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Empreendedorismo

A REVOLUÇÃO DO
EMPREENDEDORISMO

• Revolução
• Surgimento
A REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO

INTRODUÇÃO
Como você poderá entender, a seguir, a revolução do empreendedorismo foi capaz
de modificar o cotidiano das pessoas nas áreas tecnológicas, organizacionais, culturais
e sociais. Já imaginou como seria a sociedade atual sem algumas criações, como
telefone, satélite, internet etc.? Por exemplo, grandes descobertas como computadores
e microprocessadoras foram capazes de alavancar o desenvolvimento tecnológico e
transformar, radicalmente, a vida das pessoas.

Na sequência deste material, faremos ainda a análise histórica do surgimento do


empreendedorismo no mundo e no Brasil. Propomos uma viagem que parte da Idade
Média e vai até o século XX. Nesse percurso, destacaremos o papel das principais
instituições que auxiliam os empreendedores brasileiros.

Esperamos que você seja capaz de perceber que o espírito empreendedor está presente
na sociedade há bem mais tempo do que podíamos imaginar.

Bom estudo!

OBJETIVO
• Apresentar o surgimento do empreendedorismo e seu contexto no Brasil

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1.1 REVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO
Você já deve ter ouvido várias vezes as palavras “revolução”, “transformação” e “inovação”,
não é mesmo? Essas expressões reforçam bem as mudanças ocorridas no processo de
desenvolvimento do empreendedorismo.

Segundo Alencar (1986), como a inovação exige o desenvolvimento da criatividade,


pode-se aduzir que ela serve também para a solução de problemas organizacionais.
Inovar significa, como o próprio termo sugere, introduzir novidade, concebendo-se a
inovação organizacional como um processo de introduzir, adotar, implementar uma
nova idéia em algo concreto (ALENCAR, 1996, p. 15).

O sentimento da revolução do empreendedorismo pode ser percebido na obra “A Teoria


do Desenvolvimento Econômico”, escrita por Joseph Schumpeter, em 1911, e reeditada
posteriormente. Segundo o autor, o empreendedor inovador é capaz de provocar um
desequilíbrio dinâmico que leva à prática de uma economia sadia.

A palavra empreendedor vem do francês “entrepneuer” e quer dizer aquele que assume
riscos e começa algo novo. Foi utilizado pela primeira vez pelo economista francês Jean
Baptist Say, para distinguir o indivíduo que consegue transferir recursos econômicos
de um setor com baixa produtividade para um setor com alta produtividade e maiores
rendimentos. (DRUCKER, 1987).

A dinâmica empreendedora reflete a busca da mudança pelo empreendedor que, por


sua vez, tem a capacidade de reagir às novidades para transformá-las em oportunidades.
A partir da transformação de grandes ideias é possível perceber o surgimento de
grandes invenções tecnológicas, sociais, culturais, políticas. Você se lembra de alguma?
Por exemplo, o telefone fixo criado em 1911 por Graham Bell foi um marco nas
telecomunicações. E os celulares, então? Até pouco tempo atrás não estavam disponíveis
no mercado.

CURIOSIDADE:
Você sabia que os aparelhos de telefonia móvel começaram a ser vendidos no
mercado americano no início dos anos 1980 e no Brasil nos anos 1990?

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Figura 1 – O escocês Alexander Graham Bell (1847-1922) é considerado o inventor do telefone.
Fonte: Commons (2005).

SAIBA MAIS:

No site da revista “Super Interessante”, você encontra as 20 grandes invenções


e avanços tecnológicos do século XX. Acesse o link <http://super.abril.com.br/
galerias-fotos/veja-20-grandes-invencoes-avancos-tecnologicos-seculo-xx-695628.
shtml> e descubra quais são.

As mudanças nas teorias administrativas foram importantes no século XX, pois abriram
caminhos para o estabelecimento do empreendedorismo. Escrivão Filho (1995 apud
DORNELAS, 2012) traça a evolução das teorias administrativas. Na análise proposta pelo
autor, os movimentos voltados à forma de gerenciamento das empresas se ajustaram
conforme a necessidade de cada época.

Segundo Dornelas (2005), empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos


que, juntos, transformam as ideias em oportunidades e colocando em prática estas
oportunidades tem-se o possível e desejado negócio de sucesso. Dessa forma, temos

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que empreendedorismo é colocar uma ideia em prática e dessa implementação ter um
resultado de sucesso.

No início do século XX, por volta de 1900 a 1920, o foco era a gerência administrativa. Mais
tarde, nos anos 1930, passou a ser os processos. Entre as décadas de 1940 e 1960, passou
pela gerência por objetivos e pelo planejamento estratégico. Já nos anos de 1970, o ponto
central era a competitividade. Atualmente, as atenções foram direcionadas para as ações
desempenhadas pelo empreendedor como agente gerador de riqueza para a sociedade.

Os avanços ocorridos em diversos setores implicaram na forma de administrar os


negócios e de gerenciar os processos, além de demandar mais empreendedores. Daí a
necessidade de formalizar e padronizar os conhecimentos desses agentes que, até então,
ficavam perdidos no tempo.

Nesse sentido, o estudo do empreendedorismo passou a ser fundamental para entender


as mudanças nos arranjos gerenciais, comerciais, culturais, trabalhistas, entre outros, que
ocorreram a partir das inovações tecnológicas e da globalização.

Você percebeu como foi importante o papel revolucionário do empreendedorismo?


Agora, vamos viajar no tempo e demarcar o contexto histórico do surgimento do
empreendedorismo no mundo e no Brasil. Prossiga!

1.2 ANÁLISE HISTÓRICA DO SURGIMENTO DO EMPREENDEDORISMO


Vamos entrar na máquina do tempo e retomar alguns fatos importantes que marcaram
o surgimento do empreendedorismo no mundo e no nosso País. Para isso, adotaremos
a linha de tempo proposta por Dornelas (2012). Mas, antes, cabe destacar o conceito
de empreendedor proposto por ele. Empreendedor (entrepreneur), palavra de origem
francesa, significa “aquele que assume riscos e começa algo novo”.

1.2.1 Contexto Mundial


Conforme Dornelas (2012), o termo “empreendedorismo” foi utilizado pela primeira vez
por Marco Polo. Os relatos demonstram que Marco Polo, ao definir uma rota comercial
para o Oriente, mostrou-se um grande empreendedor. O explorador veneziano acordou

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um contrato comercial com um capitalista (homem que possuía recursos financeiros)
para vender as mercadorias deste. Naquele tempo, o capitalista assumia os riscos passivos
(perder o dinheiro e as mercadorias) e o empreendedor os ativos (físicos e emocionais).
Veja que Marco Polo assumiu o risco e começou algo novo, características típicas do
empreendedor, concorda?

Vamos começar a nossa linha do tempo pela Idade Média. Nesse período, o empreendedor
era considerado aquela pessoa que gerenciava grandes projetos de produção. Os riscos
assumidos por ele eram moderados, pois adotava a tática de gerenciar os projetos com
os recursos disponíveis, os quais, na maioria das vezes, vinham do governo nacional.

No século XVII, o empreendedor adotou uma nova postura e assinava contratos de


prestador de serviços ou de fornecedor de mercadorias com o governo da nação. Ele
passou a receber os bônus e os ônus do negócio, ou seja, lucros ou prejuízos eram
contabilizados em sua conta. Nessa época, conforme Dornelas (2012), o escritor e
economista Richard Cantillon estabeleceu a diferença entre empreendedor e capitalista.
De acordo com a sua concepção, o empreendedor era “aquele que assume riscos” e o
capitalista “aquele que fornece o capital”.

Prosseguindo a nossa viagem, no século XVIII consolidou-se a diferença entre


empreendedor e capitalista, principalmente, como resultado do processo de
industrialização que pairava no mundo.

Para fecharmos a nossa linha do tempo, finalizamos nosso passeio empreendedor nos
séculos XIX e XX. No período de transição entre esses dois séculos, o empreendedor
começou a ser confundido com os gerentes ou os administradores, devido ao enfoque
econômico utilizado nas análises a respeito dessas atividades. O empreendedor passou
a ser entendido como aquele que organiza a empresa, paga os funcionários, planeja,
dirige e controla as atividades organizacionais, fazendo tudo isso a serviço do capitalista.
Hoje em dia, algumas pessoas ainda têm esta visão distorcida, mas não é bem assim.

Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter


o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O
empreendedor tem algo mais, algumas características e atitudes que o diferenciam
do administrador. (DORNELAS, 2012, p. 20-21).

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Cabe ressaltar algumas características típicas do empreendedor, tais como: novas ideias,
formar equipes, assumir riscos, alocar recursos, ser facilitador etc.

Observe, na figura a seguir, um resumo da linha histórica do surgimento do


empreendedorismo.

EMPREENDEDOR
Séculos
Idade Média Século XVII Século XVIII
XVIII e XX

Gerenciar projetos Contratos com governo Empreendedor Empreendedor


Riscos moderados Assumir riscos ≠ X
Recursos disponíveis Lucros e prejuízos Capitalista Administrador

Figura 2 – Linha histórica do surgimento do empreendedorismo.


Fonte: Elaborada pela autora (2014).

Depois de estudar o contexto do empreendedorismo no mundo, aprenda, em seguida, o


contexto no Brasil. Continue a leitura!

1.2.2 Contexto Brasileiro


No Brasil, o empreendedorismo ganhou forças nos anos 1990, com o apoio de instituições
como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Associação
para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex).

O Sebrae estimula o empreendedorismo desde 1972 com ações de capacitação e de


promoção do desenvolvimento de micro e pequenas empresas.

Já a Softex foi criada nos anos 1990 com o objetivo de lançar um conjunto de políticas
governamentais voltado para a área de informática. A associação adota “iniciativas de apoio,
desenvolvimento, promoção e fomento”, a fim de estimular a indústria nacional no setor de
software e de serviços de tecnologia da informação. A entidade dispõe ainda de um setor
específico para alavancar estratégias direcionadas para a inovação e o empreendedorismo.

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SAIBA MAIS:

Se você desejar aprofundar seus conhecimentos, acesse as páginas dessas


entidades na internet: <www.sebrae.com.br> e <www.softex.br>. Você
encontrará muitos assuntos interessantes e conhecerá ainda mais os caminhos do
empreendedorismo brasileiro.

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CONCLUSÃO

Você aprendeu o conceito de empreendedor, como aquele que assume riscos e começa
algo novo, e estudou a trajetória do empreendedorismo no mundo. Como pôde perceber,
a revolução do empreendedorismo proporcionou mudanças nas teorias administrativas
no século XX.

Com a análise do surgimento do empreendedorismo, foi possível notar também que o


modo de participação do empreendedor no mercado foi alterado ao longo dos anos.
Ele saiu de um papel de gerenciador de projetos na Idade Média para uma atuação mais
efetiva de gerador de riqueza na atualidade.

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REFERÊNCIAS

ALENCAR, Eunice Soriano de. A gerência da criatividade: abrindo as janelas para a


criatividade pessoal e nas organizações. São Paulo: Makron Books, 1996.

DORNELAS, José. Empreendedorismo: Transformando ideias em negócios. ed. 4.Rio


de Janeiro: Elsevier, 2005.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2012.

DRUCKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor - Entrepreneuship. São Paulo:


Editora Pioneira. 1987

ESCRIVÃO FILHO, E. A natureza do trabalho do executivo. Tese de doutorado. UFSC,


Florianópolis, 1995. In: DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias
em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural,


1997.

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CRÉDITOS
IEL – INSTITUTO EUVALDO LODI DO PARANÁ
José Antônio Fares
Superintendente

FACULDADE DA INDÚSTRIA
Eduardo Vaz da Costa Junior
Diretor Geral

NEAD – NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Raphael Hardy Fioravanti
Coordenador do NEaD FIEP

Paulo Henrique Cayres


Coordenador do NEaD da Faculdade da Indústria

EQUIPE DE ELABORAÇÃO TÉCNICA
Paulo Henrique Cayres
Gestor do Projeto

Hilde Silvana Pontes


Acompanhamento Pedagógico

Alcione Mazur
Acompanhamento Pedagógico

Ricardo Luiz Freire de Menezes Junior


Projeto de Design Gráfico

FabriCO
Produção Midiática

Marluza Gomes Coutinho


Conteúdo

Nayara Guetten Ribaski


Revisão Técnica

Osnei Francisco Alves


Revisão de Conteúdo

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