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Desenho I

Cortes e Seções (NBR 10067)

Antônio Vital Lara Júnior


Introdução
Veja a figura abaixo. Ela mostra um
registro de gaveta, uma peça complexa com
muitos elementos internos.
Introdução
A representação deste
registro em vista frontal,
através da projeção
ortográfica normal,
deixaria a interpretação
bastante prejudicada, como
mostra a figura.
Introdução
Para representar um conjunto complexo
como esse, com muitos elementos internos,
utiliza-se recursos que permitem mostrar seu
interior com clareza.

Neste caso, o recurso utilizado em desenho


técnico para mostrar elementos internos de
modelos complexos com maior clareza é a
representação em corte.
Corte
Se utilizam modelos representados em
corte para facilitar o estudo de sua estrutura
interna e de seu funcionamento.
Corte
Mas, nem sempre é possível aplicar cortes
reais nos objetos, para seu estudo.
Em certos casos, deve-se apenas imaginar
que os cortes foram feitos. É o que acontece em
desenho técnico mecânico, conforme mostra a
figura a seguir.
Corte
Corte
Desta forma, a representação em corte (da
direita) é mais simples e clara do que a outra.
Fica mais fácil analisar o desenho em corte
porque nesta forma de representação usa-se
linha para arestas e contornos visíveis em vez da
linha para arestas e contornos não visíveis.
Corte
Na indústria, a representação em corte só é
utilizada quando a complexidade dos detalhes
internos da peça torna difícil sua compreensão
por meio da representação normal.
Para análise e estudo, serão utilizados
modelos mais simples que, na verdade, nem
precisariam ser representados em corte.
Existem vários tipos de corte, os quais
serão estudados individualmente.
Corte Total
Corte Total
Corte total é aquele que atinge a peça em
toda a sua extensão.
Corte Total
Deve-se considerar o corte realizado por
um plano de corte, também imaginário.
No caso de corte total, o plano de corte
atravessa completamente a peça, atingindo suas
partes maciças.
Corte Total
Os cortes podem ser representados em
qualquer das vistas do desenho técnico
mecânico. A escolha da vista onde o corte é
representado depende dos elementos que se quer
destacar e da posição de onde o observador
imagina o corte.
Corte Total
Veja a peça abaixo, nela o observador não
vê os furos redondos nem o furo quadrado da
base.
Corte Total
Para que estes elementos sejam visíveis, é
necessário imaginar o corte, através de um plano
de corte atravessando a peça.
Corte Total
Desta forma, a projeção ortográfica fica
conforme mostra a figura.
Corte Total
Observe que a vista superior é atravessada
por uma linha traço e ponto estreita, com dois
traços largos nas extremidades. Esta linha indica
o local por onde se imaginou passar o plano de
corte.
As setas sob os traços largos indicam a
direção em que o observador imaginou o corte.
As letras do alfabeto, próximas às setas,
dão o nome ao corte.
Corte Total
Os elementos atingidos pelo corte são
representados pela linha para arestas e contornos
visíveis.
As partes maciças do modelo, atingidas
pelo plano de corte, são representadas com
hachuras.
Os furos não recebem hachuras, pois são
partes ocas que não foram atingidas pelo plano
de corte.
Corte Total
Os cortes podem ser representados,
conforme a necessidade, em qualquer das vistas
do desenho técnico.

Desta forma, no exemplo anterior o corte


poderia ser aplicado também nas vistas superior
ou lateral, conforme mostram as figuras a seguir.
Corte Total
Corte na vista superior.
Corte Total
Corte na vista lateral esquerda.
Corte Total
Dependendo da complexidade do modelo
ou peça, um único corte pode não ser suficiente
para mostrar todos os elementos internos que se
quer analisar, sendo necessária a aplicação de
mais de um corte. Observe a figura a seguir.
Corte Total
Dois cortes no mesmo modelo.
Corte em Desvio
Corte em Desvio
Certos tipos de peças, como as mostradas
abaixo, por apresentarem seus elementos
internos fora de alinhamento, precisam de outra
maneira de se imaginar o corte.
Corte em Desvio
Nestes casos deve ser aplicado o corte em
desvio, ou composto.
O corte em desvio torna possível analisar
todos os elementos internos do modelo ou peça,
ao mesmo tempo. Isso ocorre porque este tipo
de corte permite representar, numa mesma vista,
elementos situados em diferentes planos de
corte.
Corte em Desvio
Desta forma, deve-se imaginar o plano de
corte com desvio de direção, para atingir todos
os elementos da peça.
Corte em Desvio
A vista frontal, representada em corte,
neste exemplo, mostra todos os elementos como
se eles estivessem no mesmo plano.

O corte é indicado pela linha traço e ponto


na vista superior. Os traços são largos nas
extremidades e quando indicam mudanças de
direção dos planos de corte.
Corte em Desvio
Assim, a representação ortográfica fica
conforme abaixo.
Corte em Desvio
Observe também este outro exemplo com
a aplicação do corte em desvio.
Meio Corte
Meio Corte
Há tipos de peças ou modelos em que é
possível imaginar o corte em apenas uma parte,
enquanto que a outra parte permanece visível
em seu aspecto exterior.
Este tipo de corte é chamado meio-corte,
aplicado em apenas metade da extensão da peça.
Meio Corte
Somente em peças ou modelos simétricos
longitudinal e transversalmente pode-se aplicar
o meio-corte.
Meio Corte
Imaginando o modelo anterior atingido até
a metade por um plano de corte longitudinal (P1)
e por um plano de corte transversal (P2).

Na meia vista não são


representadas as linhas não
visíveis
Meio Corte
Assim, a representação ortográfica fica
conforme abaixo.
Meio Corte
Metade da vista frontal não foi atingida
pelo meio-corte: o furo passante da esquerda e
metade do furo central não são representados no
desenho, pois o modelo é simétrico e não é
necessário repetir a indicação dos elementos
internos.
Na representação com meio-corte, não é
necessário indicar os planos de corte. As demais
vistas são representadas normalmente.
Corte parcial
Corte parcial
Em certas peças, os elementos internos
que devem ser analisados estão concentrados em
partes determinadas da peça.
Corte parcial
Nesses casos, não é necessário imaginar
cortes que atravessem toda a extensão da peça.
É suficiente representar um corte que atinja
apenas os elementos que se deseja destacar. O
tipo de corte mais recomendado nessas situações
é o corte parcial.
Corte parcial
Observe o modelo abaixo com aplicação
de corte parcial.

A linha de ruptura (à mão livre) mostra o


local onde o corte está sendo imaginado,
deixando visíveis os elementos internos da peça.
Corte parcial
Nas partes não atingidas pelo corte parcial,
os elementos internos devem ser representados
pela linha para arestas e contornos não visíveis.

A linha de ruptura, na
vista ortográfica, pode ser
representada também através
de uma linha contínua
estreita, em ziguezague.
Corte parcial
Pode-se também aplicar mais de um corte
parcial na mesma vista do desenho técnico,
conforme mostra o exemplo abaixo.
Corte parcial
O corte parcial também pode ser
representado em qualquer das vistas do desenho.

Obs: Na representação em corte parcial, não aparece o


nome do corte. Não é necessário, também, indicar o
corte parcial em outras vistas.
Hachuras (NBR 12298)
Hachuras
As hachuras servem para indicar as partes
maciças atingidas pelo corte. Além disso, as
hachuras podem ser utilizadas para indicar o
tipo de material a ser empregado na produção
do objeto representado.

O tipo de hachura mostrada ao


lado é utilizada na representação
geral de qualquer material.
Hachuras
As hachuras são formadas por linhas
estreitas, finas, paralelas entre si e inclinadas a
45º em relação às linhas principais de contorno
ou eixos de simetria.

Dependendo da conveniência,
a inclinação da hachura pode
aparecer invertida.
Hachuras
Quando a área maciça atingida pelo corte
for muito grande, as hachuras podem ser
representadas apenas perto dos contornos do
desenho, deixando a parte central em branco.
Hachuras
Para indicação
do tipo de material
através das hachuras,
a tabela ao lado
mostra os tipos de
hachuras específicas,
conforme a NBR
12298.
Hachuras
De acordo com a norma, outras hachuras
podem ser utilizadas, desde que identificadas.
Omissão de corte
Omissão de corte
Conforme a NBR 10067 alguns elementos
como nervuras, orelhas, braços de polias,
dentes e braços de engrenagens devem ser
representados com omissão de corte, quando
seccionados longitudinalmente.
Omissão de corte - exemplos
Omissão de corte - exemplos
Seção (NBR 10067)
Seção
Às vezes, o corte não é o recurso adequado
para mostrar a forma de partes internas da peça.
Nestes casos, deve-se utilizar a representação
em seção.
Secionar quer dizer cortar. Assim, a
representação em seção também é feita
imaginando-se que a peça sofreu corte.
Seção
Mas existe uma diferença fundamental
entre a representação em corte e a representação
em seção. Veja os exemplos abaixo:
Seção
Enquanto a representação em corte mostra
as partes maciças atingidas pelo corte e outros
elementos, a representação em seção mostra
apenas a parte atingida pelo corte.

Nos desenhos técnicos de peças, a seção


pode ser representada: fora da vista, dentro da
vista ou interrompendo a vista. Veja os
exemplos a seguir:
Seção – Exemplos
- Seção fora da vista
Seção – Exemplos
- Seção dentro da vista
Seção – Exemplos
- Seção interrompendo a vista
Seção enegrecida
Quando a área da seção é a de um perfil de
pouca espessura, ao invés de se representarem
as hachuras, o local é enegrecido.
FIM

Obrigado!

Antônio Vital Lara Júnior

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