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ESCOLA

TRABALHO DE SOCIOLOGIA

2022

SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
O surgimento da sociologia ocorreu entre os séculos XVIII e XIX,
perpassando o período conhecido como o século das luzes. Nessa época,
ascenderam os movimentos da Revolução Francesa, bem como o iluminismo e a
revolução industrial.

Antes mesmo desse processo, é importante entender as alterações


sociais que o mundo já enfrentava: o sistema feudal era simples e não necessitava
de grandes esforços para ser compreendido. Isso porque o sistema estamental tinha
pouca mobilidade social e era justificado religiosamente — não havia espaço para
questionamentos.

Com o nascimento dos burgos, o aumento da comercialização,


mercantilismo e o contato com novos povos, a população passou a perceber novas
maneiras de enxergar a organização social. A seguir, o fortalecimento econômico
dessa classe conferiu a ela maior poder político.

Nesse contexto é que ocorre o renascimento, momento em que a


humanidade se voltou para a racionalidade como forma de alcançar a verdade. O
iluminismo passou então a propor maior separação entre a Igreja e o Estado, a partir
de um olhar objetivo e científico.

Em pouco tempo, ocorre a revolução industrial: a descoberta da máquina


a vapor permite que a economia saia de um eixo familiar de manufatura e
subsistência para um cenário de maquinofatura com grandes trocas mercantis.

Durante esse processo, a população iniciou o movimento de êxodo rural:


as aglomerações urbanas começaram a se formar, a mudança da estrutura social se
evidencia e novos problemas sociais surgem.

Por exemplo, a junção dos trabalhadores no ambiente fabril causa maior


socialização entre os homens, visto que anteriormente o trabalho camponês era
mais solitário. Dessa forma, nascem diferentes vínculos sociais e os primeiros
padrões coletivos.

Ao mesmo tempo, os centros urbanos não possuíam estrutura apropriada


para o recebimento do proletariado, isso ocasionou fome, miséria, desemprego,
violência e epidemias.
Além de todos esses fatores, deve ser citada a influência da Revolução
Francesa para o surgimento da sociologia: o lema de liberdade, igualdade e
fraternidade fortaleceu o poder da população para alterar as organizações sociais.

Por assim dizer, o movimento francês foi decisivo na quebra do regime


monárquico e no nascimento de uma política laica, com aparato legal. Mas, de
maneira contraditória, a revolução deixou a população francesa sem um
direcionamento social.

Com todos os elementos listados, percebe-se que o contexto histórico


caótico “empurrou” os estudiosos para a criação de uma ciência que estudasse
esses acontecimentos de maneira mais aprofundada.

A intenção dos primeiros sociólogos, então, era de entender essas


modificações e propor novas formas de arranjos sociais para o povo francês, como
fizeram Karl Marx e Marx Weber.

Acredita-se que os responsáveis pelo surgimento da sociologia sejam os


filósofos iluministas, que introduziram essas ideias na comunidade científica da
época — como os conceitos contratualistas de Thomas Hobbes.

O termo sociologia, entretanto, foi criado pelo estudioso Auguste Comte,


responsável por criar a teoria positivista. Nela, buscava-se uma ciência “neutra”, que
explicasse as leis que regem a sociedade.

Para essa corrente, as relações humanas deveriam ser observadas tal


qual os fenômenos naturais: de maneira sistematizada, objetiva e sem influência dos
consensos morais.

No positivismo, foi criada a lei dos três estágios, que acreditava na


evolução da sociedade como um organismo, veja:

 Estado teológico: o conhecimento é teológico, os arranjos e


comunidades são mais “simples”;
 Estado metafísico: neste estágio, a arte e a filosofia estão mais
fortalecidas e aquela população está em processo de desenvolvimento; e
 Estado positivo: seria o ponto máximo de uma organização
social, em que a ciência é considerada a maior fonte de informação.
Por fim, a consolidação da sociologia como área de estudo foi efetuada
pelo sociólogo Émile Durkheim, que criou um sistema metodológico para pesquisar a
sociedade a partir da observação.

MAX WEBER

Max Weber, nascido em 21 de abril de 1864 e falecido em 14 de junho de


1920, foi um dos precursores da sociologia econômica.

Seus estudos recaíram sobre questões teórico-metodológicas acerca da


origem da civilização ocidental e seu lugar na história universal.

Weber acreditava que a função do sociólogo seria compreender o sentido


das chamadas ações sociais e explicar suas lógicas causais.

Assim, suas contribuições foram em direção à análise multicausal dos


fenômenos sociais.

Em seus estudos, Weber destaca fatores culturais e materiais no


surgimento das instituições modernas. Também analisa o consequente processo de
racionalização e desencantamento do mundo que as acompanham.

Weber buscou compreender a sociedade de modo mais abstrato e


integrada às condições históricas, culturais e sociais.

Sua carreira acadêmica iniciou-se em 1882, quando ingressou na


Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg. Ali, frequentará as aulas de
economia política, história e teologia.

Mais tarde, em 1889, na Universidade de Berlim, tornou-se o doutor em


Direito. Em 1893, Weber casou-se com Marianne Schnitger (1870-1954), feminista e
curadora de suas as obras após sua morte.

Nomeado professor de Economia nas Universidades de Freiburg (1894) e


de Heidelberg (1896), Max Weber lecionou até 1900, quando foi afastado do
magistério devido a um colapso nervoso. Ele somente se recuperaria em 1918 e
neste ano voltou a lecionar.
Apesar disso, esteve engajado em outras atribuições, como consultoria e
pesquisas acadêmicas, facilitadas devido seu cargo como Diretor-associado dos
Arquivos de Ciências Sociais e Política Social.

Weber publicou seu primeiro esboço de um método sociológico, no artigo


"Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva" (1907).

Em 1917, já em Munique, Max Weber procurou elucidar os fatores


fundamentais do processo de desencantamento do mundo perpetrados pela ciência.

No decorrer da Primeira Guerra Mundial, foi diretor de hospitais militares


de Heidelberg, até retornar ao ensino de economia em Viena e, posteriormente, em
1919, em Munique.

Max Weber faleceu nessa mesma cidade, em 1920, vítima de pneumonia.

OBRAS DE MAX WEBER


Max Weber sofreu grande influência dos escritos de Immanuel Kant,
especialmente da concepção kantiana de "a priori".

Weber desenvolveu o conceito "tipo ideal", segundo o qual as categorias


da ciência social seriam uma construção subjetiva do pesquisador.

Essa temática permeia sua obra como um todo, contudo, é mais clara em
"A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", de 1903, "Estudos sobre a
Sociologia e a Religião", de 1921 e "Estudos de Metodologia", de 1922.

Sua obra mais lida é o ensaio “A Ética Protestante e o Espírito do


Capitalismo”. Neste livro, o autor destaca a importância de algumas características
do protestantismo ascético, como principal responsável pelo nascimento do
capitalismo moderno.

Max Weber destacou como o protestantismo, especialmente o calvinismo


dos séculos XVI e XVII, possibilitou criação do capitalismo industrial.

A crença da riqueza como um sinal da bênção divina, a poupança, a


parcimônia no gastar, constituíram a base do moderno sistema econômico
capitalista e possibilitaram a acumulação de capitais que foram destinados à
industrialização.
Também introduziram na sociedade o comportamento metódico,
disciplinado e racional.

ÉMILE DURKHEIM

Émile Durkheim foi um sociólogo, filósofo e antropólogo judeu francês.

É considerado o "Pai da Sociologia", pois trouxe para esta ciência


elementos como a pesquisa quantitativa para embasar os estudos. Também
conseguiu que a Sociologia fosse considerada um disciplina acadêmica.

David Émile Durkheim nasceu em Épinal, na França, no dia 15 de abril de


1858.

Nasceu numa família de judeus onde os homens de oito gerações


anteriores se dedicaram a ser rabinos. Este também era o destino de Durkheim, mas
ele preferiu abandonar a escola rabínica.

Aos 21 anos de idade, ingressou na Escola Normal Superior de Paris,


onde se graduou em Filosofia no ano de 1882, sob a orientação do professor e
historiador Fustel de Coulanges.

Seus trabalhos teóricos começaram quando ingressou na Universidade


de Bordeaux como professor de pedagogia e ciência social. A partir daí, irá desafiar
a sociedade acadêmica ao instituir um novo campo do saber: a Sociologia.

Reuniu em torno de si colaboradores especilizados em história, etnologia,


jurisprudência, etc. Fruto de este esforço foi a publicação da revista "L'Année
Socilogique", de 1989 a 1912, que é considerada uma das revistas de sociologia
mais científicas que se publicaram.

Escreveu centenas de estudos acerca de temas como educação, crimes,


religião e suicídio. Suas obras estudadas são "Regras do método sociológico",
publicada em 1895 e "O suicídio", de 1897.

Faleceu em Paris, em 15 de novembro de 1917, onde encontra-se


enterrado no Cemitério de Montparnasse.

Além de ser o fundador da "Escola Francesa de Sociologia", Émile


Durkheim, constituiu a Sociologia Moderna, ao lado de Karl Marx e Max Weber.
Também é um dos responsáveis por tornar a sociologia uma disciplina
universitária, tal qual era a filosofia ou a história. Ainda assim, inovou ao introduzir a
pesquisa empírica à teoria, o que daria mais solidez à sociologia.

PRINCIPAIS OBRAS DE DURKHEIM


 Da divisão do trabalho social (1893)
 Regras do método sociológico (1895)
 O suicídio (1897)
 A educação moral (1902)
 Sociedade e trabalho (1907)
 As formas elementares de vida religiosa (1912)
 Lições de Sociologia (1912)

KARL MARX

Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo, ativista político alemão, um dos


fundadores do socialismo científico e da Sociologia.

A obra de Marx influenciou a Sociologia, a Economia, a História e a até a


Pedagogia.

Karl Marx nasceu em 5 de maio de 1818, na cidade Treviris, na


Alemanha, no meio de uma família acomodada.

Ingressou primeiro na Universidade de Bonn e mais tarde, se transferiu


para a de Berlim com o intuito de estudar Direito. Abandonaria o curso para se
dedicar ao estudo da Filosofia na mesma instituição. Ali, discutiria com os Jovens
Hegelianos que defendia a constituição de um Estado forte e eficiente, tal como
fizera Hegel.

Em 1842, trabalhando no jornal "Gazeta Renana" conhece Friedrich


Engels, com o qual escreveria e editaria inúmeros livros. Mais tarde, a gazeta é
fechada e Marx vai para Paris.

Também se casa com a filha de um barão, Jenny Von Westaphalien, com


quem teria sete filhos, dos quais somente três chegariam à vida adulta. Igualmente
teve um filho com a militante socialista e empregada doméstica, Helena Demuth. A
paternidade da criança seria assumida por Engels.
Após o fechamento da "Gazeta Renana", os anos seguintes não seriam
fáceis, pois Marx liderou publicações que criticavam duramente o governo alemão.
Ele foi expulso da França e da Bélgica a pedido do governo alemão.

Graças a uma arrecadação de fundos feita pelos seus admiradores e


amigos, Marx parte para Londres onde continua suas investigações sobre a
sociedade industrial.

Karl Marx adoece de uma inflamação na garganta que o impede de falar e


alimentar-se normalmente. Em consequência de uma bronquite e problemas
respiratórios, faleceu em Londres, no dia 14 de março de 1883.

OBRAS E TEORIAS DE KARL MARX


Com a colaboração do intelectual, também alemão, Friedrich Engels,
Marx publicou o Manifesto Comunista, em 1848. Nele, Marx critica o capitalismo,
expõe a história do movimento operário e termina com o apelo pela união dos
operários no mundo todo.

Isso ocorreu às vésperas da Revolução de 1848 na França, a chamada


Primavera dos Povos.

Em 1867, ele publica o primeiro volume de sua obra mais importante, O


Capital, onde sintetiza suas críticas ao capitalismo. Esta coleção causaria nas
décadas seguintes uma revolução na maneira de pensar a história, a economia, a
sociologia e demais ciências sociais e humanas.

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