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VENTILAÇÃO INDUSTRIAL

Mecânica diluidora e Local exaustora


Conteúdo Programático
 Generalidades

 Captores

 Tipos de captores

 Velocidade de captura

 Vazão de ar nos captores

 Perda de carga nos captores


Conteúdo Programático
 Canalizações

 Generalidades

 Velocidade do ar nas canalizações

 Cálculo de canalizações de exaustão


Conteúdo Programático
 Coletores

 Generalidades

 Câmaras gravitacionais e inercia

 Ciclones

 Coletores úmidos

 Rotoclones úmidos
Conteúdo Programático
 Tipo de orifício

 Câmaras de inercia

 Ciclones

 Misturadores

 Lavadores

 filtros
Conteúdo Programático
 Eliminadores

 Seleção dos coletores


Generalidade de ventilação
exaustora
ventilação local exaustora é aquela que extrai o contaminante
mecanicamente no próprio local em que ele é produzido, antes
mesmo de se espalhar pelo ambiente.

Para efetuar a extração dos contaminantes de um determinado


ambiente, a ventilação local exaustora atua capturando os poluentes
por meio de uma corrente de ar com velocidade adequada, criada por
meio de dispositivos especiais chamados captores.
Generalidade de ventilação
exaustora
Captores

O captor de um sistema de ventilação local exaustora é um


dispositivo que tem a finalidade de criar uma velocidade de
captação (c’) para o ar de ventilação aspirado, velocidade essa
capaz de arrastar o contaminante para o seu interior.
Captores

A velocidade c’ deve verificar-se até uma distância x da boca do


captor, que limita a chamada zona de captação, dentro da qual
as velocidades são superiores a c’.
Captores

Para que isso ocorra, é necessário que a velocidade ,na boca


de seção do captor, mantenha com a seção Ω’, que limita a
zona de captação, a seguinte relação:
Captores

A relação K, entre a velocidade na boca do captor e a


velocidade de captura.
Captores

Depende da forma da boca, da seção e da distância x de


atuação do captor;
Captores
Tipos de captores

Os captores devem ter as seguintes qualidades:

 Envolver ao máximo a fonte de contaminantes;

 Ter a mínima seção de boca possível;

 Aproveitar em seu desempenho o movimento inicial das partículas


ao serem geradas;

 Não atrapalhar o trabalho dos operários;

 Ser de fácil manutenção e limpeza.


Captores
As três primeiras qualidades respondem pela maior ou menor
vazão de ar do sistema, sendo fundamentais para a redução da
potência mecânica consumida.

Os principais tipos de captores atualmente em uso são:

 As capelas;

 As coifas;
Captores
 As fendas;

 Os captores de politrizes e esmeris;

 As campânulas;

 As simples bocas.
Captores
Captores
Captores

Velocidade de captura

Velocidade de captura c’, depende do peso especifico real Ym, das


dimensões DM e das condições de geração do contaminante, que
determinam para este um deslocamento inicial que pode dificultar ou
mesmo facilitar sua captura. Assim, no caso de processos que
desprendem gases quentes ou vapores, os contaminantes
apresentam um movimento ascendente, arrastando com eles o ar.
Captores

O captor funciona então como um simples receptor, podendo a


movimentação do ar eventualmente ser feita de maneira natural por
termossifão.

A tabela 4.1 nos fornece os pesos específicos reais dos pós


contaminantes mais comuns nas indústrias. E as tabelas 4.2 e 4.3
fornecem o tamanho médio em micrometros e a distribuição
granulométrica em peso das partículas de alguns contaminantes.
Captores
Captores
Captores
Captores

Já as tabelas 4.4 e 4.5, apresentam as velocidades c’ de


captura recomendadas pela ASHRAE, respectivamente em
função das condições de geração e em função da operação
especifica.
Captores
Captores

Vazão de ar nos captores

O cálculo da vazão de ar dos captores é feito conforme


equações:
Captores

Onde conforme vimos:


Captores
A tabela 4.6 nos fornece os valores de K e vazão V dos
principais tipos de captores.
Captores

Perda de carga nos captores

A perda de carga no captor é calculada pela equação abaixo;


Captores

Onde c é a velocidade real no duto, isto é:


Captores

Desse modo calcula-se:


Captores

Fazemos:

Sendo o coeficiente de fluxo μ praticamente igual ao coeficiente


de velocidade adotado em Mecânica dos fluidos. A tabela 4.7
fornece os valores de μ para os diversos tipos de captor.
Captores

Fazemos:

Sendo o coeficiente de fluxo μ praticamente igual ao coeficiente


de velocidade adotado em Mecânica dos fluidos. A tabela 4.7
fornece os valores de μ para os diversos tipos de captor.
Captores
Captores
Captores
Canalizações

As canalizações dos sistemas de ventilação local exaustora


devem se possível ter seção circular, para evitar arestas ou
zonas de velocidade reduzida, que possibilitam estagnação dos
contaminantes.

A tabela 4.8 nos mostra as bitolas de chapas em função do


diâmetro e a classificação dos serviços.
Canalizações

Os tipos de serviço são classificados de acordo com o material


contaminante a transportar. Assim, temos:

 Classe I – materiais não-abrasivos, como pinturas, serragens, etc.

 Classe II – materiais abrasivos em pequenas quantidades, como


politrizes, esmeris, etc.

 Classe III – materiais abrasivos em grande concentração, como


britadores de rocha, jatos de areia, de granalha, etc.
Canalizações
Canalizações

Curvas, ângulos, reuniões e captores devem ser produzidos


com chapa de bitola dois pontos mais espessa que a do duto
correspondente. O raio médio das curvas, deve ter no mínimo
dois diâmetros, cujo comprimento equivalente é no máximo
7,5D (Fig. 4.9 e Tab. 4.10).
Canalizações

Curvas, ângulos, reuniões e captores devem ser produzidos


com chapa de bitola dois pontos mais espessa que a do duto
correspondente. O raio médio das curvas, deve ter no mínimo
dois diâmetros, cujo comprimento equivalente é no máximo
7,5D (Fig. 4.9 e Tab. 4.10).
Canalizações

As reuniões devem ser projetadas com ângulos de, no máximo


45°, em peças com forma troncônica (Fig. 4.10 e Tab. 4.11). Já
os dutos devem ser apoiados a cada 20-30 diâmetros e
afastados das paredes e dos forros por no mínimo 20 cm para
sua manutenção. Evitar os registros tipo borboleta.
Canalizações

Velocidade do ar nas canalizações

A velocidade do ar nas canalizações de ventilação local exaustora


deve ser suficiente para manter as partículas do contaminante em
suspensão e, ao mesmo tempo, para transportá-las.

A velocidade de flutuação depende do peso especifico do material


(Ym) e de sua granulométria (dm). Assim, o equilíbrio entre o peso do
material e a resistência oposta ao deslocamento do ar pela partícula
nos permite escrever:
Canalizações

Velocidade do ar nas canalizações


Canalizações

Isto é:
Canalizações

Em que:
Dm – é o diâmetro médio das partículas (m);
Du – o diâmetro médio das partículas (um);
Ym – o peso especifico do material (kgf/m³);
Kd – o coeficiente de empuxo, que caracteriza a resistência
oposta pelas partículas ao deslocamento do ar.
Canalizações

A velocidade do material (Cm), depende do peso especifico real


deste, e será da ordem de 10 a 25 m/s. Na prática, é preferível
selecionar diretamente velocidades globais, que garantem
simultaneamente a flutuação e o transporte adequado das
partículas, como as recomendações pela ASHRAE e que
constam na tabela 4.9.
Canalizações
Canalizações

Cálculo de canalizações de exaustão

Nos sistemas de exaustão, a perda de carga nos captores é


dada pela formula:
Canalizações

Cálculo de canalizações de exaustão


Portanto a pressão nos dutos que cria a depressão necessária
para vencer a perda de carga dos captores é a pressão total.
Canalizações

Razão pela qual, uma recuperação da pressão estática


não serviria, para eliminar possíveis desequilíbrios na
aspiração das diversas bocas, como acontece nos
sistemas de insuflamento, onde apenas a pressão estática
é aproveitada para a saída do ar.
Canalizações

A orientação de cálculo dos sistemas de ventilação local


exaustora, consiste em tornar todas as velocidades dos dutos
iguais aquelas indicadas na Tab 4.9. de tal forma que, de acordo
com a figura 4.8, podemos escrever para cada captor:
Canalizações
Canalizações
Canalizações

Ou seja, sendo c1=c2, para obter:


Canalizações

 Devemos necessariamente fazer:


Canalizações

Ou seja, o desejado equilíbrio de pressão entre as diversas


bocas só pode ser obtido compensando-se progressivamente
as perdas de carga nos dutos de exaustão dos diversos
captores, as quais diminuem à proporção que eles se
aproximam do ventilador.
Canalizações

Para facilitar a apropriação das fórmulas da perda de carga, foi


elaborado o diagrama de cálculo a seguir, onde a perda de carga por
unidade de comprimento do conduto é dada em função da vazão e da
velocidade ou do diâmetro. Na realidade, esse diagrama é igual ao
apresentado para o cálculo de condutos de ventilação de uma
maneira geral; apenas se aumentarem os limites das velocidades
para atender as velocidades recomendadas para o caso especifico
das instalações locais exaustora.
Canalizações

O comprimento (l) a considerar no cálculo das perdas de carga


deve ser aquele dos condutos, adicionado dos comprimentos
equivalentes dos acessórios da canalização. São acessórios
normais nas instalações de ventilação local exaustora as
reuniões e curvas, cujas perdas de carga são dadas pela
expressão geral:
Canalizações

Cujos comprimentos equivalentes, conforme vimos, podem ser


tomados como:
Canalizações

Os valores de λ das curvas adotadas nos sistemas de


ventilação local exaustora estão registrados na figura 4.9 e
tabela 4.10.
Canalizações
Canalizações

Conforme tab. 4.11, com a preponderância da vazão do ramal


direto V’, o luxo do ramal em derivação é arrastado,
funcionando o dispositivo como um Venturi. O mesmo
acontecendo com a preponderância da vazão do ramal em
derivação V’’, embora numa proporção menor.
Canalizações
Coletores

Coletores ou separadores são equipamentos utilizados nas


instalações de ventilação local exaustora para separar os
contaminantes do ar que os arrasta. Os coletores se
caracterizam fundamentalmente por sua eficiência ou
rendimento. O rendimento de um coletor consiste na relação
entre o peso do material coletado e o peso total do material
contaminante arrastado pelo ar que por ele circula:
Coletores
Coletores

A eficiência dos coletores depende do tipo, das dimensões, da


granulometria e do peso especifico real do material a ser separado.
Na prática são empregados vários recursos, tais como:

 Gravidade;

 Inércia;

 Centrifugação;

 Umidificação;
Coletores

 absorção;
 adsorção;
 combustão;
 catálise;

 Filtragem;

 Umidificação;

 atração elétrica;
 condensação.
Coletores

Todos os recursos são atualmente usados na separação tanto


de partículas sólidas como de gases e vapores, de acordo com
suas respectivas peculiaridades. Daí os diversos tipos de
coletor existentes; entre os quais podemos citar:

 câmaras gravitacionais;

 câmaras inerciais;

 ciclones;
Coletores

 ciclones associados a ventiladores;

 lavadores de ar;

 torres de borrifadores com enchimento;

 ciclones úmidos;

 rotoclones úmidos;

 separadores úmidos tipo orifício;


Coletores

 filtros de tela, de pano ou de plástico;

 filtros eletrostáticos;

 torres de absorção;

 filtros de tela, de pano ou de plástico;

 filtros eletrostáticos;

 torres de absorção;
Coletores

 eitos de adsorção

 incineradores;

 pós queimadores de chama direta;

 pós queimadores catalíticos;

 condensadores de mistura ou de superfície.

 absorvedores tipo Venturi;


Coletores

 eitos de adsorção

 incineradores;

 pós queimadores de chama direta;

 pós queimadores catalíticos;

 condensadores de mistura ou de superfície.


Câmara gravitacionais

As câmaras gravitacionais são grandes caixas de decantação


natural, onde o ar com o contaminante assume uma velocidade
tão reduzida que as partículas por ele arrastadas têm tempo
para cair no fundo do recipiente por ação da gravidade
unicamente.
Câmara gravitacionais

Na queda das partículas microscópicas, a ação da gravidade é


equilibrada pela resistência oposta pelo ar ao seu
deslocamento:

G=F
Câmara gravitacionais

Atingindo-se em tal situação de equilíbrio uma velocidade c de


queda máxima, que toma o nome de velocidade terminal.

O peso G da partícula, vale:

³
G= (𝛾 − 𝛾 )
Câmara gravitacionais

E a resistência oposta ao deslocamento ou empuxo (F), ao


analisar a velocidade de flutuação dos contaminantes, vale:
Câmara gravitacionais

Na situação de equilíbrio, devemos considerar três regimes de


escoamento, de acordo com o número de Reynolds:

 - Regime laminar, Re < 3;

 - Regime intermediário, 3 < Re < 10³;

 - Regime turbulento, Re > 10³.

 O número de Reynolds vale


Câmara gravitacionais

Na situação de equilíbrio, devemos considerar três regimes de


escoamento, de acordo com o número de Reynolds:
Câmara gravitacionais

Sendo:

v a viscosidade cinemática, em m²/s; e


μ a viscosidade dinâmica, em Ns/m².
Câmara gravitacionais

Sendo:

v a viscosidade cinemática, em m²/s; e


μ a viscosidade dinâmica, em Ns/m².
Câmara gravitacionais

No primeiro caso, quando Re < 3, podemos fazer, segundo


Stokes:
Câmara gravitacionais

De modo que o empuxo seria dado por:


Câmara gravitacionais

Na situação de equilíbrio em que o empuxo é igual ao peso da


partícula, teríamos:
Câmara gravitacionais

E a velocidade terminal no caso seria:


Câmara gravitacionais

No segundo caso, para valores de Re situados entre 3 e 1000,


podemos fazer:
Câmara gravitacionais

De modo que:
Câmara gravitacionais

E a velocidade terminal no caso nos seria dada por:

Isto é:
Câmara gravitacionais

Finalmente, no caso de escoamentos turbulentos, podemos


simplesmente obter Kd=0,44, de modo que obtemos:
Câmara gravitacionais

E a velocidade terminal pode ser calculada a partir da


expressão de equilíbrio:
Câmara gravitacionais

Isto é:
Câmara gravitacionais

Isto é:

Nessas condições, fazendo:


Câmara gravitacionais

Para um movimento laminar:


Câmara gravitacionais

De acordo com o número de Reynolds, essas velocidades só se


verificam para partículas.
Câmara gravitacionais

Para um movimento caracterizado como intermediário,


Câmara gravitacionais

De acordo com os limites do número de Reynolds, essas


velocidades só se verificam para partículas de:
Câmara gravitacionais

De acordo com os limites do número de Reynolds, essas


velocidades só se verificam para partículas de:
Câmara gravitacionais

Para um movimento turbulento:


Câmara gravitacionais

De acordo com o valor-limite do número de Reynolds, essas


velocidades só se verificam para:
Câmara gravitacionais

A tabela 4.12 nos mostra as granulometrias que delimitam o tipo


de escoamento a que estarão sujeitos e que nos permitirá
calcular a velocidade terminal correspondente.
Câmara gravitacionais

O Projeto de uma câmara gravitacional consiste em


dimensioná-la de tal forma que os componentes da velocidade
do ar e de queda das partículas permitam a separação dos
contaminantes; isto é; que se verifique ao longo da caixa a
relação:
Câmara gravitacionais

A solução mais simples consiste em fazer a caixa com seção


quadrada, de modo que:
Câmara gravitacionais

E de tal forma que seu volume será dado por:


Câmara gravitacionais

E de tal forma que seu volume será dado por:

Ou seja, o volume da câmara vai depender da vazão de ar, das


características do contaminante a separar e da velocidade do ar
escolhida.
Câmara inerciais

Nas câmaras inerciais, a separação das partículas é feita


aproveitando-se a maior inércia destas em relação à do ar. Basta uma
rápida mudança na direção do escoamento da massa fluida, que
pode passar de uma velocidade +c para uma velocidade –c. Isso vai
acarretar nas partículas arrastadas uma variação da energia cinética
de até mc², energia essa que apesar de instantânea, é muito superior
aquela em jogo quando uma partícula cai unicamente por ação da
gravidade.
Câmara inerciais

Ainda assim, as câmaras inerciais só se mostram eficiente para


a separação de partículas de maior tamanho (50 a 200 μm), que
garantem uma inércia razoável.

A disposição construtiva das câmaras inerciais varia bastante.


As figuras a seguir dão uma ideia dos modelos mais usados
desse tipo de separador.
Câmara inerciais
Câmara inerciais
Câmara inerciais

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