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PARA
UM CATUOLlCO BRAZILEIRO
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~IVRARIA INTERNACIONAL
DE
PORTO BRAGA
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ENSAIO DE PROGRAMMA
PolIU.
PROLOGO
OS PARTIDOS POLITICOS
II
17
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*
20
III
A RELIGIlo DO ESTADO
1 De legib.
27
IV
A MONARCHIA
quer que seja a f6rma que revista. Por isso diz sabiamente
St. M.ill que a maneira de dirigir as operações praticas do
governo, que é a melhor em um paiz hvre, será tambem a
melhor sob um monarcha absoluto 1.
O progresso social, o desenvolvimento e livre exercicio
dos direitos do cidadilo, a dignidade e respeito da pessoa hu-
mana nilo dependem da fórma de governo.
Pouco importa ao cidadão que o seu direito seja violado
por uma assembléa sabida do voto popular, ou por um mo-
narcba absoluto, ou por um ministro constitucional; em todo
o caso é sempre uma violaçilo: o que antes de tudo importa
ao cidadilo é que os S6US direitos sejam reconhecidos e tute-
lados pelo governo.
A verdadeira liberdade consiste na isençilo de todo o arbi-
trio, de toda a vontade que nilo seja conforme á. lei da razão.
Um bom governo é pois aquelle que sabe garantir a liber-
dade do cidadilo, quer contra o arbitrio dos outros cidadilos,
quer contra o arbitrio da authoridade.
O" governo, que nilo póde ou Dilo sabe desempenhar essa
duplice garantia, é vicioso e injusto, e se em um caso favorece
a anarchia, no outro patrocina o despotismo, e esses são os
doua maiores males que podem afiligir a sociedade. A licença.
e a tyrannia, dizexcellentemente Gioberti, a anarcma e o
governo despotico silo duas faces rlo mesmo monstro II.
OS inimigos da monarcma esforçam-se por fazer crêr que
o despotismo é o vicio proprio dos governos monarchicos. E'
um erro; o despotismo nlo é exclusivo d'essa fórma de go-
verno. Um monarcba, mesmo absoluto, muitas vezes estaca
no pendor da prepotencia, senilo por outra razão, ao menos
por aquella que dava Machiavelli, -nilo desgotar os povos
enio induzil-os á. rebelliilo.
Em si mesmo o despotismo nada mais é que um abuso
de poder, a substituiçilo do arbitrio e do capricho de ql1em
manda aos dictames da recta razilo. Egregiamente diz o iI-
lustre Haller: O despotismo Dlo differe da injustiça, e póde
muito bem, como abuso de poder, achar-se em todos os go-
vernos, nas republicas, como nas monarchias "3.
Mui sabiamente pois a santa Igreja, que antes de tudo
quer a justiça no governo dos povos, não reprova alguma
DIREITOS MAGESTATICOS
•
VI
LIBERDADE RELIGIOSA
•
52
VII
LIBERDADE DE IMPRENSA
VIII
IX
to: Doceie omnes gentes, baptizantes eos. Isto foi dito unica
e exclusivamente aos Apostolos e a seus sÍlccessores.
O que fica dito é incontroverso, é ponto de fé, e basta
para que o partido catholico saiba como haver-se diante das
pretensões do estado, que ousa aspirar ao direito de mestre e
de instituidor de um povo catholico.
Em nome da Igreja e sob sua immediata inspecçlto o
estado deve ordenar o ensino religioso nas escólas publicas.
Isso é uma consequencia da união do estado com a Igreja
proclamada na Constituição.
Um povo educado sem Deus, sem o pensamento da vida
futura não pMe aceitar o jugo do dever, porque nenhum
homem, como tal, tem o direito de o impôr. Naturalmente o
homem quer ser feliz n'este mundo, pois não vê razão para
que uns nadem na abundancia, e outros vivam sem o necaS8&-
rio. Sem a idéa de Deus e da Providencia divina as des-
igualdades sociaes não tem aos olhos do povo mais valor que
o de um simples facto; e como o facto é um producto da.
força, e a força está no povo, elle procurará nivelar a socie-
dade.
E porque não ha-do elle livrar-l5e das necessidades e pri-
Taçê)es?
Porque ha-de aceitar um estado social no qual não póde
viver senão n3. pobreza e na privaçlo?
Deixando, porém, ellsa ordcm de considerações, contra
as quaes nada tem de serio a oppôr aquelles que pretendem
desterrar a religião das escólas, consideremos só no que é a
escóla, e tanto bastará para que todol5 se convençam da ne-
cessidade do ensino religioso nas aulas.
. A escóla e o collegio são instituições destinadas aos paes
de familias para o ensino e educação de seus filhos.
O pai é o mestre natural de seu filho, mas ou porqtte
não se conheça sufficientemente capaz para o cumprimento
d'esse dever, ou porque as suas occupações e trabalhos o
impeçam, confia. a outro o cuidado, mandando seu filho par&
a elrcóla.
A escóla, portanto, faz as vezes de pai, quanto á iDB-
trucçlo e li. educação do menino, e tem o mesmo deTer qi1&
elIa. Ora, o pai póde na instrucção e educa.çlo de seti. rum.
omittir o ensino e pratica da religião P
O pai deve formar o espirito de seu filho; mais dó que
l) pilo do corpo deve administrar.lhe o pilo da alma; nlo detl.
nascimento a um sêr vegetal ou sensitivo, a uma planta 011.
a 11m bt'uto, maS a um hometn, um sêr intelligente e moral.
67
GUARDA DO DOMINGO
1 De lege, liv. II. Vêde Aug. Nicolas, L'état 8am Dieu, pago 71.
II Pio II, In8truc. II1In. Bur la loi €lu Dimanche.
71
Xl
IOde 6, liv. 3.
75
1 Bobr. XIII, 4.
• Ephea, v, 22-26.
80
XII
XIII
XIV
•
94
''''',
96
FUI
ERNESTO· CHAHDRON, EDITOR
PORTO El :eRAGA.