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LICENCIATURA EM FILOSOFIA

PRÁTICA DE ENSINO: VIVÊNCIA NO AMBIENTE EDUCATIVO (PE: VAE)

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Celionor Paiva dos Reis Andrade – R.A. 1870400

Cidade Universitária – Jaguaré – S.P.


2019
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Trabalho apresentado à Universidade


Paulista – UNIP INTERATIVA – Curso
de Filosofia como avaliação da disciplina
Prática de Ensino: Vivência no Ambiente
Educativo – 2º semestre – 2019.
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A condição e capacidade de se produzir um texto que, ao mesmo


tempo seja coerente e coeso, isto é, que a relação aos conteúdos linguísticos se
faça presente, é possível para aquele que tenham uma escolarização, se lhe
dermos condições de aprendizagem que favoreçam esta prática. No entanto, é
preciso que o professor tenha clareza e conheça estes instrumentos didáticos e,
ainda, tenha ideias referente a produção escrita, possibilitando aos alunos
atividades dinâmicas, não monótonas e eficazes, que os despertem para a
maneira criativa de exporem suas ideias através de suas capacidades e
habilidades.

A leitura não pode ser algo mecânico, pois ela é uma atividade cheia
de possibilidades de transformação e, como tal, é capaz de nos levar, ainda que
momentaneamente, para o lugar ou a situação que trata o texto lido. As palavras
tem o poder de nos fazer compreender e também, de nos encantar. A
racionalidade do pensamento, assim como o desprendimento de toda prisão e
clausura mental nos transporta e nos faz ascender níveis inimagináveis que nos
encaminharão e nos farão progredir na compreensão leitora e escritora, nos
capacitando e nos revelando que ler é nos transportar para outros lugares e
escrever é dizer e relatar a minha própria história e como eu a concebo.

Assim, esta sequência didática foi pensada para proporcionar através


das atividades nela inseridas, o acesso e compreensão dos processos de
aquisição da compreensão leitora e escritora de um gênero discursivo.

ROTEIRO PARA A SEQUÊNCIA DIDÁTICA

IDENTIFICAÇÃO
Título: Sequência Didática para o gênero discursivo Conto Literário
Nível de Ensino/Turma: 1º e 2º E.M. Disciplina: Língua Portuguesa
Tema: O gênero Conto Literário como objeto dialógico e interlocutor na
aprendizagem dos alunos
Quantidade de aulas: 04 aulas (60 minutos cada) sendo uma aula por semana.
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AULA 01
a) Conteúdo
- O texto como unidade de ensino;
- Estrutura, características e tipos do gênero (contos de fada, de
encantamento, contos religiosos, maravilhosos, etc.);
- Estratégias, capacidade e compreensão leitora;
- Gênero literário (coesão, coerência, organização do texto, conectividade e
pontuação).
- O conto.

b) Objetivos

- Ler e interpretar o gênero “conto literário”;

- Conhecer diferentes tipos de contos e suas características;

- Identificar os elementos que compõem o gênero;

c) Recursos
- Uma definição dos contos e seus diferentes tipos;
- Livro: Os cem melhores contos brasileiros;

Imagens e informações bibliográficas dos autores desses contos.


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d) Etapas da aula
• Introdução ao tema
1. Atividade inicial: Na grande roda (15’) – Apresentação do vídeo “Eu sei,
mas não devia” – Marina Colassanti – duração (5’)

Eu sei, mas não devia | Marina Colasanti - YouTube


https://www.youtube.com › watch

2. Comentários espontâneos – troca de ideias.


• Desenvolvimento da aula
Levantamento de conhecimentos prévios em pequenos grupos. (20’)
Após este momento em que os alunos tenham colocado suas ideias e seu
conhecimento pessoal, serão chamados a exporem sobre o que pensam em
relação ao que viram no vídeo e, em seguida, convidados a representarem
isto em palavras que lhes venham à mente, formando um pequeno texto.

• Atividades para os estudantes – Em pequenos grupos


Os alunos deverão proceder à escrita de um conto, considerando as
características desse gênero, contendo, no máximo, 15 linhas. (15’)
Posteriormente, na grande roda, o professor deve socializar e sistematizar o
que foi elaborado por cada grupo, convidando-os a se apresentarem
mostrando o que fizeram. Valorizar e estimular a continuarem na sua
progressão escrita é importante, para que atinjam uma condição escritora e
leitora eficiente. (5’)

3. Avaliação
Será considerado a atuação individual e em grupo de cada aluno, sua
participação em todas as etapas da atividade, da escolha do conto a ser
demonstrado ao final da apresentação

f) Fontes / Referências

“Definindo conceitos – o que é um conto?” Disponível em:


< http://www.aridesa.com.br/servicos/click_professor/aline_duarte/cont
o.pdp&gt;.
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Tiro de letra. Criação literária: estrutura do conto. Disponível em:


<http://www.tirodeletra.com.br/ensaios/LiteracriaEstruturadoconto.htm
&gt;.

AULA 02

a) Conteúdo
- Conceitos de Literatura;
- Teoria Literária;

b) Objetivos
- Reconhecer no estilo o fenômeno criativo;
- Analisar e observar a estrutura que delimita o gênero;

c) Recursos

- Folha de papel impressa com variados contos (para observação e leitura


posterior)
- Conto: Flor telefone moça – Carlos Drummond de Andrade

- Conto: Sem olhos – Machado de Assis.

d) Etapas da aula
• Introdução ao tema
1. Atividade Inicial: Na grande roda (20’) –
2. Comentários espontâneos – troca de ideias. (10’)
3. Leitura de imagens: Você conhece alguns desses autores?
Em trios os alunos dirão ou escolherão três ou quatro imagens para
comentar. (10’)
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• Desenvolvimento da aula
Organizados na grande roda, os alunos apresentarão seus comentários e
discutirão sobre as imagens dos escritores apresentadas. Espontaneamente
comunicarão suas ideias e farão relatos baseados nos seus conhecimentos
prévios. Após todos os interessados se manifestarem, o professor fará a
sugestão de escrita de um miniconto e posterior apresentação de cada grupo.
(10’)
• Atividades para os estudantes
Cada dupla ou trio deve produzir o miniconto de sua preferência, atribuindo-
lhe sentido, coesão e coerência, tudo isso em 3 linhas, apenas. Ao final e após
a apresentação dos alunos de cada grupo, é hora de socializar e sistematizar
tudo o que foi produzido. O professor deve fechar a aula demonstrando
apreciação e elogiando os grupos por sua produção. (10’)

e) Avaliação
Será identificado em que medida os alunos contribuíram para a regulação
efetiva das produções textuais. Examinar-se-á de que forma estas
ferramentas são utilizadas pelos aprendentes, enquanto se manifestam ou
não, na produção textual, assim como, suas colocações orais ao
apresentarem suas ideias.

f) Fontes / Referências
NASCIMENTO, Alex. Deu a louca nos contos de fadas.
MAZIERO, E.; NIEDERAUER, S. H. LITERATURA INFANTO JUVENIL: DOS
CONTOS DE FADAS ÀS NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS. Disc.
Scientia. Série: Artes, Letras e Comunicação, S. Maria, v. 10, n. 1, p. 111-128,
2009.

AULA 03
a) Conteúdo
- Construção e emancipação através da leitura de contos literários;
- Competência linguístico/discursiva para a produção de sentido.

b) Objetivo
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- Reconhecer o que é arte literária;


- Subsidiar os alunos para a escrita de seus próprios contos literários;
- Planejar e contextualizar seu projeto de escrita de um conto de sua autoria.

c) Recursos
- Conto: A vingança da peroba – Monteiro Lobato
- Conto: Dizem que os cães veem coisas – Moreira Campos
- Folhas impressas com os mesmos.

d) Etapas da aula
• Introdução ao tema
1. Atividade Inicial – Vídeo - Como fazer um conto (8’)
2. Comentários espontâneos – troca de ideias. (15’)
3. Leitura de imagens: Você conhece alguns desses autores?
Em trios os alunos dirão ou escolherão três ou quatro imagens para
comentar. (17’)

Lima Barreto
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Cruz e Sousa

Monteiro Lobato

Jorge Amado
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Aluísio Azevedo

Olavo Bilac

Coelho Neto
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• Desenvolvimento da aula
Organizados na grande roda, os alunos apresentarão seus comentários e
discutirão sobre as imagens dos escritores apresentadas. Espontaneamente
comunicarão suas ideias e farão relatos baseados nos seus conhecimentos
prévios. Após todos os interessados se manifestarem, o professor fará a
sugestão de dramatização de um conto que os alunos escolherão de acordo
com as imagens apresentadas e posterior apresentação de cada grupo. (10’)
Obs.: A dramatização de cada grupo ocorrerá no fechamento da sequência,
na 4ª aula (20’ para cada grupo, sendo a turma dividida em dois grandes
grupos).
• Atividades para os estudantes
Após a apresentação dos comentários dos alunos de cada grupo sobre aquilo
que farão e sobre o que experienciaram até aqui, é hora de socializar e
sistematizar tudo o que foi produzido. O professor deve fechar a aula
demonstrando apreciação e elogiando os grupos por sua produção,
participação e, principalmente, pela cooperação entre os membros dos
grupos. (10’)

e) Avaliação

Durante todas as etapas de experiência e análise, tanto do professor quanto


dos alunos envolvidos, compreende-se que a atividade cognitiva e
metacognitiva trazem inúmeros benefícios perante os processos de
elaboração e também, de utilização de instrumentos formadores que
sustentam o desenvolvimento da competência escritora e leitora do grupo
como um todo. Assim sendo, conseguiu-se desenvolver com esses alunos
uma condição que faça mais sentido para os envolvidos, para com a Língua
Portuguesa e, principalmente, para com a vida destes?

f) Fontes / Referências
Vídeo: “HD | Coletânea de dramatizações – A desejada das gentes e
outros contos – Machado de Assis”, publicado por Daniel Cheles, em 22 de
junho de 2013. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=UOakApLIfpI&gt
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AULA 04
a) Conteúdo
- Escrita, revisão, reescrita;
- A linguagem em produção de textos orais e na leitura, e produção de textos
frente as múltiplas demandas sociais.

- Responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos e

considerando as diferentes condições de produção do discurso (BRASIL,

1998).

b) Objetivo

- Conhecer as práticas e a produção dos contos e seus diferentes tipos;

- Desenvolver as capacidades de leitura, escrita e a modalidade de

linguagem usada no gênero conto literário;

- Perceber que cada gênero tem uma forma de composição e um estilo

próprio;
- Suscitar reflexão e discussão de que, o mesmo tema abordado de forma
diferente produz efeitos diferentes no leitor;

- Levar os alunos a refletirem sobre o fato de que, assim como os textos


escritos variam, também nos atos de conversação espontânea no dia a dia,
os interlocutores ajustam seus discursos para atender a determinados
propósitos comunicativos.

c) Recursos
- Palco, músicas, efeitos de luz, dança, instrumentos, roupas de
vestuário, acessórios para representação de acordo com a escolha dos
alunos.

d) Etapas da aula
• Introdução ao tema
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Os alunos poderão, de acordo com o conto que forem representar e


dramatizar, escolher o tema de seu interesse, trabalhá-lo, exprimi-lo e
expressá-lo através de gestos, movimentos, dança ou até mesmo pintura etc.
(10’)
• Desenvolvimento da aula
Com os alunos devidamente colocados no palco e, após discutido com os
grupos o que cada um fará, deixe-os demonstrarem o que fizeram livremente.
Permita que iniciem comentando como fizeram e como decidiram realizar o
que foi proposto, ou seja, a dramatização. Cada um dos dois grupos o fará a
seu tempo. (10’)
• Atividades para os estudantes
Agora que compreenderam a estrutura do conto e suas principais
características, farão uso de movimentos, palavras, gestos, canções, e
qualquer material que queiram, na representação, conforme o interesse e o
que se propuseram realizar, contando com as suas palavras, podendo
acrescentar ou retirar elementos que não comprometam o gênero a ser
trabalhado. Deixe que coloquem diálogos, cenários e descrevam a narração
de maneira que não haja comprometimento da história a ser descrita. Estimule
os alunos a participarem livremente e de maneira autônoma cada parte a ser
encenada, evidenciando o protagonismo de cada um individualmente e o
trabalho em grupo... (40’)

e) Avaliação

Buscando identificar e conduzir o processo avaliativo final, será considerado


as ideias de Jussara Hoffmann (2003) que diz: [...] A ação avaliativa
mediadora se desenvolve em benefício do educando e dá-se
fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado.
Tanto quanto a autora aqui mencionada, pode-se também, considerar o que
diz Vasconcellos (2007, p.89): [...] O que se espera de uma avaliação numa
perspectiva transformadora é que os seus resultados constituam parte de um
diagnóstico e que, a partir dessa análise da realidade, sejam tomadas
decisões sobre o que fazer para superar os problemas constatados: perceber
a necessidade do aluno e intervir na realidade para ajudar a superá-la.
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Assim, o desempenho dos alunos será observado buscando não as notas,


mas antes, a maior intenção aqui será constatar quais são suas dificuldades
ou barreiras que impedem a sua progressão e, caso ocorram, criar condições
para que estas sejam superadas.

Em relação à leitura e a progressão dos alunos para a habilidade da


compreensão leitora, o objetivo foi analisar as interpretações que os alunos
fizeram dos textos a fim de levá-los a fazerem leituras cada vez mais
profundas e significativas para si mesmos. Foram propostas atividades de
escrita e revisão de textos, buscando averiguar o nível de conhecimento dos
alunos e, a partir de onde eles estão ou do que não saibam ainda, oferecendo-
lhes contato que os permita aprimorar seu conhecimento em relação à escrita.

No que se refere à oralidade, a avaliação foi utilizada para oferecer uma


proposta de progressão em relação as habilidades comunicativas para com o
uso da língua falada. Para tanto, buscou-se oferecer-lhes estratégias que os
possibilite de forma eficiente o acesso ao modo linguístico mais adequado de
acordo com cada situação comunicativa. Os alunos foram estimulados a se
expressarem em relação a sua forma de comunicação anterior e esta, após
as atividades, comentando quanto ao se perceberam ou não, terem adquirido
uma certa progressão e melhora para a produção de textos.

Para finalizar, o professor poderá, através de todo o processo de produção,


revisão e reescrita dos textos, refletir sobre a própria prática pedagógica de
maneira a aprimorar ou redirecionar sua metodologia, como coloca Antunes
(2003, p. 158), [...] “o professor avalia o aluno para também, de certa forma,
avaliar seu trabalho e projetar os jeitos de continuar”.

Assim, o objetivo dessa sequência foi evidenciar alguns pontos para que,
através da reflexão do que diz respeito à variedade de gêneros e o sentido
que estes representam no ambiente do cotidiano escolar, os alunos fizessem
uso da língua e de suas características que, segundo Bakhtin (1992, p.279):
[...] Todas as esferas da atividade humana por mais variadas que sejam está
sempre relacionando com a utilização da língua. Não é de surpreender que o
caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias
esferas da atividade humana, o que não contradiz a unidade nacional de uma
língua.
f) Fontes / Referências

AZEVEDO, R. Contos de Enganar a Morte. Editora Ática, 2003.


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BAKHTIN, M. M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais


no método sociológico na ciência da linguagem. 8. ed. Sao Paulo: Hucitec, 1996.
BAKHTIN, M. M. Para uma filosofia do ato responsável. Tradução aos
cuidados de Valdemir Miotello e Carlos Alberto Faraco. São Carlos: Pedro e João
Editores, 2010b.

_______. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2007.


BARROS, D. L. P. de. Dialogismo, polifonia e enunciação. In: BARROS; FIORIN,
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BEZERRA, P. Prólogo do tradutor. In: VIGOTSKI, L. S. A construção do
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2004
FREITAS, M. T. de A. Nos textos de Bakhtin e Vygotsky: um ponto de encontro
possível. In BRAIT, B (Org). Bakhtin: dialogismo e construção de sentido.
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LADEIRA, J. G.; TUFANO, D.; NÓBREGA, M. J. Antologia de contos – contos
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MACHADO, I. A. “Gêneros discursivos”. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin:
Conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005. p. 151-166.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
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MAZIERO, E.; NIEDERAUER, S. H. Literatura Infanto Juvenil: dos contos de
fadas às narrativas contemporâneas. Disc. Scientia. Série: Artes, Letras e
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MORICONI, I. (org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2009.

NASCIMENTO, A. Deu a louca nos contos de fadas.


SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6 ed. Porto Alegre, 1998.
VASCONCELLOS, C. S. Avaliação: concepção dialética-libertadora do
processo de avaliação escolar. 17ª ed./Celso dos S. Vasconcellos. --- São Paulo:
Libertad 2007. --- (Cadernos Pedagógicos do Libertad; v. 3)

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