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Belém-PA
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Belém-PA
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Profª M.Sc.
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – UNIFAMAZ
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Profª M.Sc.
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia – UNIFAMAZ
Belém – PA
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RESUMO
A pandemia causada pelo vírus Covid-19 trouxe muitos repercussões para o mundo atual,
entre elas uma crise na economia global em uma escala jamais vista na história. No cenário
nacional essa crise afetou os mais diversos setores, principalmente nas microempresas, que
são de vital importância para a economia brasileira. O presente estudo procurou identificar e
demonstrar como que as microempresas se adaptaram à pandemia diante da crise econômica,
assim como apontar quais foram as estratégias utilizadas e quais obtiveram maior sucesso.
Para isso foi realizado uma revisão bibliográfica, de caráter qualitativo. Os resultados
mostram que as medidas provisórias e as leis passadas pelo governo federal ajudaram
imensamente as microempresas a se manterem abertas durante a pandemia e, juntamente com
a expansão para o mercado digital, muitas obtiveram um lucro maior comparado aos anos
anteriores.
1 INTRODUÇÃO
tinha 1.583.369 infectados e 94.437 mortes, sendo o país com o maior número de infectados e
também de mortes do mundo.
Com o isolamento, as atividades econômicas e sociais que constituem em
aglomeração de pessoas ficaram proibidas, o que impacta diretamente na economia, seja local
ou global, com a redução do consumo de bens e serviços pela população, o que acarreta em
redução no faturamento, redução na arrecadação pública de tributos e, consequentemente, na
redução de empregos (BRASIL, 2020; FREITAS; NAPIMOGA; DONALISIO, 2020;
SEBRAE, 2020).
Diante dessas medidas de contenção e distanciamento, diversas empresas fecharam
as portas ou tiveram que se adaptar ao novo cenário mundial, o que impactou fortemente a
economia mundial, causando grande impacto e levando a uma crise sem precedentes.
Segundo o Banco Mundial (2020), esta será a maior recessão econômica desde a
crise financeira mundial de 2008-2009. Isso afetou principalmente as micro e pequenas
empresas nacionais, que compõe aproximadamente 99% do setor empresarial do Brasil,
correspondendo a 52% dos empregos do setor privado (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO
ÀS MICRO E PEQUENAS - SEBRAE, 2020a).
Tendo em vista que as micro e pequenas empresas são uma das fontes principais de
geração de renda e de empregos para o mercado brasileiro esta nova realidade é bem
preocupante para a economia nacional, pois com um universo de mais de 8,9 milhões de
micro e pequenas empresas atuando no Brasil atualmente, correspondendo a 53,4% do
Produto Interno Bruto (PIB) no setor comerciário, 22,5% no industrial e 36,3% na produção
nacional de serviços, além de comandar 44% da massa salarial do pais, estes fatores juntos as
tornam uma parte importante para a economia brasileira conforme os dados do SEBRAE
(2019).
Nos mais diversos países, em razão da relevância do papel desempenhado pelas
micro e pequenas empresas no desenvolvimento e crescimento econômico local, são criadas
políticas públicas voltadas para auxílio e benefício das mesmas, para que possam continuar
em operação (PESSÔA; COSTA; MACCARI, 2016).
O presente estudo dedica-se realizar uma pesquisa dos impactos causados pela
COVID –19 nas microempresas no Brasil, pois impulsionados pela crise muitos brasileiros
buscaram na atividade empreendedora uma alternativa de renda, não por vocação e sim por
necessidade.
O presente artigo busca, por meio de uma abordagem bibliográfica, demonstrar e
exemplificar como as micro empresas se adaptaram ao cenário de pandemia e como
conseguiram se reinventar numa economia prejudicada.
A pesquisa visa demonstrar como as pequenas empresas estão enfrentando a queda
do faturamento, produção, pedidos, escassez de insumos, pois são vários fatores que implicam
na sua paralisação ou extinção. A maioria precisou sofrer uma aceleração digital para buscar
formas de permanecer no mercado e buscar novas oportunidades
2 METODOLOGIA
Para este artigo foi utilizada a pesquisa bibliográfica como método de coleta de
dados, sendo realizada no período de Janeiro a Maio de 2021. Para Lacerda, Ensslin e Ensslin
(2012), o conceito análise bibliométrica tem como base a avaliação quantitativa de
determinados parâmetros de um conjunto definido de artigos, denominado portfólio
bibliográfico.
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3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O MERCADO E A PANDEMIA
Baseado em uma previsão significativamente positiva da crise do coronavírus através
do artigo World Economic Outlook, o FMI projetou que para 2020 o PIB dos EUA tenha uma
retração na casa dos 5,9% e que em 2021 o país já passaria a ter uma expansão de 4,7%. No
entanto, apenas no primeiro trimestre de 2020, o PIB norte americano teve uma contração de
4,8%. Sendo a maior queda trimestral do país desde o último trimestre de 2008, encerrando
assim a mais longa expansão da história do país (FMI, 2020).
O desemprego nos Estados Unidos atingiu os piores níveis dos últimos 70 anos,
aproximadamente 20,5 milhões de norte americanos perderam seus empregos em abril. A taxa
de desemprego chegou a 14,7% em abril, sendo que dois meses antes o desemprego alcançava
sua mínima histórica de 3,5% (TRADING ECONOMICS, 2021).
Krugman (2020) ainda afirma em uma coluna publicada em maio na Folha de São
Paulo, que a taxa poderia chegar até 20%. A taxa de desemprego tem níveis piores se
separada em minorias étnicas, entre os hispânicos o desemprego é de 18,9%, para os afro-
americanos a taxa fica em 16,7%, enquanto entre a população branca a taxa fica até abaixo da
taxa geral, cerca de 14,2%. Os pedidos de seguro-desemprego também tiveram um salto
significativo. Durante o ano de 2019, até meados de março de 2020 os pedidos giravam em
torno de 217 mil por semana, no decorrer de março até abril os pedidos chegaram a ficar em
torno de 6 a 7 milhões semanalmente.
No que diz respeito ao mercado nacional, a geração de novos empregos e índices de
contratações formais, é possível afirmar que são os pequenos negócios que mantém a
economia brasileira em movimento. De janeiro até agosto de 2019, no Brasil, as micro e
pequenas empresas criaram aproximadamente 541,7 mil empregos, quantidade 15 vezes
maior do que a registrada pelas médias e grandes empresas. As contratações foram lideradas
pelo setor de prestação de serviços, especialmente do ramo imobiliário e de ensino. A região
Sudeste do país liderou a geração de empregos pelas micro e pequenas empresas neste mesmo
período (SEBRAE, 2019).
Entretanto, os efeitos da pandemia no mercado de trabalho já podiam ser visto desde
março de 2020, porém se acentuaram em abril com uma redução de 3,1 milhões de ocupações
no trimestre correspondente de fevereiro a abril, comparando-se ao mesmo trimestre no ano
de 2019 (TEIXEIRA MARILANE, BORSARI PIETRO, 2020).
A situação do mercado de trabalho já era ruim pelo menos desde 2016, e vinha
seguindo a tendência mundial da informalização e precarização, afetando sobremaneira a
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parcela da população em situação mais vulnerável. Segundo Saboia et al (2020, p.3), o perfil
médio de um desalentado — alguém que abandonou a busca por emprego por não acreditar
que irá encontrá-lo — no Brasil, em 2019, “era de uma pessoa responsável pelo domicílio,
mulher, preta/parda, jovem, com ensino fundamental incompleto e vivendo na região
Nordeste.”
Krein e Borsari (2020, p.1) apresentam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNADC) apontando que “o ano de 2019 terminou com 16,2 milhões de
desempregados (aberto e desalento) e 6,7 milhões de subocupados por insuficiência de horas,
além do forte peso do trabalho informal, 38,4 milhões de trabalhadores (subocupados inclusos
neste contingente), quadro relativamente estável desde 2016”. É importante ressaltar também
que, segundo um estudo do economista Marcelo Neri (2019), a desigualdade de renda vem
crescendo por 17 trimestres seguidos desde o último trimestre de 2014. O estudo ainda
enfatiza que o ritmo de aumento da desigualdade de renda durante o período, é similar ao
ritmo da queda observada no período de 2001 até 2014, ou seja, se esse processo continuar
por um período maior todo avanço nessa área poderá ser revertido.
O governo brasileiro previa que os impactos do COVID-19 na economia brasileira
seriam redução das exportações, queda no preço de commodities e, consequentemente, piora
nos termos de troca, interrupção da cadeia produtiva de alguns setores, queda nos preços de
ativos e piora das condições financeiras, e redução no fluxo de pessoas e mercadorias
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020b).
As micro e pequenas empresas foram as mais atingidas, tendo em conta que elas
apresentaram dificuldades na gestão de caixa. Os setores mais afetados foram os de
alimentação fora de casa, turismo e transporte (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020b).
Conforme o SEBRAE (2020b), 60% dos proprietários de pequenos negócios tiveram
seu pedido de crédito negado pelos bancos por falta de comprovação de garantias de
pagamentos. Esses setores diretamente afetados pela crise atual empregam mais mulheres do
que homens (OCDE, 2020), diferentemente da crise de 2008 onde os setores mais afetados,
como manufatura industrial e construção empregavam primeiramente homens (SAHIN et al.,
2010).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa bibliográfica foi escolhida como metodologia para esse tema, pois através
dela seria possível passar as informações necessárias e relevantes para o assunto com mais
clareza junto a uma abordagem qualitativa para a apuração dos dados coletados.
Os dados apresentados na pesquisa foram coletados através de varias fontes
governamentais e federais, juntamente de outros órgãos públicos para poder se ter uma maior
compreensão do tema e das informações, juntamente foi usada a ferramenta do Google
Acadêmico com os critérios de pesquisa sendo publicações entre os anos de 2019 e 2021, que
possuíssem assuntos e temas relevantes para a pesquisa, com foco de pesquisa sobre as
microempresas, a situação do mercado durante a pandemia e sobre leis utilizadas e/ou criadas
durante a mesma.
Informações e dados esses que tem como intuito demonstrar como que as micro
empresas foram atingidas com a chegada da pandemia e consequentemente quais foram as
estratégias utilizadas para a sua adaptabilidade, tendo em vista que a pandemia afetou todas as
áreas de funcionamento do pais, causando uma crise econômica sem precedentes na historia
do mesmo.
Descobrindo-se assim como países diferentes foram afetados pela Covid e qual foi o
seu impacto na economia mundial, com foco no mercado dos Estados Unidos e Brasileiro.
Com o PIB estadunidense tendo uma queda acima de 4% no primeiro trimestre de 2020, algo
nunca visto desde a sua crise econômica de 2008, causando o fim de sua maior expansão
econômica e dando inicio a uma onda de desemprego jamais vista nos últimos 70 anos com
aproximados 20 milhões de desempregados em abril de 2020.
A situação no mercado nacional, entretanto já vinha se mostrando bem precária
desde 2016, onde o pais seguia o modelo internacional de informalização e precarização, que
por vez afetava a parcela da população mais vulnerável. Em março de 2020 era sentido os
primeiros impactos da pandemia no mercado com mais de 03 milhões de desempregados no
primeiro trimestre do ano.
Estabeleceu-se também que as microempresas foram as mais afetadas pela crise, pois
não tinham capital suficiente para permanecerem abertas durante a paralização do mercado
em decorrência da implementação da quarentena para tentar conter o avanço do vírus. Muitos
desses pequenos negócios também tiveram seus pedidos de empréstimos negados pelos
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo teve como intuito demonstrar como as microempresas conseguiram
se manter com a crise econômica gerada pela pandemia do Covid-19, e comentar sobre quais
foram às estratégias utilizadas para isso. A partir dos resultados demonstrados ficou evidente
que grande algumas se mantiveram utilizando as oportunidades oferecidas pelo Governo
Federal através das Medidas Provisórias , Auxílios Econômicos e Redução de Jornada, o que
ajudou a reduzir o desemprego em algumas empresas, pois os empresários tiveram a
oportunidade de continuar honrando com a sua folha de pagamento com um custo reduzido.
Além dessas medidas o comércio digital e os aplicativos foram os maiores aliados
dos pequenos empresários para conseguir realizar suas vendas e a divulgação dos seus
produtos ou serviços, proporcionando aos que possuíam certa comodidade nas estratégias de
venda e não tinham um acesso ao mundo virtual do e-commerce.
A pandemia trouxe muitas perdas, mas também aprendizado permitindo a
oportunidade de crescimento e manutenção no mercado utilizando o mundo virtual e em
alguns casos o famoso PAP a venda porta á porta para os que não têm acesso ao mundo
virtual que geram seus recursos nas favelas e interiores no Brasil.
ABSTRACT:
The pandemic caused by the Covid-19 virus brought many repercussions to the world today,
among them a crisis in the global economy on a scale never before seen in the history of the
world. In the national scenario, this crisis has affected the most diverse sectors of the country,
but where it was felt the most was in the micro-enterprises, which are of vital importance for
the Brazilian economy. The present study sought to identify and demonstrate how micro-
companies have adapted to the pandemic in the midst of an economic crisis, as well as to
point out which strategies were used and which were the most successful. To this end, a
qualitative bibliographic review of the most diverse articles and materials on the subject in
question was carried out to seek answers to this question. The results show that the
provisional measures and the laws passed by the federal government greatly helped many
micro-companies to stay open during the pandemic, and along with the expansion to the
digital market many obtained a higher profit compared to previous years.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
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Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/paulkrugman/2020/05/como-criar-
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SEBRAE. (2018). Panorama dos pequenos negócios 2018. Retrieved from São Paulo, SP:
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