresas e
instituiçõ es do Estado, com vistas a promover a inserçã o dos detentos e dos egressos em
atividades laborais.
• B
• D
• C
• E
• B

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