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INTRODUÇÃO
Sustentabilidade ambiental é o uso dos recursos naturais de forma responsável, para
que garantir que continuem existindo e possam ser aproveitados pelas próximas gerações. A
preocupação com a sustentabilidade é fundamental para reduzir problemas ambientais como
poluição, efeito estufa, aquecimento global, extinção de animais e vegetais e o fim de
recursos naturais. Um dos maiores desafios para aplicar as medidas de sustentabilidade
ambiental é encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e social de um país
e a preservação do meio ambiente. E o petróleo é uma mistura complexa de compostos
orgânicos gerados pela decomposição lenta de pequenos animais marinhos, que foram
soterrados, em um ambiente com pouco oxigênio. Esse combustível fóssil é encontrado no
fundo dos oceanos, bem como no solo, em rochas sedimentares. As jazidas datam entre 10
milhões e 500 milhões de anos. As principais características do petróleo são: líquido escuro,
viscoso, inflamável e menos denso que a água. Embora seja um recurso muito útil ao
aumento de divisas e economia de vários países no mundo também afetam o planeta de
várias formas e podem fazer estragos irreparáveis que afetam o bem-estar do meio
ambiente. Os principais tipos de combustíveis fósseis são petróleo, gás natural e carvão.
Segundo a Agência Internacional de Energia o petróleo é responsável por 34,3% da
matriz energética mundial, e o gás natural por 20,9%. Portanto, apesar de ter-se iniciado
recentemente uma maior busca por fontes alternativas de energia, o petróleo, gás
natural e o carvão continuam as das principais fontes de energia, no cenário atual. E a
expectativa é que o consumo destes continue crescente. Com isso, a indústria de
petróleo e gás está entre as maiores indústrias do mundo, e sua geopolítica é
responsável pela definição de estratégias econômicas, políticas e diplomáticas
globalmente. Por sua atividade extractivista de recursos naturais não renováveis, as
companhias petrolíferas já possuem, intrinsecamente, um caráter anti ecológico. Além
disso, a indústria de petróleo e gás é uma das grandes emissoras de gases causadores do
efeito estufa, e sendo assim considerada uma das responsáveis pelas mudanças
climáticas globais. A cadeia produtiva deste setor é bastante complexa, e envolve
impactos e riscos desde os estudos geológicos prévios à exploração, passando pela fase
de exploração e produção, até as etapas de refino e transporte. Na etapa de estudos
geológicos, em especial a sísmica, os impactos se dão em primeiro lugar sobre a fauna
da região. Como os estudos sísmicos se dão por emissão sonora, tanto nos casos
onshore, como nos casos offshore, pode haver impactos físicos auditivos. Além disso,
os estudos de sísmica offshore podem resultar em alterações de comportamento e ecos
sistémicas em espécies marinhas e alterações na atividade pesqueira, enquanto os
estudos em atividades onshore podem provocar desmatamento com efeito sobre a
biodiversidade, interferências em unidades de conservação em terras indígenas, além de
interferências com outras atividades antrópicas. Durante a queima do gás associado de
petróleo, descargas de resíduos de produção (água e cascalho de perfuração), no mar em
caso offshore e em outras destinações como corpos hídricos, no caso onshore. Ainda
podem acontecer impactos sobre a fauna e a flora locais, sobre a saúde dos
trabalhadores e nas atividades como a pesca e o turismo. No caso de atividades onshore
podem ocorrer desmatamento e interferências em áreas indígenas e de conservação.
Além de impactos socio econômicos e o riscos de vazamento e incêndio, chamado
blow-out.
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CAPITULO 1: HISTÓRICO
A gestão ambiental não é um conceito novo e nem uma nova necessidade. O homem
sempre teve que interagir com responsabilidade com o meio ambiente.
A primeira conferência mundial para o meio ambiente foi realizada em 1972, em
Estocolmo, na Suécia, com grandes patrocínios como o da ONU. Ocorreram vários estudos
com o objetivo de traçar estratégia para a preservação da vida no planeta e também assuntos
com relação entre as empresas e o meio ambiente. Ocorreu à segunda conferência mundial
para o meio ambiente no Rio de Janeiro, no centro de convenções Rio centro, em junho de
1992 com patrocínio da ONU. Participaram chefes de estado e delegações oficiais além de
equipas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Nesta conferência foi
reconhecida a importância da gestão ambiental a nível intergovernamental. Nos últimos
anos surgiram grandes quantidades de normas e regulamentos sobra questão do meio
ambiente,
mundialmenteconhecidaNormaISO14001:1996eoEMASEcoManagementandAuditScheme.
O sucesso com a série ISO 9000, e criações de normas ambientais em vários países, fizeram
queaISOavaliasseanecessidadedenovascriaçõesdenormasinternacionaisdegestãoambiental,cr
iando em1991 o grupo estratégico de aconselhamento sobre o Ambiente (SAGE).Em 1992
por orientações da SAGE deram origem a uma nova comissão (ISO/TC 207) a fim de
normalizar internacionalmente a gestão ambiental.
deste setor, que querem ser, ao mesmo tempo, competitivas e sustentáveis. Deste modo estas
organizações devem levar em consideração as questões ambientais e sociais na sua
estratégia. Neste sentido, além das organizações e ferramentas citadas na seção anterior
(2.1) o setor de petróleo e gás possui organizações que tratam sobre as questões ambientais
específicas do setor (Figura 2). A primeira delas foi a International Petroleum Industry
Environmental Conservation Association (IPIECA), lançada em 1974 logo após a
Conferência de Estocolmo. Esta é uma associação global que aborda as questões sociais e
ambientais que envolvem as etapas de upstream e downstream da indústria petrolífera, além
de ser o principal canal de comunicação do setor com as Nações Unidas (IPIECA, 2016).
A IPIECA tem como objetivo ajudar a indústria de petróleo e gás a melhorar o seu
desempenho ambiental e social por meio do desenvolvimento, partilha e comunicação de
boas práticas, trabalhando em parceria com as principais partes envolvidas (IPIECA, 2016).
As principais áreas de atuação desta organização são: água, biodiversidade, mudanças
climáticas, saúde, derramamento de óleo, combustíveis e produtos, relatórios de
sustentabilidade e responsabilidade social (IPIECA, 2016). A associação é responsável pela
divulgação de diversas diretrizes, entre elas destacam-se: a Ferramenta Global de Água
elaborada com o WBCSD, as Diretrizes para Reporte de Emissões de GEE, e o Checklist de
Biodiversidade e Serviços Ambientais (MAGRINI e BOTELHO, 2011). Além disso, no ano
de 2011 a IPIECA, em parceria com o American Petroleum Institute (API) e a International
Association of Oil and Gas Producers (IOGP), publicou as Diretrizes de Comunicação
Voluntária de Sustentabilidade para o setor de petróleo e gás.
O setor de petróleo e gás vem buscando iniciativas para melhor adaptar-se a esse
movimento rumo ao desenvolvimento sustentável. Segundo MAGRINI (2012) pode-se
destacar:
Os princípios são ideias força que dão base d esustentação às normas jurídicas
positivadas.
3.1.2-Princípio da solidariedade.
A Lei 6.938/81 institui a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA e criou o Sistema
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, incorporando e aprimorando leis estaduais de
proteção ambiental, tornando-se uma das mais importantes leis de proteção ambiental,
depois da Constituição Federal, pela qual foi recepcionada. Assim, a política Nacional do
Meio Ambiente apresenta os instrumentos destinados à preservação ambiental e ao
desenvolvimento sustentado da sociedade. É sabido que todo e qualquer projeto de
desenvolvimento interfere no meio ambiente, da mesma maneira é certo que o crescimento
socio e económico é um imperativo; portanto, é imprescindível discutir os instrumentos e
mecanismos que os conciliem, minimizando quanto possível os impactos ecológicos
Negativo e consequentemente os custos econômicos e sociais.
A Política Nacional do Meio Ambiente prevê a necessidade de, entre outras coisas, a
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) que é um procedimento que tem por objetivo
examinar as repercussões de determinados empreendimentos e atividades sobre o meio
ambiente. Ela pode ser realizada previamente à implantação do empreendimento, durante a
sua operação ou no encerramento das atividades. Ela foi introduzida no Brasil pelo decreto-
lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, que estabelece que as empresas que viessem a se
instalar deveriam ser dotadas de equipamentos capazes de diminuir ou impedir poluição
produzida por suas atividades. Contudo, foi com a lei 6.803/1980 que a expressão avaliação
ambiental ingressou em nosso Direito.
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Gestão ambiental;
Pesquisa em energias renováveis;
Relação com governos;
Proteção do meio ambiente, incluindo o uso e descarte de água e produtos químicos;
Transparência dos pagamentos aos governos e lobbying de políticas públicas;
Saúde e Segurança;
Vazamentos.
Desde os anos 90, no setor industrial vem sendo discutido formas de controlar a
emissão de gases e resíduos sem afetar a produção em grande proporção. O mundo já
presenciou a ECO 92, Protocolo de Kyoto e uma série de ações que de alguma forma
promovem o pensamento sustentável na indústria. As indústrias, independente do ramo de
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As ações que podem ser adotadas num processo produtivo para contribuir com o
desenvolvimento sustentável São:
Essas práticas devem ser implementadas de maneira ordenada, para alcançar o resultado
esperado.
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O petróleo é um combustível fóssil de cor escura, menos denso que a água, formado
a partir de uma combinação de diversos hidrocarbonetos. É encontrado em reservatórios que
ficam abaixo de várias camadas de sedimentos tanto no mar como na terra, principalmente
em bacias sedimentares (onde se encontram meios mais porosos).
Nos últimos anos o petróleo tem sido cada vez mais explorado por ser um recurso
energético e o maior gerador de divisas para a economia de muitos países, incluindo
Angola. No entanto, as actividades que envolvem a exploração e utilização deste recurso
têm elevados impactos ambientais.
A utilização do petróleo e outros combustíveis fósseis são uma das maiores causas
das alterações climáticas. Milhões e milhões de toneladas de gases nocivos como o dióxido
de carbono (CO2), são libertados para a atmosfera durante a produção e utilização de
combustíveis fósseis. Esta enorme emissão contribui para o efeito estufa e consequente para
o aquecimento global. Durante o processo de extracção de petróleo, é comum também
haverem derrames, causando poluição marinha ou dos solos.
Esta destruição da fauna e flora para além de causar danos ambientais, causa também danos à
sociedade. A destruição dos ecossistemas provoca enormes prejuízos à actividade pesqueira,
aquacultura e ao turismo. Isto acontece porque os resíduos petrolíferos são de difícil remoção
e impedem a utilização das praias por exemplo, o que impacta o turismo e pode
consequentemente aumentar a da taxa de desemprego.
Cabinda já registou vários derrames graves de petróleo como foi em 2001, 2011 e 2015 pela
Chevron e, em 2019 pela Somoil.
Mais recentemente, no dia 1 de Fevereiro de 2020 foram detetadas manchas de petróleo nas
praias da Quinfuquena, no município do Soyo, província do Zaire, e que avançaram até a
província de Cabinda. Estas ocorrências têm afectado drasticamente o ecossistema do
Parque Nacional do Maiombe nas mais variadas vertentes. Segundo os pescadores e
populares da região, os derrames provocaram a morte de algumas espécies raras de animais
marinhos em Cabinda, com destaque para as tartarugas e baleias, e podem ser um dos
fatores causadores do desaparecimento dos mangais da foz do rio Chilongo.
Estes desastres ecológicos também têm elevado custo económico pois as operações de
limpeza são muito caras e há a necessidade de compensar os efeitos económicos provocados
pelos mesmos, como o pagamento de subsídios de desemprego aos afetados.
Como mitigar as consequências dos derrames de petróleo?
Os mecanismos de degradação do petróleo ainda precisam de mais estudos e isso faz com
que o combate aos derrames seja pouco eficaz. O petróleo só se degrada naturalmente
devido a fenómenos de oxidação e evaporação mas que demoram centenas ou até mesmo
milhares de anos. Por isso, a única solução efetiva nesse momento é a prevenção:
Fazer cumprir a legislação ambiental como o Decreto n.º 39/00, de 10 de Outubro (que
regula a proteção do Ambiente no decurso das atividades petrolíferas), bem como o Decreto
executivo n.º 11/05 de 12 de Janeiro (regulamento sobre os procedimentos de notificação da
ocorrência de derrames);
Criar contactos para denúncias de derrames de petróleo por parte das autoridades
fiscalizadoras;
Desenvolver métodos de transporte de petróleo mais seguros;
Fiscalizar de modo contínuo os navios que se encontrem em águas continentais.
Entretanto, nenhum esforço será suficiente se não houver mudança na consciência de quem
trabalha direta ou indiretamente no sector petrolífera. É necessário que se façam campanhas
de consciencialização sobre os impactos causados pela indústria petrolífera, para que os
cidadãos também tenham noção de que é o nosso consumo que leva a perfuração e produção
de mais derivados de petróleo. É ainda fundamental que entendamos a importância que cada
ser vivo tem no planeta e que compreendamos que a destruição de qualquer espécie e seu
habitat, afeta diretamente a nossa vida.
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De acordo com um estudo feito pela KPMG em 2013, 95% das 250 maiores
empresas do mundo relatavam seu desempenho em sustentabilidade através de relatórios,
sendo que 80% delas usam as diretrizes da GRI. Desta maneira percebesse que as empresas,
de uma forma geral, vem adotando as guias do GRI na elaboração dos seus relatórios. Ao se
realizar uma análise do setor de petróleo e gás verificou-se que o mesmo também tem
demonstrado um aumento na divulgação de relatórios de sustentabilidade baseados nas
diretrizes da GRI e desta forma indicando uma maior aderência a este instrumento Esta
análise baseou-se em um levantamento de informações no site da GRI. O mesmo possui um
banco de dados onde as empresas que utilizam ou não as suas diretrizes podem registrar os
seus relatórios e torná-los públicos e acessíveis. Deste modo foi possível verificar a
quantidade aproximada de empresas do setor de petróleo e gás que adotam as diretrizes da
GRI.
DJSI
Total Incluídas ___ Linear (Incluídas)
160
Quantidade de empresas
140
120
100
80
60
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Gráfico - Comparação anual entre a quantidade total de empresas convidadas e a quantidade de companhias incluídas no DJSI.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS