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ROTEIRO DE DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO

VIGA BIAPOIADA

1) Calcular e detalhar a seção transversal mais solicitada da viga central V101 da


estrutura abaixo, ilustrada pelas Figuras 1 e 2, que tem largura de 25 cm. Considerar
sobre a viga uma parede de um tijolo de espessura de 25 cm (tijolo maciço). Empregar
como sobrecarga permanente 1,5 kN/m² (já incluindo o revestimento de piso e
argamassa inferior à laje), e, como carga acidental, 4 kN/m². Utilizar laje pré-moldada
β16 (h = 16 cm), simplesmente apoiada e de classe 27, com armadura longitudinal
As = 3,615 cm² (CA-60).

Dados: fck = 20 MPa; aço CA-50; cobrimento da viga igual a 3 cm (classe de


agressividade ambiental II); altura da parede igual a 3 m; pilares de 40 cm x 25 cm;
γconc = 25 kN/m³; γalv = 18 kN/m³; brita 2 (dmáx = 2,5 cm).

Figura 1: Planta de fôrma.


Figura 2: Corte AA.

PASSO 1: Estimativa da altura da viga e da altura útil

A viga V101 será calculada como uma viga biapoiada e como um elemento isolado da
estrutura, ou seja, sem a consideração exata da influência da ligação entre os pilares e a
viga, conforme ilustrado pela Figura 3. Essa influência será estimada através do
momento de ligação em cálculos futuros. Uma outra forma de análise poderia ser feita
considerando um engastamento elástico entre a viga V101 e os pilares extremos para a
contabilização dos momentos fletores existentes entre os dois elementos, necessitando
calcular a rigidez de mola nos engastes elásticos, como ilustrado pela Figura 4. Uma
outra forma possível de cálculo seria considerar a estrutura como um pórtico plano,
ilustrado pela Figura 5, havendo uma completa interação com as demais vigas, VC101 e
VB101, e com os pilares de apoio, P3 e P4. A consideração de pórtico espacial
resultaria em uma interação completa entre toda a estrutura, conforme ilustrado pela
Figura 6, o que só é possível com a utilização de programas comerciais de cálculo
estrutural.
Figura 3: Viga biapoiada.

Figura 4: Viga com engastes elásticos.

Figura 5: Pórtico plano.


Figura 6: Pórtico espacial.

A altura das vigas depende de diversos fatores como o vão, o carregamento e a


resistência do concreto. A altura deve ser suficiente para proporcionar resistência
mecânica e baixa deformabilidade (flecha). Uma indicação prática para a estimativa da
altura das vigas de concreto armado é dividir o vão efetivo por doze, isto é:

𝑙
ℎ=
12
Porém, para a determinação do vão efetivo da viga é necessário conhecer a sua altura.
Sendo assim, o vão efetivo será considerado inicialmente como o comprimento dado a
seguir, ilustrado pela Figura 7:

Figura 7: Vão efetivo inicial.


𝑏 , 𝑏 ,
𝑙 =𝑙 + +
2 2
Para a viga em análise, tem-se:

𝑙 = 790 + 25 + 25 − 40 − 40 = 760 𝑐𝑚

40 40
𝑙 , = 760 + + = 800 𝑐𝑚
2 2
A altura estimada por processos práticos resulta em:

800
ℎ= = 66,7 𝑐𝑚
12
ℎ = 70 𝑐𝑚

A altura das vigas deve ser preferencialmente modulada de 5 em 5 cm, ou de 10 em


10 cm. A altura mínima indicada é de 25 cm.

De modo geral, a preferência dos engenheiros e arquitetos é de que as vigas fiquem


embutidas nas paredes de vedação, de tal forma que não possam ser percebidas
visualmente. Para que isso ocorra, a largura das vigas deve ser escolhida em função da
espessura final da parede, a qual depende basicamente das dimensões e da posição de
assentamento das unidades de alvenaria, conforme ilustrado pelas Figuras 8 e 9. Deve
também ser considerada a espessura da argamassa de revestimento nos dois lados da
parede. O revestimento de argamassa tem usualmente a espessura de 1,5 cm a 2,0 cm.

Figura 8: Unidade de alvenaria.


Figura 9: Forma de assentamento de unidade de alvenaria.

Para o exemplo em questão, a largura da viga já foi determinada em 25 cm. Porém, para
os casos em que não há a determinação da mesma, antes de se definir a largura da viga,
é necessário definir o tipo e as dimensões da unidade de alvenaria, levando-se em
consideração a posição em que a unidade será assentada.

No caso de construções de pequeno porte é interessante escolher a largura das vigas


igual à largura da parede sem os revestimentos, ou seja, igual à dimensão da unidade
que resulta na largura da parede.

A altura útil d da viga corresponde à distância entre o bordo externo mais comprimido
da viga e o centro de gravidade da armadura longitudinal, conforme ilustrado pela
Figura 10 (supondo viga submetida a momento fletor positivo).

Figura 10: Altura útil.


Para a estimativa da altura útil, pode-se proceder de duas formas:

1) Estimando as bitolas das armaduras a serem utilizadas no detalhamento final da


armadura longitudinal e transversal (estribos):

Supondo que a armadura longitudinal ocupe apenas 1 camada na seção transversal da


viga, conforme ilustrado nas Figuras 11 e 12, tem-se o seguinte esquema:

Figura 11: Altura da viga e altura útil.

Figura 12: Detalhe das armaduras e cobrimento nominal.

𝛷
𝑑 =ℎ−𝑐 −𝛷 −
2
Adotando que, no detalhamento final, as armaduras escolhidas resultem nos seguintes
diâmetros:

- Estribo: 5,0 mm;

- Armadura longitudinal: 10,0 mm

1
𝑑 = 70 − 3 − 0,5 − = 66 𝑐𝑚
2
2) Adotando uma relação entre a altura da viga e a altura útil resultante, sem precisar o
centro de gravidade das barras:

Essa relação tende a considerar uma altura hipotética para o centro de gravidade das
barras da armadura longitudinal, não determinando quantas camadas serão ocupadas
pelas mesmas, conforme ilustrado na Figura 13.

Figura 13: Altura da viga e altura útil hipotética.

𝑑 = 0,9 ∗ ℎ

Para a viga em questão, tem-se:

𝑑 = 0,9 ∗ 70 = 63 𝑐𝑚

Qualquer que seja o método escolhido para estimar a altura útil há a necessidade futura
de efetuar a verificação da altura útil adotada com a altura útil real da viga. Deve-se ter
a seguinte relação, representada pela Figura 14:

Figura 14: Relação correta entre altura útil real e adotada.


𝑑 ≥𝑑

Deve-se lembrar de que o cálculo da área de aço depende do valor da altura útil:

𝑀
𝐴 =
(𝐾𝑍) ∗ 𝑑 ∗ 𝑓

Conclui-se que quanto maior a altura útil, menor a área de aço necessária. Se a altura
útil real for maior que a adotada, a seção transversal precisará de menos aço em relação
ao quantitativo calculado. Ou seja, haverá mais aço que o necessário, garantindo a
segurança da peça. Mas se a altura útil real for menor que a adotada, conforme ilustrado
pela Figura 15, a viga terá sido detalhada para uma quantidade de aço insuficiente,
prejudicando a sua segurança estrutural.

Figura 15: Relação incorreta entre altura útil real e adotada.

Para a resolução do exemplo, adotar-se-á para a altura útil o valor de:

𝑑 = 66 𝑐𝑚

PASSO 2: Vão efetivo

Uma vez determinada a altura estimada da viga, pode-se proceder ao cálculo do vão
efetivo real a ser considerado na análise estrutural e dimensionamento do elemento. O
vão efetivo real, ilustrado pela Figura 16, é dado por:
Figura 16: Vão efetivo real.

𝑙 =𝑙 +𝑎 +𝑎

Com:
𝑡 𝑡
𝑎 ≤ 2 𝑒 𝑎 ≤ 2
0,3 ℎ 0,3 ℎ

Para a viga em questão, tem-se:

40 40
𝑎 ≤ = 20 𝑐𝑚 𝑒 𝑎 ≤ = 20 𝑐𝑚
2 2
0,3 ∗ 70 = 21 𝑐𝑚 0,3 ∗ 70 = 21 𝑐𝑚

Portanto:

𝑎 = 𝑎 = 20 𝑐𝑚

𝑙 = 760 + 20 + 20 = 800 𝑐𝑚

PASSO 3: Instabilidade lateral

Para as vigas de concreto armado, a segurança à instabilidade lateral (flambagem


lateral), ilustrada pela Figura 17, estará verificada quando a largura da viga apresentar o
maior dos seguintes valores:

Figura 17: Flambagem lateral.


𝑙
𝑏≥ 50
0,4 ∗ ℎ

Caso a viga apresente laje apoiada em toda a sua extensão, conforme ilustrado pela
Figura 18, a estabilidade lateral estará garantida automaticamente, pois toda a extensão
do elemento estará travada à ocorrência da flambagem lateral.

Figura 18: Viga travada por laje em toda a sua extensão.

Para a viga em questão, tem-se:

760
𝑏≥ = 15,2 𝑐𝑚 → 𝑏 ≥ 28 𝑐𝑚
50
0,4 ∗ 70 = 28 𝑐𝑚

Como:

𝑏 = 25 𝑐𝑚 < 𝑏 á = 28 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

Porém, como a viga V101 apresenta laje em toda a sua extensão, a segurança quanto à
instabilidade lateral está verificada.

PASSO 4: Carregamentos

Com o valor inicial adotado para a altura da viga, determinam-se as ações na laje e na
viga.

* Cargas na laje: distribuída por área

 Peso próprio da laje: 𝑔 = 1,61 𝑘𝑁/𝑚² (tabelado)


 Sobrecarga permanente: 𝑔 = 1,5 𝑘𝑁/𝑚²
 Acidental: 𝑞 = 4,0 𝑘𝑁/𝑚²
 Carga total: 𝑝 = 1,61 + 1,5 + 4,0 = 7,11 𝑘𝑁/𝑚²

* Cargas na viga: distribuída uniformemente de forma linear

 Parede: 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝛾 = 0,25𝑚 ∗ 3𝑚 ∗ 18 = 13,5 𝑘𝑁/𝑚


 Peso próprio: 𝑔 = 𝑏 ∗ ℎ ∗ 𝛾 = 0,25𝑚 ∗ 0,7𝑚 ∗ 25 = 4,38 𝑘𝑁/𝑚
∗ , ∗( , , , )
 Reação Laje 1: = = 14,22 𝑘𝑁/𝑚
∗ , ∗( , , , )
 Reação Laje 2: = = 17,78 𝑘𝑁/𝑚
 Carga total: 𝑝 = 13,5 + 4,38 + 14,22 + 17,78 = 49,88 𝑘𝑁/𝑚

PASSO 5: Esquema estático

Para a realização do cálculo dos esforços solicitantes, adotar-se-á o esquema composto


por uma viga simplesmente apoiada nos apoios extremos (viga biapoiada), submetida a
um carregamento uniformemente distribuído ao longo do vão efetivo determinado,
conforme ilustrado pela Figura 19.

Figura 19: Esquema estático: viga biapoiada.

A norma considera que a influência da flexão das vigas com os pilares extremos seja
obrigatoriamente considerada para o cálculo de vigas isoladas. Isto é realizado através
da adoção do esquema estático composto por viga engastada em apoio elástico extremo,
conforme ilustrado pela Figura 20.

Figura 20: Esquema estático: viga com engastes elásticos.


Para a adoção de vigas simplesmente apoiadas, a influência da ligação viga-pilar poderá
ser calculada por método simplificado sem a adoção dos engastes elásticos, os quais
demandariam do cálculo da rigidez de mola.

Para a viga V101 do exercício, o esquema estático considerado corresponde ao esquema


ilustrado pela Figura 19.

PASSO 6: Análise estrutural

Para a viga biapoiada, o momento máximo positivo é estabelecido no meio do vão


efetivo e tem o seguinte valor, conforme diagrama de momento fletor ilustrado pela
Figura 21:

𝑝∗𝑙 49,88 ∗ 8
𝑀 á = = = 399,04 𝑘𝑁𝑚
8 8

Figura 21: Diagrama de momento fletor.

O momento negativo resultante da ligação viga-pilar será calculado no PASSO 24.

Para a viga biapoiada, o valor do cortante máximo é estabelecido nos apoios e tem o
seguinte valor, conforme diagrama de esforço normal ilustrado pela Figura 22:

𝑝 ∗ 𝑙 49,88 ∗ 8
𝑄= = = 199,52 𝑘𝑁
2 2

Figura 22: Diagrama de esforço normal.


PASSO 7: Altura útil mínima

Uma vez determinado o máximo momento fletor atuante na viga, procede-se com o
cálculo da altura útil mínima que a viga deve ter para resistir ao momento solicitante.

𝑑 ≥𝑑 í

Para o cálculo da altura útil mínima, adota-se que a estrutura estará trabalhando no final
do domínio de deformação 3, conhecido como domínio limite 3,4. Isso garantirá que a
viga terá comportamento dúctil, ou seja, maior aproveitamento dos materiais aço-
concreto, com deformação excessiva. Nesse domínio, a ruptura da peça é caracterizada
pelo esmagamento do concreto comprimido e escoamento da armadura longitudinal
tracionada.

No limite entre o domínio 3 e domínio 4, a viga terá os seguintes parâmetros de


deformação:

* Deformação de escoamento do aço CA-50: 𝜀 = 2,07 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑙

* Deformação de esmagamento do concreto: 𝜀 = 3,5 𝑝𝑜𝑟 𝑚𝑖𝑙

* Parâmetro de deformação:

𝜀 3,5
𝜀= = = 0,6284
𝜀 +𝜀 3,5 + 2,07

Os valores de cálculo para esforço solicitante e resistência à compressão do concreto


são:

* Momento de cálculo: 𝑀 = 1,4 ∗ 𝑀 á = 1,4 ∗ 399,04 = 558,66 𝑘𝑁𝑚


/ ²
* Resistência de cálculo: 𝑓 = ,
= ,
= 14285,71 𝑘𝑁/𝑚²

Para a viga em questão a altura útil mínima deverá ser de:

𝑀
𝑑 í =
𝑏 ∗ 𝑓 ∗ (0,68 ∗ 𝜀 − 0,272 ∗ 𝜀 )

558,66
𝑑 í =
0,25 ∗ 14285,71 ∗ (0,68 ∗ 0,6284 − 0,272 ∗ 0,6284 )

𝑑 í = 0,70 𝑚 = 70 𝑐𝑚

Tem-se que:

𝑑 = 66 𝑐𝑚 < 𝑑 í = 70 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾
Será necessário definir uma nova altura para a viga e refazer todos os procedimentos
para que a altura útil adotada se torne maior ou igual à altura útil mínima.

Apenas como curiosidade e para servir como um norteador para a adoção de uma nova
altura útil, o roteiro prosseguirá o cálculo da área de aço correspondente ao momento de
cálculo de valor 558,66 kNm adotando a altura útil mínima de 70 cm. O intuito é
verificar quantas barras de aço seriam necessárias para resistir a esse momento de
cálculo, a fim de perceber se as barras caberiam em uma única camada na seção
transversal, como suposto.

* KMD

𝑀 558,66
𝐾𝑀𝐷 = = = 0,3192
𝑏 ∗𝑑 ∗𝑓 0,25 ∗ (0,7 ) ∗ 14285,71

Pela tabela, retiram-se os seguintes valores:

𝐾𝑀𝐷 = 0,3200; 𝐾𝑍 = 0,7485; 𝜀 = 3,5000; 𝜀 = 2,0672

Observa-se que a deformação do aço é menor que a deformação de escoamento.


Portanto, conclui-se que a peça está no domínio 4, o que não é desejável.

𝜀 = 2,0672 < 𝜀 = 2,0700 → 𝐷𝑂𝑀Í𝑁𝐼𝑂 4 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

𝑓 <𝑓 = 500 𝑀𝑃𝑎

O resultado mostra a necessidade de considerar um outro valor para a altura útil da


estrutura, o que provocará uma alteração na altura final da viga, alterando o valor dos
carregamentos. Não será possível a adoção da altura útil de 70 cm porque a viga estará
no domínio 4.

Porém, supondo que a tensão na barra de aço seja a de escoamento, 500 MPa, calcula-se
a área de aço necessária:

* As

𝑀 558,66
𝐴 = = = 24,52 𝑐𝑚²
(𝐾𝑍) ∗ 𝑑 ∗ 𝑓 50
0,7485 ∗ 0,7 ∗
1,15
* Número de barras:

Adotando a barra de 10,0 mm, tem-se:

𝜋∗∅ 𝜋∗1
1 ∅10,0 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 0,7854 𝑐𝑚²
4 4
𝐴 24,52
𝑛= = = 31,22 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 32 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 0,7854

Conclui-se que a área de aço resultante ocuparia várias camadas na seção transversal,
mesmo para um novo valor de altura útil a ser adotado.

Recalculando:

* PASSO 1:

Para dar continuidade ao roteiro, adotar-se-ão os seguintes novos valores:

ℎ = 90 𝑐𝑚

𝑑 = 0,9 ∗ ℎ = 0,9 ∗ 90 = 81 𝑐𝑚

* PASSO 2:

40 40
𝑎 ≤ = 20 𝑐𝑚 𝑒 𝑎 ≤ = 20 𝑐𝑚
2 2
0,3 ∗ 90 = 27 𝑐𝑚 0,3 ∗ 90 = 27 𝑐𝑚

𝑎 = 𝑎 = 20 𝑐𝑚

𝑙 = 760 + 20 + 20 = 800 𝑐𝑚

* PASSO 3:

760
𝑏 ≥ 50 = 15,2 𝑐𝑚 → 𝑏 ≥ 36 𝑐𝑚
0,4 ∗ 90 = 36 𝑐𝑚

𝑏 = 25 𝑐𝑚 < 𝑏 á = 36 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

Porém, como a viga V101 apresenta laje em toda a sua extensão, a segurança quanto à
instabilidade lateral está verificada.
* PASSO 4:

* Carga na viga: distribuída uniformemente

 Parede: 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 ∗ 𝛾 = 0,25𝑚 ∗ 3𝑚 ∗ 18 = 13,5 𝑘𝑁/𝑚


 Peso próprio: 𝑔 = 𝑏 ∗ ℎ ∗ 𝛾 = 0,25𝑚 ∗ 0,9𝑚 ∗ 25 = 5,63 𝑘𝑁/𝑚
∗ , ∗( , , , )
 Reação Laje 1: = = 14,22 𝑘𝑁/𝑚
∗ , ∗( , , , )
 Reação Laje 2: = = 17,78 𝑘𝑁/𝑚
 Carga total: 𝑝 = 13,5 + 5,63 + 14,22 + 17,78 = 51,13 𝑘𝑁/𝑚

* PASSO 5:

Para a viga V101 do exercício, tem-se o seguinte esquema estático ilustrado pela
Figura 23:

Figura 23: Esquema estático: viga biapoiada.

* PASSO 6:

𝑝∗𝑙 51,13 ∗ 8
𝑀 á = = = 409,04 𝑘𝑁𝑚
8 8

Figura 24: Diagrama de momento fletor.


𝑝 ∗ 𝑙 51,13 ∗ 8
𝑄= = = 204,52 𝑘𝑁
2 2

Figura 25: Diagrama de esforço normal.

* PASSO 7:

Momento de cálculo: 𝑀 = 1,4 ∗ 𝑀 á = 1,4 ∗ 409,04 = 572,66 𝑘𝑁𝑚


/ ²
Resistência de cálculo: 𝑓 = ,
= ,
= 14285,71 𝑘𝑁/𝑚²

𝑀
𝑑 í =
𝑏 ∗ 𝑓 ∗ (0,68 ∗ 𝜀 − 0,272 ∗ 𝜀 )

572,66
𝑑 í =
0,25 ∗ 14285,71 ∗ (0,68 ∗ 0,6284 − 0,272 ∗ 0,6284 )

𝑑 í = 0,708 𝑚 = 70,8 𝑐𝑚

𝑑 = 81 𝑐𝑚 > 𝑑 í = 70,8 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

PASSO 8: Cálculo da área de aço para momento positivo

* KMD

𝑀 572,66
𝐾𝑀𝐷 = = = 0,2444
𝑏 ∗𝑑 ∗𝑓 0,25 ∗ (0,81 ) ∗ 14285,71

Pela tabela, retiram-se os seguintes valores:

𝐾𝑀𝐷 = 0,2450; 𝐾𝑍 = 0,8254; 𝜀 = 3,5000; 𝜀 = 4,5181

𝜀 = 4,5181 > 𝜀 = 2,0700 → 𝐷𝑂𝑀Í𝑁𝐼𝑂 3 → 𝑂𝐾

𝑓 =𝑓 = 500 𝑀𝑃𝑎
* As

𝑀 572,66
𝐴 = = = 19,70 𝑐𝑚²
(𝐾𝑍) ∗ 𝑑 ∗ 𝑓 50
0,8254 ∗ 0,81 ∗
1,15

* Número de barras:

Adotando a barra de 10,0 mm, tem-se:

𝜋∗∅ 𝜋∗1
1 ∅10,0 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 0,7854 𝑐𝑚²
4 4
𝐴 19,70
𝑛= = = 25,08 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 25 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 0,7854

Adotando a barra de 12,5 mm, tem-se:

𝜋∗∅ 𝜋 ∗ 1,25
1 ∅12,5 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 1,2272 𝑐𝑚²
4 4
𝐴 19,70
𝑛= = = 16,05 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 16 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 1,2272

Adotando a barra de 16,0 mm, tem-se:

𝜋∗∅ 𝜋 ∗ 1,25
1 ∅16,0 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 2,0106 𝑐𝑚²
4 4
𝐴 19,70
𝑛= = = 9,80 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 10 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 2,0106

São várias as possibilidades de escolha para a bitola das barras de aço. Porém, deve-se
atentar ao fato de que ainda será necessária a verificação do espaçamento entre barras
(horizontal e vertical), o que influencia no número de camadas de barras, na
concretagem, no peso do aço, custo econômico, entre outros.

O fato de ter uma altura útil adotada maior que a altura útil mínima e a viga estar
trabalhando no Domínio 3 (desejável) não quer dizer que este será o valor final da altura
da viga. Após o detalhamento da seção transversal será ainda necessário verificar a
relação entre a altura útil adotada e a altura útil real.
PASSO 9: Área de aço mínima

O cálculo da armadura mínima corresponde à área de aço necessária para evitar a


ruptura frágil de vigas quando da formação da primeira fissura. A armadura mínima
deve ser capaz de resistir à atuação do momento fletor mínimo que provoca a formação
da primeira fissura de flexão, no qual a viga passa a trabalhar no estádio 2.

OBS: Todas as seções transversais de qualquer elemento devem ter no mínimo uma
área de aço equivalente à armadura mínima.

* Seção retangular

𝑓 = 20 𝑀𝑃𝑎; 𝜌 = 0,150%

𝐴 , í
𝜌 í = → 𝐴 , í =𝜌 í ∗𝐴
𝐴

0,15
𝐴 , í = ∗𝑏 ∗𝑑
100
0,15
𝐴 , í = ∗ 25 ∗ 81
100
𝐴 , í = 3,04 𝑐𝑚²

Adotando-se barras de diâmetro 12,5 mm para a armadura longitudinal, tem-se:

𝐴 , á = 19,70 𝑐𝑚²

𝐴 , = 19,64 𝑐𝑚² → 16 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 12,5 𝑚𝑚

𝐴 , í = 3,04 𝑐𝑚² → 3 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑑𝑒 12,5 𝑚𝑚

𝐴 , = 19,64 𝑐𝑚² ≥ 𝐴 , í = 3,04 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

OBS: Qualquer seção transversal da viga em questão deve apresentar, NO MÍNIMO, 3


barras de 12,5 mm (bitola escolhida) para garantia da área de aço mínima necessária.

PASSO 10: Área de aço máxima

“A soma das armaduras de tração e compressão (As + As’) não deve ter valor maior
que 4% da área de concreto da seção (Ac), calculada em região fora da zona de
emendas.”

As armaduras de tração e compressão estão representadas pela Figura 26, supondo a


atuação de um momento fletor positivo.
Figura 26: Armadura de tração e compressão de viga submetida a M +.

Vigas raramente terão armadura de compressão. Portanto, As’ = 0. Armaduras são


preferencialmente colocadas nas regiões de tração da viga, pois nestas áreas o concreto
apresenta baixa resistência. Armadura de compressão só é justificada para os casos em
que a possibilidade de aumentar a altura da viga para obter maior resistência é
impossibilitada por questões arquitetônicas.

4
(𝐴 + 𝐴 ) ≤ ∗𝐴
100
4
(𝐴 + 0) ≤ ∗𝑏 ∗𝑑
100
4
𝐴 ≤ ∗ 25 ∗ 81
100
𝐴 ≤ 81 𝑐𝑚²

𝐴 , = 19,64 𝑐𝑚² ≤ 𝐴 , á = 81 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

PASSO 11: Espaçamento horizontal entre barras

Os espaços horizontais entre as barras longitudinais devem ser projetados de modo a


possibilitar a introdução de vibradores, evitando que ocorram vazios e segregação dos
agregados.
Segundo a NBR 6118, o espaçamento mínimo livre entre as faces horizontais das barras
(não de eixo a eixo de barra), conforme ilustrado pela Figura 27, deve ser o maior entre
os três valores seguintes:

Figura 27: Espaçamento horizontal entre as faces das barras.

2 𝑐𝑚
𝑒 ≥ ∅
1,2 ∗ 𝑑 á ,

Para garantir maior aderência entre o aço e o concreto, as barras de aço utilizadas
costumam apresentar saliências (mossas). Essas saliências podem ser consideradas no
cálculo do diâmetro final das barras, tornando-se:

𝑚𝑜𝑠𝑠𝑎 = 0,04 ∗ ∅

∅ = ∅ + 0,04 ∗ ∅

No entanto, o espaçamento horizontal mínimo pode ser calculado em função das


distâncias medidas de centro a centro das barras, conforme ilustrado pela Figura 28,
acrescentando ao diâmetro de cada barra a saliência da mossa do ferro, resultando em:

Figura 28: Espaçamento horizontal entre os eixos das barras.


2 𝑐𝑚 + ∅ + 0,04 ∗ ∅
𝑒 ≥ ∅ + 0,04 ∗ ∅ + ∅ + 0,04 ∗ ∅
1,2 ∗ 𝑑 á , + ∅ + 0,04 ∗ ∅

O espaço disponível por camada, considerando os estribos e o cobrimento nominal,


ilustrado pela Figura 29, é dado por:

Figura 29: Espaçamento horizontal disponível entre armaduras.

∅ + 0,04 ∗ ∅
𝑎 = 𝑏 −2∗ 𝑐 +∅ +
2
Assim, em cada camada é possível haver “n” número de espaços entre as barras:
𝑎
𝑛=
𝑒

O número de barras em cada camada será de:

𝑏 =𝑛+1

Para a viga em questão, adotando-se barras de diâmetro 12,5 mm para a armadura


longitudinal, tem-se:

𝑚𝑜𝑠𝑠𝑎 = 0,04 ∗ ∅ = 0,04 ∗ 1,25 = 0,05 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚 + 1,25 + 0,05 = 3,30 𝑐𝑚


𝑒 ≥ 1,25 + 0,05 + 1,25 + 0,05 = 2,60 𝑐𝑚
1,2 ∗ 2,5 + 1,25 + 0,05 = 4,30 𝑐𝑚

𝑒 = 4,30 𝑐𝑚 → 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜

Adotando estribos de 5,0 mm, tem-se:

1,25 + 0,05
𝑎 = 25 − 2 ∗ 3 + 0,5 + = 16,70 𝑐𝑚
2
16,70
𝑛= = 3,88 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜𝑠 = 3 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜𝑠 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎
4,30

𝑏 = 3 + 1 = 4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎

Para vencer o momento positivo de 572,66 kNm, são necessários 19,70 cm² de área de
aço. Foram adotadas 16 barras de 12,5 mm, totalizando 19,64 cm² de aço. Como podem
ter somente 4 barras em cada camada, segundo o cálculo do espaçamento horizontal,
serão necessárias 4 camadas de barras contendo 3 espaços, conforme ilustrado pela
Figura 30.

Figura 30: Primeira camada de barras da ST da viga em questão.

PASSO 12: Espaçamento vertical entre barras

O espaçamento vertical entre as barras longitudinais também deve ser projetado para
proporcionar condições adequadas de execução, principalmente em relação ao
lançamento e adensamento do concreto.

Segundo a NBR 6118, o espaçamento mínimo livre entre as faces verticais das barras
(não de eixo a eixo de barra), conforme ilustrado pela Figura 31, deve ser o maior entre
os três valores seguintes:

Figura 31: Espaçamento vertical entre as faces das barras.


2 𝑐𝑚
𝑒 ≥ ∅
0,5 ∗ 𝑑 á ,

Para garantir maior aderência entre o aço e o concreto, as barras de aço utilizadas
costumam apresentar saliências (mossas). Essas saliências podem ser consideradas no
cálculo do diâmetro final das barras, tornando-se:

𝑚𝑜𝑠𝑠𝑎 = 0,04 ∗ ∅

∅ = ∅ + 0,04 ∗ ∅

No entanto, o espaçamento vertical mínimo pode ser calculado em função das distâncias
medidas de centro a centro das barras, acrescentando ao diâmetro de cada barra a
saliência da mossa do ferro, conforme ilustrado pela Figura 32, resultando em:

Figura 32: Espaçamento vertical entre os eixos das barras.

2 𝑐𝑚 + ∅ + 0,04 ∗ ∅
𝑒 ≥ ∅ + 0,04 ∗ ∅ + ∅ + 0,04 ∗ ∅
0,5 ∗ 𝑑 á , + ∅ + 0,04 ∗ ∅

Para a viga em questão, adotando-se barras de diâmetro 12,5 mm para a armadura


longitudinal, tem-se:

𝑚𝑜𝑠𝑠𝑎 = 0,04 ∗ ∅ = 0,04 ∗ 1,25 = 0,05 𝑐𝑚

2 𝑐𝑚 + 1,25 + 0,05 = 3,30 𝑐𝑚


𝑒 ≥ 1,25 + 0,05 + 1,25 + 0,05 = 2,60 𝑐𝑚
0,5 ∗ 2,5 + 1,25 + 0,05 = 2,55 𝑐𝑚

𝑒 = 3,30 𝑐𝑚 → 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜

A Figura 33 ilustra a distância mínima entre a primeira e segunda camadas de barras da


seção transversal da viga em questão.
Figura 33: Espaçamento vertical mínimo entre camadas da ST da viga em questão.

* Pré-detalhamento da seção transversal:

Para o espaçamento horizontal entre barras, tem-se:

𝑎 16,70
𝑒 , = = = 5,57 𝑐𝑚
𝑛 3
Garantindo uma facilidade de execução, adotar-se-ão os seguintes valores:

- Espaçamentos 1 e 3 = 5,50 cm → maior que 𝑒 , í = 4,30 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

- Espaçamento 2 = 5,75 cm → maior que 𝑒 , í = 4,30 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Para o espaçamento vertical entre barras, adotar-se-á:

𝑒 , = 3,50 𝑐𝑚 > 𝑒 , í = 3,30 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Os espaçamentos adotados para a seção transversal da viga em questão encontram-se


ilustrados pela Figura 34.
Figura 34: Pré-detalhamento da seção transversal.

PASSO 13: Verificação da altura útil real e adotada

No cálculo da As arbitrou-se d = 81 cm, sendo necessário verificar se esse valor está


correto. Para isso, será necessário calcular o centro de gravidade das barras
longitudinais na seção transversal da peça. Assim, tem-se que:

𝑑 =ℎ−𝑦

Para o cálculo de ycg é necessária a distância de cada camada de armadura em relação ao


bordo de referência tracionado. Para o exemplo em questão (momento positivo), o
bordo de referência será a bordo inferior da viga.

A distância da primeira camada de barras em relação ao bordo inferior é dado por:

1,25 + 0,05
𝑦 = 3,0 + 0,5 + = 4,15 𝑐𝑚
2
Cada uma das demais barras está distante da imediatamente anterior de 3,5 cm
(espaçamento vertical entre barras), resultando para a ordenada do centro de gravidade
da armadura positiva da viga, sendo A a área de cada barra:

∑𝐴 ∗ 𝑦
𝑦 =
∑𝐴

4 ∗ 𝐴 ∗ 4,15 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 7,65 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 11,15 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 14,65


𝑦 =
16 ∗ 𝐴
𝑦 = 9,40 𝑐𝑚

Pode-se agora determinar a altura útil real:

𝑑 = 90 − 9,40 = 80,60 𝑐𝑚
Deve-se ter:

𝑑 ≥𝑑

Para o problema em questão, tem-se:

𝑑 = 80,6 𝑐𝑚 < 𝑑 = 81 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

Será necessário recalcular a As com o 𝑑 e novamente efetuar a verificação.

A seguir serão apresentadas algumas possibilidades de resolução do problema da altura


útil.

* Caso 1: Consideração de uma margem de erro

Pode-se considerar uma porcentagem de variação da altura útil real (obtida com o
detalhamento das barras longitudinais ao longo da seção transversal da viga) em relação
a altura útil adotada (suposição inicial para desenvolvimento dos cálculos). Um bom
intervalo de margem de erro é considerar que a altura útil adotada pode estar
compreendida em até 2% para mais ou para menos em relação a altura útil real.

0,98 ∗ 𝑑 ≤𝑑 ≤ 1,02 ∗ 𝑑

Para o exemplo em questão, tem-se:

𝑑 = 81 𝑐𝑚; 𝑑 = 80,6 𝑐𝑚

0,98 ∗ 𝑑 ≤𝑑 ≤ 1,02 ∗ 𝑑

79,0 𝑐𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 82,21 𝑐𝑚

79,0 𝑐𝑚 ≤ 81 𝑐𝑚 ≤ 82,21 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Apesar de a altura útil real ser menor que a altura útil adotada, o que exigiria refazer os
cálculos para realizar uma nova verificação, o detalhamento já feito pode ser
considerado correto e os cálculos podem continuar normalmente sem ter que alterar o
valor da altura útil adotada. Para o problema em questão, a viga continuará a ter seção
transversal composta por 16 barras de 12,5 mm distribuídas em 4 camadas, contendo 4
barras em cada camada.

* Caso 2: Refazer os cálculos

Para o problema em questão, tem-se:

𝑑 = 80,6 𝑐𝑚 < 𝑑 = 81 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

Será necessário recalcular a As com o 𝑑 e novamente efetuar a verificação.


1) 𝑑 =𝑑 = 80,6 𝑐𝑚

𝑀 572,66
𝐾𝑀𝐷 = = = 0,2468
𝑏 ∗𝑑 ∗𝑓 0,25 ∗ (0,806 ) ∗ 14285,71

𝐾𝑀𝐷 = 0,2468; 𝐾𝑍 = 0,8208; 𝜀 = 3,5000; 𝜀 = 4,3144

𝜀 = 4,3144 > 𝜀 = 2,0700 → 𝐷𝑂𝑀Í𝑁𝐼𝑂 3 → 𝑂𝐾

𝑓 =𝑓 = 500 𝑀𝑃𝑎

𝑀 572,66
𝐴 = = = 19,91 𝑐𝑚²
(𝐾𝑍) ∗ 𝑑 ∗ 𝑓 50
0,8208 ∗ 0,806 ∗
1,15
𝐴 19,91
𝑛= = = 16,22 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 17 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 1,2272

17 ∅12,5 𝑚𝑚 = 20,86 𝑐𝑚² > 19,91 𝑐𝑚² → 𝑂𝐾

4 ∗ 𝐴 ∗ 4,15 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 7,65 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 11,15 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 14,65 + 1 ∗ 𝐴 ∗ 18,15


𝑦 =
17 ∗ 𝐴
𝑦 = 9,91 𝑐𝑚

𝑑 = 90 − 9,91 = 80,09 𝑐𝑚

𝑑 = 80,09 𝑐𝑚 < 𝑑 = 80,6 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

Será necessário recalcular a As com o 𝑑 e novamente efetuar a verificação.

2) 𝑑 =𝑑 = 80,09 𝑐𝑚

𝑀 572,66
𝐾𝑀𝐷 = = = 0,2500
𝑏 ∗𝑑 ∗𝑓 0,25 ∗ (0,8009 ) ∗ 14285,71

𝐾𝑀𝐷 = 0,2500; 𝐾𝑍 = 0,8208; 𝜀 = 3,5000; 𝜀 = 4,3144

𝜀 = 4,3144 > 𝜀 = 2,0700 → 𝐷𝑂𝑀Í𝑁𝐼𝑂 3 → 𝑂𝐾

𝑓 =𝑓 = 500 𝑀𝑃𝑎

𝑀 572,66
𝐴 = = = 20,04 𝑐𝑚²
(𝐾𝑍) ∗ 𝑑 ∗ 𝑓 50
0,8208 ∗ 0,8009 ∗
1,15
𝐴 20,04
𝑛= = = 16,33 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 17 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 1,2272

17 ∅12,5 𝑚𝑚 = 20,86 𝑐𝑚² > 20,04 𝑐𝑚² → 𝑂𝐾

4 ∗ 𝐴 ∗ 4,15 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 7,65 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 11,15 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 14,65 + 1 ∗ 𝐴 ∗ 18,15


𝑦 =
17 ∗ 𝐴
𝑦 = 9,91 𝑐𝑚

𝑑 = 90 − 9,91 = 80,09 𝑐𝑚

𝑑 = 80,09 𝑐𝑚 = 𝑑 = 80,09 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Como o resultado chegou a uma condição satisfatória, a continuação das demais


verificações e detalhamentos utilizaria o novo arranjo de barras da seção transversal.

* Caso 3: Rearranjo das barras

Uma das alternativas a solucionar o problema da altura útil adotada seria considerar
outras bitolas para as barras da armadura longitudinal, refazendo a distribuição ao longo
da seção transversal.

↓ 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 − ↑ 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 − ↑ 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠

↑ 𝑏𝑖𝑡𝑜𝑙𝑎 − ↓ 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 − ↓ 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠

No problema em questão, percebe-se que a altura útil real precisará diminuir para se
tornar igual ou maior que a altura útil adotada. Para que isso ocorra será necessário
diminuir o número de camadas, adotando barras de bitola maior que a detalhada, 12,5
mm.

Adotando a barra de 16,0 mm, tem-se:

𝜋∗∅ 𝜋 ∗ 1,25
1 ∅16,0 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 2,0106
4 4
𝐴 19,70
𝑛= = = 9,80 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 10 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 2,0106

10 ∅16,0 𝑚𝑚 = 20,11 𝑐𝑚² > 19,70 𝑐𝑚² → 𝑂𝐾

𝑚𝑜𝑠𝑠𝑎 = 0,04 ∗ ∅ = 0,04 ∗ 1,6 = 0,06 𝑐𝑚


2 𝑐𝑚 + 1,6 + 0,06 = 3,66 𝑐𝑚
𝑒 ≥ 1,6 + 0,06 + 1,6 + 0,06 = 3,32 𝑐𝑚
1,2 ∗ 2,5 + 1,6 + 0,06 = 4,66 𝑐𝑚

𝑒 = 4,66 𝑐𝑚 → 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜

1,6 + 0,06
𝑎 = 25 − 2 ∗ 3 + 0,5 + = 16,34 𝑐𝑚
2
16,34
𝑛= = 3,51 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜𝑠 = 3 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜𝑠 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎
4,66

𝑏 = 3 + 1 = 4 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎

10 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ∅16,0 𝑚𝑚 → 3 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠

2 𝑐𝑚 + 1,6 + 0,06 = 3,66 𝑐𝑚


𝑒 ≥ 1,6 + 0,06 + 1,6 + 0,06 = 3,32 𝑐𝑚
0,5 ∗ 2,5 + 1,6 + 0,06 = 2,91 𝑐𝑚

𝑒 = 3,66 𝑐𝑚 → 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜

𝑎 16,34
𝑒 , = = = 5,45 𝑐𝑚
𝑛 3

Garantindo uma facilidade de execução, adotar-se-ão os seguintes valores:

- Espaçamentos 1 e 3 = 5,45 cm -> maior que 𝑒 , í = 4,66 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

- Espaçamento 2 = 5,44 cm -> maior que 𝑒 , í = 4,66 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Para o espaçamento vertical entre barras, adotar-se-á:

𝑒 , = 3,70 𝑐𝑚 > 𝑒 , í = 3,66 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

1,6 + 0,06
𝑦 = 3,0 + 0,5 + = 4,33 𝑐𝑚
2
4 ∗ 𝐴 ∗ 4,33 + 4 ∗ 𝐴 ∗ 8,03 + 2 ∗ 𝐴 ∗ 11,73
𝑦 =
10 ∗ 𝐴
𝑦 = 7,29 𝑐𝑚

𝑑 = 90 − 7,29 = 82,71 𝑐𝑚
𝑑 = 82,71 𝑐𝑚 > 𝑑 = 81,0 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

𝑑 = 81 𝑐𝑚; 𝑑 = 82,71 𝑐𝑚

0,98 ∗ 𝑑 ≤𝑑 ≤ 1,02 ∗ 𝑑

81,0 𝑐𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 84,36 𝑐𝑚

81,0 𝑐𝑚 ≤ 81,0 𝑐𝑚 ≤ 84,36 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

OBS: Para a continuação do roteiro, adotar-se-á a solução apresentada no Caso 1.

PASSO 14: Verificação da consideração da armadura concentrada

Os esforços na armadura longitudinal só podem ser considerados concentrados no


centro de gravidade das barras se a distância entre o centro de gravidade das barras ao
centro da primeira camada de barras (camada mais distante da linha neutra) for menor
que 10% da altura da viga.

𝑑 ≤ 0,10 ∗ ℎ

𝑑 =𝑦 −𝑦

Para o exemplo em questão, tem-se:

𝑑 = 9,40 − 4,15 = 5,25 𝑐𝑚

5,25 𝑐𝑚 ≤ 0,10 ∗ 90

5,25 𝑐𝑚 ≤ 9 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

PASSO 15: Armadura de pele

Para vigas com altura maior que 60 cm é necessário prover uma armadura distribuída ao
longo de toda a alma da viga, em cada face, na região tracionada. A armadura lateral,
denominada de armadura de pele, tem a função de minimizar problemas de fissuração
de flexão na alma das vigas.

A área de aço necessária para compor a armadura de pele é dada pela relação abaixo:

𝐴 , = 0,10% ∗ 𝐴 ,

𝐴 , = 0,10% ∗ 𝑏 ∗ ℎ → 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑐𝑒, 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎


O número de barras referentes a área de aço calculada para a armadura de pele é dado
por:

𝐴,
𝑛=
𝐴, ∅

Para determinar a região tracionada da viga é necessário conhecer a posição da linha


neutra (x), estabelecida pelo parâmetro KX.
𝑥
𝐾𝑋 = → 𝑥 = (𝐾𝑋) ∗ 𝑑
𝑑
O valor de x corresponde à profundidade da linha neutra, indicando a região
comprimida da seção. O comprimento da região tracionada a dado por:

𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎 = ℎ − 𝑥

O espaço disponível para distribuir a armadura de pele ao longo da alma da viga na


região tracionada tem como referência o centro de gravidade das barras longitudinais
dispostas na camada mais afastada do bordo tracionado.

O espaço disponível é dado por:

𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎 − 𝑦 − 𝑒

O espaçamento para a distribuição das barras da armadura de pele é dado por:

𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
𝑠=
𝑛
O espaçamento s deve ser comparado ao espaçamento máximo permitido pela norma
NBR 6118, sendo:

𝑑
𝑠 ≤ 3
á
20 𝑐𝑚

Para o exemplo em questão, tem-se:

𝐴 , = 0,10% ∗ 25 ∗ 90 = 2,25 𝑐𝑚²

Adotando barra de diâmetro 6,3 mm, tem-se:

𝜋∗∅ 𝜋 ∗ 0,63
1 ∅6,3 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 0,3117
4 4
𝐴 2,25
𝑛= = = 7,22 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 8 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 0,3117

8 ∅6,3 𝑚𝑚 = 2,49 𝑐𝑚² > 2,25 𝑐𝑚² → 𝑂𝐾


Para calcular o comprimento da região tracionada disponível, recorre-se aos parâmetros
adimensionais:

𝐾𝑀𝐷 = 0,2450; 𝐾𝑋 = 0,4365

𝑥 = 0,4365 ∗ 81 = 35,36 𝑐𝑚 → 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑑𝑎

𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎 = 90 − 35,36 = 54,64 𝑐𝑚

𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = 54,64 − 4,15 − (3 ∗ 3,50) = 39,99 𝑐𝑚

39,99
𝑠= = 5 𝑐𝑚
8
81
𝑠 á ≤ 3 = 27 𝑐𝑚 → 𝑠 á = 20 𝑐𝑚
20 𝑐𝑚

𝑠 = 5 𝑐𝑚 ≤ 𝑠 á = 20 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

PASSO 16: Detalhamento da seção transversal

A posição final de todas as barras na seção transversal está indicada na figura abaixo.
Convém lembrar que a armadura transversal ainda não foi dimensionada, ou seja, o
estribo indicado poderá sofrer alteração. O detalhamento da seção transversal final será
esboçado apenas no PASSO 26.

PASSO 17: Fissuração

PASSO 18: Flecha

PASSO 19: Decalagem do DMF

O modelo de cálculo para a obtenção da área de aço da armadura longitudinal é baseado


na teoria de flexão simples e pura para vigas, ou seja, seções simétricas cujo plano do
carregamento é perpendicular à linha neutra e pertencente ao eixo de simetria da seção
transversal (flexão simples), onde não há a ocorrência do esforço cortante, Q = 0 e
M = constante. Porém, na vida real, sempre ocorre o efeito do cisalhamento juntamente
com o efeito da flexão, e as estruturas devem ser dimensionadas para resistirem a tais
efeitos.

A presença do cisalhamento interfere na configuração fissurada da viga. Com a atuação


do esforço cortante, as fissuras de flexão (fissuras de configuração retas e direcionadas
para a linha neutra a partir do bordo mais tracionado) tornam-se oblíquas (inclinadas de
45°) nas regiões de atuação do esforço cortante, ocorrendo a possibilidade de
ultrapassarem a linha neutra e adentrarem na região de compressão da viga (bloco de
compressão).

A formação de fissuras inclinadas provoca uma inconsistência na determinação do


momento fletor obtido pela teoria da flexão pura. Nesta, o momento fletor é equilibrado
considerando uma seção transversal reta. Com a presença das fissuras inclinadas, o
momento fletor se torna maior ao longo da inclinação, ocasionando uma alteração no
cálculo da área de aço resultante.

Uma maneira de considerar a atuação dos efeitos da fissuração oblíqua no


dimensionamento de vigas à flexão é promover um deslocamento do diagrama de
momentos fletores, conhecido como decalagem. A translação do diagrama de momentos
fletores de certa distância, 𝑎 , ocorre na direção mais desfavorável, paralelamente ao
eixo da peça. Essa distância a ser acrescentada ao diagrama de momentos fletores
depende do esforço cortante atuante na viga, visto que a decalagem está associada aos
efeitos da fissuração oblíqua.

Os estribos (armaduras transversais) são os responsáveis pela garantia de resistência da


viga quanto às tensões de tração provenientes do efeito do cisalhamento. Logo, o
comprimento de decalagem está relacionado com a inclinação dada aos estribos durante
o processo de execução e detalhamento da viga. Em construções usuais, os estribos são
colocados formando 90° em relação ao eixo da peça (estribos “em pé”), e com isso, o
comprimento de decalagem assume a seguinte expressão:

𝑉 , á
𝑎 =𝑑∗ ≥ 0,5 ∗ 𝑑
2∗ 𝑉 , á −𝑉

*𝑉 , á → esforço cortante máximo atuante – NA FACE EXTERNA DO PILAR

* 𝑉 → capacidade máxima de resistência do concreto ao cisalhamento (o quanto o


bloco de compressão é capaz de resistir sozinho ao esforço cortante atuante). O esforço
cortante residual (aquele não resistido mais pelo concreto comprimido) será resistido
pela armadura transversal, denominada estribo.

Para vigas biapoiadas, a função cortante é dada por:

𝑝∗𝑙
𝑉(𝑥) = −𝑝∗𝑥
2
A capacidade resistente do concreto ao cisalhamento é dada por:

𝑉 = 0,6 ∗ 𝑓 ∗𝑏 ∗𝑑
/
𝑓 , 0,7 ∗ 𝑓 , 0,7 ∗ 0,3 ∗ 𝑓
𝑓 = = =
𝛾 𝛾 1,4
Para o exemplo em questão, tem-se que:

𝑝 ∗ 𝑙 51,13 ∗ 8
𝑉 á = = = 204,52 𝑘𝑁
2 2
51,13 ∗ 8
𝑉(𝑓𝑎𝑐𝑒 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟) = − 51,13 ∗ 0,2 = 194,29 𝑘𝑁
2
/ /
0,7 ∗ 𝑓 , 0,7 ∗ 0,3 ∗ 𝑓 0,7 ∗ 0,3 ∗ 20
𝑓 = = = = 1,105 𝑀𝑃𝑎
𝛾 1,4 1,4

𝑉 = 0,6 ∗ 1,105 ∗ 1000 ∗ 0,25 ∗ 0,81 = 134,26 𝑘𝑁

1,4 ∗ 194,29
𝑎 = 0,81 ∗ ≥ 0,5 ∗ 0,81
2 ∗ (1,4 ∗ 194,29 − 134,26)

𝑎 = 79,98 𝑐𝑚 ≥ 40,50 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Considerando 𝑎 = 80,0 𝑐𝑚.

PASSO 20: Armadura necessária para ancoragem da diagonal de compressão

A decalagem do diagrama de momento fletor faz com que os apoios extremos fiquem
sujeitos a regiões de tração, tornando necessário o cálculo de uma armadura longitudinal
capaz de resistir a esses efeitos. Diz-se que se trata da ancoragem da diagonal de
compressão.

Em apoios extremos, necessita-se de uma área de armadura capaz de resistir a uma força
𝑅 que, nos casos de flexão simples, é dada pela expressão:
𝑎
𝑅 = ∗𝑉 ,
𝑑
A armadura necessária para resistir a 𝑅 é dada por:

𝑅
𝐴 , =
𝑓

Para o exemplo em questão, tem-se que:

0,8
𝑅 = ∗ 1,4 ∗ 194,29 = 268,65 𝑘𝑁
0,81
268,65
𝐴 , = = 6,18 𝑐𝑚²
50
1,15

𝐴 , = 6,18 𝑐𝑚² ≥ 𝐴 , í = 3,04 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾


𝜋∗∅ 𝜋 ∗ 1,25
1 ∅12,5 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 1,2272
4 4
𝐴, 6,18
𝑛= = = 5,04 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 5 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴 , ∅ 1,2272

Conclusão: 5 barras de 12,5 mm da armadura longitudinal devem chegar aos apoios


extremos para garantir a ancoragem da diagonal de compressão.

PASSO 21: Armadura mínima de ancoragem nos apoios

Em apoios extremos, uma parte da armadura de tração do vão, correspondente ao


máximo momento positivo do tramo, deve ser estendida até os apoios.

A armadura calculada para ser ancorada nos apoios extremos deve atender ao seguinte
valor mínimo:

1 𝑀ã
𝐴 , ≥ 𝐴 , ã → 𝑠𝑒 𝑀 = 0 𝑜𝑢 𝑀 ≤
3 2
No exemplo em questão, tem-se que:

*𝑀 =0 → 𝑣𝑖𝑔𝑎 𝑏𝑖𝑎𝑝𝑜𝑖𝑎𝑑𝑎

1
𝐴 , ≥ ∗ 19,70 = 6,57 𝑐𝑚²
3
𝐴 , = 6,57 𝑐𝑚² ≥ 𝐴 , í = 3,04 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

𝜋∗∅ 𝜋 ∗ 1,25
1 ∅12,5 𝑚𝑚 → 𝐴 , ∅ = = = 1,2272
4 4
𝐴, 6,57
𝑛= = = 5,35 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ≈ 6 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝐴, ∅ 1,2272

6 ∅12,5 𝑚𝑚 = 7,36 𝑐𝑚² > 6,57 𝑐𝑚² → 𝑂𝐾

Conclusão: 6 barras de 12,5 mm da armadura longitudinal devem chegar aos apoios


extremos para garantir a ancoragem mínima da armadura longitudinal. Este critério
atende à ancoragem da diagonal de compressão, o qual necessita apenas de 5 barras.

OBS: A armadura a ser ancorada no apoio extremo deve ser composta por no mínimo
duas barras, sendo geralmente aquelas posicionadas nos vértices inferiores dos estribos
para atuarem como porta-estribos.

PASSO 22: Ancoragem nos apoios


Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas de modo a garantir que os esforços
a que estejam submetidas sejam integralmente transmitidos ao concreto.

Para os casos de ancoragem das armaduras de tração nos apoios extremos com
momentos negativos ou nulos (vigas biapoiadas), as barras das armaduras longitudinais
que chegarão aos apoios extremos deverão ser ancoradas a partir da FACE DO APOIO
(pilar ou viga).

a) Pilar P3:

* Comprimento disponível:

Para o exemplo em questão, as 6 barras da armadura de tração que necessitarão ser


ancoradas nos apoios extremos deverão adentrar no pilar P3 de certo comprimento a ser
calculado posteriormente, denominado comprimento de ancoragem. No entanto, devido
às dimensões do pilar, pode-se determinar qual o comprimento disponível para a
realização da ancoragem.

𝑙 = 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑝𝑜𝑖𝑜 − 𝑐

A dimensão do pilar P3 na direção do eixo da viga é de 40 cm. Sendo assim, o


comprimento disponível para adentrar as 6 barras da armadura longitudinal que
precisam ser ancoradas neste apoio extremo é de:

𝑙 = 40 − 3 = 37 𝑐𝑚

* Comprimento básico de ancoragem:

O comprimento básico de ancoragem é dado pela relação a seguir:

∅ 𝑓
𝑙 = ∗
4 𝑓

𝑓 =𝜂 ∗𝜂 ∗𝜂 ∗𝑓 → 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑑𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
/
𝑓 , 0,7 ∗ 𝑓 , 0,7 ∗ 0,3 ∗ 𝑓
𝑓 = = =
𝛾 𝛾 1,4

Para o exemplo em questão, com armadura longitudinal de 12,5 mm, tem-se:


/ /
0,7 ∗ 𝑓 , 0,7 ∗ 0,3 ∗ 𝑓 0,7 ∗ 0,3 ∗ 20
𝑓 = = = = 1,105 𝑀𝑃𝑎
𝛾 1,4 1,4

𝜂 = 2,25; 𝜂 = 1,0; 𝜂 = 1,0

𝑓 = 2,25 ∗ 1,0 ∗ 1,0 ∗ 1,105 = 2,486 𝑀𝑃𝑎


500
12,5 1,15
𝑙 = ∗ = 546,54 𝑚𝑚 = 54,65 𝑐𝑚
4 2,486

* Comprimento de ancoragem mínimo necessário:

O comprimento de ancoragem para uma determinada bitola de armadura deve ser


sempre um valor maior ou igual ao maior dos valores apresentados pelo seguinte
intervalo:

0,3 ∗ 𝑙
𝑙 , í ≥ 10 ∗ ∅
10 𝑐𝑚
Para o exemplo em questão, com armadura longitudinal de 12,5 mm, tem-se que:

0,3 ∗ 54,65 = 16,40 𝑐𝑚


𝑙 , í ≥ 10 ∗ ∅ = 10 ∗ 1,25 = 12,5 𝑐𝑚 → 𝑙 , í = 16,40 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚

* Comprimento de ancoragem necessário:

O processo de cálculo de uma viga de concreto armado tem como ponto máximo a
determinação da área de aço necessária para resistir à carga atuante, expressa em forma
do esforço de momento fletor associado. Após a determinação da área de aço necessária
através do momento fletor atuante na seção mais solicitada da peça, escolhe-se o
diâmetro da armadura com o qual se deseja fazer o detalhamento transversal e
longitudinal, calculando o número de barras necessárias. Muitas vezes o número de
barras necessário adotado (efetivo) se torna superior que o calculado, em virtude do
resultado ser um número fracionado. A situação mínima esperada é que a área de aço
adotada (efetiva) seja igual à área de aço calculada.

𝐴 , ≥𝐴 ,

Quando a área de aço adotada (efetiva) se torna maior que a área de aço calculada, o
comprimento de ancoragem das barras poderá ser diminuído. Sendo assim, surge o
cálculo do comprimento de ancoragem realmente necessário para a determinada barra
da armadura. Esse comprimento de ancoragem necessário sofre a influência de como se
dará a ancoragem da barra: se de forma reta ou com a utilização de ganchos.

A ancoragem reta das barras é a forma preferível para se realizar o detalhamento das
armaduras. Sempre que possível, ou seja, quando há espaço suficiente, deve-se adotar a
ancoragem reta em detrimento da utilização de ganchos nas extremidades da armadura.
A presença de ganchos faz com que surjam tensões adicionais nas barras, além de
causarem maior dificuldade operacional. A utilização de ganchos deve estar
condicionada apenas a situações em que o comprimento de ancoragem disponível for
menor que o necessário para ancoragem reta.

A presença de ganchos possibilita uma certa diminuição do comprimento de ancoragem


necessário, gerando uma certa economia no custos com as barras de aço. Porém, essa
economia é irrelevante, visto que a diminuição no comprimento das barras com a
utilização de ancoragem com ganchos é pequena se comparada com o comprimento de
ancoragem reto.

O comprimento de ancoragem necessário é dado pela seguinte relação:

𝐴,
𝑙 , =𝛼 ∗𝑙 ∗ ≥𝑙 , í
𝐴,

Sendo:

- 𝛼 = 1,0 → ancoragem reta

- 𝛼 = 0,7 → ancoragem com gancho

Deve-se inicialmente verificar se é possível a ancoragem reta das barras no pilar P3.
Para este caso, o comprimento de ancoragem necessário é de:

6,57
𝑙 , = 1,0 ∗ 54,65 ∗ ≥ 16,40 𝑐𝑚
7,36

𝑙 , = 48,78 𝑐𝑚 > 16,40 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Porém, verificando o comprimento disponível para ancoragem no pilar P3, observa-se


que:

𝑙 , = 48,78 𝑐𝑚 > 𝑙 = 37 𝑐𝑚 → 𝑁Ã𝑂 𝑂𝐾

Ou seja, não será possível realizar a ancoragem das barras da armadura longitudinal de
forma retilínea no pilar P3. Adotando ancoragem com gancho, o novo comprimento de
ancoragem necessário será de:

6,57
𝑙 , = 0,7 ∗ 54,65 ∗ ≥ 16,40 𝑐𝑚
7,36

𝑙 , = 34,15 𝑐𝑚 > 16,40 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Verificando o comprimento disponível para ancoragem no pilar P3, observa-se que:

𝑙 , = 34,15 𝑐𝑚 < 𝑙 = 37 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Observa-se que esse comprimento de ancoragem com gancho se refere ao comprimento


retilíneo que a barra a ser ancorada deve ter. Na extremidade da barra será acrescentado
o gancho correspondente à bitola adotada.
Se ocorrer do comprimento retilíneo de ancoragem com gancho ser maior que o
comprimento de ancoragem disponível (𝑙 , > 𝑙 ), existem algumas alternativas
para resolver o problema sem alterar as dimensões do apoio.

Uma solução consiste em aumentar a quantidade de armadura ancorada no apoio


(armadura efetiva), mantendo os ganchos nas extremidades das barras.

𝐴,
↓𝑙 , = 0,7 ∗ 𝑙 ∗
↑𝐴 ,

Nessa solução, a área da armadura longitudinal que chega até o apoio é aumentada para
𝐴, segundo uma proporção entre o comprimento de ancoragem básico e o
comprimento de ancoragem disponível do apoio, levando em conta a existência do
gancho.

𝐴 , =𝐴 ,

𝑙 , =𝑙

Assim, a área de armadura a ancorar no apoio deve ser corrigida para:

𝑙
𝐴 , = 0,7 ∗ ∗𝐴 ,
𝑙

A armadura corrigida fica ancorada no comprimento de ancoragem disponível do apoio.

A outra solução consiste na adoção de grampos adicionais. Ao invés de se aumentar a


armadura longitudinal que chega até o apoio para 𝐴 , , o que poderia encarecer a
armação, há a possiblidade de MANTER a armadura efetiva a ancorar no apoio (𝐴 , ) e
acrescentar uma armadura longitudinal na forma de grampos, com o mesmo objetivo de
aumentar a área de armadura ancorada no apoio.

A área de aço dos grampos é a diferença entre a armadura corrigida e a armadura


efetiva:

𝐴 , =𝐴 , −𝐴 ,

Como o grampo tem forma de U, consideram-se 2 barras de armadura longitudinal por


camada.

O comprimento longitudinal do grampo deve ser de no mínimo 100 ∅ e a distância


vertical livre mínima entre os grampos deve ser de:
2 𝑐𝑚
𝑒 , ≥ ∅
0,5 ∗ 𝑑 á ,

OBS: Entre as duas soluções, o projetista deve escolher se aumenta a armadura a


ancorar ou acrescenta grampos, em função de qual delas apresentar o menor custo,
levando-se em conta o consumo de materiais, mão-de-obra, dificuldades construtivas,
etc.

* Comprimento disponível mínimo de ancoragem em apoios extremos:

Para as situações de apoios extremos, as barras das armaduras longitudinais que devem
chegar até estes apoios deverão ser ancoradas a partir da FACE DO APOIO, garantindo
um comprimento disponível mínimo de ancoragem igual ou superior ao maior dos
seguintes valores:

𝑙 ,
𝑙 , í ≥ 𝑟 + 5,5 ∗ ∅
6 𝑐𝑚
Sendo:

𝑟 → raio interno da curvatura do gancho

O valor do raio interno de curvatura depende da bitola utilizada para o detalhamento.

- Para ∅ < 20 𝑚𝑚 → 𝑟 = 2,5 ∗ ∅

- Para ∅ ≥ 20𝑚𝑚 → 𝑟 = 4∗∅

Para o exemplo em questão, tem-se que:

34,15 𝑐𝑚
𝑙 , í ≥ 2,5 ∗ 1,25 + 5,5 ∗ 1,25 = 10,0 𝑐𝑚 → 𝑙 , í = 34,15 𝑐𝑚
6 𝑐𝑚
Como

𝑙 , í = 34,15 𝑐𝑚 < 𝑙 = 37 𝑐𝑚 → 𝑂𝐾

Adotando:

𝑙 , = 34,5 𝑐𝑚

A norma estabelece que quando houver cobrimento da barra no trecho do gancho,


medido normalmente ao plano do gancho, de pelo menos 7 cm, como ilustrado pela
Figura X, o primeiro dos três valores estabelecidos para o comprimento disponível
mínimo de ancoragem pode ser desconsiderado, prevalecendo as duas condições
restantes:
Figura X: Caso de cobrimento da barra no trecho do gancho.

𝑟 + 5,5 ∗ ∅
𝑙 , í ≥
6 𝑐𝑚

* Detalhamento dos ganchos adotados nos apoios:

Resumindo:

𝑙 = 37 𝑐𝑚

𝑙 = 54,65 𝑐𝑚 → ∅12,5 𝑚𝑚

𝑙 , í = 16,40 𝑐𝑚

𝑙 , = 34,5 𝑐𝑚 → 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑔𝑎𝑛𝑐ℎ𝑜

Para o exemplo em questão, as 6 barras a serem ancoradas no pilar extremo P3 deverão


apresentar o comprimento interno reto de 34,5 cm a partir da FACE EXTERNA DO
PILAR. No extremo da barra será acrescentado o comprimento do gancho, conforme
ilustrado pela Figura X.

Figura X: Detalhe de barra ancorada com gancho reto na extremidade.

Na norma, são previstos ganchos para ancoragem das barras tracionadas e estribos,
possibilitando redução do comprimento reto de ancoragem. Para o exemplo em questão,
será adotado o gancho reto (90°). As possíveis configurações para utilização de ganchos
estão representadas pela Figura X.

Figura X: Detalhe dos ganchos de barras tracionadas.


Pela Figura X percebe-se que, para qualquer tipo de gancho adotado, é necessário um
comprimento reto após a execução do raio de dobramento. O tamanho do comprimento
reto do gancho depende da configuração adotada. Os comprimentos mínimos retos nas
extremidades dos ganchos visam garantir o trabalho do gancho e a efetiva ancoragem.

Os ganchos devem ser evitados sempre que possíveis. Porém, quando demandar de sua
utilização, procurar selecionar o de maior facilidade executiva, como o gancho reto
(90°).

O comprimento necessário para executar o gancho reto (90°), conforme ilustrado pela
Figura X, é igual à soma do trecho curvo retificado (do ponto A até B) com a ponta reta,
dada por 8∅. A expressão para o comprimento do gancho é:

Figura X: Detalhe dos comprimentos do gancho reto (90°).

1
𝑙 , _ = ∗2∗𝜋∗𝑟
4
𝜋∗𝑟 𝜋∗𝐷
𝑙 , _ = =
2 2∗2
𝜋 ∗ (5 ∗ ∅ + ∅)
𝑙 , _ =
4

𝑙 , = 8∗∅

𝜋 ∗ (5 ∗ ∅ + ∅)
𝑙 = +8∗∅
4

Para o exemplo em questão, tem-se:

𝜋 ∗ (5 ∗ 1,25 + 1,25)
𝑙 = + 8 ∗ 1,25
4
𝑙 = 15,89 𝑐𝑚 ≅ 16 𝑐𝑚

A Figura X ilustra o detalhamento da barra ancorada para o exemplo em questão.

Figura X: Detalhamento da ancoragem no apoio P3.


b) Pilar P4:

Como o pilar P4 apresenta a mesma dimensão paralela ao eixo da viga V101 que o pilar
P3, sendo 40 cm, os cálculos efetuados para a ancoragem das barras longitudinais no
apoio extremo P4 serão os mesmos já efetuados.

c) Detalhamento das barras longitudinais ancoradas nos apoios extremos:

O detalhamento de uma armadura corresponde a determinar o número de barras


necessárias, a bitola utilizada e qual o comprimento total da barra, conforme
nomenclatura expressa abaixo:

𝑛𝑁 ∅𝐷 − 𝐶

A norma determina que o comprimento de ancoragem em barras com ganchos deve se


estender até o ponto B ilustrado pela Figura X. Assim, o comprimento total de aço será
determinado retirando do comprimento de ancoragem necessário a projeção horizontal
do comprimento AB e acrescentando o tamanho do gancho, conforme a seguir:

* Valor a descontar de 𝑙 , (início da curva):

∅ 5∗∅ 5 ∗ 1,25
+∅= +∅= + 1,25 = 4,38 𝑐𝑚 ≅ 4,4 𝑐𝑚
2 2 2
* Tamanho total da barra:

𝑙 =𝑙 +2∗𝑙 , + 2 ∗ 𝑙 − 2 ∗ 4,4

𝑙 = 760 + 2 ∗ 34,5 + 2 ∗ 16 − 2 ∗ 4,4

𝑙 = 852,20 𝑐𝑚

* Representação:

6𝑁 ∅12,5 − 852,20

* Esquema:

A Figura X ilustra o detalhamento estrutural final das armaduras longitudinais de tração


que precisam ser ancoradas nos apoios extremos.

Figura X: Detalhamento estrutural final das armaduras ancoradas nos pilares extremos.

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