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LÍNGUA

PORTUGUESA
Orações Adverbiais x Coordenadas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ELIAS SANTANA

Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e


Respectiva Literatura – pela Universidade de
Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição,
na área de concentração “Gramática – Teoria e
Análise”, com enfoque em ensino de gramática.
Foi servidor da Secretaria de Educação do DF,
além de pro­fessor em vários colégios e cursos
preparatórios. Ministra aulas de gramá­
tica,
redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já
publicada. Por essa razão, recebeu Moção de
Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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Orações Adverbiais x Coordenadas
Prof. Elias Santana

SUMÁRIO
Orações Adverbiais x Coordenadas.................................................................4
1. Orações Subordinadas Adverbiais...............................................................8
1.1. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais.................................. 14
1.2. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas....................................... 15
2. Orações Coordenadas............................................................................. 16
2.1. Aditivas............................................................................................. 16
2.2. Adversativas...................................................................................... 17
2.3. Alternativas........................................................................................ 19
2.4. Conclusivas........................................................................................ 19
2.5. Explicativas........................................................................................ 20
Resumo.................................................................................................... 24
Questões de Concurso – Lista I................................................................... 25
Gabarito................................................................................................... 42
Gabarito Comentado.................................................................................. 43
Questões de Concurso – Lista II.................................................................. 64
Gabarito................................................................................................... 92
Gabarito Comentado.................................................................................. 93
Questões de Concurso – Lista III............................................................... 124
Gabarito................................................................................................. 141
Gabarito Comentado................................................................................ 142
Questões de Concurso – Lista IV................................................................ 164
Gabarito................................................................................................. 200
Questões Comentadas.............................................................................. 201

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ORAÇÕES ADVERBIAIS X COORDENADAS

Olá, querido(a) aluno(a)! Neste PDF, fecharemos o período composto da língua

portuguesa. Claro que, nas gramáticas, há muito mais acerca do assunto. Todavia,

você não adquiriu este material para aprender tudo, mas para aprender o que cai.

Você se lembra das nossas primeiras conversas? Meu primeiro objetivo não é ensi-

nar a você gramática, mas ensinar a você como resolver questões de gramá-

tica. Eu quero que você se torne uma máquina de destruição em massa de itens e

questões. Eu quero que língua portuguesa deixe de ser seu entrave e passe a ser

seu diferencial.

Sabe por que quis relembrar toda essa conversa inicial? Porque vamos, agora,

falar sobre orações subordinadas adverbiais e orações coordenadas. Eu po-

deria passar o PDF inteiro ensinando como identificar e classificar orações (o que

ensinarei), mas preciso dar prioridade ao que aparece em provas. O assunto deste

módulo é muito importante, mas o seu principal foco será:

• identificação de conjunções;

• semântica oracional.

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Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar,

já preciso fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela:

Conectivos
CLASSIFICAÇÃO CONECTIVOS EXEMPLOS
e, nem (nem...nem), não só...mas também, Não só fez um péssimo trabalho como
Aditivos
tampouco, tanto...quanto também cobrou caro.
mas, porém, contudo, todavia, no entanto,
Adversativos É um bom livro, todavia custa caro.
entretanto, e
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, Ou mude seu comportamento ou
Alternativos
seja...seja mude-se daqui!
Logo, pois (deslocado), portanto, por con- Você estudou, portanto será aprovado
Conclusivos
seguinte, assim, então, por isso em um bom concurso!
Não prejudique as pessoas, porque
Explicativos Pois, que, porque, porquanto
você pode ser prejudicado!
�Obs1 Pois, Porque, visto que, como, uma vez que,
A torcida aclamou porque o gol foi
Causais na medida em que, porquanto, haja vista
lindo!
que, já que
Tão (tamanho, tanto, tal)...que, de modo Foi tanto amor que os dois acabaram
Consecutivos
que, de maneira que se casando.
�Obs2 Embora, conquanto, não obstante, ainda que,
mesmo que, se bem que, posto que, por mais Embora você tenha boas intenções, é
Concessivos
que, por pior que, apesar de que, a despeito impossível acreditar em suas palavras.
de, malgrado, em que pese.
Como, mais...(do) que, menos...(do) que,
O enfermeiro foi mais eficiente que o
Comparativos , tão...como, tanto...quanto, tão...quanto,
médico.
assim como
Se, caso, sem que, se não, a não ser que,
Se você demorar, eu não vou te pro-
Condicionais exceto se, a menos que, contanto que,
curar.
salvo se, desde que
Segundo pesquisas, o aquecimento
Conformativos Conforme, consoante, como, segundo
global é um efeito natural.
Para, para que, a fim de que, de modo que, Os policiais trabalham para que a
Finais
de forma que, de sorte que, porque segurança seja mantida.
À proporção que, à medida que, quanto Os homens destroem o planeta à
Proporcionais
mais, ao passo que medida que se desenvolvem
Quando, enquanto, assim que, logo que, desde Enquanto os políticos descansam, os
Temporais
que, até que, mal, depois que, eis que brasileiros trabalham arduamente.

– Parte azul escuro: Conjunções coordenativas.

– Parte azul claro: Conjunções subordinativas adverbiais.

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 Obs. 1: É muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas

em orações com semântica explicativa, e vice-versa.

 Obs. 2: Sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas

juntas!

 e : Comparar (adversativas com concessivas; condicionais com tem-

porais)

 Conjunções em negrito: Estudar com atenção! Costumam confundir, por

serem semelhantes.

No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois

elas possuem algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificati-

va didática: tanto as orações subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são

classificadas de acordo com critérios semânticos (o sentido que elas oferecem ao

período), e ambas apresentam conjunções dotadas de sentido. Por esse motivo,

as questões sobre esses dois tipos de oração são muito semelhantes. Veja:

Questão 1    (2013/CESPE/TCE-ES) De acordo com o estudo A Cor dos Homicídios

no Brasil, desenvolvido pelo coordenador da área de estudos da violência da Fa-

culdade Latino-Americana no Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de

mortalidade entre jovens brancos no país caiu 27,1%.

O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, pode-

ria ser substituído, coerentemente, por como.

Questão 2    (2016/CESPE/TCE-SC) O fenômeno da corrupção, em virtude de sua

complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação

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repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a

integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em

prol do interesse público.

Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse subs-

tituído por Por conseguinte.

Errado, certo.

Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca

nem faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você

precisa saber o sentido da oração e a conjunção adequada. A primeira está errada,

pois “enquanto” é uma conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser

substituída por “como”. A segunda está certa, pois tanto a conjunção “portanto”

quanto “por conseguinte” possuem valor conclusivo. Se você fez uso da tabela, no-

tou pelas cores que a primeira diz respeito às orações subordinadas adverbiais, ao

passo que a segunda, às coordenadas.

Aqui comparei duas questões do CESPE, mas é assim que cai em praticamente to-

das as bancas. Lógico que nem todas serão fáceis assim – ainda mais com a tabela

na mão –, mas essa é a essência do assunto em provas de concursos.

Além disso, neste PDF, também discutirei como funciona a pontuação nesses dois

grupos oracionais, mas, novamente, vamos retornar ao que vimos em pontuação

do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjuntos

adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante.

Já a pontuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você

não vá aprender com facilidade. Vamos juntos?

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1. Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais se comportam como adjuntos adverbiais

oracionais. Quando desenvolvidas, apresentam conjunções subordinativas

adverbiais. A estrutura do período é

ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL ________.

 Obs.: a classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga

semântica oferecida por ela ao período.

Existem nove tipos de orações subordinadas adverbiais.

Causais

Expressam uma causa em relação à OP.

Consecutivas

Expressam uma consequência em relação à OP.

Obs.:
 você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações comple-

mentares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que

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é classificada como subordinada adverbial é a que possui a conjunção


subordinativa adverbial (ou a que está reduzida por alguma forma nominal,
conforme veremos adiante), ao passo que a outra é a oração principal.
Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao mesmo tempo!

Concessivas
Expressam uma concessão em relação à OP.

Obs.:
 você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que
algo acontecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na
oração acima, podemos perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos
que, se alguém estuda muito, em algum momento, saberá tudo. Mas a
concessão representa essa ruptura da lógica. Por isso, aconselho que você
estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão (ruptura da lógica)
juntas. Assim, é mais fácil entender e memorizar!

Comparativas
Oferecem uma comparação em relação à OP.

 Obs.: notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo

verbo vem implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este traba-

lhou). Além disso, cabe ressaltar que a contração “do” é facultativa!

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Condicionais
Oferecem uma condição em relação à OP.

 Obs.: cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais,
apresenta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não
poderá dirigir porque bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda
um fato consumado, mas uma situação hipotética.

Conformativas
Oferecem uma conformidade em relação à OP.

Finais
Oferecem uma finalidade em relação à OP.

Proporcionais

Oferecem uma proporção em relação à OP.

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Temporais

Oferecem o tempo em relação à OP.

Questão 3    (2013/CESPE/MPU) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência

entrou em vigor muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do

início da histórica revolução imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema

se esse não fosse o caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a

regular um dos universos mais impactados por esta revolução, o das relações tra-

balhistas. A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.

Certo.

É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação

vigorar há 70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não

fosse a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

Questão 4    (2013/TJDFT) Mesmo com os avanços na área de segurança, os crimes

virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros, como

mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.

O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expres-

são “Mesmo com os” fosse substituída por A despeito dos.

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Certo.

Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Pri-

meiramente, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de

segurança” possui valor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o

ideal seria que, com avanços na área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem.

Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora, recorra à tabela: a despeito dos também

possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma vez na vida você já usou um

a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E essa questão caiu

em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!

Questão 5    (2013/CESPE/MPU) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civi-

lização e a humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugu-

rar a organização da miséria.

Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto

caso se inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.

Errado.

MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba

que tanto quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O proble-

ma está no sentido. Compare comigo estes dois períodos.

• Se você vier, ganhará um presente.

• Quando você vier, ganhará um presente.

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O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir


é uma certeza, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil en-
xergar. Mas, em um texto de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso,
saiba: essa troca de conjunções de semânticas diferentes altera o sentido do texto,
mesmo que não prejudique a correção.

Questão 6    (2013/CESPE/TCE-RO) É assim que funciona o Square, sistema de pa-


gamentos em uso nos Estados Unidos da América. Ele, hoje, é uma das maiores
referências em pagamentos por celular. É aceito em 200 mil estabelecimentos, entre
restaurantes, bares, cafés, salões de beleza, spas, lojas e até agências funerárias.
Para usá-lo, o cliente precisa instalar um programa no celular.
Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corre-
tamente substituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído
por o usasse.

Errado.
No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no ce-
lular se alguém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.

Questão 7    (2014/CESPE/SUFRAMA) Com efeito, a habitação em cidades é essen-


cialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na me-
dida em que esses se opõem à natureza.
Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia
ser substituída por à medida que.

Errado.

Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção

causal, equivalente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional.

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Cotidianamente, é muito comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra.

Tome muito cuidado!

Questão 8    (2013/CESPE/TJDFT) O problema é que, na transmissão, pode haver


um espião conectado à rede, interessado em bisbilhotar a comunicação para obter
os dados pessoais e, principalmente, o número do cartão de crédito do comprador.
Para evitar a espionagem, as lojas virtuais utilizam a criptografia por meio de um
método conhecido como protocolo de chave pública.
A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo
de chave pública pelas lojas virtuais.

Certo.
Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave públi-
ca (um método de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.

1.1. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais

Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordina-

das adverbiais, principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há

consenso entre os gramáticos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração

adverbial está deslocada (conforme vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando

não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gramáticos, facultativa (os mais

modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da polêmica, sugiro

que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como em 2)

e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar

para sentir a estranheza).

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1.2. As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas

As orações subordinadas adverbiais podem se reduzir em infinitivo, particípio ou

gerúndio. Nesses casos, nem sempre haverá o auxílio da conjunção para que você

defina a classificação da oração. Sua obrigação será identificar a relação semântica

entre as partes.

• Infinitivo

− De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)

− Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (conse-

cutiva)

− Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)

− Sem comer, você não melhorará. (condicional)

− Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)

− Antes de comer, lave as mãos. (temporal)

• Particípio

− Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)

− Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)

− Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)

• Gerúndio

− Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)

− Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)

− Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)

− Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)

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2. Orações Coordenadas

As orações coordenadas são entendidas como sintaticamente independentes


entre si (por isso, não há mais uma oração principal). Essa independência entre
elas permite, por exemplo, o emprego de ponto-final ou ponto e vírgula entre elas
(o que não ocorre nas subordinadas). As orações coordenadas se conectam exclu-
sivamente por semântica. A estrutura do período é:

ORAÇÃO COORDENADA ASSINDÉTICA + ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA.

 Obs.: a classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga


semântica oferecida por ela ao período.

As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer di-


zer conectivo. Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos,
ao passo que as sindéticas, não.
Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles:

2.1. Aditivas

Obs.:
 as orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia,
se as orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes,
uma vírgula pode ser inserida. Ex.: ele chegou, e ela se jogou no sofá.

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2.2. Adversativas

 Obs.: você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os senti-


dos são parecidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já
foi assunto de prova!

Questão 9    (2013/CESPE/SEE-AL) Segundo a avaliação do movimento Todos pela


Educação, o PNE a ser aprovado perpassa os pontos principais da educação no país,
mas ainda deixa arestas.
A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção
gramatical e para os sentidos originais do texto.

Errado.
As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse
correção gramatical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo,
de “deixa” para deixe.

 Obs.: a conjunção “e” pode ser usada como adversativa! Ex.: ele correu, e não
cansou. Isso também já apareceu em prova.

Questão 10    (2013/CESPE/PRF) Leio que a ciência deu agora mais um passo de-

finitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência da

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ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos

para que, já que a própria ciência não o faz – o que, aliás, é a mais moderna forma

de objetividade de que dispomos.

Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e

não por deficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.

Certo.

Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por

deficiência da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório

(isso ocorre porque existe ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”.

A conjunção “e”, nesse caso, é adversativa e pode ser substituída por mas.

 Obs.: a conjunção “mas” é adversativa; no entanto, mas também é aditiva. Ex.:

ele ouviu, mas também copiou tudo.

É preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas.

Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades.

P1: você estuda muito, mas nunca saberá tudo.

P2: você estuda muito; mas nunca saberá tudo.

P3: você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.

 Obs.: não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha aten-

ção para construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca

saberá tudo”, pois a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto

adverbial, e não para separar a conjunção.

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Caso 2: com as demais conjunções adversativas:

 Obs.: nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três

últimos, deslocada.

2.3. Alternativas

Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas

são classificadas como sindéticas. Além disso, nesse tipo de período, o emprego da

vírgula é obrigatório.

2.4. Conclusivas

 Obs.: a pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema

apresentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.

 a conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva.

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2.5. Explicativas

 Obs.: as orações coordenadas explicativas são sempre separadas por vírgula.

Vejamos a diferença entre orações subordinadas adverbiais causais e orações coor-

denadas sindéticas explicativas.

Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portugue-

sa. Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em

mente:

• essa diferença cai pouco em provas;

• as orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas

conjunções.

Questão 11    (2013/CESPE/ANS) A fiscalização do cumprimento das garantias de

atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por ele

contratada, pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de prestadores

e a melhorarem o seu relacionamento com o cliente.

Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se

substituir o termo “pois” por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que,

porquanto.

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Certo.

A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada

é causal ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nessa situação, é perda de

tempo. Quando uma questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjun-

ções causais e explicativas da tabela. Trate-as como se fosse um grupo só. Tudo

bem?

Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coor-

denada explicativa. Chegou a hora de entender o porquê.

Veja a estrutura a seguir:

Eu te faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você con-

segue perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na pri-

meira! Note que, primeiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprova-

da no concurso. Logo, estudar é a causa. Isso não se nota na segunda possibilidade.

Aliás, se analisarmos em uma lógica temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato

de trabalhar naquele órgão é posterior e serve apenas como uma confirmação, uma

explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que a primeira possibilidade

representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a segunda é uma

oração coordenada sindética explicativa.

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O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o

que a maioria faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando enten-
der se há um evento que provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma
explicação.
Serei ainda mais objetivo.
Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que,
temporalmente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração
principal.

Ex.: a rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.

Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma


confirmação, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que
está na outra oração) ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).

Ex.: as leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.
Ex.: estude, porque seu futuro depende disso.

Assim, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de


natureza explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz. Isso porque, posterior-
mente, leva as operadoras a ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?
Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais cau-
sais podem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem ser.

A conjunção “pois”
• Já falamos um pouco sobre isso, mas não custa frisar.
• Quando a conjunção “pois” aparece no início da oração, possui valor causal ou
explicativo.

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Ex.: trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.

• Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor


conclusivo.

Ex.: está muito frio; vista, pois, um casaco.

Questão 12    (2013/CESPE/SEE-AL) Às vezes, esse profissional é a ponte entre


aqueles que tomam decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas
vezes, porém, ele toma decisões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois,
nesse momento, verdadeiro assessor, função que exige competências básicas bem
específicas e formação voltada essencialmente para questões educacionais.
O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão

Certo.

Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.

Questão 13    (2013/CESPE/STF) O passado jamais pode ser objeto de escolha: nin-

guém escolhe ter havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere

ao passado, mas ao futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.

Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto

substituísse “pois”.

Errado.

“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está

deslocado. Por isso, a substituição é proibida.

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RESUMO

Na verdade, falei do que cai logo no começo do material. De todo modo, lembre-se

de que seu primeiro objetivo não é aprender a classificar orações, uma vez que isso

pouco aparece em provas. Você acabará aprendendo classificação, mas como uma

consequência natural de análises semânticas entre orações e substituições de con-

junções (que é o que é cobrado frequentemente). Fique também atento(a) aos tópi-

cos de pontuação (principalmente nas orações coordenadas, pois o que ocorre com

as subordinadas é semelhante ao que vimos no período simples). Por fim, decore

as conjunções (nunca é demais dizer isso a você).

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QUESTÕES DE CONCURSO – LISTA I

Questão 1    (2016/TRF3) Embora a composição e a dinâmica precisas das rea-

ções emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um desen-

volvimento único, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não

todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanis-

mos biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por

isso que Darwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de tantas espé-

cies e encontrar consistência nessas expressões, e é por isso que em diferentes

culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que as

expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos que

podem induzir uma emoção. Mas o que causa admiração quando se observa o

mundo do alto é a semelhança, e não a diferença. Aliás, é essa semelhança que

permite que a arte cruze fronteiras. Considerando-se o segundo parágrafo do

texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo da

correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

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Questão 2    (2015/MPE-PB)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no

início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram

como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individuali-

dade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sem-

pre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito

é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro,

aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à

individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as

noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não es-

colhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença

como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença

supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em

“Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordân-

cia total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a fal-

sa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido

atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/)

Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

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a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo

seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por “então”.

Questão 3    (2016/SEGEP-MA) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no

seguinte período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Questão 4    (2008/TRT2) Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores

seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se di-

vertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (iní-

cio do texto). Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

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c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Questão 5    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro

que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem mui-

to a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

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Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à

vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que

se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro

lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... pode ser

redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar na escolha im-
pulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... refere-se a

“ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é: ..., o sinal de dois-pontos

pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Questão 6    (2015/DPE-RR)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se

usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

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Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que
morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia
então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que che-
gara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra pu-
blicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas
onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar
o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema pan-
fletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?
Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exata-
mente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz
de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo comple-
tamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e
escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e
dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e
oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema con-
creto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse
no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para
sempre marcado por esse poderoso símbolo de resistência. Fez muito sucesso, entre os
colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema.
Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o
meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015)

Nos segmentos a seguir, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada

corretamente em:

a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...

– O pronome retoma o segmento um deles.

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b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-

mento no poema.

c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-

plemento do verbo dizer.

d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção

introduz uma explicação relativa à oração precedente.

e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante

dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

Questão 7    (2015/DPE-SP) A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve

deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o

amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-

cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.

Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de

competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-

mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor

discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
-reiro-jr.html)

O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra.

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b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante.


c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam.
d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer
coisa.
e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa.

Questão 8    (2016/ELETROBRAS) Considere as seguintes passagens do texto:


I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi
uma das maiores usinas de energia solar do mundo.
II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo
menos.
III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora.
IV – IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro.

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em


a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) III e IV.

Questão 9    (2016/PGE-MT)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas

redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum enten-

dimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção

irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o

melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se convence o

outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude

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principalmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos

tendem a prevalecer aos punhos.

A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus

resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos

rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com

quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser “es-

tressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, repre-

sentam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes”.

Uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se

extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%,

as pessoas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa dis-

cussão política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate políti-

co, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.


(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

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Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Considere as afirmações seguintes a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anterior-

mente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

c) I e III.

d) II e III.

e) III.

Questão 10    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

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A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro

que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem mui-

to a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à

vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que


se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro

lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.

(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

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Só que o sentido da vida profissional não vem pronto...

Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase

acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:

a) Porém

b) Embora

c) Porquanto

d) Já que

e) Mesmo que

Questão 11    (2017/TRT24) Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa or-

dem, entre as orações na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu.

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta

que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém.

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais.

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada.

Questão 12    (2017/TRT11)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastróficas

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aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos me-

sopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e

dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres

são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de

terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zo-

nas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redução

de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada.

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.

Questão 13    (2017/TRT11) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de

ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-

nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.

Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas

em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre mi-

núscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

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b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Questão 14    (2017/TRE-SP) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos

envolver com o seu trabalho...

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

Questão 15    (2017/TRE-SP) Levado ao pé da letra, o resgate puramente historio-

gráfico das contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhe-

cimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está

presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civiliza-

ção atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão...

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

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Questão 16    (2016/PGE-MT) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas téc-

nicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor

decorativo incontestável...

O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

Questão 17    (2016/TRT20) Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de

“mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos,

acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras

pessoas. (1º parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

Questão 18    (2016/METRÔ-SP) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi conde-

nado à castração química, em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

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a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.

Questão 19    (2016/TRT14) Atente para esta sequência de frases que compõem um

período do texto:

I – o ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,

II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,

III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-

tivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte

c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto – entretanto

Questão 20    (2015/DPE-SP) Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados

Unidos na década de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ociden-

tal, em seu país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka.

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

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c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

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GABARITO
1. b 8. b 15. c

2. d 9. b 16. e

3. a 10. a 17. a

4. b 11. b 18. c

5. e 12. a 19. b

6. c 13. b 20. e

7. b 14. d

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GABARITO COMENTADO

Questão 1    (2016/TRF3) Embora a composição e a dinâmica precisas das reações

emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo meio e por um desenvolvi-

mento único, há indícios de que a maioria das reações emocionais, se não todas,

resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são parte dos mecanismos bior-

reguladores com os quais nascemos, visando à sobrevivência. Foi por isso que Da-

rwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de tantas espécies e encontrar

consistência nessas expressões, e é por isso que em diferentes culturas as emoções

são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade que as expressões variam, assim

como varia a configuração exata dos estímulos que podem induzir uma emoção.

Mas o que causa admiração quando se observa o mundo do alto é a semelhança, e

não a diferença. Aliás, é essa semelhança que permite que a arte cruze fronteiras.

Considerando-se o segundo parágrafo do texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo da

correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

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Letra b.

A letra a está errada, pois “conquanto” possui valor concessivo, e não comparativo;

a b é correta, pois a locução “a distância”, sem determinante, deve vir sem crase;

a c está errada, pois, para muitos gramáticos, o verbo “visar” pode ser VTD ou VTI

com o sentido de desejar; a d está errada, pois, como o núcleo do sujeito é partiti-

vo, permite-se a concordância com “reações emocionais”; a e está errada, porque

o verbo é intransitivo.

Questão 2    (2015/MPE-PB)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no

início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram

como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individuali-

dade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sem-

pre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito

é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro,

aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à

individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as

noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não es-

colhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença

como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença

supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em

“Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordân-

cia total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

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Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a fal-

sa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido

atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/)

Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público

vivo seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por

“então”.

Letra d.

A letra a está errada, pois “uma visão” não admite artigo; a b está errada, porque

a vírgula alteraria o sentido (de restritivo para explicativo); a c está errada, porque

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“por isso” é conclusivo, ao passo que “conquanto” é concessivo; a d está certa, pois

a oração “que não supõe concordância total” é subordinada adjetiva restritiva em

relação a “conversa”; a e está errada, pois “então” não indica continuação, mas

conclusão.

Questão 3    (2016/SEGEP-MA) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no

seguinte período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Letra a.

Pergunte ao verbo: o que parece? A resposta será “que o mito da tolerância já não

se sustenta entre nós”, que desempenha a função de sujeito. Na letra b, a oração

destacada é subordinada substantiva completiva nominal; na c, adjetiva restritiva;

na d, adverbial causal; na e, adverbial temporal.

Questão 4    (2008/TRT2) Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores

seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se di-

vertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (iní-

cio do texto). Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

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c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Letra b.

A oração “de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas preferências” é

subordinada substantiva completiva nominal. As demais afirmativas estão corretas.

Questão 5    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro

que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

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mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem mui-

to a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

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vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

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se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

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Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... pode ser

redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar na escolha im-

pulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... refere-se a

“ideais”.

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e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é: ..., o sinal de dois-pontos

pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Letra e.

A letra a está errada, pois a correta substituição será “nos quais”; a b está errada,

pois o primeiro “que” é conjunção integrante; a c está errada, pois, como a locução

“devem haver” é impessoal, o verbo auxiliar deve ficar no singular; a d está errada,

pois “aqueles” retoma “caminhos”; a e está correta, pois, após os dois-pontos, a

informação serve como justificativa do que se disse anteriormente.

Questão 6    (2015/DPE-RR)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo se

usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que che-

gara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra pu-

blicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas

onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar

o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema pan-

fletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exata-

mente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria capaz de

pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo completamente

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estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão duro e escaldante,
perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos bêbados e dos carros,
sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de opressores e oprimidos;
no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um boi poema concreto no as-
falto, para que minha impotência diante dos donos do poder se configurasse no berro
imenso desse boi de literatura, e o meu coração, ou minha índole, ficasse para sempre
marcado por esse poderoso símbolo de resistência. Fez muito sucesso, entre os co-
legas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho caderno com o velho poema.
Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias vezes em outros poemas; e o
meu boi no asfalto ainda me enche de luz, transformado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015)

Nos segmentos a seguir, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada
corretamente em:
a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...
– O pronome retoma o segmento um deles.
b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-
mento no poema.
c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-
plemento do verbo dizer.
d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção
introduz uma explicação relativa à oração precedente.
e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante
dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

Letra c.

A letra a está errada, pois o pronome retoma “poema cabuloso”; a b está errada,

pois “onde” não é pronome relativo, mas interrogativo; a d está errada, pois “que”

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é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva

objetiva direta; a e está errada, pois “para que” introduz finalidade.

Questão 7    (2015/DPE-SP) A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve

deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o

amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-

cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.

Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de

competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-

mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor

discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
-reiro-jr.html)

O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra.

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante.

c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam.

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa.

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa.

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Letra b.

Apenas na letra b há uma comparação entre as características da “chatice argu-

mentativa”. Na letra a, há um pronome relativo; na c, conjunção integrante; na d,

pronome relativo; na e, “para que” é usado para indicar finalidade.

Questão 8    (2016/ELETROBRAS) Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo.

II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo

menos.

III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora.

IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro.

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

Letra b.

Apenas em II e III o “que” é um pronome relativo em referência a um termo mas-

culino e singular. Na I, “que” introduz uma consequência; na IV, “para que” denota

finalidade.

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Questão 9    (2016/PGE-MT)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas

redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum enten-

dimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção

irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o

melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se convence o

outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude princi-

palmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem

a prevalecer aos punhos.

A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus

resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos

rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com

quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser “es-

tressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, repre-

sentam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes”.

Uma vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se

extrai da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%,

as pessoas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa dis-

cussão política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

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Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate políti-

co, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.


(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Considere as afirmações seguintes a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anteriormente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e II.
b) II.
c) I e III.

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d) II e III.

e) III.

Letra b.

A I está errada, pois isolar a oração adjetiva com vírgulas significa alterar o sentido

de restritivo para explicativo; a II está certa, pois “não obstante” foi usado com

valor adversativo, para indicar algo contrário ao esperado; a III está errada, pois a

inclusão... é possibilitada.

Questão 10    (2017/TRT11)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que

Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas

de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso das esco-

lhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas determinam não

só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com a profissão,

como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento. Isso se decide
na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda criança leva na

bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um processo de imitação,


mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os desejos não
realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida. Junto com as identi-
ficações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a ver com o campo

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de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-


nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.
Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.
Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-
zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.
O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à
vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a
premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que
se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,
é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro
lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.

(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Só que o sentido da vida profissional não vem pronto...


Considerado o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase
acima, o segmento sublinhado pode ser substituído por:
a) Porém
b) Embora
c) Porquanto
d) Já que
e) Mesmo que

Letra a.

“Só que”, no texto, apresenta valor adversativo.

Questão 11    (2017/TRT24) Percebe-se uma relação de causa e efeito, nessa or-

dem, entre as orações na seguinte passagem do texto:

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a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu.

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etiqueta

que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade.

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém.

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais.

e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada.

Letra b.

A causa: tudo é muito novo; a consequência: ainda engatinhamos. Na a, há con-

dição; na c, adição; na d, uma conjunção integrante; na e, uma conjunção adver-

sativa.

Questão 12    (2017/TRT11)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e

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dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desastres

são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos de

terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em zo-

nas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redução

de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada.

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.

Letra a.

A conjunção adversativa “contudo” introduz uma informação aditiva, que funciona

como uma ressalva não esperada pela cadeia semântica do texto.

Questão 13    (2017/TRT11) A escolha profissional tem muito a ver com o campo de

ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-

nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.

Consideradas as relações de sentido, as duas frases acima podem ser articuladas

em um único período, fazendo-se as devidas alterações na pontuação e entre mi-

núscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

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b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Letra b.

Primeiramente, é preciso perceber que o fato de alguém dificilmente conseguir se

entregar profissionalmente a uma prática que não representa os valores em que ela

acredita expressa a causa de a escolha profissional ter mais ligação com o campo

de ideais. Por ser causa, a articulação deve ser feita por uma conjunção causal.

Questão 14    (2017/TRE-SP) Eles são grandes porque o artista moderno quer nos

envolver com o seu trabalho...

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

Letra d.

Primeiramente, perceba que ser grande é uma consequência e que a informação

posterior é uma causa. Inverter a relação de subordinação significa transformar a

oração principal em subordinada. Mas, para que isso ocorra com a manutenção do

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sentido, a oração subordinada deve ser consecutiva. Por isso, emprega-se “de ma-

neira que”, que é uma conjunção com esse valor semântico.

Questão 15    (2017/TRE-SP) Levado ao pé da letra, o resgate puramente historio-

gráfico das contribuições da Antiguidade pode parecer folclórico diante do conhe-

cimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão está

presente na forma como o pensamento governa os hábitos intelectuais da civiliza-

ção atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão...

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

Letra c.

“Mesmo que” é uma conjunção de valor concessivo.

Questão 16    (2016/PGE-MT) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas téc-

nicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor

decorativo incontestável...

O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

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d) de sorte que

e) conquanto

Letra e.

Tanto “embora” quanto “conquanto” expressam valor concessivo.

Questão 17    (2016/TRT20) Com a literatura de cordel como aliada, o clichê de

“mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de cordel são baratos,

acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compartilhar com outras

pessoas. (1º parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

Letra a.

O fato de os folhetos de cordel serem baratos é a causa que faz com que o clichê

não soe tão inalcançável. Por isso, a opção correta é uma vez que.

Questão 18    (2016/METRÔ-SP) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi conde-

nado à castração química, em 1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

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a) consecutivo.
b) condicional.
c) concessivo.
d) temporal.
e) causal.

Letra c.
“Mesmo vivendo na avançada Inglaterra” é uma oração subordinada adverbial con-
cessiva reduzida de gerúndio.

Questão 19    (2016/TRT14) Atente para esta sequência de frases que compõem um
período do texto:
I – o ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,
II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,
III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-


tivamente, com as seguintes expressões:
a) uma vez que − ainda que
b) ao passo que − por conseguinte
c) desde que − mesmo que
d) conquanto − porquanto
e) portanto – entretanto

Letra b.

Entre a I e a II, há uma relação de proporção (o narrador se interessa à medida

que se sente valorizado); a III conclui o que ocorre em I e II (conclui-se que essa

proporção só aumenta porque a narrativa une ouvinte e narrador).

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Questão 20    (2015/DPE-SP) Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados

Unidos na década de 1940 e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ociden-

tal, em seu país natal quase não se conhece ou se lê a obra de Kafka.

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

Letra e.

Tanto “apesar de” quanto “a despeito de” servem para introduzir ideias concessivas.

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QUESTÕES DE CONCURSO – LISTA II

Questão 1    (CESPE/TJ-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Cada uma das opções a

seguir apresenta uma proposta de reescrita que altera a pontuação do seguinte

trecho do texto 1A2-I: “Não existe ética individual, existe ética de um grupo, de

uma sociedade, de uma nação.” (ℓ. 11 e 12). Assinale a opção em que a proposta

apresentada mantém a correção e os sentidos originais do texto.

a) Não existe ética, individual; existe ética, de um grupo, de uma sociedade, de

uma nação.

b) Não existe ética individual. Existe ética de um grupo, de uma sociedade, de uma

nação.

c) Não existe ética individual, existe: ética de um grupo de uma sociedade de uma

nação.

d) Não existe ética individual. Existe ética: de um grupo de uma sociedade, de uma

nação.

e) Não existe: ética individual, existe: ética de um grupo; de uma sociedade; de

uma nação.

Questão 2    (CESPE/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL CONTROLE EXTERNO CO-

NHECIMENTOS GERAIS/2019) No texto CG2A1-I, seriam preservados a correção

gramatical e os sentidos do trecho “Um exemplo da extensão do problema está na

declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Ni-

géria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome”

(ℓ.38 a 42) se

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a) os travessões fossem substituídos por parênteses.

b) uma vírgula fosse empregada logo após “problema”.

c) o segmento “segundo a qual” fosse isolado entre vírgulas.

d) a vírgula empregada logo após “crianças” fosse suprimida.

e) o travessão logo após “África” fosse substituído por dois-pontos.

Questão 3    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-II

1 Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América,

Theodore Schultz foi o primeiro acadêmico que efetivamente

sistematizou a relação existente entre aumento de investimentos

4 em educação e aumento de produtividade e salários

no setor agrícola — e, claro, na economia como um todo.

Em seus estudos, o economista comparou a situação

7 de desequilíbrio entre países pobres, cuja capacidade de

produção agrícola é baixa, e países ricos, de alta capacidade

produtiva. Nessa análise, percebeu-se que os países

10 desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no

chamado capital humano, mais especificamente em educação.

Notavelmente, educação traz desenvolvimento

13 econômico e social, além de gerar, em um contexto micro,

habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas

tanto por ele quanto por outros ao seu redor — fato já

16 conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisador foi além

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e sistematizou a influência da educação sobre a riqueza

de uma nação. Ele analisou a economia norte-americana

19 e percebeu que a maior parte do crescimento econômico

do país estava associada ao capital humano, materializado

em investimentos em educação, e não no capital físico.

22 Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos

da educação. Além do óbvio custo material (professores,

infraestrutura e material escolar), há outros custos que

25 envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam

passam a estudar — não produzindo, nem ganhando salários.

Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (

28 deixar de ganhar dinheiro com trabalho para estudar)

e eventualmente para o governo (pagar a educação das

pessoas sem que elas produzam).

31 Seu trabalho o levou à conclusão de que países

que investem mais em educação tendem a ser mais ricos.

Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais

34 se investir na capacitação das pessoas, mais produtiva e rica

uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais

positivos que negativos.


Internet: <http://g1.globo.com> (com adaptações).

A correção gramatical e os sentidos originais do segundo parágrafo do texto CG3A-

3-II seriam mantidos caso

a) a vírgula empregada logo após “análise” (ℓ.9)fosse suprimida.

b) o ponto final empregado na linha 9 fosse substituído por vírgula, com a devida

alteração de maiúscula e minúscula no início do período subsequente.

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c) uma vírgula fosse inserida logo após “percebeu-se” (ℓ.9)

d) uma vírgula fosse introduzida logo após “desenvolvidos” (ℓ.10).

e) as vírgulas empregadas logo após “pobres” (ℓ.7) e “ricos” (ℓ.8) fossem suprimi-

das.

Questão 4    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-1

1 O dito popular que defende a prevenção como melhor

remédio tem tanta afinidade com o dia a dia da Administração

Pública que, ouso afirmar, poderia ser tido como princípio

4 implícito de nosso ordenamento constitucional.

Em outros termos, quando se trata da coisa pública

o “errar é humano” não vale, não pode valer. E não porque

7 o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou

indiretamente, o erro custa muito caro para a sociedade.

O contrato superfaturado, a obra mal feita ou

10 inacabada e o serviço mal prestado constituem enorme

desrespeito ao contribuinte. Além de causar grande

prejuízo a toda coletividade, acaba sendo também os

grandes responsáveis pelo sentimento de ausência do Estado.

Diversas são as demandas da sociedade e o

administrador, preso às limitações de um orçamento,

14 ao eleger um determinado investimento como prioridade,

naturalmente relega outros. Por isso, “cautela” e “planejamento”

devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob

17 todos os enfoques, especialmente nas contratações.

A matemática é simples: quantos gestores, no

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exercício de suas administrações conseguiram ressarcir

22 os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos

tribunais de Contas, por superfaturamento, deficiência

na execução ou qualquer outra ilegalidade? A prática mostra

25 que, uma vez executado e pago o serviço “Inês é morta”,

não se recupera todo o dinheiro público gasto irregularmente.

Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos

28 procedimentos de apuração interna de responsabilidades,

inquéritos civis, ações civis públicas,enfim, movimenta-se

ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco,

31 é recuperado.

Dimas Ramalho. É melhor prevenir que remediar


Internet < https://www.tce.sp.gov.br/>(com adaptações)

A correção gramatical do segundo parágrafo do texto CG3A3-I seria mantida caso

a) a vírgula empregada logo após “vale” (ℓ.6) fosse suprimida.

b) o ponto final empregado logo após “valer” (ℓ.6) fosse substituído por ponto e

vírgula, com a devida alteração de maiúscula e minúscula no período subsequente.

c) a vírgula empregada logo após “errar” (ℓ.7) fosse suprimida.

d) a vírgula empregada logo após “indiretamente” (ℓ.8)fosse substituída por tra-

vessão.

e) a vírgula empregada logo após “pública” (ℓ. 5)fosse suprimida.

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Questão 5    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresen-

ta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de

direito. É ela que garante que a Constituição ganhará efetividade

4 e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas

de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a

jurisdição é a garantia do projeto constitucional, quando os outros

7 poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada.

Nesses termos, a jurisdição constitucional também se apre-

senta como medida democrática. Por meio dela, as bases que

10 estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, im-

pedindo que o calor dos fatos mude a interpretação constitucional

ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos

13 alegarem certa urgência.

Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da mu-

dança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases

16 constitucionais, independentemente das maiorias momentâne-

as e dos clamores populares.


Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucio-
nal: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial.
In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121,
jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “constitucional” (ℓ.6) preju-

dicaria a correção gramatical do texto.

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Questão 6    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 Nunca os litígios estruturais estiveram tão em voga no

Brasil. Uma confluência de fatores contribui para tanto. Entre eles,

é possível mencionar o avanço na conscientização da luta pela

4 implementação de direitos — decorrente tanto da amplitude do

texto constitucional de 1988 quanto das inovações tecnológicas

de comunicação que estendem sua divulgação —, o crescimento 7

expressivo do número de profissionais do direito dispostos a litigar

essa espécie de causas e o deslocamento do eixo de poder em fa-

vor do Poder Judiciário. Garantida sua autonomia, era

10 previsível que o Poder Judiciário, elevado ao papel de guardião

do texto constitucional, expandisse sua atuação para searas antes

inauditas.

13 Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo

menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos,

boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a

16 um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua po-

sição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estu-

diosos, apesar de existente, ainda não se pode dizer disseminada.


E. V. D. Lima. Litígios estruturais: decisão e implementação
de mudanças socialmente relevantes pela via processual.
In: Marco Félix

Os dois-pontos empregados na linha 14 poderiam ser substituídos pelo termo por-

quanto entre vírgulas, sem alteração da correção gramatical e dos sentidos do texto.

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Questão 7    (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019)

1 A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele

no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que

morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou

4 transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos

empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem ama-

mos e como morremos.

7 À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato

extremamente complicado, por isso poucos tentam compreender

no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse

10 baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contra-

to com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada

nele, passa imediatamente para a última página, tica em

13 “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato,

é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno

pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em

abrir mão de significado em troca de poder.


Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do
amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com
adaptações).

A vírgula empregada na linha 2 tem a finalidade de demarcar uma relação de opo-

sição entre as orações “Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos” (ℓ. 1 e

2) e “e ele regula nossa vida até o dia em que morremos” (ℓ. 2 e 3).

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Questão 8    (CESPE/IPHAN/TÉCNICO I ÁREA 2/2018)

1 A construção da ideia de patrimônio cultural se deu

no bojo de dois processos históricos muito importantes

para o Ocidente: a constituição dos Estados-nações

4 europeus e a instituição da história como um campo

específico de conhecimento. Não é difícil entender essa

relação íntima entre eles. Para unificar populações,

7 culturas, territórios, foi preciso elaborar a própria ideia de

nação, que se fundamenta em alguns elementos

estruturantes: um conjunto de pessoas que partilha uma

10 cultura, uma língua, uma origem comum, uma única

identidade. Nesse contexto, a história foi um poderoso

elemento de legitimação dessa ideia de nação, pois era

13 preciso buscar suas origens no passado, evidenciando a

continuidade, o caráter e a força do povo que a constituía.

A concepção do passado como “herança da nação”

16 está dada como fundamento mesmo da possibilidade de

futuro — e, nesse sentido, é necessário preservá-lo,

garantir a existência de seus vestígios e sinais, para

19 usufruto das gerações que virão. O Estado, como poder

legítimo instituído, que zela pelo bem da coletividade,

torna-se o principal agente nesse processo de guarda da

22 memória. Com isso, voltamos à ideia de patrimônio: tudo

aquilo que “restou” do passado, que constitui vestígio das

experiências vividas e do potencial de criação de um povo,

25 pode vir a se tornar patrimônio da nação.


Mônia Silvestrin. Tratando de conceitos. In: Instituto do Patrimônio
Histórico e
Artístico Nacional. Patrimônio imaterial: fortalecendo o Sistema
Nacional. Brasília:
IPHAN, 2014, p. 21-2 (com adaptações)

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O sinal de dois-pontos na linha 9 e o travessão na linha 17 foram empregados com


a mesma finalidade: introduzir uma enumeração que fornece detalhes acerca do
conceito de “nação” explorado no texto.

Questão 9    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A1-I

1 O direito tributário brasileiro depara-se com

grandes desafios, principalmente em tempos de globalização

e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses

4 pontos de atenção, destacam-se três. O primeiro é a guerra

fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor,

atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados

7 se debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações

no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra

o princípio de simplificação, contribuindo para o incremento

10 de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam alterar

regras para conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e

facilitar a instalação de novas empresas. É, portanto, um dos

13 instrumentos mais utilizados na disputa por investimentos,

gerando, com isso, consequências negativas do ponto

de vista tanto econômico quanto fiscal.

16 A competitividade gerada pela interdependência

estadual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do imposto

sobre valor agregado (IVA) trouxe um avanço importante

19 para a tributação indireta, permitindo a internacionalização

das trocas de mercadorias com a facilitação da equivalência

dos impostos sobre consumo e tributação, e diminuindo as

22 diferenças entre países. O ICMS, adotado no país, é o único

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caso no mundo de imposto que, embora se pareça com

o IVA, não é administrado pelo governo federal — o que

25 dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar

e gastar os recursos dele originados. A competência estadual

do ICMS gera ainda dificuldades na relação entre as vinte

28 e sete unidades da Federação, dada a coexistência dos

princípios de origem e destino nas transações comerciais

interestaduais, que gera a já comentada guerra fiscal.

31 A harmonização com os outros sistemas tributários é

outro desafio que deve ser enfrentado. É preciso integrar-se aos

países do MERCOSUL, além de promover a aproximação

34 aos padrões tributários de um mundo globalizado e

desenvolvido, principalmente quando se trata de Europa.

Só assim o país recuperará o poder da economia e poderá

37 utilizar essa recuperação como condição para intensificar

a integração com outros países e para participar mais

ativamente da globalização.
André Pereira. Os desafios do direito tributário brasileiro.
In: DCI – Diário Comércio, Indústria e Serviços. 2/
mar./2017. Internet: <www.dci.com.br> (com adaptações).

No texto 1A1-I, o emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país”

(ℓ.22) e “embora se pareça com o IVA” (ℓ. 23 e 24) é

a) facultativo em ambas as expressões.

b) obrigatório apenas na primeira expressão.

c) apenas uma escolha estilística do autor.

d) justificado por regras distintas de pontuação.

e) necessário devido ao deslocamento dessas expressões dentro do período.

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Questão 10    (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

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A vírgula logo após “país” (ℓ.21) é de emprego facultativo, ou seja, ela poderia ser

suprimida sem prejuízo para a correção do texto.

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Questão 11    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Sentado na salinha da rua de São Bernardo, Chico

Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro, o seu

incerto futuro que a perversidade de uma seca entregara aos

4 azares da estrada e à promiscuidade miserável dum

abarracamento de flagelados.

Tristemente contou toda a fome sofrida e as

7 consequentes misérias.

A morte de Josias, afilhado do compadre Luís

Bezerra, delegado do Acarape, que lhes tinha valido num dia

10 bem desgraçado! — a morte do Josias, naquela velha casa de

farinha, deitado junto de uma trave de aviamento, com a

barriga tão inchada como a de alguns paroaras quando já estão

13 para morrer...

E aquele caso da cabra, em que — Deus me perdoe!

— pela primeira vez tinha botado a mão em cima do alheio...

16 E se saíra tão mal, e o homem o tinha posto até de

sem-vergonha, e ele tão morto, tão sem coragem, que o que fez

foi ficar agachado, aguentando a desgraça...

19 Os olhos da moça se enchiam de água, e

comovidamente dona Inácia levantou os óculos, passando o

lenço pelas pálpebras.

22 O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito

encolhido, estirando apenas, uma vez ou outra, o braço

mirrado, para vergastar o ar numa imagem de miséria mais

25 aguda, ou de desespero mais pungente...

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Depois era a fuga do Pedro, e aquela noite na estrada

em que a mulher, estirada no chão, com o Duquinha de banda,

28 todo o tempo arquejou, variando, sem sentidos, como quem está para

morrer.

E ele de cócoras, junto dela, com os dois outros

31 meninos agarrados nas pernas, não teve forças nem de se

mexer, de caçar um recurso, nem de, ao menos, tentar descobrir

um rancho...

34 Agora, felizmente, estavam menos mal. O de que

carecia era arranjar trabalho; porque a comadre Conceição bem

via que o que davam no Campo mal chegava para os meninos.

37 Conceição concordou:

— Eu sei, eu sei, é uma miséria! Mas você assim,

compadre, tão fraco, lá aguenta um serviço bruto, pesado, que

40 é só o que há para retirante?!

Ele alargou os braços, tristemente:

— A natureza da gente é que nem borracha... Havendo

precisão, que jeito? Dá pra tudo...


Rachel de Queiroz. O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
(com adaptações).

A vírgula empregada imediatamente após “água” (ℓ.19) é obrigatória, visto que

tem a finalidade de introduzir uma justificativa para o que foi dito anteriormente

no período.

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Questão 12    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho

Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,

que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,

4 sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou

recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser

que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como

7 eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto

bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos

no bolso.

10 — Continue, disse eu acordando.

— Já acabei, murmurou ele.

— São muito bonitos.

13 Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,

mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte

entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me

Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos

reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou.

Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da

cidade, e eles, por graça, chamam-me assim.

Machado de Assis. Dom Casmurro. Internet: <www.dominiopublico.gov.


br> (com adaptações).

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A vírgula empregada na linha 15 indica a existência de uma relação de oposição

entre as ideias dos trechos “No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios”

(ℓ.14 e 15) e “e acabou alcunhando-me Dom Casmurro” (ℓ.15 e 16).

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Questão 13    (CESPE/MPU/TÉCNICO DO MPU ADMINISTRAÇÃO/2018)

1 Se a cultura, no que tange a valores e visões de

mundo, é fundamental para nossa constituição enquanto

indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso

4 comportamento moral, por exemplo), limitarmo-nos a ela,

desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou

grupos dos quais não fazemos parte, pode nos levar a uma

7 visão estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo,

dessa forma, representa uma visão de mundo que toma a

cultura do outro (alheia ao observador) como algo menor, sem

10 valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica

desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, o que

faz o indivíduo limitar-se à visão que possui como referência

13 cultural. A herança cultural que recebemos de nossos pais e

antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao

mesmo tempo em que nos educa.

16 Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica

de pensamento e seus hábitos acaba por gerar uma visão

etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se

19 desdobrar em conflitos diretos. O etnocentrismo está,

certamente, entre as principais causas da intolerância

internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações

22 entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses

e os povos vindos do norte do continente africano que buscam

residência em países estrangeiros, apenas como exemplos.

25 A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de

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integração global decorrente da modernização dos meios de

comunicação como a Internet, pois é sinônimo de estranheza e

28 de falta de tolerância.

Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).

Na linha 4, a correção do texto seria prejudicada caso a vírgula empregada logo

após o parêntese fosse substituída por ponto e vírgula.

Questão 14    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

1 — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente

hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,

engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos

4 conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo

especial. Assim, quando o delegado G... nos contou,

pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas

7 pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara

uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou

o seu trabalho.

10 — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? —

perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas

13 não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas

realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse

depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,

16 sem dúvida, a teriam encontrado.

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Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo

aquilo com a máxima seriedade.

19 — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas

em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em

serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo

22 conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado,

uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à

força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu

25 uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado

superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm

cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação

28 inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência

daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas

as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache

31 escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios

teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num

ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente

34 a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da

deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre

acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e,

37 muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu

sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são

instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa

40 extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir

habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios.

(...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao

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43 afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro

do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras

palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos

46 princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão

inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se

enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na

49 suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu

renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são

idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non

52 distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.

— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei

que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas

55 letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o

cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as

58 coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como

mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,

assim, à mercê do delegado.

61 — Você me surpreende — respondi — com essas

opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.

Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias

64 amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há

muito considerada como a razão par excellence.


Edgar Allan Poe. A carta roubada.
In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno

Silveira e outros.

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A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “algum” (ℓ.59) manteria a

correção gramatical do texto.

Questão 15    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

Feitas as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, o ponto e vírgula em-

pregado logo após “bem” (ℓ.58) poderia ser corretamente substituído por ponto

final.

Questão 16    (CESPE/IPHAN/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SU-

PERIOR/2018)

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Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula empregada logo após

“viver” (ℓ.10) fosse substituída por ponto e vírgula.

Questão 17    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A3-I

1 A política tributária não se restringe ao objetivo

de abastecer os cofres públicos, mas tem também objetivos

econômicos e sociais. Se fosse aumentada a tributação

4 sobre um produto considerado nocivo para o consumidor ou

para a sociedade, o seu consumo poderia ser desestimulado.

Caso a intenção fosse promover uma melhor distribuição

de renda, o Estado poderia reduzir tributos incidentes sobre

os produtos mais consumidos pela população de renda mais

9 baixa e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta.

Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

13 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

16 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro

das empresas, favorecendo-se, assim, a elevação dos seus

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investimentos — e, consequentemente, da produção —

20 e o surgimento de novas empresas, o que provavelmente

resultaria no crescimento da produção, bem como no

acirramento da concorrência, com possíveis reflexos sobre

os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria

estimulado.
Internet: <https://politicaspublicas.almg.gov.br> (com adaptações).

No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor

da economia” (ℓ. 10 e 11) apresenta, no período em que se insere, noção de

a) concessão, uma vez que representa uma exceção às regras de tributação do país.

b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que diminuiria os custos do refe-

rido setor.

c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referido setor diminuiriam à me-

dida que se diminuísse a tributação.

d) tempo, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor ocorreria somen-

te após a redução da tributação sobre ele.

e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor dependeria da

redução da tributação sobre ele.

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Questão 18    (CESPE/MPE-PI/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL SU-

PERIOR/2018)

1 Escrita, secreta e submetida, para construir as suas

provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma

máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu.

4 E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente

para a confissão, embora em direito estrito não a exija.

Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma

7 prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,

nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios;

a confissão, desde que seja devidamente feita, quase

10 exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,

as mais difíceis); em segundo, a única maneira para

que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca

13 e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre

o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo

o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio

16 crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente

construído pela investigação.

No interior do crime reconstituído por escrito,

19 o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva.

Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão

21 é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta.

Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial

atribui à confissão.

24 Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo gera

das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia

rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só

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27 implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios

anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam

culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua

30 posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá

então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado,

a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo

33 ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a

confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e

reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma

investigação feita sem a sua participação em uma afirmação

voluntária.

Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão.


Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações)..

O trecho “que não há (...) indícios” (ℓ. 7 e 8) exprime uma noção de consequência.

Questão 19    (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA PROVA 1/2018)


1 Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois

princípios que se combatem de morte e regulam diversamente as

atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos

4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades

rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,

na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores

7 e os povos lavradores9(...) Existe uma ética do trabalho, como

existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo

trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente

10 ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais

e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia,

imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,


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eletrônico é licenciado−,
paratudo,
HEITOR enfim,
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concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por 89 de 244

outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma


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e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia,

imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,

13 vagabundagem −, tudo, enfim, quanto se relacione com a

concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por

outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma

16 recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto

as energias que visam estabilidade, à paz, à segurança

pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito

19 material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para

eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o

ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade,

tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical.


(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1948, p. 36-39)

O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (ℓ.22)

exprime uma relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma

incompreensão radical”.

Questão 20    (CESPE/EMAP/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

1 É curioso notar que a ideia de porto está presente

nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.

Isso porque uma das características das primeiras estruturas

4 urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a

presença do porto.

As primeiras cidades, no sentido moderno,

7 surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,

na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios

Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos


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ou distribuição, propriamente
sujeitando-se aos infratores à dita, cercada civil e criminal.
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por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto
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e as células dos futuros palácios reais; uma espécie


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na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios

Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos

10 urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada

por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto

e as células dos futuros palácios reais; uma espécie

13 de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências

e instalações para criação de animais e plantio; e o porto

fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era

16 utilizado como local de instalação dos estrangeiros,

cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.

Não se trata, portanto, de uma criação aleatória

19 apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece

como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional

que marcou o contexto do surgimento das cidades e da

22 escrita. O comportamento fundamental dessa mudança

localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,

na diversificação dos papéis sociais e na abertura para

25 o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau

de complexidade da sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a
modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p
17-8 (com adaptações)

A palavra “portanto” (ℓ.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de con-

clusão.

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GABARITO
1. b 8. E 15. C

2. a 9. d 16. C

3. a 10. E 17. e

4. b 11. E 18. C

5. E 12. E 19. E

6. C 13. C 20. C

7. E 14. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/TJ-PR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Cada uma das opções a
seguir apresenta uma proposta de reescrita que altera a pontuação do seguinte
trecho do texto 1A2-I: “Não existe ética individual, existe ética de um grupo, de

uma sociedade, de uma nação.” (ℓ. 11 e 12). Assinale a opção em que a proposta
apresentada mantém a correção e os sentidos originais do texto.
a) Não existe ética, individual; existe ética, de um grupo, de uma sociedade, de
uma nação.
b) Não existe ética individual. Existe ética de um grupo, de uma sociedade, de uma
nação.
c) Não existe ética individual, existe: ética de um grupo de uma sociedade de uma
nação.
d) Não existe ética individual. Existe ética: de um grupo de uma sociedade, de uma
nação.
e) Não existe: ética individual, existe: ética de um grupo; de uma sociedade; de
uma nação.

Letra b.
Você precisa acionar o seu conhecimento acerca das orações coordenadas para
entender esta questão. Veja que, no trecho original, após “individual”, a segunda
oração possui ideia de oposição, adversidade (que faz farte das coordenações),
apesar de não estar com conjunção; por isso, é possível haver a separação com
ponto final. O resto da pontuação está idêntico.

Questão 2    (CESPE/MPC-PA/ANALISTA MINISTERIAL CONTROLE EXTERNO CO-

NHECIMENTOS GERAIS/2019) No texto CG2A1-I, seriam preservados a correção

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gramatical e os sentidos do trecho “Um exemplo da extensão do problema está na

declaração dada em 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

segundo a qual 1,4 milhão de crianças, de quatro diferentes países da África — Ni-

géria, Somália, Iêmen e Sudão do Sul —, corre risco iminente de morrer de fome”

(ℓ.38 a 42) se

a) os travessões fossem substituídos por parênteses.

b) uma vírgula fosse empregada logo após “problema”.

c) o segmento “segundo a qual” fosse isolado entre vírgulas.

d) a vírgula empregada logo após “crianças” fosse suprimida.

e) o travessão logo após “África” fosse substituído por dois-pontos.

Letra a.

A alternativa certa indica que os travessões, responsáveis por intercalar um aposto

enumerativo, poderiam ser substituídos por parênteses – o que é realmente pos-

sível.

b) Errada. A vírgula separaria o sujeito do verbo.

c) Errada. Não se pode separar o pronome relativo do resto da oração adjetiva.

d) Errada. Iria desfazer a intercalação e manter uma vírgula entre o sujeito e o

verbo.

e) Errada. Não é possível, pois o trecho após o primeiro travessão não termina em

ponto final.

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Questão 3    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-II

1 Nascido em 1902, nos Estados Unidos da América,

Theodore Schultz foi o primeiro acadêmico que efetivamente

sistematizou a relação existente entre aumento de investimentos

4 em educação e aumento de produtividade e salários

no setor agrícola — e, claro, na economia como um todo.

Em seus estudos, o economista comparou a situação

7 de desequilíbrio entre países pobres, cuja capacidade de

produção agrícola é baixa, e países ricos, de alta capacidade

produtiva. Nessa análise, percebeu-se que os países

10 desenvolvidos possuíam muito mais dinheiro investido no

chamado capital humano, mais especificamente em educação.

Notavelmente, educação traz desenvolvimento

13 econômico e social, além de gerar, em um contexto micro,

habilidades para o indivíduo que possam ser aproveitadas

tanto por ele quanto por outros ao seu redor — fato já

16 conhecido por Schultz. Contudo, o pesquisador foi além

e sistematizou a influência da educação sobre a riqueza

de uma nação. Ele analisou a economia norte-americana

19 e percebeu que a maior parte do crescimento econômico

do país estava associada ao capital humano, materializado

em investimentos em educação, e não no capital físico.

22 Ainda nesse estudo, Schultz analisou os custos

da educação. Além do óbvio custo material (professores,

infraestrutura e material escolar), há outros custos que

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25 envolvem, principalmente, tempo: pessoas que trabalhariam

passam a estudar — não produzindo, nem ganhando salários.

Assim, Schultz concluiu que há custos para as pessoas (

28 deixar de ganhar dinheiro com trabalho para estudar)

e eventualmente para o governo (pagar a educação das

pessoas sem que elas produzam).

31 Seu trabalho o levou à conclusão de que países

que investem mais em educação tendem a ser mais ricos.

Segundo ele, mesmo que isso tenha um custo, quanto mais

34 se investir na capacitação das pessoas, mais produtiva e rica

uma nação será, de modo que os efeitos tendem a ser mais

positivos que negativos.


Internet: <http://g1.globo.com> (com adaptações).

A correção gramatical e os sentidos originais do segundo parágrafo do texto CG3A-


3-II seriam mantidos caso
a) a vírgula empregada logo após “análise” (ℓ.9) fosse suprimida.
b) o ponto final empregado na linha 9 fosse substituído por vírgula, com a devida
alteração de maiúscula e minúscula no início do período subsequente.
c) uma vírgula fosse inserida logo após “percebeu-se” (ℓ.9)
d) uma vírgula fosse introduzida logo após “desenvolvidos” (ℓ.10).
e) as vírgulas empregadas logo após “pobres” (ℓ.7) e “ricos” (ℓ.8) fossem supri-
midas.

Letra a.

Como “nessa análise” é um adjunto adverbial curto, a omissão da vírgula não pre-

judica a correção gramatical.

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b) Errada. Com essa alteração, haveria dúvida em relação à referência oracional

de “nessa análise”.

c) Errada. A vírgula separaria a sujeito do verbo.

d) Errada. A vírgula separaria o sujeito do verbo.

e) Errada. Por se tratar de uma oração adjetiva, haveria mudança de sentido.

Questão 4    (CESPE/MPC-PA/CONHECIMENTOS GERAIS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2019)

Texto CG3A3-1

1 O dito popular que defende a prevenção como melhor

remédio tem tanta afinidade com o dia a dia da Administração

Pública que, ouso afirmar, poderia ser tido como princípio

4 implícito de nosso ordenamento constitucional.

Em outros termos, quando se trata da coisa pública

o “errar é humano” não vale, não pode valer. E não porque

7 o ser humano não possa errar, mas porque, direta ou

indiretamente, o erro custa muito caro para a sociedade.

O contrato superfaturado, a obra mal feita ou

10 inacabada e o serviço mal prestado constituem enorme

desrespeito ao contribuinte. Além de causar grande

prejuízo a toda coletividade, acaba sendo também os

grandes responsáveis pelo sentimento de ausência do Estado.

Diversas são as demandas da sociedade e o

administrador, preso às limitações de um orçamento,

14 ao eleger um determinado investimento como prioridade,

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naturalmente relega outros. Por isso, “cautela” e “planejamento”

devem ser as palavras de ordem para o gasto público, sob

17 todos os enfoques, especialmente nas contratações.

A matemática é simples: quantos gestores, no

exercício de suas administrações conseguiram ressarcir

22 os prejuízos de contratos considerados irregulares pelos

tribunais de Contas, por superfaturamento, deficiência

na execução ou qualquer outra ilegalidade? A prática mostra

25 que, uma vez executado e pago o serviço “Inês é morta”,

não se recupera todo o dinheiro público gasto irregularmente.

Ao contrário, o dispêndio público só aumenta: são abertos

28 procedimentos de apuração interna de responsabilidades,

inquéritos civis, ações civis públicas,enfim, movimenta-se

ainda mais a máquina pública, e pouco, muito pouco,

31 é recuperado.

Dimas Ramalho. É melhor prevenir que remediar


Internet < https://www.tce.sp.gov.br/>(com adaptações)

A correção gramatical do segundo parágrafo do texto CG3A3-I seria mantida caso

a) a vírgula empregada logo após “vale” (ℓ.6) fosse suprimida.

b) o ponto final empregado logo após “valer” (ℓ.6) fosse substituído por ponto e

vírgula, com a devida alteração de maiúscula e minúscula no período subsequente.

c) a vírgula empregada logo após “errar” (ℓ.7) fosse suprimida.

d) a vírgula empregada logo após “indiretamente” (ℓ.8) fosse substituída por

travessão.

e) a vírgula empregada logo após “pública” (ℓ.5) fosse suprimida.

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Letra b.

Como a oração iniciada por “e” é adversativa, poderia ser usado ponto final ou pon-

to e vírgula.

a) Errada. São duas orações coordenadas assindéticas. A vírgula é necessária.

c) Errada. A oração adversativa precisa ser separada por pontuação.

d) Errada. Antes dessa vírgula, há outra, responsável por produzir a intercalação

do adjunto adverbial.

e) Errada. Como a oração subordinada adverbial temporal está deslocada, a vír-

gula é obrigatória.

Questão 5    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 A jurisdição constitucional na contemporaneidade apresen-

ta-se como uma consequência praticamente natural do Estado de

direito. É ela que garante que a Constituição ganhará efetividade

4 e que seu projeto não será cotidianamente rasurado por medidas

de exceção desenhadas atabalhoadamente. Mais do que isso, a

jurisdição é a garantia do projeto constitucional, quando os outros

7 poderes buscam redefinir os rumos durante a caminhada.

Nesses termos, a jurisdição constitucional também se apre-

senta como medida democrática. Por meio dela, as bases que

10 estruturaram democraticamente o Estado são conservadas, im-

pedindo que o calor dos fatos mude a interpretação constitucional

ou procure fugir de sua incidência sempre que os acontecimentos

13 alegarem certa urgência.

Ademais, é a garantia hodierna de que os ventos da mu-

dança não farão despencar os edifícios que sustentam as bases

16 constitucionais, independentemente das maiorias momentâne-

as e dos clamores populares.


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Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucio-
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
nal: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial.
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In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121,
jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).
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16 constitucionais, independentemente das maiorias momentâne-

as e dos clamores populares.


Emerson Ademir Borges de Oliveira. Jurisdição constitucio-
nal: entre a guarda da Constituição e o ativismo judicial.
In: Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 20, n.º 121,
jun.-set./2018, p. 468-94 (com adaptações).

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “constitucional” (ℓ.6) preju-

dicaria a correção gramatical do texto.

Errado.

É o contrário da letra “e”, da questão anterior. Aqui, a oração subordinada adverbial

temporal não está deslocada. Por isso, o emprego de vírgula é facultativo.

Questão 6    (CESPE/PGM CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

1 Nunca os litígios estruturais estiveram tão em voga no

Brasil. Uma confluência de fatores contribui para tanto. Entre eles,

é possível mencionar o avanço na conscientização da luta pela

4 implementação de direitos — decorrente tanto da amplitude do

texto constitucional de 1988 quanto das inovações tecnológicas

de comunicação que estendem sua divulgação —, o crescimento 7

expressivo do número de profissionais do direito dispostos a litigar

essa espécie de causas e o deslocamento do eixo de poder em fa-

vor do Poder Judiciário. Garantida sua autonomia, era

10 previsível que o Poder Judiciário, elevado ao papel de guardião

do texto constitucional, expandisse sua atuação para searas antes

inauditas.

13 Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo

menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos,

boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a


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16 um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua po-
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sição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estu-
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13 Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo

menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos,

boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a

16 um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua po-

sição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estu-

diosos, apesar de existente, ainda não se pode dizer disseminada.


E. V. D. Lima. Litígios estruturais: decisão e implementação
de mudanças socialmente relevantes pela via processual.
In: Marco Félix
Jobim e Sérgio Cruz Arenhart (Org.). Processos estruturais.
1.ª ed. Salvador: Editora Juspodivm, v. 1, 2017, p. 369-422
(com adaptações).

Os dois-pontos empregados na linha 14 poderiam ser substituídos pelo termo por-

quanto entre vírgulas, sem alteração da correção gramatical e dos sentidos do

texto.

Certo.

Você precisa ter em mente duas informações:

• no texto, os dois-pontos indicam uma explicação;

• porquanto é uma conjunção do tipo causal ou explicativa.

Com a alteração, o valor semântico do texto original é mantido, e a pontuação su-

gerida está correta.

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Questão 7    (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019)

1 A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele

no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que

morremos. Pouquíssimos entre nós são capazes de rescindi-lo ou

4 transcendê-lo. Esse contrato configura nossa comida, nossos

empregos e nossos sonhos; ele decide onde moramos, quem ama-

mos e como morremos.

7 À primeira vista, a modernidade parece ser um contrato

extremamente complicado, por isso poucos tentam compreender

no que exatamente se inscreveram. É como se você tivesse

10 baixado algum software e ele te solicitasse assinar um contra-

to com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada

nele, passa imediatamente para a última página, tica em

13 “concordo” e esquece o assunto. Mas a modernidade, de fato,

é um contrato surpreendentemente simples. O contrato interno

pode ser resumido em uma única frase: humanos concordam em

abrir mão de significado em troca de poder.


Yuval Noah Harari. Homo Deus: uma breve história do
amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 (com
adaptações).

A vírgula empregada na linha 2 tem a finalidade de demarcar uma relação de opo-


sição entre as orações “Todos nós aderimos a ele no dia em que nascemos” (ℓ. 1 e
2) e “e ele regula nossa vida até o dia em que morremos” (ℓ. 2 e 3).

Errado.

Na verdade, a vírgula a separação de orações aditivas com sujeitos diferentes. De-

talhe: para o Cespe, em provas objetivas, essa vírgula é facultativa.

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Questão 8    (CESPE/IPHAN/TÉCNICO I ÁREA 2/2018)

1 A construção da ideia de patrimônio cultural se deu

no bojo de dois processos históricos muito importantes

para o Ocidente: a constituição dos Estados-nações

4 europeus e a instituição da história como um campo

específico de conhecimento. Não é difícil entender essa

relação íntima entre eles. Para unificar populações,

7 culturas, territórios, foi preciso elaborar a própria ideia de

nação, que se fundamenta em alguns elementos

estruturantes: um conjunto de pessoas que partilha uma

10 cultura, uma língua, uma origem comum, uma única

identidade. Nesse contexto, a história foi um poderoso

elemento de legitimação dessa ideia de nação, pois era

13 preciso buscar suas origens no passado, evidenciando a

continuidade, o caráter e a força do povo que a constituía.

A concepção do passado como “herança da nação”

16 está dada como fundamento mesmo da possibilidade de

futuro — e, nesse sentido, é necessário preservá-lo,

garantir a existência de seus vestígios e sinais, para

19 usufruto das gerações que virão. O Estado, como poder

legítimo instituído, que zela pelo bem da coletividade,

torna-se o principal agente nesse processo de guarda da

22 memória. Com isso, voltamos à ideia de patrimônio: tudo

aquilo que “restou” do passado, que constitui vestígio das

experiências vividas e do potencial de criação de um povo,

25 pode vir a se tornar patrimônio da nação.


Mônia Silvestrin. Tratando de conceitos. In: Instituto do Patrimônio
Histórico e
Artístico Nacional. Patrimônio imaterial: fortalecendo o Sistema
Nacional. Brasília:
IPHAN, 2014, p. 21-2 (com adaptações)

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O sinal de dois-pontos na linha 9 e o travessão na linha 17 foram empregados com

a mesma finalidade: introduzir uma enumeração que fornece detalhes acerca do

conceito de “nação” explorado no texto.

Errado.

No primeiro caso, os dois-pontos introduzem uma explicação acerca de “elementos

estruturantes”. No segundo caso, o travessão separa orações adjetivas dotadas de

sujeitos diferentes.

Questão 9    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A1-I

1 O direito tributário brasileiro depara-se com

grandes desafios, principalmente em tempos de globalização

e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses

4 pontos de atenção, destacam-se três. O primeiro é a guerra

fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor,

atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados

7 se debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações

no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra

o princípio de simplificação, contribuindo para o incremento

10 de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam alterar

regras para conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e

facilitar a instalação de novas empresas. É, portanto, um dos

13 instrumentos mais utilizados na disputa por investimentos,

gerando, com isso, consequências negativas do ponto

de vista tanto econômico quanto fiscal.

16 A competitividade gerada pela interdependência

estadual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do imposto


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19 para a tributação indireta, permitindo a internacionalização
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16 A competitividade gerada pela interdependência

estadual é outro ponto. Na década de 60, a adoção do imposto

sobre valor agregado (IVA) trouxe um avanço importante

19 para a tributação indireta, permitindo a internacionalização

das trocas de mercadorias com a facilitação da equivalência

dos impostos sobre consumo e tributação, e diminuindo as

22 diferenças entre países. O ICMS, adotado no país, é o único

caso no mundo de imposto que, embora se pareça com

o IVA, não é administrado pelo governo federal — o que

25 dá aos estados total autonomia para administrar, cobrar

e gastar os recursos dele originados. A competência estadual

do ICMS gera ainda dificuldades na relação entre as vinte

28 e sete unidades da Federação, dada a coexistência dos

princípios de origem e destino nas transações comerciais

interestaduais, que gera a já comentada guerra fiscal.

31 A harmonização com os outros sistemas tributários é

outro desafio que deve ser enfrentado. É preciso integrar-se aos

países do MERCOSUL, além de promover a aproximação

34 aos padrões tributários de um mundo globalizado e

desenvolvido, principalmente quando se trata de Europa.

Só assim o país recuperará o poder da economia e poderá

37 utilizar essa recuperação como condição para intensificar

a integração com outros países e para participar mais

ativamente da globalização.
André Pereira. Os desafios do direito tributário brasileiro.
In: DCI – Diário Comércio, Indústria e Serviços. 2/
mar./2017. Internet: <www.dci.com.br> (com adaptações).

No texto 1A1-I, o emprego de vírgulas para isolar as expressões “adotado no país”

(ℓ.22) e “embora se pareça com o IVA” (ℓ. 23 e 24) é

a) facultativo em ambas as expressões.

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b) obrigatório apenas na primeira expressão.

c) apenas uma escolha estilística do autor.

d) justificado por regras distintas de pontuação.

e) necessário devido ao deslocamento dessas expressões dentro do período.

Letra d.

No primeiro caso, as vírgulas foram empregadas para isolar uma oração subordi-

nada adjetiva explicativa reduzida de particípio. No segundo, isolar uma oração

subordinada adverbial concessiva.

Questão 10    (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

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A vírgula logo após “país” (ℓ.21) é de emprego facultativo, ou seja, ela poderia ser

suprimida sem prejuízo para a correção do texto.

Errado.

Por se tratar de uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo des-

locada, o uso de vírgula é obrigatório.

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Questão 11    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Sentado na salinha da rua de São Bernardo, Chico

Bento conversava com Conceição e a avó sobre o futuro, o seu

incerto futuro que a perversidade de uma seca entregara aos

4 azares da estrada e à promiscuidade miserável dum

abarracamento de flagelados.

Tristemente contou toda a fome sofrida e as

7 consequentes misérias.

A morte de Josias, afilhado do compadre Luís

Bezerra, delegado do Acarape, que lhes tinha valido num dia

10 bem desgraçado! — a morte do Josias, naquela velha casa de

farinha, deitado junto de uma trave de aviamento, com a

barriga tão inchada como a de alguns paroaras quando já estão

13 para morrer...

E aquele caso da cabra, em que — Deus me perdoe!

— pela primeira vez tinha botado a mão em cima do alheio...

16 E se saíra tão mal, e o homem o tinha posto até de

sem-vergonha, e ele tão morto, tão sem coragem, que o que fez

foi ficar agachado, aguentando a desgraça...

19 Os olhos da moça se enchiam de água, e

comovidamente dona Inácia levantou os óculos, passando o

lenço pelas pálpebras.

22 O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito

encolhido, estirando apenas, uma vez ou outra, o braço

mirrado, para vergastar o ar numa imagem de miséria mais

25 aguda, ou de desespero mais pungente...

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22 O vaqueiro continuou a falar, no mesmo jeito

encolhido, estirando apenas, uma vez ou outra, o braço

mirrado, para vergastar o ar numa imagem de miséria mais

25 aguda, ou de desespero mais pungente...

Depois era a fuga do Pedro, e aquela noite na estrada

em que a mulher, estirada no chão, com o Duquinha de banda,

28 todo o tempo arquejou, variando, sem sentidos, como quem está para

morrer.

E ele de cócoras, junto dela, com os dois outros

31 meninos agarrados nas pernas, não teve forças nem de se

mexer, de caçar um recurso, nem de, ao menos, tentar descobrir

um rancho...

34 Agora, felizmente, estavam menos mal. O de que

carecia era arranjar trabalho; porque a comadre Conceição bem

via que o que davam no Campo mal chegava para os meninos.

37 Conceição concordou:

— Eu sei, eu sei, é uma miséria! Mas você assim,

compadre, tão fraco, lá aguenta um serviço bruto, pesado, que

40 é só o que há para retirante?!

Ele alargou os braços, tristemente:

— A natureza da gente é que nem borracha... Havendo

precisão, que jeito? Dá pra tudo...


Rachel de Queiroz. O quinze. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012
(com adaptações).

A vírgula empregada imediatamente após “água” (ℓ.19) é obrigatória, visto que

tem a finalidade de introduzir uma justificativa para o que foi dito anteriormente

no período.

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Errado.

Falei disso em uma questão anteriormente apresentada: a vírgula entre orações

aditivas com sujeitos diferentes é facultativa.

Questão 12    (CESPE/BNB/ESPECIALISTA TÉCNICO ANALISTA DE SISTEMA/2018)

1 Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho

Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro,

que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me,

4 sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou

recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser

que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como

7 eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto

bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos

no bolso.

10 — Continue, disse eu acordando.

— Já acabei, murmurou ele.

— São muito bonitos.

13 Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso,

mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte

entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me

16 Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos

reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou.

Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da

19 cidade, e eles, por graça, chamam-me assim.


Machado de Assis. Dom Casmurro. Internet: <www.dominiopublico.
gov.br> (com adaptações).

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A vírgula empregada na linha 15 indica a existência de uma relação de oposição

entre as ideias dos trechos “No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios”

(ℓ.14 e 15) e “e acabou alcunhando-me Dom Casmurro” (ℓ.15 e 16).

Errado.

Na verdade, o emprego dessa vírgula está errado, porque são orações aditivas com

sujeitos idênticos. Pela tradição gramatical, ela deveria ser eliminada.

Questão 13    (CESPE/MPU/TÉCNICO DO MPU ADMINISTRAÇÃO/2018)

1 Se a cultura, no que tange a valores e visões de

mundo, é fundamental para nossa constituição enquanto

indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso

4 comportamento moral, por exemplo), limitarmo-nos a ela,

desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou

grupos dos quais não fazemos parte, pode nos levar a uma

7 visão estreita das dimensões da vida humana. O etnocentrismo,

dessa forma, representa uma visão de mundo que toma a

cultura do outro (alheia ao observador) como algo menor, sem

10 valor, errado, primitivo. Ou seja, a visão etnocêntrica

desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura, o que

faz o indivíduo limitar-se à visão que possui como referência

13 cultural. A herança cultural que recebemos de nossos pais e

antepassados contribui para isso, pois nos condiciona ao

mesmo tempo em que nos educa.

16 Tomar conhecimento do outro sem aceitar sua lógica

de pensamento e seus hábitos acaba por gerar uma visão

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etnocêntrica e preconceituosa, o que pode até mesmo se

19 desdobrar em conflitos diretos. O etnocentrismo está,

certamente, entre as principais causas da intolerância

internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações

22 entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses

e os povos vindos do norte do continente africano que buscam

residência em países estrangeiros, apenas como exemplos.

25 A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de

integração global decorrente da modernização dos meios de

comunicação como a Internet, pois é sinônimo de estranheza e

28 de falta de tolerância.

Internet: <https://brasilescola.uol.com.br> (com adaptações).

Na linha 4, a correção do texto seria prejudicada caso a vírgula empregada logo

após o parêntese fosse substituída por ponto e vírgula.

Certo.

A vírgula indicada na questão é responsável por isolar uma oração subordinada ad-

verbial condicional deslocada. A separação deve ser feita por vírgula, e não ponto

e vírgula.

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Questão 14    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

1 — A polícia parisiense — disse ele — é extremamente

hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes,

engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos

4 conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo

especial. Assim, quando o delegado G... nos contou,

pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas

7 pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara

uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou

o seu trabalho.

10 — Até o ponto a que chegou o seu trabalho? —

perguntei.

— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas

13 não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, mas

realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse

depositada dentro do raio de suas investigações, esses rapazes,

16 sem dúvida, a teriam encontrado.

Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo

aquilo com a máxima seriedade.

19 — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas

em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em

serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo

22 conjunto de recursos altamente engenhosos é, para o delegado,

uma espécie de leito de Procusto, ao qual procura adaptar à

força todos os seus planos. Mas, no caso em apreço, cometeu

25 uma série de erros, por ser demasiado profundo ou demasiado

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superficial. (...) E, se o delegado e toda a sua corte têm

cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação

28 inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência

daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas

as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache

31 escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios

teriam empregado para escondê-la. Estão certos apenas num

ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente

34 a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da

deles, o malfeitor, naturalmente, os engana. Isso sempre

acontece quando a astúcia deste último está acima da deles e,

37 muito frequentemente, quando está abaixo. Não variam seu

sistema de investigação; na melhor das hipóteses, quando são

instigados por algum caso insólito, ou por alguma recompensa

40 extraordinária, ampliam ou exageram os seus modos de agir

habituais, sem que se afastem, no entanto, de seus princípios.

(...) Você compreenderá, agora, o que eu queria dizer ao

43 afirmar que, se a carta roubada tivesse sido escondida dentro

do raio de investigação do nosso delegado — ou, em outras

palavras, se o princípio inspirador estivesse compreendido nos

46 princípios do delegado —, sua descoberta seria uma questão

inteiramente fora de dúvida. Este funcionário, porém, se

enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na

49 suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu

renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são

idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non

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52 distributio medii, ao inferir que todos os poetas são idiotas.

— Mas ele é realmente poeta? — perguntei. — Sei

que são dois irmãos, e que ambos adquiriram renome nas

55 letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o

cálculo diferencial. É um matemático, e não um poeta.

— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as

58 coisas. Como poeta e matemático, raciocinaria bem; como

mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria,

assim, à mercê do delegado.

61 — Você me surpreende — respondi — com essas

opiniões, que têm sido desmentidas pela voz do mundo.

Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias

64 amadurecidas durante tantos séculos. A razão matemática é há

muito considerada como a razão par excellence.


Edgar Allan Poe. A carta roubada.
In: Histórias extraordinárias. Victor Civita, 1981. Tradução de Brenno

Silveira e outros.

A supressão da vírgula empregada logo após a palavra “algum” (ℓ.59) manteria a

correção gramatical do texto.

Certo.

São orações aditivas com sujeitos idênticos. Portanto, a supressão da vírgula deve

acontecer.

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Questão 15    (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL/2018)

Feitas as devidas alterações de maiúsculas e minúsculas, o ponto e vírgula empre-

gado logo após “bem” (ℓ.58) poderia ser corretamente substituído por ponto final.

Certo.

São orações coordenadas assindéticas. É  possível separá-las com ponto final ou

ponto e vírgula.

Questão 16    (CESPE/IPHAN/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL SUPE-

RIOR/2018)

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Seria mantida a correção gramatical do texto caso a vírgula empregada logo após

“viver” (ℓ.10) fosse substituída por ponto e vírgula.

Certo.

É semelhante à questão anterior. São duas orações coordenadas assindéticas.

Questão 17    (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLO-

CO I/2019)

Texto 1A3-I

1 A política tributária não se restringe ao objetivo

de abastecer os cofres públicos, mas tem também objetivos

econômicos e sociais. Se fosse aumentada a tributação

4 sobre um produto considerado nocivo para o consumidor ou

para a sociedade, o seu consumo poderia ser desestimulado.

Caso a intenção fosse promover uma melhor distribuição

de renda, o Estado poderia reduzir tributos incidentes sobre

os produtos mais consumidos pela população de renda mais

9 baixa e elevar os tributos sobre a renda da classe mais alta.

Por outro lado, se o Estado reduzisse a tributação

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

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13 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

de determinado setor da economia, os custos desse setor

diminuiriam, o que possibilitaria a queda dos preços de seus

16 produtos e poderia gerar um crescimento das vendas.

Outro efeito viável dessa política seria o aumento do lucro

das empresas, favorecendo-se, assim, a elevação dos seus

investimentos — e, consequentemente, da produção —

20 e o surgimento de novas empresas, o que provavelmente

resultaria no crescimento da produção, bem como no

acirramento da concorrência, com possíveis reflexos sobre

os preços. Em qualquer um desses cenários, o setor seria

estimulado.
Internet: <https://politicaspublicas.almg.gov.br> (com adaptações).

No texto 1A3-I, a oração “se o Estado reduzisse a tributação de determinado setor

da economia” (ℓ. 10 e 11) apresenta, no período em que se insere, noção de

a) concessão, uma vez que representa uma exceção às regras de tributação do país.

b) explicação, uma vez que esclarece uma ação que diminuiria os custos do refe-

rido setor.

c) proporcionalidade, uma vez que os custos do referido setor diminuiriam à me-

dida que se diminuísse a tributação.

d) tempo, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor ocorreria somen-

te após a redução da tributação sobre ele.

e) condição, uma vez que a diminuição dos custos do referido setor dependeria da

redução da tributação sobre ele.

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Letra e.

Primeiramente, note a conjunção empregada (“se”) seguida de um verbo no pre-

térito imperfeito do subjuntivo, indicando incerteza. Além disso, analise o sentido

do texto descrito no item.

Questão 18    (CESPE/MPE-PI/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL SU-

PERIOR/2018)

1 Escrita, secreta e submetida, para construir as suas

provas, a regras rigorosas, a investigação penal é uma

máquina que pode produzir a verdade na ausência do réu.

4 E, por isso mesmo, esse procedimento tende necessariamente

para a confissão, embora em direito estrito não a exija.

Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma

7 prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,

nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória dos indícios;

a confissão, desde que seja devidamente feita, quase

10 exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,

as mais difíceis); em segundo, a única maneira para

que esse procedimento perca toda a sua autoridade unívoca

13 e para que se torne uma vitória efetivamente obtida sobre

o acusado, a única maneira para que a verdade exerça todo

o seu poder, é que o criminoso assuma o seu próprio

16 crime e assine aquilo que foi sábia e obscuramente

construído pela investigação.

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No interior do crime reconstituído por escrito,

19 o criminoso confesso desempenha o papel de verdade viva.

Ato do sujeito criminoso, responsável e falante, a confissão

21 é a peça complementar de uma investigação escrita e secreta.

Daí a importância que todo processo de tipo inquisitorial

atribui à confissão.

24 Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo gera

das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a evidentia

rei; tal como a mais forte das provas, não pode por si só

27 implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios

anexos e presunções, pois já houve acusados que se declararam

culpados de crimes que não cometeram; se não tiver em sua

30 posse mais do que a confissão regular do culpado, o juiz deverá

então fazer investigações complementares. Mas, por outro lado,

a confissão triunfa sobre quaisquer outras provas. Até certo

33 ponto, transcende-as; elemento no cálculo da verdade, a

confissão é também o ato pelo qual o réu aceita a acusação e

reconhece os seus bons fundamentos; transforma uma

investigação feita sem a sua participação em uma afirmação

voluntária.

Michel Foucault. Vigiar e punir – nascimento da prisão.


Trad. Pedro Elói Duarte. Ed. 70: 2013 (com adaptações)..

O trecho “que não há (...) indícios” (ℓ. 7 e 8) exprime uma noção de consequência.

Certo.

Veja, no texto, que ocorre o emprego de “tão forte...que não há necessidade...”.

Essa correlação indica uma ideia consecutiva.

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Questão 19    (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA PROVA 1/2018)


1 Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois

princípios que se combatem de morte e regulam diversamente as

atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos

4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades

rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,

na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores

7 e os povos lavradores9(...) Existe uma ética do trabalho, como

existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo

trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente

10 ânimo de praticar e, inversamente, terá por imorais

e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro − audácia,

imprevidência, irresponsabilidade, instabilidade,

13 vagabundagem −, tudo, enfim, quanto se relacione com a

concepção espaçosa do mundo, característica desse tipo. Por

outro lado, as energias e esforços que se dirigem a uma

16 recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; tanto

as energias que visam estabilidade, à paz, à segurança

pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito

19 material passam, ao contrário, por viciosos e desprezíveis para

eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o

ideal do trabalhador. Entre esses dois tipos não há, em verdade,

tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical.


(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1948, p. 36-39)

O trecho “tanto uma oposição absoluta como uma incompreensão radical” (ℓ.22)

exprime uma relação de proporcionalidade entre “uma oposição absoluta” e “uma

incompreensão radical”.

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Errado.

Ao usar “tanto...como”, a intenção do texto é expressar uma ideia aditiva, e não

proporcional.

Questão 20    (CESPE/EMAP/CONHECIMENTOS BÁSICOS CARGOS DE NÍVEL MÉ-

DIO/2018)

1 É curioso notar que a ideia de porto está presente

nas sociedades humanas desde o aparecimento das cidades.

Isso porque uma das características das primeiras estruturas

4 urbanas existentes na região do Oriente Próximo foi a

presença do porto.

As primeiras cidades, no sentido moderno,

7 surgiram no período compreendido entre 3.100 e 2.900 a.C.,

na Mesopotâmia, civilização situada às margens dos rios

Tigre e Eufrates. A estrutura desses primeiros agrupamentos

10 urbanos era tripartite: a cidade propriamente dita, cercada

por muralhas, onde ficavam os principais locais de culto

e as células dos futuros palácios reais; uma espécie

13 de subúrbio, extramuros, local que agrupava residências

e instalações para criação de animais e plantio; e o porto

fluvial, espaço destinado à prática do comércio e que era

16 utilizado como local de instalação dos estrangeiros,

cuja admissão, em regra, era vedada nos muros da cidade.

Não se trata, portanto, de uma criação aleatória

19 apenas vinculada à atividade comercial. O porto aparece

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como mais um elemento de uma forte mudança civilizacional

que marcou o contexto do surgimento das cidades e da

22 escrita. O comportamento fundamental dessa mudança

localiza-se no aumento das possibilidades do agir humano,

na diversificação dos papéis sociais e na abertura para

25 o futuro. Houve, em resumo, uma ampliação no grau

de complexidade da sociedade.
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a
modernização dos portos
e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p
17-8 (com adaptações)

A palavra “portanto” (ℓ.18) introduz, no período em que ocorre, uma ideia de con-

clusão.

Certo.

Pela tabela de conectivos, é fácil resolver essa questão. “Portanto” é uma conjun-

ção conclusiva.

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QUESTÕES DE CONCURSO – LISTA III


Questão 1    (FCC/TRF 3/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Embora a composição e a
dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo
meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações
emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são
parte dos mecanismos biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevi-
vência. Foi por isso que Darwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de
tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e é por isso que em
diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade
que as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos
que podem induzir uma emoção. Mas o que causa admiração quando se observa
o mundo do alto é a semelhança, e não a diferença. Aliás, é essa semelhança que
permite que a arte cruze fronteiras.
Considerando-se o fragmento do texto, é correto afirmar:
a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo da
correção e do sentido.
b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-
tância”.
c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta
gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.
d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no
plural, haverá prejuízo para a correção.
e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

Questão 2    (FCC/MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL/2015)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no

início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram

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como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individuali-

dade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sem-

pre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito

é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro,

aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à

individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as

noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não es-

colhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença

como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença

supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em

“Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordân-

cia total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a fal-

sa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido

atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.

(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/)

Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se


corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

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b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo

seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por “então”.

Questão 3    (FCC/SEGEP-MA/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2016) A ora-

ção sublinhada exerce a função de sujeito no seguinte período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Questão 4    (FCC/TRT 2/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2008) Não há dúvida de que leitores,

ouvintes e espectadores seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comu-

nicação: querem se divertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em de-

bates públicos. (início do texto). Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

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d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Questão 5    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam

nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Cla-

ro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito

a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

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Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente

prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse ne-

cessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar

sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito,

e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade,

em que se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade ins-

tantânea, é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência.

Por outro lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... (3º parágrafo) pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... (2º parágrafo) são pronomes.

c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... (1º pará-

grafo) pode ser redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar

na escolha impulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2º parágrafo)

refere-se a “ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2º parágrafo), o sinal

de dois-pontos pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Questão 6    (FCC/DPE-RR/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2015)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comigo

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se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só um

boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que che-

gara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra pu-

blicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem, mas

onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de colocar

o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um poema pan-

fletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?

Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exa-

tamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria

capaz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mun-

do completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o

chão duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-

-se dos bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história

toda de opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu

queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos

donos do poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu

coração, ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo

de resistência.

Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho

caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias

vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, trans-

formado em minha própria estrela.


(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015).

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Nos segmentos a seguir, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada

corretamente em:
a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi...
− O pronome retoma o segmento um deles.
b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-
mento no poema.
c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-
plemento do verbo dizer.
d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção
introduz uma explicação relativa à oração precedente.
e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante
dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

Questão 7    (FCC/DPE-SP/OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA/2015)


A penúltima palavra
Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha
chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias
sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve
deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os
pensamentos e as ideias em movimento.
Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o
amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-
cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.
Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de
competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-
mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor
discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...
(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
reiro-jr.html).

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O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. (1º

parágrafo)

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. (1º parágrafo)

c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. (2º parágrafo)

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa. (2º parágrafo)

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. (2º parágrafo)

Questão 8    (FCC/ELETROBRAS/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2016)

Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo. (1º parágrafo)

II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo

menos. (2º parágrafo)

III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)

IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º

parágrafo)

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) I, II e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

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Questão 9    (FCC/PGE-MT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2016)

Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas

redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum enten-

dimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção

irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o

melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se convence o

outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude princi-

palmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem

a prevalecer aos punhos.

A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus

resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos

rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com

quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser “es-

tressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, repre-

sentam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes” uma

vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se extrai

da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%, as pes-

soas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa discussão

política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

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vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate políti-

co, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.


(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate. (5º parágrafo)

Considere as afirmações a seguir a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anterior-

mente.

III – III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate

está corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes

são possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.
c) I e III.

d) II e III.

e) III.

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Questão 10    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que

Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas

de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso das es-

colhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas determinam

não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com a profis-

são, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento. Isso se

decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda criança

leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um processo de

imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os

desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida. Junto

com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a

ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se

entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à

vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que

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se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro

lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Só que o sentido da vida profissional não vem pronto... (4º parágrafo) Considera-

do o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase acima, o

segmento sublinhado pode ser substituído por:

a) Porém

b) Embora

c) Porquanto

d) Já que

e) Mesmo que

Questão 11    (FCC/TRT 24/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Percebe-se uma relação

de causa e efeito, nessa ordem, entre as orações na seguinte passagem do texto:

a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-

gistrado e postado, não aconteceu. (1º parágrafo)

b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etique-

ta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade. (2º

parágrafo)

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém. (1º parágrafo)

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais. (4º parágrafo)

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e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada. (2º parágrafo)

Questão 12    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima

e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desas-

tres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos

de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em

zonas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redu-

ção de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada. (2º parágrafo)

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.
b) consequência.
c) causa.
d) explicação.
e) condição.

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Questão 13    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A escolha profissional tem

muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém con-

segue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores

em que ela acredita. (3º parágrafo) Consideradas as relações de sentido, as duas

frases acima podem ser articuladas em um único período, fazendo-se as devidas

alterações na pontuação e entre minúscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Questão 14    (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Eles são grandes porque

o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho... (3º parágrafo)

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

Questão 15    (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Levado ao pé da letra, o

resgate puramente historiográfico das contribuições da Antiguidade pode parecer

folclórico diante do conhecimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de

Aristóteles e de Platão está presente na forma como o pensamento governa os há-

bitos intelectuais da civilização atual.

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... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão... (2º parágrafo)

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

c) concessivo.

d) temporal.

e) condicional.

Questão 16    (FCC/PGE-MT/ANALISTA/2016) ... são artes legítimas porque sujeitas

a normas técnicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas

de valor decorativo incontestável...

O vocábulo sublinhado equivale a

a) por conseguinte

b) porquanto

c) quiçá

d) de sorte que

e) conquanto

Questão 17    (FCC/TRT 20/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016) Com a literatura de cordel

como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de

cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compar-

tilhar com outras pessoas. (1º parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

a) uma vez que

b) conquanto

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c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

Questão 18    (FCC/METRÔ-SP/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2016)

Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em

1952.

Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido

a) consecutivo.

b) condicional.

c) concessivo.

d) temporal.

e) causal.

Questão 19    (FCC/TRT 14/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Atente para esta sequên-

cia de frases que compõem um período do texto:

I – O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta, II – o narrador

sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve, III – a narrativa os une

como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-

tivamente, com as seguintes expressões:

a) uma vez que − ainda que

b) ao passo que − por conseguinte

c) desde que − mesmo que

d) conquanto − porquanto

e) portanto – entretanto

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Questão 20    (FCC/DPE-SP/OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA/2015)

Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados Unidos na década de 1940

e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, em seu país natal quase

não se conhece ou se lê a obra de Kafka. (3º parágrafo)

Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,

poder ser corretamente substituída por:

a) A partir de

b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

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GABARITO
1. b

2. d

3. a

4. b

5. e

6. c

7. b

8. b

9. b

10. a

11. b

12. a

13. b

14. d

15. c

16. e

17. a

18. c

19. b

20. e

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GABARITO COMENTADO

Questão 1    (FCC/TRF 3/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Embora a composição e a

dinâmica precisas das reações emocionais sejam moldadas em cada indivíduo pelo

meio e por um desenvolvimento único, há indícios de que a maioria das reações

emocionais, se não todas, resulta de longos ajustes evolutivos. As emoções são

parte dos mecanismos biorreguladores com os quais nascemos, visando à sobrevi-

vência. Foi por isso que Darwin conseguiu catalogar as expressões emocionais de

tantas espécies e encontrar consistência nessas expressões, e é por isso que em

diferentes culturas as emoções são tão facilmente reconhecidas. É bem verdade

que as expressões variam, assim como varia a configuração exata dos estímulos

que podem induzir uma emoção. Mas o que causa admiração quando se observa

o mundo do alto é a semelhança, e não a diferença. Aliás, é essa semelhança que

permite que a arte cruze fronteiras.

Considerando-se o fragmento do texto, é correto afirmar:

a) O segmento assim como pode ser substituído por “conquanto”, sem prejuízo da

correção e do sentido.

b) Sem prejuízo da correção, a expressão do alto pode ser substituída por “a dis-

tância”.

c) A supressão da crase no segmento “visando à sobrevivência”, embora correta

gramaticalmente, acarreta mudança ao sentido original.

d) Caso o verbo “resultar”, originalmente flexionado no singular, seja flexionado no

plural, haverá prejuízo para a correção.

e) Admite transposição para a voz passiva a frase que as expressões variam.

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Letra b.

a) Errada. A conjunção “conquanto” possui valor concessivo, e não comparativo.

b) Certa. A locução “a distância”, sem determinante, deve vir sem crase.

c) Errada. Para muitos gramáticos, o verbo “visar” pode ser VTD ou VTI com o

sentido de desejar.

d) Errada. Como o núcleo do sujeito é partitivo, permite-se a concordância com

“reações emocionais”.

e) Errada. O verbo é intransitivo.

Questão 2    (FCC/MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL/2015)

“O ar da cidade liberta”, diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no

início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram

como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individuali-

dade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sem-

pre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito

é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro,

aquilo que não se esperaria dele.

Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à

individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as

noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não es-

colhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença

como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença

supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em

“Juntos”, define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordân-

cia total, mas uma gestão orquestrada de conflitos.

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Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a fal-

sa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido

atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba

sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas

para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve

ser antagônica a uma visão solidária da coletividade.


(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/)

Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se

corretamente:

a) O sinal indicativo de crase é facultativo e pode ser inserido no elemento subli-

nhado em: a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão

solidária da coletividade.

b) Sem prejuízo do sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente

após “multidão” em: Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos.

c) No segmento ...o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele

mesmo..., o elemento em destaque pode ser substituído por “conquanto”.

d) O elemento sublinhado em Uma conversa que não supõe concordância total...

introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior.

e) O elemento sublinhado em Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo

seja o conflito indica a continuação de uma ideia e pode ser substituído por “então”.

Letra d.

a) Errada. O termo “uma visão” não admite artigo.

b) Errada. A vírgula alteraria o sentido (de restritivo para explicativo).

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c) Errada. O elemento “por isso” é conclusivo, ao passo que “conquanto” é con-

cessivo.

d) Certa. A oração “que não supõe concordância total” é subordinada adjetiva res-

tritiva em relação a “conversa”.

e) Errada. Está errada, pois “então” não indica continuação, mas conclusão.

Questão 3    (FCC/SEGEP-MA/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL/2016) A ora-

ção sublinhada exerce a função de sujeito no seguinte período:

a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.

b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.

c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.

d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.

e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

Letra a.

Pergunte ao verbo: o que parece? A resposta será “que o mito da tolerância já não

se sustenta entre nós”, que desempenha a função de sujeito. Na letra “b”, a oração

destacada é subordinada substantiva completiva nominal; na “c”, adjetiva restriti-

va; na “d”, adverbial causal; na “e”, adverbial temporal.

Questão 4    (FCC/TRT 2/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2008) Não há dúvida de que leitores,

ouvintes e espectadores seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comu-

nicação: querem se divertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em de-

bates públicos. (início do texto). Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar:

a) A oração principal do período é Não há dúvida.

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b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas

preferências tem função sintática de objeto indireto.

c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro

orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.

d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo

equivalente a quando fazem uso.

e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está

anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.

Letra b.

A oração “de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas preferências” é

subordinada substantiva completiva nominal. As demais afirmativas estão corretas.

Questão 5    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam

nas grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Cla-

ro que Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões

tomadas de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso

das escolhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas deter-

minam não só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com

a profissão, como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento.

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Isso se decide na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda

criança leva na bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um pro-

cesso de imitação, mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito

mais os desejos não realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida.

Junto com as identificações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito

a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue

se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores em que

ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissio-

nal. Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessaria-

mente prazer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fos-

se necessário. O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda

a dar sentido à vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é

o efeito, e não a premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contempo-

raneidade, em que se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e

felicidade instantânea, é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo

e persistência.

Por outro lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Está correto o que se afirma em:

a) O segmento sublinhado em ... que não represente os valores em que ela acre-

dita... (3º parágrafo) pode ser substituído por “no qual”.

b) Ambos os elementos sublinhados em ... Freud sabia que as razões que mais

pesam... (2º parágrafo) são pronomes.

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c) A frase ... você terá menos chance de errar se escolher por impulso... (1º pará-

grafo) pode ser redigida do seguinte modo: “devem haver menos chances de errar

na escolha impulsiva”.

d) O elemento sublinhado em ... aqueles que eles seguiram na vida... (2º parágrafo)

refere-se a “ideais”.

e) Na frase Parece um processo de imitação, mas não é:... (2º parágrafo), o sinal

de dois-pontos pode ser substituído por “pois”, precedido de vírgula.

Letra e.

a) Errada. A correta substituição seria “nos quais”.

b) Errada. O primeiro “que” é conjunção integrante.

c) Errada. Como a locução “devem haver” é impessoal, o verbo auxiliar deve ficar

no singular.

d) Errada. O termo “aqueles” retoma “caminhos”.

e) Certa. Após os dois-pontos, a informação serve como justificativa do que se

disse anteriormente.

Questão 6    (FCC/DPE-RR/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2015)

Por volta de 1968, impressionado com a quantidade de bois que Guimarães Rosa

conduzia do pasto ao sonho, julguei que o bom mineiro não ficaria chateado comi-

go se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi, só

um boi.

Mas por que diabos um poema panfletário de um cara de vinte anos de idade, que

morava num bairro inteiramente urbanizado, iria precisar de um boi? Não podia

então ter pensado naqueles bois que puxavam as grandes carroças de lixo que che-

gara a ver em sua infância? O fato é que na época eu estava lendo toda a obra

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publicada de Guimarães Rosa, e isso influiu direto na minha escolha. Tudo bem,

mas onde o boi ia entrar no poema? Digo mal; um bom poeta é de fato capaz de
colocar o que bem entenda dentro dos seus versos. Mas você disse que era um po-
ema panfletário; o que é que um boi pode fazer num poema panfletário?
Vamos, confesse. Confesso. Eu queria um boi perdido no asfalto; sei que era exa-
tamente isso o que eu queria; queria que a minha namorada visse que eu seria ca-
paz de pegar um boi de Guimarães Rosa e desfilar sua solidão bovina num mundo
completamente estranho para ele, sangrando a língua sem encontrar senão o chão
duro e escaldante, perplexo diante dos homens de cabeça baixa, desviando-se dos
bêbados e dos carros, sem saber muito bem onde ele entrava nessa história toda de
opressores e oprimidos; no fundo, dentro do meu egoísmo libertador, eu queria um
boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante dos donos do
poder se configurasse no berro imenso desse boi de literatura, e o meu coração,
ou minha índole, ficasse para sempre marcado por esse poderoso símbolo de resis-
tência.
Fez muito sucesso, entre os colegas, o meu boi no asfalto; sei até onde está o velho
caderno com o velho poema. Mas não vou pegá-lo − o poema já foi reescrito várias
vezes em outros poemas; e o meu boi no asfalto ainda me enche de luz, trans-
formado em minha própria estrela.
(Adaptado de: GUERRA, Luiz, “Boi no Asfalto”, Disponível em: www.recantodasletras.com.br.
Acessado em: 29/10/2015).

Nos segmentos a seguir, a relação estabelecida pelo termo sublinhado está indicada
corretamente em:

a) ... se usasse um deles num poema cabuloso que estava precisando de um boi... −

O pronome retoma o segmento um deles.

b) Tudo bem, mas onde o boi ia entrar no poema? − O pronome se refere ao seg-

mento no poema.

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c) Mas você disse que era um poema panfletário. − A conjunção introduz um com-

plemento do verbo dizer.

d) ... a minha namorada visse que eu seria capaz de pegar um boi... − A conjunção

introduz uma explicação relativa à oração precedente.

e) ... queria um boi poema concreto no asfalto, para que minha impotência diante

dos donos do poder se configurasse... − A locução introduz uma consequência.

Letra c.

a) Errada. O pronome retoma “poema cabuloso”.

b) Errada. O pronome “onde” não é pronome relativo, mas interrogativo.

d) Errada. O “que” é uma conjunção integrante, que introduz uma oração subor-

dinada substantiva objetiva direta.

e) Errada. A locução “para que” introduz finalidade.

Questão 7    (FCC/DPE-SP/OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA/2015)

A penúltima palavra

Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. Minha

chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. Pensamentos e ideias

sempre foram para mim uma espécie de brincadeira, feito peteca que não se deve

deixar cair. Réplicas, tréplicas, quadréplicas... eram só uma forma de manter os

pensamentos e as ideias em movimento.

Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. E se tem gente que perde o

amigo, mas não a piada, eu preferia perder o argumento a perder a amizade. De-

cidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer coisa.

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Mesmo que o assunto não seja polêmico, e esteja longe de gerar qualquer tipo de

competitividade desconfortável, procuro reduzir minhas falas a duas ou, no máxi-

mo, três. E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. E se o leitor

discordar, meu silêncio há de lhe dar razão...


(LOUREIRO JR, Eduardo. www.cronicadodia.com.br/2015/09/a-penultima-palavra-eduardo-lou-
reiro-jr.html).

O termo que é empregado para estabelecer relação de comparação na seguinte

passagem do texto:

a) Eu já fui um sujeito muito polêmico, daqueles que têm a última palavra. (1º

parágrafo)

b) Minha chatice argumentativa era mais ingênua que beligerante. (1º parágrafo)

c) Mas comecei a perceber que as pessoas se irritavam. (2º parágrafo)

d) Decidi, então, limitar o número de vezes que argumento a respeito de qualquer

coisa. (2ºparágrafo)

e) E faço o possível para que a derradeira não seja provocativa. (2º parágrafo)

Letra b.

Apenas na letra “b” há uma comparação entre as características da “chatice ar-

gumentativa”. Na letra “a”, há um pronome relativo; na “c”, uma conjunção in-

tegrante; na “d”, um pronome relativo; e na “e”, “para que” é usado para indicar

finalidade.

Questão 8    (FCC/ELETROBRAS/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2016)

Considere as seguintes passagens do texto:

I – E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi

uma das maiores usinas de energia solar do mundo. (1º parágrafo)

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II – Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo
menos. (2º parágrafo)
III – Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)
IV – As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º
parágrafo)

O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em


a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e IV.
d) I e IV.
e) III e IV.

Letra b.
Apenas em II e III o “que” é um pronome relativo em referência a um termo mas-
culino e singular, podendo ser substituído por “o qual”.
Na I, o “que” introduz uma consequência; e na IV, “para que” denota finalidade.

Questão 9    (FCC/PGE-MT/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2016)


Um estudo publicado por um instituto de pesquisas indica que o debate político nas
redes sociais mobiliza paixões, mas, na prática, resulta em quase nenhum enten-

dimento, porque o ambiente virtual convida ao confronto irracional e à manutenção

irredutível de opiniões − o que é a negação da política. O estudo evidencia que o

melhor da política, entendida como a atividade por meio da qual se convence o

outro a aderir a determinado ponto de vista, manifesta-se em sua plenitude princi-

palmente no contato pessoal, olho no olho, situação em que os argumentos tendem

a prevalecer aos punhos.

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A pesquisa em questão foi feita nos Estados Unidos, mas pode-se presumir que seus

resultados sirvam para o cenário brasileiro. Lá como cá, não é incomum que amigos

rompam relacionamentos em razão da defesa de posições conflitantes.

De acordo com o instituto, 59% dos entrevistados disseram que as interações com

quem sustenta pontos de vista divergentes nas redes sociais costumam ser “es-

tressantes” − porque envolvem linguagem ofensiva e porque, muitas vezes, repre-

sentam a possibilidade de ruptura com pessoas conhecidas − e “frustrantes” uma

vez que o outro lado não apresenta nenhuma disposição de ceder e não se extrai

da conversa nada que se possa considerar aceitável para reflexão. Para 84%, as pes-

soas dizem nas redes sociais coisas que provavelmente não diriam numa discussão

política travada numa conversa pessoal.

Para não perder os amigos por conta das paixões políticas, a maioria dos usuá-

rios das redes sociais diz que quando conhecidos postam comentários políticos dos

quais discordam é melhor ignorá-los a alimentar uma discussão que, no mais das

vezes, resulta em tensão.

Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate.

Logo, não se trata de descartar as redes sociais como lugar para o debate políti-

co, pois é evidente que, especialmente entre os mais jovens, a interação virtual

tornou-se a principal forma de comunicação. No entanto, por ora o que se tem não

pode ser classificado de debate, mas de guerra.

(Adaptado de: A política nas redes sociais. O Estado de São Paulo, p. A3, 6/11/16)

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Não obstante, um em cada cinco entrevistados que revelaram maior gosto pelo en-

volvimento político disse interagir nas redes sociais para defender seus pontos de

vista, e um terço deles entende que a internet possibilita a inclusão de novas vozes

no debate. (5º parágrafo)

Considere as afirmações a seguir a respeito da frase em destaque.

I – Sem prejuízo do sentido, o segmento que revelaram maior gosto pelo envol-

vimento político pode ser isolado por vírgulas.

II – A locução que inicia a frase indica restrição ao que se afirmou anteriormente.

III – O segmento a internet possibilita a inclusão de novas vozes no debate está

corretamente reescrito do seguinte modo: a inclusão de novas vozes são

possibilitadas no debate pela internet.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II.

c) I e III.

d) II e III.

e) III.

Letra b.

I – Errada. Isolar a oração adjetiva com vírgulas significa alterar o sentido de res-

tritivo para explicativo.

II – Certa. A locução “não obstante” foi usada com valor adversativo, para indicar

algo contrário ao esperado.

III – Errada. Erro de concordância: a inclusão... é possibilitada.

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Questão 10    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017)

Freud uma vez recebeu carta de um conhecido pedindo conselhos diante de uma

escolha importante da vida. A resposta é surpreendente: para as decisões pouco

importantes, disse ele, vale a pena pensar bem. Quanto às grandes escolhas da

vida, você terá menos chance de errar se escolher por impulso.

A sugestão parece imprudente, mas Freud sabia que as razões que mais pesam nas

grandes escolhas são inconscientes, e o impulso obedece a essas razões. Claro que

Freud não se referia às vontades impulsivas proibidas. Falava das decisões tomadas

de “cabeça fria”, mas que determinam o rumo de nossas vidas. No caso das esco-

lhas profissionais, as motivações inconscientes são decisivas. Elas determinam não

só a escolha mais “acertada”, do ponto de vista da compatibilidade com a profissão,

como são também responsáveis por aquilo que chamamos de talento. Isso se decide

na infância, por mecanismos que chamamos de identificações. Toda criança leva na

bagagem alguns traços da personalidade dos pais. Parece um processo de imitação,

mas não é: os caminhos das identificações acompanham muito mais os desejos não

realizados dos pais do que aqueles que eles seguiram na vida. Junto com as identi-

ficações formam-se os ideais. A escolha profissional tem muito a ver com o campo

de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém consegue se entregar profissio-

nalmente a uma prática que não represente os valores em que ela acredita.

Tudo isso está relacionado, é claro, com a almejada satisfação na vida profissional.

Mas não vamos nos iludir. Satisfação no trabalho não significa necessariamente pra-

zer em trabalhar. Grande parte das pessoas não trabalharia se não fosse necessário.

O trabalho não é fonte de prazer, é fonte de sentido. Ele nos ajuda a dar sentido à

vida. Só que o sentido da vida profissional não vem pronto: ele é o efeito, e não a

premissa, dos anos de prática de uma profissão. Na contemporaneidade, em que

se acredita em prazeres instantâneos, resultados imediatos e felicidade instantânea,

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é bom lembrar que a construção de sentido requer tempo e persistência. Por outro

lado, quando uma escolha não faz sentido o sujeito percebe rapidamente.
(Adaptado de KEHL, Maria Rita. Disponível em: rae.fgv.br /sites/rae.fgv.br/files/artigos)

Só que o sentido da vida profissional não vem pronto... (4º parágrafo) Considera-
do o contexto e fazendo-se as devidas alterações na pontuação da frase acima, o
segmento sublinhado pode ser substituído por:
a) Porém
b) Embora
c) Porquanto
d) Já que
e) Mesmo que

Letra a.
“Só que”, no texto, apresenta valor adversativo.

Questão 11    (FCC/TRT 24/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Percebe-se uma relação


de causa e efeito, nessa ordem, entre as orações na seguinte passagem do texto:
a) Na civilização contemporânea, on-line, conectada o tempo todo, se não for re-
gistrado e postado, não aconteceu. (1º parágrafo)
b) Sendo tudo tão novo nessa área, ainda engatinhamos a respeito de uma etique-

ta que equilibre a convivência entre câmeras, pratos, extroversão, intimidade. (2º

parágrafo)

c) Houve um tempo em que eu comia um monte de coisas e não precisava contar

nada para ninguém. (1º parágrafo)

d) Reconheço que, talvez antiquadamente, ainda sinto desconforto em ver casais e

famílias à mesa, nos salões, cada qual com seu smartphone, sem diálogos presen-

ciais ou interações reais. (4º parágrafo)

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e) Contudo, presumo que algumas coisas não precisam deixar de pertencer à es-

fera privada. (2º parágrafo)

Letra b.

A causa: tudo é muito novo; a consequência: ainda engatinhamos.

Na letra “a”, há condição; na letra “c”, adição; na letra “d”, uma conjunção integran-

te; e na letra “e”, uma conjunção adversativa.

Questão 12    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017)

Muito antes das discussões atuais sobre as mudanças climáticas, os cataclismos

naturais despertam interesse no homem. Os desastres são um capítulo trágico da

história da humanidade desde tempos longínquos. Supostas inundações catastrófi-

cas aparecem em relatos de várias culturas ao longo dos tempos, desde os antigos

mesopotâmicos e gregos até os maias e os vikings.

Fora da rota dos grandes furacões, sem vulcões ativos e desprovido de zonas habi-

tadas sujeitas a terremotos, o Brasil não figura entre os países mais suscetíveis a

desastres naturais. Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima

e dos solavancos da geologia deve ser relativizada. Aqui, cerca de 85% dos desas-

tres são causados por três tipos de ocorrências: inundações bruscas, deslizamentos

de terra e secas prolongadas. Esses fenômenos são relativamente recorrentes em

zonas tropicais, e seus efeitos podem ser atenuados por políticas públicas de redu-

ção de danos.

Contudo, a aparência de lugar protegido dos humores do clima e dos solavancos da

geologia deve ser relativizada. (2º parágrafo)

Considerado o contexto, o elemento sublinhado na frase acima introduz uma

a) ressalva.

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b) consequência.

c) causa.

d) explicação.

e) condição.

Letra a.

A conjunção adversativa “contudo” introduz uma informação aditiva, que funciona

como uma ressalva não esperada pela cadeia semântica do texto.

Questão 13    (FCC/TRT 11/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A escolha profissional tem

muito a ver com o campo de ideais que a pessoa valoriza. Dificilmente alguém con-

segue se entregar profissionalmente a uma prática que não represente os valores

em que ela acredita. (3º parágrafo) Consideradas as relações de sentido, as duas

frases acima podem ser articuladas em um único período, fazendo-se as devidas

alterações na pontuação e entre minúscula e maiúscula, com o uso, no início, de:

a) Apesar de

b) Na medida em que

c) Em contrapartida

d) Conquanto

e) Em detrimento de

Letra b.

Primeiramente, é preciso perceber que o fato de alguém dificilmente conseguir se

entregar profissionalmente a uma prática que não representa os valores em que ele

acredita expressa a causa de a escolha profissional ter mais ligação com o campo

de ideais. Por ser causa, a articulação deve ser feita por uma conjunção causal.

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Questão 14    (FCC/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Eles são grandes porque

o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho... (3º parágrafo)

Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase

acima, mantém-se o sentido original fazendo-se uso da conjunção:

a) a despeito de

b) conquanto

c) em conformidade com

d) de maneira que

e) uma vez que

Letra d.

Primeiramente, perceba que ser grande é uma consequência, e que a informação

posterior é uma causa. Inverter a relação de subordinação significa transformar a

oração principal em subordinada. Mas, para que isso ocorra com a manutenção do

sentido, a oração subordinada deve ser consecutiva. Por isso, emprega-se “de ma-

neira que”, que é uma conjunção com esse valor semântico.

Questão 15    (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Levado ao pé da letra, o

resgate puramente historiográfico das contribuições da Antiguidade pode parecer

folclórico diante do conhecimento atual. Mas, mesmo que oculta, a influência de

Aristóteles e de Platão está presente na forma como o pensamento governa os há-

bitos intelectuais da civilização atual.

... mesmo que oculta, a influência de Aristóteles e de Platão... (2º parágrafo)

A conjunção da frase acima apresenta sentido

a) consecutivo.

b) causal.

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c) concessivo.
d) temporal.
e) condicional.

Letra c.
“Mesmo que” é uma conjunção de valor concessivo.

Questão 16    (FCC/PGE-MT/ANALISTA/2016) ... são artes legítimas porque sujeitas


a normas técnicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas
de valor decorativo incontestável...
O vocábulo sublinhado equivale a
a) por conseguinte
b) porquanto
c) quiçá
d) de sorte que
e) conquanto

Letra e.
Tanto “embora” quanto “conquanto” expressam valor concessivo.

Questão 17    (FCC/TRT 20/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016) Com a literatura de cordel


como aliada, o clichê de “mudar o mundo” não soa tão inalcançável. Os folhetos de
cordel são baratos, acessíveis e extremamente fáceis de transportar e de compar-

tilhar com outras pessoas. (1º parágrafo).

Mantendo-se a correção e a lógica, e fazendo-se as alterações necessárias na pon-

tuação entre minúsculas e maiúsculas, as frases acima podem ser articuladas em

um único período mediante o uso de, após “inalcançável”:

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a) uma vez que

b) conquanto

c) de maneira que

d) a tal ponto que

e) caso

Letra a.

O fato de os folhetos de cordel serem baratos é a causa que faz com que o clichê

não soe tão inalcançável. Por isso, a opção correta é uma vez que.

Questão 18    (FCC/METRÔ-SP/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2016)


Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em
1952.
Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido
a) consecutivo.
b) condicional.
c) concessivo.
d) temporal.
e) causal.

Letra c.
“Mesmo vivendo na avançada Inglaterra” é uma oração subordinada adverbial con-
cessiva reduzida de gerúndio.

Questão 19    (FCC/TRT 14/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Atente para esta sequên-


cia de frases que compõem um período do texto:

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I – O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta,


I – II – o narrador sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve,
I – III – a narrativa os une como num caloroso laço de vozes e de palavras.

Não se altera o sentido do período acima introduzindo-se as frases II e III, respec-


tivamente, com as seguintes expressões:
a) uma vez que − ainda que
b) ao passo que − por conseguinte
c) desde que − mesmo que
d) conquanto − porquanto
e) portanto – entretanto
Letra b.
Entre a I e a II, há uma relação de proporção (o narrador se interessa à medida
que se sente valorizado). A III conclui o que ocorre em I e II (conclui-se que essa
proporção só aumenta porque a narrativa une ouvinte e narrador).

Questão 20    (FCC/DPE-SP/OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA/2015)


Apesar de seu sucesso mundial, primeiro nos Estados Unidos na década de 1940
e depois da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental, em seu país natal quase
não se conhece ou se lê a obra de Kafka. (3º parágrafo)
Preservando o sentido e a coesão textual, a expressão Apesar de, no contexto,
poder ser corretamente substituída por:
a) A partir de
b) Em virtude de

c) Consoante a

d) Com vistas a

e) A despeito de

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Letra e.

Tanto “apesar de” quanto “a despeito de” servem para introduzir ideias concessivas.

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QUESTÕES DE CONCURSO – LISTA IV

Questão 1    (2018/VUNESP/IPSM/ANALISTA DE GESTÃO – CONTABILIDADE) Leia o

trecho de uma entrevista para responder à questão.

Estadão: O espanto como motor do conhecimento é a ideia fundamental de seu

primeiro livro. De certa forma, porém, trata-se de uma ideia um tanto quanto

antiga, encontrada em Platão, em Tomás de Aquino, bem como em outros. No

plano da educação dos filhos, é fácil ver como esse elemento propulsor funciona

quando eles são verdadeiramente pequenos, de dois, três, quatro anos: tudo o

que é, tudo o que existe, desconcerta-os simplesmente porque existe e poderia

não existir. Tudo é mágico. E, como essa capacidade de assombrar-se é inata,

não precisamos criar estímulos excepcionais para que os filhos se desenvolvam,

bastando somente os elementos que um ambiente familiar normal já possui. Essa

capacidade de assombrar-se permanece igual ao longo dos anos? Nos adultos,

não parece adormecer-se naturalmente, perdurando apenas, talvez, nos poetas e

artistas, por alguma inclinação especial?

Catherine L’Ecuyer, educadora canadense: Sim, minha teoria se apoia em ideias

centenárias. Gaudí dizia que ser original é voltar às origens. A capacidade de as-

sombro é inata, mas corremos o risco de perdê-la quando não respeitamos o que

pede nossa natureza, quando vivemos segundo ritmos que não se adequam a

nossos ritmos internos, quando não há espaços, tempos e silêncios que permitam

saborear a lentidão da beleza da realidade.


(http://cultura.estadao.com.br. Adaptado)

Considere as passagens do texto:

• De certa forma, porém, trata-se de uma ideia um tanto quanto antiga...

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• E, como essa capacidade de assombrar-se é inata, não precisamos criar es-

tímulos excepcionais para que os filhos se desenvolvam...

• ... mas corremos o risco de perdê-la quando não respeitamos o que pede

nossa natureza...

As conjunções destacadas estabelecem entre as orações, respectivamente, rela-

ções de sentido de:

a) oposição, causa, finalidade e tempo.

b) conclusão, consequência, finalidade e tempo.

c) oposição, comparação, consequência e condição.

d) adição, conformidade, causa e proporção.

e) oposição, causa, causa e condição.

Questão 2    (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)

Avaliar os servidores

Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos.

Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço,

evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia.

Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estí-

mulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar

a atenção dos superiores, negativa ou positivamente.

A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo sovi-

ético, mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas

de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente

bem desenhadas.

Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na

Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou

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uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a

Carta exige.

Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto

que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e

municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por su-

cessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a

30% da pontuação máxima.

Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da

categoria já se mobilizam contra o texto.

Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o status quo. Sistemas

de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não pas-

sam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase

generalizadas.

As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se

apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experi-

ência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos.

(Editorial. Folha de S. Paulo, 29/09/2017. Adaptado)

No 6º parágrafo – Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil

– os sindicatos da categoria já se mobilizam contra o texto. –, a conjunção e o ad-

vérbio destacados estabelecem no período, respectivamente, relações de sentido de

a) explicação e tempo.

b) oposição e afirmação.
c) conclusão e modo.
d) oposição e tempo.
e) conclusão e afirmação.

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Questão 3    (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Leia a charge


para responder à questão.

Em conformidade com a norma-padrão, a lacuna da frase-título da charge deve ser


preenchida com:
a) por que as pessoas sente-se inseguras
b) devido o sentimento de insegurança
c) porque existe pessoas muito inseguras
d) por que as pessoas continuam inseguras
e) devido à insegurança vivida pelas pessoas

Questão 4    (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)

Segundo o estudante do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP e mem-

bro do Núcleo de Estudos em Tecnologia e Sociedade (Nets), Victor Veloso, o

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Brasil precisa de uma regulamentação quanto à proteção de dados na internet,

____________ de garantir a privacidade dos ____________. Ele explica que as

informações são coletadas em diversas plataformas, como Google e Facebook, com

o consentimento dos usuários nos termos de uso. No entanto, o risco está na uti-

lização dos dados para além de interesses econômicos, com ________ repasses

aos governos. O estudante considera que a vigilância e a captação dos dados pode

retirar a privacidade das pessoas e cercear sua liberdade. A _________ Direitos na

Rede promove a campanha “Seus dados são você: Liberdade, proteção, regulação

para tratar da garantia de privacidade dos dados na internet brasileira”.

(http://jornal.usp.br. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, res-

pectivamente, com:

a) afim … cidadãos … possiveis … coalisão

b) afim … cidadães … possíveis … coalisão

c) a fim … cidadãos … possíveis … coalizão

d) a fim … cidadões … possíveis … coalizão

e) a fim … cidadões … possiveis … coalizão

Questão 5    (2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)

Mal aproveitado no Brasil, telhado de casas pode gerar energia e captar água

Tente imaginar as cidades brasileiras vistas de cima. Agora repare no desperdício

que é a soma dos telhados de todas as edificações. O modelo construtivo conven-

cional banalizou a função dessa parte de casas, prédios, escolas, ginásios, estádios

etc. Ainda hoje, ensina-se em muitos cursos de engenharia e arquitetura que o

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telhado é apenas um telhado. Um reles arremate que cobre o que está embaixo.

Não seria exagero chamar isso de crime de lesa-cidade. No século 21, essas áre-

as ganham progressivamente importância e prestígio na promoção da qualidade

de vida de seus donos com múltiplos usos inteligentes. Quem mora em São Paulo

aprendeu isso na raça. No auge da crise hídrica, muita gente adaptou às pressas o

telhado para captar água de chuva.

Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), uma casa com 100 m2 de área de

telhado no centro da capital paulista pode captar água suficiente para abastecer

uma família de quatro pessoas em suas necessidades de limpeza e descarga do

vaso sanitário, por exemplo. Dependendo da localização, o telhado pode ser uma

miniusina solar. Um kit completo, incluindo inversores e outros acessórios, custa

cerca de R$ 15 mil e é capaz de reduzir em até 80% a conta de luz, com o retorno

do capital investido em, no máximo, 12 anos. É caro, mas o valor vem caindo 5%

ao ano. O telhado verde, com o plantio de certas espécies mais indicadas para esse

fim, promove o isolamento térmico e acústico e, se desejar, captação de água de

chuva. Tudo isso sem falar no ar caprichoso da casa, que fica parecendo ter saído

de um conto de fada dos irmãos Grimm.

Quer experimentar algo mais simples e barato? Pinte todo o telhado com tinta branca

reflexiva e reduza em até 70% a temperatura no interior da construção, além de refletir

os raios solares que agravam o efeito estufa. Um projeto simples, de eficácia indiscu-

tível e que assegura bem-estar pessoal e munição extra contra o aquecimento global.

(André Trigueiro. www.folha.uol.com.br. 24/07/2016. Adaptado)

Considere as frases do primeiro parágrafo:

1. Ainda hoje, ensina-se em muitos cursos de engenharia e arquitetura que o te-

lhado é apenas um telhado.

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2. No século 21, essas áreas ganham progressivamente importância e prestígio na

promoção da qualidade de vida de seus donos com múltiplos usos inteligentes.

3. No auge da crise hídrica, muita gente adaptou às pressas o telhado para captar

água de chuva.

Ao ligar essas frases em sequência com conectivos, preservando-se a relação de sen-

tido estabelecida no parágrafo, deve-se iniciar as frases 2 e 3, respectivamente, com:

a) Portanto; Por isso.

b) Desse modo; Haja vista.

c) Todavia; Por exemplo.

d) Apesar disso; Mesmo assim.

e) No entanto; Contudo.

Questão 6    (2017/VUNESP/PREFEITURA DE ITANHAÉM-SP/FISIOTERAPEUTA)

A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passa-

do incomparável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em

seus momentos de fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lo-

tação está esgotada. Foram mais de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas

da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que não dá mais

para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais ou bairros

distantes de uma metrópole como Roma.

As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais

sempre cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham

com o comércio de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o

bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perver-

sidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora cruel, o sistema

é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros

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pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros

países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada

passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em

390 milhões de dólares no ano passado.

A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encren-

cado, conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao

mundo rico, já provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa

foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao

contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de

nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e espe-

rança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com abrigo,

saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações supra-

nacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar garantias

inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o

dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.

(Vilma Gryzinski. Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26/07/2017. Adaptado)

Na passagem “Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante”, a

conjunção em destaque expressa, no contexto, relação de sentido de

a) causa e pode ser substituída, corretamente, por “Porque”.

b) condição e pode ser substituída, corretamente, por “Desde que”.

c) concessão e pode ser substituída, corretamente, por “Apesar de”.

d) restrição e pode ser substituída, corretamente, por “Contanto que”.

modo e pode ser substituída, corretamente, por “Assim”.

Questão 7    (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-SP/

ASSISTENTE LEGISLATIVO)

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Personagem do imaginário popular e de uma novela, a marquesa de Santos, célebre

amante de dom Pedro I, aos poucos deixa o rodapé da história para ganhar persona-
lidade, ambição e protagonismo mais nítidos. A partir de arquivos pouco estudados,
pesquisadores e historiadores redesenham a trajetória da paulista Domitila de Castro
Canto e Melo como uma mulher forte, independente, pragmática e de excepcional
tino financeiro. “Domitila era plural, muito mais que uma amante”, resume o historia-
dor Paulo Rezzutti, que está relançando seu livro Domitila – A verdadeira História da
Marquesa de Santos, de 2013, com documentos inéditos e reveladores.
O mais significativo, em termos históricos, é o diário que confirma a existência do
primeiro dos cinco filhos dos dois amantes, um menino sobre o qual se especulava
haver nascido, mas de quem não se tinha notícia de ter sobrevivido.
Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos inju-
riosos, Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social
meteórica na capital. Frequentava seus saraus todo mundo que era importante.
No ápice da trajetória de amante imperial, foi nomeada dama de honra da pobre
Leopoldina, que sofria com a situação, e ganhou o título de marquesa, o segundo
degrau da nobreza brasileira.
paixão de Domitila e dom Pedro ficou registrada em cartas não recomendáveis para me-
nores. “Ele a amava com amor selvagem, sem conhecer limites nem regras de direito,
moral ou religião”, diz a historiadora Mary Del Priore, que pesquisou a vida da marquesa.
(Luísa Bustamante. As faces de Domitila. Veja, 09/08/2017. Adaptado)

Para responder à questão, observe a relação de sentido entre as partes sinalizadas


na passagem a seguir.

I – Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos

injuriosos,

II – Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social

meteórica na capital.

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É correto afirmar que as ideias expressas no trecho (I) estabelecem, com as ideias

do trecho (II), relação de sentido de


a) causa.
b) concessão.
c) modo.
d) consequência.
e) condição.

Questão 8    (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-SP/


ASSISTENTE LEGISLATIVO)

Andava na calçada quando vi uma mulher vindo em minha direção, grudada no celu-
lar e sem, portanto, olhar por onde ia. Se não desviasse dela, fatalmente nos choca-
ríamos. Como sou intimamente malvado, parei de repente e dei meia-volta, como se
olhasse para trás: a senhora em questão bateu de frente com minhas costas. Eu tinha
contraído o corpo para receber o impacto e resisti bem, ela entrou em tilt*, o celular
caiu, percebeu que tinha esbarrado em alguém que não podia vê-la e que, portanto,
a responsabilidade de desviar era dela. Balbuciou algumas desculpas, enquanto eu
respondia com humanidade: “Não se preocupe, isso é comum hoje em dia.”

Espero que o celular tenha se quebrado ao cair e aconselho a quem se encontrar


numa situação parecida que se comporte como eu.
(Umberto Eco, O celular e a rainha de “Branca de Neve”. Pape Satàn Aleppe – crônicas de uma
sociedade líquida)

* Entrar em tilt: entrar em pane.

A expressão em destaque na passagem –... percebeu que tinha esbarrado em al-

guém que não podia vê-la e que, portanto, a responsabilidade de desviar era dela.

– expressa a ideia de

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a) explicação, podendo ser substituída, com coerência, por porém.

b) causa, podendo ser substituída, com coerência, por porque.

c) tempo, podendo ser substituída, com coerência, por então.

d) modo, podendo ser substituída, com coerência, por assim.

e) conclusão, podendo ser substituída, com coerência, por logo.

Questão 9    (2017/VUNESP/CÂMARA DE PORTO FERREIRA-SP/ASSESSOR DE IM-

PRENSA)

Ao mar

Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava

tudo inundado! Joel vestiuse rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tá-

bua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...

O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de

gávea* Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.

– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela

manhã, alimentava-sede peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a

contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas

águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não

o venceu, não o venceu!

E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?

Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário

de bordo. Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta

frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou.

À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos

escuros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?

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– Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.

Joel viajava ao largo; perto da África.


(Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)

* lugar, no topo dos mastros de embarcações antigas, de onde um marinheiro pers-

crutava o horizonte, para avistar terra

Leia os períodos:

• ... embarcou numa tábua e pôs-se a remar. (1º parágrafo);

• Mas não o venceu, não o venceu! (3º parágrafo);

• Que dizer deles, se nunca ninguém os viu? (4º parágrafo).

As conjunções em destaque nos períodos estabelecem entre as orações, correta e

respectivamente, relações de sentido de

a) causa, adição e condição.

b) conexão, oposição e condição.

c) consequência, oposição e explicação.

d) conclusão, adição e opção.

e) conexão, conclusão e condição.

Questão 10    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A

questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.

Em livro ambicioso, sociólogo analisa incertezas do futuro

Falta de ambição claramente não é o problema de A Era do Imprevisto: A Grande

Transição do Século 21, novo livro do sociólogo mineiro Sérgio Abranches. Se o lei-

tor já se perguntou, como imagino, que diabos está acontecendo com o mundo nos

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últimos anos e o que pode vir daqui para a frente, a obra do especialista formula

algumas respostas – imaginativas, provisórias e diabolicamente complicadas.

Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambientais,

uma conexão que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite nos

espíritos mais serenos. Esse eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas o

sociólogo também tenta investigar como a ascensão das redes sociais pode afetar

a organização da sociedade do futuro; como o conhecimento emergente (biotecno-

logia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode transformar a vida humana neste

século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descobertas da biologia evolucio-

nista têm a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.

Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se justi-

fica pelo próprio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do sécu-

lo 21”, um ponto de virada tão importante, à sua maneira, quanto o Renascimento

do século 16 ou a Revolução Industrial do século 18.

Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e em

crise permanente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas ainda

estão se encaminhando lentamente para o leito de morte, enquanto suas substitu-

tas passam por um parto difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e desalento,

ainda que o momento também esteja repleto de potencialidades positivas.

Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem solapa-

do o funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eufemismo

que designa a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do capital finan-

ceiro”, resume. Nesse cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.

Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do cibe-

respaço para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a

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democracia representativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como

fazer isso sem que as redes sociais se transformem numa reunião de condomínio

improdutiva de dimensões planetárias.

(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27/05/2017. Adaptado)

Completando-se o trecho – Não se sabe o que pode vir daqui para a frente; vi-

vemos em um cenário fulcral, em que tudo parece confuso,... – a alternativa que

introduz ideia de concessão é:

a) e o leitor se pergunta que diabos está acontecendo com o mundo nos últimos

anos e tenta, em vão, encontrar uma resposta.

b) é, por isso, que Abranches tem insistido em reunir estudos comparativos entre

políticas globais e de meio ambiente.

c) embora as potencialidades do ciberespaço possam abrir modelos eficientes de

participação política e democrática.

d) além disso, o fato de os oligopólios globais regularem a economia é um agra-

vante que pode piorar a situação.

e) por essa razão tem-se a sensação completa de caos e desalento, o que produz

muitas incertezas quanto ao futuro.

Questão 11    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/AUXILIAR DE ADMINISTRA-


ÇÃO)
Agenda lotada
Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mãe dos amiguinhos do
seu filho, Paulinho, de seis anos, olhavam para ela com um ar de superioridade.
Não era para menos. Afinal, o garoto até aquela idade se limitava a brincar e ir

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à escola. Andava em total descompasso com os outros meninos, que já haviam


desenvolvido múltiplas e variadas atividades desde a mais tenra infância. Então,
Flávia pediu ao marido que tivesse uma conversa com o filho.
– O que você gostaria de fazer, Paulinho? – perguntou o pai, dando uma de liberal
que não costuma impor suas vontades.
– Brincar…
– Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna
brincadeira. Você precisa começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sé-
rias, desenvolver outras atividades. Você não gostaria de praticar algum esporte?
Alheios ao desejo do filho, os pais resolveram colocar Paulinho na natação, na gi-
nástica olímpica, no inglês, judô, francês…
Quando os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do colégio,
ele respondia:
– Não posso, tenho aula de inglês.
– E depois?
– Vou pro judô.
– Então quando poderemos brincar?
– Não sei. Tenho que ver na agenda.
À noitinha chegava mais cansado do que o pai. Nunca mais brincou. E Paulinho foi
ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece antes da hora.
(NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2003. Adaptado)

No trecho – E Paulinho foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que
amadurece antes da hora. – a palavra destacada estabelece sentido de
a) oposição.

b) causa.

c) tempo.

d) finalidade.

e) comparação.

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Questão 12    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/AUXILIAR DE ADMINISTRA-

ÇÃO)

Excesso de atividades

Muitas crianças sofrem com o excesso de atividades porque os pais acreditam que isso

vai deixá-las mais preparadas para o futuro, e pensam que é necessário despertar a

competitividade desde cedo para garantir o sucesso profissional. Além disso, existe a

dificuldade de não ter onde deixar os pequenos durante o dia. Para resolver o proble-

ma, os pais mantêm os filhos ocupados o máximo possível. Com as atividades, os pais

tentam também aliviar uma certa culpa de sua ausência física e emocional.

É importante que os pais saibam que a criança precisa ter tempo livre para intera-

gir com outras crianças. O estresse diário, comum na vida de adultos, não deveria

fazer parte da realidade das crianças.


(http://zh.clicrbs.com.br/s/vida-e-estilo/vida/notícia/2013/03/agenda-lotada-excesso-de-atividades-pode-

-serprejudicial-para-as-criancas-4086596.html. Acesso em: 18/05/2017. Adaptado)

No trecho – … pensam que é necessário despertar a atividade desde cedo para

garantir o sucesso profissional. – a palavra destacada estabelece sentido de

a) causa.

b) lugar.

c) modo.

d) companhia.

e) finalidade.

Questão 13    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/AUXILIAR DE ADMINISTRA-

ÇÃO)

É importante que as crianças _______ tempo ___________ brincar, _________ é

uma necessidade psicológica do ser humano.

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A alternativa que preenche as lacunas, correta e respectivamente, conforme a nor-

ma padrão da língua portuguesa é:

a) tenha … em … portanto

b) tenham … para … porque

c) tenha … por … conforme

d) tenham … com … então

e) tenham … de … porém

Questão 14    (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE/TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já

tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem

paredes e divisórias.

Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos es-

tivessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em

pouco tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos esta-

vam distraídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfei-

tos, sem falar do próprio chefe.

Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele

transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio

espaço, com portas e tudo.

Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos

escritórios nos Estados Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram

ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas.

Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até 15% da produtividade, de-

senvolver problemas graves de concentração e até ter o dobro de chances de ficar

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doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contribuindo para uma

reação contra esse tipo de organização.

Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor

de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita

gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se conse-

gue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.

É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso, mas algumas fir-

mas estão seguindo o exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados.

Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro paredes e

uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo

tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até 20 minutos.

Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally

Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.

(Bryan Borzykowski. “Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.” Disponível em:

<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04/04/2017. Adaptado)

É correto afirmar que a expressão – contudo –, destacada no quinto parágrafo, es-

tabelece uma relação de sentido com o parágrafo

a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das empresas que adotaram o

modelo de escritórios abertos.

b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção do modelo de escritórios abertos.

c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com base em resultados

de pesquisas.

d) anterior, introduzindo informações que se contrapõem à visão positiva acerca

dos escritórios abertos.

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e) posterior, contestando com dados estatísticos o formato tradicional de escri-

tório fechado.

Questão 15    (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia o

texto dos quadrinhos, para responder à questão.

A relação de sentido que há entre as partes sinalizadas no período – (I) Se você não

me ajudar com a lição de casa, (II) eu vou processar você – é:

a) (I) expressa uma causa; (II) expressa o momento da ação.

b) (I) expressa uma condição; (II) expressa uma possível ação consequente.

c) (I) expressa modo da ação já realizada; (II) expressa sua causa.

d) (I) expressa uma comparação; (II) expressa seu efeito futuro.

e) (I) expressa uma ação possível; (II) expressa uma ação precedente realizada.

Questão 16    (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Considere as informações

da capa da revista para responder à questão.

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O emprego da conjunção “se” e da forma verbal “der” definem a informação apre-


sentada como uma
a) comparação.
b) hipótese.
c) oposição.
d) conclusão.
e) causa.

Questão 17    (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder à


questão.
A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um
caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com

todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por

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um fio. Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram

do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa

entre a vida e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se

num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, abso-

lutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que

o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do

seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o pra-

zer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:

– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora

que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace

que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,

entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;

Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A ceri-

mônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza

irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o

quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, since-

ramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas
lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.
O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um
alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.
(Arthur Azevedo. “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)

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Quanto ao sentido, a oração destacada em “A mãe, conquanto insensível às


boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou...”
equivale a:
a) apesar de insensível às boas ações.
b) conforme insensível às boas ações.
c) portanto insensível às boas ações.
d) como insensível às boas ações.
e) porque insensível às boas ações.

Questão 18    (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder à


questão.
Dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apon-
tam que a diferença na carga de trabalho entre homens e mulheres não só é bas-
tante díspar como aumentou nos últimos anos.
Em 2005, as mulheres trabalhavam 6,9 horas a mais por semana que os homens;
em 2015, essa diferença subiu para 7,5 horas, somando-se o trabalho formal e o
doméstico, a chamada dupla jornada.
Isso ocorre ainda que o tempo de dedicação das mulheres aos afazeres domésticos
tenha diminuído (algo que pode ser atribuído ao acesso a eletrodomésticos) porque o
tempo de dedicação dos homens a atividades profissionais foi reduzido em 3 horas.
(Folha de S. Paulo, 15/03/2017. Adaptado)

O primeiro parágrafo do texto contém um período composto por


a) coordenação e por subordinação, sendo a segunda oração coordenada explica-
tiva e a última oração adverbial conformativa.
b) subordinação, sendo a segunda oração substantiva subjetiva e a última oração
adverbial comparativa.
c) coordenação, sendo a segunda oração coordenada explicativa e a última coor-
denada aditiva.

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d) subordinação e por coordenação, sendo a segunda oração substantiva objetiva


direta e a última oração coordenada aditiva.
e) subordinação e por coordenação, sendo a segunda oração substantiva predica-
tiva e a última oração coordenada adversativa.

Questão 19    (2017/VUNESP/TJ-SP/PSICÓLOGO) Leia o texto para responder à


questão.
A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um caráter
de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo
cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio.
Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal,
e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a

vida e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se

num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absoluta-

mente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor

de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio.


A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o pra-
zer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:
– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora
que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace
que era o desejo de seu marido.
Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,
entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;
Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A ceri-
mônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.
Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza

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irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o


quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, since-
ramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas
lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.
O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um
alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.
(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)

No enunciado “Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triun-


faram do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa...”, a conjunção “e”, que
introduz o trecho destacado, imprime a este o sentido de
a) consequência.
b) condição.
c) oposição.
d) causa.
e) tempo.

Questão 20    (2017/VUNESP/CRBIO – 1º REGIÃO/AUXILIAR ADMINISTRATIVO)

Os celulares _________ aplicativos que permitem __________ pessoas agir com

independência em algumas situações, __________ uma consequência negativa

pode ser o isolamento social, a ausência de contato humano.

Para que a frase esteja correta, de acordo com a norma-padrão da língua portugue-

sa, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:

a) tem... às... porém

b) tem... as... quando

c) tem... às... portanto

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d) têm... às... porém

e) têm... as... quando

Questão 21    (2017/VUNESP/CRBIO – 1º REGIÃO/AUXILIAR ADMINISTRATIVO)

Considere a charge de Ronaldo para responder à questão.

Na frase dita pela personagem, a segunda oração “e ela começou a rir...” apresen-

ta, em relação à primeira oração, ideia de

a) condição, sinalizando que o cliente vai ser obrigado a recorrer ao cheque espe-

cial para pagar suas contas

b) conformidade, sinalizando que o cliente não obteve o empréstimo bancário que

havia solicitado ao gerente.

c) finalidade, sinalizando que o cliente está com o saldo bancário negativo há vá-

rios dias.

d) consequência, sinalizando que o cliente tem pouco dinheiro ou está sem dinhei-

ro na conta bancária.

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e) causa, sinalizando que o cliente está endividado em decorrência da cobrança


dos altos juros bancários.

Questão 22    (2017/VUNESP/UNESP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)


Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma
camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à
extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar
como êxito o que ocorreu – pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.
A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais
revela do que o extremo de sem- -cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa
atividade predatória parece ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas
pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do Ibama afugenta,
pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue.
Operações dessa monta se fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a
abalar-se da área protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização.
Madeireiros possuem, por exemplo, licença para a exploração sustentável do recur-
so natural, mas a utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engaja-
mento da população em outras atividades atraentes do ponto de vista econômico.
A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que madeireiros ilegais
encontram algum apoio entre os habitantes da região.
Ainda que fulgurante, a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper
o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Folha de S. Paulo, 24/12/2016. Adaptado)

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Sem prejuízo de sentido do texto, no último parágrafo “Ainda que fulgurante,

a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.”, o trecho

destacado pode ser substituído por:

a) Caso seja fulgurante

b) Como é fulgurante

c) Apesar de ser fulgurante

d) Enquanto for fulgurante

e) Conforme seja fulgurante

Questão 23    (2017/VUNESP/TJM-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia a

tirinha.

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No primeiro quadrinho, os comentários “Já que sua mãe está doente” e “hoje eu

farei o jantar” estabelecem entre si relação de

a) causa e consequência.

b) condição e conformidade.

c) finalidade e modo.

d) conclusão e concessão.

e) proporção e explicação.

Questão 24    (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE DE

GESTÃO) Leia o texto “Infância na praia”, de Danuza Leão, para responder à ques-

tão.

Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz

cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ain-

da e sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu

podia imaginar.

No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do

terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para

horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a

cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você

sozinha e esquecida.

No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das per-

nas abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas

eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas

tias e pouquíssimas primas.

As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um

prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-rosa

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eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa.
As conchas acabaram; onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas fica-
vam em volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma
noite. Naquele tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá,
e para dar uma corzinha na comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que da-
vam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase
nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e
ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o
que era um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam,
se encostasse no corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água
tentando ver alguma, mas ninguém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia
estava cheia delas, e com uma varinha a gente ficava mexendo, sempre com muito
cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa mesmo muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças
rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz
do teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, es-
perando o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque

era assim e pronto.

(Folha de S. Paulo, 17/04/2005. Adaptado)

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Considere a frase do sétimo parágrafo, que foi separada em trecho (1) e trecho (2):
(1) Água-viva é uma rodela gelatinosa (2) que, segundo diziam, se encostasse no
corpo, queimava como fogo.
No trecho (1), a autora _________________ o que é água-viva. No trecho (2),
ela emprega os termos se e como para expressar, respectivamente, as ideias de
__________ e _____________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
a) descreve … condição … comparação
b) supõe … condição … tempo
c) retifica … causa … comparação
d) analisa … consequência … tempo
e) reitera … causa … conclusão

Questão 25    (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE ESCO-


LAR)
Alunos dizem mais praticar do que sofrer bullying*, mostra pesquisa do IBGE
Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE), mais entrevistados relataram em 2015 terem praticado do que sofrido
bullying, não apenas na escola, mas em qualquer ambiente que frequentam.
Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já
ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A
prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados
disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com
frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da
aparência do corpo ou do rosto.
*bullying: situação que envolve agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de
maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
(http://educacao.uol.com.br, 26/08/2016. Adaptado)

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Considere as seguintes construções do 2º parágrafo:

• Meninas são menos provocadoras do que meninos…

• A prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas […] do que na

rede pública… Nos contextos em que são empregadas, as palavras destaca-

das estabelecem relação de

a) comparação.

b) negação.

c) correção.

d) dúvida.

e) aprovação.

Questão 26    (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE ESCO-

LAR)

As frases na fala da personagem no 3º quadrinho – Todo mundo levou o lanche em

um saco de papel!!! – e – Eu me senti uma boba! – estabelecem entre si relação de

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a) condição e conformidade e podem ser ligadas por conforme.

b) tempo e modo e podem ser ligadas por quando.

c) causa e consequência e podem ser ligadas por então.

d) finalidade e proporção e podem ser ligadas por até.

e) oposição e contraste e podem ser ligadas por porém.

Questão 27    (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-

VO)

Os estereótipos são numerosos. Os grupos étnicos são estereotipados, os cidadãos

de outras nações e religiões são estereotipados, os gêneros e as preferências se-

xuais são estereotipados, as pessoas nascidas em várias épocas do ano são este-

reotipadas (astrologia solar) e as ocupações são estereotipadas. A interpretação

mais generosa atribui esse modo de pensar a uma espécie de preguiça intelectual:

em vez de julgar as pessoas pelos seus méritos e deficiências individuais, nós nos

concentramos em uma ou duas informações a seu respeito, que depois inserimos

num pequeno número de escaninhos previamente construídos.

Isso poupa o trabalho de pensar, embora em muitos casos custe o preço de come-

ter uma profunda injustiça. Com isso, aquele que pensa por estereótipos também

fica protegido do contato com a enorme variedade de pessoas, a multiplicidade de

maneiras de ser humano. Mesmo que a estereotipagem seja válida em média, está

fadada a fracassar em muitos casos individuais: a variação humana passa por cur-

vas do tipo sino. Há um valor médio de qualquer qualidade, e números menores de

pessoas sumindo em ambos os extremos.

(Carl Sagan, “Maxwell e os ‘nerds’”. O mundo assombrado pelos demônios)

Para responder à questão, atenha-se à seguinte passagem:

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(I) Mesmo que a estereotipagem seja válida em média, (II) está fadada a fracassar
em muitos casos individuais: (III) a variação humana passa por curvas do tipo sino.
Assinale a alternativa que analisa corretamente a relação de sentido entre os tre-
chos (I) e (II) e apresenta a conjunção que substitui, mesmo que, sem prejuízo do
sentido original.
a) O trecho (I) expressa, em relação ao (II), a ideia de ressalva concessiva; a con-
junção adequada à substituição, no contexto, é Embora.
b) O trecho (I) expressa uma condição necessária em relação ao (II); a conjunção
adequada à substituição, no contexto, é Caso.
c) O trecho (II) expressa a consequência do que se afirma no (I); a conjunção
adequada à substituição, no contexto, é Tanto que.
d) O trecho (II) expressa um fato possível que se compara àquele expresso no
trecho (I); a conjunção adequada à substituição, no contexto, é Como.
e) O trecho (I) expressa, em relação ao (II), o conceito de finalidade da ação; a
conjunção adequada à substituição, no contexto, é Desde que.

Questão 28    (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-


VO) Para responder à questão, atenha-se à seguinte passagem:
(I) Mesmo que a estereotipagem seja válida em média, (II) está fadada a fracassar
em muitos casos individuais: (III) a variação humana passa por curvas do tipo sino.
Assinale a alternativa em que a relação de sentido estabelecida pelos dois-pontos
entre os trechos (II) e (III) está preservada com a nova redação.
a) ... está fadada a fracassar em muitos casos; e a variação humana passa por
curvas do tipo sino.
b) ... está fadada a fracassar em muitos casos, logo, a variação humana passa por

curvas do tipo sino.

c) ... está fadada a fracassar em muitos casos – ou a variação humana passa por

curvas do tipo sino.

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d) ... está fadada a fracassar em muitos casos, também a variação humana passa

por curvas do tipo sino.


e) ...está fadada a fracassar em muitos casos, pois a variação humana passa por
curvas do tipo sino.

Questão 29    (2016/VUNESP/ODAC/AGENTE ADMINISTRATIVO)


O resgate do casaco
Já entrávamos no restaurante quando minha amiga deu um grito. Tinha esquecido
seu casaco no táxi. Vi no seu olho o tamanho da perda. Mulher sabe.
Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,
roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri
para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na
atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos
cem metros rasos.
Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.
Eu estava quase.
Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um pe-
queno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha espe-
rança atlética e dei o melhor de mim.
Não reconhecia minhas pernas se alternando em tamanha velocidade e agora eu já
pensava muito mais na minha capacidade de atingir o que me parecia impossível
do que no casaco da minha amiga.

Inacreditavelmente, o carro se pôs de novo em movimento a apenas alguns passos de

minhas potentes pernas. Não parei. Não sei o que me deu. Não sei como, mas conti-

nuei a correr. Não pude engolir dois fracassos. Fui além. Corri no limite do impossível.

O resgate do casaco virou uma questão de honra, de exercício da esperança duas

vezes desafiada. Agora eu corria gritando a plenos pulmões:

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— Pare este táxi! Pare este táxi!

Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de

minha amiga.

Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não

parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também para

ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.

Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão revelador.

Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela

e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem

ao menos ter tentado.

Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em vai-

vém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína desconhecida

se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de sucessivos quases.


(Denise Fraga. www.folha.uol.com.br. 08/05/2016. Adaptado)

A alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase – Já entrávamos no res-

taurante quando minha amiga deu um grito, _________ tinha esquecido seu casaco

no táxi. –, preservando a relação de sentido estabelecida no primeiro parágrafo, é:

a) pois

b) porém

c) contudo

d) embora

e) entretanto

Questão 30    (2016/VUNESP/ODAC/AGENTE ADMINISTRATIVO) Leia o texto de

uma canção para responder à questão.

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Passarinho

Como um brotinho de feijão, foi que um dia eu nasci,

Despertei, caí no chão e com as flores cresci.

E decidi que a vida logo me daria tudo,

Se eu não deixasse que o medo me apagasse no escuro.

Quando mamãe olhou pra mim, ela foi e pensou

Que um nome de passarinho me encheria de amor.

Mas passarinho, se não bate a asa, logo pia.

Eu, que tinha um nome diferente, já quis ser Maria.

Ah, e como é bom voar…

(Tiê. www.letras.com.br. Adaptado)

O termo destacado em – E decidi que a vida logo me daria tudo, / Se eu não deixas-

se que o medo me apagasse no escuro. – tem sentido equivalente ao da expressão:

a) Ainda que

b) Desde que

c) Mesmo que

d) Assim que

e) Depois que

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GABARITO
1. a 26. c

2. d 27. a

3. e 28. e

4. c 29. a

5. c 30. b

6. c

7. b

8. e

9. b

10. c

11. e

12. e

13. b

14. d

15. b

16. b

17. a

18. d

19. a

20. d

21. d

22. c

23. a

24. a

25. a

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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1    (2018/VUNESP/IPSM/ANALISTA DE GESTÃO – CONTABILIDADE) Leia o

trecho de uma entrevista para responder à questão.

Estadão: O espanto como motor do conhecimento é a ideia fundamental de seu pri-

meiro livro. De certa forma, porém, trata-se de uma ideia um tanto quanto antiga,

encontrada em Platão, em Tomás de Aquino, bem como em outros. No plano da edu-

cação dos filhos, é fácil ver como esse elemento propulsor funciona quando eles são

verdadeiramente pequenos, de dois, três, quatro anos: tudo o que é, tudo o que exis-

te, desconcerta-os simplesmente porque existe e poderia não existir. Tudo é mágico.

E, como essa capacidade de assombrar-se é inata, não precisamos criar estímulos

excepcionais para que os filhos se desenvolvam, bastando somente os elementos que

um ambiente familiar normal já possui. Essa capacidade de assombrar-se permanece

igual ao longo dos anos? Nos adultos, não parece adormecer-se naturalmente, perdu-

rando apenas, talvez, nos poetas e artistas, por alguma inclinação especial?

Catherine L’Ecuyer, educadora canadense: Sim, minha teoria se apoia em ideias

centenárias. Gaudí dizia que ser original é voltar às origens. A capacidade de as-

sombro é inata, mas corremos o risco de perdê-la quando não respeitamos o que

pede nossa natureza, quando vivemos segundo ritmos que não se adequam a

nossos ritmos internos, quando não há espaços, tempos e silêncios que permitam

saborear a lentidão da beleza da realidade.

(http://cultura.estadao.com.br. Adaptado)

Considere as passagens do texto:

• De certa forma, porém, trata-se de uma ideia um tanto quanto antiga...

• E, como essa capacidade de assombrar-se é inata, não precisamos criar es-

tímulos excepcionais para que os filhos se desenvolvam...

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• ... mas corremos o risco de perdê-la quando não respeitamos o que pede

nossa natureza...

As conjunções destacadas estabelecem entre as orações, respectivamente, rela-

ções de sentido de:

a) oposição, causa, finalidade e tempo.

b) conclusão, consequência, finalidade e tempo.

c) oposição, comparação, consequência e condição.

d) adição, conformidade, causa e proporção.

e) oposição, causa, causa e condição.

Letra a.

Basta olhar pela tabela de conectivos.

Porém = adversativa;

Como = causal (na oração em que se insere; basta ver a consequência depois

da vírgula);

Para que = finalidade;

Quando = tempo.

Questão 2    (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)


Avaliar os servidores
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos.
Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço,

evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia.

Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estí-

mulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar

a atenção dos superiores, negativa ou positivamente.

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A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético,

mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por

produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas.

Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista

na Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca ela-

borou uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais,

como a Carta exige.

Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto

que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e

municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por su-

cessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a

30% da pontuação máxima.

Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da

categoria já se mobilizam contra o texto.

Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o status quo. Sis-

temas de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes

não passam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premia-

ções quase generalizadas.

As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se

apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experi-

ência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos.

(Editorial. Folha de S. Paulo, 29/09/2017. Adaptado)

No 6º parágrafo – Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil

– os sindicatos da categoria já se mobilizam contra o texto. –, a conjunção e o ad-

vérbio destacados estabelecem no período, respectivamente, relações de sentido de

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a) explicação e tempo.

b) oposição e afirmação.

c) conclusão e modo.

d) oposição e tempo.

e) conclusão e afirmação.

Letra d.

“Entretanto” é uma conjunção adversativa; “já”, advérbio de tempo.

Questão 3    (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Leia a charge para

responder à questão.

Em conformidade com a norma-padrão, a lacuna da frase-título da charge deve ser

preenchida com:

a) por que as pessoas sente-se inseguras

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b) devido o sentimento de insegurança

c) porque existe pessoas muito inseguras

d) por que as pessoas continuam inseguras

e) devido à insegurança vivida pelas pessoas

Letra e.

Como será uma causa/explicação explícita, não se deve usar “por que”; “devido”

exige a preposição “a”; na letra c, há erro de concordância.

Questão 4    (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)

Segundo o estudante do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP e mem-

bro do Núcleo de Estudos em Tecnologia e Sociedade (Nets), Victor Veloso, o

Brasil precisa de uma regulamentação quanto à proteção de dados na internet,

____________ de garantir a privacidade dos ____________. Ele explica que as

informações são coletadas em diversas plataformas, como Google e Facebook, com

o consentimento dos usuários nos termos de uso. No entanto, o risco está na uti-

lização dos dados para além de interesses econômicos, com ________ repasses

aos governos. O estudante considera que a vigilância e a captação dos dados pode

retirar a privacidade das pessoas e cercear sua liberdade. A _________ Direitos na

Rede promove a campanha “Seus dados são você: Liberdade, proteção, regulação

para tratar da garantia de privacidade dos dados na internet brasileira”.

(http://jornal.usp.br. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, res-

pectivamente, com:

a) afim … cidadãos … possiveis … coalisão

b) afim … cidadães … possíveis … coalisão

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c) a fim … cidadãos … possíveis … coalizão

d) a fim … cidadões … possíveis … coalizão

e) a fim … cidadões … possiveis … coalizão

Letra c.

Na primeira lacuna, deve-se usar “a fim” para indicar finalidade. As demais lacunas

são preenchidas de acordo com normas ortográficas.

Questão 5    (2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)

Mal aproveitado no Brasil, telhado de casas pode gerar energia e captar água

Tente imaginar as cidades brasileiras vistas de cima. Agora repare no desperdício

que é a soma dos telhados de todas as edificações. O modelo construtivo conven-

cional banalizou a função dessa parte de casas, prédios, escolas, ginásios, estádios

etc. Ainda hoje, ensina-se em muitos cursos de engenharia e arquitetura que o

telhado é apenas um telhado. Um reles arremate que cobre o que está embaixo.

Não seria exagero chamar isso de crime de lesa-cidade. No século 21, essas áre-

as ganham progressivamente importância e prestígio na promoção da qualidade

de vida de seus donos com múltiplos usos inteligentes. Quem mora em São Paulo

aprendeu isso na raça. No auge da crise hídrica, muita gente adaptou às pressas o

telhado para captar água de chuva.

Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), uma casa com 100 m2 de área de

telhado no centro da capital paulista pode captar água suficiente para abastecer

uma família de quatro pessoas em suas necessidades de limpeza e descarga do

vaso sanitário, por exemplo. Dependendo da localização, o telhado pode ser uma

miniusina solar. Um kit completo, incluindo inversores e outros acessórios, custa

cerca de R$ 15 mil e é capaz de reduzir em até 80% a conta de luz, com o retorno

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do capital investido em, no máximo, 12 anos. É caro, mas o valor vem caindo 5%

ao ano. O telhado verde, com o plantio de certas espécies mais indicadas para esse

fim, promove o isolamento térmico e acústico e, se desejar, captação de água de

chuva. Tudo isso sem falar no ar caprichoso da casa, que fica parecendo ter saído

de um conto de fada dos irmãos Grimm.

Quer experimentar algo mais simples e barato? Pinte todo o telhado com tinta

branca reflexiva e reduza em até 70% a temperatura no interior da construção,

além de refletir os raios solares que agravam o efeito estufa. Um projeto simples,

de eficácia indiscutível e que assegura bem-estar pessoal e munição extra contra o

aquecimento global.

(André Trigueiro. www.folha.uol.com.br. 24/07/2016. Adaptado)

Considere as frases do primeiro parágrafo:

1. Ainda hoje, ensina-se em muitos cursos de engenharia e arquitetura que o te-

lhado é apenas um telhado.

2. No século 21, essas áreas ganham progressivamente importância e prestígio na

promoção da qualidade de vida de seus donos com múltiplos usos inteligentes.

3. No auge da crise hídrica, muita gente adaptou às pressas o telhado para captar

água de chuva.

Ao ligar essas frases em sequência com conectivos, preservando-se a relação de sen-

tido estabelecida no parágrafo, deve-se iniciar as frases 2 e 3, respectivamente, com:

a) Portanto; Por isso.

b) Desse modo; Haja vista.

c) Todavia; Por exemplo.

d) Apesar disso; Mesmo assim.

e) No entanto; Contudo.

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Letra c.

Entre a primeira e a segunda frase, há ideias contrárias (por isso, conjunção adver-

sativa). Já a terceira frase é um exemplo do que se apresentou na segunda.

Questão 6    (2017/VUNESP/PREFEITURA DE ITANHAÉM-SP/FISIOTERAPEUTA)

A quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele? Com um passa-

do incomparável e camadas históricas extraordinariamente variadas, inclusive em

seus momentos de fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou o debate. A lo-

tação está esgotada. Foram mais de 180000 pessoas, na maioria absoluta vindas

da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que não dá mais

para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais ou bairros

distantes de uma metrópole como Roma.

As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais

sempre cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham

com o comércio de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o

bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perver-

sidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora cruel, o sistema

é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros

pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros

países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada

passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em

390 milhões de dólares no ano passado.

A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, encren-

cado, conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção ao

mundo rico, já provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondosa

foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios. Ao

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contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre os quais tantos de

nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e espe-

rança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com abrigo,

saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações supra-

nacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar garantias

inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é que o

dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.

(Vilma Gryzinski. Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26/07/2017. Adaptado)

Na passagem “Embora cruel, o sistema é de uma eficiência impressionante”, a

conjunção em destaque expressa, no contexto, relação de sentido de

a) causa e pode ser substituída, corretamente, por “Porque”.

b) condição e pode ser substituída, corretamente, por “Desde que”.

c) concessão e pode ser substituída, corretamente, por “Apesar de”.

d) restrição e pode ser substituída, corretamente, por “Contanto que”.

e) modo e pode ser substituída, corretamente, por “Assim”.

Letra c.

A conjunção “embora” está no grupo das concessivas.

Questão 7    (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-SP/

ASSISTENTE LEGISLATIVO)

Personagem do imaginário popular e de uma novela, a marquesa de Santos, célebre

amante de dom Pedro I, aos poucos deixa o rodapé da história para ganhar persona-

lidade, ambição e protagonismo mais nítidos. A partir de arquivos pouco estudados,

pesquisadores e historiadores redesenham a trajetória da paulista Domitila de Castro

Canto e Melo como uma mulher forte, independente, pragmática e de excepcional

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tino financeiro. “Domitila era plural, muito mais que uma amante”, resume o histo-

riador Paulo Rezzutti, que está relançando seu livro Domitila – A verdadeira História

da Marquesa de Santos, de 2013, com documentos inéditos e reveladores.

O mais significativo, em termos históricos, é o diário que confirma a existência do

primeiro dos cinco filhos dos dois amantes, um menino sobre o qual se especulava

haver nascido, mas de quem não se tinha notícia de ter sobrevivido.

Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos inju-

riosos, Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social

meteórica na capital. Frequentava seus saraus todo mundo que era importante.

No ápice da trajetória de amante imperial, foi nomeada dama de honra da pobre

Leopoldina, que sofria com a situação, e ganhou o título de marquesa, o segundo

degrau da nobreza brasileira.

paixão de Domitila e dom Pedro ficou registrada em cartas não recomendáveis

para menores. “Ele a amava com amor selvagem, sem conhecer limites nem re-

gras de direito, moral ou religião”, diz a historiadora Mary Del Priore, que pesqui-

sou a vida da marquesa.

(Luísa Bustamante. As faces de Domitila. Veja, 09/08/2017. Adaptado)

Para responder à questão, observe a relação de sentido entre as partes sinalizadas

na passagem a seguir.

I – Mesmo sendo criticada pelas costas e alvo constante de caricaturas e artigos

injuriosos,

II – Domitila, mulher bonita, inteligente e alegre, experimentou ascensão social

meteórica na capital.

É correto afirmar que as ideias expressas no trecho (I) estabelecem, com as ideias

do trecho (II), relação de sentido de

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a) causa.
b) concessão.
c) modo.
d) consequência.
e) condição.

Letra b.
Basta observar a presença do “mesmo”.

Questão 8    (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-SP/


ASSISTENTE LEGISLATIVO)
Andava na calçada quando vi uma mulher vindo em minha direção, grudada no celu-
lar e sem, portanto, olhar por onde ia. Se não desviasse dela, fatalmente nos choca-
ríamos. Como sou intimamente malvado, parei de repente e dei meia-volta, como se
olhasse para trás: a senhora em questão bateu de frente com minhas costas. Eu tinha
contraído o corpo para receber o impacto e resisti bem, ela entrou em tilt*, o celular
caiu, percebeu que tinha esbarrado em alguém que não podia vê-la e que, portanto,
a responsabilidade de desviar era dela. Balbuciou algumas desculpas, enquanto eu
respondia com humanidade: “Não se preocupe, isso é comum hoje em dia.”
Espero que o celular tenha se quebrado ao cair e aconselho a quem se encontrar
numa situação parecida que se comporte como eu.
(Umberto Eco, O celular e a rainha de “Branca de Neve”. Pape Satàn Aleppe – crônicas de uma sociedade

líquida)

* Entrar em tilt: entrar em pane.

A expressão em destaque na passagem –... percebeu que tinha esbarrado em al-

guém que não podia vê-la e que, portanto, a responsabilidade de desviar era dela.

– expressa a ideia de

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a) explicação, podendo ser substituída, com coerência, por porém.

b) causa, podendo ser substituída, com coerência, por porque.

c) tempo, podendo ser substituída, com coerência, por então.

d) modo, podendo ser substituída, com coerência, por assim.

e) conclusão, podendo ser substituída, com coerência, por logo.

Letra e.

A conjunção “portanto” pertence ao grupo das conclusivas.

Questão 9    (2017/VUNESP/CÂMARA DE PORTO FERREIRA-SP/ASSESSOR DE IM-

PRENSA)

Ao mar

Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava

tudo inundado! Joel vestiuse rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tá-

bua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...

O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de

gávea* Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.

– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela

manhã, alimentava-sede peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a

contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas

águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não

o venceu, não o venceu!

E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?

Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário

de bordo. Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita esta

frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou.

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À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos

escuros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?

– Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.

Joel viajava ao largo; perto da África.


(Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)

* lugar, no topo dos mastros de embarcações antigas, de onde um marinheiro pers-

crutava o horizonte, para avistar terra

Leia os períodos:

• ... embarcou numa tábua e pôs-se a remar. (1º parágrafo);

• Mas não o venceu, não o venceu! (3º parágrafo);

• Que dizer deles, se nunca ninguém os viu? (4º parágrafo).

As conjunções em destaque nos períodos estabelecem entre as orações, correta e

respectivamente, relações de sentido de

a) causa, adição e condição.

b) conexão, oposição e condição.

c) consequência, oposição e explicação.

d) conclusão, adição e opção.

e) conexão, conclusão e condição.

Letra b.

“E” funciona como conjunção aditiva; mas, adversativa; se, condicional.

Questão 10    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A

questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.

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Em livro ambicioso, sociólogo analisa incertezas do futuro

Falta de ambição claramente não é o problema de A Era do Imprevisto: A Grande


Transição do Século 21, novo livro do sociólogo mineiro Sérgio Abranches. Se o lei-
tor já se perguntou, como imagino, que diabos está acontecendo com o mundo nos
últimos anos e o que pode vir daqui para a frente, a obra do especialista formula
algumas respostas – imaginativas, provisórias e diabolicamente complicadas.
Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambientais,
uma conexão que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite nos
espíritos mais serenos. Esse eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas o
sociólogo também tenta investigar como a ascensão das redes sociais pode afetar
a organização da sociedade do futuro; como o conhecimento emergente (biotecno-
logia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode transformar a vida humana neste
século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descobertas da biologia evolucio-
nista têm a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.
Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se justi-
fica pelo próprio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do sécu-
lo 21”, um ponto de virada tão importante, à sua maneira, quanto o Renascimento
do século 16 ou a Revolução Industrial do século 18.
Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e em
crise permanente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas ainda
estão se encaminhando lentamente para o leito de morte, enquanto suas substitu-
tas passam por um parto difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e desalento,
ainda que o momento também esteja repleto de potencialidades positivas.
Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem solapa-
do o funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eufemismo

que designa a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do capital financei-

ro”, resume. Nesse cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.

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Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do cibe-

respaço para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que a

democracia representativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como

fazer isso sem que as redes sociais se transformem numa reunião de condomínio

improdutiva de dimensões planetárias.

(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27/05/2017. Adaptado)

Completando-se o trecho – Não se sabe o que pode vir daqui para a frente; vi-

vemos em um cenário fulcral, em que tudo parece confuso,... – a alternativa que

introduz ideia de concessão é:

a) e o leitor se pergunta que diabos está acontecendo com o mundo nos últimos

anos e tenta, em vão, encontrar uma resposta.

b) é, por isso, que Abranches tem insistido em reunir estudos comparativos entre

políticas globais e de meio ambiente.

c) embora as potencialidades do ciberespaço possam abrir modelos eficientes de

participação política e democrática.

d) além disso, o fato de os oligopólios globais regularem a economia é um agra-

vante que pode piorar a situação.

e) por essa razão tem-se a sensação completa de caos e desalento, o que produz

muitas incertezas quanto ao futuro.

Letra c.

Basta notar a presença de “embora”.

Questão 11    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/AUXILIAR DE ADMINISTRA-

ÇÃO)

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Agenda lotada

Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mãe dos amiguinhos do

seu filho, Paulinho, de seis anos, olhavam para ela com um ar de superioridade.

Não era para menos. Afinal, o garoto até aquela idade se limitava a brincar e ir

à escola. Andava em total descompasso com os outros meninos, que já haviam

desenvolvido múltiplas e variadas atividades desde a mais tenra infância. Então,

Flávia pediu ao marido que tivesse uma conversa com o filho.

– O que você gostaria de fazer, Paulinho? – perguntou o pai, dando uma de liberal

que não costuma impor suas vontades.

– Brincar…

– Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna

brincadeira. Você precisa começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sé-

rias, desenvolver outras atividades. Você não gostaria de praticar algum esporte?

Alheios ao desejo do filho, os pais resolveram colocar Paulinho na natação, na gi-

nástica olímpica, no inglês, judô, francês…

Quando os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do colégio,

ele respondia:

– Não posso, tenho aula de inglês.

– E depois?

– Vou pro judô.

– Então quando poderemos brincar?

– Não sei. Tenho que ver na agenda.

À noitinha chegava mais cansado do que o pai. Nunca mais brincou. E Paulinho foi

ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece antes da hora.

(NOVAES, Carlos Eduardo. A cadeira do dentista. 8ª ed. São Paulo: Ática, 2003. Adaptado)

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No trecho – E Paulinho foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que

amadurece antes da hora. – a palavra destacada estabelece sentido de

a) oposição.

b) causa.

c) tempo.

d) finalidade.

e) comparação.

Letra e.

Note a comparação entre “Paulinho” e a “fruta”.

Questão 12    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/AUXILIAR DE ADMINISTRA-

ÇÃO)

Excesso de atividades

Muitas crianças sofrem com o excesso de atividades porque os pais acreditam que

isso vai deixá-las mais preparadas para o futuro, e pensam que é necessário desper-

tar a competitividade desde cedo para garantir o sucesso profissional. Além disso,

existe a dificuldade de não ter onde deixar os pequenos durante o dia. Para resolver o

problema, os pais mantêm os filhos ocupados o máximo possível. Com as atividades,

os pais tentam também aliviar uma certa culpa de sua ausência física e emocional.

É importante que os pais saibam que a criança precisa ter tempo livre para intera-

gir com outras crianças. O estresse diário, comum na vida de adultos, não deveria

fazer parte da realidade das crianças.


(http://zh.clicrbs.com.br/s/vida-e-estilo/vida/notícia/2013/03/agenda-lotada-excesso-de-ativida-

des-pode-serprejudicial-para-as-criancas-4086596.html. Acesso em: 18/05/2017. Adaptado)

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No trecho – … pensam que é necessário despertar a atividade desde cedo para

garantir o sucesso profissional. – a palavra destacada estabelece sentido de

a) causa.

b) lugar.

c) modo.

d) companhia.

e) finalidade.

Letra e.

O ato de despertar ocorre com uma finalidade: garantir o sucesso profissional.

Questão 13    (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/AUXILIAR DE ADMINISTRA-

ÇÃO)

É importante que as crianças _______ tempo ___________ brincar, _________ é

uma necessidade psicológica do ser humano.


A alternativa que preenche as lacunas, correta e respectivamente, conforme a nor-
ma padrão da língua portuguesa é:
a) tenha … em … portanto
b) tenham … para … porque
c) tenha … por … conforme
d) tenham … com … então
e) tenham … de … porém

Letra b.
O verbo deve estar no plural, para concordar com “crianças”; na sequência, usa-se

“para” para indicar finalidade”; por fim, “porque”, para indicar uma causa/explicação.

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Questão 14    (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE/TÉCNICO JUDICIÁRIO)

Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos no setor de tecnologia já
tinham feito – ele transferiu sua equipe para um chamado escritório aberto, sem
paredes e divisórias.
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele queria que todos esti-
vessem juntos, para se conectarem e colaborarem mais facilmente. Mas em pouco
tempo ficou claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos estavam dis-
traídos, a produtividade caiu, e os nove empregados estavam insatisfeitos, sem
falar do próprio chefe.
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para o escritório aberto, Nagele
transferiu a empresa para um espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio
espaço, com portas e tudo.
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório aberto – cerca de 70% dos
escritórios nos Estados Unidos são assim – e até onde se sabe poucos retornaram
ao modelo de espaços tradicionais com salas e portas.
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até 15% da produtividade, de-
senvolver problemas graves de concentração e até ter o dobro de chances de ficar
doentes em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contribuindo para uma
reação contra esse tipo de organização.
Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já ouviu colegas do setor
de tecnologia dizerem sentir falta do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita
gente concorda – simplesmente não aguentam o escritório aberto. Nunca se conse-
gue terminar as coisas e é preciso levar mais trabalho para casa”, diz ele.
É improvável que o conceito de escritório aberto caia em desuso, mas algumas fir-
mas estão seguindo o exemplo de Nagele e voltando aos espaços privados.

Há uma boa razão que explica por que todos adoram um espaço com quatro paredes

e uma porta: foco. A verdade é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mes-

mo tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco por até 20 minutos.

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Retemos mais informações quando nos sentamos em um local fixo, afirma Sally

Augustin, psicóloga ambiental e de design de interiores.


(Bryan Borzykowski. “Por que escritórios abertos podem ser ruins para funcionários.” Disponível em:
<www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 04/04/2017. Adaptado)

É correto afirmar que a expressão – contudo –, destacada no quinto parágrafo, es-

tabelece uma relação de sentido com o parágrafo

a) anterior, confirmando com estatísticas o sucesso das empresas que adotaram o

modelo de escritórios abertos.

b) posterior, expondo argumentos favoráveis à adoção do modelo de escri-

tórios abertos.

c) anterior, atestando a eficiência do modelo aberto com base em resultados

de pesquisas.

d) anterior, introduzindo informações que se contrapõem à visão positiva acerca

dos escritórios abertos.

e) posterior, contestando com dados estatísticos o formato tradicional de escri-

tório fechado.

Letra d.

Como a conjunção está bem no início do parágrafo, ela apresenta informações ad-

versas em relação ao parágrafo anterior.

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Questão 15    (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia o

texto dos quadrinhos, para responder à questão.

A relação de sentido que há entre as partes sinalizadas no período – (I) Se você não

me ajudar com a lição de casa, (II) eu vou processar você – é:

a) (I) expressa uma causa; (II) expressa o momento da ação.

b) (I) expressa uma condição; (II) expressa uma possível ação consequente.

c) (I) expressa modo da ação já realizada; (II) expressa sua causa.

d) (I) expressa uma comparação; (II) expressa seu efeito futuro.

e) (I) expressa uma ação possível; (II) expressa uma ação precedente realizada.

Letra b.

Há, no trecho, uma condição e o que pode acontecer se a condição não for cumprida.

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Questão 16    (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Considere as informações

da capa da revista para responder à questão.

O emprego da conjunção “se” e da forma verbal “der” definem a informação apre-

sentada como uma

a) comparação.

b) hipótese.

c) oposição.

d) conclusão.

e) causa.

Letra b.

O valor condicional é acompanhado de semântica hipotética.

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Questão 17    (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder à

questão.

A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um

caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com

todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por

um fio. Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram

do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa

entre a vida e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se

num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, abso-

lutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que

o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do

seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o pra-

zer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:

– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora

que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace

que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,

entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;

Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A ceri-

mônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza

irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável,

o quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia,

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sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das be-

xigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um

alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.

(Arthur Azevedo. “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adap-
tado)

Quanto ao sentido, a oração destacada em “A mãe, conquanto insensível às

boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou...”

equivale a:

a) apesar de insensível às boas ações.

b) conforme insensível às boas ações.

c) portanto insensível às boas ações.

d) como insensível às boas ações.

e) porque insensível às boas ações.

Letra a.

Tanto “conquanto” quanto “apesar de” são conjunções concessivas.

Questão 18    (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder à

questão.

Dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apon-

tam que a diferença na carga de trabalho entre homens e mulheres não só é bas-

tante díspar como aumentou nos últimos anos.

Em 2005, as mulheres trabalhavam 6,9 horas a mais por semana que os homens;

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em 2015, essa diferença subiu para 7,5 horas, somando-se o trabalho formal e o
doméstico, a chamada dupla jornada.
Isso ocorre ainda que o tempo de dedicação das mulheres aos afazeres domésticos
tenha diminuído (algo que pode ser atribuído ao acesso a eletrodomésticos) porque
o tempo de dedicação dos homens a atividades profissionais foi reduzido em 3 horas.

(Folha de S. Paulo, 15/03/2017. Adaptado)

O primeiro parágrafo do texto contém um período composto por


a) coordenação e por subordinação, sendo a segunda oração coordenada explica-
tiva e a última oração adverbial conformativa.
b) subordinação, sendo a segunda oração substantiva subjetiva e a última oração
adverbial comparativa.
c) coordenação, sendo a segunda oração coordenada explicativa e a última coor-
denada aditiva.
d) subordinação e por coordenação, sendo a segunda oração substantiva objetiva
direta e a última oração coordenada aditiva.
e) subordinação e por coordenação, sendo a segunda oração substantiva predica-
tiva e a última oração coordenada adversativa.

Letra d.
A oração introduzida pelo “que” é subordinada substantiva objetiva direta; já a cor-

relação “não só...como” indica a adição.

Questão 19    (2017/VUNESP/TJ-SP/PSICÓLOGO) Leia o texto para responder à

questão.

A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um caráter

de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo

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cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio.

Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal,

e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a

vida e a morte.

Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se

num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absoluta-

mente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor

de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio.

A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o pra-

zer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:

– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora

que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace

que era o desejo de seu marido.

Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,

entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;

Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A ceri-

mônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza

irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o

quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, since-
ramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas
lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.

O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um

alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.


(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adap-
tado)

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No enunciado “Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triun-

faram do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa...”, a conjunção “e”, que
introduz o trecho destacado, imprime a este o sentido de
a) consequência.
b) condição.
c) oposição.
d) causa.
e) tempo.

Letra a.
Cuidado com o “e”. Muitas vezes, é preciso interpretá-lo no texto. Com o triunfo,
houve uma consequência: Fadinha ficou boa.

Questão 20    (2017/VUNESP/CRBIO – 1º REGIÃO/AUXILIAR ADMINISTRATIVO)


Os celulares _________ aplicativos que permitem __________ pessoas agir com
independência em algumas situações, __________ uma consequência negativa
pode ser o isolamento social, a ausência de contato humano.
Para que a frase esteja correta, de acordo com a norma-padrão da língua portugue-
sa, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) tem... às... porém
b) tem... as... quando
c) tem... às... portanto
d) têm... às... porém
e) têm... as... quando

Letra d.

Na primeira lacuna, o verbo deve estar no plural para concordar com “celulares”; na

segunda, é necessário empregar preposição + artigo; na terceira, há uma oposição.

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Questão 21    (2017/VUNESP/CRBIO – 1º REGIÃO/AUXILIAR ADMINISTRATIVO)


Considere a charge de Ronaldo para responder à questão.

Na frase dita pela personagem, a segunda oração “e ela começou a rir...” apresen-
ta, em relação à primeira oração, ideia de
a) condição, sinalizando que o cliente vai ser obrigado a recorrer ao cheque espe-
cial para pagar suas contas
b) conformidade, sinalizando que o cliente não obteve o empréstimo bancário que
havia solicitado ao gerente.
c) finalidade, sinalizando que o cliente está com o saldo bancário negativo há
vários dias.
d) consequência, sinalizando que o cliente tem pouco dinheiro ou está sem dinhei-
ro na conta bancária.
e) causa, sinalizando que o cliente está endividado em decorrência da cobrança
dos altos juros bancários.

Letra d.

O mesmo que vimos em outra questão. A máquina começou a rir em consequência

da primeira ação.

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Questão 22    (2017/VUNESP/UNESP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)

Fogo e Madeira

Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma

camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à

extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.

Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar

como êxito o que ocorreu – pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.

A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais

revela do que o extremo de sem- -cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.

Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa

atividade predatória parece ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas

pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do Ibama afugen-

ta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.

Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue.

Operações dessa monta se fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a

abalar-se da área protegida.

Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização.

Madeireiros possuem, por exemplo, licença para a exploração sustentável do recur-

so natural, mas a utilizam para enveredar em áreas protegidas.

Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engaja-

mento da população em outras atividades atraentes do ponto de vista econômico.

A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que madeireiros ilegais

encontram algum apoio entre os habitantes da região.

Ainda que fulgurante, a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Folha de S. Paulo, 24/12/2016. Adaptado)

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Sem prejuízo de sentido do texto, no último parágrafo “Ainda que fulgurante,

a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.”, o trecho

destacado pode ser substituído por:

a) Caso seja fulgurante

b) Como é fulgurante

c) Apesar de ser fulgurante

d) Enquanto for fulgurante

e) Conforme seja fulgurante

Letra c.

Tanto “ainda que” quanto “apesar de” são concessivos.

Questão 23    (2017/VUNESP/TJM-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia a

tirinha.

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No primeiro quadrinho, os comentários “Já que sua mãe está doente” e “hoje eu

farei o jantar” estabelecem entre si relação de

a) causa e consequência.

b) condição e conformidade.

c) finalidade e modo.

d) conclusão e concessão.

e) proporção e explicação.

Letra a.

Sempre que há causa (veja o “já que”), há consequência.

Questão 24    (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE DE

GESTÃO) Leia o texto “Infância na praia”, de Danuza Leão, para responder à ques-

tão.

Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz cerimô-

nia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e sempre,

as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.

No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do

terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para

horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a

cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você

sozinha e esquecida.

No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das per-

nas abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas

eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas

tias e pouquíssimas primas.

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As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um

prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-


-rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira
festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas fica-
vam em volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma
noite. Naquele tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá,
e para dar uma corzinha na comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que da-
vam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase
nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e
ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o
que era um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam,
se encostasse no corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água
tentando ver alguma, mas ninguém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia
estava cheia delas, e com uma varinha a gente ficava mexendo, sempre com muito
cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa mesmo muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças

rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.

Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz

do teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, espe-

rando o sono chegar.

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E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque

era assim e pronto.


(Folha de S. Paulo, 17/04/2005. Adaptado)

Considere a frase do sétimo parágrafo, que foi separada em trecho (1) e trecho (2):

(1) Água-viva é uma rodela gelatinosa (2) que, segundo diziam, se encostasse no

corpo, queimava como fogo.

No trecho (1), a autora _________________ o que é água-viva. No trecho (2),

ela emprega os termos se e como para expressar, respectivamente, as ideias de

__________ e _____________.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.

a) descreve … condição … comparação

b) supõe … condição … tempo

c) retifica … causa … comparação

d) analisa … consequência … tempo

e) reitera … causa … conclusão

Letra a.

A autora descreve a água-vida (gelatinosa) e, por meio do “se” e do “como”, esta-

belece condição e comparação, respectivamente.

Questão 25    (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE ESCO-

LAR)

Alunos dizem mais praticar do que sofrer bullying*, mostra pesquisa do IBGE

Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-

ca (IBGE), mais entrevistados relataram em 2015 terem praticado do que sofrido

bullying, não apenas na escola, mas em qualquer ambiente que frequentam.

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Meninas são menos provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas disseram já

ter praticado bullying, enquanto entre os alunos a proporção sobe para 24,2%. A

prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2% dos entrevistados

disseram fazer bullying) do que na rede pública (19,5%). Sofreram bullying com

frequência 7,4% (194,6 mil) dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da

aparência do corpo ou do rosto.

*bullying: situação que envolve agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de

maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.


(http://educacao.uol.com.br, 26/08/2016. Adaptado)

Considere as seguintes construções do 2º parágrafo:

• Meninas são menos provocadoras do que meninos…

• A prática é um pouco mais frequente nas escolas privadas […] do que na

rede pública… Nos contextos em que são empregadas, as palavras destaca-

das estabelecem relação de

a) comparação.

b) negação.

c) correção.

d) dúvida.

e) aprovação.

Letra a.

As duas expressões funcionam como conjunções comparativas.

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Questão 26    (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE ESCO-


LAR)

As frases na fala da personagem no 3º quadrinho – Todo mundo levou o lanche em


um saco de papel!!! – e – Eu me senti uma boba! – estabelecem entre si relação de
a) condição e conformidade e podem ser ligadas por conforme.
b) tempo e modo e podem ser ligadas por quando.
c) causa e consequência e podem ser ligadas por então.
d) finalidade e proporção e podem ser ligadas por até.
e) oposição e contraste e podem ser ligadas por porém.

Letra c.
Basta analisar a semântica entre as duas orações. Sentir-se boba foi uma consequ-
ência do que aconteceu antes.

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Questão 27    (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-

VO)

Os estereótipos são numerosos. Os grupos étnicos são estereotipados, os cidadãos

de outras nações e religiões são estereotipados, os gêneros e as preferências se-

xuais são estereotipados, as pessoas nascidas em várias épocas do ano são este-

reotipadas (astrologia solar) e as ocupações são estereotipadas. A interpretação

mais generosa atribui esse modo de pensar a uma espécie de preguiça intelectual:

em vez de julgar as pessoas pelos seus méritos e deficiências individuais, nós nos

concentramos em uma ou duas informações a seu respeito, que depois inserimos

num pequeno número de escaninhos previamente construídos.

Isso poupa o trabalho de pensar, embora em muitos casos custe o preço de come-

ter uma profunda injustiça. Com isso, aquele que pensa por estereótipos também

fica protegido do contato com a enorme variedade de pessoas, a multiplicidade de

maneiras de ser humano. Mesmo que a estereotipagem seja válida em média, está

fadada a fracassar em muitos casos individuais: a variação humana passa por cur-

vas do tipo sino. Há um valor médio de qualquer qualidade, e números menores de

pessoas sumindo em ambos os extremos.

(Carl Sagan, “Maxwell e os ‘nerds’”. O mundo assombrado pelos demônios)

Para responder à questão, atenha-se à seguinte passagem:

(I) Mesmo que a estereotipagem seja válida em média, (II) está fadada a fracassar

em muitos casos individuais: (III) a variação humana passa por curvas do tipo sino.

Assinale a alternativa que analisa corretamente a relação de sentido entre os tre-

chos (I) e (II) e apresenta a conjunção que substitui, mesmo que, sem prejuízo

do sentido original.

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a) O trecho (I) expressa, em relação ao (II), a ideia de ressalva concessiva; a con-

junção adequada à substituição, no contexto, é Embora.

b) O trecho (I) expressa uma condição necessária em relação ao (II); a conjunção

adequada à substituição, no contexto, é Caso.

c) O trecho (II) expressa a consequência do que se afirma no (I); a conjunção

adequada à substituição, no contexto, é Tanto que.

d) O trecho (II) expressa um fato possível que se compara àquele expresso no

trecho (I); a conjunção adequada à substituição, no contexto, é Como.

e) O trecho (I) expressa, em relação ao (II), o conceito de finalidade da ação; a

conjunção adequada à substituição, no contexto, é Desde que.

Letra a.

A conjunção “mesmo que” é concessiva e pode ser trocada por embora.

Questão 28    (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-

VO) Para responder à questão, atenha-se à seguinte passagem:

(I) Mesmo que a estereotipagem seja válida em média, (II) está fadada a fracassar

em muitos casos individuais: (III) a variação humana passa por curvas do tipo sino.

Assinale a alternativa em que a relação de sentido estabelecida pelos dois-pontos

entre os trechos (II) e (III) está preservada com a nova redação.

a) ... está fadada a fracassar em muitos casos; e a variação humana passa por

curvas do tipo sino.

b) ... está fadada a fracassar em muitos casos, logo, a variação humana passa por

curvas do tipo sino.

c) ... está fadada a fracassar em muitos casos – ou a variação humana passa por

curvas do tipo sino.

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d) ... está fadada a fracassar em muitos casos, também a variação humana passa

por curvas do tipo sino.

e) ...está fadada a fracassar em muitos casos, pois a variação humana passa por

curvas do tipo sino.

Letra e.

A informação apresentada funciona como causa/explicação no trecho em que se insere.

Questão 29    (2016/VUNESP/ODAC/AGENTE ADMINISTRATIVO)

O resgate do casaco

Já entrávamos no restaurante quando minha amiga deu um grito. Tinha esquecido

seu casaco no táxi. Vi no seu olho o tamanho da perda. Mulher sabe.

Não era um casaco qualquer. Era daqueles que jamais poderão ser substituídos,

roupas energéticas que serão lembradas para todo o sempre. Nem pestanejei. Corri

para a rua. O táxi ainda estava parado no semáforo da esquina. Me concentrei na

atleta que poderia existir oculta dentro de mim e fiz minha melhor performance nos

cem metros rasos.

Quando estava bem perto, o sinal abriu e o táxi acelerou. Tive vontade de chorar.

Eu estava quase.

Por muito pouco não o alcancei. Desisti por um momento, ofegante, mas um pe-

queno engarrafamento parou o carro novamente. Inflei mais uma vez minha espe-

rança atlética e dei o melhor de mim.

Não reconhecia minhas pernas se alternando em tamanha velocidade e agora eu já

pensava muito mais na minha capacidade de atingir o que me parecia impossível

do que no casaco da minha amiga.

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Inacreditavelmente, o carro se pôs de novo em movimento a apenas alguns passos de

minhas potentes pernas. Não parei. Não sei o que me deu. Não sei como, mas conti-

nuei a correr. Não pude engolir dois fracassos. Fui além. Corri no limite do impossível.

O resgate do casaco virou uma questão de honra, de exercício da esperança duas

vezes desafiada. Agora eu corria gritando a plenos pulmões:

— Pare este táxi! Pare este táxi!

Deu certo. Pararam o táxi e eu, quase morrendo, recuperei o precioso casaco de

minha amiga.

Quando o coloquei em suas mãos, ela me abraçou e caiu numa crise de choro. Não

parava de chorar. Entendi que o casaco não era o que mais importava também para

ela, e juntas choramos abraçadas sob os olhares curiosos de nossos maridos.

Tínhamos ambas nos transformado pelo que tinha acontecido. Tão banal e tão revelador.

Minha amiga sempre me fala da história do casaco. Diz que sempre se lembra dela

e que já chegou a vesti-lo quando estava prestes a desistir de uma empreitada sem

ao menos ter tentado.

Quanto a mim, sei o quanto foi especial aquele momento. Minha esperança em vai-

vém, tornando-se elástica quando tudo parecia perdido. Uma heroína desconhecida

se fazendo valer à minha revelia, desafiada pela frustração de sucessivos quases.

(Denise Fraga. www.folha.uol.com.br. 08/05/2016. Adaptado)

A alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase – Já entrávamos no

restaurante quando minha amiga deu um grito, _________ tinha esquecido seu

casaco no táxi. –, preservando a relação de sentido estabelecida no primeiro pará-

grafo, é:

a) pois

b) porém

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c) contudo

d) embora

e) entretanto

Letra a.
A última oração revela uma causa em relação à anterior.

Questão 30    (2016/VUNESP/ODAC/AGENTE ADMINISTRATIVO) Leia o texto de


uma canção para responder à questão.

Passarinho
Como um brotinho de feijão, foi que um dia eu nasci,
Despertei, caí no chão e com as flores cresci.
E decidi que a vida logo me daria tudo,
Se eu não deixasse que o medo me apagasse no escuro.
Quando mamãe olhou pra mim, ela foi e pensou
Que um nome de passarinho me encheria de amor.
Mas passarinho, se não bate a asa, logo pia.
Eu, que tinha um nome diferente, já quis ser Maria.
Ah, e como é bom voar…
(Tiê. www.letras.com.br. Adaptado)

O termo destacado em – E decidi que a vida logo me daria tudo, / Se eu não deixas-
se que o medo me apagasse no escuro. – tem sentido equivalente ao da expressão:
a) Ainda que
b) Desde que
c) Mesmo que
d) Assim que
e) Depois que

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Letra b.
Tanto “se” quanto “desde que” possuem valor condicional.

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