INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1 CONCEITOS....................................................................................................... 4
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 CONCEITOS
A saúde sempre foi um tema muito debatido na sociedade, pois ele faz parte
de nossas vidas. Se trata de um tema fundamental para a preservação da vida
humana, e sua promoção vai muito além de descobrir curas para determinadas
doenças, pois incluí também a prevenção delas. A prevenção envolve tanto aspectos
relacionados à saúde, como também aspectos sociais. Essa visão mais ampla de
saúde é a base para a formação de uma saúde coletiva.
No entanto, a promoção da saúde pública vai além do que o Estado pode fazer:
a sociedade civil também contribui para a construção da saúde pública por meio de
ações de desenvolvimento da cidadania, e importantes elementos do capital social
contribuem para a construção de uma cultura em uma sociedade que entende a saúde
como um valor social.
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Seguindo este entendimento, Wislow (apud LECHOPIER, 2015, p. 209)
apresenta os meios para alcançar os objetivos da saúde pública. São eles:
sanitarização do ambiente;
controle das infecções transmissíveis;
educação individual da higiene pessoal;
organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico
precoce e o tratamento preventivo de doenças;
construção da maquinaria social para assegurar a todos um padrão de
vida adequado para a manutenção da saúde.
3. promoção da saúde;
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9. garantia da melhoria da qualidade dos serviços de saúde individuais e
coletivos;
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necessidades e problemas de saúde, busca sua explicação e se
organiza para enfrentá-los.
Por vezes, pode parecer que não existe diferença entre a saúde coletiva e a
saúde pública, todavia, é importante lembrar que a saúde coletiva tem como objeto de
estudo as necessidades da saúde, enquanto que a saúde pública tem como objeto de
estudo os problemas de saúde. A diferença entre esses dois objetos de estudo, dizem
respeito aos aspectos de combate à doença e longevidade; já as necessidades da
saúde, além disso, também engloba os aspectos de melhoria na qualidade de vida,
liberdade humana e busca pela felicidade (SOUZA, 2014, p. 17 e 18).
De certa forma, pode-se afirmar que a saúde pública é uma forma de saúde
coletiva, ou seja, a saúde coletiva é um aspecto mais amplo da saúde. Atualmente, a
saúde pública engloba um planejamento nacional e mais recursos do Estado. Já a
saúde coletiva deve ser elaborada de forma regional, em consonância com a realidade
local, e atuar estrategicamente na prevenção.
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1.3 Meio ambiente e saúde coletiva
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Um importante fator para a prevenção de doenças, é a higiene em volta do
ambiente onde as pessoas moram. Muitas vezes a saúde é prejudicada por conta da
poluição e pela destruição da água, do ar e do solo, bem como também pelas
condições ruins de moradia, e ausência de saneamento básico. Essas condições são
muito comuns nas grandes regiões urbanas, principalmente nas favelas e nos
cortiços. Para assegurar a saúde, a habitação das pessoas necessita ser saudável.
O lixo sólido despejado nas ruas e avenidas das áreas urbanas também é
causa de problemas de saúde pública, esse lixo acumulado prejudica a rede de
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drenagem das ruas, levando a alagamentos e aumentando o risco de epidemias como
a leptospirose.
Através das informações citadas, é possível perceber que a maioria das causas
ambientais mencionadas até agora que afetam a saúde das pessoas atingem
diretamente a população mais pobre. Por isso, podemos considerar que a
desigualdade, a exclusão social e a marginalização de indivíduos estão entre as
condições que mais acarretam impactos na saúde humana.
As condições básicas de vida a que todos os seres humanos têm
direito (saúde, segurança, trabalho, educação, moradia etc.),
dependem diretamente de um meio ambiente saudável (Johnston,
1995). Os elevados índices de morbidade e mortalidade nos países em
desenvolvimento, com os conhecimentos de prevenção que se têm,
poderiam ser reduzidos quase aos níveis dos países desenvolvidos. As
causas dos atuais excessos de doenças nos países em
desenvolvimento são, na sua maioria, originárias do meio ambiente e
poderiam essencialmente ser evitadas (DOLL, 1992; MENDES, 1988
apud FERREIRA; ANJOS, 2001, p. 695)
Regis e Batista (2015, p. 835) explicam como deve ser a atuação do enfermeiro
na saúde coletiva:
[...] desenvolver atividades gerenciais e contribuir com a consolidação
da estratégia da saúde da família. É competência do enfermeiro, ainda,
promover atividades educativas e ações que garantam a integralidade
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do ser humano na atenção à saúde. Evidencia-se a importante
contribuição da saúde coletiva para o empoderamento de enfermeiros
dentro do atual contexto brasileiro e mundial. A saúde coletiva
configura-se como uma nova perspectiva de saberes e práticas: as
possibilidades teóricas são ampliadas para além da enfermagem
centrada em procedimentos e no corpo biológico; a autonomia e o
trabalho em equipe ressignificam a prática dos enfermeiros e atributos
como comprometimento social e visão crítica e reflexiva são
identificados não só como características do ser humano-cidadão, mas
também do ser humano-profissional enfermeiro.
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outros profissionais que também podem colaborar com as áreas da saúde coletiva,
uma vez que ela integra diversos focos de atuação dentro da saúde, economia e
sociedade.
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Fonte: Palm et al. (2011)
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médicos desse período foi Oswaldo Cruz, que elaborou uma reforma, incorporando
ações de Saúde, inserindo novos elementos, como:
No decorrer da ditadura militar, pouco foi feito pela saúde dos brasileiros. No
período, foram desenvolvidos os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP),
unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Foi um período em que
houve também um aproveitamento da medicina pela previdência social.
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foi feita a elaboração do SUS, com base em estratégias de saúde que foram realizadas
no Brasil (PAIM et al., 2011).
Dessa forma, é possível fazer uma ligação de que o SUS é uma decorrência
direta da Reforma Sanitária, mas não é filho único. O SUS foi regulamentado na
Constituição de 1988, onde ficou garantido o direito à saúde como sendo um direito
fundamental e social do ser humano. (BRASIL, 1988)
O SUS foi elaborado com princípios doutrinários, que são a base de tudo que
é praticado para a população. Sendo eles:
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subsetor público, no qual os serviços são financiados e providos pelo Estado
nos níveis federal, estadual e municipal, incluindo os serviços de saúde
militares;
subsetor privado (com fins lucrativos ou não), no qual os serviços são
financiados de diversas maneiras com recursos públicos ou privados;
subsetor de saúde suplementar, com diferentes tipos de planos privados de
saúde e de apólices de seguro, além de subsídios fiscais.
Entre as reformulações nos processos de saúde vigentes, uma das mais novas
foi a de Contratualização. A Contratualização acontece nos cuidados primários de
saúde e é uma tendência internacional das reformas dos sistemas de saúde, adotada
entre as décadas de 1990 e 2000, nos países da Europa. No Brasil, a Contratualização
foi recepcionada na atenção básica das três esferas governamentais, através do
Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade, com base em parcerias estabelecidas
entre a administração direta e instituições do terceiro setor.
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modelo novo, fundamentado no repasse de incentivos financeiros calculados a partir
da série histórica da produção hospitalar, possibilitando um incentivo de Adesão à
Contratualização (IAC) (PACHECO, 2006).
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e garantir o acesso, determinar atenção e cuidado integral, sempre com equidade.
Humanizar significa compreender a necessidade dos conflitos existentes para que a
produção do mundo e dos seus valores seja coletiva e pública.
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Nessa vertente, a humanização enfatiza os processos de trabalho e os modelos
de gestão e planejamento, se envolvendo na vida institucional. O resultado que se
espera com a humanização, é a valorização das pessoas em todas as práticas de
atenção e gestão, a integração, o compromisso e a responsabilidade de todos com o
bem comum.
Focar na humanização significa menos o que fazer e mais como fazer. Mesmo
sendo importantes, as ações ditas humanizadoras não necessariamente especificam
um caráter humanizado ao serviço como um todo. Na verdade, são os princípios
conceituais que definem a humanização como uma base para toda e qualquer
atividade. Dessa forma, existe um desafio que é criar uma nova cultura institucional
que seja cercada pelos valores da humanização.
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institucionais individualizadas, contudo, abaixo seguem algumas ações que a
propiciam em qualquer contexto:
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A tecnologia, que é um fator essencial para aumentar a sobrevida humana e
reduzir os sofrimentos que acometem a saúde, tornou-se um intermediário que
distancia os profissionais do contato mais próximo e mais longo com o paciente. A
tecnologia acelera o atendimento e aumenta a produtividade contada em números,
mas também fascina e captura o interesse dos profissionais da saúde, particularmente
dos médicos. Dessa forma, os pacientes passam à condição de objetos de estudo e
manipulação na elaboração do saber e da prática “científica”. Por outro lado, os
profissionais passam a condição de peças que irão colocar em execução a máquina
institucional. O tecnicismo deixa de lado vivências importantes para a realização do
cuidado à saúde.
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4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Esses limites relacionados a faixa etária, são um marco útil para a elaboração
de políticas e de estratégias, contudo, é importante lembrar que na vida concreta e na
experiência individual de cada um, não existem fronteiras fixas e homogêneas para a
adolescência e a juventude (BRASIL, 2009). Sendo assim, talvez seja mais adequado
falar em adolescências e juventudes, dando importância aos diversos grupos
populacionais, uma vez que essa etapa da vida decorrerá em experiências
diferenciadas e em significados peculiares. É importante pensar na adolescência e na
juventude como procedimentos complexos de emancipação, que não se limitam à
passagem da escola para o trabalho.
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Existem duas vertentes das políticas do governo federal voltadas à juventude
que procuram modificar o quadro retratado. Uma delas é a Política de Promoção e
Proteção Integral da Infância e da Adolescência, desenvolvida desde 1995, pelo
Ministério da Justiça, e a outra vertente é o Programa Comunidade Solidária, que se
direcionou preferencialmente ao jovem vulnerável em a situação de risco social,
através de uma série de programas setoriais voltados para a saúde, educação,
geração de renda e trabalho.
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epidemiológicos, sociais, culturais, ecológicos e psicológicos, visando desenvolver e
construir políticas de saúde para essa população.
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Realizar visita domiciliar de enfermagem ao recém-nascido na primeira
semana.
Realizar consulta médica.
Realizar consulta de nutrição.
Realizar atividades educativas coletivas para as mães/pais/responsáveis com
equipe multiprofissional, com abordagem sobre os fatores de risco e ênfase no
desenvolvimento de um estilo de vida saudável.
Orientar a execução de atividades de vida diária e prevenção de acidentes.
Orientar a execução de atividades de desenvolvimento psicomotor.
Sensibilizar sobre o tema do desenvolvimento saudável por meio de palestras
ou outras atividades organizadas/patrocinadas pela operadora.
Realizar atividades físicas coletivas orientadas.
Criar rotina e calendário vacinal.
Realizar integração com os programas voltados para a prevenção de doenças
comuns da infância.
Realizar exames periódicos.
Inserir no site da operadora informações sobre fatores de risco e doenças, bem
como sobre o Programa de Promoção da Saúde.
Inserir informações sobre fatores de risco e doenças no serviço de atendimento
ao cliente via telefone.
Criar e distribuir material educativo sobre fatores de risco, doenças e o
Programa de Promoção da Saúde.
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A abordagem desses conteúdos aumenta a possibilidade de absorção dos
conhecimentos pelos participantes do programa, o que favorece o aperfeiçoamento
da sociedade (BRASIL, 2002). No caso do Brasil, país com história e formação social
continental e multicultural, levar em conta a diversidade dos ambientes de vida dos
adolescentes e jovens, não é apenas uma ferramenta analítica, mas uma
compreensão das condições dos adolescentes e jovens brasileiros.
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I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
A disposição descrita nos artigos 101 e 129 da mesma Lei, reserva a aplicação
das medidas mais sérias, que se referem a separação da criança e do adolescente de
sua família, por autoridade judicial. Ainda assim, se trata de uma lei que busca
preservar os vínculos familiares originais e evitar rupturas que possam interferir o seu
desenvolvimento.
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exercício das funções parentais, em termos de proteção e cuidados a
serem dispensados às crianças e adolescentes em cada etapa do
desenvolvimento, mantendo uma abordagem dialógica e reflexiva.
superação de conflitos relacionais e/ou transgeracionais, rompendo o
ciclo de violência nas relações intrafamiliares.
Orientação jurídica, quando necessário.
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5.1 Conceito de órgão regulador
Essa política é um dos elementos do Pacto pela Saúde na sua diretriz Pacto de
Gestão e está focada em três eixos estruturantes:
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Nos anos 90, o Brasil, após um grave processo inflacionário, logrou a
estabilidade monetária com o Plano Real de 1994, e avançou na reforma do Estado,
entendida como um requisito da retomada do crescimento. É nesse contexto que
ocorreu, na década de 90, a criação das agências reguladoras como um novo modelo
institucional de intervenção no mercado e na sociedade. Isso foi uma mudança
importante, pois a regulação baseia-se “[...] na intervenção do Estado no mercado e
na sociedade, em substituição à intervenção direta que caracterizou o
desenvolvimento do Estado de Bem-Estar...” (MENICUCCI, 2007, p. 234).
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada em 1999, tem independência administrativa e
autonomia financeira e é vinculada ao Ministério da Saúde. Protege a saúde da
população ao realizar o controle sanitário da produção e da comercialização de
produtos e serviços que devem passar por vigilância sanitária, fiscalizando, inclusive,
os ambientes, os processos, os insumos e as tecnologias relacionados a esses
produtos e serviços. A Anvisa também controla portos, aeroportos e fronteiras e trata
de assuntos internacionais a respeito da vigilância sanitária.
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A missão institucional da Anvisa se relaciona à proteção da saúde da população
brasileira através do controle sanitário exercido sobre os produtos e sobre a
comercialização de medicamentos. Esse controle também abrange os serviços
subordinados à Anvisa, incluindo os locais, os processos, os insumos e as
tecnologias. Ainda compete à Anvisa o controle sanitário dos aeroportos, dos portos,
das fronteiras e as relações exteriores com outras instituições estrangeiras
responsáveis pela regulação do setor de saúde, bem como a interlocução com o
Ministério das Relações Exteriores. Logo, a Anvisa fica sujeita, em muitos casos, às
pressões exercidas pelos vetores econômicos.
A regulação no SUS ganha força após o Pacto de Gestão (2006), que tem como
principal finalidade a busca de maior autonomia para os estados e municípios no que
tange aos processos normativos do SUS, definindo a responsabilidade sanitária de
cada esfera de governo e tornando mais claras as atribuições de cada uma,
contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada.
No final dos anos 1990, por meio da Lei nº 9.782/99, como você já aprendeu
na seção anterior, criou-se a primeira agência reguladora social no Brasil: a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para atuar não em um setor específico da
economia, mas em todos os setores relacionados a produtos e serviços que podem
afetar a saúde da população brasileira. Uma das singularidades dessa agência é a
sua competência tanto na regulação econômica do mercado (definição de preços e
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monitoramento do mercado) quanto na regulação sanitária (registros de
medicamentos, por exemplo).
Você também recorda da seção anterior que a outra agência reguladora criada
foi a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio da Lei nº 9.961/00,
com a finalidade de regulamentar os planos privados de saúde.
Nesse plano, o objetivo pode ter caráter social ou econômico, e, em geral, visa
a encorajar atividades consideradas úteis (MENICUCCI, 2005, p. 152).
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complexidade, internações clínicas ou cirúrgicas e em terapia intensiva, transplantes,
obstetrícia e neonatal.
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6 REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. Humaniza SUS: política nacional de humanização:
documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 2. ed. Brasília, DF:
Ministério da Saúde, 2004.
42
PAIM, J. S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde coletiva: uma “nova saúde pública” ou
campo aberto a novos paradigmas? Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 32,
n. 4, p.299-316, 1998.
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