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Resumo HP5– PSIQUIATRIA

Transtornos por uso de substâncias:


• Via mesolímbica;
Álcool: • Via mesocortical.
O álcool é a droga mais consumida no mundo, é licita E o principal neurotransmissor é a dopamina.
e muito socialmente aceita, fruto de fermentação de TODA DROGA, VAI LIBERAR DOPAMINA NESSA
açúcares. Contudo, mesmo sendo socialmente VIA (direta ou indiretamente).
aceita, pode estar relacionada a problemas físicos e
sociais. O transtorno pelo uso do álcool é:
• Doença crônica e reicidivante;
A dependência química pode ter várias explicações • Fatores genéticos respondem a cerca de
e modelos que possam explicar, sendo as principais: 50% da suscetibilidade;
• Modelo moral; • Envolve anos de incapacidade, custos para a
• Modelo de temperança; sociedade;
• Modelo de degenerescência neurológica; • Relacionado a violência, criminalidade e
• Modelo confrontativo; problemas familiares.
• Modelo natural;
• Modelo biológico; Epidemiologia:
• Modelo psicológico; O LENAD, teve duas edições, sendo que pode fazer
• Modelo sociais; dados da prevalência do uso de álcool e diz que:
• Modelos espirituais; • Pelo menos 50% da população faz ou fez uso
• Modelo de saúde pública. de álcool;
• De 2006 – 2012: Aumentou a quantidade de
Mas é importante dizer que dependência química é pessoas que fazem uso regular de álcool e o
doença, a droga muda zonas e áreas do cérebro. uso entre as mulheres aumentou mais que
Dependendo de vários fatores, sendo multifatorial. nos homens.
Depende de: • 17% é abusadores e / ou dependentes de
• Questões sociais e morais; álcool.
• Questões ambientais;
• Questões biológicas e genéticas; Definições:
• Susceptibilidade individual; É importante destacar que não existe consumo
• Efeito da droga e via de uso; isento de riscos, pode ser considerado uso
• Poder de reforço. moderado:
• 1 dose ao dia para mulheres;
• 2 doses para homens.
Beber pesado episódico:
• 5 ou mais doses em 1 único episódio.
Binge driking:
• 5 doses em menos de 2 horas.
Neurobiologia do vicio: Uso nocivo e dependência = transtorno por uso
de álcool.

FARMACODINÂMICA:
O álcool é um depressor do SNC, agindo no
neurotransmissor GABA, sendo rapidamente
absorvido, distribuído amplamente pelos tecidos.
Metabolização no fígado, quebrado em álccol
desidrogenase e acetaldeído desidrogenase, sendo
excretado pelos pulmões, urina e suor.

Efeitos pelo uso crônico:


• Problemas hepáticos;
• Nutricionais;
• Obesidade e problemas metabólicos;
O principal é o Núcleo accumbens, que é o sistema
• Violência e criminalidade;
de recompensa, sendo o responsável pelo desejo
sexual, prazer e alimentação. Sendo que é dividido • Problemas sociais;
em 2 vias: • Problemas laborais;
Dependência: TRATAMENTO
Para se caracterizar uma dependência de O tratamento é feito de forma multifatorial,
determinada substância, é necessário se citar o envolvendo várias áreas da vida.
padrão de uso patológico:
Medidas não-farmacológicas:
• Terapia individual e grupo – mutua ajuda –
AA;
• Reabilitação social e laboral;
• Reformulação de vínculos sociais;
• CAPS AD

Tratamento medicamentoso:
• Naltrexona: Antagonista opioide, diminui
episódios de fissura e binge;
• Dissulfiram: Inibidor periférico da enzima
aldeído desidrogenase – ressaca um pouco
maior;
• Acamprosato: Não tem no Brasil;
• Topiramato: Uso de cocaína e álcool.

Devido ao fato de ser uma droga lícita, é difícil se INTOXICAÇÃO:


determinar de fato se há ou não uma dependência O efeito do álcool vai depender de vários fatores,
de fato do álcool, contudo podemos nos basear sendo os principais:
pelos critérios diagnósticos do DSM-V para nortear: • Quantidade e ritmo de uso;
1. Maior quantidade ou tempo;
• Alimentação;
2. Desejo ou esforço mal sucedido de parar;
• Tipo de bebida;
3. Muito tempo gasto;
4. Fissura ou desejo forte de uso; • Sexo e peso;
5. Problemas trabalho, escola ou casa; • Saúde do fígado;
6. Fracasso em cumprir obrigações; • Genética.
7. Perda de outras atividades sociais e
recreacionais;
8. Uso mesmo depois de perceber que tem um
problema;
9. Uso apesar de perigos físicos;
10. Tolerância;
11. Abstinência.
Para se fechar o diagnóstico o paciente precisa ter –
pelo menos 12 meses de problemas.
Pelo DSM-V:
• Leve: 2 a 3 sintomas;
• Moderado: 4 a 5 sintomas;
• Grave: 6 ou mais sintomas.

Rastreio da dependência do álcool:


CUT DOWN. ANNOYED GUILTY. EYE- A intoxicação vai ser a exacerbação desses efeitos,
OPENER: paciente vai ter:
- Você já sentiu que deveria beber menos? • Fala arrastada;
- Já se aborreceu por alguém criticar seu modo de • Incoordenação;
beber? • Instabilidade de marcha;
- Já se sentiu mal ou culpado sobre seu modo de • Nistagmo;
beber? • Comprometimento de atenção e memória;
- Já tomou uma dose pela manhã, logo ao acordar? • Humor instável;
• Comportamento agressivo;
Se o paciente tiver 1 resposta positiva já é • Julgamento prejudicado;
necessária uma maior investigação. • Estupor e coma.
Se for 3 ou 4 a chance de esse paciente ter
dependência de álcool. Intoxicação importante é bem comum, mas a
overdose é rara.
Tratamento da intoxicação: Há também: Hipoatividade dopaminérgica e
Suporte e sintomático, se for sintomas mais leves a hiperatividade noradrenérgica.
moderados (dipirona e açúcar) Quadro clínico:
Se o paciente chegou numa intoxicação importante, Há uma tendência de sintomatologia conforme o
com agressividade ou necessidade de sedação – dar tempo de abstinência:
antipsicótico – EVITAR BENZODIAZEPÍNICO! • Primeiros dias: Insônia, tremor, irritação e
ansiedade;
Em casos mais graves é importante: • Seguida: Febre, desorientação e
Fazer uma avaliação inicial – entender se foi alucinações;
consumo apenas de álcool, quanto tempo de uso, • Por fim: Confusão mental, tremores
quanto utilizou, quantas horas desde o último de grosseiros, agitação e alucinação.
álcool.
Quando se tem a associação de drogas depressoras TRATAMENTO:
do SNC podemos ter a overdose, por isso se deve
Medicação de primeira escolha: Benzodiazepínicos
evitar os benzo.
- Diazepam (5mg e 10 mg)
Medidas gerais: Controle e manutenção de sinais
- Lorazepam (2mg) – hepatopatas.
vitais e nível de consciência.
Via oral – geralmente.
ABSTINÊNCIA:
A síndrome de abstinência alcoólica é o contrário
ao efeito da droga, iniciando de 4 a 13 horas após a
interrupção ou diminuição – não precisa cessar o
uso, só a diminuição pode desencadear, sendo os
sintomas principais:
• Tremor, náuseas, vômitos;
• Sintomas autonômicos – taquicardia,
aumento de temperatura, hipertensão;
• Ansiedade, irritação, agressividade.

O paciente consome com grande frequência,


sofrendo com os efeitos agudos, então o cérebro vai
criar mecanismos de adaptação para ter maior
tolerância, o álcool age no receptor GABA, e o
cérebro vai produzir glutamato para equilibrar isso.
Com a interrupção do consumo de álcool, os níveis
de GABA caem e sobra apenas o glutamato, que vai
gerar os principais sintomas da síndrome de
abstinência. Sendo necessário uma nova
adaptação.
A principal ação dessa abstinência vai ser a
hiperatividade glutamatérgica, que gerará sintomas
como – confusão mental, alucinações, convulsões.
No entanto a hipoatividade gabaérgica, tem papel
importante na ação de sintomas e na predisposição
de ansiedade, convulsões, hipoestimulação
glutaminérgica.
USO MEDICINAL:
Maconha: Cada vez mais tem se descoberto os efeitos
A maconha é a droga ilícita mais consumida no benéficos da maconha no tratamento de diversas
mundo, sendo que existem 180 milhões de usuários patologias, entre as quais:
no mundo, 1 a cada 10 homens adultos já • Esclerose múltipla;
experimentou maconha na vida, homens tendem a
• Epilepsia;
usar 3 vezes mais que as mulheres, 1 em cada 10
• Dor neuropática;
adolescentes que usa maconha é dependente.
(LENAD, 2012) • Anti-inflamatória;
O efeito psicoativo da maconha vem dos • Doença de Crohn;
cannabinoides, sendo que existem mais de 80, • Artrite reumatoide;
sendo os principais: • Enjoo e náuseas;
• THC: Mais efeito psicogênico e alucinógeno, • Anorexia associada ao HIV;
gera ansiedade, sintomas psicóticos e tem • Ansiolítico;
maior dependência; • Antipsicótico;
• CDB: Efeito oposto – efeito ansiolítico e • Alzheimer.
antipsicótico.
Sistema endocanabinoide: Nós temos uma série Contudo, esses usos ainda são controversos e os
de canabinóides endógenos, derivados do ácido níveis de evidência ainda podem ser discutidos.
aracdônico.
Eles agem em determinados receptores, sendo que Transtornos pelo uso:
os principais: INTOXICAÇÃO:
• CB1: Mais rico no SNC; Esse paciente vai ter exacerbação de sintomas e
• CB2: Mais em periféricos (céls não há overdose de maconha. Os sintomas serão a
imunológicas). exacerbação dos efeitos fisiológicos, além de
THC – agonista parcial dos receptores CB1; ansiedade e sintomas psicóticos.
CDB – antagonista CB1 e CB2.
Efeitos dependem: Tratamento: Sintomático – uso de
• Ambiente de uso; betabloqueadores. Sintomas psiquiátricos –
• Estado emocional; antipsicóticos.
• Personalidade do usuário;
ABSTINÊNCIA:
• Condições genéticas;
Rara e pode ter alguns sintomas específicos, mas
• Idade;
principalmente humor deprimido e redução do
• Características da planta. apetite.
Sendo:
• Emoções – relaxamento e leve euforia; Tratamento: Sintomáticos.
• Intensificação de experiências sensoriais;
• Alterações de memória, cognição e atenção; DEPENDÊNCIA:
• Alterações de percepção e da avaliação do Padrão de uso patológico:
tempo; 1. Frequentemente consumida em maiores
• Alterações fisiológicas – quantidades ou por um período mais longo
- Taquicardia e aumento de PA; do que o pretendido;
- Enrubescimento de conjuntiva; 2. Desejo persistente ou esforço malsucedido
- Boca seca – sede; no sentido de reduzir;
- Apetite aumentado. 3. Muito tempo é gasto;
• Pode gerar crise de ansiedade, quadro 4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade
psicóticos transitórios. de usar;
Os diversos efeitos serão gerados conforme a 5. Fracasso em desempenhar papéis
localização desse receptores CB. importantes;
6. Uso apesar de problemas sociais ou
interpessoais persistentes ou recorrentes;
7. Atividades sociais, profissionais ou
recreacionais são abandonadas;
8. Uso em situações nas quais isso representa
perigo;
9. Uso mantido apesar da consciência de ter um
problema;
10. Tolerância;
11. Abstinência.
• PA elevada;
Cocaína / Crack: • Transpiração ou calafrios;
Ambas drogas são derivadas da coca – Erythroxylon
• Discinesias.
coca, usada há milhares de anos e era legalizada e
Principais complicações agudas:
usada como vinhos e tônicos.
O poder aditivo de uma droga depende de 3 fatores • Quadros cardiovasculares – IAM, arritmias;
primordiais: • Quadros neurológicos – Convulsão, cefaleia
• Mais rápida; e AVC.
• Maior pico;
É importante ter cuidado com o uso de
• Mais curto.
betabloqueadores em pacientes com intoxicação por
E isso está estritamente relacionada a via que você
cocaína. – Ao se ligarem a receptores beta, deixa os
utiliza sendo que na escala o maior poder aditivo
receptores alfa livres para a cocaína agir e piora o
esta:
quadro.
Intravenosa → Fumada → Nasal →
Intramuscular → Via oral.
Tratamento: Suporte ventilatório, uso de
sedativos (mais comum benzo – mas pode
Diferenças:
ser antipsicótico) e medicações sintomáticas.
Cocaína Crack
Sal, vendido em pó Base, vendido em pedras ATENÇÃO: pacientes com poliuso – podem estar
Normalmente inalado Normalmente fumado associando cocaína e álcool, sendo nesses casos o
Preço inferior benzo é proscrito.
Euforia de
grandemagnitude ABSTINÊNCIA:
Curta duração Cessação de uso pesado e prolongado, muito
Seguida de intensa comum a sensação de CRASH – Trifásico e
fissura e desejo de repetir imediatamente após o uso, causado pela depleção
a dose de neurotransmissores. Cursa com – Piora do
humor, fadiga, esgotamento físico, sintomas
Epidemiologia: O Brasil representa 20% do depressivos, arrependimento pelo uso, retardo
consumo mundial e é o maior mercado de crack do psicomotor e hipersonia.
mundo.
Tratamento: Suporte + Sintomático.
Impacto social:
• Desemprego ou subemprego; DEPENDÊNCIA:
• Criminalidade, violência e gastos com Caracterizar o padrão de uso patológico – mesmos
sistema carcerário; 11 critérios.
• Estigma e isolamento social;
• Problemas familiares. Tratamento: Por ter um efeito muito intenso,
é difícil tratar, sendo que haverá várias
É a droga ilícita que mais motiva procura por medidas:
tratamento e normalmente são poliusuários – Não farmacológicas:
utilizam diversas substâncias. - Abordagem motivacional;
- Aspectos laborais;
Efeito de ambos é ESTIMULANTE, não tem - Terapias individuais;
receptores específicos, mas faz a liberação de - Terapias em grupo;
Noradrenalina e Dopamina, que irão agir nisso. - Reinserção social.

TRANSTORNO PELO USO: Farmacológico:


INTOXICAÇÃO: - Topiramato – mais utilizado;
Efeito agudo exacerbado: - Dissulfiram;
• Euforia e autoconfiança elevada; - Modafinil.
• Hipervigilância e alerta; Tratar comorbidades*
• Ansiedade, tensão ou raiva;
• Sintomas psicóticos;
• Confusão mental;
• Agitação psicomotora.
Associado a:
• Taquicardia;
• Dilatação pupilar;

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