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COLETIVA
PROF.A MA. MARIA CECILIA MEREGE
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Fernando Sachetti Bomfim
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conheci- Simone Barbosa
mento advindos de profissionais que possuam
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Produção Audiovisual:
cia no mercado de trabalho. Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Cristiane Alves
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................5
1. CONCEITOS UTILIZADOS EM SAÚDE PÚBLICA.................................................................................................6
1.1 SAÚDE X DOENÇA................................................................................................................................................6
1.2 A DETERMINAÇÃO SOCIAL DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA........................................................................8
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL, DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA......................9
3. INQUÉRITOS NACIONAIS DE CONSUMO ALIMENTAR E ANTROPOMETRIA................................................18
3.1 RESULTADOS IMPORTANTES DOS INQUÉRITOS NACIONAIS......................................................................25
3.1.1 EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE ALIMENTOS E NUTRIENTES, ENTRE 1974 E 2009, PARA
REGIÕES METROPOLITANAS.................................................................................................................................25
3.1.2 EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA DE ALIMENTOS E NUTRIENTES NA DISPONIBILIDADE
DOMICILIAR ENTRE 2002 E 2009 PARA O BRASIL.............................................................................................26
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3.1.3 COMPOSIÇÃO DAS DESPESAS FAMILIARES...............................................................................................28
3.1.4 DESPESAS COM ALIMENTAÇÃO NAS REGIÕES BRASILEIRAS ................................................................ 31
3.1.5 COMPARAÇÃO POR GRUPOS ALIMENTARES ............................................................................................. 31
3.1.6 SUFICIÊNCIA DOS RECURSOS FINANCEIROS PARA A ALIMENTAÇÃO ...................................................32
3.1.7 CONSUMO ALIMENTAR PESSOAL: INQUÉRITO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO (INA) 2008-2009.......32
3.1.8 CONSUMO DE ENERGIA E NUTRIENTES......................................................................................................36
3.1.8.1 PREVALÊNCIA DE INADEQUAÇÃO DA INGESTÃO DE NUTRIENTES.......................................................38
3.1.8.2 RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ALIMENTOS E INGESTÃO DE NUTRIENTES..................................38
3.1.9 ESTADO NUTRICIONAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA...............................................................................43
4. ESTRATÉGIAS PARA DIAGNÓSTICO RÁPIDO EM POPULAÇÕES....................................................................46
4.1 CHAMADAS NUTRICIONAIS..............................................................................................................................47
4.2 INQUÉRITOS POR TELEFONE..........................................................................................................................48
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................51
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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Logo, com base nesse conceito, entende-se que os níveis de saúde da população expressam
a organização social e econômica do país e que os indicadores de saúde da população devem
servir de parâmetros para avaliar o desenvolvimento do país e o bem-estar da população. A saúde
passa a ser direito de todos os cidadãos e a ser assegurada pelo Estado por meio de recursos
públicos de acordo com o previsto na Lei.
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A primeira fase, comum nos países pré-industriais, foi demarcada por altas taxas de
mortalidade (em especial infantil) e natalidade (número de nascidos vivos por mil habitantes).
Consequentemente, caracterizou-se por uma população jovem e com lento crescimento
populacional – percentual de incremento médio anual da população de determinado local e
período, resultado das taxas de natalidade e mortalidade.
Na segunda fase, característica de países em processo de industrialização, decaiu a
mortalidade, porém a natalidade se manteve elevada, aumentando o ritmo de crescimento
populacional, o que gerou a chamada “explosão demográfica” em muitos locais. Os países em
desenvolvimento iniciaram mais tardiamente esse estágio, no século XX, como foi o caso do
Brasil.
Na terceira fase, decaiu também a taxa de natalidade na população, mudança que, já no
século XX, foi atingida pelos países desenvolvidos.
Na quarta e última fase, as taxas de mortalidade e natalidade se encontram reduzidas.
Com isso, há diminuição no ritmo de crescimento populacional e elevação da expectativa
de vida (número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido), resultando no
envelhecimento populacional, que é o acúmulo de maiores contingentes populacionais nas faixas
etárias mais velhas. A urbanização e a melhoria das condições de vida da população são fatores
condicionantes e participantes desse processo de transição.
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Figura 5 - Distribuição e Projeção da População Brasileira por sexo e idade. Fonte: Paim e Almeida Filho (2014).
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Esse processo foi demarcado pelo declínio expressivo da prevalência de doenças infecciosas e
parasitárias (DIP) e deficiências nutricionais, associadas à fome e pobreza, e pela redução da
mortalidade por essas causas. Houve gradual substituição por um modelo em que predominam
elevadas taxas de morbidade e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis e causas
externas, em virtude da industrialização e urbanização, da maior escolaridade, do maior acesso
aos serviços de saúde e da criação de novas tecnologias nessa área, que resultaram na mudança
das condições de vida e nutrição da população.
Em diversos países, incluindo o Brasil, a substituição não foi verificada de forma
completa, sendo observada justaposição de DCNT e DIP, o que gerou dupla carga desses grupos
de doenças como problemas de saúde pública. Nesse contexto, surgiram alternativas para a
transição epidemiológica, como os fenômenos a seguir: contratransição, definida como o
retorno de doenças que estariam presumivelmente controladas; e polarização epidemiológica,
definida como a ocorrência de distintos padrões de morbimortalidade em grupos de uma
mesma população, que caracterizam o chamado modelo tardio-polarizado. Outra definição
comumente empregada foi a de doenças emergentes e reemergentes, em função do surgimento
ou reaparecimento de agentes infecciosos, provocando diversas epidemias. Como importante
marcador desse processo, ressalta-se o surgimento da síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS) na década de 1980, que se manifestou como uma epidemia em diversos países do mundo.
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Figura 7 - Dez principais causas de morte no Brasil (frequência e taxa bruta) e no mundo, 2016. Fonte: Brasil
(2019a).
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Se esses novos padrões forem estabelecidos e mantidos nas sociedades, poderão contribuir
para o “sucesso do envelhecimento” com o adiamento da ocorrência de doenças e o
aumento da expectativa de vida livre de incapacidades e dependências.
A teoria da transição nutricional estabelece que esses estágios estão relacionados com
uma complexa rede de mudanças nos padrões demográficos, socioeconômicos, agrícolas e de
saúde, entre outros, e envolvem fatores como urbanização, crescimento econômico, mudanças
tecnológicas e culturais, ocorridas principalmente nos últimos três séculos.
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• Em nível nacional (área urbana e rural), houve a POF 2002-2003 e a POF 2008-
2009.
A POF completa é feita a cada cinco anos e a POF simplificada é feita anualmente,
sendo que somente na POF completa é utilizado o questionário sobre o consumo
efetivo quanto à ingestão de alimentos.
A Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) foi feita em 1988- 1989 pelo
Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) em colaboração com o IBGE e o Instituto
de Planejamento Econômico e Social (IPEA). Teve como objetivo avaliar o estado nutricional da
população brasileira, além de caracterizar as condições de saúde e estrutura socioeconômica nos
domicílios.
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Figura 14 - Série histórica dos inquéritos nacionais de antropometria e consumo alimentar. Fonte: Taddei et al.
(2011).
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Para as nove Regiões Metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre), o município de Goiânia e Distrito Federal,
alguns produtos analisados nessa comparação temporal merecem destaques.
• Arroz polido: com 60% de redução na quantidade anual per capita para consumo
domiciliar, passando de, aproximadamente, 32 kg para 13 kg, entre 1974 e 2009.
• Feijão: 49% de redução no período, com queda menos acentuada entre 1996 e 2003 (10%).
• Açúcar refinado: a quantidade adquirida média manteve-se constante entre 1975 e 1988
(cerca de 15 kg), com suave declínio em 1996 (13 kg), acentuando-se na POF 2002-2003
(8,3 kg) e na POF 2008-2009 (3,3 kg), levando a um declínio de 80% entre 1974 e 2009.
• Pão francês: redução de 29% no período.
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Ao mesmo tempo, vale ressaltar que a Evolução da Participação Relativa dos Alimentos,
Grupos Alimentares e Macronutrientes na disponibilidade domiciliar em quase 35 anos para as
regiões metropolitanas do Brasil foi calculada por meio do percentual de calorias que o alimento
ou macronutriente representava no total de calorias disponíveis para consumo. Foi possível
observar variações importantes nessa participação relativa dos alimentos no domicílio nas áreas
metropolitanas do país entre 1974 e 2009.
Nota-se de maneira geral uma substituição progressiva na disponibilidade de alimentos
marcadores de alimentação saudável por um aumento no padrão de consumo de alimentos ricos
em gorduras, açúcares, alimentos industrializados e de origem animal, com baixo teor de fibras.
Sobre a evolução, entre 1974 e 2009, da composição da dieta em macronutrientes para as
regiões metropolitanas do país, ressaltam-se:
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Figura 15 - Participação relativa de macronutrientes no total de calorias determinado pela aquisição alimentar do-
miciliar, por quintos de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar e ano da pesquisa Brasil - períodos
2002-2003 e 2008-2009. Fonte: IBGE (2010).
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• Houve uma redução do teor de carboidratos em seis anos, com maior redução na fração
que exclui os açúcares livres.
• Houve aumento do teor de gorduras, sobretudo de ácidos graxos monoinsaturados e
saturados, para o país como um todo e em todos os estratos de renda familiar.
• Pessoas no maior quinto de renda (renda superior) ultrapassam o limite superior de
gordura total e o alcançaram para ácidos graxos saturados.
• Houve aumento do teor de proteínas, em função do aumento da fração de proteínas de
origem animal.
• A substituição de carboidratos (exceto açúcares livres) por proteínas de origem animal e
lipídios ocorre em todos os estratos de renda, sendo mais acentuada nas classes de menor
renda.
• A fração de açúcares livres esteve acima do limite máximo recomendado (10%) nas duas
pesquisas, atingindo 16,4% em 2009, e isso ocorreu independentemente da renda familiar.
Pode-se dizer que a POF conduzida entre 2008 e 2009 constatou uma melhoria na relação
entre as despesas e o rendimento familiares. Em 2002-2003, 85,3% das famílias tinham despesas
superiores ao rendimento, enquanto em 2008-2009, 68,4% dos brasileiros (os com menores
rendimentos) estavam nessa situação. A diferença entre os dispêndios mensais de famílias em
que a pessoa de referência possuía menos de um ano de estudo e daquelas cujas pessoas de
referência apresentavam 11 anos ou mais de estudo foi de cerca de 200%. Em comparação à POF
2002-2003, houve expressiva redução dessa disparidade.
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A despesa de famílias com responsável branca estava 89% acima das despesas das famílias
com pessoa de referência de cor preta e 79% acima daquelas com pessoa de referência de cor
parda. Nesses casos, em seis anos, houve movimentos opostos: em relação à POF 2002-2003,
essas diferenças eram de 82% e de 84%, respectivamente.
Pela segunda vez, a POF investigou a percepção subjetiva da população sobre alguns
aspectos da sua qualidade de vida. Em 2008-2009, aproximadamente, 75,2% das famílias
declararam algum grau de dificuldade para chegar ao final do mês com o rendimento que
recebiam. Em 2002-2003 esse percentual foi de 85,0%. Mesmo nessa abordagem, foram
observadas desigualdades segundo as classes de rendimento: no grupo com renda de R$ 830,00,
aproximadamente 88% indicaram algum grau de dificuldade; no grupo com renda acima de RS
10.375,00, somente 28% informaram ter algum grau de dificuldade.
Ao mesmo tempo, nota-se que, no Brasil, os 40% com menores rendimentos possuíam
despesa total per capita de R$ 296,35; e os 10% com maiores rendimentos, de RS 2.844,56. Na
área rural, a disparidade foi de 10,3 vezes. Na POF 2002-2003, a diferença no país era de 10,1
vezes contra 9,6 vezes na POF 2008-2009.
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Figura 18 - Despesas monetárias e não monetárias, média mensal familiar, segundo anos de
estudos da pessoa de referência. Fonte: IBGE (2008-2009).
Figura 19 - Distribuição das despesas de consumo monetárias e não monetárias, média mensal
familiar por tipo de despesa, segundo a situação do domicílio e Grandes Regiões. Fonte: IBGE
(2002-2003, 2008-2009).
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As despesas com alimentação tiveram queda, enquanto aquelas com habitação cresceram,
tornando-se o maior dispêndio monetário do brasileiro. No âmbito rural, a mudança foi mais
significativa: o custo com moradia quase dobrou nas últimas décadas. Cresceu a participação da
alimentação fora de casa nos orçamentos das famílias.
Em seis anos, o percentual das despesas com alimentação fora de casa, no total das
despesas das famílias, aumentou de 24,1% para 31,1%, ou seja, passaram a representar quase 1/3
do total de gastos com alimentos. Na área urbana, a percentagem passou de 2,7% para 33,1%;
na área rural, de 13,1% para 17,5%. Em reais, a despesa alimentar na área urbana, em 2008-
2009, foi 145,5% maior que a da área rural. A análise regional apontou que o maior percentual
com alimentação fora do domicílio ocorreu na região sudeste (37,2%), ao passo que os menores
percentuais ocorreram nas regiões norte (21,4%) e nordeste (23,5%).
Por conseguinte, os resultados da POF 2008-2009 para o grupo alimentação no domicílio
confirmaram as desigualdades no perfil de consumo familiar: o valor em reais dos gastos com
alimentação das famílias com maiores rendimentos (R$ 1.198,14) foi quase o triplo da média
nacional e quase seis vezes o das famílias com menores rendimentos (R$ 207,15).
Figura 20 - Despesas monetárias e não monetárias, média mensal familiar por região, Grandes Regiões e a situação
do domicílio segundo os tipos de despesas. Fonte: IBGE (2008-2009).
Pode-se dizer que famílias de todas as regiões gastaram mais com carnes, vísceras e
pescados entre 2008 e 2009, grupo que liderou os gastos com alimentação, tanto na média do
país (21,9%) quanto nas áreas urbanas (21,3%) e rural (25,2%). Na área urbana, o grupo de leite
e derivados (11,9%) foi o segundo grupo mais consumido, seguido do grupo de panificados
(11,0%) e do grupo de bebidas e infusões (10,0%).
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Na área rural, o segundo grupo mais consumido entre os brasileiros foi o de cereais, leguminosas e
oleaginosas (13,1%), seguido por leites e derivados (8,7%) e, por último, aves e ovos (8,5%). Entre
a POF de 2002-2003 e a de 2008-2009, o percentual de gastos familiares com carnes, vísceras e
pescados cresceu de 18,3% para 21,9% do total de despesas com alimentação no domicílio. Por
sua vez, o de leite e derivados caiu de 11,9% para 11,5%, bem como o de panificados, que passou
de 10,9% para 10,4%. Caíram, também, os gastos com: cereais, leguminosas e oleaginosas (de
10,4% para 8,0%); açúcares e derivados (de 5,9% para 4,6%); aves e ovos (de 7,1% para 6,9%).
Cresceu o gasto com frutas (de 4,2% para 4,6%), bebidas e infusões (de 8,5% para 9,7%).
Nota-se que a percepção subjetiva das famílias sobre seus rendimentos melhorou. A POF
2008-2009 investigou a percepção da população sobre alguns aspectos da qualidade de vida, por
meio de um questionário específico e com respostas subjetivas aplicado no último dia de entrevista
em cada domicílio. Os núcleos familiares indicaram um de seus membros para responder às
perguntas subjetivas sobre a facilidade para chegar ao final do mês com os rendimentos recebidos
e a avaliação da suficiência e do tipo do alimento consumido. Essa foi a segunda vez em que o
método foi apresentado. A primeira ocorreu na POF 2002-2003.
Entre 2008 e 2009, 64,5% das famílias declararam ter alimentos em quantidade suficiente
Observa-se uma grande conquista para o campo da epidemiologia nutricional, visto que
foi incorporado o Bloco de Consumo Alimentar Pessoal (POF 7) à POF 2008-2009. Esse Inquérito
(INA) permitiu avaliar o consumo alimentar de cada um dos moradores do domicílio com dez
anos ou mais de idade. Até então, os dados de consumo alimentar de abrangência nacional só eram
obtidos por meio das informações sobre a despesa com alimentos para o grupo de moradores
do domicílio, o que não permitia a investigação mais minuciosa do consumo alimentar pessoal.
Para constituir o INA, foi selecionada uma subamostra dos domicílios da amostra original
da POF 2008-2009. Os entrevistados registraram todos os alimentos e bebidas consumidos
(exceto água) em dois dias não consecutivos ao longo de 24 horas do dia.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Também informavam a fonte (dentro ou fora do domicílio) e o horário (em horas inteiras) de
consumo dos alimentos e bebidas, bem como o dia da semana, a quantidade em medidas caseiras
e a forma de preparo dos alimentos. No questionário, constava uma pergunta sobre o consumo de
açúcar e/ou adoçante. Quando não era possível relatar detalhadamente a preparação do alimento,
os entrevistados eram orientados a relatar no registro o nome específico da preparação como, por
exemplo, lasanha à bolonhesa ou feijoada.
Os registros eram revisados com os agentes treinados para a coleta de dados da pesquisa.
Para minimizar possíveis erros nas informações coletadas, os seguintes procedimentos foram
adotados:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As maiores médias de consumo per capita entre os brasileiros foram de café (215,1 g/
dia), feijão (182,9 g/dia) e arroz (160,3 g/dia). Em sequência, sucos (145,0 g/dia), refrigerantes
(94,7 g/dia) e carne bovina (63,2 g/dia). Com relação às frequências de consumo no primeiro dia
de registro, as maiores foram para o arroz (84,0%), o café (79,0%), o feijão (72,8%), o pão de sal
(63,0%) e a carne bovina (48,7%). Em relação ao consumo total, o percentual de consumo fora do
domicílio apresentou-se maior do que 50% para cerveja, salgados e salgadinhos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Situação do domi- Média de consumo per capita/dia Zona urbana: cerca de 50% do total
cílio Zona Urbana: produtos prontos para consumo consumido para bebidas destiladas, ou-
ou processados (pão de sal, biscoitos recheados, tras bebidas não alcoólicas e salgados
iogurtes, vitaminas, sanduíches, salgados fritos e fritos e assados.
assados, pizzas, refrigerantes, sucos e cerveja). Zona rural: cerca de 50% para salgados
Zona Rural: arroz, feijão, batata-doce, mandioca, fritos e assados, pizzas e sorvetes.
farinha de mandioca, manga, tangerina, peixes
frescos, peixes salgados e carnes salgadas.
Macrorregiões Frequências de consumo: os alimentos que mais Batata frita (72,2%): consumo muito
diferiram segundo macrorregiões foram farinha maior no Nordeste.
de mandioca (40% no Norte e de 5% no Sul, Su- Pães, bolos e biscoitos diet/light, ou-
deste e Centro-Oeste), açaí e peixe (quase exclu- tros pescados e linguiça: consumo
sivo no Norte). maior no Sul.
Para consumo médio per capita: arroz, feijão, Mais de 90% do consumo de cerveja e de
carne bovina e leite integral foram mais consu- salgadinhos no Nordeste.
midos no Centro-Oeste; feijão no Sudeste; bata-
ta-inglesa e iogurtes no Sudeste e no Sul; chá no
Sul; preparações à base de leite no Norte.
Faixa etária Consumo de biscoitos, linguiça, salsicha, morta- Salgadinhos, bebidas destiladas, cerveja
dela, sanduíches e salgados, iogurtes, embutidos, e outras bebidas não alcóolicas, prepara-
sorvetes, sucos/refrescos/sucos em pó reconsti- ções à base de aves, sorvetes e salada de
Renda Arroz e feijão: aumento na frequência e no con- Muitos itens alimentares têm consumo
sumo per capita do primeiro (menor renda) para aumentado conforme o aumento da
o segundo quarto de renda, com posterior redu- renda, como arroz, saladas e peixe fres-
ção nos quartos de maior renda. co, exceto para batata-doce, biscoito re-
Ao passo que aumenta a renda, aumenta o consu- cheado, carne bovina e presunto.
mo de verduras, salada crua e frutas, leite desna-
tado, derivados do leite e refrigerantes e diminui
o de farinha de mandioca.
Classes de menor renda: maior quantidade de
vários itens que compõem a dieta saudável, como
farinha de mandioca, milho, peixe fresco, peixe
salgado e carne salgada. Menor quantidade de
marcadores negativos da qualidade da dieta (do-
ces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assa-
dos).
Quadro 3 - Resultados gerais e fora do domicílio para as análises estratificadas de frequência e consumo médio de
alimentos. Fonte: IBGE (2010).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O consumo de energia médio da população brasileira variou de 1.490 kcal a 2.289 kcal,
considerando-se o sexo e a faixa etária. Maiores médias de ingestão energética foram verificadas
para o sexo masculino, destacando-se os adolescentes entre 14 e 18 anos (2.289 kcal/dia), e
menores médias para idosos de ambos os sexos, sobretudo as mulheres (1.490 kcal/dia).
Com relação à contribuição percentual dos macronutrientes, entre 27% e 28% da energia
foi oriunda de lipídios; entre 15% e 17%, de proteínas; e, entre 54,8% e 57,6%, de carboidratos.
Esses valores estão dentro das recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira
para lipídios e carboidratos, porém acima da recomendação de proteínas (de 10% a 15%).
Quanto à ingestão média diária de açúcar total, em relação aos idosos, o consumo foi 30%
mais elevado nos adolescentes e de 15% a 18% nos adultos. Adolescentes de 14 a 18 anos tiveram
as maiores médias de consumo de colesterol, ácidos graxos saturados, monoinsaturados, poli-
insaturados totais e poli-insaturado linoleico. Sobre a média de fibras, houve maior consumo
entre os homens (de 20,4 g a 23,5 g) se comparado ao consumo das mulheres (de 17,6 g a 18,8 g).
Para o consumo fora do domicílio, o consumo médio de energia entre os brasileiros
foi de aproximadamente 16% da ingestão calórica total, mais frequentemente reportado entre
adolescentes, áreas urbanas, para o sexo masculino e para a maior faixa de renda per capita.
Os resultados para as análises por situação do domicílio mostram médias de ingestão
Norte 1660 kcal a 2496 kcal 74,2g a 108,5g 238,8g a 314,9g 44,8g a 68,1g
Nordeste 1448 kcal a 2174 kcal 63,2g a 93,5g 208,5g a 303,0g 40,6g a 61,9g
Sudeste 1504 kcal a 2421 kcal 63,3g a 94,8g 208,8g a 330,8g 46,9g a 80,5g
Sul 1484 kcal a 2232 kcal 56,2g a 70,2g 217,9g a 312,6g 45,1g a 70,3g
Centro-Oeste 1453 kcal a 2185 kcal 65,5g a 94,3g 198,0g a 302,0g 44,4g a 68,8g
Quadro 4 - Principais resultados das médias de ingestão de energia e macronutrientes segundo macrorregiões.
Fonte: IBGE (2010).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 22 - Consumo alimentar médio per capita (g/dia) com base nos dados da POF 2008-2009. Fonte: G1 (2020).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Alimento Nutrientes
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 24 - Comparação da distribuição das despesas da POF 2018-2019 e dos demais inquéritos.
Fonte: IBGE (2019).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Grupo 1: In Natura ou Mini- Grupo 2: Ingredientes Grupo 3: Alimentos Pro- Grupo 4: Alimentos Ultraprocessados
mamente Processados Culinários cessados
• Arroz 15,6 % • Óleos vegetais 11% • Pão 6,7 % • Frios e embutidos 2,5 %
• Leite 5% • Açúcar 10 % • Queijo 1,4 % • Biscoitos e doces 2,1 %
• Carnes de aves 4,6 % • Carnes salgadas, secas • Biscoitos salgados 1,8 %
• Feijão 4,3% 0,7 % • Margarina 1,8 %
• Verduras, legumes e ovos 0,9% • Bebidas alcoólicas
fermentadas 0,7 %
Quadro 6 - Participação dos alimentos de acordo com o respectivo grupo no total de calorias disponíveis
e Participação dos grupos por situação do domicílio, região e classe de rendimento. Fonte: IBGE (2019).
Figura 25 - Distribuição da despesa quanto à alimentação POF 2008-2009. Fonte: IBGE (2019).
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Como dito anteriormente, o ENDEF, além dos dados de consumo alimentar, também
coletou dados de massa corporal e estatura de todas as pessoas presentes no domicílio, o que
permitiu a realização de uma primeira avaliação nutricional nacional da população brasileira.
Observa-se que o baixo peso no Brasil ainda era muito elevado, atingindo 12,1% da população.
Entretanto, vale a pena ressaltar que, há 30 anos, o excesso de peso já aparecia como um problema
relevante, abrangendo 21,9% dos adultos do país.
Constataram-se diferenças regionais muito evidentes. O baixo peso encontrava-se mais
prevalente na região nordeste (15,5%) e menor na região sul (7,2%). O inverso apareceu em
relação ao excesso de peso: maior nas regiões sul (27,3%) e sudeste (24,3%) e menor na região
nordeste (14,6%).
A Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), de 1989, realizada pelo Instituto
Nacional de Alimentação e Nutrição na década seguinte à realização do ENDEF, permitiu a
verificação do aumento da prevalência de excesso de peso e da redução do baixo peso no período
de 1975 a 1989. A investigação apontou uma maior prevalência de excesso de peso (IMC > 25,0
kg/m²) e obesidade (IMC > 30,0 kg/m²) entre mulheres (26,5% e 11,7%, respectivamente), porém
o maior aumento percentual do excesso de peso no período foi observado entre os homens.
Em relação ao estudo nutricional de crianças e adolescentes, a PNSN revelou
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Com relação à análise segundo macrorregiões, 8,5% das crianças menores de cinco anos
apresentaram déficit de altura no Norte, sendo a região com maior prevalência, enquanto a região
sul apresentou a menor (3,9%). As demais regiões apresentaram prevalências próximas à média
nacional. Não houve diferenças significativas para as prevalências segundo situação rural ou
urbana nem entre as macrorregiões nem para o Brasil. No que diz respeito à análise segundo
renda familiar, a prevalência de déficit de altura reduz conforme o aumento da renda.
Quanto ao estado nutricional de crianças de cinco a nove anos (POF 2008-2009), cerca
de 70% das crianças apresentaram déficit de altura, sendo mais prevalente entre meninos (7,2%)
do que em meninas (6,3%), reduzindo ao passo que aumenta a idade. O déficit de peso (baixo
peso para idade) ocorreu em 4,1% das crianças, variando pouco, segundo o sexo e a idade. Sobre
as diferenças segundo macrorregiões e situação de domicílio, foi possível observar os dados a
seguir.
• A maior prevalência de déficit de altura, segundo a região, foi no Norte, e a menor, no Sul.
Nas demais regiões, as prevalências foram similares à média nacional, padrões similares
aos observados para menores de cinco anos.
• Quanto à maior prevalência de déficit de altura no meio rural em relação ao meio urbano,
a pior situação observada ocorreu no norte rural (16% dos meninos e 13,5% das meninas).
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Figura 26 - Evolução de indicadores antropométricos na população de 5 a 9 anos de idade por sexo - Brasil. Fonte:
IBGE (2009).
Figura 27 - Evolução de indicadores antropométricos na população de 10 a 19 anos de idade por sexo - Brasil. Fonte:
IBGE (2009).
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Quanto ao estado nutricional de adultos (POF 2008-2009), o déficit de peso foi de 2,7%,
mais frequente entre mulheres (3,6%) do que em homens (1,8%). Esteve, portanto, distante do
limite crítico de 5%, que caracteriza a presença de desnutrição populacional. Entretanto, esse
limite foi superado nas mulheres nas faixas etárias 20-24 (8,3%) e com 75 anos ou mais (5,4%). A
prevalência desse agravo também foi baixa em todas as regiões, na área urbana e rural (exceto no
nordeste rural para mulheres, com 5,5%) e aumentou conforme a redução da renda, chegando a
superar o limite crítico na classe de menor renda (5,7%).
Cerca de metade da população adulta apresentou excesso de peso, com frequências
semelhantes entre os sexos (50,1% em homens, e 48% em mulheres). Para a obesidade, as
diferenças segundo o sexo foram mais expressivas, ocorrendo em 12,5% dos homens (1/4 dos
homens com excesso de peso) e em 16,9% das mulheres (1/3 de mulheres com excesso peso).
Houve aumento das prevalências tanto do excesso de peso como da obesidade com a
idade. Contudo, para o sexo masculino, essa tendência foi evidenciada até a faixa etária de 45-
54 anos e, para o sexo feminino, até 55-64 anos, com declínio nos dois sexos nas faixas etárias
subsequentes. Na região sul, as maiores prevalências de excesso de peso (51,6%) e obesidade
(19,6%) foram verificadas para o sexo feminino; porém, quando comparadas às demais regiões,
as diferenças foram de reduzida magnitude. Entre os homens, esses agravos são mais frequentes
no Sudeste, Sul e Centro-Oeste urbanos.
No que diz respeito à renda, maiores prevalências de excesso de peso e obesidade foram
Figura 28 - Evolução de indicadores antropométricos na população com mais de 20 anos de idade por sexo - Brasil.
Fonte: IBGE (2009).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................54
1. BREVE ENFOQUE DOS DELINEAMENTOS CONCEITUAIS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE........................55
1.1 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB).......................................................................................58
2. INSERÇÃO DO NUTRICIONISTA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE..................................................................62
2.1 NUTRICIONISTA NO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA...................................................................64
3. EPIDEMIOLOGIA E SUA IMPORTÂNCIA............................................................................................................70
3.1 CONCEITOS IMPORTANTES ............................................................................................................................. 71
3.2 EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA..........................................................................................................................72
3.3 DESENHOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS...............................................................................................74
3.4 INDICADORES DE SAÚDE.................................................................................................................................77
3.4.1 INDICADORES DE MORTALIDADE.................................................................................................................78
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3.4.2 INDICADORES DE MORBIDADE....................................................................................................................81
3.4.3 INDICADORES DO NÍVEL DE VIDA................................................................................................................83
3.4.4 PROCESSO EPIDÊMICO.................................................................................................................................83
3.5 SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE..........................................................................................................85
3.6 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (VE)...............................................................................................................89
3.6.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS .................................89
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................................92
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INTRODUÇÃO
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Conforme a figura acima, pode-se observar uma breve evolução histórica do SUS, com a
principal estratégia de atenção à saúde no país, na qual se inserem as ações de nutrição. A conquista
desse sistema foi a culminância de um movimento social que envolveu grupos heterogêneos,
como professores, pesquisadores e técnicos em medicina preventiva e saúde pública, lideranças
de organizações sociais, lideranças religiosas e tecno-burocratas da Previdência Social.
A luta por um sistema mais justo e igualitário teve como principal objetivo reverter o
modelo iniciado com a caridade de Santas Casas de Misericórdia (presentes e atuantes ainda hoje)
e distorcido pela implantação de um formato exclusivo para trabalhadores, a partir da década de
1920. Essa conformação corporativa iniciou-se com a nomenclatura de Caixas de Aposentadorias
e Pensões (CAPs), convertendo-se, no decênio seguinte, em Institutos Aposentadorias e
Pensões (IAPs), posteriormente, em Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) e, por fim,
em Instituto de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS). Todas essas políticas são
versões de uma atenção à saúde que atendia apenas à parcela da população com vínculo formal
de trabalho, com desconto de tributo social em folha salarial, ainda que tenham sido notados
avanços significativos ao longo dessas décadas no que se refere à incorporação progressiva de
categorias de trabalhadores, inclusive os rurais e os domésticos.
Com a redemocratização do país e a nova constituição cidadã, vieram conquistas
significativas, como a fundação do SUS, na qualidade de estratégia pública universalista de
atendimento em saúde no Brasil. Sua organização se fez em três níveis de complexidade das
ações: baixa, média e alta.
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Conforme a figura acima, observe que a base mais larga representa a atenção básica e o
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
De acordo com o Ministério da Saúde, essas Redes de Atenção à Saúde são estruturas
integradas de provisão de ações e serviços de saúde, institucionalizadas pela política pública em um
determinado espaço regional a partir do trabalho coletivamente planejado e do aprofundamento
das relações de interdependência entre os atores envolvidos. Devem focar a população, de forma
integral, por meio de serviços contínuos e de cuidados que promovam exclusivamente o bem-
estar e a promoção à saúde (BRASIL, 2009).
Ao mesmo tempo, devem prestar assistência de forma cooperativa e interdependente;
com intercâmbio constante de seus recursos; sem hierarquia entre os pontos de atenção à saúde,
funcionando como um contínuo de atenção nos níveis primário, secundário e terciário; com
atenção integral e intervenções promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras
e paliativas. Além disso, devem funcionar sob coordenação da Atenção Primária à Saúde (APS),
de forma eficiente e ofertando serviços seguros e efetivos e com responsabilidades sanitárias
econômicas inequívocas para a população. O acesso deve ocorrer preferencialmente pela rede
básica e os casos mais complexos devem ser encaminhados aos serviços especializados.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) conta com os serviços de:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A PNAB está presente desde 2006, reafirmada na segunda edição em 2011 pela Portaria
2.488, de 21 de outubro de 2011, sendo revisada e publicada uma nova política pela Portaria
2.436, de 21 de setembro de 2017, que atualiza o entendimento de AB, na medida em que elege
como funções prioritárias desse nível de atenção à saúde:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ao mesmo tempo, deixa clara a eleição da Saúde da Família como estratégia prioritária
para expansão e consolidação da atenção básica no Brasil pelos gestores da esfera federal do SUS,
assim como dos gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo CONASS
e pelo CONASEMS. Isso porque favorece uma reorientação do processo de trabalho das equipes
de atenção primária, amplia a resolutividade e o impacto na situação de saúde da população e
propicia uma relação custo-efetividade favorável, inovando assim a organização do SUS. Coloca
a AB como nível central dentro do sistema, com diversas responsabilidades, entre elas, coordenar
a integralidade da assistência por meio de articulação das ações curativas, de promoção à saúde
e de prevenção de doenças/agravos.
Fica clara a integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica para atingir os
resultados com base nas necessidades de saúde da população, considerando os determinantes,
riscos e danos à saúde, assim como a integralidade da atenção à saúde na perspectiva intra e
intersetorial.
A nova PNAB também modifica a forma de repasse de recursos do governo federal para
os municípios executarem a atenção básica. As regiões mais pobres e com maior densidade
demográfica passam a receber mais dinheiro, o que reforça o princípio de equidade do SUS. Cria-
se, também, um componente de qualidade, para avaliação, valorização e premiação dos locais e
equipes. Desse modo, visa-se a garantir o repasse de recursos à medida que se atingem as metas
e os resultados.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. eliminação da hanseníase;
2. controle da tuberculose;
3. controle da hipertensão arterial sistêmica (HAS);
4. controle da diabetes mellitus (DM);
5. eliminação da desnutrição infantil;
6. saúde da mulher, da criança e do idoso;
7. saúde bucal;
8. promoção da saúde.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ainda que as três esferas de governo sejam corresponsáveis pelo SUS, a oferta da AB
é incumbência dos municípios. Esses devem organizar, executar gerenciar as ações de atenção
básica no seu território, incluindo, na medida do possível, a ESF; porém, devem garantir a
estrutura necessária para o funcionamento das UBS. Aos estados cabem a assessoria técnica,
o apoio financeiro por meio do repasse de recursos periódicos, o estabelecimento de metas
e a consolidação de dados de saúde em escala estadual, bem como a avaliação da efetividade
do programa. Já a administração federal, além de reorientar o modelo para ESF, deve também
garantir o repasse dos seus recursos e prestar assessoria técnica; articular com possíveis
parcerias; consolidar e divulgar dados nacionais do sistema de informação em saúde (SIS)
em funcionamento; promover a interação entre entidades municipais e estaduais, mediante o
intercâmbio de experiências e estimulando o desenvolvimento de pesquisas que busquem o
aperfeiçoamento da AB; viabilizar parcerias internacionais.
Como exemplo concreto de parceria internacional, pode-se citar o Projeto Aperfeiçoamento
em Gestão da Atenção Primária (AGAP) realizado entre a Universidade de Toronto e o Brasil.
Esse empreendimento apoiou o desenvolvimento da AB no nordeste brasileiro. Com cooperação
técnica de professores da Medicina Comunitária do Canadá, organizou e qualificou a prática
profissional de diversas equipes de saúde.
Várias publicações, como a Matriz de Ações de Alimentação e Nutrição na Atenção
Básica, recomendam fortemente a presença de ações de alimentação e nutrição no Sistema Único
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Quadro 1 - Atuação do nutricionista nos diferentes níveis hierárquicos de organização dos serviços de saúde. Fonte:
Taddei et al. (2011).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Além disso, o NASF deve atuar em parceria com as Equipes de Saúde da Família (ESF),
compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF e atuar
diretamente no apoio às equipes e na unidade na qual está cadastrado.
Nas USF, ocorre atendimento multiprofissional, interconsulta, discussão periódica de
casos e articulação com programas públicos em vigor, como Saúde na Escola, Academia da
Saúde, Melhor em Casa, entre outros. Isso favorece a integralidade do SUS. No entanto, o acesso
ao atendimento não é livre à população. Apenas aqueles encaminhados pelas unidades de saúde
da família são atendidos, o que é considerado um amadurecimento dos processos de referência e
contrarreferência no Sistema Único de Saúde.
Existem 3 tipos de NASF, conforme descrito na figura a seguir:
A portaria n° 154 descreve todas as ações gerais e específicas a serem desenvolvidas pela
equipe e por cada categoria profissional que constitui o NASF. A partir de revisões, atualizações e
inovações de portarias, normas e diretrizes ao falar da área de nutrição, foi possível a incorporação
progressiva e organizada do cuidado nutricional. Ofereceu-se, assim, uma abordagem às questões
nutricionais de cada etapa ou ciclo da vida, resultando em um impacto positivo nos indicadores
de saúde, nutrição e segurança alimentar. Em relação às Ações de Alimentação e Nutrição, a
publicação Cadernos de Atenção Básica: Diretrizes do NASF, do MS, recomenda cinco eixos
estratégicos:
São ações esperadas do nutricionista do Núcleo Apoio à Saúde da Família, de acordo com
as Diretrizes do NASF:
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Quadro 2 - Funções para a gestão ou ação administrativa na gestão de alimentação e nutrição. Fonte: Brasil (2009).
Logo, nota-se que o público-alvo para a abordagem nutricional pode ser o indivíduo,
a família ou a comunidade, devendo ser vistos como “sujeito coletivo” ou “corpo social” que
possui características próprias e fatores que afetam o estado nutricional e a saúde de forma
mais ou menos específica. Para quaisquer desses destinatários, recomendam-se quatro níveis de
intervenção (ver Figura 11).
No nível de intervenção diagnóstico, devem-se incorporar dados sociais, econômicos e
culturais obtidos aos dados comuns da avaliação nutricional dos sujeitos (indivíduos, famílias e
comunidade), transcendendo a simples diagnose.
O nível de intervenção promoção da saúde inclui ações que objetivam controlar ou
erradicar doenças ou distúrbios nutricionais, por meio de práticas voltadas à busca das causas
mais básicas das afecções, inclusive na sua dimensão social e coletiva.
O nível de intervenção de prevenção de patologias e distúrbios nutricionais consiste
em toda medida tomada antes do surgimento ou agravamento de uma disfunção, com objetivo
de evitar sua manifestação (ou forma mais grave) nos indivíduos, famílias ou comunidades.
O nível de intervenção de assistência na atenção básica é, predominantemente,
ambulatorial, incluindo o tratamento e a reabilitação de distúrbios relacionados ou associados à
alimentação e nutrição.
Já quanto ao caráter das ações, pode-se dizer que as de caráter universal são pertinentes
e oportunas a todas as fases do curso da vida, ou seja, a toda população. E as ações específicas são
inerentes ou adaptadas às especificidades de uma determinada fase do ciclo da vida, ou seja, se
destinam a alguma etapa do curso da vida em particular.
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A palavra “epidemiologia” deriva do grego e pode ser dividida em três partes: epi (sobre),
demo (povo), logos (estudo) – estudo a respeito do que se abate sobre a população humana (nesse
caso, as doenças).
A epidemiologia é um ramo das ciências da saúde e campo da saúde coletiva que estuda
na população a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados
com a saúde.
Sendo assim, pode-se dizer que a epidemiologia estuda o processo saúde-doença,
observando todas as partes envolvidas (aspectos biológicos, psicossociais, meio ambiente,
determinantes e condicionantes de saúde); estuda os agravos de saúde da coletividade humana,
fornecendo informações para as intervenções coletivas em todos os níveis de atenção à saúde e
para a avaliação da efetividade e eficácia dessas ações.
Fornecer subsídios teóricos para o planejamento, a execução e a avaliação de ações de prevenção, controle
e tratamento de doenças e agravos.
Quadro 3 - Objetivos da Epidemiologia. Fonte: Rouquayrol (2013).
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• Frequência absoluta: dados não trabalhados são restritos a eventos localizados no tempo/
espaço (por exemplo, “dengue matou 100 pessoas em dez meses em Alagoas”).
• Frequência relativa: quando transformamos números absolutos em relativos (por meio
de multiplicação e divisão), para que possam ser comparados (por exemplo, quantos
morreram de dengue em relação à população total de Alagoas?).
• Índice: usa-se um indicador baseado em diversas variáveis, como o Índice de
E agora, a percepção continua a mesma? Você, com certeza, perceberá que a questão
do suicídio entre jovens está mais preocupante no Acre do que em São Paulo, pois agora pode-
se comparar a mortalidade tendo como base a população geral. Isso mostra a importância de
relativizar os números, pois podem-se tomar decisões erradas sobre como conduzir algumas
intervenções de saúde, caso não saiba interpretar os indicadores.
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Exemplo: na população de Maringá, o total de óbitos foi 5243 em 2018 e a população total
nesse período era de 746.756. Considerando n=5, qual a TMG? TMG = 5243 ÷ 746.756 x 105 =
702,10 óbitos /100.000 habitantes.
Figura 18 - Fórmula para cálculo da taxa de mortalidade infantil. Fonte: Silva (2013).
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• Taxa de Mortalidade por Causa ou Específica: mede o risco de morte por determinada
causa, em um dado local e período. No denominador, deve constar a população exposta
ao risco de morrer por essa mesma causa. Um exemplo é determinar a mortalidade
somente por Aids.
Figura 19 - Fórmula para cálculo da taxa de mortalidade por causa. Fonte: Silva (2013).
Figura 21 - Fórmula para cálculo da taxa de mortalidade proporcional. Fonte: Silva (2013).
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Exemplo: o número total de óbitos ocorridos em São Luís no ano de 1984 foi 3545. Desse
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Exemplo: em uma região, tem-se 41 óbitos ligados à gestação, parto e puerpério. Nascidos
vivos: 42805. Logo, o CMM é = 41 ÷ 42805 x 100.000 = 95,78 óbitos/100.000 nascidos
vivos.
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• A prevalência tende a uma estabilidade, mas pode ser elevada se a incidência de certa
doença/agravo aumentar. Por exemplo, a prevalência de tabagismo entre maiores de 15
anos no Brasil é de cerca de 15%. Se houver um aumento da incidência de uso de tabaco,
sem redução de abandono do uso ou mortes, a taxa de prevalência irá subir.
• A prevalência também pode ser reduzida se a incidência de determinada doença/agravo
for baixa e as mortes/curas altas, equilibrando, assim, a quantidade de pessoas que
permanecem doentes.
• A prevalência pode permanecer estável se a incidência e a cura/mortes forem equilibradas.
• Para traçar um perfil epidemiológico de uma região, podemos usar esses indicadores
e variáveis diversas, que ajudam a compor um quadro geral da situação de saúde da
população, que é denominado diagnóstico de saúde.
Você pode ver que, em todos os cálculos, existe um 10n. O que quer dizer? n é
a potência à que 10 deve ser elevado (lembrar-se da matemática!) 10² = 100;
10³ = 1.000; 104 = 10.000 e assim por diante. Para calcular as taxas, o n pode
ser definido de acordo com a população base. Por exemplo, se a cidade possui
1.987.000 habitantes, você pode usar o n=5, então 105 = 100.000.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Estes são avaliados, dada a estreita ligação entre saúde e desenvolvimento. Entre os fatores
considerados, estão:
• Renda per capita: entende-se por renda per capita o quociente da renda nacional sobre
a população absoluta do país. Costuma ser expressa em dólares (US$). Renda per capita
= renda nacional/população absoluta do país. Considera-se um país como desenvolvido
quando apresenta renda per capita superior a US$ 600 por habitante/ano.
• Alfabetização: o nível de escolaridade e o índice de alfabetização são índices de padrão de
vida e desenvolvimento. Os países menos desenvolvidos são os que apresentam maiores
índices de analfabetismo.
• Alimentação e nutrição: admite-se como indispensável ao homem um consumo diário
de 2.700 kcal. Agrava o quadro de dieta hipocalórica o fato de que os alimentos disponíveis
nos países subdesenvolvidos são pobres em proteínas e mais ricos em carboidratos.
Há, portanto, um problema qualitativo, além do quantitativo. Os habitantes dos países
industrializados são mais bem alimentados não só pela quantidade de calorias ingeridas
como também por sua dieta mais rica em proteínas.
Endemia É definida como a presença usual de casos de doença ou agravo em determinado local, por
período de tempo indeterminado (muitas vezes, por anos ou décadas). Pode ser entendida como
a manutenção de uma doença habitualmente presente em um grupo populacional, em um espaço
delimitado, com flutuações na incidência, apresentando variações regulares. Exemplos: malária,
característica de regiões de florestas úmidas, e leishmaniose visceral, presente no interior paulista e
nas Regiões Norte e Nordeste do país.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Epide- É uma variação irregular e se traduz em uma mudança acima do esperado na incidência da doença
mia ou do agravo, em um período de tempo delimitado, se comparada à incidência da doença em
períodos anteriores. Acontece de forma abrupta e inesperada, descontrolada e temporária. Quando
há uma doença no nível endêmico, ela pode tornar-se uma epidemia se o número de casos novos
ultrapassar os limites usualmente esperados em um intervalo temporal considerado. Por exemplo,
para uma região A, era esperada uma faixa endêmica de 500 a 1.000 casos de dengue em janeiro
de 2013, tendo em vista os valores observados nos anos anteriores para aquele mês. Entretanto,
foram contabilizados 2.500 casos novos no período, o que caracteriza o possível surgimento de
uma epidemia. Vale ressaltar que uma epidemia não reflete necessariamente um grande número
de casos, mas, sim, uma modificação acima do padrão de incidência da doença esperado para um
local e um período. Se surgirem dois casos de uma doença em uma localidade onde sua presença era
inexistente ou não era observada há anos, pode-se mencionar uma epidemia (ou surto).
Surto É um tipo de epidemia na qual os casos estão relacionados entre si (mesma fonte de contaminação,
mesmo quadro clínico e ocorrência no mesmo momento), em uma área geográfica bastante
delimitada (bairros) ou em uma população circunscrita (quartéis, escolas, creches, hospitais etc.).
Pande- É uma epidemia que atinge uma larga distribuição espacial, com uma série de epidemias acontecendo
mia simultaneamente em várias nações ou diversos continentes. Exemplos: Aids, violência, uso de
álcool, COVID-19.
Quadro 4 - Magnitudes dos agravos. Fonte: Silva (2013).
A figura sobre a distribuição de casos ao longo do tempo permite ver nitidamente como
acontece essa distribuição. Note que, durante a endemia, o número de casos é estável ao longo do
tempo e, na epidemia, eles aumentam repentinamente.
Todo processo epidêmico deve ser investigado pelos serviços de saúde, devendo ser
realizado preferencialmente pela Atenção Básica, por possuir maior penetração nas comunidades
e conhecimento do território onde atuam. Na maioria das vezes, a investigação é iniciada a
partir da identificação de casos, mas a simples ocorrência de rumores na comunidade deve ser o
suficiente para se iniciar o processo.
Alguns fatores estão presentes no processo epidêmico e devem ser avaliados atentamente
para que metas e ações de controle sejam efetivas e eficazes:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para demonstrar esses dados, tem-se várias tabelas, gráficos e diagramas, que proporcionam
uma análise abrangente das diversas situações apresentadas.
• Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): criado em 1975, oferece dados sobre
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Os valores devidos são gerados, mensalmente, pelos gestores, que enviam ao DATASUS
dados com os procedimentos executados. Esse departamento, por sua vez, conduz
a tabulação dos dados dos atendimentos realizados. O SIA - SUS utiliza o Boletim de
Produção Ambulatorial (BPA), que abrange dados da unidade prestadora e das condutas
técnicas efetuadas, tais como a atividade profissional, o tipo de assistência, a faixa etária
do usuário e a quantidade de procedimentos. A partir de 1997, foram adicionados os
dados da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade (APAC).
Junto ao SISAB, tem-se o sistema e-SUS AB para captação dos dados, o qual
apresenta dois softwares que instrumentalizam a coleta dos dados e serão
inseridos no SISAB: Coleta de Dados Simplificados (CDS); Prontuário Eletrônico do
Cidadão (PEC) e Aplicativos (App) para dispositivos móveis, atualmente disponível:
app AD (Atenção Domiciliar). Com isso, será possível atender os processos de
trabalho, já que pode ser utilizado por profissionais de todas as equipes de AB,
pelas equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), do Consultório
na Rua (CnR), de Atenção à Saúde Prisional e da Atenção Domiciliar (AD), além
dos profissionais que realizam ações no âmbito de programas como o Saúde na
Escola (PSE) e a Academia da Saúde. É possível obter informações da situação
sanitária e de saúde da população do território por meio de relatórios de saúde,
bem como de relatórios de indicadores de saúde por estado, município, região de
saúde e equipe.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta unidade, foi possível compreender que a Atenção Básica é a porta de entrada e
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................94
1. MARCOS EXPRESSIVOS NA IMPLANTAÇÃO DAS POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO.................95
2. POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (PNAN).................................................................... 101
3. SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISVAN)..............................................................106
4. PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE).......................................................................111
5. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR (PAT)............................................................................120
6. POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL..........................................................124
6.1 SEGURANÇA ALIMENTA E NUTRICIONAL (SAN)..........................................................................................124
6.2 A POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL INSTITUÍDA PELO DECRETO
N° 7272, DE 25 DE AGOSTO DE 2010.....................................................................................................................130
6.3 INDICADORES ..................................................................................................................................................132
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................................136
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INTRODUÇÃO
Políticas públicas são diretrizes para nortear as ações em determinada área da vida
social. Sua formulação envolve a discussão de vários atores da sociedade: governo, legisladores,
representantes de associações civis e de setores produtivos (como comércio, indústria e transporte),
resultando em consenso. Várias de suas proposições podem se tornar leis. Um bom exemplo é a
Política Nacional do Idoso, que prevê ações que vão desde a assistência à saúde dessa população
até à gratuidade do transporte público.
A alimentação e a nutrição, como requisitos básicos para a integralidade da atenção em
saúde e garantia dos direitos humanos à saúde e alimentação, possibilitam a afirmação plena do
potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania. Além
disso, contribuem sobremaneira para o enfrentamento da atual situação epidemiológica do País,
representada pela dupla carga de doenças relacionadas à alimentação, que envolvem, ao mesmo
tempo, uma agenda não concluída da desnutrição e das carências nutricionais específicas (como
a anemia e a deficiência de vitamina A) e o desafio das doenças crônicas e seus fatores de risco
(como o excesso de peso, a inatividade física e a alimentação inadequada).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Em 1975, uma nova gestão administrativa assume e, com o convênio entre INAN e IPEA,
surge o II PRONAN, o qual reformulou a visão e a atuação governamental no campo social, com
base em três princípios:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 2 - Eixos de atuação do Programa Fome Zero. Fonte: Taddei et al. (2011).
Essa política de interação social foi marcante para a tomada de posições frente às
dimensões e determinantes da fome uma vez que possibilitou a construção de uma consciência
política voltada: (I) à adequação da estrutura existente; (II) à concessão de recursos financeiros;
(III) ao planejamento e execução harmônica dos programas; e (IV) à monitoração, avaliação e
divulgação dos resultados para o tratamento desse problema, devendo as ações atuarem em três
eixos: estruturais, emergenciais e locais.
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Ao mesmo tempo, a PNAN traz diretrizes que apontam para a organização nutricional,
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A PNAN prevê ações na RAS, a melhoria das condições de saúde e nutrição das famílias
beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) e a promoção da alimentação adequada e saudável
em ambientes institucionais, como creches, escolas, presídios, albergues, locais de trabalho,
hospitais, restaurantes comunitários, dentre outros, tendo como finalidade a oferta regular e
permanente de alimentos apropriados, o que colabora com um modo de vida sadio.
Há a articulação também com a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS),
cujo objetivo é promover a qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade aos riscos à saúde,
relacionados ao modo de viver e seus determinantes.
Os agravos em saúde, relacionados à alimentação e nutrição e passíveis de ações de
prevenção e controle, envolvem as deficiências nutricionais específicas, alterações nutricionais
(desnutrição e excesso de peso) e as comorbidades associadas às alterações do estado nutricional,
em especial à obesidade. A educação alimentar nutricional como estratégia para auxiliar na
prevenção de agravos é essencial para aumentar o conhecimento da população sobre o assunto
e evitar padrões alimentares que envolvem riscos à saúde e ao meio ambiente. Os hábitos
alimentares têm grande importância na determinação dos agravos nutricionais e na ocorrência
das doenças crônicas.
Quer entender melhor o que é o PNAN e suas diretrizes? Então, assista aos vídeos
disponíveis em <https://www.youtube.com/watch?v=GResaGVGjeQ> e <https://
www.youtube.com/watch?v=haja8cabS3o>.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Também constitui demanda para a atenção nutricional o cuidado com os indivíduos portadores
de necessidades alimentares especiais, a exemplo dos erros inatos do metabolismo.
A atenção nutricional deve envolver ações no âmbito da Atenção Básica, mas também
aquelas em outros pontos de atenção à saúde, como serviços de apoio diagnóstico e terapêutico,
serviços especializados, hospitais, atenção domiciliar, dentre outros, no âmbito do sistema de
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5. O SISVAN contribui para a participação e controle social uma vez que compõe um
banco de dados aberto, com suas informações disponíveis na Internet no momento da
inserção dos dados pelos municípios.
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Em 1999, com a aprovação da PNAN, o SISVAN ganha destaque, sendo que, nos anos 2000,
a Coordenação Geral das Políticas de Alimentação e Nutrição (CGPAN) – hoje, Coordenação
Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) – recomendou o diagnóstico nutricional por meio
do SISVAN em todo o Brasil. Com o apoio dos CECANs e a estruturação das Áreas Técnicas
de Alimentação e Nutrição (ATANs) e do Departamento de Dados Epidemiológicos do SUS
(DATASUS), houve maior estruturação do sistema de vigilância alimentar e nutricional.
Em 2004, é concluído o projeto de concepção do sistema informatizado em vigilância
alimentar e nutricional, que se pautava, à época, na avaliação de indicadores antropométricos.
Em 2007, foi lançado o novo sistema, denominado SISVAN web, que incluía, além da avaliação
antropométrica, a investigação do consumo alimentar, ampliando, portanto, as informações
disponíveis, permitindo acompanhar a situação alimentar da população brasileira por meio de
uma rotina de ações e registro de informações em um sistema que emite boletins periódicos
sobre o estado nutricional dos grupos de pessoas estudadas.
Diferentemente de métodos individuais, que primam pela qualidade dos indicadores
utilizados e têm a função de dar suporte ao acompanhamento nutricional individual, o SISVAN
preconiza o uso de medidas simples, de baixo custo (e complexidade) e, ainda assim, boas para
o diagnóstico nutricional coletivo. No lugar de subsidiar a assistência ao sujeito, esse sistema
oportuniza o conhecimento do estado nutricional de comunidades para facilitar o trabalho dos
gestores na implementação de ações de melhoria da situação alimentar da população, incluindo
A conduta formulada pelo SISVAN significa não somente a descrição dos principais locais
onde são necessárias as ações de promoção da alimentação saudável, a mudança do estilo de vida
e a garantia do acesso aos alimentos, mas também a análise dos determinantes das condições
nutricionais que mais afetam a sociedade. Nesse propósito, assume importância o número exato
de pessoas desfavorecidas (que diz respeito à nutrição), devendo-se identificar as áreas geográficas
de maior risco, sem deixar de examinar seu contexto.
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Quadro 5 - Resumo dos principais documentos que regulamentam o SISVAN e a PNAN. Fonte: Silva (2011).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Quando o PNAE se originou, grande parte dos alimentos estava na forma desidratada ou
pré-embalada e era enviada às escolas para reconstituição e posterior distribuição aos estudantes.
Mas, desde a descentralização do programa, há um esforço contínuo e crescente para aumentar a
quantidade de alimentos preparados nas escolas. Mais notadamente em 2001, foi publicado um
decreto-lei (n° 2.178, de 28/6/2001) que exige que, pelo menos, 70% dos recursos financeiros para
o programa devem ser gastos em alimentos básicos, com valorização dos hábitos alimentares
regionais.
Ao mesmo tempo, para a execução do PNAE, a Lei n° 11.947, de 16 de junho de 2009,
estabelece diretrizes que devem ser seguidas. São elas:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
VII. Quanto aos recursos financeiros, convém saber que todas as unidades escolares, desde
a pré-escola até o ensino médio, devem ser contempladas pelo PNAE, independentemente
da esfera (municipal, estadual ou federal) da gestão. O Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE) transfere recursos aos estados e municípios, sendo que o valor
repassado é de acordo com o censo escolar informado no ano anterior x o valor per capita
definido pela autarquia x 200 (duzentos) dias letivos.
No ano vigente (2020), o valor repassado de acordo com a etapa e modalidade de ensino é:
• Creches: R$ 1,07.
• Pré-escola: R$ 0,53.
• Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64.
• Ensino fundamental e médio: R$ 0,36.
• Educação de jovens e adultos: R$ 0,32.
• Ensino integral: R$ 1,07.
• Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral: R$ 2,00.
• Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contraturno: R$
0,53.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Os recursos são transferidos em até 10 (dez) parcelas em uma conta específica e única
para o recebimento dos recursos do PNAE, devendo ser utilizados unicamente para a compra de
alimentos a serem utilizados no preparo das refeições escolares.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Vale ressaltar que, desde 2009, por meio da Lei nº 11.947/2009 e também da Resolução
FNDE 26/2013, 30% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento e Educação devem ser
aplicados na compra de gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar, com preferência
para a cultura agroecológica. Pode a compra ser feita com dispensa de processo licitatório desde
que os preços estejam condizentes com os vigentes no mercado local e adequados às exigências
do controle de qualidade.
Um órgão extremamente importante é o Conselho de Alimentação Escolar (CAE), o
qual apresenta caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento, instituído no
âmbito dos estados, do Distrito Federal e dos municípios de acordo com a Resolução nº 26/2013.
O CAE deve acompanhar a aquisição dos alimentos, a qualidade da alimentação ofertada e as
condições higiênico-sanitárias dos alimentos armazenados, preparados e servidos aos alunos,
assim como deve avaliar a prestação de contas das EE e emitir pareceres conclusivos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Como critério para o recebimento dos recursos do PNAE, é necessário ter o CAE,
prestar contas do ano anterior e utilizar os recursos com base nas normas do
PNAE, assim como cumprir as disposições do Art. 15 da Resolução do FNDE/CD
n° 32/2006, que trata do controle de qualidade.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Quadro 6 - Atendimento das necessidades nutricionais e número de refeições de acordo com o público-alvo. Fonte:
Veiga (2016).
• A oferta de três porções de frutas e hortaliças por semana (200 g/aluno/semana) nas
refeições ofertadas;
• A definição de quais bebidas à base de frutas não substituem a obrigatoriedade da oferta
de frutas frescas;
• A alteração da recomendação de sal para sódio de acordo com o número de refeições
ofertadas;
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• 10% (dez por cento) da energia total proveniente de açúcar simples adicionado;
• 15 a 30% (quinze a trinta por cento) da energia total proveniente de gorduras totais;
• 10% (dez por cento) da energia total proveniente de gordura saturada;
• 1% (um por cento) da energia total proveniente de gordura trans;
• 400 mg (quatrocentos miligramas) de sódio per capita, em período parcial, quando
ofertada uma refeição;
• 600 mg (seiscentos miligramas) de sódio per capita, em período parcial, quando
ofertadas duas refeições;
• 1.400 mg (mil e quatrocentos miligramas) de sódio per capita, em período integral,
quando ofertadas três ou mais refeições.
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Quadro 7 - Regras e objetivos do cardápio ofertado segundo o PNAE. Fonte: PNAE (2013).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O PAT é um programa público criado pela Lei nº. 6.321, de 14 de abril de 1976, e
regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, e pela Portaria nº 3, de 1º de março de
2002, representando uma parceria entre governo federal, empresas e trabalhador. Está vinculado
ao Ministério do Trabalho e Emprego e tem por objetivo melhorar as condições nutricionais
dos trabalhadores, com repercussões positivas para a qualidade de vida (promovendo a saúde e
reduzindo doenças relacionadas ao trabalho), a redução de acidentes de trabalho e o aumento da
produtividade por meio da oferta de refeições.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O PAT prioriza o atendimento aos trabalhadores de baixa renda, que ganham cinco
salários mínimos mensais. É considerado um herdeiro de políticas públicas nacionais anteriores
voltadas para a alimentação do trabalhador, que se iniciaram na década de 1930. No entanto,
as empresas que participam podem incluir trabalhadores com renda mais elevada desde que o
atendimento de todos os trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos seja suprido,
assim como o benefício não seja um valor inferior àquele concedido com rendimento mais
elevado, independentemente da duração da jornada de trabalho.
O PAT é específico às pessoas jurídicas que pagam Imposto de Renda (IR), porém,
empresas sem fins lucrativos isentas de IR (filantrópicas, microempresas e condomínios) podem
participar. A adesão a esse Programa é voluntária e envolve a consciência social das empresas.
Logo, as empresas que apresentam um gasto maior com a alimentação dos trabalhadores
beneficiam-se com diversos impactos econômicos e com uma melhor relação capital-trabalhador.
Já os empregados beneficiam-se com uma alimentação mais adequada, que influencia sua saúde,
sendo responsáveis pelo restante do custo com um percentual de seus salários que não ultrapassa,
em média, 20% do custo da refeição.
De acordo com a legislação do PAT, a empresa que aderir ao programa não poderá
oferecer o benefício em dinheiro uma vez que não é uma doação, mas se trata da administração
de um benefício regulamentado por órgãos públicos.
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Desde a instituição do PAT, a adesão das empresas é crescente. No seu início, a maior parte
das empresas cadastradas era de grande porte, principalmente do setor industrial. A partir da
década de 1990, aumentou o ingresso de empresas de menor porte no Programa, principalmente
com a implantação do sistema de vale-alimentação e vale-refeição.
Um dos grandes avanços recentes no PAT foi o estabelecimento de novos parâmetros
nutricionais do Programa, em 2006. Se, anteriormente, eles eram restritos às recomendações
de calorias e proteínas, inadequadas ao perfil epidemiológico e nutricional atual da população
adulta brasileira, as novas exigências contemplam outros nutrientes, como gorduras, gorduras
saturadas, sódio e fibras. Além disso, incluíram-se recomendações específicas para a oferta de
frutas e hortaliças, estabelecendo que os cardápios das empresas beneficiárias devam oferecer,
pelo menos, uma porção de frutas e uma porção de hortaliças nas refeições principais (almoço,
jantar e ceia) e, pelo menos, uma porção de frutas nas refeições menores (desjejum e lanche).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Obrigação Significado
Respeitar Um Estado não pode adotar quaisquer medidas que possam resultar em pri-
vação da capacidade de indivíduos ou grupos de prover sua própria alimen-
tação.
O Estado não pode omitir-se na fiscalização de aspectos que promovem e
protegem o aleitamento materno (respeito ao direito da mulher de ter dois
descansos especiais, de meia hora durante sua jornada de trabalho, para ama-
mentar seu filho até os 6 meses ou ainda a disponibilidade de espaço para a
amamentação).
Proteger O Estado deve agir para impedir que terceiros (indivíduos, grupos, empresas)
interfiram na realização ou atuem no sentido de violar a DHAA das pessoas
ou grupos populacionais.
A legislação garante à mulher trabalhadora a licença-maternidade.
Promover O Estado deve criar condições que possibilitem a realização efetiva do DHAA.
Hospital amigo da criança
Formação de profissionais de saúde com capacidade e condições de orientar e
acompanhar as mulheres no período de amamentação.
Prover O Estado deve prover alimentos diretamente a indivíduos ou grupos incapa-
zes de obtê-los por conta própria, até que alcancem condições de fazê-lo.
Rede de bancos de leite humano, principalmente para bebês prematuros e
abaixo de 6 meses que não podem ser amamentados.
Quadro 11 - Níveis de obrigação em relação ao DHAA, aplicado ao aleitamento materno. Fonte: Taddei et al. (2011).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Por meio do SISAN, os órgãos governamentais dos três níveis de governo e as organizações
da sociedade civil deverão atuar conjuntamente na formulação e implementação de políticas
e ações de combate à fome e de promoção da segurança alimentar e nutricional e, ainda, no
acompanhamento, monitoramento e avaliação da situação nutricional da população, definindo
direitos e deveres do poder público, da família, das empresas e da sociedade.
Em relação aos princípios que regem o SISAN, o art. 8° relata quatro princípios, os quais
são trazidos na Figura 19.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Quanto ao CONSEA, pode-se dizer que, articulado com o LOSAN e o SISAN, acompanham
e monitoram, em regime de colaboração, a implementação e a convergência de ações inerentes à
política nacional de SAN. E, ainda, mobilizam e apoiam entidades da sociedade civil na discussão
e na realização de medidas públicas de segurança alimentar e nutricional.
Sobre a composição do CONSEA, a LOSAN destaca que ele deve ser composto a partir
dos seguintes critérios:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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Programas
Alimentos a grupos Fornece acesso aos alimentos básicos por parte dos povos indígenas, co-
populacionais espe- munidades quilombolas, grupos de trabalhadores rurais acampados, cata-
cíficos dores de lixo e outros que estão em situação de insegurança alimentar e
nutricional, por meio da distribuição de alimentos.
Cisternas Desenvolvidas para a população rural do semiárido, visam à melhoria das
condições de vida e de acesso à água e ao fomento da convivência susten-
tável no semiárido.
Restaurantes popula- Refeições prontas, saudáveis, fornecidas em espaços comunitários admi-
res nistrados pelo poder público por preços acessíveis à população que se ali-
menta fora de casa.
Alimentação e nutri- Visa à implantação de ações intersetoriais de SAN, gestão ambiental e de-
ção de povos indíge- senvolvimento sustentável dos povos indígenas. Realiza o cadastramento
nas dos povos indígenas a fim de garantir sua inclusão nos instrumentos gover-
namentais compatíveis com seus valores culturais.
Educação alimentar, Tem a finalidade de promover a alimentação saudável, visando a estimular
nutricional e para o a sociedade por meio de atividades educativas e de comunicação, a comba-
consumo ter a fome e a adotar hábitos alimentares saudáveis.
Quadro 12 - Outros programas governamentais. Fonte: Taddei et al. (2011).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A partir dessa investigação, ficou disponibilizada aos gestores das políticas públicas
nacionais a Escala Brasileira de Medida de Insegurança Alimentar (EBIA), com alta validade
para o diagnóstico dessa condição, bem como para o monitoramento e avaliação das ações de
combate à fome no País. Ainda em 2004, foram realizados dois inquéritos populacionais, em
Brasília-DF e em Campinas-SP. Eles mostraram que, mesmo nessas cidades com altos níveis de
desenvolvimento humano, ocorrem situações de insegurança alimentar e fome, com 6,6% de
insegurança alimentar grave em Campinas e 7,2% em Brasília, refletindo a presença de fome
entre adultos e crianças de famílias dessas duas metrópoles.
O propósito dessa escala de indicadores é medir diretamente a percepção de insegurança
alimentar e fome em nível domiciliar, o que possibilita a estimativa de sua prevalência na
população. A EBIA foi, ainda, incluída como Suplemento de Segurança Alimentar na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2004 e em pesquisas subsequentes.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Segundo a EBIA, para cada resposta às 15 questões levantadas, atribui-se uma pontuação
(1 ponto para resposta “sim”, 0 (zero) ponto para respostas “não” e “não sabe”). Essa pontuação
se enquadra nos pontos de corte que equivalem aos construtores teóricos acerca da segurança
alimentar. O somatório desses pontos permite a categorização familiar em segurança alimentar
ou insegurança (leve, moderada ou severa).
De acordo com a classificação da EBIA, considerando o período de referência dos 3
últimos meses anteriores à data da entrevista, são domicílios em condição de segurança alimentar
aqueles onde seus moradores tiveram acesso aos alimentos em quantidade e qualidade adequadas
e sequer se sentiam na iminência de sofrer qualquer restrição no futuro próximo. Os domicílios
com insegurança alimentar leve são aqueles nos quais foi detectada alguma preocupação com
o acesso aos alimentos no futuro e nos quais há comprometimento da qualidade dos alimentos
mediante estratégia que visa a manter uma quantidade mínima disponível. Nos domicílios com
insegurança alimentar moderada, os moradores conviveram, no período de referência, com a
restrição quantitativa de alimento. Por fim, nos domicílios com insegurança alimentar grave, além
dos membros adultos, as crianças, quando houver, também passam pela privação de alimentos,
podendo chegar à sua expressão mais grave: a fome.
A escala adaptada e validada para a realidade brasileira, aplicada isoladamente, não é
adequada para medir a complexidade de um fenômeno multidimensional e interdisciplinar como
a SAN. Entretanto, é útil para as estimativas de prevalência dos diversos níveis de insegurança,
Número da Enunciado
pergunta
1 Nos últimos três meses, os moradores deste domicílio tiveram preocupação de que os
alimentos acabassem antes de poderem comprar ou receber mais comida?
2 Nos últimos três meses, os alimentos acabaram antes que os moradores deste domicílio
tivessem dinheiro para comprar mais comida?
3 Nos últimos três meses, os moradores deste domicílio ficaram sem dinheiro para ter
uma alimentação saudável e variada?
4 Nos últimos três meses, os moradores deste domicílio comeram apenas alguns alimen-
tos que ainda tinham porque o dinheiro acabou?
5 Nos últimos três meses, algum morador de 18 anos de idade ou mais deixou de fazer
uma refeição porque não havia dinheiro para comprar comida?
6 Nos últimos três meses, algum morador de 18 anos de idade ou mais alguma vez comeu
menos do que devia porque não havia dinheiro para comprar comida?
7 Nos últimos três meses, algum morador de 18 anos ou mais de idade, alguma vez sentiu
fome, mas não comeu, porque não havia dinheiro para comprar comida?
8 Nos últimos três meses, algum morador de 18 anos ou mais de idade, alguma vez, fez
apenas uma refeição ao dia ou ficou um dia inteiro sem comer porque não havia dinheiro
para comprar comida?
9 Nos últimos três meses, algum morador com menos de 18 anos de idade, alguma vez,
deixou de ter uma alimentação saudável e variada, porque não havia dinheiro para com-
prar comida?
10 Nos últimos três meses, algum morador com menos de 18 anos de idade, alguma vez,
não comeu quantidade suficiente de comida porque não havia dinheiro para comprar
comida?
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Número da Enunciado
pergunta
11 Nos últimos três meses, alguma vez, foi diminuída a quantidade de alimentos das refei-
ções de algum morador com menos de 18 anos de idade, porque não havia dinheiro para
comprar comida?
12 Nos últimos três meses, alguma vez, algum morador com menos de 18 anos de idade
deixou de fazer alguma refeição, porque não havia dinheiro para comprar comida?
13 Nos últimos três meses, alguma vez, algum morador com menos de 18 anos de idade,
sentiu fome, mas não comeu porque não havia dinheiro para comprar comida?
14 Nos últimos três meses, alguma vez, algum morador com menos de 18 anos de idade,
fez apenas uma refeição ao dia ou ficou sem comer por um dia inteiro porque não havia
dinheiro para comprar comida?
Quadro 13 - Perguntas da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Fonte: IBGE (2009).
Figura 22 - Relações entre fatores de risco e consequências associadas à insegurança alimentar no domicílio. Fonte:
Brasil (2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................138
1. POLÍTICA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO...................139
2. PRINCIPAIS DISTÚRBIOS E CARÊNCIAS NUTRICIONAIS NA POPULAÇÃO BRASILEIRA E
SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR............................................................................................................................ 147
2.1 HIPOVITAMINOSE A ..................................................................................................................................... 147
2.2 BÓCIO E CRETINISMO.....................................................................................................................................149
2.3 ANEMIA FERROPRIVA ..................................................................................................................................... 151
2.4 DEFICIÊNCIA DE FOLATO ................................................................................................................................154
2.5 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12..............................................................................................................................................................................................................156
2.6 DEFICIÊNCIA DE ZINCO .................................................................................................................................. 157
2.7 CÁRIE DENTÁRIA X FLÚOR..............................................................................................................................158
3. ENFRENTAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT)............................................160
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................................................169
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O vídeo NBCAL: para fazer valer a lei demonstra como funciona a lei
quanto à comercialização de alimentos para lactentes e crianças
de primeira infância, bicos, chupetas e mamadeiras. O link para
acesso é o <https://www.youtube.com/watch?v=jtzRMXNjeGc>.
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1. Ter uma política de aleitamento materno escrita, que seja rotineiramente transmitida a
toda a equipe de cuidados de saúde.
2. Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para implementar
essa política.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser
separadas de seus filhos.
6. Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno a não
ser que haja indicação médica.
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Foi também nos anos 2000 que o MS intensificou a promoção da alimentação complementar
saudável por meio da elaboração e divulgação de vários materiais educativos voltados aos
profissionais de saúde. Nesse sentido, cita-se o Guia alimentar para as crianças menores de 2 anos,
publicado em 2002 (atualizado em 2019) e que fundamentou a primeira publicação do manual
Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: um
guia para o profissional da saúde na atenção básica no mesmo ano, com revisão em 2010. Outra
importante publicação do MS foi o Caderno de Atenção Básica n° 23: Saúde da criança, Nutrição
Infantil, Aleitamento Materno e Alimentação Complementar, em 2009, revisado em 2015.
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• Aprovação de leis para proteger a amamentação, adotar e adaptar as iniciativas internacionais re-
levantes à realidade brasileira, estruturar uma rede nacional de banco de leite humano e desenvolver
locais para oferecer apoio à amamentação nas UBS.
Meta 2: garantir que todas as maternidades incorporem os “Dez Passos para o Sucesso do Aleita-
mento Materno” preconizados pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança.
• 1991: a UNICEF e a OMS: iniciativa de criar o Hospital Amigo da Criança (IHAC) para implementar os
dez passos.
Meta 3: efetivar os princípios e objetivos do Código Internacional de Comercialização de Substitutos
do Leite Materno e as resoluções posteriores da Assembleia Mundial de Saúde.
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Meta 6: garantir a promoção e apoio à amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses de vida
e continuidade da amamentação até os 2 anos ou mais.
• 2008 – Rede Amamenta Brasil no âmbito do SUS (promoção, proteção e apoio à pratica do AM na
AB).
• Entre 2009-2010, a CGPAN, junto com a IBFAN, implantou a Estratégia Nacional de Promoção da Ali-
mentação Complementar (ENCAPS), visando à formação de profissionais de saúde de Atenção Básica
e das ESF para impulsionar a orientação sobre alimentação complementar apropriada como atividade
nos serviços de saúde.
• 2012: lançada a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil a partir da união de duas ações do MS: a
Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável (ENPACS),
visando a qualificar os profissionais da AB, reforçando e incentivando a promoção do aleitamento ma-
terno e da alimentação saudável em crianças menores de dois anos no âmbito do SUS.
Meta 8: proporcionar orientação e apoio para a alimentação apropriada das crianças em situação
excepcionalmente difícil.
• NBCAL foi aprovada em 2006 pela Lei n° 11.265, porém, aguarda regulamentação.
• A IBFAN tem contribuído para chamar a atenção do governo e do público em geral para as empresas
que descumprem a lei.
Quadro 2 - Metas operacionais da estratégia global associado às ações realizadas. Fonte: Taddei
et al. (2011).
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2.1 Hipovitaminose A
A vitamina A é um nutriente essencial em pequenas quantidades para o crescimento e
desenvolvimento, manutenção da integridade epitelial, manutenção da visão na escassez de luz,
sistema imunológico e reprodução. Sua deficiência na infância está associada à cegueira noturna,
xeroftalmia, diarreia e infecções respiratórias, desnutrição energético-proteica e aumento da
morbimortalidade infantil, sendo que manifestações clínicas, como cegueira noturna e manchas
de Bitot, indicam quadro de deficiência de vitamina A sistêmica moderada à grave na presença
de baixas concentrações séricas de retinol.
Entre as principais causas da deficiência de vitamina A (DVA), destacam-se uma dieta
inadequada (em qualidade e quantidade) e a ausência do aleitamento materno. Ao mesmo tempo,
pode-se dizer que mulheres em idade reprodutiva, sobretudo em países em desenvolvimento, são
particularmente vulneráveis à DVA devido a vários fatores de risco: alta paridade com pequeno
intervalo interpartal, baixo consumo de alimentos naturalmente ricos em retinol (carnes, vísceras,
laticínios e ovos) ou carotenoides (frutas e hortaliças) e alta prevalência de infecções. DVA em
nutrizes resulta em menor concentração de vitamina A no leite materno, condição que pode
piorar com a ausência de alimentos fontes de vitamina A na alimentação complementar de bebês
a partir dos 6 meses de idade.
Estratégias para o controle da DVA incluem:
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Estudos indicam que o consumo ótimo de iodo, na faixa de 150 a 250 µg, é capaz
de minimizar a incidência de disfunção glandular nas populações acometidas.
Figura 5 - Fatores determinantes da anemia por deficiência de ferro. Fonte: Brasil (2013).
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Como forma de garantir melhor nutrição nos primeiros anos de vida, prevenindo
possíveis deficiências nutricionais, a OMS (2001) recomenda que a criança receba leite materno
exclusivo até os 6 meses e, após essa fase, até os 2 anos ou mais, que ela continue em aleitamento
materno, com acréscimo de alimentos complementares nutricionalmente seguros e adequados.
Apesar dessas recomendações, a prática do desmame precoce e a complementação inadequada
do aleitamento materno é comum em muitas regiões do mundo.
Além dessa recomendação da OMS, outras estratégias importantes a serem adotadas no
intuito de complementar o estímulo à alimentação saudável são:
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A fortificação dos alimentos com ácido fólico é uma das mais efetivas iniciativas para
a redução da incidência das DTN. Atualmente, vários países aderiram à obrigatoriedade da
fortificação das farinhas com ácido fólico. Os resultados dos estudos realizados no período da
pós-fortificação, com o intuito de avaliar as DTN como desfecho, têm sido positivos. Nos Estados
Unidos e no Canadá, estudos ecológicos mostraram redução de 26 e 42% na taxa de nascidos
com DTN, respectivamente. Nos países em desenvolvimento, recente meta-análise, conduzida
por Blencowe e cols., mostrou que a suplementação com folato e a fortificação dos alimentos
reduziu até 62% e 46%, respectivamente, a incidência de mortalidade por DTN nos países em
desenvolvimento. E, no Brasil, Orioli e cols. encontraram redução de 39% da prevalência de
espinha bífida em todo o País a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
(SINASC), o que se deu após o ano de 2004, ano da fortificação obrigatória no País com base na
RDC 344, de 13 de dezembro de 2002, com ferro e ácido fólico de farinha de trigo e farinha de
milho, conforme mencionado anteriormente na anemia ferropriva.
Lembrando que, com base na RDC 344, cada 100 g de farinha de trigo e de farinha de
milho deve fornecer 150 µg de ácido fólico, o qual deve ser de grau alimentício e manter-se
estável dentro do prazo de validade das farinhas. Ficam excluídas dessa Resolução as farinhas de
trigo e de milho usadas em panificação, nas quais a fortificação possa interferir no produto cujo
processamento tecnológico limite a utilização da fortificação, tais como a farinha de biju, flocão
de milho, farinha de trigo por maceração, integral e de trigo feito de grão duro.
Figura 6 - Estratégias adotadas como políticas públicas, visando a promover o consumo adequado de folato e garan-
tir a prevenção primária de malformações. Fonte: Taddei et al. (2011).
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O uso do flúor como terapia preventiva da doença cárie tem sido considerado peça
central há mais de cinco décadas, desde a sua introdução no programa de fluoretação da água de
abastecimento público.
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• Reorganização da Atenção Básica, com a implantação das Equipes de Saúde Bucal – ESB
– na Estratégia Saúde da Família.
• Ampliação e qualificação da atenção especializada (implantando Centros de Especialidades
Odontológicas (CEO) e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD)).
• Viabilização da adição de flúor nas estações de tratamento de águas de abastecimento
público.
• Articulação de ações intraministeriais e interministeriais.
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Intervenções Ações
Suplementação de vi- • Ampliar entrega de suplementos de vitamina A nas unidades de saúde, duas vezes por ano para
tamina A crianças de 6 meses a 5 anos, tendo uma cobertura de, pelo menos, 80%.
• Planejamento de programas especiais de divulgação para alcançar os 20% restantes da população
que não estiverem inseridos nos programas de suplementação com vitamina A.
• Monitorar a distribuição, avaliação e o acompanhamento do programa de suplementação com
vitamina A.
Iodação do sal • Delinear esforços estratégicos de defesa e comunicação por meio da mídia, de sistemas de saúde e
escolas.
• Sistematizar o monitoramento do estado nutricional e de hábitos alimentares da população, de
modo que os ajustes do programa possam ser feitos com base nesses dados.
• Incentivar os produtores de sal a suplementar com iodo.
• Realizar avaliação periódica do conteúdo de iodo no sal.
Promoção da alimen- • Pesquisar e incentivar melhores práticas para promoção da alimentação saudável em programas
tação saudável baseados na comunidade, incluindo educação nutricional e soluções operacionais que possam ser
replicadas e apoiadas por instituições locais.
• Integrar intervenções com micronutrientes aos programas de saúde, nutrição e segurança alimentar
já existentes.
Fortificação dos ali- Padronizar e monitorar as normas para a fortificação das farinhas e garantir que elas sejam cumpridas.
mentos Promover iniciativas de comunicação e educação públicas para criar uma demanda de mercado para
produtos saudáveis e nutritivos.
Suplementos com • Ampliar a disponibilidade de suplementos com múltiplos micronutrientes.
múltiplos micronu- • Direcionar os esforços para encontrar meios seguros e de baixo custo para melhorar a ingestão de
Suplementos para • Ampliar a suplementação de ferro e ácido fólico para mulheres em idade fértil, com atenção especial
mulheres em idade a mulheres grávidas.
reprodutiva • Melhorar a adesão à suplementação por meio de programas de aconselhamento comunitário.
Suplementação de • Incorporar a suplementação de zinco no manejo da diarreia.
zinco para o manejo • Garantir o fornecimento de zinco.
da diarreia • Criar a demanda por meio de campanhas publicitárias.
Fluoretação da água • Qualificação da equipe de atuação na rede de atenção básica.
• Fluoretação da água.
• Realizar escovação supervisionada em escolares da rede pública.
• Aplicação de gel fluoretado em escolares de risco.
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Essas DCNT apresentam quatro fatores de risco em comum (Figura 7), responsáveis
pelo aumento do sobrepeso, obesidade, hipercolesterolemia, hipertensão arterial e altos níveis de
glicose sanguínea. Ao mesmo tempo, vale ressaltar que são modificáveis.
Quadro 6 - Relação entre os fatores de risco modificáveis com as respectivas DCNT. Fonte: Brasil (2011).
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Para atingir as metas propostas, o plano apresenta três eixos estratégicos, os quais serão
discriminados a seguir, com seus respectivos objetivos, estratégias e principais ações realizadas.
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Criar programas para formação do cuidador da pessoa idosa e com condições crôni-
cas na comunidade.
Quadro 8 - Eixo de prevenção e promoção da saúde. Fonte: Brasil (2011).
Medicamentos gratuitos Ampliar acesso gratuito aos medicamentos e insumos estratégicos previstos nos Pro-
tocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas das DCNT e tabagismo.
Câncer do colo do útero e mama Fortalecer as ações de prevenção e qualificação do diagnóstico precoce e tratamento
dos cânceres do colo de útero e de mama; garantir acesso ao exame preventivo e à
mamografia de rastreamento de qualidade a todas as mulheres nas faixas etárias e
periodicidade preconizadas, independentemente de renda, raça/cor, reduzindo de-
sigualdades; garantir tratamento adequado às mulheres com diagnóstico de lesões
precursoras; garantir avaliação diagnóstica dos casos de mamografia com resultado
anormal; e garantir tratamento adequado aos casos de mulheres com diagnóstico
confirmado de câncer de mama ou diagnóstico de lesões benignas.
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É importante saber que o setor da saúde é responsável por administrar o plano de ação,
mas o resultado para o enfrentamento das DCNT só é possível a partir de ações intersetoriais
entre os Ministérios: da Educação (MEC); do Esporte (ME); do Desenvolvimento Social (MDS);
das Relações Exteriores (MRE); da Cultura (MinC); do Desenvolvimento Agrário (MDA); da
Agricultura; das Cidades; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); das Secretarias de Comunicação da Presidência
da República (Secom/PR); e de Direitos Humanos (SEDH) com ações transversais articuladas.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A saúde coletiva, desde antigamente, tem-se envolvido com lutas teóricas, paradigmáticas,
políticas e ideológicas, implicando repercussões não somente no conhecimento científico, mas
permeável a outros tantos saberes.
Ao mesmo tempo, a transição demográfica, nutricional e epidemiológica, o indivíduo e a
coletividade estão expostos a fatores de risco no meio ambiente em que vivem, elevando, assim,
a chance de adoecerem. Ocorre que a presença de fatores de proteção pode reduzir essa chance.
Para tal situação, tem o MS, por meio da vigilância em saúde e suas políticas e programas
na área da saúde e nutrição, atuado arduamente para identificar a situação de saúde das populações
por meio de atividades que visam a acompanhar os determinantes de saúde e os fatores que
podem causar adoecimento. O intuito é incorporar a segurança alimentar e nutricional à
prática das políticas públicas e à prática dos profissionais a fim de garantir o direito humano à
alimentação adequada, respeitando-se a cultura de cada nação, assim como a recuperação de
doenças, proteção e a promoção da saúde nas diferentes fases da vida.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
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CONASS, 2006a. Disponível em: https://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/Livro_Sus.pdf.
Acesso em: 16 dez. 2020.
BRASIL. Saúde Brasil 2018: uma análise da situação de saúde e das doenças e agravos crônicos:
desafios e perspectivas. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019a.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
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Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018: vigilância de fatores de
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distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais
dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2018. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
2019b. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/julho/25/vigitel-
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G1. Dieta do brasileiro tem ‘poucos nutrientes e muitas calorias’, diz IBGE. Disponível em:
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
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