Plano Inclinado e Obtenção da Constante

Elástica da Mola
Inclined Plane and Obtaining Elastic Spring Constant
MARTINS, D.H.1; SANTOS, J.B.A.2
Universidade Estadual da Paraíba, CCTS. Departamento de Engenharia Civil. Araruna/PB,
30/03/2022.

Resumo
O presente trabalho tem por objetivo a análise da constante elástica em um experimento
de plano inclinado. A prática experimental consiste na variação dos ângulos de inclinação com a
presença de contrapesos em um sistema massa-mola. Com o intuito de associar a teoria com a
prática, foram resolvidos alguns problemas referentes aos dados experimentais, onde
desenvolvemos a unidade central do trabalho, ou seja, obter a constante elástica a partir da
manipulação matemática nas equações de Hooke e Newton. A nível descritivo, o experimento foi
realizado no laboratório de física experimental 1, da universidade Estadual da Paraíba, Campus
VIII.

1. Introdução sobre o mesmo. Dentre essas forças,

O oscilador massa-mola é um
sistema físico composto por uma mola de
constante elástica k, presa a um corpo de
massa m. Quando esticada ou comprimida,
a mola adquire energia potencial elástica,
quando solta, essa energia potencial passa a
ser convertida em energia cinética.
Sabendo que, o sistema massa-mola
é caracterizado por dois osciladores
harmônicos. Logo, quando a mola tem o seu
comprimento original alterado, uma força
restauradora de origem elástica atua sobre
ela, de modo que ela volte à sua posição de
equilíbrio.
Portanto, no decorrer do trabalho
analisaremos o comportamento desse
sistema de massa-mola, tal como sua
elongação, a posição o ângulo de inclinação
e a constante elástica. Além disso,
observaremos os resultados graficamente e
analiticamente.
consideramos relações matemáticas
envolvendo a constante elástica da mola e a
massa do corpo que se encontra preso a ela.
Logo, as equações que fundamentam o
oscilador massa-mola são obtidas a partir da
segunda lei de Newton e a lei de Hooke. [1]
Portanto, podemos definir que o
oscilador consiste em uma força resultante
sobre um corpo de massa m, originando
uma força elástica equivalente ao produto
da massa pela aceleração.
Sendo assim, expressaremos a
seguir as equações supracitadas.
2.1 Lei de Hooke
A lei de Hooke descreve a constante
elástica da mola e a elongação a partir da
posição de equilíbrio. Logo, pode ser
expressa da seguinte maneira:
𝐹⃗𝑒𝑙 = −𝑘𝑥⃗

2. Fundamentação Teórica Porém, a força elástica não é a única

Através da observação do sistema atuante no oscilador massa-mola. A seguir,
massa-mola em um plano inclinado, veremos as demais.
percebemos que existem forças que atuam
2.2 Segunda Lei de Newton
Da segunda lei de Newton, existe
uma segunda força atuando no sistema
massa mola que equilibra a força elástica e
faz com que a aceleração do corpo seja nula.
Logo, a força peso do corpo é dada por:
𝑃⃗⃗ = 𝑚𝑔⃗
Conhecendo a componente da força
peso do corpo na direção horizontal,
poderemos determinar a constante elástica
da mola.
Tendo expressado ambas as
equações, podemos fazer algumas
manipulações matemáticas a fim de
encontrar a aceleração do oscilador.
𝐹 = −𝑘𝑥 (Lei de Hooke) (1)
𝐹𝑅 = 𝑚𝑎 (Lei de Newton) (2)
Unindo as equações mostradas
acima, teremos:
𝑚𝑎 = −𝑘𝑥
−𝑘𝑥
𝑎=
𝑚 Grapher, etc.).
Considerando a aceleração a como
sendo 𝜔² x, teremos:
𝑎 = −𝜔2 𝑥 (3)
𝑘 Newton serão utilizadas para interpretar os
Sendo 𝜔 = √𝑚.
2.3 Energia no oscilador massa-mola
É de suma importância lembrar que
no oscilador não há força de atrito ou
quaisquer outras forças que possam dissipar
a energia. Sendo assim, a energia mecânica
total do sistema permanece constante ao
longo de todo movimento.
Essa energia mecânica poderá ser
calculada pela soma da energia cinética com
a energia potencial elástica. [2]
𝐸𝑀 = 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃
𝑚𝑣² 𝑘𝑥²
𝐸𝑀 = 2
+ 2 (4)
Portanto, a equação expressa a
energia total do sistema.
3. Materiais Utilizados
Neste experimento, foram utilizados
os seguintes equipamentos listados a baixo:
• Um carrinho;
• Anéis de metal, a serem encaixados
sobre o carrinho para alterar seu
peso;
• Gancho de metal para acoplar os
anéis ao carrinho;
• Plano inclinado de madeira, com
escala em centímetros;
• Mola;
• Balança e dinamômetro, para
aferição das massas do carrinho e
dos anéis + gancho;
• Transferidor ou software para
medição do ângulo de inclinalão do
plano;
• Trena, régua ou paquímetro, para
medir a elongação da mola;
• Calço de madeira, sobre o qual o
plano será inclinado;
• Papel milimetrado ou software para
análise de gráficos (Excel, Origin,
4. Procedimento experimental
Neste experimento, as Leis de
resultados. Antes de começar a coleta de
dados, verifique se a sua bancada possui
todos os materiais elencados.
As tabelas 1 e 2 resumem alguns
resultados deste experimento. Suas primeiras
colunas representam as massas do contrapeso
(carrinho = anéis) (m) que serão utilizadas.
Preencha as segundas colunas das Tabelas 1
e 2 com os valores da componente em x da
força peso que atua no sistema. Use g=9,78
m/s2.
Inicialmente use a balança ou o
dinamômetro para medir a massa do carrinho,
dos anéis e do gancho.
Massa do carrinho: 1,2 N
Massa do anel: 5 g
Massa do gancho: 1 g
 Observe se a balança ou o mola, medindo sua posição de equilíbrio com
dinamômetro estão calibrados e a bancada a trena. Como mostra a imagem 3.
nivelada.

4.1 Configuração 1
Em uma primeira configuração,
adotamos x0 = 2 cm, e o ângulo de inclinação
igual a 30°. Seguindo com o procedimento,
prendemos as extremidades da mola(uma no
gancho e a outra no carrinho), sem anéis. Imagem 3
Como demonstrado na imagem 1. Fonte: autor

Foram realizados os mesmos

procedimentos que os anteriores, porém, com
uma modificação no ângulo de inclinação.
Com os valores obtidos, preenchemos a
tabela 2 (anexada a frente) e plotamos o
Imagem 1 gráfico da força em função da elongação da
Fonte: autor mola.

Logo após, medimos a posição de 5. Resultado e Discussões

equilíbrio da mola utilizando uma trena. Com Com a realização do experimento
ajuda do transferidor, medimos o ângulo de “oscilador massa-mola”, realizado com a
inclinação do trilho de madeira. configuração 1, obtivemos os seguintes
Prosseguindo, medimos a elongação da mola, dados:
que posteriormente, viemos a adicionar o
gancho com dois anéis ao carrinho (medindo m (kg) Pcontrapeso (N) Elongação da
novamente a elongação). Como demonstrado mola (cm)
na imagem 2. 0,1334 kg 1,30 N 12,5 cm
0,1434 kg 1,40 N 13,5 cm
0,1534 kg 1,50 N 15,5 cm
0,1634 kg 1,60 N 16,0 cm
0,1734 kg 1,70 N 17,0 cm
Tabela 1

Agora, analisaremos os valores

respectivos à configuração 2:
Imagem 2
Fonte: autor
m (kg) Pcontrapeso (N) Elongação da
mola (cm)
Estes procedimentos foram repetidos 0,1334 kg 1,30 N 5,0 cm
até totalizar 10 anéis ao carrinho e 0,1434 kg 1,40 N 5,5 cm
preencher toda a tabela 1 (anexada a frente). 0,1534 kg 1,50 N 6,0 cm
Por fim, a plotagem do gráfico da força Px 0,1634 kg 1,60 N 6,5 cm
em função da elongação da mola. 0,1734 kg 1,70 N 7,0 cm
Tabela 2
4.2 Configuração 2
Em uma segunda configuração, Ao analisar os dados da tabela 1 e
adotamos o mesmo valor para posição inicial comparar com a tabela 2, concluímos que na
e o ângulo de inclinação igual a 25°. Em configuração 1, onde o experimento foi
seguida, removemos o carrinho e o gancho, realizado com angulação de 30° obtivemos
prendendo o carrinho na extremidade livre da uma elongação da mola maior que da
configuração 2 que teve angulação de 25°.
Portanto, concluímos que quanto maior for a b) A partir do ajuste do item (a),
angulação, maior será a elongação da mola. determine a constante de elasticidade da
Dito isto, analisaremos o mola, com suas respectivas unidades no
comportamento gráfico dos resultados Sistema Internacional.
tabelados. Inicialmente, plotaremos o gráfico Segue abaixo tabela com as
da configuração 1, Px versus elongação. constantes elásticas referente aos resultados
obtidos com a configuração 1.

m (kg) Constante
Elástica (N/m)
0,1334 kg 0,052 N/m
0,1434 kg 0,052 N/m
0,1534 kg 0,048 N/m
0,1634 kg 0,050 N/m
0,1734 kg 0,050 N/m

c) Com relação ao gráfico da figura 3,

Gráfico 1
Continuando, plotaremos o gráfico
referente as medidas da configuração 2, ao
qual foi realizado na angulação de 25°. Logo,
teremos:
qual a função matemática que melhor se
ajusta aos dados experimentais? Porquê?
Trace uma reta correspondente a um
ajuste linear e determine o coeficiente
angular da reta.
Trata-se de uma função afim, com
coeficiente angular 0,2x. Logo, se trata de
uma reta com razão R² = 1.

d) A partir do ajuste do item (c),

determine a constante de elasticidade da
mola, com suas respectivas unidades no
Sistema Internacional.
Segue abaixo tabela com as
constantes elásticas referente aos resultados
obtidos com a configuração 2.
Gráfico 2
m (kg) Constante
Elástica (N/m)
5.1 Questionário 0,1334 kg 0,130 N/m
0,1434 kg 0,127 N/m
a) Com relação ao gráfico da figura 2, 0,1534 kg 0,125 N/m
qual a função matemática que melhor se 0,1634 kg 0,123 N/m
ajusta aos dados experimentais? Por quê? 0,1734 kg 0,121 N/m
Trace uma reta correspondente a um
e) Comparando os resultados dos
ajuste linear e determine o coeficiente
itens (b) e (d), o coeficiente de elasticidade
angular da reta
da mola é o mesmo para diferentes ângulos
A função matemática que melhor se
de inclinação do plano inclinado?
ajusta é a função afim, porque é a que mais se
Justifique sua resposta com base no
aproxima de uma reta. E, seu coeficiente
conceito de diferença relativa e de suas
angular é 0,0839x, como demonstrado no
expectativas teóricas.
gráfico 1.
Portanto, podemos perceber uma
certa coerência entre os valores obtidos e
ainda, uma correspondência proporcional
entre o ângulo de inclinação, a elongação da
mola e a constante elástica. Vimos
anteriormente, que quanto maior o ângulo de
inclinação maior será a elongação. E agora,
observamos que quanto maior for ângulo de
inclinação menor será a sua constante
elástica.

6. Conclusão
Concluímos que, um oscilador
massa-mola em um plano inclinado, é
caracterizado pela ação de forças atuantes em
seu sistema (geralmente, forças opostas).
Essa oposição de forças gera a movimentação
do oscilador que, consequentemente, produz
energia cinética e ainda, uma energia
potencial associada à ação gravitacional.
Logo, definimos a soma dessas duas energias
contrárias como o resultado da energia
mecânica do sistema massa-mola.
Finalizando a análise experimental,
percebemos a seguinte relação: quanto maior
for a angulação utilizada na configuração do
sistema, maior será a elongação da mola. Por
outro lado, quanto maior o ângulo de
inclinação, menor será a constante elástica do
sistema.

7. Referências
[1]
https://mundoeducacao.uol.com.br/amp/fisic
a/oscilador-massa-mola.htm
[2]
https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ene
rgia-mecanica-mhs.htm