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Curso: Letras Português/Literatura

Aluna: Ana Carlinda Campos de Souza - 2081104916

Professora: Tatiane Ribeiro Disciplina: Estudos Semânticos de Língua Portuguesa

Aquele do dia em que eu estava lá, mas esqueci como foi.

Esse é um pedido geral de desculpas. Existem poucas coisas no mundo que eu ame mais
do que uma boa história e isso com certeza não vai fazer o menor sentido com o que eu tenho
para dizer a seguir: começo essa crônica já me desculpando com você, leitor. Sou uma pessoa
esquecida. Característica que me faz passar por muitos momentos de constrangimento em que
eu simplesmente deixo de estar na conversa. Olha, não é por mal! Ou que a conversa esteja
desinteressante, nem que não esteja levando à sério. Só que quando fui pesquisar sobre crônicas,
li que o bom cronista é um ótimo observador. Então já te adianto: sou uma péssima cronista. A
minha mente simplesmente vai embora sem que eu perceba e eu me esqueço. Hoje mesmo, em
uma reunião com meu irmão, ele me disse:

- Você tem muitas tarefas hoje. Não se esqueça!

Mas quando ele disse isso eu percebi que só me lembrava de duas. E estava prestando
atenção ao que ele falava. Me preocupei. “Será que pergunto? Se perguntar ele vai saber que eu
não estava prestando atenção. E agora?” Confiei nas anotações que tinha feito e segui o dia,
fazendo tudo o que sabia que devia fazer. Como ainda não recebi nenhuma reclamação, acredito
que tenha anotado certo.

E agora você se pergunta: “escreveu dois parágrafos sobre a sua falta de memória, mas
afinal, sobre o que você quer falar?” Eu quero falar sobre muitas coisas, amigo leitor! Eu
gostaria de falar sobre as noites que passei conversando com meus amigos durante a pandemia,
sobre meus falhos experimentos como MasterChef e sobre as inúmeras histórias da minha
família. Mas esse é o problema em ser uma pessoa esquecida. Assim que tudo isso acabou, eu
acabei me esquecendo metade das histórias que tinha para contar. O que significa, que qualquer
conto interessante, se perdeu. Parando agora para pensar, talvez isso explique por que falhei
tanto nas receitas que tentei reproduzir, não é?

Então, o objetivo real dessa crônica é falar com você que, assim como eu, poderia ter
mil histórias interessantes e divertidas para contar, mas infelizmente só acabou se esquecendo
delas. E sempre que tenta se lembrar é um tal de “era quarta, não quinta! Talvez sexta” e “havia
cinco pessoas na sala... ou será que eram três?” pra cá. Se você também já passou por aquele
momento em que se esqueceu o nome da pessoa que sabe tudo sobre a sua vida. Também existe
a possibilidade de você ter esquecido, uma ou duas vezes, o arroz no fogo. E mais algumas
vezes pode ter se esquecido de colocar o sal.

Se você é esta pessoa, que tem a capacidade de esquecer do que te falaram há 2 minutos,
o que eu tenho para hoje é te dizer: você não está sozinho no mundo, e eu sei que você não faz
por mal. Mas eu espero que você entenda o meu lado no final desse texto quando eu digo que
gostaria de ter uma história melhor para contar, mas a verdade é que eu me esqueci. Ao falar
disso, me lembrei de uma história do dia em que esqueci uma colher dentro da forma de um
brigadeirão no dia do Natal. Mas acho que vai ter que ficar para outro dia.

Aspectos semânticos: antonímia (esquecer e lembrar).

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