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Texto: 

Êxodo 01
Queridos irmãos em Jesus Cristo,
A providência de Deus é um consolo, quando experimentamos a benção de Deus
na nossa vida. Mas onde está a providência de Deus se sofremos? Onde está
Deus naquele momento? Os sofrimentos na nossa vida podem causar muita
confusão. Há pessoas que crêem em Deus na prosperidade, mas se afastam na
adversidade. Há pessoas que experimentam sofrimentos e que logo se
perguntam: onde está Deus? Deus realmente existe? Se Deus existe, e se Deus é
amor, porque Ele não me ajudou?
A leitura do livro de Êxodo nos ensina que Deus existe. Este livro nos ensina que
Deus está trabalhando na história; Este livro nos ensina também COMO Deus
está trabalhando na história. Considerando a história do povo de Deus, devemos
dizer que a Bíblia é muito mais do que um livro histórico. Claro, a Bíblia nos
conta a história do povo de Israel, mas a Bíblia conta esta história sob um certo
ponto de vista. A Bíblia conta a história da Salvação. O caminho que Deus trilha
com o seu povo Israel… para dar ao seu povo, e pelo seu povo, a todo o mundo…
a Salvação em Jesus Cristo.
Este caminho é um caminho longo; e neste caminho Deus encontra muita
resistência. O início da Bíblia já mostra isso. No início do Livro de Gênesis
encontramos Deus, Adão e Eva,… e satanás: o inimigo de Deus. Este inimigo de
Deus fez amizade com Adão e Eva. Ele queria destruir o plano de Deus, mas
Deus não aceitou. Deus reagiu e colocou inimizade entre o diabo e Adão e Eva.
Deus disse (Gn. 3,15): “Porei inimizade entre ti e a mulher; entre tua semente e
sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Então, irmãos,
Deus colocou INIMIZADE; Inimizade entre as pessoas, que temem a Deus e as
pessoas que não temem a Deus. Este conflito existe desde a fundação do
mundo. Este conflito domina toda a HISTÓRIA. Os filhos de Deus sofrem por
causa deste conflito. Esta INIMIZADE encontramos também neste livro de
Êxodo.
O livro de Êxodo continua a história de Gênesis. No primeiro livro lemos como
Deus criou o mundo e como Deus criou o seu povo Israel. O fim de Gênesis fala
sobre Jacó e os seus filhos; eles viviam em Canaã, mas tinham que mudar para o
Egito por causa duma grande fome. E Deus já tinha providenciado tudo. Pois lá
no Egito estava o irmão deles, José. Ele se tornou um governador importante.
José os ajudou e ele conseguiu uma terra boa onde Jacó e os seus filhos podiam
morar. Naquele momento a família de Jacó tinha setenta pessoas. Eles migraram
para o Egito e ficaram lá. Não umas semanas, nem uns meses, ou alguns anos.
Nada disso! Eles ficaram lá alguns séculos!!! Em Atos 7,6 Estevão diz que Israel
morou mais do que quatrocentos anos no Egito! E depois desses quatrocentos
anos Moisés nasceu. Então, irmãos, este primeiro capítulo de Êxodo cobre um
período longo da história de Israel. Não dá para ver, mas entre o versículo 1 e o
versículo 22 há uma história de QUATROCENTOS ANOS!
E durante estes quatrocentos anos aconteceram muitas coisas, mas há algo que
chama a atenção. E isto é enfatizado por Deus, pois Deus fala várias vezes sobre
isso neste capítulo. É como um refrão que é repetido várias vezes. Prestem
atenção nisto irmãos, pois quando Deus repete as coisas, Ele quer nos ensinar
algo. Este refrão começa no versículo 7. Lá está escrito: “E os filhos de Israel
frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos
GRANDEMENTE; de maneira que a terra se encheu deles”. E depois disso, de
novo, no versículo 12: “Mas quanto mais os afligiam, tanto mais se
multiplicavam, e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa
dos filhos de Israel”. E, finalmente, no versículo 20: “Portanto Deus fez bem as
parteiras. E o povo se aumentou e se fortaleceu muito”.
Este é o tema deste capítulo. A mensagem que foi repetida várias vezes é essa: o
povo de Israel foi frutífero, aumentou muito e multiplicou-se. Isso chamou a
atenção durante estes 400 anos. Uma família pequena se muda para o enorme
país do Egito. E lá tudo anda bem. Tudo anda extremamente bem. Mais do que
normal. Nasceram filhos, netos e bisnetos. Eles foram fortalecidos
GRANDEMENTE; de maneira que a terra se encheu deles. Nestas palavras
sentimos uma certa admiração. O que aconteceu foi ANORMAL. O crescimento
foi ANORMAL. O crescimento mostra a benção de Deus! Podemos dizer isso.
Pois Deus mesmo prometeu a Abraão que a descendência dele ia crescer
enormemente. Deus mostrou a Abraão o universo (Gn. 15,5) e disse: olha agora
para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua
descendência! Numerosa seria a descendência dele. Como as estrelas nos céus;
como a areia da praia. Deus prometeu isso a Abraão. E Deus repetiu esta
promessa a Jacó, quando Jacó tem duvidas e não quer ir para o Egito. Naquele
momento Deus aparece a Jacó num sonho e diz (Gn. 46,3): “Eu sou Deus, o Deus
de teu pai; não temas descer ao Egito, porque eu te farei ali uma grande nação”.
Deus prometeu isso a Jacó. E o livro de Êxodo começa com esta promessa. Pois
logo no início, logo no primeiro capítulo, vimos como Deus está trabalhando para
realizar a sua promessa. Podemos ver como Deus abençoou o povo de Israel e
como este povo cresceu e se tornou forte.
Nesta onda de nascimentos podemos ver O PODER DE DEUS, irmãos. É bom
para pensar nisso, pois muitas pessoas não pensam mais assim. Ter filhos é uma
coisa entre um homem e a sua mulher; Eles decidem sobre isso. Deus nada tem a
ver com isso — pensam muitas pessoas. Fertilidade não é mais considerada uma
benção, mas quase uma maldição, considerando a legião de mulheres que
ligaram os seus ovários, pois não querem mais ter crianças. Em certos casos há
uma necessidade física, eu sei; naquele momento o medico deve fazer isso; mas
há também mulheres que fazem isso sem este motivo. E o que pensar sobre
isso? O que DEUS acha disso? Como a Bíblia fala sobre isso?
A Bíblia deixa bem claro que filhos são uma benção. E Deus deve dar a sua
benção sobre isso. A vida dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó mostra isso
claramente. A história deles mostra que o homem não decide sobre isso. Por
exemplo: Abraão e Sarai. Durante muitos anos eles estavam sem crianças.
Conforme as normas humanas, não havia mais a possibilidade de ter filhos. Mas
Deus criou esta possibilidade. Deus deu Isaque a Sarai, que tinha noventa e nove
anos de idade. E mais um exemplo: Rebeca! A Bíblia nos diz que ela era infértil.
Mas Isaque orou em favor dela e eles receberam gêmeos. E mais um exemplo:
Raquel, a segunda esposa de Jacó. Quando ela viu que Léia recebeu crianças e
ela não, ela reclama com Jacó. Mas Jacó ficou com raiva e disse (Gn. 30,2): Estou
EU no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?
Então, irmãos, a Bíblia nos ensina que ter filhos depende do poder de Deus.
Crianças são um presente de Deus. Deus está envolvido nisso. Abraão ensinou
isso a Isaque e Isaque transmitiu isso ao seu filho Jacó. DEUS ia tornar-lo uma
grande nação. ELE ia fazer isso. Tudo depende da BENÇ O de DEUS. É isso que
vimos nesta história. Deus cumpriu a sua promessa e abençoou o povo de Israel
para que se tornasse grande e forte.
E no início isso não foi um problema. Os egípcios moravam na sua terra e Israel
na área deles, separado dos Egípcios. Eles moravam lá em paz. Aproveitando-se
de gloria de José. Mas num certo momento isso acabou. Pois se levantou um
novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José. Quem foi este rei, nós não
sabemos com certeza, mas com certeza não foi o sucessor do rei, que vivia na
época de José. Provavelmente o texto quer dizer que chegou um rei no trono
que não conhecia José. Então deve ter sido um rei que nasceu um bom tempo
depois do reino de José. Pode ser um rei que viveu mais de duzentos anos
depois dele. (Provavelmente Ramsés II, que viveu de 1298 à 1232 d.C.).
Este rei viu que havia muitos estrangeiros no seu país, e ele não gosta disso.
Pensando politicamente, ele acha que este grupo é um perigo para o país. Os
descendentes de Israel moravam na fronteira do país. Se um inimigo atacar o
Egito, e se estes estrangeiros se juntarem com os inimigos, o país estaria perdido.
Assim pensa este rei. Ouvindo os pensamentos dele, podemos concluir que
Israel, durante todos os anos, não se misturou com os Egípcios. Eles entraram no
Egito como estrangeiros e não mudaram. Isso mostra a fé de Israel. Egito não era
a terra prometida. Deus lhes prometeu Canaã. Canaã era a pátria deles. Jacó
ensinou isso aos seus filhos antes de falecer. Ele queria ser enterrado em Canaã.
E José entendeu. Ele fez os seus filhos jurarem que levariam seus ossos para
Canaã no dia em que voltaram para lá. José sabia: o Egito não é a nossa pátria, e
sim Canaã. E durante todos estes séculos os israelitas não esqueceram disso.
Eles não se misturaram com os Egípcios, mas ficaram como visitantes,
estrangeiros. E por causa disso foram considerados suspeitos. Os Egípcios viram
cada vez mais “gringos” e eles estavam com medo. Eles acham que o governo
deve fazer alguma coisa para limitar o crescimento deste povo. Seria bom limitar
a onda de nascimentos. O rei deve controlar esta situação. E o rei fez isso. Ele
tomou algumas medidas.
Em primeiro lugar, eles foram obrigados a ajudar construir as cidades armazéns
de Pitom e Ramssés. Este trabalho foi muito pesado. Eles deviam cavar canais,
britar, carregar as britas e construir os muros. E tudo isso no sol quente. O rei fez
isso de propósito, pois dessa maneira ele queria exterminar o povo. Sabemos
que durante estes trabalhos mais de 120.000 escravos morreram por obra. E se
não morressem, com certeza estariam cansados demais para procriar. Assim o rei
queria controlar o crescimento de Israel.
Mas de novo se mostra o poder de Deus. Pois, quanto mais pesadas as medidas,
tanto mais frutífero os Israelitas. Eles se multiplicam apesar dos sofrimentos. Eles
crescem tanto que os Egípcios ficam com medo. O que acontece, não combina
com a lógica. Israel cresce apesar da repressão. Os Egípcios observaram isso e
ficaram com medo. Mas eles não desistiram. Ao contrario, eles endureceram o
coração e aumentaram as medidas. Os Israelitas deviam fazer o trabalho dos
escravos e dos prisioneiros e foram tratados com dureza.
E em cima disso O rei chamou as parteiras egípcias, que ajudavam os Israelitas, e
teve uma conversa secreta com elas. Ele as mandou assassinar todos os filhos
das hebréias. Isso foi um plano vil e covarde. Um plano indigno, pois uma
parteira recebe uma confiança completa nas casas onde entra. Especialmente em
Israel. A parteira controla tudo no dia do parto, pois o pai não pode estar
presente na sala do parto, conforme os Judeus. Então, a parteira está sozinha e
pode fazer o que quiser. Ela pode matar o nenê. Como o nenê vai se defender?
Como a mãe exausta vai saber? Se uma parteira não é confiável, a família, e o
povo está perdido. Por causa disso os Judeus escolhem cuidadosamente as suas
parteiras.
O rei do Egito quer usar estas parteiras para matar os filhos das hebréias. Os
filhos devem terminar a sua vida sem choro, mas as moças podem continuar. Um
plano satânico. Todo mundo sente isso. Um ato satânico, como qualquer outro
ato que uma pessoa possa fazer para terminar a vida duma criança. Cada aborto
ativo é um ato inspirado pelo diabo. Quem toma veneno, pílulas ou ervas para
terminar a vida duma criança, é uma assassino covarde. Uma pessoa tão má
quanto este rei do Egito.
Mas felizmente Deus que cuida do seu povo. As duas parteiras temeram mais a
Deus do que ao rei do Egito. Duas vezes lemos isso neste capítulo: as parteiras
temiam a Deus. Isso é muito especial, sabendo que as parteiras foram mulheres
egípcias. Poderíamos esperar que elas fossem obedecer ao rei do Egito e que
adorassem os deuses de Egito. Mas nada disso. Pode ser que estas mulheres já
sentissem que esta onda de nascimentos era causada pelo poder de Deus. Que o
Deus de Israel estava presente com a sua benção. Pode ser que elas tenham
descoberto que o poder de Deus é maior do que o poder do rei de Egito. Não
sabemos muito sobre os seus pensamentos. Só isso: elas temiam a Deus e não
ao rei do Egito. Elas respeitavam a Deus e mostravam o seu temor respeitando A
VIDA que Deus deu ao seu povo. Elas respeitavam AS CRIANÇAS que Deus deu
ao seu povo. Elas não abortavam as crianças, mas cuidavam da vida delas.
Com certeza o rei descobriu que o seu plano não funcionava. Quanto tempo ele
precisou para descobrir isso, não sabemos. Pode ser que tenham se passado
alguns anos. Pode ser também alguns meses. Não sabemos. Mas em todo caso o
rei descobriu que ainda nasciam meninos nas casas das hebréias. E ele quer
saber mais sobre isso e por causa disso chama as parteiras e lhes perguntou
como isso é possível. E as parteiras lhe respondem: “É que as mulheres hebréias
não são como as egípcias; porque são vivas, e já têm dado à luz antes que a
parteira venha a elas”.
Como devemos avaliar esta resposta? Muitas pessoas já discutiram sobre este
assunto. O problema é este: as parteiras falaram a verdade? A maioria acha que
não. Eles dizem que as parteiras enganaram o rei. Elas contaram uma MENTIRA.
Uma mentira, que nasceu na emergência. Uma mentira de emergência. E a
pergunta é a seguinte: Isso pode? Podemos mentir em certas situações? Por
exemplo: podemos mentir para salvar uma vida?
Consideramos a história destas parteiras, devemos confirmar que elas realmente
enganaram o rei. No versículo 17 está escrito claramente que elas não fizeram o
que o rei tinha mandado. Elas deixaram os meninos vivos. Isso quer dizer que
elas tinham tido a oportunidade de matar estes meninos, mas elas não o fizeram.
Ao rei elas disseram que estavam atrasadas e que não tinham nenhuma chance
de matar estes meninos, mas isso foi uma mentira. Uma mentira de emergência.
E se nos perguntarmos como devemos avaliar isso, devemos avaliar como DEUS
MESMO avaliou o trabalho destas parteiras. No versículo 20 está escrito:
Portanto Deus fez bem às parteiras. Deus não desprezou o trabalho delas e
também não as castigou. Ao contrario. Ele FEZ BEM às parteiras. Isso é uma
avaliação da conduta delas. Elas salvaram a vida dos meninos e usaram uma
mentira para continuar o trabalho. Se tivessem dito a verdade, com certeza o rei
as teria matado e depois designado outras parteiras para cumprir seu plano. As
parteiras destruíram o plano do rei e por causa disso foram abençoadas por
Deus, que lhes deu uma família.
O crescimento milagroso de Israel e a benção de Deus na vida das parteiras
foram coisas que chamaram a atenção. Israel descobriu que o Deus dos seus
pais, Abraão, Isaque e Jacó, ainda existia. Até depois dum período de 400 anos.
Deus cumpriu as suas promessas. Ele abençoou o seu povo.
Isso não quer dizer que não houve perguntas? Porque eles deviam sofrer tanto
sob a mão dura do rei de Egito? Com certeza houve perguntas particulares, mas
a resposta geral é essa: Deus está trabalhando. Deus não deixou o seu povo. O
mal que o rei planejou, Deus usou para planejar o bem do seu povo. Pois por
causa da medida de Faraó para afogar os meninos, a princesa de Faraó encontra
o menino Moisés; assim Moisés chegou na corte real e foi preparado para a sua
tarefa de guiar o povo de Deus para Canaã. Deus já estava preparando o Êxodo
do seu povo. O plano de Deus continua. Às vezes nós não entendemos nada das
coisas que aconteçam, mas Deus sabe o porquê.
O plano de Deus é como um bordado. Nós olhamos o lado de trás. Este lado é
uma bagunça. Não faz nenhum sentido. Nós não entendemos. Mas Deus olha a
frente e sabe como é o desenho. Devemos confiar nisso.
Amém.

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