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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB


VOLUME ÚNICO

COMUM

CAS

IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR


MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB

VOLUME ÚNICO

Texto Dialogado da Disciplina Doutrina e


Planejamento da FAB (DPL) do Curso de
Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS).

Edição(es):
1a Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2019
2a Edição: SO BMA Refm De Lima – 1/2020
3ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2020
4ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 1/2021
5ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2021

Revisor(es) Pedagógico(s):
2T PED ÉRICA – 2022
AP PED S. RODRIGUES - 2022
SO BMA REFM DE LIMA

Revisor(es) Estilístico – gramatical:


AP MRM LILIAN – 2022

Revisor(es) de Diagramação:
2S SML FABIO – 2022

GUARATINGUETÁ – SP
2022
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................................7
CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR...................................................................................11
TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA...........................................................13
TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL......................19
TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR.............................................................22
CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL.............................................................................28
TÓPICO 2.1 - A GUERRA AÉREA (CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA)..................28
TÓPICO 2.2 - TEORIAS DO PODER AÉREO E DO PODER AEROESPACIAL............34
TÓPICO 2.3 - PRINCÍPIOS DE GUERRA SOB A ÓTICA DO PODER AEROESPACIAL
.......................................................................................................................................................36
TÓPICO 2.4 - CARACTERÍSTICAS DO PODER AEROESPACIAL................................41
TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO...................................................................................................45
TÓPICO 2.6 - PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO E SEUS ELEMENTOS............48
CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA AERONÁUTICA...................57
TÓPICO 3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................57
TÓPICO 3.2 - FASES DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL......................................61
TÓPICO 3.3 - DEFINIÇÃO DA MISSÃO...............................................................................64
TÓPICO 3.4 - DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO..........................................................67
TÓPICO 3.5 - DEFINIÇÃO DOS VALORES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA...........69
CAPÍTULO 4 - ÁREA DE ATUAÇÃO: DIMENSÃO 22.......................................................77
TÓPICO 4.1 - A DIMENSÃO 22...............................................................................................77
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................83
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................84
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APRESENTAÇÃO

Prezado(a) aluno(a), parabéns por sua matrícula neste Curso de Aperfeiçoamento de


Sargentos (CAS). Trata-se de um grande momento em sua carreira.

Possivelmente você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila. Entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado, visto que em sua posição hierárquica, serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.

Recomenda-se que estude atentamente todo o conteúdo disponibilizado, até mesmo


aquele que já tenha conhecimento. Isso contribuirá para que se aproprie, de foma mais efetiva
dos assuntos tratados.

É importante destacar que você será o protagonista na construção de sua aprendizagem;


desse modo, é necessário que desenvolva uma rotina de estudo e mantenha-se atento às etapas do
curso.

Segue uma sugestão de roteiro para seus estudos.

1) Registre suas observações iniciais sobre o texto destacando os pontos mais relevantes.

2) Identifique de 3 a 5 palavras-chave e faça breves anotações sobre cada uma delas.

3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos similares (Quais
correlações e associações você pode fazer com relação ao texto? Faça breves anotações,
infográficos ou desenhos.

4) Experimente decompor o texto em tópicos acrescidos de um breve comentário. Após ter feito
essa decomposição, faça um resumo, reconstruindo o texto com suas próprias palavras a partir
dos tópicos.

5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum entre pares no AVA. Você poderá
construir um “mapa mental” sobre o assunto estudado.

6) Faça uso do material complementar disponível na Biblioteca Virtual no AVA.

Votos de sucesso em seus estudos!

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ESTRUTURA DA DISCIPLINA

A disciplina “Doutrina e Planejamento da FAB”, pertencente ao Campo Militar e à área


das Ciências Militares, tem como objetivos específicos:

a) Descrever as características e as fontes da Doutrina Militar Aeroespacial (Cp);

b) Identificar o poder aeroespacial na história e no contexto atual (Cn);

c) Explicar a relevância e a dissuasão no poder aeroespacial (Cp);

d) Demonstrar como o planejamento institucional da FAB pode promover a eficácia na

administração da Aeronáutica (Cp);

e) Apontar as características da Missão, Visão e Valores contidas na Concepção


estratégica da FAB (Cn); e

f) Definir Dimensão 22 e suas principais características (Cn).

Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de
38 (trinta e oito) tempos para instrução e 04 (quatro) tempos para avaliação, distribuídos em 04
(quatro) unidades didáticas:

1) Doutrina Militar Aeroespacial

2) Poder Aeroespacial Brasileiro

3) Introdução ao Planejamento Institucional da FAB

4) Dimensão 22

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A Unidade 1 está estruturada da seguinte forma:

1. DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL

Objetivo específico da Unidade 1:


a) Descrever as características e as fontes da Doutrina Militar Aeroespacial (Cp);

SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS


1. CARACTERÍSTICAS, a) Identificar as características da doutrina militar brasileira (Cp);
PRINCÍPIOS E FONTES b) Apontar os princípios da doutrina militar aeroespacial (Cp);
DA DOUTRINA
MILITAR c) Exemplificar as fontes da doutrina militar aeroespacial (Cp);
d) Descrever a Doutrina Militar Aeroespacial a partir da
comparação de suas características, princípios e fontes (Cp).

A Unidade 2 está assim estruturada:

2. PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO

Objetivos específicos da Unidade 2:


a) Identificar o poder aeroespacial na história e no contexto atual (Cn); e
b) Explicar a relevância da dissuasão no poder aeroespacial (Cp).

SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS


1. PODER a) Citar o processo histórico relacionado à Guerra Aérea e ao Poder
AEROESPACIAL Aeroespacial (Cn);
b) Identificar as Teorias do Poder Aéreo e do Poder Aeroespacial (Cn);
c) Enunciar os Princípios de Guerra sob a ótica do Poder Aeroespacial
(Cn); e
e) Enunciar as Características do Poder Aeroespacial (Cn).

2. PODER a) Explicar como se estabelece a dissuasão e sua relevância no


AEROESPACIAL E contexto do Poder Aeroespacial (Cp).
DISSUASÃO
3. PODER a) Enunciar os Elementos que constituem o Poder Aeroespacial
AEROESPACIAL Brasileiro (Cn).
BRASILEIRO E SEUS
ELEMENTOS

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A Unidade 3 está assim estruturada:

3. INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA FAB

Objetivos específicos da Unidade 3:


a) Demonstrar como o planejamento institucional da FAB pode promover a eficácia na
administração da Aeronáutica (Cp); e
b) Apontar as características da Missão, Visão e Valores contidas na Concepção estratégica da
FAB (Cn).

SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS

1. FUNDAMENTAÇÃO a) Identificar a fundamentação teórica de planejamento institucional


TEÓRICA (Cp).

a) Apontar a contribuição da Sistemática de Planejamento e Gestão


Institucional da Aeronáutica no planejamento institucional (Cp);
2. SISTEMÁTICA DE b) Descrever as fases do planejamento institucional (Cp); e
PLANEJAMENTO DA
AERONÁUTICA c) Demonstrar como o planejamento institucional ao ser aplicado no
contexto da FAB promove a eficácia na administração da
Aeronáutica (Cp).

a) Caracterizar a Missão da Aeronáutica contida em sua concepção


estratégica (Cn);
3. CONCEPÇÃO
ESTRATÉGICA: b) Identificar a Visão da Aeronáutica contidos em sua concepção
MISSÃO, VISÃO, estratégica (Cn); e
VALORES c) Enunciar os Valores da FAB, contidos em sua concepção
estratégica (Cn).

Por fim, a Unidade 4 está assim estruturada:

4. DIMENSÃO 22

Objetivo específico da Unidade 4:


a) Definir Dimensão 22 e suas principais características (Cn).

SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS


a) Identificar as características da Dimensão 22 (Cn).
1. INTRODUÇÃO À
b) Conceituar “Controlar, Defender e Integrar” no contexto da
DIMENSÃO 22
Dimensão 22 (Cn).

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CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR

Olá! Ao longo da leitura você observará algumas estratégias das quais


utilizamos para facilitar a sua compreensão. Queremos que nosso contato
seja proveitoso, agradável e que essa fase da sua vida seja lembrada pelo
sucesso alcançado por meio de seu esforço e dedicação. Passaremos
algumas horas juntos e, a todo momento, dialogaremos sobre assuntos
com os quais você convive diariamente. É importante destacar que você
será o “ator” nesta construção da própria aprendizagem. Leia e responda
todos os questionamentos, respeite os marcadores, pois a metodologia
utilizada na confecção do material busca minimizar dúvidas, produzir
reflexões e desenvolver a sua aprendizagem e habilidades necessárias.
Compreender, interpretar, analisar e avaliar são pontos importantes para a
sua aprendizagem. Esperamos que nossa convivência contribua para seu
aperfeiçoamento de habilidades necessárias para seu sucesso profissional.

Texto1 – Compilação de textos e notícias do site do


Ministério da Defesa (MD) com assuntos ligados à
Defesa Nacional. Disponível no AVA [20 p.].

Texto2 – Doutrina Militar de Defesa – DMD. Disponível


em:
<https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/File/legislacao
/emcfa/publicacoes/
md51a_ma_04a_doutrinaa_militara_dea_defesaa_2aa_ed
Veja isso! 2007.pdf>.

Vídeo1 – Doutrina Militar – A alma de um exército.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=w8rVJrsH0mA>.

BREVE “AQUECIMENTO” EM RELAÇÃO AO ASSUNTO “DOUTRINA”

Considerando que a proposta da disciplina é fazer uma introdução aos temas “Doutrina e
Planejamento da FAB”, uma forma de abordar o assunto (em uma visão didática, e não de
aplicação militar) é fazer uma visualização em camadas. Deve-se observar que o termo
DOUTRINA não é específico do meio militar, outras áreas do conhecimento também o utilizam.

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Pequenas diferenças em relação à compreensão de conceitos podem gerar conflitos


durante a execução de uma ação militar. Ações militares são complexas, são dispendiosas, e
muitas envolvem dilemas próprios do ser humano. Na atualidade, muitas das ações militares
acontecem por meio de coalizões de Forças “distintas”, além de ser necessário enfrentar
combates assimétricos. Desse modo, é necessário padronizar o entendimento de princípios,
diretrizes, normas, conceitos e procedimentos. Essa padronização é feita pela Doutrina.

Considerando que um dos objetivos da Doutrina Militar é padronizar conceitos, para que
Forças Militares (distintas e com características próprias), operando juntas, tenham a mesma
compreensão de diretrizes, normas e procedimentos, torna-se necessário partir da definição do
que (e a que) estou me referindo quando utilizo o termo “Doutrina Militar”. Aqui se torna
necessário “pensar sobre” todo o significado da profissão militar (suas características e
especificidades, seus códigos internos de conduta e sua cultura organizacional, além de outros
aspectos). Neste momento de nossa discussão, poderíamos trazer fatos, história, e cultura de
Forças Militares de outras nações. Iríamos concluir que, apesar de válidas, muitas “regras
doutrinárias” de determinado país não fizessem sentido para nós, visto que se aplicam,
especificamente, ao contexto cultural daquele país.

Isso nos levaria a pensar que neste universo da doutrina militar, poderíamos fazer um
recorte (uma nova camada), e focarmos na doutrina militar brasileira. Porém, mesmo “aqui”,
também poderíamos trazer para o debate, não apenas a doutrina de cada Força, mas das Forças
Auxiliares que possuem “doutrinas específicas” para o cenário em que atuam (a função das
Forças Auxiliares não é a “Defesa” do modo como trabalhamos o conceito nas FA). Também se
deve compreender que há ações das FA que não são tipicamente de Defesa, mas são afetas ao
cumprimento de atribuições subsidiárias.

Novamente, precisaríamos considerar mais uma camada: a Doutrina Militar de Defesa, no


sentido da doutrina que deve ser comum às FA, que de fato atuam na “Defesa Nacional” (aqui no
conceito que lhe é aplicado na própria Constituição Federal). Então prosseguiríamos com nossas
“camadas”, e chegaríamos à Doutrina Aeroespacial, e na sequência, à Doutrina Militar
Aeroespacial.

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TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA

O que a Força Aérea “pensa” sobre determinado assunto? Você já se fez


essa pergunta? A Doutrina de uma Força se encarrega de sistematizar esse
pensamento. Vamos fazer um “voo rasante” para conhecer um pouquinho
mais sobre esse tema?

A Doutrina Militar Brasileira é estabelecida pelo Ministério da Defesa (MD) em


consonância com a política do Estado Brasileiro. Para facilitar a compreensão da amplitude da
aplicação dos conceitos de Doutrina nos diversos contextos das Forças Armadas (FA), como já
dito, propõe-se visualizar o tema em forma de uma “espiral”, ou seja, ao mesmo tempo em que
suas partes estão alinhadas, há uma hierarquia entre os conceitos, semelhante a uma visão em
camadas. Vamos às definições de Doutrina, Doutrina Militar e Doutrina Militar de Defesa,
encontradas no MD35-G-01, 5ª edição (MD, 2015), que dispõe sobre o Glossário das FA.

DOUTRINA – Conjunto de princípios, conceitos, normas e procedimentos,


fundamentadas principalmente na experiência, destinado a estabelecer linhas
de pensamentos e a orientar ações, expostos de forma integrada e harmônica.

DOUTRINA MILITAR – Conjunto harmônico de ideias e de entendimentos que


define, ordena, distingue e qualifica as atividades de organização, preparo e
emprego das Forças Armadas. Englobam, ainda, a administração, a
organização e o funcionamento das instituições militares.

DOUTRINA MILITAR DE DEFESA – Parte da doutrina militar brasileira que


aborda as normas gerais da organização, do preparo e do emprego das Forças
Armadas, quando empenhadas em atividades relacionadas com a defesa do
País. Seus assuntos relacionam-se diretamente com a garantia da soberania e
da integridade territorial e patrimonial do país, além da consecução dos
interesses nacionais. (MD, 2015, p. 94, grifo nosso).

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NOTA: para nosso estudo, a primeira definição deve ser entendida no seu sentido
LATO, e as seguintes devem ser entendidas no sentido ESTRITO.

A Doutrina Militar sistematiza orientações com foco em como agir, portanto não são um
conjunto de regras imutáveis, devido a sua própria dinamicidade. Ela se vale da experiência
acumulada, constituindo-se no que pode ser comparado a um “caderno de boas práticas”, além
de tornar-se uma referência que contribui para a educação e para o treinamento, conforme se
pode observar na citação que segue, extraída do Prefácio da DCA 1-1, Vol I, que dispõe sobre a
Doutrina Básica da FAB:

A Doutrina, em seu significado mais amplo, é o conjunto de princípios,


conceitos, normas e procedimentos, exposto de forma integrada e
harmônica, destinado a estabelecer linhas de pensamentos e a orientar
ações. A formulação doutrinária é fundamentada principalmente na
experiência e deve refletir as melhores práticas até então conhecidas e
aprovadas. (EMAER, 2020).

Além das definições supracitadas, o item 1.4.5 do MD51-M-04 (MD, 2007), que dispõe
sobre a Doutrina Militar de Defesa (DMD), afirma que

A Doutrina Militar de Defesa brasileira aborda os fundamentos doutrinários,


que visam ao emprego de forças militares na defesa da Pátria e em outras
missões previstas na Constituição Federal, nas leis complementares e em outros
diplomas legais. As concepções para a organização e o preparo das FA não
constituem objeto desta publicação, tendo em vista que esses fundamentos são
estabelecidos pelos respectivos Comandos de Força. Dessa forma, esta
publicação deve ser complementada por documentos operacionais que
contenham conceitos, normas e procedimentos. (MD, 2007, p. 12, grifo nosso).

Esse recorte da DMD mostrou um conceito envolvendo os Comandos de cada Força.


Portanto, deve ser observado que o MD estabelece os fundamentos doutrinários e, a partir daí,
cada Força estabelece sua doutrina com base em suas peculiaridades, porém alinhada com a
DMD. Com isso, chegamos à Doutrina Aeroespacial.

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Quanto à Doutrina Aeroespacial, o MCA 10-4 (EMAER, 2001), Manual do COMAER


que dispõe sobre o Glossário da Aeronáutica, traz as seguintes definições (observe que os
conceitos e definições se complementam):

DOUTRINA AEROESPACIAL – Conjunto de princípios e normas orientadores


do preparo e emprego do Poder Aeroespacial da Nação, em tempos de paz ou
em período de conflito.

DOUTRINA BÁSICA DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA – Conjunto de


princípios e normas fundamentais que orientam o preparo e o emprego da
Força Aérea Brasileira. A formulação da Doutrina Básica da Força Aérea
Brasileira é um processo que evolui em função da conjuntura nacional e
internacional, dos objetivos nacionais, das novas concepções de emprego das
Forças Armadas e dos novos desenvolvimentos tecnológicos. Situa-se em um
quadro mais amplo da Doutrina Militar, uma vez que deve guardar coerência
com os princípios de emprego conjunto ou combinado das Forças Armadas.
(EMAER, 2001, p. 57).

Após as reflexões mencionadas e a observação da imagem anterior, você


saberia explicar a aplicação da expressão Doutrina Militar?

A Doutrina Militar de Defesa se decompõe nas doutrinas de cada Força. No âmbito da


FAB, a DCA 1-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira
(DBFAB), tem a finalidade de fixar princípios e conceitos que orientam o preparo e o emprego
da FAB (Doutrina Militar Aeroespacial).

Na reedição de 2020, a DCA 1-1 passou a ser composta por dois volumes (Vol I e II). Em
síntese, o Volume I aborda os aspectos históricos, conceituais e acadêmicos da Doutrina
Aeroespacial e o Volume II concentra-se no aspecto operacional da Força, com foco nas Tarefas
e Ações de Força Aérea.

A Doutrina Militar Aeroespacial estabelece como deve ser executado o preparo e o


emprego do pessoal, aeronaves, plataformas espaciais, armamentos, instalações, equipamentos e
sistemas.

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NOTA: Para se aprofundar nos conceitos de “Preparo” e “Emprego”, consulte a DCA


55-40 (EMAER 2019), que dispõe sobre a Adjudicação de Meios de Preparo e Emprego.

Considerando-se que Doutrina Militar é algo “dinâmico”, é importante destacar que, em


uma visão macro, outros documentos estratégicos, no âmbito da FAB, corroboram com a
formação do conceito da Doutrina da FAB.

Os principais documentos estratégicos que expandem a doutrina relativa ao seu preparo e


emprego são a DCA 1-1 (DBFAB – Doutrina Básica da FAB, Vol I e II); DCA 11-45 (Concepção
Estratégica – Força Aérea 100); PCA 11-47 (PEMAER – Plano Estratégico Militar da
Aeronáutica); e NSCA 1-1 (Sistema de Doutrina Militar Aeroespacial – SIDMAE), dentre outros
documentos de nível estratégico, os quais são desdobramentos da Doutrina Militar de Defesa
com aplicação específica no contexto da FAB.

De acordo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I), a Doutrina Militar Aeroespacial divide-se
em três níveis: estratégico, operacional e tático, conforme Figura 1.

FIGURA 1: NÍVEIS DA DOUTRINA DA FAB

FONTE: (NSCA 1-1, 2013, P. 14).

NOTA: diferente daquilo que normalmente é encontrado em outras literaturas, que


apresentam o nível tático como intermediário, no âmbito das FA, o escalonamento entre os
níveis decisórios estão dispostos na ordem: Estratégico, Operacional e Tático (Fig. 1).

Segundo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 13), no âmbito da FAB, a Doutrina Militar
Aeroespacial em Nível Estratégico é de competência do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER)
e abrange os princípios e os conceitos que orientam o preparo e o emprego da FAB.

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A Doutrina em Nível Operacional é de competência dos Órgãos de Direção Setorial e dos


Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Aeronáutica (ODSA).

NOTA: Para saber quais são esses Órgãos, veja o Texto5 (na midiateca), ou consulte o
Decreto nº 6.834/2009 (com alterações pelo Decreto 9.077/2017) disponível no link a seguir.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6834.htm

Nesse nível são definidos os conceitos, as normas e os procedimentos que orientam o


planejamento, a execução e o controle das Ações de Força Aérea em uma operação militar ou em
uma operação aeroespacial, e deve ser estabelecida em concordância com os princípios e
conceitos da Doutrina em Nível Estratégico.

A Doutrina em Nível Tático, também sob competência dos Órgãos de Direção Setorial e
dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Aeronáutica (ODSA), define as
normas e os procedimentos a serem seguidos na execução das Ações de Força Aérea, que
sustentam o emprego do Poder Militar Aeroespacial, em concordância com os conceitos, as
normas e os procedimentos preconizados na Doutrina em Nível Operacional.

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18 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Texto3 – DCA 55-40, Adjudicação de meios de preparo e emprego.


(Veja o cap. 2, para distinguir os conceitos de Preparo e Emprego).
Disponível em: <http://www.sislaer.intraer/asp/download.asp?
codigo=3504&tipo_midia=2&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=4392
&tipo=2&iBanner=0&iIdioma=0>.

Texto4 – NOPREP/OPR/22 (COMPREP, 2018). Disponível em:


<http://www.comprep.intraer/manuais_eletronicos/noprep/Colet
Veja %C3%A2nea%20de%20NOPREP%20OPR/NOPREP%20OPR
isso! %2022%20-%20SISTEMA%20DE%20DOUTRINA
%20AEROESPACIAL.pdf>.

Texto5 – Definições de ODG, ODS, ODSA e ODGSA. Disponível no


AVA [3 p.].

Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você “saiu inteiro” desse nosso
primeiro voo sobre esse tema tão apaixonante!

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TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL

Você já se perguntou sobre a razão de haver tantos documentos normativos


no âmbito de nossa profissão?
Que tal prosseguirmos em nossa jornada, no sentido de conhecermos melhor
a Doutrina de nossa própria Instituição? Vamos juntos?

Texto6 – NSCA 1-1, Sistema de Doutrina Aeroespacial.


Disponível em: <http://www.sislaer.intraer/asp/download.asp?
codigo=6&tipo_midia=2&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=13&t
Veja ipo=2&iBanner=0&iIdioma=0>. Veja o Cap. 2.
isso!

Prezado(a) Cassiano(a), antes de prosseguirmos será necessário harmonizar o significado


de “princípios” para o nosso tema em estudo. Dentre diversos significados encontrados, Santos
(2015) nos dá uma explicação bastante apropriada para o contexto de nossa discussão.

Os princípios, além de serem a origem, a base de sustentação da norma,


também são ideias mais genéricas – de onde podem ser extraídas concepções e
intenções para a criação de outras normas, ou onde se encontra sustentação em
caso de lacunas na sua aplicação. Princípios são os alicerces da norma, são o
seu fundamento em essência, são o refúgio em que a norma encontra
sustentação para racionalizar a sua legitimação, são a base de onde se extrai o
norte a ser seguido por um ordenamento [...]. (SANTOS, 2015, p. 1).

A DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 12) define Princípio como “[...] a base orientadora da
Doutrina, alicerçada na teoria e nas convicções éticas da FAB”. Essa base orientadora são os
fundamentos (no sentido de um referencial que se admite como “ponto de partida”) da Doutrina
Aeroespacial.

Quando se afirma que a Doutrina da FAB é um conjunto de “princípios” e normas que


orientam o preparo e o emprego da FAB, a Doutrina da FAB (como conceito) pode ser descrita

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como um conjunto de fundamentos (de referenciais) que se constituem no “ponto de partida”


para o estabelecimento das normas doutrinárias, e apoia-se em dois pilares: base teórica e
convicções éticas da Instituição (o “core de valores”, no sentido de Valores Centrais da Força).

Princípios são as premissas teóricas, alinhadas aos valores da profissão militar e da


Instituição que funcionam como base para o estabelecimento de normas doutrinárias
relacionadas ao Poder Militar Aeroespacial. Aqui poderíamos considerar essas premissas teóricas
como “princípios basilares” que fundamentam os diversos documentos normativos em relação ao
preparo e emprego dos meios aéreos. De certa forma, é uma parte da doutrina que, em tese, não
será alterada. É uma base (um ponto de partida) e que se mantém nas reedições dos documentos
doutrinários.

Um exemplo que pode ajudar na compreensão do conceito é colocá-lo ao lado das “fontes
da doutrina”. Consideremos, de forma hipotética, que fôssemos atualizar um procedimento
doutrinário (há um processo específico que orienta como isso deve ser feito). Em tese, iríamos
analisar o histórico desse procedimento que está sendo alterado, levando em consideração os
“fatores que influenciaram” a necessidade de mudança e sua “origem” (a fonte doutrinária de
nosso procedimento). Durante nossa análise será necessário verificar se a mudança que será
proposta não fere algum “princípio”, algum ponto da doutrina que “não deve ser alterado”, sob o
risco de “quebrarmos” princípios (que no nosso caso podem ser fundamentos operacionais já
estabelecidos como concretos ou princípios na esfera da ética e dos valores de nossa
profissão/Instituição). Em síntese, Princípios são fundamentos que devem ser observados e
mantidos e dos quais não se deve abrir mão.

Para fins de comparação, considere outro exemplo de seu cotidiano: certamente há alguns
procedimentos em seu ambiente de trabalho que obedecem a “regras rígidas”, e que não podem
ser violadas por razões de “quebrar princípios” que foram estabelecidos. Isso também se aplica à
Doutrina.

E então? Você observou que os conceitos estão relacionados entre si?


Conseguiu identificar a importância de se conhecer os aspectos teóricos
de nossa profissão?

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 21 / 85

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um


breve comentário.
Vamos fazer
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi
algumas
anotações! visto.

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TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR

Você pode estar se perguntando: “Tá, mas de onde surgiu isso? Baseado
em que isso tudo está sendo afirmado”? Aí é que entram as fontes da
Doutrina.

As fontes da Doutrina Militar são uma ampla gama de vetores que fomentam o processo
de desenvolvimento doutrinário. Essas fontes são teorias e estratégias vigentes, a análise das
experiências históricas, as alterações na política nacional, os impactos relacionados ao
surgimento de novas tecnologias e a influência de fatores contextuais e operacionais. Como já se
afirmou, a Doutrina é um processo dinâmico, encontrando-se em constante evolução. Sua
elaboração e atualização é composta por diversos níveis, devendo ser observado que a Doutrina
Aeroespacial encontra-se alinhada a outros documentos de nível superior.

A Doutrina Militar não se fundamenta apenas nas próprias experiências, ela se atualiza
regularmente por meio da apropriação e adequação de experiências e práticas de outras nações à
realidade brasileira.

Outra fonte permanente para estabelecimento da Doutrina Militar são as teorias


desenvolvidas por estudiosos das guerras e, no caso da Doutrina Aeroespacial, do emprego do
Poder Aéreo como Arma. Essas teorias agregam novos conceitos e, via de regra, são
experimentadas em exercícios e operações militares para validar sua sistematização.

No caso da DBFAB, os exercícios e operações militares também compõem o escopo de


atualização do conjunto doutrinário da Força, principalmente no contexto atual, em que a FAB
tem marcado presença em exercícios combinados, com a participação de Forças de nações
amigas, e em diapasão com as novas tecnologias embarcadas nas novas aeronaves incorporadas
ao acervo da FAB.

Com o avanço de tecnologias aplicadas ao ambiente militar, os jogos de guerra e as


simulações também vêm sendo incorporados ao rol de fontes doutrinárias. Cabe destacar que o
avanço tecnológico é exponencial e tem sido um forte agente de mudanças (agente portador de
futuro). No contexto da Doutrina Aeroespacial, esse avanço vai além das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC).

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Para ampliar a percepção do conceito e das fontes da Doutrina e suas influências nos
destinos da Força, as Figuras 2 e 3 demonstram os principais fatores que influenciam e que são
influenciados pela Doutrina, e isso ocorre nos diversos níveis. No caso da Doutrina Militar
Aeroespacial, isso não é diferente, daí se afirmar que a Doutrina é dinâmica e que deve ser
atualizada constantemente, valendo-se de experiências que combinam prática e teoria.

FIGURA 2: FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMULAÇÃO DA DOUTRINA

FONTE: (MD35-D-02, P. 13).

FIGURA 3: FATORES INFLUENCIADOS PELA DOUTRINA

FONTE: (MD35-D-02, P. 13).

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- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
Vamos fazer breve comentário.
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
anotações!

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer


uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do
Agora, que
estudo.
tal uma
pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua com suas palavras


todo o estudo em um ou dois parágrafos, ou se preferir,
elabore um mapa mental ou um infográfico sobre o texto.
Está na hora
de resumir!

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Exercícios para Aprendizagem do Capítulo.

Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal avaliar seu
grau de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto neste capítulo?
Não se preocupe caso não saiba responder prontamente. A proposta é que
você consulte as suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante é que você
resolva as questões a seguir.

1. O que você compreendeu sobre o tema Doutrina Militar Brasileira? Como você
explicaria esse conceito para alguém? Quais argumentos e quais partes do texto você
usaria para firmar seu parecer? Imagine que você fosse explicar o assunto para um
“novinho”, o que você lhe diria? Expresse suas ideias a seguir.

2. Como você explicaria o link que há entre a Doutrina Militar e a Doutrina Aeroespacial? E
por falar em Doutrina Aeroespacial, existe diferença entre ela e a Doutrina Militar
Aeroespacial? Qual é (ou quais são)? Utilize o espaço abaixo.

3. Se você fosse ministrar uma aula sobre os Princípios da Doutrina Militar Aeroespacial e
dispusesse de apenas cinco minutos, utilizando no máximo três slides, quais seriam os
conteúdos desses slides? Indique no espaço abaixo.

4. Construa um mapa mental que possibilite uma visão macro das fontes da Doutrina
Militar. Insira nesse seu mapa mental, os fatores que influenciam e que são influenciados
pela Doutrina. Como ficou? Discuta sobre ele no fórum da Disciplina.

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5. Leia o texto a seguir:

“O Exercício Carranca foi desenvolvido para tornar-se referência e servir de fórum de


discussões. Atuando como laboratório de novas doutrinas para atividade SAR, a manobra
inclui o treinamento exclusivo de coordenação e execução das missões componentes das
operações de busca e salvamento. Em 2015, no período de 2 a 13 de março, mais de 350
militares de todo Brasil participam da quarta edição do Exercício Carranca, na Base
Aérea de Florianópolis (BAFL)”. (Recorte de matéria publicada no Portal da FAB, menu:
Operações Militares).

Justifique a importância desse Exercício no contexto da Doutrina da FAB.

6. Dadas as sentenças relativas às características estratégicas contidas na DCA 1-1


(EMAER, 2020), que dispõe sobre a Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira (DBFAB).

I - A responsabilidade pela sua edição cabe aos ODSA.

II - Seu conteúdo encontra-se em harmonia com a Doutrina Militar de Defesa.

III - Seu conteúdo é baseado nos manuais táticos específicos que orientam o emprego da
FAB.

IV - Trata-se de um documento de nível estratégico em relação à Doutrina Militar


Aeroespacial.

Está(ão) correta(s) somente:

a) I.

b) I - IV.

c) II - III.

d. II - IV.

7. Leia o texto a seguir:

“Parte da Doutrina Militar Brasileira que aborda as normas gerais da organização, do


preparo e do emprego das Forças Armadas, quando empenhadas em atividades relacionadas com
a defesa do País”. (MD, 2015. Glossário das Forças Armadas, MD35-G-01).

A descrição fornecida se refere ao conceito de:

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a) Doutrina Militar Conjunta.

b) Doutrina Militar de Defesa.

c) Doutrina Militar de Emprego.

d) Doutrina Militar Aeroespacial.

8. Estreitando-se a compreensão da Doutrina Militar Brasileira para o contexto


aeroespacial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.

( ) A Doutrina Aeroespacial é um conceito amplo que faz menção ao Poder Aeroespacial e


todos os seus elementos constituintes.

( ) A Doutrina Básica da FAB (DBFAB) faz menção ao Poder Militar Aeroespacial,


tratando, especificamente do emprego do elemento FAB.

( ) Diferente da DBFAB, a Doutrina Aeroespacial ordena seus níveis decisórios em


estratégico, tático e operacional.

( ) A doutrina em nível estratégico é atribuição do Estado-Maior da Aeronáutica


(EMAER).

A sequência correta é:

a) F – F – V – V.

b) V – V – F – F.

c) V – V – F – V.

d) F – V – F – F.

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CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL

TÓPICO 2.1 - A GUERRA AÉREA (CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA)

Este tópico tem o capítulo 3.1, do Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você gosta de história? Se sua resposta for “sim”: você se deu bem…
Caso contrário, terá que se abrir para uma varredura pela história da
aviação, tudo bem? Conto com seu esforço.

Historicamente, foi um padre brasileiro, Bartolomeu de Gusmão, quem pela primeira vez
ascendeu um aeróstato utilizando ar quente, em 1709, como princípio de sustentação. Esse
personagem abriu o caminho para o emprego militar no ambiente aeroespacial, cujo episódio
inicial teria ocorrido em 1792, na Guerra Revolucionária francesa. Daí em diante, mormente com
o propósito de observação e, posteriormente, regulando o tiro da artilharia de campanha.

A partir de 1849, os balões seriam utilizados em uma nova função. Tropas austríacas
empregaram aeróstatos para transportar granadas que seriam lançadas quando esses dispositivos
sobrevoassem a cidade de Veneza, em uma primeira tentativa de explorar aquelas características
que distinguiriam a guerra aérea. Entretanto, esses primeiros aeróstatos não possuíam
dirigibilidade, ficando à mercê dos ventos, o que muitas vezes limitava seu emprego. Somente
com o advento da capacidade de direcionar o movimento, transformando balões em dirigíveis,
surgiu a possibilidade de emprego que viria a contextualizar de forma mais contundente a guerra
aérea. Novamente um brasileiro, Alberto Santos-Dumont, se distinguiria nessa empreitada.
Quando em 1901 e 1906 conquistou, respectivamente, a dirigibilidade nos balões e ascendeu de
forma controlada e autônoma em uma aeronave mais pesada que o ar.

O episódio que marcou a introdução na guerra do conceito de aeronave desenvolvido por


Santos-Dumont foi a Guerra Ítalo-turca, na Líbia, em 1911. Experiências semelhantes àquelas
registradas pelos pilotos italianos nesse conflito foram conduzidas na Guerra dos Bálcãs, de 1912
a 1913. Entretanto, pode-se considerar a 1ª Guerra Mundial como aquela que testemunhou uma
guerra aérea de intensidade relevante. Nela, pôde-se observar praticamente todas as funções que
hoje desempenham as aeronaves. Aperfeiçoaram-se as técnicas de observação a partir do ar,

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surgidas com os balões e as aeronaves empregaram equipamento de fotografia para identificar


concentrações de tropas, alvos, redutos de defesa e linhas de comunicação do oponente. Por fim,
surgiram os primeiros combates aéreos, quando as aeronaves opostas se encontravam no ar.

Há que se destacar que, em 1915, o Brasil fazia sua primeira tentativa de usar um avião
como instrumento de poder aéreo em operações militares, durante um movimento sedicioso em
um dos estados da Federação. O tenente Ricardo Kirk armou três aeronaves Morane-Saulnier
com bombas para combater os separatistas. Da mesma forma, durante a 1ª Guerra Mundial, o
Exército e a Marinha do Brasil se preocuparam com a emergência da guerra aérea.

Em 1917, o Exército enviou dois tenentes à Aéronautique Militaire para aprender como
iniciar sua aviação no Brasil. A Marinha, por outro lado, designou alguns pilotos para treinar
com o Royal Naval Air Service, que posteriormente realizariam missões de patrulha marítima em
Plymouth.

Ainda na Guerra de 1914, foi ressaltado um fator que estaria presente em toda a história
da guerra aérea: a tecnologia. Equipamentos com características de voo superiores, tais como
velocidade, razão de subida, manobrabilidade (capacidade de fazer curvas rápidas) e armamento
sucederam-se nas linhas de produção, reforçando as Forças Aéreas. A tecnologia, associada a
uma empírica doutrina aérea, permitiu o desenvolvimento de novos tipos de aeronaves, que
executariam missões diferenciadas: o bombardeio aéreo, o transporte logístico, a evacuação de
enfermos e a interceptação aérea.

No período entre as guerras mundiais houve uma desmobilização das Forças Aéreas
formadas para a 1ª Guerra Mundial. Alguns países, como a Grã-Bretanha, descobriram novas
funções para as suas aeronaves, empregando-as nos conflitos coloniais em ações contra rebeldes
locais que se insurgiam contra o domínio imperial. Surgia o controle aéreo, uma forma mais
econômica de substituir as tropas de superfície na tarefa de manter as possessões ultramarinas.
Por sua vez, a Guerra Civil espanhola foi um laboratório para novos equipamentos aéreos e
novas táticas de emprego, quando as Forças Aéreas desenvolveram novas aeronaves e testaram
sua eficácia. O transporte aéreo assumiu uma nova dimensão com a operação da Força Aérea
Alemã (Luftwaffe) no transporte de soldados através do Mediterrâneo, destacando efeitos
marcantes nas batalhas terrestres desse conflito. Nessa mesma Guerra, desenvolveram-se
técnicas e táticas de apoio aéreo aproximado, permitindo uma ampliação da cooperação entre a
Força Aérea e a Força Terrestre, por meio de planejamento conjunto e aperfeiçoamento das
comunicações.

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Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, a guerra aérea adquiriu uma significativa


maturidade pois, a partir de então, não era mais possível se pensar em guerra sem a participação
das aeronaves. Na Europa, a aviação alemã resgatou a mobilidade perdida no conflito anterior,
por meio das invasões na Polônia, França e União Soviética, quando surgiu um novo conceito de
emprego, a guerra-relâmpago (ou Blietzkrieg). Posteriormente, em resposta, a campanha de
bombardeio estratégico conduzida pela Grã-Bretanha e pelos EUA contra a Alemanha significou
um desgaste considerável na Luftwaffe e na economia alemã. Depois da Normandia, a
sincronização das ações aéreas com o avanço terrestre foi fundamental na derrota alemã, não
somente do lado ocidental, mas também quando se observa a campanha soviética de reconquista
dos territórios invadidos. No Atlântico, a campanha antissubmarino e de patrulhamento marítimo
permitiu que os comboios navais entregassem os suprimentos e as tropas necessárias para a
continuidade da guerra. No Pacífico, as batalhas navais mudaram sua configuração, pois os
navios não mais combatiam entre si como no passado. A aeronave embarcada e aquelas que
operavam no litoral passaram a ter um papel relevante naquilo que se denominou batalha
aeronaval. Ainda nesse cenário, o bombardeio à longa distância infligiu danos severos ao Japão,
obrigando-o a capitular. As operações aéreas na Europa e Atlântico, assim como aquelas
desenvolvidas no Pacífico, contribuíram sobremaneira para a vitória dos Aliados.

A participação do Brasil na guerra aérea desse conflito iniciou-se com a criação da FAB,
em 1941. Esta não foi uma tarefa fácil, devido às diferenças de experiência, doutrina,
equipamento, propósito, treinamento e logística, que caracterizaram a consolidação das aviações
do Exército e da Marinha em uma força aérea independente. Em 1942, o Brasil decidiu se juntar
ao esforço de guerra ao lado dos Aliados e, em menos de dois anos, a recém-criada FAB fora
obrigada a lidar com a ameaça ao transporte marítimo no Atlântico Sul e enviar contingentes
para a frente italiana. O batismo de fogo da FAB ocorreu em três contextos bem diferentes: na
participação do 1º Grupo de Aviação de Caça, o Senta a Púa; na atuação da 1ª Esquadrilha de
Ligação e Observação, Olho Neles; e na caça aos submarinos italianos e alemães ao longo do
litoral brasileiro conduzida pelas aeronaves de patrulha marítima.

A partir da 2ª Guerra Mundial a guerra aérea tornou-se uma realidade em todos os


conflitos. As aeronaves assumiriam um papel de independência nos combates, mas também
seriam integradas às operações de superfície, seja cooperando com o exército ou tripulando as
embarcações nos navios-aeródromo.

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Encerrado o grande conflito em 1945, consolidam-se duas potências militares que iniciam
uma luta pelo predomínio político e pela influência nas diversas regiões do globo. A Guerra Fria
foi um período em que as Forças Aéreas direcionavam sua preocupação para a capacidade de
bombardeio nuclear, ora utilizando a aeronave, ora por meio do uso dos mísseis
intercontinentais. Esse tipo de arma desencadeou a corrida pelo espaço.

Apesar de a Guerra Fria não ter escalado para o confronto direto entre os EUA e a URSS,
alguns conflitos regionais colocaram em choque as ambições capitalistas e comunistas em
guerras como as da Coréia (1950-1953) e do Vietnã (1965 a 1972). O conflito no Vietnã foi
emblemático no contexto da guerra aérea pois, além de diversas inovações no campo
tecnológico, como as bombas de precisão, os equipamentos de interferência eletrônica, a
consolidação das aeronaves a reação, o emprego de helicópteros em combate, dos mísseis ar-ar e
superfície-ar, uma realidade viria a ter impacto significativo na doutrina: o dilema entre a guerra
aérea convencional e a guerra contra uma insurgência.

No Oriente Médio, a criação do estado de Israel desencadeou uma série de conflitos entre
os judeus e os árabes, sendo o mais marcante deles a Guerra dos Seis Dias na qual, em 1967,
testemunhou-se uma das ações mais espetaculares do poder aéreo. A Operação Moked, na qual a
Força Aérea Israelense atacou bases aéreas e aeródromos egípcios, praticamente destruindo a
Força Aérea Egípcia no solo. Nessa operação, foram fundamentais o trabalho de inteligência, o
treinamento e a doutrina de que se valeram os israelenses para obter uma vitória decisiva.

O ano de 1982 trouxe a guerra aérea para o continente sul-americano, quando argentinos
e britânicos lutaram na Guerra das Falklands/Malvinas (1982), considerada, do ponto de vista da
guerra aérea, uma guerra aeronaval. A guerra demonstrou a importância da projeção de poder, as
limitações do emprego naval sem a devida proteção aérea e a diferença tecnológica em termos de
equipamento e de processo de planejamento e condução de operações militares.

Nos anos de 1990, foi a Guerra do Golfo (1991) o evento mais marcante, que pode ser
reconhecida como o apogeu da guerra aérea. Tanto na Operação Desert Shield quanto na Desert
Storm, a aviação da Coalizão desempenhou um papel fundamental para o seu sucesso. Nesse
conflito inúmeros fatores mereceram destaque, como o esforço logístico de transporte aéreo de
tropas e suprimentos para a campanha militar. Pela primeira vez, os EUA requisitaram aviões
comerciais para o transporte de tropas para o teatro de operações. Nessa Guerra, a
responsabilidade pelo planejamento e condução das operações aéreas foi centralizado em um
comandante único, o que representou uma grande conquista no conceito de operação conjunta e

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combinada, fator não observado no Vietnã. Nos primeiros dias da campanha, o foco foi a
desestruturação da capacidade de comando e controle iraquiana, inclusive com a tentativa de
decapitação da sua liderança. A fase de superioridade aérea eliminou a Força Aérea Iraquiana,
destruída em solo. Obtido o domínio do ar, o esforço voltou-se para a destruição das forças
blindadas, artilharia de campanha e concentrações da Guarda Republicana Iraquiana. Concluída
essa fase, a guerra terrestre desenvolveu-se em curto espaço de tempo, no qual foram alcançados
os objetivos políticos da Coalizão, cuja superioridade tecnológica, doutrina e treinamento foram
decisivos nos combates. Outro fator importante foi a presença das capacidades espaciais como
fator multiplicador da força. Alguns teóricos chegaram a afirmar que essa teria sido a primeira
guerra espacial da história, pois o domínio espacial se justapunha ao domínio aéreo e, a partir
daquele momento, fazia sentido a definição de ambiente aeroespacial.

Na esteira do sucesso de 1991, a guerra aeroespacial seria observada entre 1992 e 1995,
na Bósnia (Operação Deliberate Force), em Kosovo, entre 1998-1999 (Operação Allied Force),
no Afeganistão, a partir de 2001 (Operação Enduring Freedom) e no Iraque em 2003 (Operação
Iraq Freedom). Nesses conflitos, pode-se observar, em maior ou menor intensidade, a negação
do uso do espaço aéreo, o ataque em larga escala aos alvos terrestres, bombardeio às estruturas
de importância estratégica, guerra contra insurgentes, utilização de forças especiais e guias
aéreos avançados, aeronaves não tripuladas, apoio de fogo às forças de superfície e a imensa
superioridade tecnológica americana, em especial aquela decorrente do uso de sistemas de
navegação e comunicação a partir do espaço exterior.

No presente momento, apesar do foco que se tem dado aos conflitos ditos de baixa
intensidade decorrente das experiências recentes, cuja natureza de emprego é caracterizada pelo
combate na forma de guerrilha, contra insurgência ou contra o terrorismo, observa-se, em face
das características geopolíticas, um retorno à discussão da guerra convencional, em especial no
contexto das grandes operações militares entre pares. A ascensão de novas potências globais, que
venham a contestar a predominância unipolar dos EUA, ressuscita no debate da guerra aérea o
caráter primordial na luta pelo controle do ar. Nesse ponto, surge a necessidade de se repensar a
discussão teórica sobre Poder Aéreo, fruto dessa evolução da história da guerra e da guerra aérea.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 33 / 85

Interessante conhecer (ou relembrar) tudo isso, não é mesmo? Após essa
viagem no tempo e seleção de tantos fatos importantes para a evolução da
Força Aérea e a proteção do território nacional, passamos a compreender
e a significar nosso trabalho diário, dando continuidade e
aperfeiçoamento ao trabalho iniciado por essas figuras históricas, as
quais são lembradas por suas condutas inovadoras nos conflitos. Na
posição de integrantes da Força Aérea Brasileira, precisamos saber
recontar essa história.

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TÓPICO 2.2 - TEORIAS DO PODER AÉREO E DO PODER AEROESPACIAL

Este tópico tem o capítulo 3.2 e 3.3, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020)
como base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Cassiano(a), é assim que lhe chamam em sua Unidade não é? Vamos


prosseguir. Apesar de toda discussão histórica do progresso da Força
Aérea Brasileira que realizamos no texto anterior, você sabia que o papel
da FAB na Defesa Nacional não se restringe ao espaço aéreo destinado ao
voo? “Arregalou os olhos”?

A guerra aeroespacial é travada em uma dimensão possuidora de características próprias,


que seriam distintivas das operações na superfície. Contudo, o reconhecimento dessa realidade
não foi obtido apenas de forma empírica. Para dar consistência a esse novo domínio da guerra,
foram necessárias formulações teóricas que sustentassem o conceito de emprego de aeronaves
em combate, surgindo a Teoria do Poder Aéreo.

A teoria, irmanada com a observação da experiência histórica, forma a essência de uma


doutrina. A experiência é adquirida por meio da prática (a guerra em si), das simulações
(treinamentos, jogos de guerra, estudos históricos) ou pela troca de conhecimentos (parcerias
internacionais ou observação da experiência alheia). No que tange à teoria, trata-se de um
produto de pessoas (e às vezes escolas, centros de desenvolvimento, think tanks) que antecipam
proposições, normalmente à luz de pesquisas e hipóteses, transformando-as em base sistemática
de análise em determinado campo do conhecimento.

Em verdade, a Teoria do Poder Aéreo, face à crescente presença e importância da arma


aérea no campo de batalha, tem progressivamente ampliado seu escopo. A inclusão da dimensão
do espaço exterior e do ciberespaço, conjugados à dimensão aérea, transforma-a em Teoria do
Poder Aeroespacial.

Sobre o tema, teorias subsidiárias identificam esse domínio de forma separada do


contexto aéreo, em função de características físicas distintas, apesar de sua contiguidade
(diferença entre aerodinâmica e astrodinâmica). Em verdade, as atuais aeronaves não têm
condições de operar no espaço exterior, assim como os satélites ou outros dispositivos similares

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 35 / 85

apenas transitam pelos ares até atingirem seu ambiente de operação, comumente acima dos 100
km da superfície terrestre. Apesar dessas limitações tecnológicas, hoje não há mais como se
conceber uma Teoria de Poder Aeroespacial que não contemple o uso das potencialidades
(telecomunicações, imagens, posicionamento geográfico, digitalização etc.) advindas do espaço
exterior. Assim, faz sentido o entendimento contemporâneo de que a guerra no ar e no espaço
não mais se restringe aos enfrentamentos entre aeronaves.

O Poder Aeroespacial consiste na projeção da parcela do Poder Nacional que resulta da


integração dos recursos de que a Nação dispõe para a utilização do espaço aéreo e do espaço
exterior, quer como instrumento de ação política e militar quer como fator de desenvolvimento
econômico e social, visando conquistar e manter os objetivos nacionais.

NOTA: Os Elementos que compõem o Poder Aeroespacial Brasileiro serão detalhados


em tópico específico.

Vídeo2 – FAB TV – Modernização da Indústria


Aeroespacial Brasileira. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Qn8bFIQlnKU>.
Veja isso!

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
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um breve comentário.
Vamos fazer - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
algumas anotações! foi visto.

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36 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

TÓPICO 2.3 - PRINCÍPIOS DE GUERRA SOB A ÓTICA DO PODER AEROESPACIAL


Este tópico tem o capítulo 3.5, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Vamos conhecer sob quais Princípios de Guerra o Poder Aeroespacial
atua?

Vídeo3 – FABTV - FAB na História - Década de 40. Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?v=Mmuz5pYk4LE>.

Vídeo4 – FAB TV - FAB na História - déc 50 e 60. Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?v=AwQL5Bqikco>.

Vídeo5 – FAB na História - Décadas de 70 e 80. Disponível


Veja isso! em: <https://www.youtube.com/watch?v=DTAg1Eos0ts>.

Vídeo6 – FAB na História - Décadas de 90 e 2000. Disponível


em: <https://www.youtube.com/watch?v=2IPmNMa6mqA>.

Elementarmente, os princípios de guerra foram desenvolvidos a partir de observações e


análises de batalhas terrestres e, em alguns casos, para a batalha naval. Portanto, esses princípios
devem ser adaptados à luz da guerra aérea e aeroespacial.

Os princípios de guerra foram deduzidos ou analisados por estudiosos do fenômeno da


guerra aérea e revelados a partir da experiência obtida na história dos conflitos, em cujos
contextos houve significativa participação de meios aéreos. Os princípios, quando aplicados aos
problemas militares, requerem flexibilidade intelectual e criatividade na sua utilização, não
devendo ser encarados como leis absolutas (rígidas e inflexíveis) de conduta. Eles orientam o
planejamento e a conduta das operações de combate ou de qualquer outra natureza, sendo
consolidados na forma de palavras, expressões ou ideias que traduzem condutas sugeridas, cujo
contexto e tantas outras variáveis determinarão a maior ou menor ênfase, sua presença ou
ausência, a observância ou não.

Os princípios de guerra estão conceituados na Doutrina Militar de Defesa. Em face das


recentes evoluções no fenômeno da guerra e pela demanda de interpretações próprias, no âmbito
da FAB, os seguintes princípios de guerra serão apresentados sob a ótica da guerra aeroespacial:
Economia de Forças ou de Meios, Exploração, Manobra, Massa, Moral, Objetivo, Ofensiva,

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Prontidão, Segurança, Simplicidade, Surpresa, Unidade de Comando. Apesar de se referirem a


eventos da guerra aeroespacial, o cumprimento de ações em todo o espectro da guerra (paz, crise
ou conflito armado), seja em exercícios, operações ou ações independentes, demanda a
observância de princípios de guerra.

ECONOMIA DE FORÇAS OU DE MEIOS

Os Meios Aeroespaciais e de Força Aérea possuem alto valor agregado, crescente


complexidade científico-tecnológica e demandam intensa capacitação para a operação das
plataformas e sistemas d’armas. Em face dessas condicionantes, a quantidade de meios
disponíveis para emprego (tanto recursos materiais quanto humanos) exige que seu emprego seja
realizado de forma judiciosa, voltado para a obtenção de efeitos mormente de caráter estratégico,
aproveitando a oportunidade de se atingir o centro de gravidade. Dessa forma, o esforço
prioritário da campanha deve preceder sobre a dispersão de meios que objetivem esforços
secundários.

EXPLORAÇÃO

Aquele que planeja e conduz uma campanha aeroespacial, de qualquer natureza, deve
estar consciente e ser perspicaz do potencial que um sucesso inicial pode trazer para a
continuidade das ações. Haja vista a possibilidade de rapidamente mobilizar seus recursos e
explorar a terceira dimensão sobre o teatro de operações, o Poder Aeroespacial pode
proporcionar a todas as forças em combate aproveitamento de êxito inicial. Esse princípio está
diretamente ligado à consciência situacional do comandante e à sua capacidade de comando
centralizado.

MANOBRA

No âmbito da guerra aeroespacial a manobra está associada a duas perspectivas. A


primeira delas compartilha a ideia de movimento, cujo espaço físico é a variável predominante.
Para tanto, observa-se a capacidade intrínseca aos Meios Aeroespaciais de Força Aérea em se
deslocar e se posicionar no espaço de batalha. Essa capacidade contribui sobremaneira com
aspectos relacionados à liberdade de movimento, desdobramento e gera opções de configuração
da posição das forças na campanha militar. A segunda perspectiva do princípio da manobra está
associada à variável tempo. Explorando a velocidade, principalmente, busca-se colocar o inimigo
em desvantagem quanto à sua capacidade de decisão, interferindo efetivamente em sua
habilidade de comandar e controlar.

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MASSA

Esse princípio, em decorrência da evolução tecnológica aeroespacial que ampliou


sobremaneira a precisão no emprego de armamento, tem sofrido uma variação conceitual. A
guerra aeroespacial tem demonstrado que a quantidade de meios, outrora um fator essencial nas
operações aéreas, cede espaço à ideia de massa na obtenção de efeitos.

Obviamente que é desejável ser superior ao inimigo em termos de quantidade, porém o


conceito de massa, atualmente, não significa essencialmente maior número, tampouco maior
concentração de meios em pontos decisivos. O princípio da massa, no âmbito da guerra
aeroespacial moderna, está diretamente relacionado aos efeitos resultantes das Ações de Força
Aérea.

MORAL

O estado de ânimo ou a atitude mental das tripulações de combate é um fator decisivo


para o sucesso da campanha aeroespacial. A história demonstra que forças aéreas motivadas e
imbuídas do espírito de corpo podem obter sucessos significativos contra inimigos cujas
aeronaves sejam de maior valor quantitativo e, mesmo, qualitativo. A manutenção do moral na
guerra é alcançada por uma boa liderança, senso de disciplina consciente, preocupação com o
bem-estar da tropa e uma clareza nos propósitos da missão. Importante também destacar o efeito
positivo que as aeronaves obtêm sob o moral das forças amigas que se sentem protegidas e
negativo, sobre as forças inimigas que se veem fustigadas pelas ações aéreas.

OBJETIVO

Princípio mestre na guerra aeroespacial, o estabelecimento de objetivos de guerra provê


foco para a atuação do Poder Aeroespacial. Preservadas as características de clareza e coerência,
sempre com o foco prioritário de atuação de forma estratégica, a ideia-chave é a de perseverança
no objetivo. Muitos são os exemplos históricos nos quais mudanças precipitadas no objetivo
levaram ao fracasso. A questão que se impõe, portanto, é o julgamento criterioso, levando-se em
conta todas as variáveis, da pertinência da manutenção do objetivo ou da necessidade de alterá-
lo.

OFENSIVA

Os principais teóricos do Poder Aeroespacial consideram que esse é um princípio de


especial atenção, igualando-o em importância ao princípio do objetivo. A ofensiva deve estar na

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 39 / 85

gênese de toda campanha aeroespacial. Por meio da obtenção da iniciativa das ações, a ofensiva
obriga o oponente a reagir, ao invés de agir. Assim, obtém-se uma vantagem valiosa sobre o ciclo
de decisão do adversário, impondo-se o ritmo desejado.

PRONTIDÃO

Outro princípio de elevada importância para o Poder Aeroespacial, a prontidão significa


estar em condições de colocar em prática todas as capacidades demandadas em uma guerra
aeroespacial. Dessa forma, demandam ações desde o tempo de paz, que exigem planejamento e
treinamento, de forma que não haja solução de continuidade nos momentos de conflito. Na
campanha aeroespacial em si, a prontidão se revela na forma de atendimento premente às
demandas dos níveis operacional e estratégico, essencialmente voltadas ao cumprimento de
objetivos das fases da campanha conjunta.

SEGURANÇA

Consiste na preservação da capacidade de combate do Poder Aeroespacial. Envolve


medidas que reduzam vulnerabilidades, assegurem a disponibilidade dos Meios Aeroespaciais,
mantenham a habilidade em exercer as funções de comando e controle e, em última instância,
conservem o potencial de infligir efeitos estratégicos e nos centros de gravidade do adversário.

SIMPLICIDADE

No âmbito da guerra aeroespacial, a simplicidade observa-se na forma como se planejam


as Ações de Força Aérea, na conjugação dos meios em determinado cenário tático, na elaboração
de um plano de campanha aeroespacial e nas decisões tomadas ao longo da condução dessa
campanha. A simplicidade está associada à plena compreensão dos objetivos, à comunalidade de
conceitos, à facilidade de coordenação das ações e à eficiência na obtenção de resultados.

SURPRESA

Esse princípio se revela por meio de ações que obtenham efeitos decisivos sobre o
adversário, de forma inesperada, levando-o a uma paralisia, momentânea ou mais duradoura.
Essa paralisia está associada inegavelmente à capacidade de reagir, por conseguinte, afeta o ciclo
de decisão do oponente. A paralisia será estratégica quando a ação que explore a surpresa leve o
inimigo a tornar-se incapaz, física ou mentalmente, de responder com alguma efetividade ao
estímulo recebido. Na guerra aeroespacial, a exploração das características de velocidade,
alcance e penetração dos Meios Aeroespaciais é fundamental para a obtenção da surpresa.

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UNIDADE DE COMANDO

A unidade de comando, que decorre da premissa do controle centralizado e da execução


descentralizada, tem se demonstrado essencial no contexto de campanhas aeroespaciais. As
demandas de coordenação no uso do espaço aéreo, na sinergia para alcance dos objetivos da
campanha militar, no aproveitamento da capacidade estratégica do Poder Aeroespacial, exigem
que a autoridade aeroespacial no teatro de operações seja atribuída a um único comandante com
experiência nessa atividade. Tal fato é essencial não somente para que a cooperação entre as
forças singulares alcance um grau ótimo de eficiência, mas também para que se evite o
fratricídio.

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
Vamos fazer breve comentário.
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
anotações!

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de


fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

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TÓPICO 2.4 - CARACTERÍSTICAS DO PODER AEROESPACIAL

Este tópico tem o capítulo 3.6, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você “curte” filmes de guerra? Mesmo que não aprecie, imagino que você
já tenha assistido a pelo menos um deles. Você notou o quanto o poder
aéreo é decisivo para o resultado da guerra?

Decorridos vários anos de emprego de aeronaves em conflitos armados e em situações de


não guerra, é possível agrupar-se propriedades que dão ao Poder Aeroespacial identidade própria.
Características do Poder Aeroespacial podem ser fatores de potencialização da força ou atuarem
como limitadoras de seu emprego.

ALCANCE

Está relacionado ao potencial das aeronaves e das plataformas espaciais para atingir
objetivos a grandes distâncias, em função de propriedades como, por exemplo, autonomia,
capacidade de reabastecimento em voo, cargas externas, tipo de órbita no caso de satélites, entre
outras.

FLEXIBILIDADE OU VERSATILIDADE

Apesar de não serem sinônimos, flexibilidade e versatilidade, no âmbito do Poder


Aeroespacial, expressam características concorrentes. Em ambas estão implícitas as ideias-
síntese de maleabilidade, rapidez e facilidade nos movimentos, mutabilidade e mudança. Os
Meios Aeroespaciais podem assumir funções distintas de forma rápida, cujos impactos podem
variar desde o nível tático até o nível político. Um mesmo meio pode variar de destino ou alvo
em voo, pode gerar efeitos cinéticos ou não e cumprir distintas Ações de Força Aérea.

MOBILIDADE

Resulta da habilidade do pessoal, das aeronaves, dos armamentos, dos equipamentos e


dos sistemas de Força Aérea para, de imediato, desdobrarem-se de um aeródromo para outro,
operando com igual ou maior efetividade.

PENETRAÇÃO

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Característica que provém da capacidade que as aeronaves e as plataformas espaciais


possuem para adentrar o território do oponente, a despeito das defesas inimigas ou dos
obstáculos naturais.

PERSPECTIVA

Consiste na atuação a partir da terceira dimensão do espaço de batalha, o que fornece


ampla perspectiva e consciência situacional. O advento dos veículos orbitais dilatou essas
características superando em muito a limitação da impermanência das aeronaves.

PRECISÃO

Consiste no emprego de armamento aéreo com alto grau de precisão. Pequenas


concentrações de Poder Aeroespacial, com armas de precisão, no local exato e no tempo certo,
podem produzir efeitos muito superiores à quantidade dos meios envolvidos. Essa característica
minimiza danos colaterais, reduz custos e esforço logístico.

PRONTA-RESPOSTA

É a consequência da habilidade do Poder Aeroespacial para reagir, imediatamente, a uma


demanda, empregando meios na dimensão adequada, no local preciso e no momento oportuno.

TECNOLOGIA

Conjunto de conhecimentos aplicados na atividade aeroespacial, oriundo das pesquisas


científicas, geralmente derivando em produtos, sistemas ou aperfeiçoamentos que inovam no
emprego das aeronaves e seus sistemas d’armas. O Poder Aeroespacial é essencialmente uma
arma de cunho tecnológico. Naturalmente, essa característica pode também redundar em ponto
fraco, quando a sensibilidade e o domínio das evoluções científico-tecnológicas não forem
acompanhados pela Instituição e obtidas sua autonomia.

VELOCIDADE

Decorre do potencial das aeronaves para percorrer, rapidamente, grandes distâncias. A


velocidade pode ser utilizada na obtenção da surpresa e permite reduzir o tempo de exposição
dos Meios Aeroespaciais à ação do inimigo, aumentando sua capacidade de sobrevivência.

CUSTOS

Naturalmente, resultam do alto valor investido na aquisição, na operação e na


manutenção de aeronaves, plataformas espaciais, armamentos, instalações, equipamentos e

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 43 / 85

sistemas, bem como do tempo e dos esforços despendidos na formação de recursos humanos
especializados.

DEPENDÊNCIA DE TECNOLOGIA

Resulta do fato de o emprego efetivo do Poder Aeroespacial ser muito sensível às


evoluções científico-tecnológicas, porque no mundo moderno faz-se necessário o domínio de
tecnologias para se operar aeronaves de última geração e seus sistemas d’armas, engenhos
espaciais, e comunicações/monitoramento por satélite.

DEPENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA

Tem origem na necessidade de instalações e de equipamentos especializados para o


desenvolvimento, o preparo, o lançamento, a sustentação e o acolhimento de aeronaves, sistemas
d’armas e de plataformas espaciais. Tal fato restringe a operação desses artefatos a aeródromos e
locais apropriados, mesmo que por tempo reduzido.

FRAGILIDADE

É consequência das particularidades intrínsecas às aeronaves, às plataformas espaciais,


aos equipamentos e aos sistemas, normalmente dotados de componentes relativamente frágeis e
fáceis de destruir. Danos em suas estruturas podem ter resultados catastróficos para as operações.

NECESSIDADE DE COMANDO E CONTROLE

O emprego eficaz do Poder Aeroespacial demanda capacidade de comandar, controlar e


dirigir as aeronaves no campo de batalha. Estruturas militares de comando e controle, com sua
inteligência e comunicações adjudicadas existem, precisamente, para detectar e superar pequenos
e grandes atritos por meio de intervenções oportunas, assim como explorar oportunidades
momentâneas no combate e lidar com os perigos decorrentes. A infraestrutura moderna de
comando e controle opera em grande parte no Domínio Cibernético, sendo necessárias ações de
Defesa Cibernética para a manutenção da confidencialidade, integridade e disponibilidade das
informações.

NECESSIDADE DE INTELIGÊNCIA E DE CONTRA-INTELIGÊNCIA

O emprego eficaz do poder aeroespacial demanda conhecimento profundo do inimigo,


principalmente quando se empregam armas de precisão, que demandam acuradas informações
que permitam se atingir os efeitos desejados sem o dano colateral. Na perspectiva contrária, o
acesso do inimigo às informações de capacidade, disponibilidade e do planejamento de emprego

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dos Meios Aeroespaciais e de Força Aérea anula todos os pontos fortes do Poder Aeroespacial. É
característica de grande importância para o Poder Aeroespacial, constituindo-se em tarefa que se
inicia desde o tempo de paz, responsável por dimensionar os aspectos quantitativos e qualitativos
do poder adversário e por salvaguardar as informações que possibilitem o emprego do Poder
Aeroespacial, com efetividade, dos princípios de guerra de surpresa, ofensiva, segurança e
economia de meios.

PERMANÊNCIA

Essa característica está relacionada à incapacidade de as aeronaves voarem


indefinidamente, pois necessitam reabastecer, rearmar ou trocar tripulações, o que resulta em
restrições no cumprimento de atividades continuadas, portanto demandando rodízio de vetores
ou repetição de surtidas para obter os efeitos desejados.

RESTRIÇÃO DE CARGA ÚTIL

Deriva da limitação que as aeronaves e as plataformas espaciais possuem para carregar


pessoal, armamento, material e sensores, o que pode exigir o uso de múltiplos vetores e repetidas
surtidas para a consecução de um objetivo.

SENSIBILIDADE ÀS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

Esse aspecto relaciona-se à influência das condições atmosféricas ou da falta de luz solar
sobre as capacidades, das aeronaves e das plataformas espaciais, cumprirem determinadas
missões. Sistemas e sensores que permitem operar em condições ambientais adversas e
tripulações devidamente treinadas diminuem a incerteza dos efeitos das condições
meteorológicas na realização das operações aéreas e espaciais, mas não a eliminam.

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve
Vamos fazer comentário.
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
anotações!

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TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO


Este tópico tem o capítulo 4.1 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).

Você conhece o significado de “franzir o cenho”? Prefere consultar no


Google ou que eu lhe responda já? Vou lhe adiantar: é quando uma pessoa
uni as sobrancelhas, franzindo a testa, aparentando um semblante fechado.
Já observou que esse gesto é bastante usado para dissuadir? Certamente
você já utilizou esse gesto em algum momento.

Na esfera internacional, o Brasil atua em conformidade com os princípios listados no Art.


4º da Constituição Federal, dentre eles a “defesa da paz” e a “solução pacífica dos conflitos”. A
política externa brasileira considera o diálogo e a cooperação internacionais como instrumentos
essenciais para a superação de obstáculos e para a aproximação e o fortalecimento da confiança
entre os Estados.

Em alinhamento com esses princípios, todos os documentos de alto nível editados pelo
MD, em todas as suas edições e versões, quer seja no desenho da Concepção Política de Defesa,
quer seja no estabelecimento de diretrizes, abordam o tema “Capacidade de Dissuasão das
Forças Armadas”. No Glossário das FA (MD, 2015) consta que dissuasão é a “Atitude estratégica
que, por intermédio de meios de qualquer natureza, inclusive militares, tem por finalidade
desaconselhar ou desviar adversários, reais ou potenciais, de possíveis ou presumíveis propósitos
bélicos.”

Segundo André Beaufre (estrategista militar francês), “A dissuasão tende a impedir que
uma potência adversa tome a decisão de empregar suas armas ou, mais genericamente, que atue
ou reaja frente a uma situação dada, mediante a existência de um conjunto de dispositivos que
constituam uma ameaça suficiente. Portanto, o que se busca com esta ameaça é um resultado
psicológico”. (Itálico no corpo do texto conforme consta na DCA 11-45, EMAER, 2018, p. 25).

No emprego militar da palavra, a dissuasão não reprime fisicamente um inimigo, mas cria
um bloqueio psicológico. A dissuasão baseia-se na criação de um efeito psicológico que funciona
em dois tempos:

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✔ ao obrigá-lo a fazer um cálculo das reais possibilidades de vencer, que surge na


comparação de suas capacidades com as do seu adversário; e

✔ no temor aos riscos de um possível conflito, que emerge de uma combinação do cálculo
anterior com outros elementos intangíveis, tais como o prestígio militar do seu adversário
e sua determinação de afrontar a ameaça.

Somam-se a isso os custos de uma guerra prolongada e a instabilidade criada na


Comunidade Internacional durante e após o conflito.

Pode-se dizer também que o êxito da dissuasão depende de três fatores: um técnico,
um político e um psicológico. O fator técnico varia com o avanço tecnológico dos armamentos;
o fator político baseia-se na análise das consequências da ação ou inação; e o fator psicológico
significa que quem dissuade convence o potencial agressor de que sua ameaça é real.

A Capacidade de Dissuasão, por sua vez, configura-se como aspecto essencial para a
Segurança Nacional, na medida em que tem como propósito desestimular possíveis agressões.
Sustenta-se nas condições que a Nação possui de congregar e aplicar suas Capacidades de
Proteção e de Pronta-resposta no caso de eventuais ações hostis contra a soberania e os legítimos
interesses nacionais. A Capacidade de Dissuasão, portanto, é uma ferramenta da diplomacia.

A Capacidade de Proteção exprime a essência da Defesa Nacional: garantir a soberania, o


patrimônio nacional, a integridade territorial e a incolumidade da população brasileira. Ela
contempla os sistemas de vigilância nas áreas de interesse e de controle sobre o território
nacional, as Águas Jurisdicionais Brasileiras, o espaço aéreo sobrejacente e o espaço exterior,
além do espaço cibernético e outras áreas relevantes.

Por sua vez, a Capacidade de Pronta-resposta visa prevenir o agravamento de uma


situação de crise ou a encerrar, de forma célere, uma contenda já deflagrada, evitando o
engajamento do país em um conflito armado prolongado. Quanto maior for o reconhecimento
internacional da capacidade de Pronta-resposta de um país, mais expressiva será a dissuasão
gerada. Dessa forma, a contribuição da FAB para a consolidação da Capacidade de Dissuasão
das FA concentra-se no fortalecimento de suas Capacidades de Proteção e de Pronta-resposta.

“Pegou” a ideia de dissuadir? Muitas vezes, basta franzir o cenho, não é


mesmo?

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Vídeo7 – FAB realiza fase ostensiva da Operação


Ostium III. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Cl18dpyfABw>.
Veja isso!

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48 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

TÓPICO 2.6 - PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO E SEUS ELEMENTOS

Este tópico tem o capítulo 4.2 da DBFAB (EMAER, 2012) como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você sabia que em uma situação de “guerra declarada”, o país pode


lançar mão de todos os recursos disponíveis para fins de defesa? Ou seja,
você sabia que o Poder Aeroespacial vai além da Força Aérea?

O Poder Aeroespacial Brasileiro é a projeção do Poder Nacional resultante da integração


dos recursos de que a Nação dispõe para a utilização do espaço aéreo e do espaço exterior, quer
como instrumento de ação política e militar quer como fator de desenvolvimento econômico e
social, visando conquistar e manter os objetivos nacionais.

Os elementos que constituem o Poder Aeroespacial Brasileiro são o conjunto de recursos


que são disponibilizados pelo país: a Força Aérea Brasileira; a Aviação Civil; a Infraestrutura
Aeroespacial, a Indústria Aeroespacial e de Defesa; o Complexo Científico-tecnológico
Aeroespacial; e os Recursos Humanos Especializados em Atividades Relacionadas ao Emprego
Aeroespacial. Para seu melhor entendimento, na sequência, segue uma breve descrição desses
elementos.

• Força Aérea Brasileira

É o conjunto de organizações, instalações, recursos humanos e materiais empenhados no


cumprimento da missão militar atribuída à Aeronáutica e que compõe o esforço principal da
Defesa Nacional no campo militar aeroespacial.

• Aviação Civil

É o conjunto das empresas de transporte aéreo, regular e não regular, das empresas de
serviços aéreos especializados e dos meios da aviação desportiva e da aviação privada do Brasil.
A Aviação Civil é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País e representa
uma importante fonte de recursos humanos e materiais que podem ser mobilizados, em casos de
crises ou de conflitos armados, para atender às necessidades complementares da Aeronáutica.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 49 / 85

• Infraestrutura Aeroespacial

É o conjunto de instalações e serviços, militares e civis, que proporciona o apoio


necessário às atividades aeronáuticas e espaciais do país. Essa infraestrutura é essencial para
promover o controle e a vigilância do espaço aéreo, a segurança da navegação aérea e a operação
segura e eficiente da aviação no espaço aéreo brasileiro. Ademais, o conjunto de aeródromos
civis, somado à infraestrutura aeronáutica militar, aumenta a mobilidade dos Meios de Força
Aérea, à medida que permite seu emprego nas diversas regiões do país. A Figura 4 mostra uma
imagem Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a segunda base de lançamento de foguetes
da Força Aérea Brasileira. Esta consiste de uma estrutura aeroespacial.

FIGURA 4: INFRAESTRUTURA AEROESPACIAL: CENTRO DE


LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA

FONTE: PORTAL EBC (AGÊNCIA BRASIL).

• Indústria Aeroespacial e de Defesa

É o conjunto das empresas do parque industrial brasileiro, que oferece produtos e


serviços aos setores aeronáutico, espacial e de defesa. Trata-se de um importante instrumento de
soberania, à medida que possibilita a progressiva nacionalização de equipamentos e de serviços
requeridos pela Aeronáutica, objetivando reduzir a dependência externa.

• Complexo Científico-tecnológico Aeroespacial

É o conjunto das organizações brasileiras, que executa atividades de pesquisa e de


desenvolvimento nos setores aeronáutico e espacial e realiza formação e aperfeiçoamento de
recursos humanos para o Poder Aeroespacial. Tais atividades são essenciais para que o país
amplie sua soberania no campo científico-tecnológico aeroespacial e domine as tecnologias
requeridas pela Aeronáutica com vistas ao cumprimento de sua destinação constitucional e suas
atribuições subsidiárias.

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• Recursos Humanos Especializados em Atividades Relacionadas ao Emprego


Aeroespacial

São o contingente de militares e civis que desempenham atividades relacionadas ao Poder


Aeroespacial. Essa força de trabalho é essencial para a Aeronáutica e precisa estar qualificada
para desenvolver as tecnologias aeronáuticas e espaciais compatíveis com as exigências
decorrentes da destinação constitucional e das atribuições subsidiárias.

Dentre os elementos que compõem o Poder Aeroespacial, um deles é a Força Aérea


Brasileira (FAB). Deve ser compreendido que o elemento FAB e os meios aeroespaciais
adjudicados pelos Poderes Naval e Militar Terrestre, quando vinculados ao cumprimento de
missão da FAB e submetidos a algum tipo de comando e controle de autoridade militar
aeroespacial, passa a ser designado como Poder Militar Aeroespacial. Desse modo, cabe destacar
que o preparo dos elementos do Poder Aeroespacial brasileiro para atender às necessidades da
Aeronáutica será executado à luz da Constituição Brasileira e da legislação sobre a Mobilização
Nacional. Esse preparo consiste na realização de ações estratégicas por parte do Estado
brasileiro, planejadas, coordenadas e desenvolvidas de modo metódico e permanente desde a
situação de normalidade, que viabilizem a capacitação da FAB.

A Mobilização Nacional será decretada por ato do Poder Executivo autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele. Esse ato deverá especificar o espaço geográfico do
território nacional em que será realizada a Mobilização e as medidas necessárias à sua execução.

Cessados os motivos que determinaram a decretação da Mobilização Nacional, devem ser


iniciadas as ações de Desmobilização Nacional, executando-a de modo gradativo e conciliando-
se a necessidade decrescente do esforço de mobilização com a volta à normalidade.

O emprego dos elementos do Poder Aeroespacial Brasileiro em proveito da Missão da


Aeronáutica ocorrerá de acordo com a Doutrina Militar Aeroespacial, respeitadas as imposições
legais, as limitações técnicas, as normas e os procedimentos específicos de cada elemento.

Ao final deste tópico há uma relação de documentos que detalham a Doutrina relativa à
Mobilização Nacional, recomenda-se a familiarização com os principais temas desses
documentos com a finalidade de facilitar a compreensão da decomposição dos Elementos do
Poder Aeroespacial.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 51 / 85

Aluno(a), vou aproveitar o momento para lhe perguntar sobre a disciplina:


como está sua assimilação do conteúdo até aqui? Lembre-se de que não
basta “decorar” o conteúdo.

Site1 – Lei nº 11.631, de 27 de dezembro de 2007.


(Dispõe sobre a Mobilização Nacional e cria o Sistema
Nacional de Mobilização – SINAMOB). Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/Lei/L11631.htm>.

Site2 – Mobilização Nacional. Disponível em:


<https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/mobilizacao-
nacional/mobilizacao-nacional>.
Veja isso!
Site3 – Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB).
Disponível em:
<https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/mobilizacao-
nacional/sinamob>.

Vídeo8 – FAB & Indústria de Defesa – Paraquedas.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=y99V6O8Gpqc>.

Vídeo9 – FAB & Indústria de Defesa – Ração Operacional.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=g5xCDO7ph8w>.
Veja isso!
Vídeo10 – FAB em Ação – Tecnologia Aeroespacial.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=Edu7rFCLAhc>.

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52 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Vídeo11 – FAB presente na vida dos brasileiros – Indústria


Aeroespacial. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=s54hORn6WjA>.

Vídeo12 – FAB em Ação – Centro de Lançamento de


Alcântara. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=9glKrJLGGQA>.
Veja isso!
Vídeo13 – FABTV – Bastidores do lançamento do primeiro
Satélite Geoestacionário Brasileiro. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=RTf6SHNDItw>.

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi
anotações! visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de


fazer uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte
Agora, que tal do estudo.
uma pausa?

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 53 / 85

A partir de suas anotações, reconstrua com suas


palavras todo o estudo em um ou dois parágrafos, ou
se preferir, elabore um mapa mental ou um
Está na hora de infográfico sobre o texto.
resumir!

Exercícios para Aprendizagem do Capítulo.

Avançamos mais um degrau acerca da Doutrina da FAB. Podemos


verificar sua compreensão acerca do conteúdo desse capítulo? Como nos
exercícios anteriores, a proposta é que você consulte as suas anotações, o
fórum de debates ou outro recurso, desde que responda as questões a
seguir.

1. Quais fatos você anotou como mais relevantes na história da aviação que podem ser
associados ao seu emprego como Arma? Quais fatos poderiam ser citados como
influenciadores da Doutrina Militar Aeroespacial?

2. O que você entende por Poder Aéreo e Poder Aeroespacial? Qual a amplitude desses
termos no contexto da Doutrina Básica da FAB?

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54 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

3. Elabore três questões de múltipla escolha sobre o tópico “Princípios de Guerra sob a ótica
do Poder Aerospacial” e poste no fórum. Depois resolva as questões postadas pelos
companheiros. Em seguida, discuta sobre o tema no fórum.

4. Elabore três questões de múltipla escolha sobre o tópico “Características do Poder


Aerospacial” e poste no fórum. Depois resolva as questões postadas pelos companheiros.
Em seguida, discuta sobre o tema no fórum.

5. Faça uma ampliação do conceito de Dissuasão. Como o conceito é trabalhado na


Doutrina Militar? A Dissuasão propõe o enfrentamento? Quais associações podem ser
feitas entre Dissuasão, Doutrina Militar e a posição diplomática brasileira?

6. Faça um mapa mental que contemple os seis elementos do Poder Aeroespacial Brasileiro.
Nesse mapa, além da definição, coloque exemplos para cada um desses elementos.
Exemplificando: ao lado da definição de “Indústria Aeroespacial de Defesa” posso
colocar “Embraer e Avibras”.

7.

8. Leia o texto a seguir: No dia 24 SET 2020, foi noticiado no Portal da FAB, a realização
do primeiro voo da aeronave F-39E Gripen, em solo brasileiro. Sobre isso, a matéria faz
o seguinte apontamento:

“O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, destacou a importância do


compartilhamento de experiências por meio da cooperação entre Brasil e Suécia. ‘O
Gripen aumenta a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsiona uma
parceria que fomenta a pesquisa e o desenvolvimento industrial dos dois países’, declarou
o Ministro”. (Recorte de matéria publicada no Portal da FAB em 24/09/2020).

Enuncie a importância desse evento:

I – no contexto da Dissuasão.

II – no contexto dos Elementos do Poder Aeroespacial.

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9. Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir sobre o conceito de
Dissuasão no contexto do Poder Aeroespacial.

( ) A Capacidade de Dissuasão visa ao aprimoramento do potencial para destruir o poder


antiaéreo do inimigo.

( ) A política externa brasileira considera o diálogo e a cooperação como instrumentos


essenciais para a solução de conflitos.

( ) O êxito da Dissuasão está vinculado a três fatores: o tático, o operacional e o


estratégico, esse último, ligado às decisões políticas.

( ) No contexto militar, o conceito de Dissuasão está associado à adoção de um conjunto


de procedimentos que criam um bloqueio psicológico no inimigo.

A sequência correta é:

a) V - V - F - V.

b) F - V - F - V.

c) F - V - V - F.

d) V - F - F – V.

10. Leia o texto a seguir:

“A Altec tem expressiva participação em projetos como o de aviões militares (cargueiro


militar KC390), submarinos (PROSUB), blindagem de veículos militares (Guarani), além
de fornecer estruturas para radares de vigilância terrestres, mísseis, vants (veículos aéreos
não tripulados) e foguetes do programa espacial brasileiro”. (LEMOS, Armando.
Integração. Informe: Revista Oficial da ABIND, p. 11. Edição 12, abr. 2018).

A Doutrina Básica da FAB apresenta os “Elementos do Poder Aeroespacial Brasileiro”.


Sobre esse tema, o elemento a que se refere o recorte da matéria é:

a) Infraestrutura Aeroespacial.

b) Indústria Aeroespacial e de Defesa.

c) Complexo Científico-tecnológico Aeroespacial.

d) Recursos Humanos Especializados em Atividades Relacionadas ao Emprego


Aeroespacial.

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11.Leia o texto a seguir:

“O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Organização Militar da Força Aérea


Brasileira (FAB) localizada no Maranhão, recebeu a visita de representantes de diversos
Ministérios e Órgãos Governamentais nos dias 01 e 02 de Outubro de 2019. O Chefe de
Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da
Defesa, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, integrou a comitiva
e falou sobre o objetivo da visita. O Programa Espacial Brasileiro é um assunto complexo
do Estado e, para ele, precisamos da união de diversos Órgãos Federais, Estaduais e
Municipais. Então, trouxemos aqui a administração federal em seu mais alto nível, com
secretários-executivos, para que vejam in loco e tenham a percepção do que cada
Ministério tem a contribuir para o Programa Espacial’, disse o Oficial-General”. (Recorte
de matéria publicada no Portal da FAB em 2 out. 2019).

A descrição fornecida faz referência a qual elemento constituinte do Poder Aeroespacial


Brasileiro?

a) Aviação Civil.

b) Infraestrutura Aeroespacial.

c) Indústria Aeroespacial e de Defesa.

d) Complexo Científico-tecnológico Aeroespacial.

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CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA AERONÁUTICA

Vídeo14 – Como fazer um planejamento estratégico


(SEBRAE). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=rKbxdOK1QDk>.
Veja isso!

TÓPICO 3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este tópico tem o capítulo 2.2 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe
sobre a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você sabe como é feito o Planejamento na FAB? Após a leitura dos


capítulos anteriores você consegue ter uma ideia sobre esse processo? É o
que veremos neste capítulo, venha comigo.

Segundo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 14), há uma vinculação entre Doutrina e
Planejamento Estratégico Militar. Esse planejamento tem o propósito de definir e de organizar as
atividades relacionadas com o preparo e com o emprego do Poder Militar. O Planejamento do
Preparo refere-se à fase do Planejamento Estratégico Militar na qual são construídas as
capacidades do Poder Militar Nacional, enquanto o Planejamento do Emprego é o estágio no
qual são organizadas as estruturas operativas e formuladas as concepções operacionais para a
aplicação do Poder Militar. Conforme já foi visto, esses planejamentos, no âmbito da FAB,
acontecem de forma encadeada com a Doutrina e com o Planejamento do MD.

O conceito de planejamento estratégico está associado à palavra “estratégia”.


Etimologicamente, o termo é de origem militar (do grego strategos), o qual descreve o caminho
que leva os exércitos a cumprirem seus objetivos. Desse modo, “planejamento estratégico” diz
respeito às atividades que abrangem a definição da missão e dos objetivos da instituição, ao
estabelecimento de uma visão estratégica, e ao desenvolvimento de uma hierarquia de planos
para integrar e coordenar atividades.

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Uma estratégia decorre de uma análise dos possíveis caminhos que devem ser utilizados
para que a instituição possa atingir os objetivos a que se propõe. São escolhas que ela faz
fundamentadas na análise dos caminhos a serem percorridos. Essa análise e essas escolhas
também ponderam os recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros), bem como, os
desafios e os riscos que podem afetar a instituição.

Para Evans (2013), estratégia é a forma como a Instituição pretende atingir seus
objetivos, mediante o emprego de recursos (escassos). A estratégia definirá como a Instituição
pretende alocar os recursos humanos, materiais e financeiros para alcançar suas metas e
objetivos. O termo estratégia também está associado a uma “vantagem competitiva”, no sentido
de obter-se e manter um posicionamento estratégico. (LUECKE, 2005).

Em relação ao planejamento institucional, um dos aspectos favoráveis à sua construção é


que ao estabelecer o seu Planejamento Estratégico, a instituição aponta uma direção a ser seguida
por todos os seus integrantes, otimizando a aplicação de recursos.

A estratégia trata da busca de resultados a longo prazo, e, embora seja definida no mais
alto nível da Instituição, deve envolver toda a organização. Também deve antecipar, ao máximo,
os fatores que venham a interferir nesse caminho.

A FAB vem sendo impactada por constantes restrições orçamentárias, comprometendo o


alcance das metas anteriormente programadas. Esse contexto deve ser analisado e incorporado ao
planejamento, de modo a permitir uma rápida adequação às possíveis alterações que possam
ocorrer. Portanto, deve ser adotada uma estratégia de condução do COMAER no curto prazo que
leve a Instituição a superar condições adversas, mediante um planejamento balizado por
projeções factíveis de orçamento, adequando a trajetória da FAB à realidade orçamentária do
país. Logo, torna-se indispensável o acompanhamento constante da conjuntura orçamentária
nacional, a fim de gerar subsídios para acomodar o planejamento futuro da Força.

Com a finalidade de regular as normas que balizam o planejamento, execução e controle,


das ações administrativas, orçamentárias e financeiras, o COMAER decidiu formular uma
metodologia sobre o tema, que recebeu a denominação de Sistemática de Planejamento e Gestão
Institucional da Aeronáutica (SPGIA), sendo definida pelo Estado-Maior da Aeronáutica
(EMAER), que é o Órgão responsável por disciplinar tecnicamente os assuntos relacionados ao
tema. A SPGIA destina-se a:

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a) Promover maior eficácia na administração da Aeronáutica, contribuindo para o


cumprimento de sua destinação constitucional;

b) Condicionar processos e meios dedicados à consecução de metas compatíveis com a


Concepção Estratégica e com os Objetivos Institucionais;

c) Promover a integração entre os planejamentos de longo, médio e curto prazos;

d) Harmonizar o planejamento orçamentário-financeiro desenvolvido na Aeronáutica com


os Planos e Programas de Governo;

e) Possibilitar a obtenção das capacidades militares necessárias para o cumprimento da


destinação constitucional da Aeronáutica; e

f) Propiciar continuidade administrativa, em todos os escalões da Aeronáutica, quanto ao


emprego dos recursos orçamentários e financeiros disponíveis.

A SPGIA exerce forte influência sobre o comportamento da Instituição, tanto por sua
abrangência, quanto pelas ferramentas organizacionais que fornece. Com a finalidade de orientar
suas ações, a SPGIA baseia-se nos princípios listados adiante. Vamos entendê-los?

a) Abrangência Institucional – atuar sobre os processos administrativos relacionados ao


planejamento, à execução e ao controle dos recursos orçamentários e financeiros,
permeando toda a Instituição;

b) Suporte à Decisão – apoiar o processo de tomada de decisão em todos os níveis


organizacionais, pela visualização das prioridades e das disponibilidades orçamentárias e
financeiras;

c) Aderência ao Modelo Governamental – prover uma estrutura compatível e integrada às


necessidades e características do modelo de gestão do Governo Federal;

d) Previsão Integral de Gastos – assegurar o planejamento dos dispêndios de recursos


orçamentários no âmbito institucional;

e) Transparência Processual – proporcionar ampla visibilidade dos processos institucionais


de orçamento e gestão, respeitado o grau de sigilo das informações; e

f) Melhoria Contínua – buscar, permanentemente, a excelência dos serviços que se propõe a


prestar, pelo aprimoramento de seus recursos humanos, materiais e processuais.

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60 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

E aí? Tudo bem quanto a esse tópico? Agora você já sabe o que é SPGIA e
para que ela serve. Podemos seguir adiante? “Topa” conhecer as fases da
SPGIA?

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TÓPICO 3.2 - FASES DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL


Este tópico tem o capítulo 2.8 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre
a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).
Você já ouviu falar, no âmbito de sua Unidade, sobre o termo PTA? É
fundamental que um(a) Cassiano(a) detenha conhecimento sobre esse assunto,
para isso, vamos aprender sobre a Sistemática de Planejamento da FAB?
Como vimos, o Planejamento Institucional da Aeronáutica está classificado em três níveis
(estratégico, operacional e tático). Além disso, ocorre em cinco fases, sendo as duas primeiras no
nível estratégico, as duas seguintes no nível operacional e a quinta fase no nível tático.

As fases possibilitam a identificação do grau de detalhamento que vai sendo aplicado ao


planejamento à medida que ele se afasta do nível conceitual e se aproxima do nível de efetiva
execução das ações.

Para melhor visualização, a Figura 5 associa os documentos que são produzidos ao final
de cada fase do Planejamento Institucional aos respectivos níveis e órgãos responsáveis pela
elaboração.

FIGURA 5: ASSOCIAÇÃO ENTRE AS FASES, NÍVEIS, DOCUMENTOS PRODUZIDOS, E ÓRGÃO ELABORADOR

FONTE: PRÓPRIO AUTOR (BASEADO NA DCA 11-1)

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62 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

A Figura 6 (a seguir) apresenta a visão geral do encadeamento dos documentos da


SPGIA e os principais conteúdos de cada um desses documentos (observe as setas indicando a
concatenação).

FIGURA 6: VISÃO GERAL DO ENCADEAMENTO DE DOCUMENTOS DA SPGIA.

FONTE: DCA 11-1/2020, P. 29

Além das cinco fases do Planejamento Institucional, esse quadro ainda apresenta os
seguintes itens:

a) Documentos do MD: utilizado para direcionar a confecção da Concepção Estratégica;

b) Plano de Articulação e Equipamento da Aeronáutica (PLAER): o PLAER decorre


diretamente da Concepção Estratégica e provê dados e informações para a confecção do
PEMAER e da DIPLAN.

c) Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA): utilizado para atualizar a projeção


orçamentária para o ano seguinte; e

d) Plano de Ação da Aeronáutica: documento que congrega as principais informações


orçamentárias que subsidiam a execução do planejamento realizado.

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Na Figura 6, também é representado o ciclo de “acompanhamento, controle e


realimentação”, que se relaciona com todas as fases e por meio do qual é realizada a Gestão
Institucional.

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de


um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi
anotações! visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de


fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

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TÓPICO 3.3 - DEFINIÇÃO DA MISSÃO

Vídeo15 – Como elaborar a missão da minha empresa


(SEBRAE). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=MtDtncecW24>.
Veja isso!

Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o item 3.1.2 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a
Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, e o capítulo 3 da DCA
11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.

NOTA: A DCA 11-45 (EMAER, 2018) atualizou a “Missão da


Aeronáutica”, em relação à ICA 11-1 (EMAER, 2007).

Você já ouviu falar sobre a tríade “Missão, Visão e Valores”? Já notou que
ela está cada vez mais presente no cotidiano das empresas? E em relação à
própria Instituição? Está na hora de ampliar seu conhecimento sobre este
assunto. Então venha comigo.

Conforme apontado no quadro que trata da visão geral do encadeamento de documentos


da SPGIA, a Concepção Estratégica contém os Fundamentos Institucionais: Missão, Visão e
Valores. Para fins teóricos, esse “tripé” estabelece a “identidade” da Instituição com a seguinte
proposta, vamos entendê-la melhor:

➢ A Missão responde as perguntas: O quê? Por quê? Para quem? Identifica “qual é o
negócio” e a “razão de ser” da instituição.

➢ A Visão responde as perguntas: Para onde? Para quando? Identifica o “posicionamento


estratégico futuro” da instituição.

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➢ Os valores traduzem os princípios que deverão permear o comportamento organizacional


e as atividades da Instituição.

No tocante à Missão, ela traduz o desígnio ou a razão de ser da instituição, segundo uma
perspectiva ampla e duradoura, ao mesmo tempo em que individualiza e identifica o escopo de
suas operações em termos de atribuições e público-alvo.

Quando há o entendimento da Missão torna-se possível compreender o papel que a


instituição desempenha para seus stakeholders (o termo faz referência aos órgãos e às pessoas
que se relacionam com a – em torno da – instituição, tais como fornecedores, sociedade,
instituições sociais e governamentais).

Para os órgãos governamentais, a Missão pode ser entendida como a função que ela
desempenha de modo a tornar útil sua ação e justificar sua existência do ponto de vista dos seus
integrantes e da sociedade em que ela atua. O estabelecimento da Missão tem como ponto de
partida a análise e a interpretação de questões como

a) Qual a razão de ser da organização?

b) Qual a natureza do negócio da organização?

c) Quais os tipos de atividades em que a organização deve concentrar seus esforços no


futuro?

Quando a alta administração da Instituição estabelece a Missão e a declara formalmente,


são obtidos, dentre outros, os seguintes benefícios:

a) Direcionamento dos esforços do efetivo para a mesma e única direção;

b) Definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos
disponíveis; e

c) Obtenção do consenso de que os esforços e os recursos alocados propiciarão o


cumprimento da missão.

A definição da missão do Comando da Aeronáutica (COMAER) considera as suas


atribuições legais, a sua amplitude, o seu caráter dual e a visão institucional de como são
realizadas, com foco na sua atribuição principal e razão de ser como Força Armada. Considera,
ainda, o seu papel de contribuinte com o desenvolvimento da Nação, de forma que possa ser
facilmente entendida por todos os seus componentes. A missão deve nortear todas as atividades
da FAB.

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66 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Sinteticamente, o COMAER deverá defender o Brasil, impedindo o uso do espaço aéreo


brasileiro e do espaço exterior para a prática de atos hostis ou contrários aos interesses nacionais.
Para isso, deverá dispor de capacidade efetiva de vigilância, de controle e de defesa do espaço
aéreo, sobre os pontos e áreas sensíveis do território nacional, com recursos de detecção,
interceptação e destruição.

Paralelamente, com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento da Nação, deverá


participar da integração do seu território. Para atender a essa demanda, sempre que possível,
disponibilizará os seus meios operacionais e logísticos para levar a presença do Estado a todos os
pontos do país em apoio a órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, bem como em
atendimento a políticas públicas e sociais.

A Missão do Comando da Aeronáutica foi atualizada pela DCA 11-45 (EMAER, 2018)
em relação à ICA 11-1 (EMAER, 2007) e ficou sintetizada conforme o quadro seguinte:

MANTER A SOBERANIA DO ESPAÇO AÉREO E INTEGRAR O


TERRITÓRIO NACIONAL, COM VISTAS À DEFESA DA PÁTRIA.

Agora que você já entendeu esse “tripé” que, conforme mencionado,


estabelece a “identidade” da Instituição, você saberia “explicar” qual é a
Missão do Comando da Aeronáutica?

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TÓPICO 3.4 - DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO

Vídeo16 – Como definir a visão de futuro para a minha


empresa (SEBRAE). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=EP_XxGX1Ngs>.
Veja isso!

Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.3 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a
Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, e o capítulo 3 da DCA
11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.

Você costuma pensar em seu futuro? Concorda que isso é importante? Então,
para uma instituição como a FAB, isso não é diferente, ela também precisa
projetar-se no futuro. Você saberia dizer qual a Visão de Futuro de nossa
Força? Vamos avançar e procurar a resposta para essa pergunta.

A Visão de Futuro (ou simplesmente: Visão) pode ser definida como a descrição de um
estado futuro ambicioso (porém factível), exprimindo uma conquista estratégica de grande valor
para a Instituição. O maior intento de se definir a Visão é o de criar uma imagem que desafie e
mobilize todas as pessoas envolvidas na construção dessa conquista de forma “inspiradora”.

A Visão de Futuro deve apresentar um quadro descritivo do que a Instituição almeja ser
em um horizonte temporal determinado. Por refletir um “posicionamento estratégico futuro”, a
Visão de Futuro deve possuir as seguintes características e atributos essenciais:

a) Ser desenvolvida pela alta direção da Instituição;

b) Ser, ao mesmo tempo, abrangente e precisa;

c) Ser compartilhada e ter o apoio de todos; e

d) Transmitir uma noção de direção.

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68 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Conforme a Concepção Estratégica da FAB, o processo de elaboração da Visão de Futuro


delineou os aspectos que se seguem como fundamentais:

a) Operacionalidade: No contexto atual, esse aspecto identifica a necessidade de


desenvolver a capacidade de Pronta-resposta a qualquer ameaça à soberania, ao
patrimônio nacional e à integridade territorial;

b) Modernidade: Ao reconhecer que uma força aérea necessita encontrar-se no “estado da


arte” para cumprir a sua missão, esse aspecto suscita a necessidade de direcionar recursos
orçamentários para investimento em tecnologia de ponta, técnicas, táticas de vanguarda
nos ambientes aéreo, espacial e cibernético; e

c) Integração: Aspecto que congrega duas vertentes relevantes para a FAB: por um lado,
contribuir para uma sociedade mais evoluída, que seja alcançada pelas ações do Estado e
pelas políticas públicas e sociais; e estreitar a cooperação com a MB e EB, com as
agências governamentais brasileiras e com as Forças Armadas de Nações Amigas.

A Concepção Estratégica é o documento que enuncia a Visão de longo prazo. Entretanto,


o Plano Estratégico (PEMAER) poderá apresentar uma ou mais visões, de curto ou médio prazo,
que deem suporte para o alcance da visão de longo prazo estabelecida.

A Visão de Futuro da FAB (no sentido de posicionamento estratégico em relação àquilo


que a Instituição estabeleceu para o futuro) foi projetada para 2041, ano em que completa 100
anos de sua criação, e ficou sintetizada conforme o quadro seguinte:

UMA FORÇA AÉREA DE GRANDE CAPACIDADE DISSUASÓRIA,


OPERACIONALMENTE MODERNA E ATUANDO DE FORMA INTEGRADA
PARA A DEFESA DOS INTERESSES NACIONAIS.

Gostou do conteúdo até aqui? As “coisas” aparentam fazer mais sentido para
você? Isso é bom! Indica que você está se “aperfeiçoando” profissionalmente.
O próprio nome desse Curso nos remete a isso, não é mesmo?

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 69 / 85

TÓPICO 3.5 - DEFINIÇÃO DOS VALORES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA

Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.4 da DCA 11-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a
Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, o capítulo 3 da DCA 11-
45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB, e o
capítulo 2 do MCA 909-1 (EMAER, 2021), que dispõe sobre o Programa de
Formação e Fortalecimento de Valores.

Você já ouviu a expressão “mantenha os modos”? Essa expressão nos alerta


para os bons costumes e para os bons hábitos. Que tal caminharmos mais um
pouco nesta disciplina em direção aos Valores da Força? Vamos juntos!

Como mencionado, os valores traduzem os princípios que deverão permear o


comportamento organizacional e as atividades da Instituição. Os valores são definidos como o
conjunto de princípios e crenças que norteiam os trabalhos e que auxiliam os membros da
Instituição a tomar decisões, principalmente aquelas que envolvem situações complexas,
associadas à ética e que geram conflitos de interesses (dilemas éticos). Os valores tratam dos
ideais que servem de orientação e inspiração para as futuras gerações da Instituição. Os
princípios organizacionais referem-se a conceitos dos quais não se está disposto a abrir mão.
Cabe refletir que grande parte dos conflitos que afetam o ambiente corporativo não são de
natureza técnica, mas, sim, de natureza ética.

O MCA 909-1 (EMAER, 2021), que dispõe sobre o Programa de Formação e


Fortalecimento de Valores – PFV, afirma que

Os valores são crenças e atitudes que dão personalidade a uma instituição.


Funcionam como uma bússola norteadora de suas condutas e políticas
adotadas. Eles representam os ideais de atitude, comportamento e resultados
que devem estar presentes em todos os seus integrantes. No meio militar,
transparecem o espírito da instituição das Forças Armadas perante os seus
membros e toda a sociedade. (MCA 909-1, EMAER, 2021, p. 13).

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70 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

A FAB, em sua Concepção Estratégica (DCA 11-45, p. 21), destaca que os valores “[…]
são princípios duradouros que sintetizam a essência da organização”. A mesma diretriz afirma
ainda que os Valores são fundamentais para a cultura organizacional, ao agrupar as pessoas em
torno de pensamentos comuns.

Os valores não estão restritos aos conceitos associados ao ambiente de trabalho, eles
também se relacionam com o planejamento, com a doutrina e com a estratégia institucional.
Segundo o que se estabelece na Concepção Estratégica da FAB, as práticas e os objetivos
organizacionais devem estar em harmonia com os valores institucionais.

Os valores da FAB estão estabelecidos na sua Concepção Estratégica (DCA 11-45,


EMAER, 2018). São apontados cinco valores que traduzem a personalidade da Força, e que, por
isso, devem balizar a conduta e a cultura de todos os militares e civis da Força Aérea:

 Disciplina

É a rigorosa observância e o acatamento integral às leis, regulamentos, normas e


disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um
dos componentes da instituição;

 Patriotismo

É o sentimento de orgulho, amor e devoção incondicional à sua terra, aos seus símbolos,
às suas instituições e ao seu povo. É a razão do amor dos que querem servir ao seu país e ser
solidários com a nação. Ele é traduzido pelo compromisso permanente de fidelidade e devoção à
Pátria, em quaisquer circunstâncias;

 Integridade

É um traço de caráter que exprime a vontade de fazer o que é correto em qualquer


circunstância. É a bússola moral, a voz interior que deve conduzir todas as ações de seus
indivíduos na prática dos deveres, segundo os princípios da ética militar, associados ainda com a
honestidade e responsabilidade;

 Comprometimento

É a satisfação de pertencer à Instituição, externada pela demonstração cotidiana de


entusiasmo, motivação profissional, espírito de sacrifício, gosto pelo trabalho bem-feito,

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 71 / 85

dedicação integral à missão e aos seus companheiros, trabalho em equipe e lealdade ao País e aos
irmãos de farda; e

 Profissionalismo

É trabalhar de forma competente e responsável, focado no atendimento dos


compromissos assumidos. É perseverar diante de problemas difíceis e desafios, esforçando-se
por permanecer inabalado diante do esgotamento físico e mental. É orgulhar-se do sucesso de seu
trabalho. É motivar-se por questões profissionais em vez de pessoais.

No que diz respeito aos valores, a Concepção Estratégica da FAB estabelece que

[…] o caráter do militar não deve ser corrompido pela cobiça e delírio da
autopromoção; nem pela omissão, covardia, maledicência, sequer pela inércia,
comodismo, e muito menos pela ostentação, vaidade ou prepotência. A Força
Aérea é forte pelas virtudes de desprendimento, solidariedade e idealismo dos
seus homens e mulheres, que fizeram o juramento de bem servir com eficiência
e profissionalismo, na paz e na guerra, sempre fiéis às suas consciências. (DCA
11-45, EMAER, 2018, p. 21).

E aí, preparado para contribuir com o PFV de sua Unidade? Você sabe
que com seu bom exemplo já está contribuindo para o crescimento da
Força, não é mesmo?

Site4 – Missão, Visão e Valores da FAB. Disponível em:


<http://www.fab.mil.br/missaovisaovalores>.
Veja isso!

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72 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

- Procure no texto, as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um


breve comentário.
Vamos fazer algumas
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi
anotações!
visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de


fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal uma parte do estudo.
pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua com suas palavras


todo o estudo em um ou dois parágrafos, ou se preferir,
elabore um mapa mental ou um infográfico sobre o texto.
Está na hora
de resumir!

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 73 / 85

Exercícios para Aprendizagem do Capítulo.

Vejo que você está progredindo. Parabéns! Entretanto, precisamos avaliar


a qualidade de seu estudo. Não “pule” esta etapa, ela é essencial para seu
aprendizado.

1. Qual a origem do conceito de Planejamento Estratégico? Como a FAB trabalhou o


conceito? Descreva a seguir.

2. Qual a finalidade da SPGIA? Em quais princípios ela se baseia? Apresente a seguir.

3. Represente o quadro com as fases do planejamento da FAB. Faça observações


manuscritas acerca dessas fases. Em seguida, faça associação com o encadeamento dos
documentos da SPGIA.

4. Descreva a seguir, quais documentos e conceitos fundamentam a elaboração do


PEMAER.

5. Justifique a Missão-síntese da FAB. Qual associação pode ser feita com as atribuições
legais atribuídas à FAB? Apresente a seguir.

6. Qual o conceito de Visão (de futuro)? O que a FAB propôs para 2041? Por que 2041?
Quais aspectos foram julgados essenciais para sua elaboração?

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74 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

7. Indique quais características e atributos são essenciais para o sucesso quando se


estabelece a Visão Institucional.

8. Qual a importância dos valores para uma Instituição? Qual o conceito de cada um dos
valores estabelecidos pela FAB?

9. A partir de uma situação contextualizada, você seria capaz de identificar os valores


envolvidos? Cite exemplos contextualizados para cada valor.

10. Considere as seguintes afirmações sobre as fases do Planejamento Institucional da


Aeronáutica.

I - O Planejamento Institucional da Aeronáutica é classificado em três níveis: estratégico,


operacional e tático.

II - O PTA (Programa de Trabalho Anual) é elaborado na primeira fase.

III - O Planejamento Institucional da Aeronáutica ocorre em cinco fases, que possibilitam


a identificação de seu grau de detalhamento.

IV - Os Fundamentos Institucionais (Missão, Visão e Valores) são delineados no nível


estratégico do Planejamento Institucional da Aeronáutica.

Está(ão) correta(s), somente:

a) I, II e IV.

b) I III e IV.

c) II, III e IV.

d) III.

11. O Relatório de Gestão do COMAER (Exercício 2019), traz o seguinte texto:

“No nível de suas Unidades subordinadas e em alinhamento aos planejamentos de mais


alto nível, Concepção Estratégica do COMAER, Planejamento Estratégico Militar da
Aeronáutica (PEMAER) e da Diretriz de Planejamento (DIPLAN) do CMTAER,

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 75 / 85

_______________________, com as linhas mestras de como executar e o quê executar,


dentro de uma visão temporal, tanto do período da LOA quanto extrapolando-o, visando
um entendimento num contexto amplo de entrega ao público-alvo do que é previsto na
‘Cadeia de Valor’, onde são traduzidas a totalidade das entregas do COMAER para o
atingimento de sua missão”. (Comando da Aeronáutica. Relatório de Gestão - Exercício
2019, p. 23).

No contexto do Planejamento Institucional da Aeronáutica, assinale a alternativa que


completa a lacuna acima.

a) os ODSA produzem seu Plano Setorial (PLANSET)

b) os ODGSA produzem seu Plano Setorial (PLANSET)

c) os ODSA produzem seu Program de Trabalho Anual (PTA)

d) os ODGSA produzem seu Program de Trabalho Anual (PTA)

12. Bandeira, Marques e Veiga (2000, p. 2), em um estudo de caso, apresentam determinado
Valor Organizacional conforme a definição a seguir:

“_________ em linhas gerais, pode ser entendido como forte vínculo do indivíduo com a
organização, que o incita a dar algo de si, a saber: sua energia e lealdade”.

Informe o Valor Organizacional que preenche a lacuna acima:

a) Disciplina.

b) Patriotismo.

c) Comprometimento.

d) Profissionalismo.

13. Considere o texto a seguir, no contexto dos Valores Institucionais da FAB.

Diariamente, grande quantidade de profissionais da FAB cobram de si mesmos a


permanente correção de atitudes, a despeito de circunstâncias adversas. São profissionais
que se orientam pelo dever que impõem a si mesmos, agindo sempre no cumprimento de
seus deveres de acordo com os preceitos da ética militar e do próprio senso moral, com
honestidade e responsabilidade.

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76 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Quando assim o fazem, esses militares tornam-se exemplos em relação ao Valor


Institucional de:

a) Comprometimento.

b) Integridade.

c) Patriotismo.

d) Disciplina.

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CAPÍTULO 4 - ÁREA DE ATUAÇÃO: DIMENSÃO 22

Este texto tem o capítulo 3.4 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).

Vídeo17 – Dimensão 22. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=Lb2-H34iDyA>.

Texto7 – Revista Aerovisão, nº 254 (Dimensão 22, p. 30-


37). Disponível em:
Veja isso! <https://issuu.com/portalfab/docs/aerovisao_254_out_nov
_dez_2017>.

TÓPICO 4.1 - A DIMENSÃO 22

Estamos caminhando para o último assunto a ser discutido em nossa


apostila. Até o momento nossa parceria foi muito proveitosa, pois tenho a
certeza de que sanou dúvidas e progrediu em conhecimentos. Portanto,
vamos lá!

A Missão síntese da Força Aérea Brasileira foi declarada em consonância com o


arcabouço legal que estabelece o papel que ela precisa desempenhar. Seu enunciado evidencia as
três principais ações executadas pela FAB com as quais ela mais contribui para o cumprimento
da destinação constitucional das Forças Armadas: Controlar, Defender e Integrar.

Controlar está associado à responsabilidade da FAB pela prestação dos Serviços de


Tráfego Aéreo em todo espaço aéreo sobrejacente ao território nacional. Em cumprimento a
acordos internacionais, por intermédio da FAB, o Brasil também é responsável por prestar esses
serviços em uma área que extrapola o continente, abrangendo uma área bastante extensa sobre o
Oceano Atlântico, totalizando 22 milhões de quilômetros quadrados. Os serviços prestados são o
controle da circulação aérea, a vigilância do espaço aéreo e o gerenciamento do tráfego aéreo,

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78 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

além da meteorologia aeronáutica, da cartografia aeronáutica e de informações aeronáuticas. A


FAB também tem a atribuição de cumprir missões de busca e salvamento em toda a extensão
dessa área, tanto territorial quanto marítima.

Defender está associado à garantia da soberania do espaço aéreo, que inclui todo
território nacional e suas fronteiras, e também se relaciona com a defesa dos interesses nacionais
na chamada Zona Econômica Exclusiva, totalizando doze milhões de quilômetros quadrados.
Com unidades operacionais localizadas em pontos estratégicos do país, a FAB realiza missões
típicas das aviações de Caça, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Reconhecimento e
Transporte para assegurar a Defesa Aérea. No viés relacionado a Defender, além de utilizar a
aviação, A FAB realiza ações terrestres de Contraterrorismo, de Garantia da Lei e da Ordem
(GLO) e de Defesa Antiaérea.

Integrar, que sempre esteve presente nas ações da FAB, consta como uma de suas
responsabilidades, traduzindo-se na realização de diversas missões no território nacional que
proporcionam a integração do Brasil. O Integrar está presente por meio de serviços de ajuda
humanitária, ações cívico-sociais, transporte de pessoas e de suprimentos, transporte de órgãos e
de urnas eleitorais, evacuações aeromédicas e construção de pistas. Essas são algumas das ações
realizadas pela FAB e que garantem direitos fundamentais à população carente e desenvolvem a
percepção da presença do Estado em regiões de difícil acesso do país.

Essas três principais ações executadas pela FAB (controlar, defender, integrar) estão
ilustradas por meio da Figura 7.

FIGURA 7: FOLDER RELATIVO À DIMENSÃO 22.

FONTE: PORTAL DA FAB.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 79 / 85

A tríade: “controlar, defender e integrar” está relacionada com a Missão da FAB e suas
atribuições subsidiárias, conforme se constata nos textos da ICA 11-1 (EMAER, 2007), que
dispõe sobre a Missão da Aeronáutica, em correlação com o capítulo 3 da DCA 11-45 (EMAER,
2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.

Deve ser observado que a Dimensão 22 é “algo conceitual”, trata-se de uma forma
(visual) de a FAB comunicar sua Missão. É importante compreender que a Dimensão 22 possui
um papel no campo da “comunicação corporativa”, no sentido de a FAB dialogar com seu
público interno e externo para esclarecer sua missão e sua “entrega de valor” à sociedade.
Também se pode interpretar o Programa Dimensão 22 como uma maneira de a FAB “mostrar”
“QUAL É e COMO” ela cumpre sua missão institucional, demonstrando a razão de sua
existência e de sua importância para a sociedade.

A revista Aerovisão nº 254 (4º tri/2017, p. 30) denomina a Dimensão 22 como “uma
campanha institucional”. Segundo a matéria, trata-se de “Um conceito moderno que sintetiza a
responsabilidade de atuação da instituição no cumprimento da sua missão, em sintonia com os
desafios do futuro”.

Site5 – Dimensão 22. Disponível em:


<http://www.fab.mil.br/dimensao22/>.

Vídeo18 – FAB no Controle – DECEA. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=jGGfzokBR1w>.

Vídeo19 – FAB presente na vida dos brasileiros - Defesa


Aérea. Disponível em:
Veja isso! <https://www.youtube.com/watch?v=8NrMgib3p5I>.

Vídeo20 – FAB presente na vida dos brasileiros –


Integração. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=D5QdmOWUJpU>.

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80 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Exercícios para Aprendizagem do


Capítulo.

Preparado para responder mais alguns exercícios de aprendizagem?


Aproveito para relembrar que a “decoreba” não é um método eficaz de
estudo, portanto verifique sua compreensão sobre o conteúdo.

Não deixe de realizar os exercícios de aprendizagem sobre este capítulo,


tudo bem?

14. De que maneira você associaria a Dimensão 22 aos Fundamentos Institucionais?

15. Considere diferentes operações aéreas ou exercícios militares e identifique se


correspondem a Controlar, Defender ou Integrar. Exemplo: “missões destinadas ao
transporte de urnas”: Integrar. Quais outros exemplos podem ser apontados?

16. Frequentemente, o Portal da FAB publica matérias sobre diversas ações da FAB,
identifique notícias que se enquadrem nos conceitos de Controlar, de Defender e de
Integrar. Poste pelo menos uma matéria (com sua observação) no fórum para debate entre
a turma.

17. Escreva um parágrafo conceituando o Programa Dimensão 22.

18. Assista aos vídeos disponíveis nos links a seguir e discuta com algum
companheiro sobre qual conceito da Dimensão 22 está sendo estampado, justificando seu
posicionamento com base no texto do cap. 4:

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 81 / 85

https://www.youtube.com/watch?v=3YXSSUjwi00

https://www.youtube.com/watch?v=IRmuz5cJJEY

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

19. Leia o texto a seguir:

“Foi celebrado no dia 27 de Setembro de 2019 o Dia Nacional de Doação de Órgãos e


Tecidos, uma data significativa também para a Força Aérea Brasileira (FAB), que
mantém, permanentemente, disponível uma aeronave para esse transporte, conforme
preconiza o Decreto nº 9175, de 18 de outubro de 2017. Apenas em 2019, até o dia 25 de
setembro, a FAB foi responsável por 117 missões de Transporte de Órgãos, Tecidos e
Equipes (TOTEQ), totalizando 121 órgãos transportados. Em muitos casos, o emprego
das aeronaves da Força Aérea é fundamental para que o processo de transplante aconteça.
Por isso, existem tripulações de sobreaviso, em tempo integral, nas seguintes localidades:
Manaus (AM), Belém (PA), Natal (RN), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas
(RS)”. (Recorte de matéria publicada no Portal da FAB, em 27 SET 2019).

No contexto da Dimensão 22, o emprego desse esforço aéreo corresponde a:

a) Salvar.

b) Integrar.

c) Defender.

d) Controlar.

20. Leia o texto a seguir:

“No período de 27 a 30 de outubro, ocorreu a Operação de Adestramento Conjunto


Escudo antiaéreo, sob a condução da Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do
Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília (DF). A Operação
aconteceu de forma conjunta entre a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a FAB, e
consistiu no acionamento das Unidades de Defesa Antiaérea do Sistema de Defesa
Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). A FAB empregou, ainda, aeronaves em apoio ao
adestramento, efetuando missões de ataque ao solo. Já a Marinha e o Exército atuaram no

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treinamento de suas Unidades de Artilharia Antiaérea e na autodefesa da Corveta


Barroso”. (Recorte de matéria publicada no Portal da FAB, em 30 OUT 2020).

No contexto da Dimensão 22, a operação descrita na matéria enquadra-se como:

a) Adestrar.

b) Integrar.

c) Defender.

d) Controlar.

21.

Para “fechar com chave de ouro”, ponha em prática o


marcador seguinte.

- Quais suas observações iniciais acerca do texto? Identifique


algumas palavras-chave e faça breves anotações sobre elas.
Faça uma breve descrição do texto. Quais correlações e
associações você pode fazer em relação a ele? Compare-o a
outras leituras que você já tenha realizado. Faça breves
anotações, infográficos ou desenhos.

- Experimente decompor o texto em tópicos. Anote cada


tópico acrescido de um breve comentário. Após, faça um
resumo, reconstruindo o texto com suas próprias palavras a

Roteirize o seu partir dos tópicos. Avalie todas as suas anotações de forma
estudo! reflexiva. Há algo que você possa melhorar?

- Tente explicar seu resumo para alguém, prepare uma aula


com 3 a 5 slides, ou faça um “mapa mental” sobre o assunto
estudado. Faça uma “busca” na Internet por algum texto,
infográfico ou vídeo que esteja relacionado com o assunto e
que possa ser acrescentado ao seu material de estudo

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 83 / 85

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado Aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com sucesso,
Parabéns! Esperamos que em todos esses momentos que estivemos juntos você tenha
aproveitado e aprendido muito.

Durante nosso estudo, realizamos leituras, aprendemos conceitos, verificamos novos


procedimentos. Fizemos anotações, resumos, exercícios, elaboramos roteiros de estudo e
dialogamos bastante, não foi mesmo?

Nesta disciplina, estudamos como se estrutura a Doutrina Militar, o Poder Aeroespacial, o


Planejamento Institucional da Aeronáutica e a Área de Atuação: Dimensão 22. Vimos também os
aspectos que envolvem a Doutrina Militar, como essa doutrina é executada em nosso território
nacional, os princípios da doutrina militar aeroespacial e suas fontes. Trabalhamos os conceitos
relacionados ao Poder Aeroespacial, desde o seu início até a sua evolução e demais aspectos
importantes sobre esse assunto Estudamos o Planejamento Institucional da Aeronáutica, sua
fundamentação, fases e definições da missão, visão e valores de futuro. Finalizamos realizando
algumas reflexões a respeito do tema Dimensão 22 e as três principais ações executadas pela
FAB.

Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos, não importa o nome que
damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!

Com as saudações da Equipe do Berço dos Especialistas, sucesso em sua Missão!

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84 / 85 CAS – DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

REFERÊNCIAS

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______. Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro


Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores e das
Funções Gratificadas do Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa, e dá outras
providências. Brasília, 2009.

______. Decreto nº 9.077, de 8 de junho de 2017. Altera o Decreto nº 6.834, de 30 de abril de


2009, que aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores e das Funções Gratificadas do Comando da
Aeronáutica, do Ministério da Defesa, e o Decreto nº 5.144, de 16 de julho de 2004, que
regulamenta os §§ 1º, 2º e 3º do art. 303 da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, que dispõe
sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica, no que concerne às aeronaves hostis ou suspeitas de
tráfico de substâncias entorpecentes e drogas afins, e dispõe sobre a estrutura do Sistema de
Defesa Aeroespacial Brasileiro – SISDABRA. Brasília, 2017.

______. Comando da Aeronáutica. COMPREP. NOPREP/OPR/22. Sistema de Doutrina


Militar Aeroespacial. Brasília, 2018.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. DCA 1-1 (Vol I e II). Doutrina Básica da Força
Aérea Brasileira. Brasília, 2020.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. DCA 11-1. Sistemática de Planejamento e Gestão


Institucional da Aeronáutica. Volume 1 – Planejamento. Brasília, 2020.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. DCA 11-45. Concepção Estratégica – Força


Aérea 100. Brasília, 2018.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. DCA 55-40. Adjudicação de Meios de Preparo e


Emprego. Brasília, 2019.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. ICA 11-1. Missão da Aeronáutica. Brasília, 2007.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. MCA 10-4. Glossário da Aeronáutica. Brasília.


2001.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. MCA 909-1. Programa de Formação e


Fortalecimento de Valores – PFV. Brasília. 2021.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. NSCA 1-1. Sistema de Doutrina Aeroespacial.


Brasília, 2013.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. PCA 11-47. Plano Estratégico Militar da


Aeronáutica 2018-2027 (PEMAER). Brasília, 2018.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 85 / 85

______. Ministério da Defesa. MD35-G-01. Glossário das Forças Armadas. 5ª ed. Brasília,
2015.

______. Ministério da Defesa. MD 35-D-02. Diretrizes para organização e funcionamento do


Sistema de Doutrina Militar Combinada (SIDOMC). Brasília, 2008.

______. Ministério da Defesa. MD51-M-04. Doutrina Militar de Defesa. 2ª ed. Brasília, 2007.

EVANS, Vaghan. Ferramentas estratégicas: guia essencial para construir estratégias


relevantes. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

FREDERICO JÚNIOR, José. Dimensão 22: o DNA da FAB. Aerovisão – A revista da Força
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LUECKE, Richard. Estratégia – criar e implementar a melhor estratégia para seu negócio.
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SANTOS, Frederico Fernandes dos. O que são princípios? Suas fases, distinções e
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