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CAS
VOLUME ÚNICO
Edição(es):
1a Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2019
2a Edição: SO BMA Refm De Lima – 1/2020
3ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2020
4ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 1/2021
5ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2021
Revisor(es) Pedagógico(s):
2T PED ÉRICA – 2022
AP PED S. RODRIGUES - 2022
SO BMA REFM DE LIMA
Revisor(es) de Diagramação:
2S SML FABIO – 2022
GUARATINGUETÁ – SP
2022
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................................7
CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR...................................................................................11
TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA...........................................................13
TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL......................19
TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR.............................................................22
CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL.............................................................................28
TÓPICO 2.1 - A GUERRA AÉREA (CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA)..................28
TÓPICO 2.2 - TEORIAS DO PODER AÉREO E DO PODER AEROESPACIAL............34
TÓPICO 2.3 - PRINCÍPIOS DE GUERRA SOB A ÓTICA DO PODER AEROESPACIAL
.......................................................................................................................................................36
TÓPICO 2.4 - CARACTERÍSTICAS DO PODER AEROESPACIAL................................41
TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO...................................................................................................45
TÓPICO 2.6 - PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO E SEUS ELEMENTOS............48
CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA AERONÁUTICA...................57
TÓPICO 3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................57
TÓPICO 3.2 - FASES DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL......................................61
TÓPICO 3.3 - DEFINIÇÃO DA MISSÃO...............................................................................64
TÓPICO 3.4 - DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO..........................................................67
TÓPICO 3.5 - DEFINIÇÃO DOS VALORES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA...........69
CAPÍTULO 4 - ÁREA DE ATUAÇÃO: DIMENSÃO 22.......................................................77
TÓPICO 4.1 - A DIMENSÃO 22...............................................................................................77
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................83
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................84
EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 7 / 85
APRESENTAÇÃO
Possivelmente você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila. Entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado, visto que em sua posição hierárquica, serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.
1) Registre suas observações iniciais sobre o texto destacando os pontos mais relevantes.
3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos similares (Quais
correlações e associações você pode fazer com relação ao texto? Faça breves anotações,
infográficos ou desenhos.
4) Experimente decompor o texto em tópicos acrescidos de um breve comentário. Após ter feito
essa decomposição, faça um resumo, reconstruindo o texto com suas próprias palavras a partir
dos tópicos.
5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum entre pares no AVA. Você poderá
construir um “mapa mental” sobre o assunto estudado.
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de
38 (trinta e oito) tempos para instrução e 04 (quatro) tempos para avaliação, distribuídos em 04
(quatro) unidades didáticas:
4) Dimensão 22
4. DIMENSÃO 22
Considerando que a proposta da disciplina é fazer uma introdução aos temas “Doutrina e
Planejamento da FAB”, uma forma de abordar o assunto (em uma visão didática, e não de
aplicação militar) é fazer uma visualização em camadas. Deve-se observar que o termo
DOUTRINA não é específico do meio militar, outras áreas do conhecimento também o utilizam.
Considerando que um dos objetivos da Doutrina Militar é padronizar conceitos, para que
Forças Militares (distintas e com características próprias), operando juntas, tenham a mesma
compreensão de diretrizes, normas e procedimentos, torna-se necessário partir da definição do
que (e a que) estou me referindo quando utilizo o termo “Doutrina Militar”. Aqui se torna
necessário “pensar sobre” todo o significado da profissão militar (suas características e
especificidades, seus códigos internos de conduta e sua cultura organizacional, além de outros
aspectos). Neste momento de nossa discussão, poderíamos trazer fatos, história, e cultura de
Forças Militares de outras nações. Iríamos concluir que, apesar de válidas, muitas “regras
doutrinárias” de determinado país não fizessem sentido para nós, visto que se aplicam,
especificamente, ao contexto cultural daquele país.
Isso nos levaria a pensar que neste universo da doutrina militar, poderíamos fazer um
recorte (uma nova camada), e focarmos na doutrina militar brasileira. Porém, mesmo “aqui”,
também poderíamos trazer para o debate, não apenas a doutrina de cada Força, mas das Forças
Auxiliares que possuem “doutrinas específicas” para o cenário em que atuam (a função das
Forças Auxiliares não é a “Defesa” do modo como trabalhamos o conceito nas FA). Também se
deve compreender que há ações das FA que não são tipicamente de Defesa, mas são afetas ao
cumprimento de atribuições subsidiárias.
NOTA: para nosso estudo, a primeira definição deve ser entendida no seu sentido
LATO, e as seguintes devem ser entendidas no sentido ESTRITO.
A Doutrina Militar sistematiza orientações com foco em como agir, portanto não são um
conjunto de regras imutáveis, devido a sua própria dinamicidade. Ela se vale da experiência
acumulada, constituindo-se no que pode ser comparado a um “caderno de boas práticas”, além
de tornar-se uma referência que contribui para a educação e para o treinamento, conforme se
pode observar na citação que segue, extraída do Prefácio da DCA 1-1, Vol I, que dispõe sobre a
Doutrina Básica da FAB:
Além das definições supracitadas, o item 1.4.5 do MD51-M-04 (MD, 2007), que dispõe
sobre a Doutrina Militar de Defesa (DMD), afirma que
Na reedição de 2020, a DCA 1-1 passou a ser composta por dois volumes (Vol I e II). Em
síntese, o Volume I aborda os aspectos históricos, conceituais e acadêmicos da Doutrina
Aeroespacial e o Volume II concentra-se no aspecto operacional da Força, com foco nas Tarefas
e Ações de Força Aérea.
De acordo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I), a Doutrina Militar Aeroespacial divide-se
em três níveis: estratégico, operacional e tático, conforme Figura 1.
Segundo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 13), no âmbito da FAB, a Doutrina Militar
Aeroespacial em Nível Estratégico é de competência do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER)
e abrange os princípios e os conceitos que orientam o preparo e o emprego da FAB.
NOTA: Para saber quais são esses Órgãos, veja o Texto5 (na midiateca), ou consulte o
Decreto nº 6.834/2009 (com alterações pelo Decreto 9.077/2017) disponível no link a seguir.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6834.htm
A Doutrina em Nível Tático, também sob competência dos Órgãos de Direção Setorial e
dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Aeronáutica (ODSA), define as
normas e os procedimentos a serem seguidos na execução das Ações de Força Aérea, que
sustentam o emprego do Poder Militar Aeroespacial, em concordância com os conceitos, as
normas e os procedimentos preconizados na Doutrina em Nível Operacional.
Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você “saiu inteiro” desse nosso
primeiro voo sobre esse tema tão apaixonante!
A DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 12) define Princípio como “[...] a base orientadora da
Doutrina, alicerçada na teoria e nas convicções éticas da FAB”. Essa base orientadora são os
fundamentos (no sentido de um referencial que se admite como “ponto de partida”) da Doutrina
Aeroespacial.
Um exemplo que pode ajudar na compreensão do conceito é colocá-lo ao lado das “fontes
da doutrina”. Consideremos, de forma hipotética, que fôssemos atualizar um procedimento
doutrinário (há um processo específico que orienta como isso deve ser feito). Em tese, iríamos
analisar o histórico desse procedimento que está sendo alterado, levando em consideração os
“fatores que influenciaram” a necessidade de mudança e sua “origem” (a fonte doutrinária de
nosso procedimento). Durante nossa análise será necessário verificar se a mudança que será
proposta não fere algum “princípio”, algum ponto da doutrina que “não deve ser alterado”, sob o
risco de “quebrarmos” princípios (que no nosso caso podem ser fundamentos operacionais já
estabelecidos como concretos ou princípios na esfera da ética e dos valores de nossa
profissão/Instituição). Em síntese, Princípios são fundamentos que devem ser observados e
mantidos e dos quais não se deve abrir mão.
Para fins de comparação, considere outro exemplo de seu cotidiano: certamente há alguns
procedimentos em seu ambiente de trabalho que obedecem a “regras rígidas”, e que não podem
ser violadas por razões de “quebrar princípios” que foram estabelecidos. Isso também se aplica à
Doutrina.
Você pode estar se perguntando: “Tá, mas de onde surgiu isso? Baseado
em que isso tudo está sendo afirmado”? Aí é que entram as fontes da
Doutrina.
As fontes da Doutrina Militar são uma ampla gama de vetores que fomentam o processo
de desenvolvimento doutrinário. Essas fontes são teorias e estratégias vigentes, a análise das
experiências históricas, as alterações na política nacional, os impactos relacionados ao
surgimento de novas tecnologias e a influência de fatores contextuais e operacionais. Como já se
afirmou, a Doutrina é um processo dinâmico, encontrando-se em constante evolução. Sua
elaboração e atualização é composta por diversos níveis, devendo ser observado que a Doutrina
Aeroespacial encontra-se alinhada a outros documentos de nível superior.
A Doutrina Militar não se fundamenta apenas nas próprias experiências, ela se atualiza
regularmente por meio da apropriação e adequação de experiências e práticas de outras nações à
realidade brasileira.
Para ampliar a percepção do conceito e das fontes da Doutrina e suas influências nos
destinos da Força, as Figuras 2 e 3 demonstram os principais fatores que influenciam e que são
influenciados pela Doutrina, e isso ocorre nos diversos níveis. No caso da Doutrina Militar
Aeroespacial, isso não é diferente, daí se afirmar que a Doutrina é dinâmica e que deve ser
atualizada constantemente, valendo-se de experiências que combinam prática e teoria.
Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal avaliar seu
grau de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto neste capítulo?
Não se preocupe caso não saiba responder prontamente. A proposta é que
você consulte as suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante é que você
resolva as questões a seguir.
1. O que você compreendeu sobre o tema Doutrina Militar Brasileira? Como você
explicaria esse conceito para alguém? Quais argumentos e quais partes do texto você
usaria para firmar seu parecer? Imagine que você fosse explicar o assunto para um
“novinho”, o que você lhe diria? Expresse suas ideias a seguir.
2. Como você explicaria o link que há entre a Doutrina Militar e a Doutrina Aeroespacial? E
por falar em Doutrina Aeroespacial, existe diferença entre ela e a Doutrina Militar
Aeroespacial? Qual é (ou quais são)? Utilize o espaço abaixo.
3. Se você fosse ministrar uma aula sobre os Princípios da Doutrina Militar Aeroespacial e
dispusesse de apenas cinco minutos, utilizando no máximo três slides, quais seriam os
conteúdos desses slides? Indique no espaço abaixo.
4. Construa um mapa mental que possibilite uma visão macro das fontes da Doutrina
Militar. Insira nesse seu mapa mental, os fatores que influenciam e que são influenciados
pela Doutrina. Como ficou? Discuta sobre ele no fórum da Disciplina.
III - Seu conteúdo é baseado nos manuais táticos específicos que orientam o emprego da
FAB.
a) I.
b) I - IV.
c) II - III.
d. II - IV.
A sequência correta é:
a) F – F – V – V.
b) V – V – F – F.
c) V – V – F – V.
d) F – V – F – F.
Este tópico tem o capítulo 3.1, do Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Você gosta de história? Se sua resposta for “sim”: você se deu bem…
Caso contrário, terá que se abrir para uma varredura pela história da
aviação, tudo bem? Conto com seu esforço.
Historicamente, foi um padre brasileiro, Bartolomeu de Gusmão, quem pela primeira vez
ascendeu um aeróstato utilizando ar quente, em 1709, como princípio de sustentação. Esse
personagem abriu o caminho para o emprego militar no ambiente aeroespacial, cujo episódio
inicial teria ocorrido em 1792, na Guerra Revolucionária francesa. Daí em diante, mormente com
o propósito de observação e, posteriormente, regulando o tiro da artilharia de campanha.
A partir de 1849, os balões seriam utilizados em uma nova função. Tropas austríacas
empregaram aeróstatos para transportar granadas que seriam lançadas quando esses dispositivos
sobrevoassem a cidade de Veneza, em uma primeira tentativa de explorar aquelas características
que distinguiriam a guerra aérea. Entretanto, esses primeiros aeróstatos não possuíam
dirigibilidade, ficando à mercê dos ventos, o que muitas vezes limitava seu emprego. Somente
com o advento da capacidade de direcionar o movimento, transformando balões em dirigíveis,
surgiu a possibilidade de emprego que viria a contextualizar de forma mais contundente a guerra
aérea. Novamente um brasileiro, Alberto Santos-Dumont, se distinguiria nessa empreitada.
Quando em 1901 e 1906 conquistou, respectivamente, a dirigibilidade nos balões e ascendeu de
forma controlada e autônoma em uma aeronave mais pesada que o ar.
Há que se destacar que, em 1915, o Brasil fazia sua primeira tentativa de usar um avião
como instrumento de poder aéreo em operações militares, durante um movimento sedicioso em
um dos estados da Federação. O tenente Ricardo Kirk armou três aeronaves Morane-Saulnier
com bombas para combater os separatistas. Da mesma forma, durante a 1ª Guerra Mundial, o
Exército e a Marinha do Brasil se preocuparam com a emergência da guerra aérea.
Em 1917, o Exército enviou dois tenentes à Aéronautique Militaire para aprender como
iniciar sua aviação no Brasil. A Marinha, por outro lado, designou alguns pilotos para treinar
com o Royal Naval Air Service, que posteriormente realizariam missões de patrulha marítima em
Plymouth.
Ainda na Guerra de 1914, foi ressaltado um fator que estaria presente em toda a história
da guerra aérea: a tecnologia. Equipamentos com características de voo superiores, tais como
velocidade, razão de subida, manobrabilidade (capacidade de fazer curvas rápidas) e armamento
sucederam-se nas linhas de produção, reforçando as Forças Aéreas. A tecnologia, associada a
uma empírica doutrina aérea, permitiu o desenvolvimento de novos tipos de aeronaves, que
executariam missões diferenciadas: o bombardeio aéreo, o transporte logístico, a evacuação de
enfermos e a interceptação aérea.
No período entre as guerras mundiais houve uma desmobilização das Forças Aéreas
formadas para a 1ª Guerra Mundial. Alguns países, como a Grã-Bretanha, descobriram novas
funções para as suas aeronaves, empregando-as nos conflitos coloniais em ações contra rebeldes
locais que se insurgiam contra o domínio imperial. Surgia o controle aéreo, uma forma mais
econômica de substituir as tropas de superfície na tarefa de manter as possessões ultramarinas.
Por sua vez, a Guerra Civil espanhola foi um laboratório para novos equipamentos aéreos e
novas táticas de emprego, quando as Forças Aéreas desenvolveram novas aeronaves e testaram
sua eficácia. O transporte aéreo assumiu uma nova dimensão com a operação da Força Aérea
Alemã (Luftwaffe) no transporte de soldados através do Mediterrâneo, destacando efeitos
marcantes nas batalhas terrestres desse conflito. Nessa mesma Guerra, desenvolveram-se
técnicas e táticas de apoio aéreo aproximado, permitindo uma ampliação da cooperação entre a
Força Aérea e a Força Terrestre, por meio de planejamento conjunto e aperfeiçoamento das
comunicações.
A participação do Brasil na guerra aérea desse conflito iniciou-se com a criação da FAB,
em 1941. Esta não foi uma tarefa fácil, devido às diferenças de experiência, doutrina,
equipamento, propósito, treinamento e logística, que caracterizaram a consolidação das aviações
do Exército e da Marinha em uma força aérea independente. Em 1942, o Brasil decidiu se juntar
ao esforço de guerra ao lado dos Aliados e, em menos de dois anos, a recém-criada FAB fora
obrigada a lidar com a ameaça ao transporte marítimo no Atlântico Sul e enviar contingentes
para a frente italiana. O batismo de fogo da FAB ocorreu em três contextos bem diferentes: na
participação do 1º Grupo de Aviação de Caça, o Senta a Púa; na atuação da 1ª Esquadrilha de
Ligação e Observação, Olho Neles; e na caça aos submarinos italianos e alemães ao longo do
litoral brasileiro conduzida pelas aeronaves de patrulha marítima.
Encerrado o grande conflito em 1945, consolidam-se duas potências militares que iniciam
uma luta pelo predomínio político e pela influência nas diversas regiões do globo. A Guerra Fria
foi um período em que as Forças Aéreas direcionavam sua preocupação para a capacidade de
bombardeio nuclear, ora utilizando a aeronave, ora por meio do uso dos mísseis
intercontinentais. Esse tipo de arma desencadeou a corrida pelo espaço.
Apesar de a Guerra Fria não ter escalado para o confronto direto entre os EUA e a URSS,
alguns conflitos regionais colocaram em choque as ambições capitalistas e comunistas em
guerras como as da Coréia (1950-1953) e do Vietnã (1965 a 1972). O conflito no Vietnã foi
emblemático no contexto da guerra aérea pois, além de diversas inovações no campo
tecnológico, como as bombas de precisão, os equipamentos de interferência eletrônica, a
consolidação das aeronaves a reação, o emprego de helicópteros em combate, dos mísseis ar-ar e
superfície-ar, uma realidade viria a ter impacto significativo na doutrina: o dilema entre a guerra
aérea convencional e a guerra contra uma insurgência.
No Oriente Médio, a criação do estado de Israel desencadeou uma série de conflitos entre
os judeus e os árabes, sendo o mais marcante deles a Guerra dos Seis Dias na qual, em 1967,
testemunhou-se uma das ações mais espetaculares do poder aéreo. A Operação Moked, na qual a
Força Aérea Israelense atacou bases aéreas e aeródromos egípcios, praticamente destruindo a
Força Aérea Egípcia no solo. Nessa operação, foram fundamentais o trabalho de inteligência, o
treinamento e a doutrina de que se valeram os israelenses para obter uma vitória decisiva.
O ano de 1982 trouxe a guerra aérea para o continente sul-americano, quando argentinos
e britânicos lutaram na Guerra das Falklands/Malvinas (1982), considerada, do ponto de vista da
guerra aérea, uma guerra aeronaval. A guerra demonstrou a importância da projeção de poder, as
limitações do emprego naval sem a devida proteção aérea e a diferença tecnológica em termos de
equipamento e de processo de planejamento e condução de operações militares.
Nos anos de 1990, foi a Guerra do Golfo (1991) o evento mais marcante, que pode ser
reconhecida como o apogeu da guerra aérea. Tanto na Operação Desert Shield quanto na Desert
Storm, a aviação da Coalizão desempenhou um papel fundamental para o seu sucesso. Nesse
conflito inúmeros fatores mereceram destaque, como o esforço logístico de transporte aéreo de
tropas e suprimentos para a campanha militar. Pela primeira vez, os EUA requisitaram aviões
comerciais para o transporte de tropas para o teatro de operações. Nessa Guerra, a
responsabilidade pelo planejamento e condução das operações aéreas foi centralizado em um
comandante único, o que representou uma grande conquista no conceito de operação conjunta e
combinada, fator não observado no Vietnã. Nos primeiros dias da campanha, o foco foi a
desestruturação da capacidade de comando e controle iraquiana, inclusive com a tentativa de
decapitação da sua liderança. A fase de superioridade aérea eliminou a Força Aérea Iraquiana,
destruída em solo. Obtido o domínio do ar, o esforço voltou-se para a destruição das forças
blindadas, artilharia de campanha e concentrações da Guarda Republicana Iraquiana. Concluída
essa fase, a guerra terrestre desenvolveu-se em curto espaço de tempo, no qual foram alcançados
os objetivos políticos da Coalizão, cuja superioridade tecnológica, doutrina e treinamento foram
decisivos nos combates. Outro fator importante foi a presença das capacidades espaciais como
fator multiplicador da força. Alguns teóricos chegaram a afirmar que essa teria sido a primeira
guerra espacial da história, pois o domínio espacial se justapunha ao domínio aéreo e, a partir
daquele momento, fazia sentido a definição de ambiente aeroespacial.
Na esteira do sucesso de 1991, a guerra aeroespacial seria observada entre 1992 e 1995,
na Bósnia (Operação Deliberate Force), em Kosovo, entre 1998-1999 (Operação Allied Force),
no Afeganistão, a partir de 2001 (Operação Enduring Freedom) e no Iraque em 2003 (Operação
Iraq Freedom). Nesses conflitos, pode-se observar, em maior ou menor intensidade, a negação
do uso do espaço aéreo, o ataque em larga escala aos alvos terrestres, bombardeio às estruturas
de importância estratégica, guerra contra insurgentes, utilização de forças especiais e guias
aéreos avançados, aeronaves não tripuladas, apoio de fogo às forças de superfície e a imensa
superioridade tecnológica americana, em especial aquela decorrente do uso de sistemas de
navegação e comunicação a partir do espaço exterior.
No presente momento, apesar do foco que se tem dado aos conflitos ditos de baixa
intensidade decorrente das experiências recentes, cuja natureza de emprego é caracterizada pelo
combate na forma de guerrilha, contra insurgência ou contra o terrorismo, observa-se, em face
das características geopolíticas, um retorno à discussão da guerra convencional, em especial no
contexto das grandes operações militares entre pares. A ascensão de novas potências globais, que
venham a contestar a predominância unipolar dos EUA, ressuscita no debate da guerra aérea o
caráter primordial na luta pelo controle do ar. Nesse ponto, surge a necessidade de se repensar a
discussão teórica sobre Poder Aéreo, fruto dessa evolução da história da guerra e da guerra aérea.
Interessante conhecer (ou relembrar) tudo isso, não é mesmo? Após essa
viagem no tempo e seleção de tantos fatos importantes para a evolução da
Força Aérea e a proteção do território nacional, passamos a compreender
e a significar nosso trabalho diário, dando continuidade e
aperfeiçoamento ao trabalho iniciado por essas figuras históricas, as
quais são lembradas por suas condutas inovadoras nos conflitos. Na
posição de integrantes da Força Aérea Brasileira, precisamos saber
recontar essa história.
Este tópico tem o capítulo 3.2 e 3.3, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020)
como base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
apenas transitam pelos ares até atingirem seu ambiente de operação, comumente acima dos 100
km da superfície terrestre. Apesar dessas limitações tecnológicas, hoje não há mais como se
conceber uma Teoria de Poder Aeroespacial que não contemple o uso das potencialidades
(telecomunicações, imagens, posicionamento geográfico, digitalização etc.) advindas do espaço
exterior. Assim, faz sentido o entendimento contemporâneo de que a guerra no ar e no espaço
não mais se restringe aos enfrentamentos entre aeronaves.
EXPLORAÇÃO
Aquele que planeja e conduz uma campanha aeroespacial, de qualquer natureza, deve
estar consciente e ser perspicaz do potencial que um sucesso inicial pode trazer para a
continuidade das ações. Haja vista a possibilidade de rapidamente mobilizar seus recursos e
explorar a terceira dimensão sobre o teatro de operações, o Poder Aeroespacial pode
proporcionar a todas as forças em combate aproveitamento de êxito inicial. Esse princípio está
diretamente ligado à consciência situacional do comandante e à sua capacidade de comando
centralizado.
MANOBRA
MASSA
MORAL
OBJETIVO
OFENSIVA
gênese de toda campanha aeroespacial. Por meio da obtenção da iniciativa das ações, a ofensiva
obriga o oponente a reagir, ao invés de agir. Assim, obtém-se uma vantagem valiosa sobre o ciclo
de decisão do adversário, impondo-se o ritmo desejado.
PRONTIDÃO
SEGURANÇA
SIMPLICIDADE
SURPRESA
Esse princípio se revela por meio de ações que obtenham efeitos decisivos sobre o
adversário, de forma inesperada, levando-o a uma paralisia, momentânea ou mais duradoura.
Essa paralisia está associada inegavelmente à capacidade de reagir, por conseguinte, afeta o ciclo
de decisão do oponente. A paralisia será estratégica quando a ação que explore a surpresa leve o
inimigo a tornar-se incapaz, física ou mentalmente, de responder com alguma efetividade ao
estímulo recebido. Na guerra aeroespacial, a exploração das características de velocidade,
alcance e penetração dos Meios Aeroespaciais é fundamental para a obtenção da surpresa.
UNIDADE DE COMANDO
Este tópico tem o capítulo 3.6, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Você “curte” filmes de guerra? Mesmo que não aprecie, imagino que você
já tenha assistido a pelo menos um deles. Você notou o quanto o poder
aéreo é decisivo para o resultado da guerra?
ALCANCE
Está relacionado ao potencial das aeronaves e das plataformas espaciais para atingir
objetivos a grandes distâncias, em função de propriedades como, por exemplo, autonomia,
capacidade de reabastecimento em voo, cargas externas, tipo de órbita no caso de satélites, entre
outras.
FLEXIBILIDADE OU VERSATILIDADE
MOBILIDADE
PENETRAÇÃO
PERSPECTIVA
PRECISÃO
PRONTA-RESPOSTA
TECNOLOGIA
VELOCIDADE
CUSTOS
sistemas, bem como do tempo e dos esforços despendidos na formação de recursos humanos
especializados.
DEPENDÊNCIA DE TECNOLOGIA
DEPENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA
FRAGILIDADE
dos Meios Aeroespaciais e de Força Aérea anula todos os pontos fortes do Poder Aeroespacial. É
característica de grande importância para o Poder Aeroespacial, constituindo-se em tarefa que se
inicia desde o tempo de paz, responsável por dimensionar os aspectos quantitativos e qualitativos
do poder adversário e por salvaguardar as informações que possibilitem o emprego do Poder
Aeroespacial, com efetividade, dos princípios de guerra de surpresa, ofensiva, segurança e
economia de meios.
PERMANÊNCIA
Esse aspecto relaciona-se à influência das condições atmosféricas ou da falta de luz solar
sobre as capacidades, das aeronaves e das plataformas espaciais, cumprirem determinadas
missões. Sistemas e sensores que permitem operar em condições ambientais adversas e
tripulações devidamente treinadas diminuem a incerteza dos efeitos das condições
meteorológicas na realização das operações aéreas e espaciais, mas não a eliminam.
Em alinhamento com esses princípios, todos os documentos de alto nível editados pelo
MD, em todas as suas edições e versões, quer seja no desenho da Concepção Política de Defesa,
quer seja no estabelecimento de diretrizes, abordam o tema “Capacidade de Dissuasão das
Forças Armadas”. No Glossário das FA (MD, 2015) consta que dissuasão é a “Atitude estratégica
que, por intermédio de meios de qualquer natureza, inclusive militares, tem por finalidade
desaconselhar ou desviar adversários, reais ou potenciais, de possíveis ou presumíveis propósitos
bélicos.”
Segundo André Beaufre (estrategista militar francês), “A dissuasão tende a impedir que
uma potência adversa tome a decisão de empregar suas armas ou, mais genericamente, que atue
ou reaja frente a uma situação dada, mediante a existência de um conjunto de dispositivos que
constituam uma ameaça suficiente. Portanto, o que se busca com esta ameaça é um resultado
psicológico”. (Itálico no corpo do texto conforme consta na DCA 11-45, EMAER, 2018, p. 25).
No emprego militar da palavra, a dissuasão não reprime fisicamente um inimigo, mas cria
um bloqueio psicológico. A dissuasão baseia-se na criação de um efeito psicológico que funciona
em dois tempos:
✔ no temor aos riscos de um possível conflito, que emerge de uma combinação do cálculo
anterior com outros elementos intangíveis, tais como o prestígio militar do seu adversário
e sua determinação de afrontar a ameaça.
Pode-se dizer também que o êxito da dissuasão depende de três fatores: um técnico,
um político e um psicológico. O fator técnico varia com o avanço tecnológico dos armamentos;
o fator político baseia-se na análise das consequências da ação ou inação; e o fator psicológico
significa que quem dissuade convence o potencial agressor de que sua ameaça é real.
A Capacidade de Dissuasão, por sua vez, configura-se como aspecto essencial para a
Segurança Nacional, na medida em que tem como propósito desestimular possíveis agressões.
Sustenta-se nas condições que a Nação possui de congregar e aplicar suas Capacidades de
Proteção e de Pronta-resposta no caso de eventuais ações hostis contra a soberania e os legítimos
interesses nacionais. A Capacidade de Dissuasão, portanto, é uma ferramenta da diplomacia.
Este tópico tem o capítulo 4.2 da DBFAB (EMAER, 2012) como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
• Aviação Civil
É o conjunto das empresas de transporte aéreo, regular e não regular, das empresas de
serviços aéreos especializados e dos meios da aviação desportiva e da aviação privada do Brasil.
A Aviação Civil é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País e representa
uma importante fonte de recursos humanos e materiais que podem ser mobilizados, em casos de
crises ou de conflitos armados, para atender às necessidades complementares da Aeronáutica.
• Infraestrutura Aeroespacial
A Mobilização Nacional será decretada por ato do Poder Executivo autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele. Esse ato deverá especificar o espaço geográfico do
território nacional em que será realizada a Mobilização e as medidas necessárias à sua execução.
Ao final deste tópico há uma relação de documentos que detalham a Doutrina relativa à
Mobilização Nacional, recomenda-se a familiarização com os principais temas desses
documentos com a finalidade de facilitar a compreensão da decomposição dos Elementos do
Poder Aeroespacial.
1. Quais fatos você anotou como mais relevantes na história da aviação que podem ser
associados ao seu emprego como Arma? Quais fatos poderiam ser citados como
influenciadores da Doutrina Militar Aeroespacial?
2. O que você entende por Poder Aéreo e Poder Aeroespacial? Qual a amplitude desses
termos no contexto da Doutrina Básica da FAB?
3. Elabore três questões de múltipla escolha sobre o tópico “Princípios de Guerra sob a ótica
do Poder Aerospacial” e poste no fórum. Depois resolva as questões postadas pelos
companheiros. Em seguida, discuta sobre o tema no fórum.
6. Faça um mapa mental que contemple os seis elementos do Poder Aeroespacial Brasileiro.
Nesse mapa, além da definição, coloque exemplos para cada um desses elementos.
Exemplificando: ao lado da definição de “Indústria Aeroespacial de Defesa” posso
colocar “Embraer e Avibras”.
7.
8. Leia o texto a seguir: No dia 24 SET 2020, foi noticiado no Portal da FAB, a realização
do primeiro voo da aeronave F-39E Gripen, em solo brasileiro. Sobre isso, a matéria faz
o seguinte apontamento:
I – no contexto da Dissuasão.
9. Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir sobre o conceito de
Dissuasão no contexto do Poder Aeroespacial.
A sequência correta é:
a) V - V - F - V.
b) F - V - F - V.
c) F - V - V - F.
d) V - F - F – V.
a) Infraestrutura Aeroespacial.
a) Aviação Civil.
b) Infraestrutura Aeroespacial.
Este tópico tem o capítulo 2.2 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe
sobre a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Segundo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 14), há uma vinculação entre Doutrina e
Planejamento Estratégico Militar. Esse planejamento tem o propósito de definir e de organizar as
atividades relacionadas com o preparo e com o emprego do Poder Militar. O Planejamento do
Preparo refere-se à fase do Planejamento Estratégico Militar na qual são construídas as
capacidades do Poder Militar Nacional, enquanto o Planejamento do Emprego é o estágio no
qual são organizadas as estruturas operativas e formuladas as concepções operacionais para a
aplicação do Poder Militar. Conforme já foi visto, esses planejamentos, no âmbito da FAB,
acontecem de forma encadeada com a Doutrina e com o Planejamento do MD.
Uma estratégia decorre de uma análise dos possíveis caminhos que devem ser utilizados
para que a instituição possa atingir os objetivos a que se propõe. São escolhas que ela faz
fundamentadas na análise dos caminhos a serem percorridos. Essa análise e essas escolhas
também ponderam os recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros), bem como, os
desafios e os riscos que podem afetar a instituição.
Para Evans (2013), estratégia é a forma como a Instituição pretende atingir seus
objetivos, mediante o emprego de recursos (escassos). A estratégia definirá como a Instituição
pretende alocar os recursos humanos, materiais e financeiros para alcançar suas metas e
objetivos. O termo estratégia também está associado a uma “vantagem competitiva”, no sentido
de obter-se e manter um posicionamento estratégico. (LUECKE, 2005).
A estratégia trata da busca de resultados a longo prazo, e, embora seja definida no mais
alto nível da Instituição, deve envolver toda a organização. Também deve antecipar, ao máximo,
os fatores que venham a interferir nesse caminho.
A SPGIA exerce forte influência sobre o comportamento da Instituição, tanto por sua
abrangência, quanto pelas ferramentas organizacionais que fornece. Com a finalidade de orientar
suas ações, a SPGIA baseia-se nos princípios listados adiante. Vamos entendê-los?
E aí? Tudo bem quanto a esse tópico? Agora você já sabe o que é SPGIA e
para que ela serve. Podemos seguir adiante? “Topa” conhecer as fases da
SPGIA?
Para melhor visualização, a Figura 5 associa os documentos que são produzidos ao final
de cada fase do Planejamento Institucional aos respectivos níveis e órgãos responsáveis pela
elaboração.
Além das cinco fases do Planejamento Institucional, esse quadro ainda apresenta os
seguintes itens:
Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o item 3.1.2 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a
Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, e o capítulo 3 da DCA
11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.
Você já ouviu falar sobre a tríade “Missão, Visão e Valores”? Já notou que
ela está cada vez mais presente no cotidiano das empresas? E em relação à
própria Instituição? Está na hora de ampliar seu conhecimento sobre este
assunto. Então venha comigo.
➢ A Missão responde as perguntas: O quê? Por quê? Para quem? Identifica “qual é o
negócio” e a “razão de ser” da instituição.
No tocante à Missão, ela traduz o desígnio ou a razão de ser da instituição, segundo uma
perspectiva ampla e duradoura, ao mesmo tempo em que individualiza e identifica o escopo de
suas operações em termos de atribuições e público-alvo.
Para os órgãos governamentais, a Missão pode ser entendida como a função que ela
desempenha de modo a tornar útil sua ação e justificar sua existência do ponto de vista dos seus
integrantes e da sociedade em que ela atua. O estabelecimento da Missão tem como ponto de
partida a análise e a interpretação de questões como
b) Definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos
disponíveis; e
A Missão do Comando da Aeronáutica foi atualizada pela DCA 11-45 (EMAER, 2018)
em relação à ICA 11-1 (EMAER, 2007) e ficou sintetizada conforme o quadro seguinte:
Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.3 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a
Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, e o capítulo 3 da DCA
11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.
Você costuma pensar em seu futuro? Concorda que isso é importante? Então,
para uma instituição como a FAB, isso não é diferente, ela também precisa
projetar-se no futuro. Você saberia dizer qual a Visão de Futuro de nossa
Força? Vamos avançar e procurar a resposta para essa pergunta.
A Visão de Futuro (ou simplesmente: Visão) pode ser definida como a descrição de um
estado futuro ambicioso (porém factível), exprimindo uma conquista estratégica de grande valor
para a Instituição. O maior intento de se definir a Visão é o de criar uma imagem que desafie e
mobilize todas as pessoas envolvidas na construção dessa conquista de forma “inspiradora”.
A Visão de Futuro deve apresentar um quadro descritivo do que a Instituição almeja ser
em um horizonte temporal determinado. Por refletir um “posicionamento estratégico futuro”, a
Visão de Futuro deve possuir as seguintes características e atributos essenciais:
c) Integração: Aspecto que congrega duas vertentes relevantes para a FAB: por um lado,
contribuir para uma sociedade mais evoluída, que seja alcançada pelas ações do Estado e
pelas políticas públicas e sociais; e estreitar a cooperação com a MB e EB, com as
agências governamentais brasileiras e com as Forças Armadas de Nações Amigas.
Gostou do conteúdo até aqui? As “coisas” aparentam fazer mais sentido para
você? Isso é bom! Indica que você está se “aperfeiçoando” profissionalmente.
O próprio nome desse Curso nos remete a isso, não é mesmo?
Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.4 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a
Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, o capítulo 3 da DCA 11-
45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB, e o
capítulo 2 do MCA 909-1 (EMAER, 2021), que dispõe sobre o Programa de
Formação e Fortalecimento de Valores.
A FAB, em sua Concepção Estratégica (DCA 11-45, p. 21), destaca que os valores “[…]
são princípios duradouros que sintetizam a essência da organização”. A mesma diretriz afirma
ainda que os Valores são fundamentais para a cultura organizacional, ao agrupar as pessoas em
torno de pensamentos comuns.
Os valores não estão restritos aos conceitos associados ao ambiente de trabalho, eles
também se relacionam com o planejamento, com a doutrina e com a estratégia institucional.
Segundo o que se estabelece na Concepção Estratégica da FAB, as práticas e os objetivos
organizacionais devem estar em harmonia com os valores institucionais.
Disciplina
Patriotismo
É o sentimento de orgulho, amor e devoção incondicional à sua terra, aos seus símbolos,
às suas instituições e ao seu povo. É a razão do amor dos que querem servir ao seu país e ser
solidários com a nação. Ele é traduzido pelo compromisso permanente de fidelidade e devoção à
Pátria, em quaisquer circunstâncias;
Integridade
Comprometimento
dedicação integral à missão e aos seus companheiros, trabalho em equipe e lealdade ao País e aos
irmãos de farda; e
Profissionalismo
No que diz respeito aos valores, a Concepção Estratégica da FAB estabelece que
[…] o caráter do militar não deve ser corrompido pela cobiça e delírio da
autopromoção; nem pela omissão, covardia, maledicência, sequer pela inércia,
comodismo, e muito menos pela ostentação, vaidade ou prepotência. A Força
Aérea é forte pelas virtudes de desprendimento, solidariedade e idealismo dos
seus homens e mulheres, que fizeram o juramento de bem servir com eficiência
e profissionalismo, na paz e na guerra, sempre fiéis às suas consciências. (DCA
11-45, EMAER, 2018, p. 21).
E aí, preparado para contribuir com o PFV de sua Unidade? Você sabe
que com seu bom exemplo já está contribuindo para o crescimento da
Força, não é mesmo?
5. Justifique a Missão-síntese da FAB. Qual associação pode ser feita com as atribuições
legais atribuídas à FAB? Apresente a seguir.
6. Qual o conceito de Visão (de futuro)? O que a FAB propôs para 2041? Por que 2041?
Quais aspectos foram julgados essenciais para sua elaboração?
8. Qual a importância dos valores para uma Instituição? Qual o conceito de cada um dos
valores estabelecidos pela FAB?
a) I, II e IV.
b) I III e IV.
d) III.
12. Bandeira, Marques e Veiga (2000, p. 2), em um estudo de caso, apresentam determinado
Valor Organizacional conforme a definição a seguir:
“_________ em linhas gerais, pode ser entendido como forte vínculo do indivíduo com a
organização, que o incita a dar algo de si, a saber: sua energia e lealdade”.
a) Disciplina.
b) Patriotismo.
c) Comprometimento.
d) Profissionalismo.
a) Comprometimento.
b) Integridade.
c) Patriotismo.
d) Disciplina.
Este texto tem o capítulo 3.4 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).
Defender está associado à garantia da soberania do espaço aéreo, que inclui todo
território nacional e suas fronteiras, e também se relaciona com a defesa dos interesses nacionais
na chamada Zona Econômica Exclusiva, totalizando doze milhões de quilômetros quadrados.
Com unidades operacionais localizadas em pontos estratégicos do país, a FAB realiza missões
típicas das aviações de Caça, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Reconhecimento e
Transporte para assegurar a Defesa Aérea. No viés relacionado a Defender, além de utilizar a
aviação, A FAB realiza ações terrestres de Contraterrorismo, de Garantia da Lei e da Ordem
(GLO) e de Defesa Antiaérea.
Integrar, que sempre esteve presente nas ações da FAB, consta como uma de suas
responsabilidades, traduzindo-se na realização de diversas missões no território nacional que
proporcionam a integração do Brasil. O Integrar está presente por meio de serviços de ajuda
humanitária, ações cívico-sociais, transporte de pessoas e de suprimentos, transporte de órgãos e
de urnas eleitorais, evacuações aeromédicas e construção de pistas. Essas são algumas das ações
realizadas pela FAB e que garantem direitos fundamentais à população carente e desenvolvem a
percepção da presença do Estado em regiões de difícil acesso do país.
Essas três principais ações executadas pela FAB (controlar, defender, integrar) estão
ilustradas por meio da Figura 7.
A tríade: “controlar, defender e integrar” está relacionada com a Missão da FAB e suas
atribuições subsidiárias, conforme se constata nos textos da ICA 11-1 (EMAER, 2007), que
dispõe sobre a Missão da Aeronáutica, em correlação com o capítulo 3 da DCA 11-45 (EMAER,
2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.
Deve ser observado que a Dimensão 22 é “algo conceitual”, trata-se de uma forma
(visual) de a FAB comunicar sua Missão. É importante compreender que a Dimensão 22 possui
um papel no campo da “comunicação corporativa”, no sentido de a FAB dialogar com seu
público interno e externo para esclarecer sua missão e sua “entrega de valor” à sociedade.
Também se pode interpretar o Programa Dimensão 22 como uma maneira de a FAB “mostrar”
“QUAL É e COMO” ela cumpre sua missão institucional, demonstrando a razão de sua
existência e de sua importância para a sociedade.
A revista Aerovisão nº 254 (4º tri/2017, p. 30) denomina a Dimensão 22 como “uma
campanha institucional”. Segundo a matéria, trata-se de “Um conceito moderno que sintetiza a
responsabilidade de atuação da instituição no cumprimento da sua missão, em sintonia com os
desafios do futuro”.
16. Frequentemente, o Portal da FAB publica matérias sobre diversas ações da FAB,
identifique notícias que se enquadrem nos conceitos de Controlar, de Defender e de
Integrar. Poste pelo menos uma matéria (com sua observação) no fórum para debate entre
a turma.
18. Assista aos vídeos disponíveis nos links a seguir e discuta com algum
companheiro sobre qual conceito da Dimensão 22 está sendo estampado, justificando seu
posicionamento com base no texto do cap. 4:
https://www.youtube.com/watch?v=3YXSSUjwi00
https://www.youtube.com/watch?v=IRmuz5cJJEY
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
a) Salvar.
b) Integrar.
c) Defender.
d) Controlar.
a) Adestrar.
b) Integrar.
c) Defender.
d) Controlar.
21.
Roteirize o seu partir dos tópicos. Avalie todas as suas anotações de forma
estudo! reflexiva. Há algo que você possa melhorar?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado Aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com sucesso,
Parabéns! Esperamos que em todos esses momentos que estivemos juntos você tenha
aproveitado e aprendido muito.
Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos, não importa o nome que
damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!
REFERÊNCIAS
______. Comando da Aeronáutica. EMAER. DCA 1-1 (Vol I e II). Doutrina Básica da Força
Aérea Brasileira. Brasília, 2020.
______. Comando da Aeronáutica. EMAER. ICA 11-1. Missão da Aeronáutica. Brasília, 2007.
______. Ministério da Defesa. MD35-G-01. Glossário das Forças Armadas. 5ª ed. Brasília,
2015.
______. Ministério da Defesa. MD51-M-04. Doutrina Militar de Defesa. 2ª ed. Brasília, 2007.
FREDERICO JÚNIOR, José. Dimensão 22: o DNA da FAB. Aerovisão – A revista da Força
Aérea Brasileira. Out/Nov/Dez 2017, nº 254 (p. 30-37). Edição eletrônica disponível em
<https://issuu.com/portalfab/docs/aerovisao_254_out_nov_dez_2017>. Acesso em: 30 Jan. 2020.
LUECKE, Richard. Estratégia – criar e implementar a melhor estratégia para seu negócio.
4ª Ed. Série: Harvard Business Essentials. Rio de Janeiro: Record Ltda, 2009.
SANTOS, Frederico Fernandes dos. O que são princípios? Suas fases, distinções e
juridicidade. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/45194/o-que-sao-principios-suas-fases-
distincoes-e-juridicidade>. Acesso em: 12 jun. 2020.