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Giuseppe Tavani*
RESUMO
O ensaio üdo pelo autor na Semana Arr:hlvu, promovida pelo CNPq, pelo IEB e
CODAC ambos da USP, duenvolve aspectos ligados d prddca da crfllm -..1
apreselllatrdo trabalhos de tedricos conlempOT'IJMos como Segrttou Brombi/Ja Age-
no. Exempllflca desvio.r e acertos na trruJst:rlf;llo e no estabelecimento de remu.Ao ··
negar a ediçllo crfllm enquanJo operrzçllo dejin/1iva,finaHwfom da trabalho eddd-
co, convaüdo a possibilidade de repetiçlJes em busca da verdade -..1, no que se
opõe a Bedier e d UCIJia por ek inaugumda. E"ft::;,a importlincia da aata com··
preenslio da tex1o pom uma correta emendado. /lflcanda os passos da ediçllo
crfllm, rellne exemp/03 de prob/ema.s.
(I)" 'La chtuuo;f de ROiand. Bdlzionc critica a cura di Cesanl Segn>, MilaDO-Napoü, Riccardo Ric-
cianll, 1971.
(2) ,PBTROÇCHI, G. La C<RI»I m ""condo f antica vulgata, 4 vola., Milano, Mondado ri, 1966.
(3) BOCCACCIO,GioYIIIIDI.Dec<JJnO»n. Bdlzio011 critica IIOCOIIdol'auiDgnfo HamlliDniauo,a
; . di. V.
cura '. 811111C8,Filalzo,
. pmmol'Accademia dellaCtuoca, 1976.
(4)' ''·' CHIARI, Á. IA edizlo111! crldca,ln Probkmi e ol'imtoliwntl cridd dl Llngua e diLetttirUtura
· · IIDiioniJ; 4 vola., MIJaDO, !dlllZOI1Iti,l94S, U.
(5) AGBNO, F•.BramblUa. L'edàlo111! critica dette.rtil'OI&ari,Padova, Bditrice An-,1975.
(7) Clotuuon de RD/and·Canzor de Rolt/4Js y d ROIICUWJIIu """"""• porRiquer, Mart!n de, Bar-
celoDa, Bl Pestrn de Baópo, 1983, p. 14. . . .
(8) Cf.,;._odiçlodeV.BiliDCil.ciLsupm,aspfgs.LXIn-LXXXll.
(lO) 11 peciso n1o esqaecer que Gano, o1o menos que os outros COI' !'ae, devia estar ao par do
falo de Rolddn sor filho·iiK:esluoso do prclprio Csrloa e~ b:ml dele, BOIIB, a qual tinba maia
lalde casado com Gano.
(13) Rl!IZ, JWUI. Llbro. d6 BIU!n Amor. Bdizio"" critica di Giorgio Charini, Milano-Napoli, Ric-
cardo Riccianli,
, .I
1966. · , . ,
(14) Idem. Libra d6 BIU!n Amor. Edici6n critica de Joan Corominas, Madrid, Editorial Gredos,
1967.
(1S) Madrid, Editorial Castalia, 1983, pp. 127-128.
É esta uma sihJ8ção que se apresenta várias vezes nos textos__~ pcJC:~ia
Iúica medieval galego-portuguesa, por exemplo no refrão da famosa cantiga
de amigo .de Mendinho · a dnica que lhe é atribuída pelos. cancioneiros; To-
c;los sabem qu!l ila edi~Õ() dé !~sé J~aqwm Nunes I~,· este re~~? ·.Cc?#,sta de
• ,·, . ;! . '
·.':.
(16)
.•
e a edição do Machado
Tirando esta 11ltima, que não tem sentido, as oulras leituras não parecem
adequadas, pois nada tem de indício do fim do mundo o fato de irmos - to-
dos ou alguns apenas - pam o Paraíso, quando for o momento. E se voltar-
mos aos manuscritos, veremos que no verso que remala a cantiga, a prlmeim
palavm e as duas 11Itimas não apresenlam dificuldades de leitura: traia-se,
sem dúvida, da forma verbal for e do complemento no Parafso. O problema
agom é descobrir quem é a personagem cuja ida pam o Paraíso pode ser con-
sidemda mais um indício do fim do mundo.
Em ambos os manuscritos divisa-se sem dificuldades um grupo de trt!s
!eiras (-dos) precedidas por oulro traço formado por três pernas: e pam des-
vendar o mis!ério será suficiente provar todas as possibilidades combinató-
rias relativas, que são cinco: as três pernas, com efeito, podem corresponder
a -m-, -ni-, -in-, -ui-, ou -ill-. Mas a única combinação que, em conjunção
com as !eiras -dos fornece uma leitura aceitável é a 11Itima, -ill-, que -com o
-das seguinte, forma a palavm "iudas", isto é, o nome de Judas. De maneim
que a simples leitura e a correia interpretação do que está nos manuscritos,
. sem nenhuma necessidade de alterar, modificar ou intervir arbitrariamente
neles, elaborando invenções mais ou menos geniais mas gm!Uilas, permite
sugerir, pam os versos finais da cantiga, esla formulação:
a qual não s6 condiz perfeilamente com o sentido dos versos conclusivos das
oulras eslrofes e da cantiga inteim, mas é lambém a mais econômica. ·
Es!a resenha de problemas da edição crítica não é senão uma pequena
-ctr . ABSTRACT
The essay that wa.r read by lhe aythor in Archivu w..k does a deve/opmen1 o/
rt!lated to prru:tia of textúal critique, presenling contemporaneous ·
theort!ticlan worl<s 1JU Segro or Brombilla Ageno. 1t gives exemp/!ficaJion of
deviatlon and adjustmenl in ITWI.scriptlon and settlemenl of texts. While il denies the
critique edilion as a dejinitive operatlon, ftnirhed edotic work, il conso/idates lhe
poss;bility ofrt!petit/ons to get lhe textua/truth, setting agciln.rt Bedier and hl.r schoal.
11 emphasizu the importmu:e of textual =c< canprt!henslon for a correct
"emendotio" .11 exemp/ifies the steps of critique edilion, putling togheter examp/es of ,
probkms.
Key-words: modem textuol crillque - Chanson de Rolan<fs .Edilions tanwl
rt!construction -manuscript- paleographic reading- rt!jormo.tlon.