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elegante e de estilo claro, mesmo para o nosso gosto dependam. Esse elemento é o género animal. Obtemos
sofisticado. Pois que havia eu de fazer, Lucílio amigo? De assim o género comum às três espécies indicadas -
que outro modo traduzir o grego ovaía, essa noção impres- "homem", "cavalo", "cão" - ou seja, o género "animal".
cindível que, por natureza, constitui o fundamento de tudo Mas há seres que têm vida sem serem animais; dizemos 10
o mais? Peço-te, portanto, que me consintas o uso daquele que têm vida as plantas, as árvores, e por isso dizemos
vocábulo. De resto farei o possível para usar com parci- que elas vivem e morrem. Consequentemente um género
mónia a vénia que me irás conceder; talvez mesmo me superior será o género animado, no qual serão compreen-
7 contente com o simples facto de ma dares. Que me adian- didos os animais e as plantas. Mas há ainda seres que não
tará, aliás, a tua benevolência se tenho já aqui algo impos- possuem vida, como as pedras; deverá, portanto, haver
sível de dizer em latim, facto que originou a minha ira um género mais primitivo que o "animado": será o corpo.
contra a nossa língua? Maior será a tua condenação da O género "corpo" poderá ser subdividido se dissermos que
pobreza vocabular romana quando souberes que é uma todos os corpos ou são animados ou inanimados. Há ainda, 11
única sílaba aquilo que eu não consigo traduzir. Queres contudo, um género superior ao "corpo", uma vez que nós
saber qual é? Tà ov ("o ser"). Posso parecer-te homem dizemos que algumas coisas são corpóreas e outras são
incorpóreas. Qual será então esse género de que estas
de fraco engenho: há um recurso imediato, posso verter
espécies derivam? Precisamente aquele ao qual atrás desig-
esse conceito pela expressão quod est ("aquilo que é").
námos de uma forma tão pouco adequada: "aquilo que é"
Mas é evidente a diferença entre as duas: sou obrigado a
(= "o ser"). A este poderemos dividi-lo em duas espécies:
usar um verbo em vez de um nome. A necessidade obriga,
"o ser" ou é corpóreo, ou incorpóreo. Temos aqui, por- 12
porém, a dizer "aquilo que é"! tanto, o género primeiro, o mais primitivo, o género, por
8 Um amigo nosso, homem de grande cultura, dizia assim dizer, geral; os restantes géqeros são, digamos, "espe-
hoje que a expressão o ser era usada por Platão em seis ciais". Por exemplo, "homem" é um género, mas contém
sentidos distintos. Poderei indicar-tos todos se primeiro te em si, como espécies, os povos (Gregos, Romanos, Par-
explicar que existe uma coisa que é o género e outra que tos), as cores (brancos, negros, amarelos), os indivíduos
é a espécie. O que vamos procurar em primeiro lugar é (Carão, Cícero, Lucrécio). Na medida em que contém mui-
aquele género primeiro do qual derivam todas as espécies, tos elementos, é género; na medida em que está depen-
do qual se origina toda a divisão, no qual tudo está com- dente de outro, é espécie. Quanto ao género "ser", esse é
preendido. Encontrá-lo-emos se tomarmos cada coisa com geral, não tem nenhum outro acima de si, está na origem
generalização crescente; assim acabaremos por chegar ao de tudo e tudo deriva dele. Os estóicos pretendem subor- 13
género primeiro. diná-lo ainda a um género mais primitivo, do qual te fala-
9 O "homem" é uma espécie, diz Aristóteles; o "cavalo" rei daqui a pouco 15 ; por agora pretendo mostrar-te que o
é uma espécie; o "cão" é uma espécie. Temos agora de
procurar qual é o elemento comum a todas estas espécies,
o elemento que . as compreenda a todas e do qual elas 15
V infra § 15.
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género de que estou a falar ("o ser") deve ser considerado especial, como Cícero ou Catão. O "animal" não é objecto
como de facto o primeiro, uma vez que basta para abarcar da vista, mas do pensamento. Podem ser vistas, porém, as
tudo o mais. suas espécies: um cavalo, um cão.
14 Eu divido o ser em duas espécies: a das coisas "corpó- Em segundo lugar na escala do ser, considera Platão 17
reas" e a das coisas "incorpóreas"; não há terceira possibi- aquele que sobreleva e supera todos os demais; ou seja, o
lidade. O género "corpo", por sua vez, divido-o nas espé- que ele chama o "ser por excelência". Assim, "poeta" é
cies "animada" e "inanimada". Quanto aos seres animados uma designação genérica, um nome que se dá a todos
dividi-los-ei em "seres que têm alma" e "seres que apenas quantos fazem versos, mas na Grécia tornou-se a designa-
possuem princípio vital" 16; ou então, em seres que têm ção de um só homem: quando se diz "o Poeta" entende-
movimento próprio, que marcham e se deslocam, e seres -se que nos referimos a Homero. Qual é então o "ser por
que se alimentam e crescem fixos ao solo por raízes. excelência"? É deus, o ser maior e mais poderoso de
Quanto aos "animais", em quantas espécies dividi-los? Em todos.
"mortais" e "imortais". O terceiro · género é o dos seres que possuem existên- 18
15 Alguns estóicos são de opinião que o género primeiro eia própria, os quais são uma infinidade, mas colocados
seja o algo (quid), pelo motivo que passo a dizer-te 17• "Na para lá da nossa observação. Queres saber que seres são
natureza" - afirmam eles - "há coisas que existem e esses? Trata-se de matéria característica de Platão: são
coisas que não existem; ora mesmo estas estão compreen- aqueles seres a que ele chama "as ideias", a partir das
didas na natureza. É o caso dos produtos da imaginação, quais se originam as coisas que vemos e com as quais
tal como os Centauros e os Gigantes, e tudo o mais que, tudo se conforma. As "ideias" são imortais, imutáveis,
originado por falsos conceitos, acaba por obter uma certa invioláveis. Entende bem o que seja uma "ideia", ou 19
imagem, embora desprovida de substância." 18 melhor, o que é que Platão entende por tal: "a ideia é o
16 Mas voltemos à questão proposta, ou seja, de que modelo eterno de tudo quanto existe na natureza". À
modo Platão concebe as seis gradações do ser. Em pri- definição vou acrescentar um exemplo, para quê o pensa-
meiro lugar o "ser" não pode ser captado pela vista, pelo mento te seja mais claro. Imagina que eu quero pintar o
tacto, ou por qualquer outro sentido; é somente pensável. teu retrato. O modelo para a minha pintura és tu, de cuja
Todo o ser em geral, como por exemplo o homem em observação o meu espírito extrai uma determinada confi-
geral, escapa à alçada da vista; o que nós vemos é o ser guração a impor ao quadro; essa configur~ção, a qual me
guia e determina, e da qual se gera a minha imitação, é a
"ideia". Ora bem, a natureza possui modelos semelhantes,
em número infinito, da espécie dos homens, da dos pei-
16
Alma =animus; princípio vital =anima.
17
Cf. S. V. F., II, 329, 333. xes, da das árvores; segundo esses modelos conforma-se
18
Este passo figura em S. V. F., II, com o número 332. tudo quanto é susceptível de vir a existir.
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20 Em quarto lugar temos o eidos (EÜ>oç). 19 Atenta com tência própria, já que estão num contínuo devir, sofrendo
cuidado o que seja o eidos, e, se a coisa te parecer difícil permanentemente acréscimos ou mutilações. Nenhum de
de entender, zanga-te com Platão e não comigo. De resto, nós é na velhice idêntico ao que foi na juventude; nenhum
qualquer pensamento abstrato tem sempre a sua dificul- de nós é pela manhã idêntico ao que foi no dia anterior.
dade. Utilizei há pouco o exemplo do pintor. Se este qui- Os nossos corpos fluem rapidamente como a corrente dos
sesse representar Vergílio numa pintura, olharia para o rios. Tudo quanto vês acompanha o veloz fluir do tempo;
próprio Vergílio. A "ideia" era o rosto de Vergílio, o nada do que vemos permanece idêntico; eu mesmo, enquan-
modelo do futuro quadro; a forma que dela o artista extrai to falo na mudança das coisas, já mudei.
e impõe ao seu trabalho será o eidos. Não entendes É este o sentido da frase de Heraclito: "podemos e 23
21 qual é a diferença? A ideia é o modelo, o eidos é a forma não podemos mergulhar duas vezes no mesmo rio". 21 O
deduzida do modelo e imposta ao quadro; a ideia é aquilo nome do rio permanece o mesmo, a água, essa já passou
que o artista imita, o eidos, aquilo que ele faz. Uma escul- adiante. Num rio o fenómeno é mais sensível aos olhos
tura tem uma determinada forma: é o seu eidos. O pró- do que num homem, mas não é menos rápido o curso do
prio modelo que o artista, olhando-o, imprime à estátua, tempo em nós; por isso me espanta a loucura que nos
tem também uma determinada forma: é a sua ideia. Se leva a tanto amarmos essa coisa fugidia que é o corpo, e
preferes uma outra explanação, dir-te-ei que o eidos está a temer morrermos um dia quando cada momento é a
na própria obra, enquanto a ideia é exterior à obra, e não morte do estado imediatamente anterior. Dispõe-te, por-
apenas exterior, mas ainda pré-existente à obra. tanto, a não recear que ocorra um dia aquilo que conti-
22 O quinto género é o das coisas que existem generica- nuamente está ocorrendo. Falei do homem, matéria fluida, 24
mente. Aqui já nos começamos a situar no nosso mundo: caduca, exposta a todos os imprevistos: o próprio mundo,
trata-se de todos os seres existentes, homens, animais, que é eterno e indestrutível, múda também, não perma-
objectos. nece idêntico. Embora continue, de facto a conter em si
O sexto género compreende aquilo que apenas tem tudo quanto desde sempre conteve, contém-no de uma
um simulacro de existência, por exemplo o vazio, ou o maneira diferente do que antes, ou seja, alterou a ordem
tempo. 20 respectiva.
Às coisas que podemos ver ou tocar Platão recusa-se a "Para que me servem" - dirás - "todas essas subti- 25
incluí-las entre os seres que ele considera dotados de exis- lezas?" Se mo perguntas, dir-te-ei: para nada! Mas tal
como o gravador dá aos seus olhos, fatigados de longo
trabalho, uma pausa, um descanso, ou, como soe dizer-se,
19 Literalmente efao> é o "aspecto exterior de uma coisa'.', a sua "forma" (d.
F. E. Peters, Termos filosóficos gregos, Lisboa, F. C. Gulbenkian, pp. 62 ss.).
'º O vazio (inane, Kevóv) e o tempo (tempus, xpóvo>) constituíam para os 21
estóicos, juntamente com o espaço (locus, rórro>) e o dito (dictum, ÀfKTÓv), as Heraclito, fr, 49 a Diels-Kranz (cf G. S. Kirk-J. E. Raven, Os filósofos
quatro espécies de seres incorpóreos, cf. S. V. F., II, 331. pré-socráticos, Lisboa, F. C. Gulbenkian, 2.ª ed., pp. 198 ss).
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um retemperamento, também nós, uma vez por outra, sas são a ponto de a sua própria existência ser duvidosa.
devemos distender o espírito e refazê-lo com alguma dis- Meditemos igualmente em que, se o universo, tão mortal 29
tracção. Importa, porém, que a distracção seja profícua; como nós, é defendido dos perigos pela sua providência
ora, se reparares bem, mesmo destas especulações podei-ás própria, é possível que, até certo ponto, a nossa própria
26 tirar matéria útil à tua formação. Caro Lucílio, é este o
providência consiga prolongar um pouco a duração deste
método que eu uso: de qualquer conhecimento, por muito
miserável corpo, desde que consigamos dominar e repri-
afastado que seja da filosofia moral, faço sempre o possí-
vel por extrair algum elemento que ofereça utilidade. O mir as paixões que consomem a sua maior parte. O pró- 30
que pode haver de mais alheio ao aperfeiçoamento do prio Platão, graças aos seus hábitos comedidos, conseguiu
carácter do que estas especulações de que estivemos tra- atingir a velhice. É certo que era dotado de um corpo
tando? Em que podem as "ideias" de Platão fazer de mim forte e vigoroso, tanto que o nome lhe foi dado devido ao
um homem melhor? Que posso eu tirar delas que me seu largo tórax; 22 as perigosas viagens marítimas, porém,
ajude a reprimir os desejos? Quanto mais não seja esta tinham-lhe roubado muito do seu vigor. Todavia, a sua
noção: que tudo quanto existe para serviço dos sentidos, austeridade, a sua moderação em relação a tudo quanto
que nos aguça e excita a vontade, não pertence, segundo excita a avidez, o rigoroso cuidado consigo próprio fize-
Platão, ao número das coisas que têm existência verda- ram com que chegasse a velho a despeito das condições
27 deira. São, por conseguinte, coisas imaginárias, que mudam adversas. Sabes, creio, que Platão ficou a dever aos seus 31
de aspecto com o tempo, que nada possuem de estável e rigorosos cuidados com a saúde o facto de ter morrido no
permanente. Havemos nós de desejá-las como se elas
dia do seu aniversário, pelo que completou rigorosamente
devessem existir para sempre, ou nós as houvéssemos de
oitenta e um anos de vida. Ess~ a razão por que alguns
permanentemente possuir?! Seres fracos e efémeros, nós,
homens, vivemos entre coisas vãs: ergamos antes o espí- astrólogos, de passagem por Atenas, fizeram sacrifícios ao
rito para aquilo que é eterno. Admiremos as formas ideais filósofo falecido na convicção de que ele excedera o des-
das coisas que pairam nas alturas e a divindade que entre tino normal do homem, porquanto a sua idade · atingira o
elas se move providenciando o modo de conseguir defen- mais perfeito dos números, obtido pela elevação de nove
der da morte estas criaturas que não pôde criar imortais ao quadrado. Não duvido de que tu possas reduzir alguns
por impedimento da própria matéria, fazendo com que dias a este total, e passar sem qualquer sacrifício! A sobrie- 32
28 pela razão superem as deficiências do corpo. Todo o uni- dade pode prolongar a vida até à velhice, o que, se por
verso permanece, não porque seja eterno, mas porque está mim não o considero desejável, de modo algum acho de
sob a guarda de um ser que o rege; se fosse imortal não
careceria de protector. É o obreiro do universo que o con-
serva, dominando pelo seu poder a fragilidade da matéria. 22
O nome Piarão (em grego I1Ã1hwv) provém do adj. trÀarÍJç (placys)
Desprezemos, pois, todas as c01sas que tão pouco precio- "'largo, corpulento"'.
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reie1tar. De facto será agradável convivermos connosco o ligência, a destruir alguma das suas capacidades, se, tiran-
mais possível, desde que nós tenhamos tornado dignos de do-me a vida, me deixar só a existência, então eu escapar-
proporcionar uma companhia aprazível. -me-ei desse edifício podre e arruinado. Não evitarei pela 36
Pronunciemo-nos, enfim, sobre esta questão: devemos morte uma doença desde que tratável e não gravosa para o
nós minimizar a última fase da velhice e, em vez de espírito. Nunca erguerei a mão contra mim para evitar o
aguardar o nosso fim, apressá-lo com as próprias mãos? sofrimento: morrer assim é confessar-se derrotado. Mas se
Esperar passivamente pela morte é atitude quase cobarde, souber que tal doença nunca mais me deixará, então sairei
tal como é amigo em excesso do vinho quem quer que, eu desta vida, não devido à doença em si, mas porque ela
depois de esvaziar a ânfora, vai ainda sorver as borras. me será um entrave em relação a tudo por que merece a
33 Resta agora é saber se são borras os últimos anos de vida, pena vivermos. Morrer para evitar a dor é uma atitude de
fraqueza e cobardia; viver só para suportar a dor, é pura
ou se, pelo contrário, são a fase mais transparente e mais
estupidez.
pura. Entenda-se: desde que a inteligência não sofra dimi-
Já me estou alargando demais. De resto, a matéria 37
nuição, que os sentidos sirvam o espírito intactos e que o
daria azo a que aumentasse as horas do dia. Como há-de
corpo não esteja diminuído e já meio morto, porquanto é
saber pôr fim à própria vida um homem que não sabe
da maior importância saber se o que se prolonga é a vida terminar uma carta?! Boa saúde, então! Gostarás mais de
34 ou é a morte. Se o corpo já não está à altura das suas ouvir esta saudação do que de ler contínuas elocubrações
tarefas, porque não havemos de libertar a alma dos seus sobre a morte!
entraves? Possivelmente até o deveríamos fazer antes de
ser necessário, não fosse dar-se o caso de o não podermos
fazer quando necessário for. E como é maior o perigo de 59
viver mal do que o de morrer antes do tempo, estúpido A tua carta deu-me um enorme prazer. Consente que 1
seria aquele que, com um exíguo sacrifício de tempo, se eu use o vocabulário de toda a gente, sem entenderes as
não libertasse de tantas contingências aleatórias. Poucos minhas palavras em sentido estóico. É crença nossa que
têm sido os homens que, após longa velhice, atingiram a todo o prazer é um vício. Seja; nem por isso deixamos de
morte sem diminuição de capacidades, mas muitos aqueles empregar o termo "prazer" para denotar uma alegria inte-
que uma vida prolongada deixou inutilizados: como não rior. Sei muito bem, repito, que, de acordo com os nossos 2
julgar então que mais duro do que perder uns dias de dogmas, o "prazer" é uma coisa indigna e que apenas o
35 vida é perder o direito a pôr-lhe termo? Não me escutes sábio conhece a verdadeira alegria, essa exaltação da alma
contrariado, como se estas reflexões se aplicassem desde já na plena posse dos seus bens autênticos 23 . Em linguagem
à tua pessoa, e pensa bem no que eu pretendo dizer: eu
21
· Sobre a oposição enrre os conceitos de "alegria" e de "prazer" cf. u. g.
não porei termo à velhice se ela me deixar o uso das
S. V. F., III, 431. Crisipo escreveu um tratado para demonstrar que o prazer não
minhas faculdades, daquelas que formam a melhor parte constitui um fim (r~Ào<;) para o homem, e outro em que demonstra que o pra-
de mim mesmo. Se, todavia, começar a afectar-me a inte- zer não é um bem (cf. S. V. F., II, 18).
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