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PEDRO MARIA PEIXOTO

ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344

PROCESSO DISCIPLINAR

Arguida: Elizabete Fernandes Martins C.C.:15026331 7ZY9 nif 255849311 Rua Poço

Andorinha , 25, Carregal do Sal 3430-313 Carregal do Sal

Instrumento de regulamentação coletiva outorgado entre a AHRESP — Associação da

Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal e a FETESE — Federação dos Sindicatos

dos Trabalhadores de Serviços, publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 3, de

22/01/2011, alterado pelo Contrato Colectivo entre a Associação da Hotelaria,

Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e o Sindicato dos Trabalhadores e

Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo - SITESE(restauração) -

Alteração salarial e outras, Alteração salarial e outras ao CCT publicado no Boletim do

Trabalho e Emprego, n.º 3, de 22 de Janeiro de 2011, com alteração posterior no Boletim

do Trabalho e Emprego, n.º29, de 8 de agosto de 2016, publicado no BTE n.º 30 de

15/08/2017 com a revisão operada pelo BTE n.º 46 de 15/12/2018, Boletim do Trabalho e

Emprego, n.º 21, 8/6/2019

Proc. N.º: 1/2022

O Instrutor
PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344
Nomeação Instrutor

António Marco Oliveira Unipessoal ,lda., Rua Eduardo Silvestre Amaral , nº15-A ,

R/C Dtoº 3430 -121 Carregal do Sal, aqui representada pelo seu Sócio Gerente com

poderes bastantes para o ato, nomeia instrutor, no processo Disciplinar que move a

Elizabete Fernandes Martins C.C.:15026331 7ZY9 o Dr. Pedro Maria Peixoto,

advogado, com escritório na R. Alves Martins, nº 10 -1º 3510-078 em Viseu, a quem

concede os necessários poderes para agilizar o processo disciplinar elaborando e

comunicando ao trabalhador Nota de Culpa, ouvindo testemunhas, ponderando e

elaborando a decisão definitiva do processo ou quaisquer outros atos que repute

necessários.

Carregal do Sal 27/6/2022


PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344
- Auto de Declarações-

Aos 27 dias de Junho de 2022, perante mim, Pedro Maria Peixoto, Advogado, instrutor

do processo disciplinar que a entidade patronal António Marco Oliveira Unipessoal,

Lda., move contra a Elizabete Fernandes Martins, compareceu a colaboradora Ana

Cristina Borges da Costa, que declarou o seguinte:

-Breve descrição dos factos:

No dia 24/06/2022 pelas 10.22h da manhã apercebeu-se de que a funcionária foi

chamada à atenção. Tal repreensão foi motivada pelo facto da trabalhadora Elisabete

estar na conversa com clientes (amigos dela) demasiado tempo (cerca de 5 m de cada

vez) deixando o serviço por fazer, impondo às demais colaboradoras fazer o serviço

por ela. Este facto é recorrente, isto é, a trabalhadora está muitas vezes em conversa

com clientes e amigos comportamento que a entidade patronal não permite.

Usando também o telemóvel de forma constante durante o horário de trabalho. Por

volta das 10.35h a trabalhadora mal entra começa a chorar a dizer que ao 12h se ia

embora. Perante a estupefação de todos os ali presentes, perguntou-se se se tinha

passado alguma coisa com os filhos, se tinha sido por ter sido chamada à atenção. A

mesma comunicou à sua entidade patronal que iria embora ao meio dia. A

trabalhadora ainda esteve na casa de banho algum tempo e a seguir foi embora

dizendo que no dia seguinte vinha trabalhar mas que se eu não quisessem que ela

viesse que avisassem .

Depois de lidas e porque as acha conformes à verdade e correspondem às declarações

por si prestadas, o declarante vai assinar

A declarante.
PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344
- Auto de Declarações-

Aos 27 dias de Junho de 2022, perante mim, Pedro Maria Peixoto, Advogado, instrutor

do processo disciplinar que a entidade patronal António Marco Oliveira Unipessoal,

Lda., move contra a Elizabete Fernandes Martins, compareceu a colaborador Nelson

Alves Morais, que declarou o seguinte:

-Breve descrição dos factos:

No dia 24/06/2022 pelas 10.22h da manhã apercebeu-se de que a funcionária foi

chamada à atenção. Tal repreensão foi motivada pelo facto da trabalhadora Elisabete

estar na conversa com clientes (amigos dela) demasiado tempo (cerca de 5 m de cada

vez) deixando o serviço por fazer, impondo às demais colaboradoras fazer o serviço

por ela. Este facto é recorrente, isto é, a trabalhadora está muitas vezes em conversa

com clientes e amigos comportamento que a entidade patronal não permite.

Usando também o telemóvel de forma constante durante o horário de trabalho. Por

volta das 10.35h a trabalhadora mal entra começa a chorar a dizer que ao 12h se ia

embora. Perante a estupefação de todos os ali presentes, perguntou-se se se tinha

passado alguma coisa com os filhos, se tinha sido por ter sido chamada à atenção. A

mesma comunicou à sua entidade patronal que iria embora ao meio dia. A

trabalhadora ainda esteve na casa de banho algum tempo e a seguir foi embora

dizendo que no dia seguinte vinha trabalhar mas que se eu não quisessem que ela

viesse que avisassem .

Depois de lidas e porque as acha conformes à verdade e correspondem às declarações

por si prestadas, o declarante vai assinar

O declarante.
PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344

Exma. Sr.a

Elizabete Fernandes Martins

C.C.:15026331 7ZY9 nif 255849311

Rua Poço Andorinha , 25, Carregal do Sal

3430-313 Carregal do Sal

Carregal do Sal 27/6/2022

Carta Regista com AR.

Pedro Maria Peixoto, Advogado, na qualidade de instrutor do processo

disciplinar que lhe move a sua entidade empregadora António Marco Oliveira

Unipessoal ,lda., Rua Eduardo Silvestre Amaral , nº15-A , R/C Dtoº 3430 -121

Carregal do Sal, vem nos termos do disposto no artigo 353.º do Código de Trabalho e

cláusula 24.ª do CCT Contrato Coletivo entre a AHRESP — Associação da Hotelaria,

Restauração e Similares de Portugal e a FETESE — Federação dos Sindicatos dos

Trabalhadores de Serviços, publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 3, de 22 de

Janeiro de 2011, e também por portaria de extensão n.º 196/2011 de 17 de Maio e ainda

pelo BTE n.º 46 de 15/12/2018, Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 21, 8/6/2019

comunicar-lhe que a mesma tem intenção de, apurada a factualidade a culpa e a

gravidade do seu comportamento, proceder à aplicação da sanção de repreensão

escrita , com os fundamentos resultantes na Nota de Culpa, ora junta.

Com tal comunicação a que se junta a Nota de Culpa a entidade empregadora entende

Não proceder à Suspensão do seu Contrato de Trabalho, durante o processo

disciplinar por não se mostrar inconveniente a sua presença no local de trabalho,

mantendo até ao terminus do processo disciplinar direito à retribuição e respetivos

direitos.
PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344

Mais se lhe comunica que tem 10 dias úteis para consultar o processo disciplinar na

sede da entidade empregadora, para querendo responder à Nota de Culpa, juntar

testemunhas ou requerer diligências probatórias.

O instrutor,

NOTA DE CULPA

António Marco Oliveira Unipessoal ,lda., Rua Eduardo Silvestre Amaral , nº15-A ,

R/C Dtoº 3430 -121 Carregal do Sal, na qualidade de entidade empregadora de

Elizabete Fernandes Martins C.C.:15026331 7ZY9 nif 255849311 vem enviar à mesma

nota de culpa o que faz nos termos e com os seguintes fundamentos:

DA FACTUALIDADE

1.A Trabalhadora foi admitido ao serviço da entidade patronal a 4/9/2019 para exercer

as funções de empregado de balcão de 2.ª.

2.Acontece que não tem cumprido as suas obrigações juslaborais, designadamente

aquelas que resultam do dever de se apresentar ao serviço com assiduidade e

pontualidade e realizar com zelo e diligência o respetivo trabalho conforme instruções

da sua entidade patronal.

3. No dia 24/06/2022 pelas 10.22h da manhã V. Exa. foi chamada à atenção. Tal foi

motivado pelo facto de estar na conversa com clientes (amigos) demasiado tempo

deixando o serviço por fazer, impondo às demais colaboradoras fazer o serviço por ela.

4. Este facto é recorrente, isto é, está muitas vezes em conversa com clientes e amigos

comportamento que a entidade patronal não permite.

5. Usando também o telemóvel de forma constante durante o horário de trabalho o que

foi uma vez mais testemunhado.

6 . Por volta das 10.35h desse mesmo dia em choro diz que ao meio dia se ia embora.

7. Perante a estupefação de todos os ali presentes, perguntou-se se se tinha passado


PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
Telefs: 232426917 - 966125469 Fax: 232426344

alguma coisa com os filhos, se tinha sido por ter sido chamada à atenção. A mesma

comunicou à sua entidade patronal que iria embora ao meio dia. A trabalhadora ainda

esteve na casa de banho algum tempo e a seguir foi embora dizendo que no dia

seguinte vinha trabalhar mas que se eu não quisessem que ela viesse que avisassem .

8. A Trabalhadora fê-lo de mote próprio, bem sabendo que lhe estava vedado tal

comportamento.

9. O contrato de trabalho pressupõe direitos e deveres às partes e, designadamente aos

Trabalhadores, o dever de assiduidade e pontualidade, e a realização do trabalho e

serviço com zelo e diligência

10. Ao ir embora sem mais, sem qualquer fundamento coloca em causa não só o

restante serviço do dia como impõe aos outros funcionários um trabalho redobrado

11. O uso constante e abusivo de telemóvel durante o horário de trabalho, contra as


instruções e vários avisos da sua entidade patronal é também de per si um desrespeito pelas
ordens e diretrizes da sua entidade patronal.
12. Tal comportamento demonstra um desrespeito pelos companheiros de trabalho

impondo-se tratamento entre todos com urbanidade e probidade.

DO DIREITO

O comportamento do trabalhador arguido viola os seus deveres jus-laborais previstos

designadamente no art.º 128º nº 1 alíneas b) c) e e) do Código de Trabalho.

A relação laboral implica deveres e obrigações para ambas as partes, sendo também

certo que quanto mais séria for a postura de ambas, melhor será atingido o fito a que a

sociedade se propõe. Aumentar a satisfação dos clientes e com isso aumentar a sua

produtividade. Contrariamente ao que se possa entender à primeira vista o ganho não

é só da entidade patronal. A manutenção dos postos de trabalho em tempos de crise

justifica por si só o empenho e dedicação de todos. Quanto melhor preparado estiver o

estabelecimento para enfrentar a crise melhor dela sairão todos os seus colaboradores.
PEDRO MARIA PEIXOTO
ADVOGADO
R. Alves Martins, nº 10 -1º – 3500 – 078 VISEU
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É, naturalmente, dever da trabalhadora cumprir um horário integral que lhe está

definido, cumprir esse horário de forma certa, pontual e continua. O seu

incumprimento gera consequências que podem ser mais ou menos graves. Atento o

exposto na nota de culpa, em resultado dos relatos das testemunhas, a trabalhador a

abandonou de forma inadvertida e infundada o seu posto de trabalho ao meio deo dia

desfalcando a mão de obra para esse dia, sem fundamentar e muito menos alertar, ao

menos, a entidade patronal que o iria fazer.

Tal comportamento para além de contrário a Lei, provocou prejuízos sérios á sua

entidade patronal designadamente alteração dos mapas horários, redistribuição dos

trabalhadores, horas extras e serviços adicionais aos trabalhadores que estavam nesses

dias a prestar serviço, pagando-se horas extra e conferindo descanso compensatório.

Fê-lo da forma grosseira, indiferente para com a sua entidade patronal e desadequada.

Incumpriu, pois, o disposto no artigo 128.º n.º 1, b e c)) CT Igualmente desrespeita de

forma regular ordens e diretrizes da sua entidade patronal quando mantem o uso do

seu telemóvel durante o horário de trabalho, impedindo e alheando a trabalhadora de

executar o serviço de forma concentrada e adequada o que consubstancia um

desrespeito pelo disposto no artigo 128.º n. º 1 e do CT. justa causa para despedimento.

Posto isto e por a trabalhadora ter agido com culpa, dolosa e consciente, bem sabendo

que a sua conduta contraria não só o contratualmente estipulado como o legalmente

previsto, por a infração não estar prescrita nem o direito de proceder disciplinarmente

estar caducado, entende a entidade empregadora que existe motivo para encetar o

presente processo disciplinar que a provar-se a factualidade exposta culminará com a

aplicação de uma Sanção Disciplinar de repreensão escrita.

O Instrutor,

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