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Atividade Avaliativa n°.

01- Profe Letícia Burgel

Qual a importância do papel da vítima no processo penal?

A vítima, até então, possuía um menor espaço de proteção de seus interesses


particulares, bem como um menor protagonismo no Processo Penal, todavia é importante
frisar que o Direito Penal disponibiliza medidas que mostram preocupação com a vítima,
no tocante ao recebimento de indenização, reparação de danos.

Paulatinamente a vítima de objeto de prova, dando seu testemunho do fato


criminoso ou submetendo-se à realização do exame de corpo de delito, passou a receber
políticas institucionais do Poder Judiciário de atenção e apoio, conforme Resoluções de
números 386 e 253 do CNJ.

Desse modo, passou a ser priorizada no tocante ao acolhimento, orientação e


como o já dito acima encaminhamento e reparação às vítimas. Ainda, existe a
possibilidade de habilitar-se como assistente do Ministério Público, bem como o
movimento vitimológico não só no Processo Penal, mas também em outras áreas conferiu
à vítima papel de destaque na resolução do caso, como exemplo, a Lei 9.099, de
26/09/1995.

Dito isso, elenco os direitos da vítima assegurados no CPP, que revelam a sua
importância e papel de destaque no Processo Penal:

1. Ser tratada com dignidade e respeito condizentes com a sua situação;


2. Receber imediato atendimento médico e atenção psicossocial;
3. Ser encaminhada para exame de corpo de delito quando tiver sofrido lesões
corporais;
4. Reaver, no caso de crimes contra o patrimônio, os objetos e pertences
pessoais que lhe foram subtraídos, ressalvados os casos em que a
restituição não possa ser efetuada imediatamente em razão da necessidade
de exame pericial;
5. Ser comunicada (por via postal ou endereço eletrônico cadastrado):
a) da prisão ou soltura do suposto autor do crime;
b) da conclusão do inquérito policial e do oferecimento da denúncia;
c) do eventual arquivamento da investigação, para efeito do disposto no art.
38, § 1º;
d) da condenação ou absolvição do acusado.
6. Obter cópias de peças do inquérito policial e do processo penal, salvo
quando, justificadamente, devam permanecer em estrito sigilo;
7. Ser orientada quanto ao exercício oportuno do direito de representação, de
ação penal subsidiária da pública, de ação civil por danos materiais e
morais, da adesão civil à ação penal e da composição dos danos civis para
efeito de extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei;
8. Prestar declarações em dia diverso do estipulado para a oitiva do suposto
autor do crime ou aguardar em local separado até que o procedimento se
inicie;
9. Ser ouvida antes de outras testemunhas, respeitada ordem prevista no art.
271;
10. Peticionar às autoridades públicas para se informar a respeito do andamento
e deslinde da investigação ou do processo, bem como manifestar as suas
opiniões;
11. Obter do autor do crime a reparação dos danos causados, assegurada a
assistência de defensor público para essa finalidade;
12. Intervir no processo penal como assistente do Ministério Público ou como
parte civil para o pleito indenizatório;
13. Receber especial proteção do Estado quando, em razão de sua colaboração
com a investigação ou processo penal, sofrer coação ou ameaça à sua
integridade física, psicológica ou patrimonial, estendendo-se as medidas de
proteção ao cônjuge ou companheiro, filhos, familiares e afins, se necessário
for;
14. Receber assistência financeira do poder público, nas hipóteses e condições
específicas fixadas em lei;
15. Ser encaminhada a casas de abrigo ou programas de proteção da mulher
em situação de violência doméstica e familiar, quando for o caso;
16. Obter, por meio de procedimentos simplificados, o valor do prêmio do seguro
obrigatório por danos pessoais causados por veículos automotores.
17. Os órgãos de segurança pública, do Ministério Público, das autoridades
judiciárias, dos órgãos governamentais competentes e dos serviços sociais e
de saúde deverão respeitar esses direitos;
18. As autoridades terão sempre o cuidado de preservar o endereço e outros
dados pessoais da vítima;
19. Artigo que estende esses direitos aos familiares próximos e ao
representante legal, quando a vítima não puder exercê-los diretamente,
como, por exemplo, crianças e adolescentes.

Assim, fica claro que cabe aos servidores de modo geral sair da total inércia em
relação ao atendimento da vítima, mas a acolher e prestar os devidos esclarecimentos e
encaminhamentos, conforme o exposto acima.

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