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SUMÁRIO

SOBRE 3
OBJETIVO DO E-BOOK 3

PARTE 1 4
FATORES DE RISCO E ESTRATÉGIAS 4

PARTE 2 - DICAS 7
PILOTAGEM NA CHUVA 7
PILOTAGEM NOTURNA 8
PILOTAGEM COM GARUPA 9

CONCLUSÃO 10

REFERÊNCIAS 11

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SOBRE
Meu nome é Guilherme Candido e tenho 20 anos de habilitação. Sou instrutor de trânsito especializado em
motociclismo.
Minha paixão por motos vem desde a infância e, depois de ter minha primeira moto comecei a pesquisar sobre
técnicas de pilotagem. Com o passar do tempo, depois de usar a moto para me deslocar todos os dias para
trabalhar, para fazer entregas (motoboy) e para viajar, percebi que a segurança do motociclista depende
muito do controle que ele tem sobre a moto e também do seu comportamento. Para aprender mais fiz vários
cursos de pilotagem, direção defensiva e também o curso de Instrutor, sendo hoje homologado no DETRAN de
Santa Catarina.
Depois de ter aprendido esses conceitos e ter comprovado na prática como esses conhecimentos realmente
podem salvar vidas, senti que era hora de compartilhar aquilo que aprendi. Meu objetivo é levar mais
segurança para o motociclista através de técnicas e estratégias de pilotagem.

OBJETIVO DO E-BOOK
Desenvolvi esse e-book para passar para você um pouco das estratégias que aprendi. Eu uso todas as
estratégias que vou apresentar aqui, algumas com maior frequência, outras nem tanto, mas com certeza é
importante ter todas elas em mente quando estiver pilotando.
Essas estratégias são usadas para que a gente fique longe de situações de risco. Esse é o primeiro passo para
se manter seguro no trânsito, ficar longe do perigo. Isso pode ser feito simplesmente trafegando nos
lugares certos das ruas e avenidas, mantendo uma distância segura e uma velocidade compatível com a dos
demais veículos, por exemplo.
O objetivo aqui não é incentivar as pessoas a andarem com receio dos outros veículos ou sempre na defensiva,
pois algumas vezes precisamos aumentar a velocidade para evitar um acidente ou ter reações que não
condizem com aquele conceito de direção defensiva que ouvíamos há uns tempos atrás.
O que quero dizer é que nós motociclistas temos que evitar ao máximo os acidentes, pois como
sabemos, qualquer queda pode provocar sérias consequências e, justamente por isso, muitas vezes precisamos
abrir mão da nossa preferência no trânsito para voltarmos pra casa sãos e salvos. Digo isso porque mesmo
quando nós estamos em uma preferencial, se formos atingidos por outro veículo já estaremos no prejuízo,
estando certos ou não.
Eu prefiro me manter a salvo em primeiro lugar, e você?

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FATORES DE RISCO E ESTRATÉGIAS
VELOCIDADE
Sabemos que quanto maior a nossa velocidade, mais espaço precisamos para parar a moto. Isso quer dizer
que se você precisar parar devido a um obstáculo na sua frente, como um carro cruzando seu caminho ou o
veículo da frente que pára de repente, sua velocidade vai determinar se você vai conseguir parar antes e
evitar a colisão, se você não terá tempo de parar ou ainda qual será a gravidade da colisão. Entendendo essa
relação: velocidade X espaço, fica claro que a melhor escolha para evitar problemas é manter uma velocidade
compatível com a dos demais veículos e com a sua segurança para parar a moto em uma emergência.

PONTO CEGO
Chamamos de ponto cego a área do veículo onde o motorista não enxerga, são locais que estão fora do campo
de visão do motorista e dos retrovisores. Deste modo, é bom evitar permanecer nessas áreas, a não ser para
fazer ultrapassagens ou manobras. Caso esteja na dúvida se o motorista está te vendo ou não, buzine (de leve).
Ponto Cego do carro:

Foto: motonline.com.br

O ponto cego está localizado na parte vermelha da figura. O lado direito do veículo, apesar de ter retrovisor, é
considerado uma área de risco, pois poucos motoristas olham para ele, além disso, para o motorista a noção
de distância em relação ao veículo que vem atrás fica prejudicada.

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POSICIONAMENTO NO TRÂNSITO
Certifique-se de que você foi visto, olhe no retrovisor
do motorista para ver se ele olhou para você. Caso
precise ultrapassar ou fazer alguma manobra e não
tenha certeza, espere ou dê uma leve buzinada para que
ele te veja.

Mantenha uma distância segura em relação aos veículos da frente. Como vimos anteriormente, a moto precisa
de um determinado espaço para parar. O trânsito é muito dinâmico, o veículo da frente pode frear de repente
e caso você esteja muito próximo, não terá tempo e espaço para parar ou desviar. Outro problema de andar
"colado" no veículo da frente é não enxergar buracos, pedras, poças de óleo e outros obstáculos que podem
surgir na via. Muitas vezes os outros veículos não precisam desviar pois estes obstáculos não estão na
trajetória das rodas e você poderá não ter tempo de desviar. Uma distância considerada segura é ficar 2
segundos atrás do veículo da frente. Para calcular olhe para um ponto fixo e assim que o veículo da frente
passar conte MIL E UM, MIL E DOIS, se você passar pelo ponto depois dos dois segundos estará a uma
distância segura. Em caso de pista molhada, neblina ou outras condições adversas, no mínimo dobre esse
tempo.
Proteja a sua pista. Posicione-se em um lugar da pista onde outro veículo não possa passar nem pela direita
nem pela esquerda. Para ultrapassar ele terá que usar a faixa lateral evitando ficar muito próximo da sua moto.
Eu prefiro andar onde passa a roda esquerda do carro. *Na cidade procure não passar perto de carros
estacionados, pois uma porta pode se abrir de repente.
Sinalize suas intenções. Sempre use a seta para sinalizar suas manobras, isso pode evitar acidentes e
discussões. Lembre-se: tão importante quanto ligar a seta na hora certa é desligá-la. Se você
esquecer a seta ligada, pois em toda esquina que você passar, veículos podem entrar na sua frente.

OBSTÁCULOS
Quando for passar por ondulações, buracos ou lombadas inesperadas, segure o guidão com firmeza para sua
mão não escapar, deixe os braços relaxados e preparados para absorver impactos, assim como os joelhos.
Levante um pouco do banco para que você possa absorver os impactos com os joelhos e tornozelos. Apoie os
joelhos no tanque.

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CRUZAMENTOS
Nos cruzamentos é onde acontecem a
maioria dos acidentes, por isso sempre
diminua a velocidade ao passar por eles.
Se você estiver a uma velocidade
compatível com a via, terá tempo para
observar os veículos e suas setas, poderá
perceber se um motorista ameaça entrar
na sua frente ou qualquer outra
situação que possa ser de risco, se antecipando e tendo tempo para reagir. Essa regra vale para qualquer
situação, quanto mais fatores de risco estiverem envolvidos (quantidade de veículos, pedestres, bicicletas,
cruzamentos, rotatórias), maior deverá ser sua atenção e menor deverá ser sua velocidade.

RETROVISORES
Muitos motoristas costumam mudar de faixa sem olhar no retrovisor e acabam nos fechando e até
provocando acidentes. Nós, motociclistas, também esquecemos muitas vezes de olhar no retrovisor,
colocando nossa vida e a vida de outras pessoas em risco. O retrovisor pode nos ajudar a sair de muitas
situações de perigo quando olhamos sempre para ele, evitando que fechemos outros veículos por exemplo.
Quanto mais olhamos no retrovisor, mais noção do que está acontecendo no trânsito em nossa volta nós
temos, aumentando nossa chance de evitar acidentes.
Procure olhar no retrovisor periodicamente durante seu trajeto (e também para as laterais da moto), não
deixe para olhar somente quando for fazer uma manobra. Olhe nos retrovisores a cada 10 segundos, por
exemplo. Você verá como vai ter muito mais noção do que está acontecendo e quando precisar fazer alguma
manobra, só precisará confirmar se os carros que você estava acompanhando à sua volta estão nas mesmas
posições. Outra vantagem é que você terá mais noção de como agir no caso de uma manobra brusca, pois já
sabe onde está boa parte dos veículos à sua volta.
Sempre que for mudar de faixa, fazer uma conversão ou estacionar, olhe pelo retrovisor e dê uma olhada acima
dos ombros, pois na moto também temos ponto cego.
Só para não esquecer, sempre confira os retrovisores antes de sair com a moto, pois alguém pode esbarrar no
retrovisor da sua moto enquanto você não estiver com ela, mudando sua posição.

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PEDESTRES
Além dos veículos e bicicletas, os pedestres também fazem parte do trânsito e merecem atenção
principalmente nos centros das cidades, onde tem muitas pessoas atravessando as ruas e também andando
entre os carros.
Ao andar pelos centros da cidade, modere a velocidade. Mesmo estando certo você também pode se machucar
em um acidente, além de machucar outras pessoas em situações que podem ser evitadas. Ao se aproximar de
faixas de pedestre, escolas, shoppings e locais onde tenha entrada e saída de pessoas, diminua a velocidade.
No corredor os pedestres podem atravessar entre os carros, surgindo de repente. Procure estar atento ao que
está acontecendo ao seu redor e antecipar o movimento das outras pessoas, olhe pelos vidros dos carros. No
caso de passar por um ônibus parado, procure olhar por baixo do veículo para tentar identificar se tem alguém
passando.
Sempre que for dar passagem para um pedestre ou precisar parar sua moto em uma situação deste tipo, olhe
no retrovisor para confirmar se não tem nenhum veículo em alta velocidade atrás de você ou muito próximo,
para que ele não atinja sua moto quando você parar.

CICLISTAS
Atenção ao cruzar com os ciclistas, muitos deles podem não respeitar as leis de trânsito e andar na
contramão, descer das calçadas de repente ou não respeitar o semáforo e preferencial. O comportamento de
muitos ciclistas pode ser imprevisível. Mantenha distância de 1,5m quando cruzar com um ciclista, pois além
de ser obrigatório conforme o CTB, é uma segurança para você também. Outra dica que eu dou é sempre olhar
para os dois lados antes de entrar em uma rua, pois eu já fui surpreendido por um ciclista que vinha na
contramão e quase o atropelei.

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DICAS
PILOTAGEM NA CHUVA
Andar na chuva é uma situação que deixa algumas pessoas com medo, pois as condições da pista mudam e
também a percepção e reação dos motoristas. Pensando nisso, a primeira providência é andar mais devagar
que o habitual. Nos primeiros minutos de chuva a água se mistura com a sujeira do asfalto formando uma
pasta escorregadia, quanto mais fraca a chuva maior o tempo para limpar a pista. Durante a chuva a
visibilidade fica menor e, assim como acontece à noite, a percepção de velocidade em relação aos outros
veículos é alterada. A distância de frenagem aumenta pela diminuição de aderência, aumentando o risco de
derrapagens. Outro ponto de atenção com chuva é a estabilidade da motocicleta, que pode diminuir de acordo
com a quantidade de água que fica na pista.
Para diminuir o risco de acidentes na chuva fique ligado nos pontos a seguir:

Antes que a chuva comece procure um lugar seguro para


parar e colocar a capa, galocha e outros equipamentos,
para não correr o risco de ter que parar com pressa e
não encontrar um local adequado.
Reduza a velocidade e aumente a distância do veículo da
frente, essas ações são as mais importantes para evitar
acidentes. Você precisará de mais tempo e espaço para
frear e mudar de direção. Além disso, diminuir a velocidade em condições adversas é obrigatório conforme
artigo 220 do CTB.
Vários modelos de moto possuem modos de pilotagem onde é possível deixar a moto mais "mansa", deixando a
aceleração e frenagem mais seguras nestas condições, caso sua moto não tenha estes controles, pilote com
suavidade, sem frear ou acelerar bruscamente. Procure acelerar e frear progressivamente, faça movimentos
suaves para mudar de direção e fazer curvas.
Procure andar nos trilhos dos pneus dos outros veículos, essa é a parte onde tem menor concentração de água
e sujeira.

ATENÇÃO!
Cuidado nas ruas de paralelepípedo pois quando estão molhadas ficam muito escorregadias, evite movimentos
e frenagens bruscas.
Desvie de poças e buracos. As poças podem esconder buracos e não temos como saber a profundidade deles quando
estão cheios d'água.

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As faixas de pedestre e de sinalização, desenhadas no asfalto viram "um sabão" quando estão molhadas, tenha
muito cuidado nas esquinas onde tem faixa de pedestre, não acelere bruscamente sobre essa tinta para não
derrapar a roda traseira.
Sua viseira embaça em dias de chuva e dias frios? Passe detergente ou sabão líquido no lado de dentro da
viseira com um pano macio ou papel toalha. Espalhe suavemente até que toda a viseira esteja coberta. Espere
secar e está feito, sua viseira não embaçará por um tempo, dependendo das horas de uso pode durar dias este
efeito.

PILOTAGEM NOTURNA - CIDADE E ESTRADA


Durante a noite os desafios na pilotagem aumentam consideravelmente. Nossa visão fica alterada, temos mais
dificuldade de perceber a distância dos objetos, a luz dos outros veículos pode ofuscar nossa visão (inclusive
de quem vem atrás pois não temos insulfilm na moto), alguns objetos só são vistos quando estão muito
próximos, veículos que trafegam com as lanternas queimadas ou sujas prejudicando a visualização, animais na
pista, entre outros. Na cidade, apesar desses efeitos serem um pouco menores devido à iluminação dos
postes, também é preciso ter cuidado. Deste modo aconselho evitar viajar à noite, porém, se for viajar confira
algumas dicas para evitar acidentes.
Dirija mais devagar, sua velocidade deve ser mais baixa que o de costume. Por exemplo, se você costuma andar
a uma velocidade de cruzeiro de 120 km/h, à noite procure andar a 90, 100 km/h. Durante a noite nós perdemos
um pouco da noção de profundidade (devido à diminuição da luz) e os veículos e objetos podem estar mais
próximos do que aparentam, sendo assim se você estiver mais devagar terá mais tempo para reagir. Ao cruzar
com outros veículos use o farol baixo, caso o outro motorista não baixe o farol, dê um sinal de luz e se ele não
baixar olhe para a faixa lateral direita, assim você pode se manter na pista e não ficará com a visão ofuscada
(essa eu aprendi há muitos anos com meu pai). Nunca olhe diretamente para o farol dos outros veículos. Seja
educado no trânsito, seja o primeiro a baixar o farol.
Atenção aos animais na pista! Durante a noite alguns animais procuram por locais mais quentes, indo muitas
vezes para o asfalto que demora mais para perder o calor acumulado durante o dia. Este é mais um motivo para
andar devagar e ter tempo de tomar uma decisão. No caso de desviar, se possível passe por trás do animal pois
eles tendem a correr para frente.
Procure manter a viseira limpa durante o percurso, leve um pano macio ou algodão para fazer a limpeza quando
necessário ou quando parar para abastecer. Nunca viaje à noite com uma viseira riscada, nossa visão é
responsável por praticamente 90% da pilotagem, é através dela que conseguimos prever obstáculos e
situações de risco, não vale a pena correr o risco de pilotar à noite com a visibilidade prejudicada.

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PILOTAGEM COM GARUPA
Quando estamos pilotando com garupa a moto fica mais pesada e isso interfere na nossa pilotagem. A moto
precisa de mais espaço para parar, sua estabilidade muda e os movimentos do garupa podem atrapalhar.
Quem vai na garupa também deve usar as pernas para se apoiar na moto e deve segurar também na cintura do
piloto ou nas alças da motocicleta.
Dirija com suavidade, sempre que possível troque de marcha no tempo certo, pois quando aceleramos
bruscamente ou esticamos a marcha, a força da gravidade empurra o garupa para trás e quando acionamos a
embreagem para trocar de marcha ele é lançado para frente, geralmente batendo o capacete dele no seu. O
mesmo acontece quando freamos, o garupa é lançado para frente graças à força G. Acelerando
progressivamente e freando antecipadamente e com suavidade o garupa sentirá menos os efeitos da força G e
cansará menos.
Outro ponto de atenção é quando o garupa vai subir ou descer da moto. Fale para o garupa sempre avisar
quando vai subir ou descer da moto, a falta de comunicação nessa hora pode provocar um tombo. Existem dois
jeitos de subir na moto, no primeiro o piloto segura o freio dianteiro e apoia os dois pés no chão para o garupa
subir. No segundo o piloto aciona o freio dianteiro e apoia a moto no descanso lateral (o garupa sobe pelo lado
esquerdo), deste jeito é um pouco mais difícil recolher o descanso com as duas pessoas na moto, mas para
pilotos de menor estatura é uma boa alternativa. Nas motos esportivas a pedaleira do garupa é mais alta que
nas demais motos, uma dica é o garupa subir apoiando na pedaleira do piloto.
Sempre que for levar um garupa inexperiente, explique para ele como deve ser sua postura. Fale para ele ficar
atento ao que está acontecendo no trânsito para antecipar os movimentos, inclinando o tronco para trás antes
da frenagem e para frente antes da aceleração. Isso fará com que ele tenha mais conforto e canse menos.
Espero que você aproveite este material, que as informações contidas aqui ajudem você a se manter seguro no
trânsito e que cada vez mais tenhamos condutores preparados para fazer um trânsito mais seguro.
Abaixo estão meus contatos. Siga as redes sociais para ficar por dentro de mais informações e assuntos
relacionados ao motociclismo.
Qualquer dúvida entre em contato, vai ser um prazer ajudar você a ter mais segurança no trânsito.
Conte comigo.

@gpcandido.com
Busca: Guilherme Candido
www.gpcandido.com/blog

48 9 9137-1471

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REFERÊNCIAS
Curso de Pilotagem de Moto: do Básico ao Avançado - Ismael Soares de Oliveira Andrade
Stuart Hodge, James - Motociclismo Avançado
Salvaro, João Carlos - Direção Defensiva para Motociclista
Honda Motos Brasil - https://www.youtube.com/channel/UCNLsELTMgMu9npG2jnugoZw
Site: www.moto.com.br
Manual Básico de Segurança no Trânsito, ABRACICLO

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