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Instituto Federal de Alagoas

Campus Marechal Deodoro

FILOSOFIA

Marechal Deodoro AL
2021
ALUNA: Ingrid Jayane Sena Costa de Alcantara Gomes
CURSO: G.T. SÉRIE: 3º ANO ”B” DATA: /01 /2021

FILOSOFIA

Marechal Deodoro AL
2021
Resumo do Livro:
“PLATÃO E ARISTÓTELES
o fascínio da filosofia”

Platão era o abstrato, preocupado em compreender a essência mais


profunda da realidade, que ele atribuía ao mundo das Ideias, povoado de formas
geométricas puras, que jamais se transformam. A sua representação concreta em
um desenho jamais será perfeita, mesmo que aparentemente ela ou seja, como
ocorre nas representações com uma impressora de alta resolução. Perfeição, só no
mundo das ideias.
Já Aristóteles preferia explicar o mundo por meio de argumentos lógicos e
pragmáticos, baseados no mundo dos sentidos e não no mundo dos conceitos e das
ideias abstratas. Para ele, o essencial era o que podíamos ver e perceber com
os nossos sentidos e não o que existia apenas em nossas mentes.
Seria, porém, injusto limitar a influência desses dois filósofos à reflexão sobre o
saber e a natureza da argumentação. Platão dedicou-se em particular à Matemática,
mas também a outras disciplinas. Aristóteles tendeu mais ao estudo empírico da
natureza, principalmente a Biologia.
A evolução do pensamento científico deve ser compreendida dentro do seu
contexto histórico;sobre a divisão do mundo em quatro elementos ou de um cosmo
cujo centro e a Terra, ou, no caso de Platão, de órbitas circulares para os planetas.
Certamente, Platão e Aristóteles ficariam muito satisfeitos em constatar que as suas
ideias ainda são seriamente discutidas tanto tempo mais tarde, inspirando pessoas
em um país cujo continente Infelizmente eles nem sabiam que existia. Ora, Platão e
Aristóteles debruçaram-se exatamente sobre isso e nos legaram reflexões
extraordinariamente fecundas sobre a natureza do objeto de pensamento e, em
particular, sobre o que é esta atividade tão enigmática, o pensar, e em especial o
que é pensar bem.
Por Filosofia deve-se entender aqui não uma disciplina restrita, como
ocorre hoje em dia, mas, em sentido bem mais amplo, a Ciência ou, mais
literalmente, o amor ao saber. todo aquele que se dedicava ao estudo da natureza e
da vida era considerado, na Antiguidade, um filósofo.
Para os materialistas, o universo inteiro se reduz a um, dois ou vários componentes
materiais. Para uns, O mundo se reduz não a água, mas ao ar, para outros, o
universo e o resultado da união ou separação provocada por princípios opostos,
como o amor e o ódio; para outros ainda, nosso mundo finito é envolto pelo
indeterminado, de onde vem e para onde volta segundo um ciclo pré-determinado.
Não podemos perceber ou sentir as Ideias, podemos somente concebê-las ou
compreendê-las; elas não existem no mundo sensível, mas reside alhures, onde o
pensamento as apreende. Para Platão, dada uma multiplicidade de objetos referidos
por um mesmo termo de modo inequívoco, há uma e apenas uma ideia, que é o
modelo do qual esses objetos são as cópias. Ao unificar se e bem, Platão colocou
no ápice da realidade uma Ideia que designa ao mesmo tempo o que é o que deve
ser, o fato e a norma. O mundo das sensações, que nos parecia inicialmente real,
não só é preterido pelo mundo das Ideias como, por contraste com o mundo da
razão, perde sua substância e se torna mera aparência.
A relação entre estes dois gigantes do pensamento, de estilos e tendências bem
diferentes, é um tema fascinante. Platão, filósofo literário; Aristóteles, argumentador
de rara precisão. Platão, idealista; Aristóteles, investigador da natureza. Aristóteles
foi um notável investigador da natureza que se propôs a estudar o mundo.
Referimos-nos, é claro, as ciências teóricas, nas quais se investiga não como
devemos agir, mas como são as coisas; ainda que nossas opiniões possam servir
de ponto de partida para as investigações, as observações feitas e os experimentos
realizados constituem a matéria propriamente a ser examinada. Assim, enquanto
Platão, como virnos, dá as costas ao mundo da experiência, preocupando-se
somente com a coerência interna das razões, Aristóteles, guiado pelas razões e
opiniões, abre os olhos para o mundo, busca evidências para suas teses, refuta
opiniões com base em dados empíricos;enfim, vasculha o mundo em busca de seus
segredos.
Para Aristóteles, tudo o que é composto de matéria, na Terra, se reduz, em
última instância, quanto a seus elementos materiais, a uma composição de quatro
elementos básicos.(Esses quatro elementos são a água, o ar, a terra e o fogo).
Os quatro elementos são a matéria na sua forma minimamente qualificada, a
matéria na sua forma mais simples.A doutrina dos quatro elementos e suas
transformações serviu de fundamento para o estudo, entre outras coisas, dos
metais, isto é, da Química aristotélica.No tocante aos movimentos e deslocamentos
que observamos entre as coisas, Aristóteles adotou a tese do movimento natural.
Todo deslocamento ocorre ou em círculo, ou em linha reta ou em uma combinação
deles. Movimentos circular e retilíneo são, portanto, os movimentos básicos, pois
todos os demais resultam de uma combinação entre eles, o movimento natural para
cima também é realizado pelo elemento que for mais leve; em compensação, o que
for mais pesado terá o movimento natural para baixo. A despeito dessa flexibilidade,
algo é fixo, a saber: o fogo e o ar sobem naturalmente, enquanto a terra e a água
caem naturalmente. Aristóteles, contudo, tinha uma razão muito forte para adotar a
tese do movimento natural, o movimento e, para Aristóteles, eterno. Como não
conhecia o princípio de inércia, o que chamamos hoje de "a lei de conservação do
movimento", para ele ou algo se movimenta por si mesmo ou é movido por uma
outra coisa.
Ora, para garantir a eternidade do movimento, Aristóteles pensava que tinha de
adotar a tese do movimento natural, pois, se o movimento fosse forçado, nada
assegura que o que move um outro objeto irá sempre movê-lo, de modo que o
movimento não seria necessariamente eterno. Por sua vez, a tese do movimento
natural está associada a uma outra, a saber, a tese da posição central do planeta
Terra no universo (ou geocentrismo, como é tecnicamente designada). Tudo isso
ocorre, obviamente, de modo ordenado, de sorte que o universo é um cosmos, que,
em grego, designa justamente essa ordenação. Para explicar a natureza dos corpos
celestes e seu movimento circular, Aristóteles postulou então um novo elemento, o
éter, o quinto elemento, inteiramente distinto dos outros quatro. O éter é um
elemento que não existe na Terra, mas somente na região da Lua para cima (a
chamada região supralunar, em oposição a Terra, que se encontra na região
sublunar).
Aristóteles orgulhava-se de sua tese do quinto elemento, pois pensava que esse
era o modo mais sensato para explicar a natureza dos corpos celestes e suas
propriedades. Não só os planetas, a Lua, o Sol e as estrelas são compostos
de éter, mas também o espaço entre eles , uma vez que, para Aristóteles, o vazio
não existe.
Para explicar os movimentos das estrelas e dos planetas, Aristóteles recorreu
aos astrônomos de sua época, em especial a Calipos, e adotou a tese segundo a
qual havia 47 ou 55 esferas celestes; Calipos aumentou seu número e sofisticou o
sistema. Aristóteles adotou esta solução e baseou-se nos astrônomos de sua época
para explicar o movimento dos corpos celestes,a contribuição de Aristóteles foi
importante para a consolidação de tal sistema no que tange a explicação não do
número das esferas, mas de sua natureza e da dos corpos celestes. Para
Aristóteles, cometas são fenômenos atmosféricos; ele os define como "estrelas
cadentes que tem em si princípio e fim", isto é, que queimam em um dado lugar,
deslocando-se horizontalmente e não verticalmente, como as estrelas cadentes.
Estrelas cadentes, meteoros e cometas pertencem ao nosso mundo, o mundo
sublunar; e somente uma impressão nossa que sejam provenientes do resto do
universo.
No entanto, haja vista a nova compreensão por parte de Aristóteles do próprio
ato de investigar, baseado agora na pesquisa de caráter empírico, ele valorizou
muito o domínio da Biologia, em especial o da Zoologia, pois, embora seus objetos
fossem considerados de menor valor do que os da Astronomia, nós temos um
acesso a eles que nos é negado no caso dos astros. Quanto mais evidências se
acumularem, tanto mais se poderá supor e extrapolar, imaginando mesmo novas
soluções para problemas de Astronomia que estejam ainda fora do alcance da
observação.Em primeiro lugar, era preciso determinar o que é um bom argumento.
Aristóteles dividiu essa questão em duas: o que é um argumento válido é o que é
um argumento cientificamente válido. Para a primeira pergunta, deu como resposta
sua teoria silogística, o primeiro estudo da Lógica e das inferências formais.
O silogismo é um argumento no qual, certas premissas estando postas, delas
resulta necessariamente uma conclusão. Aristóteles tinha por ambição explorar,
desse modo: todas as formas válidas de inferência; um recurso extremamente útil
que utilizou foi substituir os termos por letras, obtendo assim uma maxima
generalizaçao.Um argumento cientifico segue a estrutura inferencial valida, mas tem
tambem premissas verdadeiras. Ora, sendo válida é construída com premissas
verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa. Para Aristóteles, o silogismo científico
tem de estar amoldado à causalidade das coisas, pois deve exprimir em
proposições o movimento causal que se dá no mundo mesmo. O silogismo científico
deve, portanto, transcrever na linguagem da inferência a ordem causal do mundo. A
causalidade relata um tipo de conexão que também pode variar. Os corpos celestes
são, para Aristóteles, eternos; eles não são nem agem diferentemente, mas são
sempre do mesmo modo. A saída de Aristóteles consiste em adotar esta última
possibilidade: o intelecto apreende os termos e as definições por uma operação
racional, a de apreensão formal, que ainda não é demonstração, mas justamente
fornece as demonstrações das premissas de onde partem. Obtidas as premissas
primeiras, então a Ciência pode proceder demonstrativamente segundo as formas
válidas de inferência.
Assinalou-se acima que Aristóteles concebeu a relação causal de quatro modos:
causa material,formal, eficiente ou final. Explicar algo e fornecer, em um silogismo
demonstrativo, a causa do obieto, segundo o registro que lhe é adequado (de
estrita necessidade ou de regularidade). A essência de algo são aquelas
propriedades sem as quais isto não seria de tal tipo, mas outra coisa, e essas
propriedades são buscadas com base nas funções que o objeto em questão realiza.
A Teleologia, ou explicação por fins, é particularmente visível na Biologia aristotélica.
Pertence aos patos essencialmente na função de nadar. A explicação deve fazer
apelo aos fins para somente então compreender os meios. No entanto, Anaxágoras
estava certo; Aristóteles, errado. A Biologia levou, porém, muito tempo para
desfazer-se desse tipo de explicação; somente com Darwin e sua doutrina da
seleção natural passamos a compreender melhor a relação entre a função e a
estrutura do órgão que a realiza. Por isso mesmo, para Aristóteles, ninguém fará
Ciência sozinho; temos de pôr a descoberta da verdade na perspectiva de um
esforço coletivo em direção ao esclarecimento e à demonstração.
A Teologia está no topo do saber porquê a razão assim o exige, segundo
Aristóteles, mas ele próprio observa que, se não for mais preciso postular a
existencia de urna substância de natureza distinta da dos objetos sensíveis para
garantir a ordem eterna do movimento, então a Teologia deve perder seu lugar em
proveito da Física.
O ato de deliberar ou pesar razões rivais, cuja expressão política e a assembleia
ateniense, foi visto por Aristóteles não como um substituto menor de um saber
ausente, mas como a legítima atividade racional de descoberta da verdade na ação.
Aristóteles realizou importantes estudos também sobre outros domínios, como a
Poética, a Retórica, a Ética e a Política. O prudente e para Aristóteles, aquele que
sabe o que deve ser feito, o homem virtuoso propriamente dito; ele é definido por
Aristóteles justamente como aquele que delibera bem. Saber, no campo da ação,
equivale a saber deliberar.
Deliberações são atividades racionais de descoberta da verdade no campo
prático, tendo a estrutura típica de um ato de dar razões e justificar crenças, mas
não se reduzem a demonstrações. Nenhum saber demonstrativo ou técnica
substituirá, aos olhos de Aristóteles, a deliberação como atividade racional por
excelência de decisão prática.
A Ética e a Politica de Aristóteles representam uma tentativa de dar expressão
filosófica à prática política ateniense de decidir mediante assembleias públicas.
Aristóteles reflete, desse modo, sobre o que constitui o :imago de urna de nossas
aspirações mais caras, a democracia, invenção política ateniense fundada na
deliberação e na discussão pública das decisões a tomar. Suas relações palacianas
nunca o desviaram do intento de pensar em profundidade o que fundamenta a
democracia: a verdade prática como oriunda do procedimento racional de deliberar
sobre nossas ações.
Seus seguidores, entre os quais se sobressai Teofrasto, continuaram sua obra e
mantiveram vivo seu projeto, mas ninguém mais conseguiu sequer igualá-lo em
suas realizações.

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