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CURSO MODULAR
CRISTOLOGIA
Vlademir Fernandes
SETEBAN – RO/AC
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 03
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 27
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 28
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
QUEM É JESUS?
O que torna Jesus tão peculiar? Se formos direto ao ponto, talvez seja a
afirmação feita por ele mesmo de que seu ser não era como outro qualquer. Na
verdade, Jesus declarou que era o próprio Deus! Ficou claro para os ouvintes que
suas proclamações o diferenciavam de um simples profeta ou mestre. Ele, em
certas ocasiões, fazia alusões claras acerca de sua divindade.
Tal fato torna a pessoa de Jesus sem igual na humanidade. Em certo
momento Jesus fez uma pergunta peculiar a seus discípulos: “Quem diz o povo
ser o Filho do Homem? (Mt 16.13). A resposta foi que o povo o identificava com
Elias, Jeremias ou algum outro profeta. Jesus perguntou aos discípulos, “mas vós,
quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). A resposta que agradou ao Senhor foi aquela
proferida por Pedro quando disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. (Mt
16.16). Reconhecer Jesus Cristo como o Filho do Deus vivo era aceitá-lo como
Messias e como o próprio Senhor. Este foi o objetivo de Jesus e desta maneira ele
queria ser reconhecido.
Temos apenas três opções para classificar a Jesus, ou ele era Senhor,
mentiroso ou lunático. Quais dessas alternativas mais se coadunam com a
personalidade dele? Que Jesus afirmou que era o próprio Messias, ou seja, Deus,
é evidente. Dentre muitos textos bíblicos mostraremos apenas dois que são
bastante objetivos logo, conclusivos.
O primeiro deles situa-se no contexto da conversa que Jesus teve com a
mulher samaritana. A certa altura a mulher disse: “Eu sei, respondeu a mulher,
que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as
coisas”. (Jo 4.25). A resposta foi: “Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.”
(Jo 4.26). O Messias era o próprio Emanuel, ou seja, o Deus conosco. Assim, fica
claro que Jesus se identificava como o Messias e, portanto, como o próprio Deus.
Essa identificação também rendeu a própria morte do Senhor, este seria o outro
texto a se analisar: “E o sumo sacerdote lhe disse: Eu te conjuro pelo Deus vivo
que nos diga se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Tu o
disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem
assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Então, o
sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade mais
temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia!” (Mt 26.63-65).
As palavras de Jesus foram interpretadas adequadamente pelo sumo
sacerdote. Jesus não se mostrou como uma pessoa qualquer. Nenhum homem
comum poderia falar em sã consciência que estaria à destra do Todo-Poderoso e
vindo sobre as nuvens do céu. Este é o tipo de declaração que pode ser encarada
como verdade, e neste sentido implica o reconhecimento do senhorio de Cristo. Ou
pode ser vista como a fala de um mentiroso. Jesus estaria mentindo? Ele não iria
às alturas se assentar à destra de Deus? Não viria nas nuvens? Será que Jesus
era um mentiroso?
O tipo de afirmação que Jesus pronunciava exige realmente uma tomada
de decisão por parte do ouvinte. Já vimos que ele se identificava como o Messias,
como Deus. Assim temos a obrigação de julgar tal afirmação como verdadeira ou
falsa, antes de qualquer coisa.
Você pode silenciá-lo, julgando-o tolo; pode cuspir nele e matá-lo,
julgando-o um demônio; ou então, cair a seus pés e chama-lo Senhor e
Deus. Mas não me venha com tolices condescendentes, afirmando ser ele
um grande mestre humanista. Ele não nos deixou esta alternativa. Não
era sua intenção fazê-lo. (LEWIS apud MCDOWEL, 1980, p. 23).
Contudo, atribuir mentira a Jesus não se coaduna com o caráter dele. Dizer
que Jesus era corrupto, mentiroso ou enganador é uma afronta até para os
incrédulos. Logo, podemos assumir que ele não era mentiroso.
Se for inconcebível que Jesus fosse mentiroso, não seria possível que ele
pensasse que era realmente Deus, mas que estivesse enganado? Afinal de contas,
muitas pessoas são sinceras, mas equivocadas em suas convicções.
Uma pessoa que pensa que é Deus é como alguém que hoje se acredita
ser Napoleão. Ela estaria iludida, enganando a si própria, e,
provavelmente, seria encerrada num manicômio para não causar maiores
danos a si própria ou a outrem. (LEWIS apud MCDOWEL, 1980, p. 27).
Novamente temos que admitir que não há como nos convencermos de que
Jesus era um louco! Assim, nossa única alternativa seria considera-lo realmente o
Messias, o Filho de Deus, o Senhor nosso Deus.
de Deus está impressa nas declarações. Não deixamos a mente ter a palavra final
para aprovar ou reprovar uma mensagem espiritual, não abraçamos ao
racionalismo!
Neste sentido, assumindo a palavra de Deus como verdade a mensagem
bíblica, portanto, seria suficiente para esclarecer qualquer dúvida sobre a pessoa
de Cristo e estabelecer firmemente sua posição como Messias e Senhor.
CAPÍTULO II
sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”
(Jo 5.18).
Continuando a falar sobre a divindade de Cristo, visto que essa é uma
doutrina fundamental. Sem a correta compreensão dela certamente, qualquer
tentativa de se conhecer o Pai será inútil. Também a salvação só será entendida e
efetivamente realizada na pessoa divina de Jesus Cristo. Apesar de as Escrituras
serem bem claras a esse respeito ainda é gerado confusão por parte de alguns em
torno da doutrina. Como podemos então estabelecer a definitiva e inevitável
conclusão de que Jesus Cristo é a Segunda Pessoa da Trindade.
A divindade de Cristo é expressa na Bíblia assim como sua humanidade.
Sua humanidade é declarada naturalmente quando se atribui a ele títulos
humanos, atributos humanos, ações humanas e relacionamentos humanos.
Semelhantemente sua divindade é revelada da mesma maneira atribuindo-lhe
títulos, atributos, ações e relacionamentos divinos.
Títulos Divinos
Alguns títulos divinos são aplicados a Jesus Cristo como: “Verbo” ou Logos,
“Deus”, “Senhor”, “Deus Forte”, “Pai da Eternidade”, “Emanuel” e “Filho de
Deus”.
Logos denota tanto “razão” quanto “linguagem”; assim Cristo é a
Expressão, o Revelador e Manifestador de Deus. O termo logos usado somente
pelo apóstolo João como um nome da Segunda Pessoa, mostra a eternidade de
Cristo, assim ele era no princípio, Ele estava com Deus e Ele era Deus. (Jo 1.1).
Deus é o título que expressamente afirma a divindade de Jesus Cristo.
Não há nada mais explícito acerca da doutrina como as atribuições do
nome Deus em relação a Jesus Cristo. O uso da designação inicia-se no Antigo
Testamento e se prolonga por todo o Novo Testamento. Isaías profetizava: “Eis a
voz do que clama: Preparai no deserto o caminho do Senhor, endireitai no ermo
uma estrada para o nosso Deus” (Is 40.3) e ainda escreveu: “Porque um menino
nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu
nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Is
9.6). Isaías fala daquele que viria a nascer de uma virgem e seu nome seria
Emanuel. Mateus interpreta o nome Emanuel como o “Deus Conosco” (Mt 1.23) o
que significa que Deus não apenas estaria presente com a humanidade, mas faria
parte da própria humanidade através da encarnação.
No Novo Testamento João inicia proclamando que o Verbo era Deus. Tomé,
outro discípulo de Jesus, ao ver as feridas do salvador disse: “Senhor meu e Deus
meu” (Jo 20.28). Essa declaração, caso fosse falsa, seria idolatria e repreensível,
contudo Cristo não o censurou. Tito o chama de grande Deus e Salvador (Tt 2.13).
Pedro na introdução de sua segunda epístola afirma: “... aos que conosco
alcançaram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus
Cristo” (2 Pe 1.1). Utilizando quase as mesmas palavras que Tito havia atribuído
a Jesus, Deus e Salvador. O apóstolo João dá outra contribuição expressiva em
sua primeira carta. Ele ensina sobre a divindade de Cristo para refutar algumas
heresias que circundavam a igreja e conclui com o versículo “...e nós estamos
naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro
Ações Divinas
Relacionamento Divino
Ebionismo
De acordo com os ebionitas, Jesus era um homem comum que possuía dons
incomuns, mas não sobrenaturais. Eles rejeitavam o nascimento virginal
afirmando que Jesus nascera de José e Maria. No evento do batismo Jesus
recebera o Cristo em forma de pomba o que se entende como o poder de Deus
agindo no homem Jesus. Próximo ao final da vida de Jesus o Cristo afastou-se
dele. Assim Jesus era homem, apesar de o poder de Deus agir nele, por
determinado tempo de forma incomum.
O termo grego ebionaioi é a transliteração do verbo hebraico ebionim, que
significa “pobres”. Os ebionistas apareceram no ano 107 da Era Cristã e
eram [...] judeus-cristãos. Essa seita tinha um ensino exagerado sobre
pobreza. Como judeus, eles tinham dificuldade de aceitar a divindade de
Cristo – devido ao monoteísmo judaico. Não gostavam dos escrito de
Paulo, pois a teologia paulina prega a justificação pela fé, e os ebionistas
observaram a lei mosaica, inclusive a circuncisão. Consideravam, então,
Paulo um apóstata da lei mosaica. Negavam a divindade de Jesus e o
nascimento virginal, pois o Velho Testamento ordena que somente a
Deus se deve adorar [... Para eles, Jesus foi um homem como outro
qualquer, mas que observou a lei de forma especial, sendo assim
escolhido por Deus para ser o Messias. Jesus teria sido capacitado pelo
Espírito Santo, no batismo, para o cumprimento de uma tarefa divina,
assim logicamente Jesus não tem como ser preexistente. Nenhum concílio
condenou oficialmente o ebionismo, mas Tertuliano, Irineu, Hipólito,
Eusébio e Orígenes foram opositores de grande peso. (BUENO, 2012,
apud TEOLOGIA SISTAMÁTICA, 2014).
Arianismo
Docetismo
Apolinarismo
Nestorianismo
Eutiquianismo
Eutiques declarou que Jesus Cristo após a encarnação possuía uma única
natureza, a de Deus feito carne tornada humana. Embora rejeitasse a ideia de
duas naturezas, Eutiques concordava com o nascimento virginal e afirmava que
Cristo era Deus perfeito e homem simultaneamente, o que, dá um ar de confusão.
Sua alegação é que havia duas naturezas antes da encarnação e depois apenas
uma. Essa ideia deu corpo a um movimento que ensinava que a humanidade de
Jesus era de tal forma absorvida pela divindade que ficava praticamente
eliminada.
Essa teoria ensinava que, devido à encarnação do logos, a natureza
humana de Jesus fora absorvida pela divina, tornando Jesus Cristo um
homem especial, ou seja, a humanidade de Cristo era diferente de um
homem comum, isso em nível de essência. (BUENO, 2012, apud
TEOLOGIA SISTAMÁTICA, 2014).
Não podemos deixar de citar, ainda que rapidamente, duas outras heresias
comuns a respeito do ser de Jesus Cristo. Trata-se do monofisismo e o
monotelismo. No monofisismo a própria morfologia da palavra já indica do que se
trata, monos = único e physis = natureza, ou seja, Cristo tem uma só natureza,
que é composta. Afirma-se que uma energia única uniu as duas naturezas tão
perfeitamente de forma que não restou distinção entre as duas naturezas. Ou
ainda, a humanidade de Cristo foi transformada pela divindade, havendo um
espécie de simbiose, fazendo de Jesus um homem impecável e divino, ou seja, a
parte físico-humana de Jesus foi transformada numa natureza divina. No
monotelismo, do grego, monos = único e qelhsis = vontade, traz a ideia de que a
vontade pertence a pessoa e não à natureza. Assim, Cristo tinha apenas uma
vontade, negando que tinha vontade humana.
CAPÍTULO III
OS ESTADOS DE CRISTO
A doutrina do Kenosis
CAPÍTULO IV
OS OFÍCIOS DE CRISTO
4.1- Profeta
lembrar de tudo que Jesus lhes havia dito. (Jo 14.26). Portanto, de um modo bem
real Jesus continua sua obra reveladora na presente era. A obra reveladora final
e mais completa de Jesus acha-se no futuro. Quando Ele voltar o veremos como é
(1 Jo 3.2). Umas das palavras que representa a segunda vinda de Cristo é
“revelação” (apokalypsis). Então as grandes barreiras e limitações humanas serão
desfeitas e poderemos ter acesso ao conhecimento do Pai de forma ampla.
4.2- Sacerdote
4.3- Rei
seu corpo. Ele como Rei guia e mantém seu povo para cumprir os propósitos
declarados. Jesus também exerce autoridade absoluta sobre o universo natural
uma vez que por meio dEle vieram a existir todas as coisas (Jo 1.3) e todas as
coisas subsistem (Cl 1.17). Então não pode haver desentendimento quanto à
realidade do exercício real de Cristo em nossa época, contudo o reinado visível e
pleno de Cristo efetivamente se dará no futuro. Então “Todos estarão sob seu
governo, quer com boa vontade e sinceridade, quer com má vontade e relutância”
CAPÍTULO V
A OBRA DE CRISTO
sacerdote, ressurgiu para estar ao lado do Pai intercedendo pelos que crêem.
Podemos listar algumas razões para sua ressurreição:
A morte de Jesus Cristo foi uma obra, como vimos anteriormente, repleta
de significado. Ele não morreu por fraqueza, ou por ter pecado, ou por não
conseguir vencer a morte. Ele morreu para cumprir a vontade do pai e, uma vez
satisfeita essa vontade, seria impossível a Segunda Pessoa da Trindade
permanecer na esfera da morte. Os grilhões da morte não segurariam aquele que
tem vida em si próprio (Jo 5.26). Sua natureza eterna é imortal. A morte não
conseguiria mudar tal natureza. Portanto, por causa do que é, Jesus Cristo
ressurgiu no tempo determinado por Ele mesmo.
Em Romanos 4.25 lemos: “...o qual foi entregue por causa das nossas
transgressões, e ressuscitou para a nossa justificação”. Não é de acordo com a sã
doutrina declarar que a justificação está baseada na ressurreição de Cristo, mas
sabemos que a justiça imputada ao crente advém de sua união com o Cristo
ressureto, então podemos entender que a justificação do crente está ligada à
ressurreição do Senhor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
(Consultadas e sugeridas)
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 4 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2012.