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A LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03

1 A LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................................... 05

2 ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA ............................... 09

3 A SALA DE AULA E O PROFESSOR .................................................................. 22

REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .................................................. 28

AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 31
INTRODUÇÃO

Sejam bem-vindos!

Nos esforçamos para oferecer um material condizente, procurando


referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao
curso.

As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e
provado pelos pesquisadores.

Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos


colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar
nosso trabalho.

Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês


são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que:
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos
nossos/ seus alunos.

Nesta apostila nosso intento é relembrar a alguns e apresentar a outros, a


origem e formação da língua portuguesa, preenchendo assim uma lacuna que
acreditamos existir, ou seja, somos levados a decorar e utilizar regras a todo o
momento, no entanto, a origem de tais regras nós desconhecemos. Após essa breve
história da origem e formação da nossa língua a discussão será sobre a sala de aula
e o papel do professor de Língua Portuguesa, e por fim, focaremos sobre alguns
métodos e técnicas para ensino da nossa língua que esperamos sejam de prática
utilidade para os docentes que atuam na educação básica, mas ressaltamos que
haverá uma apostila específica para tratar dos métodos de ensino, reforçando o
assunto aqui introduzido.

Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos


serem os mais importantes para a disciplina.
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico.

Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar
dúvidas e aprofundar os conhecimentos.
1 A LÍNGUA PORTUGUESA

A primeira lembrança que nos vem à mente quando falamos em língua nos
leva ao órgão do corpo que é usado na comunicação, e é a partir daí que começamos
a entender que o idioma escrito hoje, foi um dia, apenas falado. A partir desse princípio
de fala, nós definimos língua como o conjunto de letras que formam palavras com
sentidos diversos. E a relação dessas palavras e suas significações nós chamamos
de sistema. Logo, a língua é um sistema, ou seja, um conjunto de elementos que
relacionam entre si e formam um significado (VILARINHO, 2009).

A língua é o meio que favorece a interação entre os homens e a escola se


revela, pois, como o espaço formalizado para a realização dessa interação. E os
interlocutores, em princípio, participativos de um diálogo com fins determinados
(ensinar e aprender) são reais e não, virtuais - professor e aluno (ZANINI, 1999).

Desde a pré-história, a necessidade de comunicação se fazia presente. Antes


da língua oral, o homem desenvolveu outras linguagens como gestos, sinais e
símbolos pictóricos, amuletos, tudo isto profundamente relacionado com o mítico
(deus).

No entendimento de Cavalcanti (2011) essa necessidade de se comunicar


encontra fundamento na própria essência humana, já que se nota a propensão à
partilha e à organização social.

Acredita-se que as primeiras articulações de sons produzidos pelo nosso


aparelho fonador com significados distintos para cada ruído, convencionados em
código, foram celebradas na Língua Indo-europeia, numa região incerta da Europa
oriental, a 3000 a.C. A partir de então, o Indo-europeu foi levado a diversas regiões,
desde o Oriente Próximo até a Grã-Bretanha. Justamente pela grande propagação
dessa língua em territórios tão distantes, o Indo-europeu evolui na forma de diversas
novas línguas, como o grego, o eslavo e o itálico (CAVALCANTI, 2011).

O latim é uma terceira fisionomia, determinada por fatores locais (cultura,


principalmente), daquela primeira língua, o Indo-europeu, falada pelo homem ainda
na pré-história. (sobre o latim veremos em detalhes no próximo tópico).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para a Língua Portuguesa
(PCN), o domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o domínio da
língua, como sistema simbólico utilizado por uma comunidade linguística, são
condições de possibilidade de plena participação social. Pela linguagem os homens e
as mulheres se comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem pontos
de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem cultura. Assim, um
projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à
escola a função e a responsabilidade de contribuir para garantir a todos os alunos o
acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania (BRASIL,
1997, p. 19).

Nossa língua recebe adjetivação de ―portuguesa‖ porque veio de Portugal,


colonizador do Brasil. Porém, o português de Portugal não permaneceu em sua
colônia de maneira pura e simples, mas recebeu uma conotação abrasileirada e, por
isso, falamos do português do Brasil. No entanto, não só o Brasil foi colonizado pelos
portugueses e fala o português, mas também outros países: Ilha da Madeira,
Arquipélago dos Açores, Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São
Tomé e Príncipe, como mostra o mapa abaixo:
Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se,
como qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que divergem
de maneira mais ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao
vocabulário. Tal diferenciação, entretanto, não compromete a unidade do idioma:
apesar da acidentada história da sua expansão na Europa e, principalmente, fora dela,
a língua portuguesa conseguiu manter até hoje apreciável coesão entre as suas
variedades.

As formas características que uma língua assume regionalmente


denominam-se dialetos. Alguns linguistas, porém, distinguem o falar do dialeto.

Dialeto seria um sistema de sinais originados de uma língua comum, viva ou


desaparecida; normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas sem uma
forte diferenciação diante dos outros dialetos da mesma origem. De modo secundário,
poder-se-iam também chamar dialetos as estruturas linguísticas, simultâneas de
outra, que não alcançam a categoria de língua.

Falar seria a peculiaridade expressiva própria de uma região e que não


apresenta o grau de coerência alcançado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um
dialeto empobrecido, que, tendo abandonado a língua escrita, convive apenas com
manifestações orais.

O Português é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e


alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como patrimônio nacional e utilizam
como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no
relacionamento com as outras comunidades lusofalantes.

Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios


separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é
sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta
grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas,
também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo. É
possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do
português, conforme a perspectiva do observador.

Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma


sensação de unidade. Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialetos) ou
grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo
de divisão.

Sobre a Unidade da Língua Portuguesa

Uma língua de cultura como a nossa, portadora de longa história, que serve
de matéria prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação mundial
de diversas sociedades, não se esgota na descrição do seu sistema linguístico: uma
língua como esta vive na história, na sociedade e no mundo. Tem uma existência
que é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos e,
imediatamente, pela existência dos grupos que a falam.

Isto significa que o português falado em Portugal, no Brasil e na África pode


continuar a ser sentido como uma única língua enquanto os povos dos vários países
lusofalantes sentirem necessidade de laços que os unam. A língua é, porventura, o
mais poderoso desses laços. A este respeito, Raposo (1984, p. 592) diz que a
realidade da noção de língua portuguesa, aquilo que lhe dá uma dimensão qualitativa
para além de um mero estatuto de repositório de variantes, pertence, mais do que ao
domínio linguístico, ao domínio da história, da cultura e, em última instância, da
política. Na medida em que a percepção destas realidades for variando com o decorrer
dos tempos e das gerações, será certamente de esperar, concomitantemente, que a
extensão da noção de língua portuguesa varie também.

Sobre a Diversidade da Língua Portuguesa

A diversidade linguística que o português apresenta através do seu enorme


espaço pluricontinental é, inevitavelmente, muito grande e certamente vai aumentar
com o tempo.

Os linguistas acham-se divididos a esse respeito: alguns acham que, já neste


momento, o português de Portugal (PE) e o português do Brasil (PB) são línguas
diferentes; outros acham que constituem variedades bastante distanciadas dentro de
uma mesma língua.
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2 ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

A Língua Latina surgiu na região do Lácio (hoje Itália ao sul do Rio Tibre), por
volta do século VII a.C., dois milênios depois do Indo-europeu. Roma era a capital do
Lácio (um grandioso império, diga-se de passagem) e apropriando-se da língua
utilizada pelos povos itálicos (fundadores de Roma) que ainda sofriam invasões
bárbaras, os romanos tornaram o Latim a língua oficial do Império, porém, como
aconteceu ao Indo-europeu, o Latim, não podendo permanecer o mesmo em tão
diferentes lugares e tão longínquas regiões, foi sofrendo alterações, devido,
sobretudo, a fatores locais (cultura, folclore, invasões) , até se fragmentar.

Numa breve linha do tempo podemos situar assim a evolução da língua


portuguesa:

Pré-história - Latim Vulgar (VII a.C. – IX d.C)

Ainda no Império Romano, as pessoas eram obrigadas a falar Latim, mesmo


não sendo sua língua local. Os romanos conquistaram a Península Ibérica em 218
a.C. A partir de então, o Latim falado na Galícia e na Lusitânia (províncias ibéricas)
adquiriu traços peculiares próprios da Península. Essa época é chamada pré-histórica
porque não há documentos escritos, o Latim Vulgar era apenas falado (principalmente
pelo povo nas situações domésticas), mas oficialmente (nos documentos e registros
escritos) só se podia usar o Latim Canônico.

Primeiras Letras do Latim Vulgar (IX d.C. – XII d.C.)

No século IX, começa a escritura dos primeiros documentos em Latim


bárbaro, ou seja, com traços de uma nova língua que se anunciava entre o povo.
Dessa forma, trata-se de registros de pequena importância na hierarquia de poder
(testamentos, contratos, documentos jurídicos de pequena monta).
Note-se que esses documentos de cartórios, se não atendiam aos interesses
dos governantes, faziam parte da vida privada do povo, que dava a mão de obra para
as instituições de baixo escalão.

O galego-português (1150-1200)

A partir do final do século XII, na Península Ibérica não se fala mais o Latim,
nem mesmo em sua forma Vulgar. As características do Latim que não se
identificavam com a vida e o pensamento da grande população se perderam. Portanto,
já completamente descaracterizado, o latim torna-se, aos poucos, língua morta, e
cada vez mais vigora o Galego-português, uma evolução do Latim totalmente de
acordo com o que o povo queria, pois, o Latim era uma língua imposta pelos romanos
os povos ibéricos.

A Língua Portuguesa (século XIV - XVI)

A partir do século XIV, o Galego-português cada vez mais é substituído pelos


dialetos regionais da Lusitânia e da Galícia, até que o Português se dissocia do
Galego.

Já a partir do século XVI, a Língua já está muito perto do uso que fazemos
hoje. O Português começa a dar seus primeiros passos. Ainda há resquícios do
galego-português, principalmente na ortografia, que é sempre cambiante. Entretanto,
o predomínio das características do Português é evidente (CAVALCANTI, 2011).

A maior parte do vocabulário da Língua Portuguesa tem sua origem no Latim:


pater (pai); mater (mãe); filius (filho); manus (mão); aqua (água); bonus (bom); fortis
(forte); viridis (verde); dicere (dizer); cadere (cair); amare (amar); avis (ave).

Não obstante, a estas palavras se somam outras provenientes do Latim


Vulgar (termos populares): bellus (belo); caballus (cavalo); cattus (gato); casa (casa);
grandis (grande)

Também há de se considerar a sobrevivência de várias palavras oriundas da


língua local, antes da invasão romana: barro, manteiga, veiga, sapo, esquerdo.

Algumas palavras germânicas foram incorporadas a muitas línguas


românicas, inclusive o Português. Na maioria dos casos, foram introduzidas por
ocasião das invasões bárbaras, das quais estas são provenientes: guerra; guardar;
trégua; ganso; lua; roubar; espiar; fato (roupa); ataviar; estaca; espeto; agasalhar;
gana; branco; brotar.
A última observação recai na longa permanência dos mouros na Península,
fato que refletiu na Língua. Até hoje, a presença dos árabes na Ibéria pode ser notada
pela região de Andaluzia, onde existe uma grande quantidade de ciganos e outros
povos bárbaros ou nômades. Dentre as palavras de uso corrente na Língua
Portuguesa, citem-se: arroz; azeite; azeitona; bolota; açucena; javali; azulejo; açúcar;
refém, arrabalde; mesquinho; baldio; até

Dentre elas, pode-se destacar o grupo de palavras que se iniciam por AL, que
é o artigo da língua árabe: alface; alfarrábio; alfinete; albarda; alicerce; almofada;
alfaiate; almocreve; almoxarife; alfândega; aldeia (CAVALCANTI, 2011).

Chegamos a um tempo mais moderno e uma nova divisão: os crioulos!

Os crioulos são línguas naturais, de formação rápida, criadas pela


necessidade de expressão e comunicação plena entre indivíduos inseridos em
comunidades multilíngues relativamente estáveis. Procurando superar a pouca
funcionalidade das suas línguas maternas, estes recorrem ao modelo imposto (mas
pouco acessível) da língua socialmente dominante e ao seu saber linguístico para
constituir uma forma de linguagem veicular simples, de uso restrito, mas eficaz, que
posteriormente é gramaticalmente complexificada e lexicalmente expandida, em
particular pelas novas gerações de crianças que a adquirem como língua materna,
dando origem ao crioulo (MATTOS E SILVA, 2000).

Chamam-se de base portuguesa os crioulos cujo léxico é, na sua maioria, de


origem portuguesa. No entanto, do ponto de vista gramatical, os crioulos são línguas
diferenciadas e autônomas.

Sendo a língua-base aquela que dá o léxico, podemos encontrar crioulos de


diferentes bases: de base inglesa (como o Krio da Serra Leoa), de base francesa
(como o crioulo das Seychelles), de base árabe (como o Kinubi do Uganda e do
Quênia) ou outra.

Os crioulos de base portuguesa são habitualmente classificados de acordo


com um critério de ordem predominantemente geográfica embora, em muitos casos,
exista também uma correlação entre a localização geográfica e o tipo de línguas de
substrato em presença no momento da formação.
Na África formaram-se os Crioulos da Alta Guiné (em Cabo Verde, Guiné-
Bissau e Casamansa) e os do Golfo da Guiné (em S. Tomé, Príncipe e Ano Bom).

Classificam-se como Indo-portugueses os crioulos da Índia (de Diu, Damão,


Bombaim, Chaul, Korlai, Mangalor, Cananor, Tellicherry, Mahé, Cochim, Vaipim e
Quilom e da Costa de Coromandel e de Bengala) e os crioulos do Sri-Lanka, antigo
Ceilão (Trincomalee e Batticaloa, Mannar e zona de Puttallam). Quanto a Goa (na
Índia), é discutível se aí se terá formado um crioulo de base portuguesa. Theban
(1985) e Tomás (1995) consideram, contrariamente a Holm (1989) e Clemens (1996,
2000), que a pressão muito forte do português, língua oficial e de instrução, teria
impedido a formação de um crioulo em Goa (MATTOS E SILVA, 2000).

Na Ásia surgiram ainda crioulos de base portuguesa na e em algumas ilhas


da Indonésia conhecidos sob a designação de Malaio-portugueses.

Os crioulos Sino-portugueses são os de Macau e Hong-Kong.

Na América encontramos ainda um crioulo que se poderá considerar de base


ibérica, já que o português partilha com o castelhano a origem de uma grande parte
do léxico (o Papiamento de Curaçau, Aruba e Bonaire, nas Antilhas) e um outro crioulo
no Suriname, o Saramacano, que, sendo de base inglesa, manifesta no seu léxico
uma forte influência portuguesa.

As navegações, expansão e colonização portuguesa foram propícias ao


contato linguístico e à formação de crioulos. As situações sociolinguísticas
decorrentes dos diferentes tipos de contato entre a língua portuguesa e as outras
línguas africanas, asiáticas e americanas, estiveram na origem de manifestações
linguísticas também diferentes.

Os primeiros contatos favoreceram, naturalmente, a formação de línguas de


contato, para efeitos de comunicação imediata, sobretudo quando as línguas
veiculares tradicionalmente usadas para o mesmo fim, como o árabe, deixavam de
ser funcionais. Estes contatos perduraram como línguas de comércio na África e na
Ásia até ao século XVIII.

A partir desses primeiros contatos, onde a língua portuguesa conseguiu se


impor, apoiada por um número elevado de falantes (como no Brasil) ou por uma
política de ensino e difusão sistemática (como em Goa, sede do poder militar e
administrativo português desde 1512), foi plenamente adquirida pelos grupos que a
ela tiveram acesso e manteve-se assim, com vitalidade, muitas vezes a par das outras
línguas maternas e do próprio contato de base portuguesa.

Pelo contrário, a formação das línguas crioulas ocorreu, tipicamente, em


comunidades multilíngues em que houve fraco acesso ao modelo da língua
portuguesa (sendo o número de portugueses proporcionalmente muito inferior ao dos
outros grupos), perda parcial ou mesmo total de funcionalidade das outras línguas
maternas e forte miscigenação. Estas condições ocorriam em zonas de concentração
e isolamento das populações miscigenadas, longe das suas terras e culturas de
origem, em particular em plantações e em ilhas como as de Cabo Verde e São Tomé,
mas também nas fortificações costeiras edificadas pelos portugueses nos séculos XV
e XVI.

Os crioulos de base portuguesa conhecidos surgiram nas zonas e locais


assinalados nos mapas (ver o mapa no primeiro capítulo) de três modos distintos: por
formação in loco ou por difusão (tendo, neste caso, migrado com os seus falantes para
diferentes partes do mundo às vezes tão longínquas como as Antilhas), ou ainda pela
convergência das duas formas.

Os crioulos de base portuguesa que se presume terem existido em algumas


zonas do Brasil, nomeadamente no Nordeste, poderão ter sido o resultado dessa
convergência: ao contexto multilíngue favorecido pelas plantações de açúcar veio
associar-se a importação de escravos de regiões africanas onde comprovadamente
já se falava crioulo, como no arquipélago de São Tomé (MATTOS E SILVA, 2000).

Sendo, ao contrário dos pidgins 1, línguas maternas de uma comunidade, os


crioulos, uma vez formados, passaram a constituir símbolos de identidade de grupo
o que explica, em grande parte, a sua resistência às subsequentes investidas
assimiladoras das línguas de poder e de maior prestígio social e cultural que com eles
se mantiveram em contato, entre as quais o próprio português.

1 As línguas de contato.
Essa resistência foi tanto maior e mais eficaz quanto maior o isolamento e
quanto menor o poder e a pressão das línguas em contato (nomeadamente através
da instrução). Foi ainda favorecida quando à língua crioula se veio associar a
identificação com a religião cristã, por oposição às religiões circundantes. Em
circunstâncias em que as populações falantes de crioulos ascenderam à
independência (Cabo Verde, Guiné-Bissau...) houve mesmo uma revitalização do
crioulo, fortalecida nos casos de oficialização.

Ainda assim, esses focos de resistência acabaram frequentemente por ceder


e permitir uma descrioulização umas vezes paulatina, outras acelerada, conduzindo,
em alguns casos, à morte, em particular quando os crioulos perderam a funcionalidade
em favor de outras línguas social e politicamente dominantes (como aconteceu com a
maioria dos crioulos da Ásia).

Os Crioulos do Brasil

Segundo Pereira (2000) alguns autores referem-se a uma variedade não


padronizada do português brasileiro, o Português Vernáculo do Brasil (PVB) (Holm et
al 1999), como sendo um semi-crioulo, uma variedade que, embora partilhando com
os crioulos alguns traços estruturais, não resultou de um processo de crioulização
radical. Nesta perspectiva, em situação de contacto entre múltiplas línguas, o
português, constituindo um modelo pouco acessível, nomeadamente nas
comunidades escravas, teria sido adquirido como segunda língua por falantes adultos
de outras línguas maternas (em particular africanos) de uma forma imperfeita sofrendo
uma reestruturação parcial e nessa forma tendo sido transmitido de geração em
geração. A presença de traços tipicamente crioulos (tais como a variação no uso de
flexões verbais e na concordância nominal e verbal) ter-se-ia devido, igualmente, à
influência de antigos crioulos falados no Brasil (nomeadamente pelos escravos
trazidos da costa ocidental de África para trabalhar nas plantações) e atualmente
extintos.

Para outros autores (como Parkvall 1999 apud Pereira, 2000), o grau de
reestruturação patente no PVB é tão moderado que dificilmente se lhe poderá aplicar
a designação de semi-crioulo, podendo a reestruturação existente explicar- se, não só
pelo efeito do contato com outras línguas, mas também, pela evolução interna inerente
a qualquer língua.
No entanto, existe uma variedade dialetal afro-brasileira que parece
corresponder a uma fase avançada de descrioulização de um anterior crioulo, a
variedade de Helvécia, ao sul da Bahia. A povoação de Helvécia descende de
escravos negros que pertenciam a uma colônia suíça alemã fundada em 1818.

Segundo Baxter (1995), nas primeiras épocas da Colônia Leopoldina, o


português que serviu de modelo para a formação desta variedade era ele próprio muito
variável, sendo falado por uns como língua materna e por outros como língua
segunda, o que favoreceu um processo mais radical de reestruturação (PEREIRA,
2000).

Aspectos que diferenciam o Português Brasileiro e o Português Europeu


contemporâneo

Evidentemente que o Português Brasileiro descende do Europeu, mas no


Brasil, tomou a sua forma na complexa interação entre:

A língua do colonizador (e, portanto, do poder e do prestígio);

As numerosas línguas indígenas brasileiras;

As também numerosas línguas africanas chegadas pelo tráfico negreiro


(oficial entre 1549 e 1830, não oficial antes e depois desses limites); e
finalmente,

As línguas dos que emigraram para o Brasil da Europa e da Ásia, sobretudo a


partir de meados do século XIX.

Dessapotencial que Pereira (2000) denomina Babel linguística, foi se


definindo, ao longo de quinhentos anos – pouco tempo para a história de uma língua
o formato brasileiro contemporâneo da língua portuguesa.

Aspectos fônicos

Quando algum estrangeiro ouve um brasileiro e um português, ou quando um


brasileiro ouve um português (ou vice-versa), a primeira impressão que se instala é a
da diferença do sotaque, que caracteriza a pronúncia diferenciadora do brasileiro em
relação ao português. Esse sotaque/pronúncia recobre distinções fônicas, tanto
suprassegmentais ou prosódicas, interpretadas ainda imprecisamente pelos
linguistas, como diferenças fônicas segmentáveis (as realizações fonéticas próprias
ao sistema vocálico e consonântico do Português Brasileiro e do Europeu) (MATTOS
E SILVA, 2010).

Aspectos sintáticos

O ouvinte estrangeiro não perceberia de imediato as profundas diferenças


sintáticas. Não se pode negar que um ponto central da diferença está no sistema
pronominal, tanto na posição de sujeito, como de complemento, com reflexos
inevitáveis nos possessivos e no paradigma das flexões número-pessoais do verbo.

No Brasil, com a expansão do você e do ―a gente‖ como pronomes pessoais


e com a redução do uso do tu e do vós, a 3ª pessoa verbal se generaliza: temos hoje
em convivência, no Brasil, um paradigma verbal de:

 quatro posições:
eu falo | ele, você, a gente fala | nós falamos | eles, vocês falam;

 outro de três posições,


eu falo | ele, você, a gente fala | eles falam;

 outro de duas posições, dos menos escolarizados, ou não-escolarizados,


sobretudo de áreas rurais, mas não só, que não aplicam a regra de
concordância verbo-nominal,

eu falo | ele, você, a gente, eles, vocês fala.

Em algumas áreas geodialetais brasileiras, usa-se o tu, na fala corrente com


o verbo na 3ª pessoa (tu fala) e, em reduzidas áreas (talvez a mais forte seja o litoral
catarinense e sul riograndense), ao tu ainda se segue a flexão histórica (tu falas).

Percebe-se que quanto mais é reduzido o paradigma flexional número-


pessoal do verbo, mais necessário se faz o preenchimento do sujeito pronominal,
perdendo assim o Português Brasileiro o chamado parâmetro pro-drop2, possível no

2 Anáfora zero ou nula é o fenômeno pelo qual uma certa classe de pronomes pode ser omitida
quando puderem de algum modo ser inferidos pragmaticamente (essa condição varia entre as diversas
línguas, sendo até ser difícil de ser definida).Línguas em que existe isso são chamadas pro- drop
(redução de de pronoun-dropping, do inglês para ‗supressão de pronome‘.
Português Europeu, em que essas reduções não ocorrem tal como no Português
Brasileiro.

O uso extensivo de você, em lugar de tu, cria no Português Brasileiro uma


ambiguidade para o seu, possessivo que pode referir-se ao interlocutor ou não,
ambiguidade desfeita no discurso (-Comprei seu livro ontem ou Zélia Gattai escreveu
um novo romance, seu livro está sendo muito vendido). Ambiguidade também
desfeita, estruturalmente, pelo dele, que passa a adquirir a condição de pronome
possessivo (Saramago escreveu um novo romance, o livro dele está sendo muito
vendido).

Quanto aos pronomes complementos clíticos, sobretudo os de terceira pessoa


– o, a, os, as – estão sendo eliminados no Português Brasileiro, preferindo- se, em
seu lugar, ou o sintagma nominal pleno ou, embora estigmatizado pelos altamente
escolarizados, o pronome sujeito correspondente, o chamado ele acusativo ou ainda
o apagamento do pronome complemento, estratégia de esquiva muito frequente (-
Seu filho estava no Shopping. Eu vi seu filho lá ou ...eu vi ele lá ou ...eu vi lá). O
apagamento do objeto direto pronominal clítico é corrente no Português
Brasileiro, movimento inverso ao preenchimento do sujeito (MATTOS E SILVA, 2000).

Ainda quanto aos pronomes complementos clíticos, ressalta o lhe,


originalmente um dativo, correspondente ao objeto indireto, usado como acusativo,
objeto direto, correlacionado ao pronome sujeito você (- Você gosta muito de cinema.
Eu lhe vejo sempre no Multiplex). O lhe acusativo varia com te, mesmo sendo o
tratamento você (- Você gosta de cinema. Eu te vejo sempre no Multiplex). Nos
exemplos dados, o clítico canônico – o/a – pode ocorrer no uso cuidado, monitorado,
de escolarizados; ele é adquirido na escola e, curiosamente, primeiro na escrita e
depois na fala, o que mostra ser um recurso sintático, efeito de aprendizagem pela
escolarização, e não adquirido naturalmente na infância.

Ainda sobre os clíticos e aí, não só os de 3ª pessoa, nós, brasileiros, quando


os usamos, preferimos a próclise. A ênclise é hoje mal aprendida na escola, tanto que,
cada vez mais, encontramos em textos de estudantes e em outros, como os
jornalísticos, a ênclise nas posições em que, historicamente, sempre se usou a
próclise, como nas orações subordinadas e nas negativas (O vestido que dei-lhe de
presente ficou bom; Eu não disse-lhe que viesse!). Há ainda aceitação normal e
generalizada dos clíticos na primeira posição da sentença, exceto os acusativos o, a,
os, as (- Lhe disse que não viesse; - Me passe esse livro).
Condicionamentos sócio-históricos na formação do Português Brasileiro

Segundo Mattos e Silva (2000) Serafim da Silva Neto (1986) defendia a tese
da unidade da língua portuguesa no Brasil, entrevendo que no Brasil as delimitações
dialetais espaciais não eram tão marcadoras como as isoglossas da România Antiga.
Mas Paul Teyssier (1982), na sua História da língua portuguesa, reconhece que na
diversidade socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Segundo ele a realidade,
porém, é que as divisões dialetais no Brasil são menos geográficas que socioculturais.
As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um
homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultural
originários de duas regiões distantes uma da outra.

A implementação dos estudos sociolinguísticos no Brasil demonstrou que o


Português Brasileiro é não apenas heterogêneo e variável, mas também plural e
polarizado, definindo-se dois sistemas igualmente heterogêneos, que designamos
como norma culta e norma vernácula, e outros autores como Português Brasileiro
culto e Português Brasileiro popular.

Essa heterogeneidade enraíza-se em condicionamentos de natureza sócio-


histórica: multilinguismo, ou contato entre falantes de múltiplas línguas distintas; fatos
da demografia histórica; mobilidade populacional dos escravos; escolarização no
Brasil, no período colonial e pós-colonial.

O multilinguismo no Brasil colonial e pós-colonial

Mattos e Silva (2000) afirmam, com certa margem de segurança, que até
meados do século XVIII o multilinguismo generalizado caracterizou o território
brasileiro, até certo ponto freado pelas leis pombalinas de política linguística dos
meados do século XVIII.
O multilinguismo perdura: ainda hoje, apesar de a língua portuguesa ser a
língua oficial majoritária no Brasil, persistem cerca de 180 línguas indígenas, com a
média de 200 falantes por língua, faladas por 300.000 a 500.000 índios (estimativas
de 2000), perfazendo 0,2 da população brasileira, que atinge hoje um total de
169.544.443 habitantes, segundo os primeiros resultados do Censo 2000.
Uma certa homogeneidade cultural e linguística, ao longo do litoral, a partir do
Rio Grande do Norte, e também na Bacia do Paraná/Paraguai, tornou possível a
gramatização da Língua mais falada na costa do Brasil, título muito adequado da
gramática do Pe José de Anchieta, publicada em 1595. Essa língua estará na base
do que no século XVIII veio a se designar de língua geral.

Rodrigues (1986) distingue duas línguas gerais:

 A paulista, de base tupiniquim e/ou guarani, que terá sido a língua de


intercomunicação entre colonizadores, colonos e índios nas bandeiras para os
interiores do Brasil, a partir de São Paulo, no século XVII; e,

 A amazônica, de base tupinambá, que, a partir do Maranhão, começou a


avançar na colonização da babélica Amazônia, adjetivo recorrente nos escritos
do Pe Antônio Vieira.

Enriquecer-se-á esse multilinguismo autóctone em contato com o português


do colonizador e com os escravos africanos trazidos para o Brasil, oficialmente a partir
de 1549, mas já solicitados antes. Após a instalação do primeiro governo geral, em
1549, estabeleceu-se o tráfico regular e estimulou-se a importação de africanos para
o Brasil. Segundo Couto (1992, p. 278), nos finais de quinhentos, a presença africana
(42%) já se estendia a todas as capitanias, ultrapassando no conjunto, qualquer um
dos outros grupos Portugueses (30%) e Índios (28%), apresentando um crescimento
espetacular nas capitanias de Pernambuco e Bahia, esta última sextuplicando seus
habitantes negros.

Teria o Brasil, ao findar o primeiro século colonial, 101.750 habitantes, dos


quais 42% de africanos. Diante desses dados demográficos se pode admitir que o
forte candidato para a difusão do português geral brasileiro, antecedente histórico do
atualmente designado de vernáculo ou português popular, variante sociolinguística
mais generalizada no Brasil, seriam os africanos e afrodescendentes, e não os
indígenas autóctones, já que o Português Brasileiro culto, próprio hoje, em geral, aos
de escolarização mais alta, será o descendente do Português Europeu ou mais
europeizado das elites e dos segmentos mais altos da sociedade colonial (MATTOS
E SILVA, 2000).

Além das línguas indígenas autóctones e das africanas chegadas com o


tráfico negreiro, que oficialmente se encerra em 1830, completa-se o quadro geral do
multilinguismo no Brasil com a chegada dos emigrantes europeus e asiáticos,
sobretudo a partir do século XIX. Os dados a seguir têm como fonte o estudo de Lúcio
Kreutz (2000, p. 351) A educação dos imigrantes no Brasil: os alemães formaram a
primeira corrente imigratória, a partir de 1824, localizando-se, sobretudo, em São
Leopoldo no Rio Grande do Sul. Os italianos vieram a partir da década de 1870 e
formaram o contingente maior: 1.513.151 de imigrantes. No mesmo período vieram
1.462.111 portugueses, 598.802 espanhóis, 188.622 japoneses (a partir de 1908),
123.724 russos, 94.453 austríacos, 79.509 sírio-libaneses, 50.010 poloneses e
349.354 de diversas nacionalidades.

Segundo este autor, a década mais intensa da imigração, entre 1850 e 1920,
foi a de 1890 com 1.200.000 imigrantes. Na sua grande maioria esses novos
componentes da sociedade multilíngue, multiétnica, multirracial e pluricultural
brasileira se situaram de São Paulo para o Sul.

Sobre a escolarização no Brasil colonial e pós-colonial

Até a primeira metade do século XIX, a etnia branca, constituída por


portugueses ou luso-descendentes, perfez apenas 30% da população. Nos outros
70% estão, sobretudo, os africanos e afrodescendentes, já que os indígenas ou
morreram por extermínio intencional ou por epidemias. Estes 70% adquiriram a língua
da colonização, a língua alvo, numa situação chamada pelos especialistas de
transmissão irregular ou de aquisição imperfeita, já que tinham história familiar de
língua não portuguesa.

Segundo Ribeiro (1999) em A origem do português culto a escolarização, em


1890 seriam 85% os analfabetos no Brasil. Chegou-se à segunda década do século
XX com apenas 25% como potenciais usuários do Português Brasileiro e 75% como
potenciais portadores do português popular brasileiro, ou seja, o vernáculo ou normas
vernáculas, ainda hoje predominantes no Brasil.
21

Conjugando assim os dados de demografia histórica, o tipo de transmissão


linguística irregular, majoritário ao longo dos séculos XVI ao XIX e os dados da quase
ausência de escolarização nesses séculos, pode-se interpretar a polarização
socioletal que caracteriza o Português Brasileiro da atualidade, no qual convivem os
portadores das normas cultas com os majoritariamente portadores das normas
vernáculas e ainda uma minoria, em extinção, que busca, no modelo da gramática
normativo-prescritiva, que inicia seu prestígio sociocultural na segunda metade do
século XIX no Brasil, realizar a norma padrão de tradição lusitanizante.

Considerando-se os fatores sócio-históricos que atuaram das origens e por


todo o período colonial e pós-colonial, pode-se entrever uma interpretação de como
se originou e se formou o Português Brasileiro, constituído em contexto social de
transmissão, majoritariamente, irregular, na oralidade, livre das peias
normativizadoras da escolarização e, consequentemente, da escrita, o que resultou
numa variante, em muitos aspectos, divergente da europeia.

No seu interior, esse Português Brasileiro heterogêneo apresenta variantes


socioletais com configurações profundamente modificadas, que se aproximam dos
crioulos de base portuguesa e variantes que se aproximam do Português Europeu. No
primeiro caso, Mattos e Silva (2000) acredita que uma crioulização prévia, embora
leve, possa ter ocorrido no passado e, no segundo, à deriva natural, apressada pela
história social do Brasil, não deve ser desconsiderada. Enfim, não se pode tratar como
um conjunto homogêneo, unitário, o Português Brasileiro, nem numa perspectiva
sincrônica, nem numa perspectiva diacrônica.
3 A SALA DE AULA E O PROFESSOR

Uma tarefa importante que cabe à Escola Fundamental é a formação de


alunos que saibam ler e escrever textos autonomamente, entendendo por autonomia
a capacidade de lidar com as exigências do texto escrito de forma consciente,
voluntária e intencional.

Quanto à sala de aula, este é um espaço onde a todo o momento acontecem


problemas que exigem a interferência do professor. Mas, o professor pode perder a
autoridade a qualquer momento, e deve estar consciente de que é possível essa
perda. Assim, devem também constituir objetos de conhecimento do professor a
disciplina e a organização do trabalho. Há conhecimentos que emergem na sala de
aula e que devem ser valorizados; existem conflitos que restringem a ação do
professor, e há estratégias utilizadas por ele para enfrentar tais situações da melhor
maneira possível, requerendo até mesmo a intervenção de pedagogos ou
administradores escolares (FERREIRA, 2004).

Quando a criança inicia o aprendizado escolar, traz consigo a experiência da


linguagem oral; já internalizou uma gramática da língua. Nem sempre, porém, essa
gramática corresponde ao modelo adotado pela escola, e, mesmo sendo esse o caso,
tal conhecimento opera em um plano não consciente, vale dizer, a criança ainda não
consegue lidar voluntária e intencionalmente com ele.

Além disso, há uma diferença entre a aprendizagem da linguagem escrita nos


planos da leitura e da produção de textos escritos e aquela relativa à linguagem oral,
pois a primeira requer da criança uma dupla abstração: lidar com uma linguagem que
prescinde dos aspectos sonoros em sua realização, restringindo-se ao plano das
ideias veiculadas pelas palavras e, ao mesmo tempo, lidar com a ausência do
interlocutor na situação imediata de sua produção (VYGOTSKY, 1991, p. 229-30).

Para conduzir o aluno ao domínio da linguagem escrita, o professor deve atuar


como o mediador entre a criança e o seu objeto de conhecimento, orientando- a na
leitura e escrita de diversos tipos de textos (Kaufman e Rodríguez, 1995),
possibilitando-lhe o conhecimento da dinâmica de organização de cada um, bem como
dos conceitos envolvidos em sua compreensão e produção, nas diferentes situações
em que esta última ocorre (JOLIBERT ET al., 1994a e b).

O professor, em sua função de mediador, é peça fundamental no


desencadeamento do processo de desenvolvimento do aluno: tem o papel de
estimular as trocas verbais entre todos os participantes do processo de ensino-
aprendizagem e, com isso, proporcionar as condições necessárias ao
desenvolvimento das funções psicointelectuais superiores dos alunos.

Essas funções aparecem, segundo Vygotsky (1988, p. 114), duas vezes no


curso desse desenvolvimento, a primeira vez, nas atividades coletivas, nas atividades
sociais, ou seja, como funções interpsíquicas; a segunda, nas atividades individuais,
como propriedades internas do pensamento da criança, ou seja, como funções
interpsíquicas.

Isso significa que o aluno precisa ser envolvido em situações de leitura e


escrita em que é possibilitada a reflexão sobre o material que lê ou escreve.

No plano da leitura, ao invés de apenas ler o texto e responder questões


escritas sobre o material lido, os alunos devem ser conduzidos a fazerem eles
mesmos, com a ajuda e interferência do professor, um questionamento acerca dos
elementos que envolvem a compreensão global do texto, desde os mais amplos como
o contexto em que foi escrito, autoria, destinação, estruturação, até os mais
específicos que configuram a organização textual com coesão e coerência.

Quanto à escrita, os alunos devem ser orientados a criar a sua própria escrita
para depois, a partir de confrontações com os textos de seus pares e com textos de
referência, previamente selecionados para essa tarefa, fazer as necessárias
intervenções no texto que escreve. Desta perspectiva, os alunos vivenciam um
processo de ação-reflexão-ação que lhes possibilita, num primeiro momento, lançar
mão de seus conhecimentos prévios para produzir seu texto; em seguida, pelas
leituras, análises e confrontações que faz dos textos lidos com sua própria produção,
em interação com os demais alunos e com o professor, refletir acerca da adequação
de seu texto à situação de comunicação em que se insere e às exigências linguísticas
próprias do texto que escreve, para fazer nele as alterações que forem necessárias
ao longo do processo e, finalmente, chegar à escrita definitiva do texto.
O processo acima referido caracteriza o que chamamos de atividades
epilinguísticas de reflexão e operação sobre a língua que juntamente com as
atividades linguísticas de leitura e produção e as metalinguísticas de descrição e
categorização formam o conjunto das três principais atividades que devem ser levadas
a efeito no ensino da língua materna (SÃO PAULO, 1991).

O desencadeamento de uma discussão epilinguística, no momento da leitura


e da produção de textos escritos, põe em confronto os conhecimentos linguísticos do
aluno e aqueles que a escola, na pessoa do professor, considera adequados a sua
formação como leitor/produtor de textos.

Esse processo de reflexão sobre o escrito, no momento da leitura e da


produção de textos, permite que os alunos se conscientizem dos usos adequados dos
fatos linguísticos em jogo nessas ações e, aos poucos, ganhem autonomia para lidar
com elas de forma voluntária (MILLER, 2003)

Segundo Nóbrega (2008) é consenso hoje que o ensino de Língua Portuguesa


deve-se pautar nos usos que dela se fazem com a finalidade de permitir que crianças,
jovens e adultos adquiram as habilidades necessárias para transitar pelo mundo da
escrita, reconhecendo os textos que circulam socialmente e lançando mão deles para
dar conta das necessidades e demandas que a vida lhes reserva.

Em função desse contexto, o ensino de Língua Portuguesa destina-se a


formar crianças, jovens e adultos capazes de usar adequadamente a língua, em suas
modalidades escrita e oral, para participar das práticas sociais, seja para aprender, se
informar, se divertir, ou para se relacionar com outros indivíduos.

Para tanto, o ensino de Língua Portuguesa deve estar fundamentado no


princípio de que ler, escutar ou produzir textos orais e escritos são atos de linguagem
que supõem atitude ativa do aluno na construção do sentido, para a qual concorrem
fatores internos e externos ao texto.

Sob esse ponto de vista ensinar Língua Portuguesa requer não só lançar mão
de textos e estudar suas propriedades intrínsecas de linguagem, mas conhecer seus
contextos de produção para assim, compreender a prática social que os justificam.
Nóbrega (2008) nos fala das esferas discursivas, as quais referem-se a
domínios de produção discursiva ou de atividade humana que possibilitam o
surgimento de um conjunto de gêneros bastante específicos que são publicados em
determinados suportes, a saber:

 Literária: conto, fábula, crônica etc. livro.

 Jornalística: notícia, reportagem, entrevista etc. jornal, revista.

 Escolar: lição (capítulo, unidade) do livro didático, pergunta/resposta,


exercícios etc. livro didático, apostilas.

Os gêneros, constituindo formas relativamente estáveis de enunciados, são


caracterizados por três elementos:

 Conteúdo temático: assuntos / temas típicos;

 Construção composicional: estruturação geral dos textos pertencentes àquele


gênero;

 Estilo: seleção nos recursos da língua.

Abaixo temos quadros com as modalidades de linguagem, esferas discursivas


e práticas de linguagem:
Modalidade de Práticas de
Esferas discursivas
linguagem linguagem

Leitura

Esfera escolar
Esfera jornalística
Esfera literária Produção escrita
Modalidade escrita Esfera cotidiana
Esfera da vida pública
...
Análise e reflexão
sobre a língua e a
linguagem

Esfera escolar
Esfera jornalística
Esfera literária
Modalidade oral Escuta / Produção oral
Esfera cotidiana
Esfera da vida pública
...

ESFERAS DE MODALIDADE ESCRITA MODALIDADE ORAL


DISCURSIVA
S

Verbete de enciclopédia Explicação; Exposição


infantil; Artigo de divulgação oral.
Esfera escolar científica para crianças.
Manchete; Notícia; Notícia televisiva e
Entrevista; Resenha; Artigo radiofônica; Comentário
de opinião. de notícias; Relato de
Esfera jornalística
acontecimento do
cotidiano; Entrevista.
Conto de repetição; Conto Conto de repetição;
Tradicional; Fábula; Lenda e Conto Tradicional;
Mito; Canção; Cordel; Fábula; Lenda e Mito;
Esfera literária Poema Visual; Poema. Canção; Cordel; Rap.

Bilhete; Receita; Regras de Recado; Receita;


jogos; Carta, E-mail; Roteiro Regras de jogos; Relato
Esfera cotidiana e mapa de localização. de experiências vividas;
Descrição de itinerário.

Carta de solicitação e de Debate; Solicitação,


reclamação; Requerimento e reclamação; Debate
carta de solicitação, de regrado; Entrevista
Esfera da vida pública
reclamação; Estatuto; profissional.
Currículo.

Leitura
Esfera escolar
Esfera jornalística
Esfera literária
Modalidade escrita Produção escrita
Esfera cotidiana
Esfera da vida pública
...
Análise e reflexão sobre a
língua e a linguagem

Esfera escolar
Esfera jornalística
Esfera literária
Modalidade oral Esfera cotidiana Escuta / Produção oral
Esfera da vida pública
...

Fonte: NÓBREGA (2008).


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854Acesso em: 10. Jan. 2011.
AVALIAÇÃO

1)Leia as afirmativas abaixo e assinale a única alternativa incorreta:

a)A língua é o meio que favorece a interação entre os homens e a escola se revela,
pois, como o espaço formalizado para a realização dessa interação.
b)um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à
escola a função e a responsabilidade de contribuir para garantir a todos os alunos o
acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania.
c) Nossa língua recebe adjetivação de portuguesa porque veio de Portugal,
colonizador do Brasil.
d)Somente o Brasil foi colonizado pelos portugueses, portanto, além de Portugal,
somente o Brasil usa a língua portuguesa.

2)Sobre a língua portuguesa é correto afirmar:

a)dispõe de um território contínuo.


b)é privativa de uma única comunidade.
c)apresenta grande diversidade, pois é falada em vários territórios e por várias
comunidades em diversas partes do mundo.
d)n.r.a.

3) Bellus (belo); caballus (cavalo); cattus (gato); casa (casa); grandis (grande) são
palavras:

a)do latim vulgar


b)do latim tradicional
c)oriundas da língua local antes da invasão romana
d)n.r.a.

4)Guerra, guardar, trégua, ataviar, agasalhar são palavras:

a)oriundas da língua local.

b)oriundas dos africanos.

c)introduzidas por ocasião das invasões bárbaras.

d)n.r.a.
5)Línguas naturais, de formação rápida, criadas pela necessidade de expressão e
comunicação plena entre indivíduos inseridos em comunidades multilíngues
relativamente estáveis são características de qual divisão abaixo?

a)crioulos

b)afroasiáticos

c)nativos caiçaras

d)n.r.a.

6)Coloque V ou F conforme seja verdadeira ou falsa a afirmativa abaixo e assinale a


sequência correta:

( ) Em algumas áreas geodialetais brasileiras, usa-se o tu, na fala corrente com o verbo
na 3ª pessoa (tu fala) e, em reduzidas áreas (talvez a mais forte seja o litoral
catarinense e sul riograndense), ao tu ainda se segue a flexão histórica (tu falas).

( ) O uso extensivo de você, em lugar de tu, cria no Português Brasileiro uma


ambiguidade para o seu, possessivo que pode referir-se ao interlocutor ou não,
ambiguidade desfeita no discurso.

( ) A ênclise é hoje mal aprendida na escola, tanto que, cada vez mais, encontramos
em textos de estudantes e em outros, como os jornalísticos, a ênclise nas posições
em que, historicamente, sempre se usou a próclise, como nas orações subordinadas
e nas negativas.

a)F-F-F

b)V-V-V

c) V-F-V

d)F-V-F

7)Assinale a alternativa que completa o enunciado abaixo:


Além das línguas indígenas autóctones e das africanas chegadas com o tráfico
negreiro, que oficialmente se encerra em 1830, completa-se o quadro geral do
multilinguismo no Brasil com a chegada dos emigrantes , sobretudo a partir do século
XIX

a)europeus

b)asiáticos

c)latino-americanos

d)europeus e asiáticos

8)Qual das opções abaixo apresenta exemplos da modalidade oral na esfera


jornalística?

a) Explicação; Exposição oral.


b) Notícia televisiva e radiofônica; Comentário de notícias; Relato de acontecimento
do cotidiano; Entrevista.
c) Recado; Receita; Regras de jogos; Relato de experiências vividas; Descrição de
itinerário.
d) Debate; Solicitação, reclamação; Debate regrado; Entrevista profissional.

9)Relacione as colunas abaixo e assinale a alternativa correta:

(1)esfera escolar

(2)esfera literária

(3)esfera cotidiana

( )bilhete, receita, e-mail, mapa de localização

( )fábula, lenda e mito, poema

( )verbete, artigo de divulgação científica

a)1-2-3

b)3-2-1
c) 3-1-2

d)2-3-1

10)Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:

I – o professor é o detentor do saber, com a responsabilidade de transmitir


conteúdos e o aluno, no outro lado, é o recipiente desses conteúdos.

II – Nesses tempos atuais, o que vale e o que é importante pode ser resumido em
duas palavras: decorar sempre.

III – O contexto na atualidade passa a ser a referência para que o uso da língua, de
certo e errado, passe a ser respeitado nas suas várias possibilidades, atribuindo-lhe
uma perspectiva de adequação e de inadequação.

a)todas afirmativas estão corretas


b)todas afirmativas estão erradas
c)somente afirmativa I está correta
d)somente afirmativa III está correta

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