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Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o único país do mundo a utilizar o carvão em larga escala como insumo
industrial. Estima-se que o país produza anualmente cerca de 24 milhões de
metros cúbicos de carvão vegetal. No início da década de 90 por exemplo, cerca
de 60% do carvão vegetal originava-se de florestas nativas, todavia, em
decorrência de legislação, expansão de plantio florestais, diminuição de florestas
nativas, programas de certificação entre outros, estima-se que mais de 70% do
carvão vegetal seja oriundo, atualmente, de florestas plantadas (ABRACAVE,
2001).
Conforme Castro (1994), a madeira nativa que ainda é utilizada para a produção
do carvão vegetal é originária, em sua maioria, de desmatamentos de cerrados
encontrados no Brasil Central (MG, MT e GO). É de se supor que isto ocorra
como forma de utilização do subproduto originário da ocupação agrícola destas
áreas.
Cerca de 79% da população de Pedra Bela esta localizada na zona rural e 21%
na zona urbana (IBGE, 2000). A base econômica do Município está centrada na
agropecuária, destacando-se a produção de batata, milho, café e vagem e no
reflorestamento com eucaliptos, principalmente, E. saligna, para fins de produção
de carvão vegetal. Conforme relatório anual da CATI (2001) estima-se que 40%
das atividades desenvolvidas no Município de Pedra Bela estejam ligadas ao
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carvão vegetal. O Município apresenta um renda per capita inferior a meio
salário mínimo, o que inclusive o levou a ser incluído no PRONAF (Programa
Nacional de Agricultura Familiar).
O Município de Pedra Bela possui 5.609 habitantes (IBGE, 2000), e está situado
no sudoeste do Estado de São Paulo, a 110Km da capital, na região
administrativa de Campinas e região de governo de Bragança Paulista. A cidade
está localizada na Serra da Mantiqueira, apresenta 1.100 metros de altitude e
uma temperatura média anual de 19o.
Segundo Relatório Anual da CATI de Pedra Bela (2001), “se não ocorrer uma
mudança substancial na política agrícola, as atividades produtivas do município
tendem a diminuir cada vez mais, em detrimento do desenvolvimento sócio-
econômico do local”.
2. MATERIAL E MÉTODOS
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo entrevista realizada com lideranças locais sobre suas expectativas com
relação a continuidade da atividade de carvoejamento no Município, os mesmos
apontam que: “a cada dia mais a população vem conhecendo o processo de
produção e a matéria-prima em função das dificuldades encontradas para outra
atividade havendo possibilidades de ampliação da área no decorrer dos próximos
anos” (A . P. L. Prefeito Municipal); “a atividade deverá continuar apesar da
dificuldade de matéria-prima (florestas antigas mal manejadas) , uma vez que a
mão-de-obra, por herança cultural (3a. geração) terá dificuldades de adaptação a
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novas especialidades; se deixarem a atividade, poderão se transformar em
auxiliar de serviços gerais ou temporários sem emprego fixo” (J. R. C. P.
Programa SAI - Sistema Agro-industrial Integrado)
Notou-se que o maior entrave não é a aquisição desses equipamentos, uma vez
que a maioria das empresas os possuem, mas a falta de adequação dos mesmos
ao tipo de atividade que desenvolvem. Os equipamentos utilizados nessas
propriedades são os mesmos utilizados em outros tipos de empresas. Os
trabalhadores explicitaram a necessidade do desenvolvimento de equipamentos
de proteção individual adaptados às suas realidades de trabalho.
Todos os filhos com idade de até 14 anos das famílias entrevistadas, encontram-
se regularmente matriculados em escolas do Município. Conforme recente
portaria da Secretaria de Inspeção do Trabalho no. 06 , de 05 de fevereiro de
2001, embasada no artigo 405 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, que considera que o
trabalho do menor de 18 (dezoito) anos fica proibido nas atividades classificadas
como serviços perigosos ou insalubres, o que pode ser atribuído aos trabalhos em
carvoaria. Verificou-se nas carvoarias de Pedra Bela, somente um menor de 18
anos exercendo atividade na área. O restante situa-se entre 18 a 65 anos.
Muitos produtores de carvão vegetal não tem nenhum tipo de planejamento das
atividades e não tem noções de elaboração de planilha de custos, sendo que,
muitos deles, não contabilizam nos custos de produção a mão-de-obra, por se
tratar da mão de obra familiar e nem incluem o preço da madeira, quando as têm
em suas propriedades.
4. CONCLUSÕES
O presente estudo indica que a maioria dos produtores de carvão vegetal atuam
na informalidade, não apresentando registro junto ao IBAMA, nem CNPJ o que,
consequentemente, aumenta a exclusão social dos trabalhadores e a
marginalização da atividade.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Relatório Anual da CATI para o Município de Pedra Bela. Pedra Bela. São
Paulo. 2001. 15p. No Prelo.