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CONHECIMENTO
CIENTÍFICO
INTRODUÇÃO
Existem diferentes maneiras de
conhecer um fato,
consequentemente, há diversas
formas de descrever ou explicar um
fenômeno. Se alguém, ao acabar
de tomar um banho, for inquirido
sobre a temperatura da água, ele
poderá certamente responder se a
água está fria ou quente. A que tipo
de conhecimento ele recorreu para
dar essa resposta? A simples
experiência. O contato táctil com a
água permite que se possa afirmar,
com nível máximo de certeza, se a
água está fria ou quente.
Por outro lado, outra pessoa que tenha
conhecimento básico de Física pode
também ter acesso a esse fato, recorrendo
a outro tipo de conhecimento. Se ela for
informada de que a água está sob a
temperatura de 8°C, poderá afirmar, com
a mesma certeza do sujeito anterior, que a
água está fria. Ela não necessitou da
experiência do contato com água para
afirmar isso. Recorreu a um conhecimento
científico.
Tanto o conhecimento geral, fornecido pela experiência,
denominado mais frequentemente “conhecimento do
senso comum”, como o “conhecimento científico” são
formas verdadeiras de conhecimento. Há quem só
considere verdadeiro o conhecimento fornecido pela
ciência - desprezando tudo que seja originado da
experiência sensível - por defender ser, o último tipo de
conhecimento, fruto da análise metódica e objetiva de
um fato. Quem pensa assim dificilmente saberia explicar
por que um simples agricultor, sem conhecimento
científico, é capaz de prever o tempo de colheita de um
produto por ele plantado. Na verdade, o que diferencia o
conhecimento do senso comum do conhecimento
científico não é o maior ou menor nível de veracidade de
um deles, mas a maneira como cada um desses
conhecimentos é desenvolvido e seu maior ou menor
nível de verificabilidade, aplicabilidade e generalidade.
Verificabilidade: aquilo que pode ser
validado, necessitando, algumas
vezes, que seja também verificado,
identificado como real.
Científico Filosófico
Teológico
a) conhecimento popular, semelhante ao que foi
descrito antes a respeito da experiência táctil com a
água;
b) conhecimento científico, correspondente ao
conhecimento da temperatura da água através da
informação, já exemplificado;
c) conhecimento filosófico, concebido como um
conhecimento que, apesar de partir da experiência
e ser valorativo - tal qual o conhecimento popular -
é sistemático e se utiliza dos enunciados da lógica
para chegar à “verdade” ;
d) conhecimento religioso, que nem se apoia na
experiência sensível, nem no estudo sistemático, e,
sim, é o conhecimento revelado pela fé no
sobrenatural.
Muitas outras subdivisões são fornecidas por
diferenciados autores, todavia é em Zilles
(1995) que podemos observar uma
concepção gradual dos tipos de
conhecimento. Ele propõe, portanto, a
seguinte divisão:
a) conhecimento ordinário;
b) conhecimento mítico;
c) conhecimento filosófico;
d)conhecimento da fé;
e)conhecimento científico.
O conhecimento ordinário, ou comum, é descrito
como aquele adquirido a partir da experiência
social, condicionado aos valores e crenças (e
proibições) da vida em sociedade. Não é um saber
necessariamente desvinculado do científico.
Dependendo do sujeito e das condições sociais, o
saber ordinário pode estar influenciado pela filosofia,
pela ciência ou pela religião (ZILLES, 1995).
Enquanto o conhecimento ordinário é visto como
não científico e destituído de comprovação, o
conhecimento mítico estaria num nível diferente:
não é considerado como fundamentado na lógica
ou na razão, pois é destituído de possibilidade de
comprovação; por outro lado, não se pode
considerá-lo falso.
Para Zilles (1995), a ciência acostumou-se a ver o
conhecimento mítico como algo irreal, simplesmente
por não ter instrumento capaz de controlá-lo e
apreendê-lo:
a) bibliográfica;
b) experimental;
c) de campo;
d) estudo de caso.
A pesquisa bibliográfica consiste num tipo de estudo
em que a busca de informações a respeito do
objeto investigado se dá principalmente, ou
Catalogação:
exclusivamente, com descrição
base em sistemática
referencial teórico,
de um
em leituras material bibliográfico
de trabalhos aprofundados com a o tema
sobre
abordado. finalidade
Para de orientação
o estudo para uma deve-se
bibliográfico,
fácil série
utilizar uma identificação
ordenada ederecuperação
técnicas de estudo,
futura. e levantamento de informação. Em
catalogação
geral, no interior de qualquer trabalho científico, é
feita uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, como
uma das etapas da pesquisa, em geral denominada
“fase de revisão bibliográfica”; nesse caso, a
pesquisa bibliográfica seria algo complementar à
pesquisa propriamente dita.
Quanto à pesquisa experimental, como o próprio nome
sugere, trata-se da manipulação de um determinado
fenômeno, pondo-o à prova, para confirmar ou refutar
uma hipótese a respeito desse fenômeno. Esse tipo de
pesquisa pode ser realizado no campo - ocorrendo
geralmente como um procedimento no interior de uma
pesquisa de campo - ou num laboratório – mais utilizado
nas pesquisas em ciências naturais. Para a realização de
uma pesquisa experimental, o pesquisador deve dominar,
também, uma série de técnicas específicas; por exemplo,
no laboratório, deve-se aprender como “fazer a leitura”
de uma célula através do microscópio; no campo,
devem-se dominar as técnicas na manipulação de
determinado instrumento para coleta dos dados, como
por exemplo, a aplicação de um teste de leitura com um
determinado sujeito de pesquisa.
A pesquisa de campo consiste na observação de
fatos e fenômenos em situação natural, ou seja, o
pesquisador dirige-se ao “campo” em que tal
fenômeno ocorre e procede a uma observação
sistemática de como um sujeito, um grupo, uma
comunidade, entre outros, se comporta. Após
coletar esses dados, o pesquisador partirá para a
análise dos achados da pesquisa, com base numa
fundamentação teórica e, buscando confirmar ou
refutar uma hipótese a respeito daquele
fenômeno, pode ainda apresentar explicações
que visam a ampliar o conhecimento geral sobre
aquele objeto de estudo.
O tipo de pesquisa denominado estudo de caso tem
como objetivo, geralmente, a explicação do
“porquê” e do “como” ocorre determinado
fenômeno. Para isso recorre-se à análise de uma
unidade bem definida - podendo ser uma pessoa,
um grupo, uma entidade - buscando analisar esta
unidade, em sua particularidade, de forma
aprofundada, mas tendo em vista a possibilidade de
generalizar esses achados particulares para um
universo mais amplo; tudo isso objetivando ampliar o
conhecimento geral sobre determinado fenômeno.
Uma das ciências que costuma usar amplamente o
estudo de caso é a Medicina. Por exemplo, ao
estudar profundamente os efeitos de um
determinado medicamento sobre um indivíduo
específico, procuram-se ampliar esses achados para
toda uma população que faz uso desse mesmo
medicamento, visando a objetivos variados:
definição de medidas preventivas, alteração das
substâncias do medicamento, entre outros. Quando
é utilizada mais de uma unidade, evidenciando as
características semelhantes ou diferentes entre elas,
denomina-se este estudo de estudo comparado.
Enquadrar uma determinada pesquisa num
desses tipos exige muito cuidado, pois o que
define uma pesquisa como bibliográfica, de
campo, experimental ou estudo de caso não
seria a ocorrência contingencial de um desses
procedimentos. Em geral, uma pesquisa científica
pode conter todos esses elementos juntos (a
pesquisa bibliográfica, por exemplo, constitui-se
como elemento necessário a toda pesquisa
científica), ou alguns deles; com efeito, o que
caracteriza uma pesquisa como sendo de um
desses tipos é a predominância de um ou mais
desses procedimentos acima descritos.
ATIVIDADE
Pesquise um artigo científico sobre um
tema que seja de seu interesse e, a partir
da leitura deste, responda as questões a
seguir:
a) Qual o tema do texto?
b) Quais os procedimentos o pesquisador
utilizou em sua investigação?
c) Qual o tipo de pesquisa?
CONCLUSÃO
Uma vez que a intenção central do estudo científico, em
qualquer campo de pesquisa, é a produção de
conhecimentos, nesta nossa primeira aula definimos os
tipos possíveis de conhecimento e enfatizamos as
características do conhecimento científico. Em
decorrência dessa compreensão, fizemos uma breve
discussão a respeito do que caracteriza uma pesquisa
científica, objeto de estudo da nossa disciplina, e como ela
pode ser classificada quanto ao campo de pesquisa. No
interior desses campos, situamos a ciência da linguagem
como uma ciência fundamentalmente social e humana.
Apresentamos, por fim, uma classificação simplificada dos
tipos de pesquisa mais comuns realizadas tanto pelas
ciências formais como pelas factuais.