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UNIVERSIDADE PARANAENSE- UNIPAR

Umuarama – Toledo – Guaíra – Paranavaí – Cianorte – Cascavel – Francisco Beltrão


TRABALHO DE FINALIZAÇÃO DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL 2020

ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE DE DADOS


ESTATÍSTICOS

Alexandre Gomes1
Allan Roberto Caetano de Nazaré²
Diego Gabriel Metz³

RESUMO: Este artigo foi elaborado com intuito de realizar um levantamento de causas que mais incidem
sobre a ocorrência dos acidentes de trabalho no setor da construção civil. Para isso, foram levantados dados
de acidentes ocorridos entre os anos de 2016 e 2018 no setor da construção civil referentes ao Paraná, bem
como foram levantados os dados de empregos formais existentes no mesmo período para o setor. Através
da utilização de ferramentas de gestão de qualidade, como o ciclo PDCA, do inglês Plan, Do, Check e Act,
que significam Planejamento, Desenvolvimento, Verificação e Ações Corretivas, respectivamente, foram
identificados os ramos de atividade dentro da indústria da construção civil que mais ocorrem os acidentes
através do Princípio de Pareto, bem como foram identificadas as fontes geradoras mais recorrentes e suas
causas através do Diagrama de Ishikawa e do Método dos 5 Porquês. Foi elaborado um Plano de Ação
através do método 5w1h sobre as causas raízes mais comuns entre as atividades que mais geram acidentes
na construção civil, de modo que, os resultados obtidos mostram que o Governo Federal e os órgãos
competentes como o Ministério do Trabalho são os responsáveis pelas ações mais significativas apontadas
no Plano de Ação para uma redução efetiva no número de acidentes. Após aplicar o Plano de Ação,
utilizando o princípio de verificação constante e melhoria contínua do ciclo PDCA, pode-se obter uma
efetiva melhora nos sistemas de gestão de saúde e segurança do trabalho e, consequentemente, uma
significativa redução do número de acidentes de trabalho ocorridos no setor.

1
Graduando, Universidade Paranaense – Unipar, campus Paranavaí, Curso de Engenharia Civil, alexandre.gomes@edu.unipar.br.
²Graduando, Universidade Paranaense – Unipar, campus Paranavaí, Curso de Engenharia Civil, allan.nazare@edu.unipar.br.
³Professor, Mestre, Universidade Paranaense – Unipar, campus Paranavaí, Curso de Engenharia Civil,
diegometz@prof.unipar.br.
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TRABALHO DE FINALIZAÇÃO DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL 2020

PALAVRAS-CHAVE: Acidente de trabalho. Construção Civil. Indicadores. Estatística.

ABSTRACT: This article was prepared with the purpose of carrying out a verification of the causes that
most affect the occurrence of work accidents in the civil construction sector. For this end, data on accidents
that occurred during the years 2016-2018 in the civil construction sector for the State of Paraná were
collected, as well as data on formal Jobs existing in the same period for the sector. Through the use of
quality management tools, such as the PDCA cycle, the branches of activity within the construction
industry that occur most accidents through the Pareto Principle have been identified, as well as the most
recurrent generating sources and their causes through the Ishikawa Diagram and the 5 Why Method. An
Action Plan through the 5w1h method was elaborated on the most common root causes among the
activities that generate the most accidents in civil construction, so that, using the principle of constant
verification and continuous improvement of the PDCA cycle, an effective improvement in the health and
safety management systems can be obtained and, consequently, a significant reduction in the number of
accidents occurring in the sector.

KEYWORDS: Work accident. Civil Construction. Indicators. Statistic.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Cicco (apud PEREIRA, 2007 p. 12), os primórdios da segurança do trabalho foram
durante a Revolução Industrial. Nesse período, paralelamente aos avanços tecnológicos da época, houve
um grande aumento no número de mortes e lesões causadas em decorrência da atividade laboral realizada e,
assim, foi constatada a necessidade de normas, regulamentos e procedimentos para tal questão.
Conforme Moraes (2008), as primeiras normatizações no âmbito da saúde e segurança do
trabalhador no Brasil são de 1919 com a publicação do Decreto número 3.174, que estabeleceu um conceito
de risco profissional e, como consequência, atos regimentais referentes às indenizações por danos sofridos
em decorrência dos acidentes de trabalho.

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Moraes (2008) ainda explica que na década de 30, criou-se o Ministério do Trabalho, que tinha por
atribuição cuidar de todas as questões referentes às relações entre trabalhador e empregador. Esse foi o
pontapé inicial para que houvesse de fato a fiscalização do trabalho e, consequentemente, uma melhor
preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores.
Ainda segundo Moraes (2008), na década de 40, quando foram criadas as Delegacias Regionais do
Trabalho, a intenção era descentralizar e multiplicar os órgãos de fiscalização do trabalho para que um
maior número de estabelecimentos fosse fiscalizado. Em 1943, foi criada a Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), um conjunto de leis com força de constituição para reger as relações trabalhistas e
também para dar um melhor respaldo legal nas questões de saúde e segurança do trabalhador.
A busca pela excelência e rapidez na entrega de produtos e serviços tem sido a máxima para as
empresas na atualidade. Entregar o que o cliente contratou no menor prazo possível, e com a qualidade
garantida, é visto como um diferencial. Nesse quesito, a indústria da construção civil também não fica
atrás, porém, para que se cumpram os cronogramas apertados de obras, os gestores muitas vezes e os
próprios trabalhadores acabam ignorando os procedimentos de segurança do trabalho, o que leva a diversos
acidentes que podem ser causadores de lesões, perdas materiais, danos ao meio ambiente e até mesmo da
morte dos trabalhadores.
Tendo em vista o elevado número de ocorrências de acidentes de trabalho no ramo da construção
civil, a verificação desses eventos através de dados estatísticos é fundamental para que haja uma melhor
compreensão de quais são as maiores causas e quais são os maiores efeitos desses acidentes tanto ao
trabalhador, como para o empregador.
Estrella; Duarte; Calheiros (2019) enfatizam que a responsabilidade pela implantação das ações
preventivas, como campanhas de conscientização e fiscalização de condições de trabalho cabe ao
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Previdência Social.
Carvalho (2019) constata que os acidentes registrados, com a abertura da comunicação de acidente
de trabalho (CAT), mantiveram-se estáveis na casa dos 400.000 até o ano de 2014, embora tenha
apresentado uma queda até 2017, ainda assim os números absolutos são altos.
Ferreira et. al (2019) apontam que a utilização de ferramentas tecnológicas avançadas pode trazer
diversos benefícios, como a redução no tempo de produção, uma melhor interação entre os diversos
profissionais envolvidos nos diversos projetos de um empreendimento e também a redução de acidentes.
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Silva (2019) mostra que não adianta apenas depender de políticas do governo ou dos órgãos
competentes para que haja uma redução no número de acidentes de trabalho, mas que a atuação deve ser
localizada dentro da própria organização, partindo principalmente das lideranças máximas, utilizando o
princípio do bom exemplo a ser seguido. Já Sousa et al (2018) apresentam argumentos de que os recursos
empregados nas melhorias de condições de saúde e segurança do trabalho (SST) nos estabelecimentos do
ramo da construção civil não podem ser tratados como custos ou despesas, mas sim como investimentos,
pois as consequências de um acidente podem ser fatais tanto para colaborador quanto para a empresa e seu
empreendimento.
Viana (2019) afirma que, apesar de ainda haver um longo caminho a ser percorrido no que se refere
a uma melhor cultura de saúde e segurança do trabalho, o Brasil já possui certa conscientização por parte
das empresas maiores nesse sentido, pois com os avanços tecnológicos, a otimização de recursos se tornou
fundamental, portanto, como os acidentes de trabalho acabam por gerar despesas e custos que podem ser
evitados, as empresas gradativamente estão se adequando a essa nova realidade.
Cynthiacarita & Fernandes (2019) enfatizam a importância de um sistema para controle das
obrigações de SST, visto que, em um cenário de plena implantação do e-social, que é uma base de dados
unificada na qual serão lançadas todas as informações referentes à relação entre trabalhador e empregado
ao longo do vínculo empregatício, a não apresentação das informações e dos requeridos documentos, pode
implicar em multa para a empresa.
Os fatores citados pelos autores acima contribuem para a melhoria das condições de trabalho na
construção civil, pois resultam na criação de políticas eficazes para melhor fiscalização e,
consequentemente, uma redução real do número de acidentes de trabalho.
O presente trabalho foi desenvolvido pressupondo algumas simplificações teóricas e limitações,
como o fato de os dados dos acidentes de trabalho apresentarem uma demora de um intervalo de dois anos
para serem divulgados, portanto não foi possível trabalhar com dados atuais. Outro fator que contribui para
esta limitação é que não existem dados precisos e confiáveis para refinar a busca por números de acidentes
de trabalho ocorridos na construção civil por ramo de atividade em nível de município.
Este trabalho tem como objetivo identificar as causas raízes resultantes da aplicação de ferramentas
de gestão de qualidade dos acidentes de trabalho ocorridos no setor da construção civil, a fim de propor um
plano de ação para um melhor direcionamento de ações de conscientização tanto de empregadores e
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empregados, como também das ações de fiscalização por parte dos órgãos governamentais responsáveis. A
justificativa dessa pesquisa se dá pelo alto índice de acidentes de trabalho ocorridos nas atividades ligadas à
área da construção civil, causando diversos afastamentos e mortes de trabalhadores ao longo dos anos.
Além disso, pelo fato dos prejuízos materiais, financeiros e operacionais que trazem para os empregadores
que, por muitas vezes, enxergam a gestão em saúde e segurança do trabalhador como uma mera despesa,
não como uma valiosa ferramenta que tem grande contribuição para gestão global da empresa.

2 DESENVOLVIMENTO

Neste item, apresentam-se os fundamentos teóricos pertinentes ao objeto em estudo. Conseguinte,


discorre-se a metodologia e as ferramentas utilizadas para o estudo e, por fim, os resultados encontrados
através dos métodos aplicados.

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.1.1. Segurança do Trabalho

Segundo Melo (2001, apud PEREIRA, 2007 p. 23), a segurança do trabalho pode ser definida como
um conjunto de normas, medidas e/ou práticas que visam reconhecer e controlar os riscos presentes no
ambiente de trabalho e/ou no processo produtivo, que podem ser em materiais, equipamentos ou em
procedimentos adotados para execução de tarefas pertinentes à atividade laboral.

2.1.1.1. Acidente de Trabalho

A Lei Federal Nº 8.213/1991 define o acidente de trabalho como aquele que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causem perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho ou cause a morte.
O conceito definido por Ferreira & Peixoto (2012) aponta acidente de trabalho como todas as
ocorrências não programadas, estranhas ao andamento normal do trabalho, das quais poderão resultar tanto
em danos físicos e/ou funcionais ou morte ao trabalhador como em danos materiais e econômicos à
empresa.

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2.1.1.2. Riscos Ambientais

Os acidentes de trabalho podem ocorrer pelas mais variadas causas que podem estar relacionadas a
fatores comportamentais, estruturais ou outras situações específicas de cada atividade. Estas causas podem
potencializar a ação de agentes nocivos sobre o trabalhador e, nesse caso, os agentes nocivos são chamados
de riscos ambientais.
Segundo Tostes (2003, p.21), os riscos ambientais são definidos como elementos ou substâncias
presentes no ambiente de trabalho e que podem vir a comprometer a saúde do trabalhador quando
encontrados acima de um limite de tolerância.
Piza (1997) apud PEREIRA (2007, p. 34) afirma que para efeito da Norma Regulamentadora NR-9,
que trata sobre o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), os riscos ambientais se classificam
em físicos, químicos e biológicos, entretanto, o autor complementa dizendo que existem os riscos
ergonômicos, os quais possuem legislação própria (Norma Regulamentadora NR-17, que trata somente
sobre ergonomia).
Há ainda um quinto grupo de riscos ambientais que são os riscos mecânicos ou de acidentes, que
são definidos por Piza (1997 apud MIZUSHIMA, 2010 p.28) como condições relacionadas a condições
estruturais de uma empresa ou ainda de materiais e equipamentos utilizados no processo de trabalho.

2.1.2. Classificação Nacional de Atividade Econômica CNAE

A Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE foi criada pela resolução 01/2006 do
CONCLA – Conselho Nacional de Classificações, que é um órgão vinculado ao IBGE – Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística.
A CNAE consiste em reunir as diversas atividades econômicas existentes, de acordo com suas áreas
de atuação e ramos de atividade. Essa classificação dá a cada uma dessas atividades um código único, que é
utilizado como um dado importante na identificação da empresa e também na sua vinculação em outras
bases de dados do governo. A estrutura da CNAE consiste em 5 níveis, sendo o 1º nível com 21 seções, o
2º nível com 87 divisões, o 3º nível com 285 grupos, o 4º nível com 673 classes, e o 5º nível com 1301
subclasses.
Entre todos esses níveis, as atividades que são relacionadas à construção civil estão na Seção F,
divisões 41, 42 e 43, nas quais existem seus grupos, classes e subclasses. Por exemplo, ao verificar um
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cartão CNPJ de uma empresa do ramo de construção civil, encontra-se o código CNAE 41.20-4/00 –
Construção de edifícios. Sabemos que as atividades relacionadas à construção civil estão na seção F, nesse
caso, dentro da seção F, o código é construído da seguinte forma: na divisão 41, grupo 41.2, classe 41.20-4,
subclasse 41.20-4/00.
O Anexo 1 mostra os códigos CNAE relacionados à construção civil, as descrições das atividades e
seus respectivos graus de risco.

2.1.3 – Tratamento Estatístico

Lopes (2003) ensina que um estudo envolvendo dados estatísticos consiste em algumas fases que
estão ligadas diretamente ao problema a ser levantado. A primeira fase é a da definição do problema, onde
se identifica o objeto do estudo com exatidão para poder refinar a busca. A segunda fase é a de
planejamento, onde se define o tipo de levantamento e onde serão levantadas essas informações. A terceira
fase é a própria coleta de dados, ou seja, o levantamento dos dados nas fontes que se deseja. A quarta fase é
a de apuração dos dados, ou seja, é a fase de tratamento dos dados brutos que foram levantados, aplicando-
se os filtros desejáveis a fim de lapidar as informações. Nesta fase são aplicados indicadores como desvio
padrão e o coeficiente de variação de Pearson, que é uma forma de comparação entre dois valores que
possuam unidades de medidas diferentes. Rigonatto (2020) ensina que o coeficiente de variação de Pearson
é calculado através da divisão do desvio padrão dividido pela média dos dados. Como se trata de um valor
em porcentagem, multiplica-se o valor encontrado por 100.
A quinta fase é a de apresentação dos dados, onde os resultados obtidos na quarta fase são
divulgados. A sexta e última fase é a análise dos dados, que consiste em aplicação de ferramentas de gestão
para um estudo aprofundado destes resultados e a busca por possíveis soluções para o problema (LOPES,
2003).

2.2 METODOLOGIA
Este trabalho teve como grande influência o trabalho de Estrella; Duarte; Calheiros (2019) que
realizaram um estudo que consiste no levantamento de dados de acidentes de trabalho provenientes do
Anuário Estatístico da Previdência Social (AEAT), levando em consideração o número de empregos
formais existentes, conforme dados retirados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS),

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desenvolvendo o Índice de Acidentes de Trabalho (IAT), cuja unidade é emprego formal por acidente de
trabalho. Com este índice, aliado a ferramentas de gestão de qualidade, foi possível chegar às causas raízes
do problema encontrado e, posteriormente, foram apontadas as devidas correções e as formas de
verificação, bem como ações corretivas de problemas que eventualmente possam ter surgido nas fases
anteriores do ciclo.
A metodologia consiste em levantamentos de dados estatísticos de acidentes de trabalho ocorridos
no período de 2016 a 2018, provenientes do AEAT da Previdência Social, no qual foram filtradas
informações de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil no período acima mencionado. A partir disso,
foram aplicados mais filtros para chegar ao número de acidentes de trabalho na Região Sul.
Paralelo ao refinamento dos dados, foi calculado o IAT para cada cenário encontrado, visto que o
número absoluto de acidentes de trabalho informados pelo INSS pode não ser um fator determinante para
mensurar as dimensões desta questão, uma vez que em regiões onde há pouca fiscalização, os acidentes não
tendem a ser comunicados à Previdência. Para o cálculo do IAT, é necessário que se tenha os números de
empregos formais, portanto foram levantados os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED), especificamente da RAIS para obter o número de empregos formais para cada
cenário avaliado. O IAT consiste em uma correlação apresentada a seguir:
QEF
IAT  (1)
QA
em que QEF representa a quantidade de empregos formais e QA caracteriza o número de acidentes de
trabalho, respectivamente.
O IAT faz com que mesmo que poucos acidentes sejam comunicados, se tenha melhor precisão
nos levantamentos por levar em consideração quantos empregos formais existem para cada acidente de
trabalho ocorrido na região.
Após o levantamento dos dados estatísticos, foi aplicado o ciclo PDCA, do inglês Plan, Do,
Check, Act, de modo a identificar o problema e suas causas, propor um planejamento de ações e, a partir
daí, implantar um processo de melhoria contínua através de verificações e ações corretivas.
Campos (2004) apud Bond, Busse e Pustilnick (2012) ensina que o significado para a sigla PDCA
é:

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Plan (Planejamento): Esta é a etapa mais longa e mais importante, pois é onde se identifica o
problema e suas causas. Dentro desta fase de planejamento, utilizou-se de ferramentas de gestão de
qualidade como o Princípio de Pareto (DOYLE, 2017) que consiste em um método gráfico utilizado para
descobrir quais são as principais causas de um problema através de um princípio de que 80% dos efeitos
são oriundos de 20% das causas, Diagrama de Ishikawa (BOND, BUSSE e PUSTILNICK, 2012), Método
dos 5 Porquês (NAPOLEÃO, 2019) e o 5W1H, que é uma adaptação do 5W2H (BOND, BUSSE e
PUSTILNICK, 2012). O Diagrama de Ishikawa e o Método dos 5 Porquês foram utilizados para a
descoberta das causas raízes do problema, fazendo com que houvesse uma melhor percepção e precisão de
onde e em que atuar para a solução deste problema. O 5W1H é uma ferramenta utilizada para a elaboração
de um Plano de Ação para cada uma das causas raízes de forma a organizar a aplicação das ações
corretivas. Na fase de planejamento, como o nome já diz, é planejado o desenvolvimento de cada uma das
etapas seguintes do PDCA.
Do (Desenvolvimento): Nesta fase, as ações corretivas propostas no planejamento são
efetivamente executadas.
Check (Verificação): Nesta fase, verificam-se os procedimentos executados nas fases anteriores,
de modo a identificar possíveis falhas e não conformidades nestes.
Act (Ações corretivas): Esta é a fase onde se aplica o princípio da melhoria contínua, pois após
identificar as eventuais falhas e não conformidades durante as fases anteriores são propostas ações
corretivas e, assim, retornamos à fase de planejamento para que o ciclo seja novamente realizado.
Bond, Busse e Pustilnick (2012) definem o PDCA como um círculo da qualidade, que pode ser
utilizado tanto na empresa como na vida pessoal, pois trata-se de uma ferramenta para controle de
processos que objetiva atingir sua qualidade total através de melhoria contínua.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO


Conforme o método desenvolvido por Estrella et al. (2019), foi realizado um levantamento dos
dados estatísticos do AEAT da Previdência Social dos acidentes ocorridos entre 2016 e 2018, assim como
foram levantados dados de empregos formais provenientes da RAIS, disponíveis no CAGED.
Os Gráficos 1 e 2 apresentam a quantidade de acidentes de trabalho ocorridos no Brasil entre 2016 e
2018, e o número de empregos formais no Brasil no mesmo período, respectivamente.
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585.626 576.951 47000000


600.000 557.626
46631115
46500000 46282590
550.000 46060198
46000000
500.000 45500000
2016 2017 2018 2016 2017 2018

Número de acidentes Número de empregos formais

Gráfico 1: Quantidade de acidentes de trabalho Gráfico 2: Número de empregos formais no


ocorridos no Brasil de 2016 a 2018 Brasil
Fonte: INSS (2020) Fonte: RAIS (2020)

A Tabela 1 mostra os IAT dos anos de 2016 a 2018, no Brasil.


Tabela 1: IAT – Índice de Acidentes de Trabalho no Brasil

ANO Nº DE ACIDENTES Nº DE EMPREGOS FORMAIS IAT


2016 585.626 46.060.198 79
2017 557.626 46.281.590 83
2018 576.951 46.631.115 81
Fonte: INSS (2020)
Na Tabela 1 pode-se observar que o ano de 2017 foi o que teve o maior IAT entre os anos
pesquisados, o que significa que ocorreu um acidente de trabalho a cada 83 empregos formais no Brasil.
Portanto, quanto maior for o IAT, melhor ele é, pois quanto mais empregos formais para cada acidente
ocorrido, menor é a incidência naquela região.
Como este trabalho visa os acidentes de trabalho no setor da construção civil, a análise foi refinada
conforme os códigos CNAE relativos à construção civil, conforme os dados fornecidos pelo AEAT. Foi
aplicado o coeficiente de variação de Pearson para obter um percentual da variação entre os anos em
estudo, de acordo com cada CNAE relacionado à área da construção civil, bem como os valores totais para
todo o setor.
O Anexo 2 mostra os acidentes de trabalho ocorridos nos ramos de atividade relativos à construção
civil entre 2016 e 2018 no Brasil.
Depois de levantados os dados dos acidentes ocorridos no Brasil relativos à indústria da construção
civil, foram verificados através de dados fornecidos pela RAIS, o número de empregos formais no setor
para os anos de 2017 e 2018.

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A Tabela 2 apresenta o IAT dos anos de 2016 a 2018 para as atividades de construção civil no
Brasil.
Tabela 2: IAT na construção civil no Brasil

Nº DE Nº DE EMPREGOS
ANO IAT
ACIDENTES FORMAIS
2016 37.159 1.985.404 53
2017 30.324 1.838.958 61
2018 29.612 1.861.846 63
Fonte: Os Autores (2020)
Na Tabela 2, notou-se que o IAT teve uma melhora progressiva nos anos em estudo e que, apesar de
uma oscilação no número de empregos formais, essa melhora se deve a uma redução significativa no
número de acidentes de trabalho. O Gráfico 3 mostra o IAT no setor de construção civil a nível nacional.
80
60 63
53 61 IAT
40
2016 2017 2018

Gráfico 3: IAT na construção civil a nível nacional


Fonte: INSS e RAIS (2020)
Apesar de o número de acidentes ter diminuído, isso não pode ser considerado uma redução efetiva
e real do número de acidentes, pois conforme a Tabela 2, o número de empregos formais no setor teve um
decréscimo de 7,37% de 2016 para 2017 e uma leve alta de 1,24% de 2017 para 2018. Essa queda no
número de empregos formais faz a informalidade aumentar fazendo com que os acidentes ocorridos com
esses trabalhadores não sejam comunicados pelo fato de grande parte dos trabalhadores informais não
contribuírem com a previdência e, portanto, não terem nenhum tipo de relação com a instituição.
Refinando mais a pesquisa, foram analisados os dados de acidentes de trabalho ocorridos no setor
da construção civil, de acordo com as regiões do Brasil, a fim de se fazer um comparativo entre estas
regiões, conforme mostra a Tabela 3.

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Tabela 3: Acidentes de trabalho na construção civil por região

ANO DESVIO
REGIÃO MÉDIA CV PEARSON
2016 2017 2018 PADRÃO
NORTE 2646 1881 1960 2162 421 19%
NORDESTE 5992 4986 4699 5226 679 13%
CENTRO-OESTE 3023 2582 2724 2776 225 8%
SUDESTE 19089 15048 14409 16182 2538 16%
SUL 6409 5827 5820 6019 338 6%
TOTAL 37159 30324 29612 32365 4167 13%
Fonte: Os Autores (2020)
Ao analisar a Tabela 3, observa-se que a região onde há uma maior média de acidentes no setor da
construção civil no período de 2016 a 2018 é a Região Sudeste, em contrapartida, a região onde há a menor
média é a Região Norte com variações de 16% e 19%, respectivamente. Esses números podem não refletir
a verdadeira realidade dessas regiões, tendo em vista que os centros mais industrializados, tendem a ter
mais fiscalização e, consequentemente, uma maior ocorrência de comunicações de acidente. Sabendo disso,
foi aplicado o IAT para uma melhor precisão dos dados acidentários dessas regiões.
A Tabela 4 expõe o IAT na construção civil por regiões no período de 2016 a 2018.
Tabela 4: IAT na construção civil por região

Nº DE
Nº DE DESVIO CV
REGIÃO ANO EMPREGOS IAT MÉDIA
ACIDENTES PADRÃO PEARSON
FORMAIS
2016 2.646 122.591 46
NORTE 2017 1.881 114.148 61 55 7,46 14%
2018 1.960 111.799 57
2016 5.992 393.355 66
NORDESTE 2017 4.986 361.744 73 71 5,33 7%
2018 4.699 357.796 76
2016 3.023 153.811 51
CENTRO-
2017 2.582 151.123 59 55 3,87 7%
OESTE
2018 2.724 151846 56
2016 19.089 1.000.927 52
SUDESTE 2017 15.048 913.380 61 59 6,52 11%
2018 14.409 940.864 65
2016 6.409 314.720 49
SUL 2017 5.827 298.563 51 51 1,30 3%
2018 5.820 299.541 51
Fonte: Os Autores (2020)

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Considerando os dados apresentados pela Tabela 4, pode-se afirmar que entre as 5 regiões
brasileiras, a Região Sul é a que tem o pior IAT médio (51), enquanto que a Região Nordeste é a que tem o
melhor (71).
Filtrando ainda mais os dados fornecidos pelo AEAT e CAGED, chega-se aos estados da Região
Sul, onde foram levantados os dados de acidentes de trabalho em cada um dos estados, relativos ao setor da
construção civil no período de 2016 a 2018, conforme a Tabela 5 abaixo.
Tabela 5: Acidentes de trabalho na construção civil nos Estados da Região Sul
ANO DESVIO CV
ESTADO MÉDIA
2016 2017 2018 PADRÃO PEARSON
PARANÁ 2541 2342 2339 2407 116 5%
SANTA
1790 1686 1673 1716 64 4%
CATARINA
RIO GRANDE
2078 1799 1808 1895 159 8%
DO SUL
TOTAL 6409 5827 5820 6019 338 6%
Fonte: Os Autores (2020)
O Gráfico 4 retrata o número de acidentes de trabalho ocorridos no setor da construção civil nos
Estados da Região Sul no período de 2016 a 2018.
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
2016 2017 2018 MÉDIA

PARANÁ SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL

Gráfico 4: Acidentes de trabalho ocorridos na construção civil nos estados da Região Sul
Fonte: INSS (2020)
A Tabela 6 mostra os IAT dos Estados da Região Sul nos anos de 2016 a 2018 no ramo da
construção Civil.

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Tabela 6: IAT na construção civil - Por estado da Região Sul

Nº DE
Nº DE DESVIO CV
ESTADO ANO EMPREGOS IAT MÉDIA
ACIDENTES PADRÃO PEARSON
FORMAIS
2016 2.541 123.024 48
PARANÁ 2017 2.342 112.180 48 48 0,26 1%
2018 2.339 112.499 48
2016 1.790 83.580 47
SANTA
2017 1.686 82.133 49 48 1,48 3%
CATARINA
2018 1.673 82.930 50
2016 2.078 108.116 52
RIO GRANDE
2017 1.799 104.250 58 56 3,32 6%
DO SUL
2018 1.808 104.112 58
Fonte: Os Autores (2020)
Entre os estados do Sul, o Paraná foi o que apresentou maior número de acidentes de trabalho no
período avaliado, tanto em números absolutos, como na média, bem como foi o que apresentou os piores
IAT de 2016 a 2018 em números absolutos. Na média do IAT, o Paraná empatou com Santa Catarina,
sendo que o melhor IAT da região foi no Rio Grande do Sul em todos os anos, e também na média.
2.3.1. PDCA – Fase 1: Planejar

Conforme observado na Tabela 5, o Paraná é o estado com pior IAT médio da região com pior IAT
médio do Brasil. Este indicador por si só já é alarmante, porém, aplicando o princípio de Pareto e
analisando a Tabela 7, pode-se notar que, apesar de o número de acidentes na construção civil virem caindo
nos últimos anos, o estado é responsável por 40% dos acidentes ocorridos na indústria da construção civil
na região.
Os Gráficos 5 e 6 demonstram a aplicação do Princípio de Pareto nos números absolutos e em
porcentagem de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil entre os Estados da Região Sul em
2018.

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8000 120%
N° de 100% 100%
6000 5820 acidentes 80%
71%
4000 4147 60% %
2339 40%
2339 1808 1673 Nº de 40% 40% 31% 29% % acum.
2000
acidentes 20%
0 acum. 0%
PR RS SC PR RS SC

Gráfico 5: Pareto do número de acidentes nos Gráfico 6: Pareto da porcentagem de acidentes


estados da Região Sul no setor de construção civil da construção civil para cada estado
Fonte: Os Autores (2020) Fonte: Os Autores (2020)

Sabendo das informações citadas acima através da Tabela 6 e dos Gráficos 5 e 6, e que foi adotado
o indicador IAT – Índice de Acidentes de Trabalho chega-se ao problema que é o elevado número de
acidentes ocorridos na construção civil no estado do Paraná. Tomando como base o dado mais recente, que
é de 2018, estipulou-se uma meta de redução de 5,5% nos próximos quatro anos, portanto a meta para ser
alcançada em 2022 é de 2211 acidentes.
2600
2541 Nº de
2407 2407 2407 acidentes
2400
2339
2342
2200 Média
2211 2211 2211
2000
Meta
2016 2017 2018

Gráfico 7: Meta estipulada para 2022


Fonte: Os Autores (2020)

Nesse caso, têm-se as seguintes categorias de acidentes:


a) Acidente Típico com CAT Registrada;
b) Acidente de Trajeto com CAT Registrada;
c) Doença do Trabalho com CAT Registrada;
d) Acidente sem CAT registrada.
Após estabelecer a meta de redução do número de acidentes, partindo da tabela do Anexo 3 extraída
do AEAT que mostra os acidentes de trabalho ocorridos em cada CNAE relacionado à construção Civil e

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classifica por situação de registro e motivo, foi adotado novamente o Princípio de Pareto para identificar os
tipos mais recorrentes de acidentes, de acordo com os dados da Previdência.
Os Gráficos 8 e 9 apresentam a aplicação de Pareto no número de acidentes de trabalho ocorridos na
construção civil no Paraná em números absolutos e porcentagem, de acordo com as categorias.

2500 150%
1769 2318 2339
2000 2123
1500 1769 100% 76%
76% 91% 99% 100%
1000 50%
354 195 15%
500 21 8% 1%
0 0%
Típico com Trajeto com Sem CAT Doença do Típico com Trajeto com Sem CAT Doença do
CAT CAT Registrada Trabalho CAT CAT Registrada Trabalho

Nº DE ACIDENTES Nº DE ACIDENTES ACUM. % % ACUM.

Gráfico 8: Pareto do número de acidentes de Gráfico 9: Pareto da porcentagem de acidentes de


acordo com cada tipo acordo com cada tipo
Fonte: Os Autores (2020) Fonte: Os Autores (2020)

Após a aplicação do Princípio de Pareto, foi constatado que entre os acidentes de trabalho ocorridos
na construção civil no Paraná, os mais recorrentes são Típico com CAT registrada e Trajeto com CAT
registrada, responsáveis por 76% e 15%, respectivamente.
Da mesma forma, ao encontrar os tipos de acidentes mais recorrentes, o próximo passo é a análise
do problema de modo a verificar em quais das áreas da construção civil ocorrem mais acidentes, de acordo
com os CNAE constantes no Anexo 2 e utilizando, também, o Princípio de Pareto. Nesta análise, foram
levados em consideração os acidentes típicos devido ao fato de representarem pouco mais de ¾ do total de
acidentes ocorridos na construção civil no Paraná.
Os Gráficos 10 e 11 demonstram a aplicação de Pareto no número de acidentes típicos ocorridos no
Paraná de acordo com os códigos CNAE de cada atividade pertencente à construção civil.

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2000
1800 1769
1757 1765 1767
1698 1720 1739 1748
1600 1605 1638 1669
1552
1400 1440 1498
1379
1310
1200 1214
1103
1000 956
800 769
545
600 545
400 224 187
147 111 96
200 69 61 58 54 53 33 31 29 22 19 9 9 8 2 2
0
4120 4211 4110 4221 4399 4321 4212 4299 4330 4213 4222 4313 4292 4291 4391 4322 4319 4329 4223 4311 4312

Típico Típico Acum.

Gráfico 10: Pareto dos acidentes típicos ocorridos, de acordo com o CNAE da atividade.
Fonte: Os Autores (2020)

120,0%

100,0%
97,2% 98,8% 99,8%
100,0% 94,3%
90,7% 96,0% 98,3% 99,3% 99,9%
92,6%
87,7%
84,7%
80,0% 81,4%
74,1% 78,0%
68,6%
60,0% 62,4%
54,0%
43,5%
40,0% 30,8%
30,8%

20,0% 12,7%10,6%
8,3% 6,3% 5,4% 3,9% 3,4% 3,3%
3,1% 3,0% 1,9% 1,8% 1,6% 1,2% 1,1% 0,5% 0,5% 0,5% 0,1% 0,1%
0,0%
4120 4211 4110 4221 4399 4321 4212 4299 4330 4213 4222 4313 4292 4291 4391 4322 4319 4329 4223 4311 4312

% % ACUM

Gráfico 11: Pareto da porcentagem dos acidentes típicos ocorridos em 2018


Fonte: Os Autores (2020)
Após aplicar Pareto, verificou-se que o CNAE 4120 é o responsável melo maior percentual de
acidentes típicos com CAT registrada, cerca de 30,8%, o que em números absolutos significa 545 acidentes

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no ano de 2018. Em seguida, aparece o CNAE 4211, responsável por 12,7% dos acidentes, representando
um número absoluto de 224 acidentes.
Tendo em vista os dados obtidos pelos gráficos 10 e 11, foi enumerado, através da Tabela 6, os 6
CNAEs onde os acidentes típicos com CAT registrada são mais recorrentes, suas respectivas descrições e
graus de risco, conforme a Norma Regulamentadora NR-4:
Tabela 7: Acidentes típicos com CAT registrada na construção civil no Paraná - 2018
GRAU
Nº DE
ITEM CNAE DESCRIÇÃO ATIVIDADE DE %
ACIDENTES
RISCO
1 4120 Construção de edifícios 3 545 30,8
2 4211 Construção de rodovias e ferrovias 4 224 12,7
3 4110 Incorporação de empreendimentos imobiliários 1 187 10,6
Obras para geração e distribuição de energia elétrica e
4 4221 4 147 8,3
para telecomunicações
Serviços especializados para construção não
5 4399 3 111 6,3
especificados anteriormente
6 4321 Instalações elétricas 3 96 5,4
Fonte: INSS (2020) e enit.trabalho.gov.br (acesso em 22/08/2020)
Comparado aos anos de 2016 e 2017, observa-se pelas tabelas constantes nos Anexos 4 e 5 que,
com exceção para o CNAE 4399 que não esteve entre os 6 primeiros no ano de 2017, são praticamente as
mesmas atividades que representaram o maior número de acidentes típicos com CAT registrada no Paraná.
Seguindo o estudo realizado por Estrella; Duarte e Calheiros (2019), após identificar as atividades
que mais geram acidentes na construção civil, é hora de associá-las ao problema através do Diagrama de
Causa e Efeito, criado por Ishikawa (Bond, Busse e Pustilnick, 2012), conforme a Figura 1.

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Figura 1: Diagrama de Causa e Efeito


Fonte: Os Autores (2020)
Após serem analisadas as causas do problema e representadas através do Diagrama de Ishikawa,
continuando a fase Plan (Planejar) do Ciclo PDCA, é preciso apontar as causas raízes para cada um dos 6
tópicos do diagrama, portanto, utilizou-se o Método dos 5 Porquês, desenvolvido pelo japonês Sakichi
Toyoda, fundador da indústria Toyota (NAPOLEÃO, 2019).
Abaixo, os quadros onde se aplicaram os motivos para cada uma das 6 causas para chegar às causas
raízes:
Item Motivo
Problema O alto número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil no Paraná. Por quê?
1. O grau de risco elevado da atividade. Por quê?
A não implantação de programas de saúde e segurança do trabalho, aliada à falta
2. Por quê?
ou insuficiência de treinamento aos trabalhadores.
A falta de interesse na conscientização da importância da saúde e segurança do
3. Por quê?
trabalho por parte de empregados e empregadores.
4. Pouca fiscalização. Por quê?
5. Agentes de inspeção do trabalho em número insuficiente. Por quê?
Falta de políticas públicas para conscientização de trabalhadores e
6. empregadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a
fiscalização.
Quadro 1: Construção de edifícios
Fonte: Os Autores (2020)
Item Motivo
Problema O alto número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil no Paraná. Por quê?
1. O grau de risco elevado da atividade. Por quê?

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A não implantação de programas de saúde e segurança do trabalho, aliada à falta


2. Por quê?
ou insuficiência de treinamento aos trabalhadores.
A falta de interesse na conscientização da importância da saúde e segurança do
3. Por quê?
trabalho por parte de empregados e empregadores.
4. Pouca fiscalização. Por quê?
5. Agentes de inspeção do trabalho em número insuficiente. Por quê?
Falta de políticas públicas para conscientização de trabalhadores e
6. empregadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a
fiscalização.
Quadro 2: Construção de rodovias e ferrovias
Fonte: Os Autores (2020)
Item Motivo
Problema O alto número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil no Paraná. Por quê?
1. Realização de serviços com ramo de atividade diferente. Por quê?
Registro de trabalhadores que realizam atividades que não condizem com o grau
2. Por quê?
de risco deste CNAE.
3. Negligência por parte de empregadores. Por quê?
4. Pouca fiscalização. Por quê?
Item Motivo
5. Agentes de inspeção do trabalho em número insuficiente. Por quê?
Falta de políticas públicas para conscientização de trabalhadores e
6. empregadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a
fiscalização.
Quadro 3: Incorporação de empreendimentos imobiliários
Fonte: Os Autores (2020)
Item Motivo
Problema O alto número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil no Paraná. Por quê?
1. O grau de risco elevado da atividade. Por quê?
Inobservância e não cumprimento de procedimentos de segurança estabelecidos
2. Por quê?
em normas técnicas.
A não implantação de programas de saúde e segurança do trabalho, aliada à falta
3. Por quê?
ou insuficiência de treinamento aos trabalhadores.
4. Pouca fiscalização. Por quê?
5. Agentes de inspeção do trabalho em número insuficiente. Por quê?
Falta de políticas públicas para conscientização de trabalhadores e
6. empregadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a
fiscalização.
Quadro 4: Obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações
Fonte: Os Autores (2020)
Item Motivo
Problema O alto número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil no Paraná. Por quê?
1. O grau de risco elevado da atividade. Por quê?
A não implantação de programas de saúde e segurança do trabalho, aliada à falta
2. Por quê?
ou insuficiência de treinamento aos trabalhadores.
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A falta de interesse na conscientização da importância da saúde e segurança do


3. Por quê?
trabalho por parte de empregados e empregadores.
4. Pouca fiscalização. Por quê?
5. Agentes de inspeção do trabalho em número insuficiente. Por quê?
Falta de políticas públicas para conscientização de trabalhadores e
6. empregadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a
fiscalização.
Quadro 5: Serviços especializados para construção não especificados anteriormente
Fonte: Os Autores (2020)
Item Motivo
Problema O alto número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil no Paraná. Por quê?
1. O grau de risco elevado da atividade. Por quê?
Inobservância e não cumprimento de procedimentos de segurança estabelecidos
2. Por quê?
em normas técnicas.
A não implantação de programas de saúde e segurança do trabalho, aliada à falta
3. Por quê?
ou insuficiência de treinamento aos trabalhadores.
4. Pouca fiscalização. Por quê?
5. Agentes de inspeção do trabalho em número insuficiente. Por quê?
Item Motivo
Falta de políticas públicas para conscientização de trabalhadores e
6. empregadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a
fiscalização.
Quadro 6: Instalações elétricas
Fonte: Os Autores (2020)
Ao aplicar o método dos 5 Porquês, chegou-se a causas muito parecidas, pois apesar de serem
atividades diferentes, fazem parte de um mesmo segmento, o que acaba criando um padrão. Ao analisar as
6 causas do Diagrama de Ishikawa, as 6 chegaram a uma causa raiz comum: Falta de políticas públicas para
conscientização de trabalhadores, bem como para viabilizar recursos para intensificar a fiscalização.
Sabendo disso, foi elaborado um Plano de Ação, que consta no Anexo 6, para as 4 causas raízes mais
comuns de acordo com o Método dos 5 Porquês pelo método 5w1h que é uma adaptação do 5w2h (Bond,
Busse e Pustilnick, 2012).
2.3.2. PDCA – Fase 2: Desenvolvimento

Nesta fase do ciclo, é quando o Plano de Ação proposto na fase de planejamento será colocado em
prática, ou seja, executado. Com a execução das atividades propostas na fase anterior, é possível uma
redução significativa do número de acidentes típicos de trabalho na construção civil no Paraná, o que
consequentemente culminará na redução do número total de acidentes, fazendo com que a meta estipulada
na fase de planejamento seja atingida.
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2.3.3. PDCA – Fase 3: Verificação

A fase de verificação, como o nome já diz, consiste na checagem de eventuais não conformidades
que podem ter ocorrido nas fases anteriores. É o momento de analisar calmamente os desvios e
contratempos que ocorreram ao executar o que foi proposto na fase de planejamento e, também, se houve
algum ponto esquecido na hora de planejar as ações.
Nessa fase, a utilização de um check list, conforme mostra Estrella et al (2019) é essencial para,
além de mensurar o progresso, registrar de alguma forma as intercorrências encontradas.

2.3.4. PDCA – Fase 4: Ações corretivas

Por fim, ao verificar e identificar as eventuais inconformidades no processo de implantação e


execução das medidas propostas na fase de Planejamento é hora de aplicar as ações corretivas que serão
encontradas através de novas aplicações das ferramentas de gestão de qualidade e um novo planejamento
será iniciado, fazendo com que o ciclo se renove e a melhoria contínua de fato ocorra, no sentido de
alcançarmos a meta estabelecida no Planejamento.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi realizado com base em levantamento de dados estatísticos de acidentes de trabalho
junto às informações provenientes do AEAT da Previdência Social, e também das informações publicadas
na RAIS através do CAGED. Essas informações foram determinantes para o cálculo do IAT desenvolvido
por Estrella; Duarte; Calheiros (2019) que foram fortes influenciadores deste artigo. Ao calcular o IAT, foi
constatado que, entre as cinco regiões do Brasil, a Região Sul é a que apresenta a pior relação entre
empregos formais e acidentes de trabalho. Ainda que o número de acidentes ocorridos na construção civil
tenha sofrido uma redução a nível nacional, essa queda na Região Sul foi pequena em comparação com as
demais regiões brasileiras. Ao refinar mais a pesquisa, constatou-se que o Paraná foi o Estado responsável
pelo maior número de acidentes de trabalho ocorridos na construção civil entre 2016 e 2018 tanto em
números absolutos como na média, e também foi o Estado com o pior IAT nesse quesito ao lado de Santa
Catarina.
Com estas informações, foram verificadas as fontes geradoras mais recorrentes no Paraná entre
2016 e 2018 e foi constatado que os ramos de atividade dentro do setor da construção civil em que
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ocorreram mais acidentes nesse período foram praticamente os mesmos. Sabendo disso, constatou-se que
essa recorrência de acidentes nas mesmas atividades é fruto de uma combinação de fatores que não têm
sido controlados nem prevenidos tanto por parte de empregados e empregadores, como também por parte
dos órgãos responsáveis pela fiscalização de tais condições.
Após as causas raízes serem identificadas, foi elaborado um plano de ação sobre as causas raízes
mais comuns para a ocorrência de problemas que levam a acidentes de trabalho na construção civil, e foi
constatado que as ações mais significativas no que diz respeito à prevenção de acidentes de trabalho na
construção civil devem partir do Governo Federal, bem como dos órgãos responsáveis pela fiscalização das
condições e dos ambientes de trabalho, tais como a Secretaria Nacional do Trabalho, que devem fomentar
as ações dos órgãos estaduais responsáveis para uma atuação eficaz e, consequentemente, uma redução
significativa do número de acidentes de trabalho no setor.
Conclui-se que a utilização de ferramentas de gestão de qualidade aliadas à gestão de saúde e
segurança do trabalho pode efetivamente contribuir através do princípio da melhoria contínua, que faz parte
do ciclo PDCA que se for aplicado corretamente e constantemente verificado, torna-se uma ferramenta
eficaz no combate ao elevado número de acidentes de trabalho no setor da construção civil tanto a nível
estadual, como regional e também federal.
Dessa forma, como sugestão de trabalhos futuros, é possível pensar no Estudo de caso com a
implantação do plano de ação elaborado neste artigo, além dos Impactos do e-social na subnotificação de
acidentes de trabalho.

4 AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e também por nos dar saúde e sabedoria para concluirmos
este trabalho.
Às nossas esposas, pelo apoio prestado durante todo o processo de elaboração deste trabalho.
Os autores 1 e 2 agradecem o autor 3 pelos conhecimentos compartilhados e pelas preciosas
orientações e contribuições para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Professor Paulo Henrique da Silva Pereira, pela disponibilidade em auxiliar em diversas dúvidas
sobre os procedimentos a serem cumpridos para a entrega e apresentação deste trabalho.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS
Anexo 1: Códigos CNAE relacionados às atividades da construção civil

GRAU DE
CÓDIGO DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
RISCO
41.10-7 Incorporação de empreendimentos imobiliários 1
41.20-4 Construção de edifícios 3
42.11-1 Construção de rodovias e ferrovias 4
42.12-0 Construção de obras-de-arte especiais 4
42.13-8 Obras de urbanização - ruas, praças e calçadas 3
Obras para geração e distribuição de energia
42.21-9 4
elétrica e para telecomunicações
Construção de redes de abastecimento de água,
42.22-7 4
coleta de esgoto e construções correlatas
Construção de redes de transportes por dutos,
42.23-5 4
exceto para água e esgoto
42.91-0 Obras portuárias, marítimas e fluviais 4
Montagem de instalações industriais e de
42.92-8 4
estruturas metálicas
Obras de engenharia civil não especificadas
42.99-5 3
anteriormente
43.11-8 Demolição e preparação de canteiros de obras 4
43.12-6 Perfurações e sondagens 4
43.13-4 Obras de terraplenagem 3
Serviços de preparação do terreno não
43.19-3 3
especificados anteriormente
43.21-5 Instalações elétricas 3
Instalações hidráulicas, de sistemas de
43.22-3 3
ventilação e refrigeração
Obras de instalações em construções não
43.29-1 3
especificadas anteriormente
43.30-4 Obras de acabamento 3
43.91-6 Obras de fundações 4
Serviços especializados para construção não
43.99-1 3
especificados anteriormente
Fonte: enit.trabalho.gov.br (acesso em 22/08/2020)

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Anexo 2: Acidentes de trabalho por CNAE da construção civil no Brasil

CNAE 2016 2017 2018 MÉDIA DESVIO PADRÃO CV PEARSON


4110 4096 3082 2947 3375 628,04 18,6%
4120 11917 9292 9291 10167 1515,83 14,9%
4211 3570 3102 2815 3162 381,10 12,1%
4212 953 580 445 659 263,13 39,9%
4213 815 665 710 730 76,97 10,5%
4221 4052 3827 3799 3893 138,70 3,6%
4222 764 662 678 701 54,86 7,8%
4223 56 64 37 52 13,87 26,5%
4291 49 63 75 62 13,01 20,9%
4292 1291 986 929 1069 194,64 18,2%
4299 1502 1156 1149 1269 201,81 15,9%
4311 50 41 35 42 7,55 18,0%
4312 100 76 74 83 14,47 17,4%
4313 995 683 678 785 181,59 23,1%
4319 41 61 61 54 11,55 21,3%
4321 1971 1905 1805 1894 83,58 4,4%
4322 754 630 631 672 71,30 10,6%
4329 813 639 700 717 88,29 12,3%
4330 1170 923 869 987 160,48 16,3%
4391 406 328 313 349 49,93 14,3%
4399 1794 1559 1571 1641 132,35 8,1%
TOTAL 37159 30324 29612 32365 4166,96 12,9%
Fonte: INSS (2020) e Os Autores (2020)

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Anexo 3: Quantidade de acidentes de trabalho na construção civil, no Paraná, por situação do


registro e motivo em 2018

Com CAT Registrada


Motivo Sem CAT
CNAE Total
Total Doença do Registrada
Típico Trajeto
Trabalho
TOTAL 2.339 2.144 1.769 354 21 195
4110 238 218 187 30 1 20
4120 752 677 545 124 8 75
4211 278 252 224 28 - 26
4212 76 74 69 3 2 2
4213 67 64 54 9 1 3
4221 173 162 147 15 - 11
4222 78 71 53 17 1 7
4223 9 9 8 1 - -
4291 35 35 29 5 1 -
4292 42 38 31 7 - 4
4299 74 70 61 9 - 4
4311 2 2 2 - - -
4312 2 2 2 - - -
4313 43 42 33 9 - 1
4319 9 9 9 - - -
4321 144 131 96 33 2 13
4322 32 29 19 10 - 3
4329 18 16 9 7 - 2
4330 86 76 58 17 1 10
4391 30 28 22 5 1 2
4399 151 139 111 25 3 12
Fonte: INSS (2020)

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Anexo 4: Acidentes típicos com CAT registrada na construção civil no Paraná - 2017
Nº DE
ITEM CNAE DESCRIÇÃO ATIVIDADE
ACIDENTES
1 4120 Construção de edifícios 501
2 4211 Construção de rodovias e ferrovias 298
3 4110 Incorporação de empreendimentos imobiliários 205
4 4221 Instalações elétricas 146
5 4321 Instalações elétricas 121
6 4212 Construção de obras-de-arte especiais 111
Fonte: INSS (2020)

Anexo 5: Tabela 10: Acidentes típicos com CAT registrada na construção civil no Paraná - 2016
Nº DE
ITEM CNAE DESCRIÇÃO ATIVIDADE
ACIDENTES
1 4120 Construção de edifícios 666
2 4211 Construção de rodovias e ferrovias 271
3 4110 Incorporação de empreendimentos imobiliários 225
4 4321 Instalações elétricas 115
Serviços especializados para construção não
5 4399 110
especificados anteriormente
Obras para geração e distribuição de energia elétrica e
6 4221 102
para telecomunicações
Fonte: INSS (2020)

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Anexo 6: Plano de Ação proposto com base no método 5w1h


Por que fazer? Quem irá fazer? Quando fazer? Onde fazer?
Causa O que fazer? (What) Como fazer? (How)
(Why) (Who) (When) (Where)
Através da criação e
aprovação de leis que
1. Falta de políticas destina recursos
Incentivar a adoção de Para ciar uma cultura
públicas para Deputados; oriundos do Governo
uma cultura de de segurança entre
conscientização de Governo Federal à criação de
segurança por meio de trabalhadores e
trabalhadores e Estadual; campanhas de
campanhas de empregadores e, Paraná,
empregadores, bem Secretaria Em até 2 anos conscientização
conscientização. também, para obter Municípios
como para viabilizar Estadual da exibidas nos meios de
Criação de políticas mais recursos para
recursos para Justiça, Família e comunicação de
públicas de atuação na fomentar as ações
intensificar a Trabalho; INSS. massa, bem como para
área de SST. fiscalizatórias.
fiscalização. melhor subsidiar as
ações de fiscalização
no Estado.
Com recursos oriundos
do Governo Federal,
através do Ministério
da Economia, onde
esta a Secretaria do
Criação de novas bases Para uma maior Governo
Trabalho, viabilizar
2. Agentes de descentralizadas da abrangência nas Estadual;
financeiramente a
inspeção do trabalho SIT, bem como áreas fiscalizadas, Secretaria Paraná,
Em até 2 anos construção de novas
em número contratação de mais com o maior número Estadual da Municípios
bases descentralizadas
insuficiente agentes de inspeção do de estabelecimentos Justiça, Família e
da Secretaria de
trabalho. possíveis. Trabalho.
Inspeção do Trabalho,
bem como a
contratação de mais
agentes de inspeção do
trabalho.
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Por que fazer? Quem irá fazer? Quando fazer? Onde fazer?
Causa O que fazer? (What) Como fazer? (How)
(Why) (Who) (When) (Where)
Através de um
Secretaria
programa interno de
Nacional do
3. A não implantação fiscalizações, fazendo
Trabalho;
de programas de saúde Aumentar a Para garantir a com que, a partir do
Secretaria
e segurança do fiscalização nos eficácia tanto dos momento que se tem
Estadual da Paraná,
trabalho, aliada à falta estabelecimentos, programas, como dos Em até 2 anos novas bases e novos
Justiça, Família e Municípios
ou insuficiência de canteiros de obras e treinamentos agentes, a abrangência
Trabalho;
treinamento aos frentes de trabalho. realizados. seja maior e,
Delegacia
trabalhadores. consequentemente, as
Regional do
ações fiscalizatórias
Trabalho.
sejam mais precisas.
Para que hajam Através de um
Secretaria
profissionais programa de
Nacional do
treinados e avaliação de
Capacitar melhor os Trabalho;
4. Inobservância e capacitados, profissionais
profissionais para Secretaria
não cumprimento de reduzindo o envolvidos em
um melhor Estadual da
procedimentos de número de Paraná, atividades de alto
cumprimento dos Justiça, Família Em até 2 anos
segurança acidentes ocorridos Municípios risco, bem como a
procedimentos de e Trabalho;
estabelecidos em por falhas de fiscalização
segurança; Aumentar Delegacia
normas técnicas. cumprimento de ostensiva das
a fiscalização. Regional do
procedimentos entidades que
Trabalho;
técnicos de oferecem este tipo de
Agentes fiscais.
segurança capacitação.

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