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Objetivo/ teoria: ajudar a compreender o que motiva uma pessoa em cada etapa de seu
desenvolvimento como personalidade. A motivação é o que nos faz agir.
As 12 camadas da personalidade
A teoria das 12 camadas descreve em que etapa da vida nos encontramos. Com este
reconhecimento, podemos identificar as causas de nossos sofrimentos e o nosso principal objetivo
ou motivação na vida.
Outro benefício é poder estabelecer algum grau de previsibilidade dos desafios que estão por vir
nas camadas seguintes.
O que é pessoa?
Isto é correto, entretanto alguns espanhóis pensaram o conceito de uma forma mais encarnada,
mais presente, real e tocante. Para homens como Julián Marías, Ortega y Gasset e Pedro Laín
Entralgo, por exemplo, uma pessoa está sempre instalada em um lugar e sempre possui um projeto
de vida, uma intenção própria.
Em comparação, objetos não são assim. Eles não podem opor-se ao uso que lhes damos. Uma
cadeira nunca poderá reclamar de nos assentarmos sobre elas. Com as pessoas é diferente, elas
podem resistir aos eventos e ações do mundo ou dos outros.
Sobre a instalação em um lugar, na realidade, as pessoas possuem um corpo – com uma certa
forma, idade e possibilidades –, estão em algum lugar, possuem carga cultural e têm uma projeção.
Isto significa que potencialmente pode realizar algo a partir de suas circunstâncias.
As pessoas podem buscar ser o que ainda não são, desde que isso seja possível de acordo com sua
realidade.
Pessoas também possuem um mundo interior muitíssimo vasto. Quando olhamos para alguém, é
impossível saber o que realmente se passa em seu interior, a menos que fale. O mundo interior de
cada pessoa é dinâmico, não estático, tende à felicidade ou à infelicidade.
O que é personalidade?
O que é possível chamar de seu em você mesmo? Há algo que apenas você possui e nenhuma
outra pessoa tem. Isto é a personalidade, aquilo que está presente em nossa pessoa de uma
maneira única e mais forte. É o que temos de próprio e não é compartilhado, algo exclusivamente
nosso.
Em sua personalidade está seu mundo espiritual, psicológico e afetivo, suas crenças e ideias. O
tempo passa e cada um, por sua constituição e história de vida, apresenta certas razões para agir,
certas motivações.
É precisamente neste aspecto que entra a teoria das 12 camadas da personalidade humana. À
medida que as camadas mudam, a intenção ou motivação da pessoa com sua ação também muda.
Quanto menos personalidade, mais genérica é a pessoa, com motivações mais genéricas.
Quanto mais personalidade, mais singular é a pessoa, muito mais única, com motivações mais
específicas.
Em cada uma das doze camadas da personalidade, as pessoas reagem de formas distintas à
seguinte pergunta:
Ora a motivação é ser feliz e não racional, ora é o dinheiro, ora a convivência e assim por diante.
As motivações que levam alguém a agir, alteram-se durante o curso da vida. Veremos que são 12
motivações autoconscientes e diferentes.
O que é camada?
A camada é a síntese da personalidade, seu resumo e momento. Ela é o que dá a finalidade dos
atos, ou seja, dita o objetivo das ações, a razão de se viver.
Em cada uma há preocupações e tensões, são eternas e não desaparecem. Quando se muda de
camada, não se deixa de sentir o que era da outra. Elas apenas deixam de ser o elemento central.
Além disso, os objetivos da camada seguinte são sempre incompreensíveis para os indivíduos nas
camadas anteriores.
Antes de vermos cada uma das 12 camadas da personalidade humana, é preciso entender que a
mudança entre elas ocorre apenas quando a personalidade inteira muda. O objetivo de vida da
pessoa torna-se outro, todas as energias voltam-se para uma nova realidade.
A mudança está no fim, naquilo que se almeja. Portanto, veremos 12 propósitos, 12 motivações
para viver e agir no mundo.
Camadas Integrativas
Camadas Divisivas
As camadas 3, 4, 7, 9, 10 e 12 abrem a personalidade para que ela receba influências externas, que
rompem o equilíbrio antecedente. Nelas, há a luta por uma nova integração, que será superior.
Para Gaston Berger, todas as camadas até a 8 estão presentes em todo indivíduo adulto normal.
Nem todos, porém, alcançam as próximas.
Para descobrir rapidamente a camada em que as pessoas se encontram, basta perguntar: “Onde
dói?”. Cada camada tem um sofrimento próprio e, ao ser descoberto, revela-se também a
motivação da pessoa.
As 12 camadas da personalidade
Astrocaracterologia;
Psicologia do destino;
Aprendizado;
Afeto interior;
Autodeterminação do Ego;
Conquista de habilidades;
Papel social;
Eu diante da Morte;
Vida intelectual;
Vida Moral;
Eu histórico;
Eu diante de Deus.
Esta camada da personalidade ainda não é consciente. Não temos acesso a esta motivação, mas
podemos conhecê-la. Notamos que algumas pessoas são de um jeito, outras são de outro e que já
existe, naturalmente em cada um, uma tendência anterior à consciência.
Ninguém escolhe ter determinadas inclinações ou propensões e isto já está lá, em seu corpo, antes
de ser tornar consciente como indivíduo. Notamos uma facilidade em agir de um jeito e uma
dificuldade em agir de outro. Isto já está dado.
Isto ilustra que algumas características desejam aparecer no mundo, querem ser realizadas. Nós
temos características corporais anteriores ao surgimento da consciência e elas conduzem a
manifestar-nos de uma forma e não de outra.
A constituição física, moral e intelectual nos leva a ter aptidões diferentes. Será preciso dominar o
corpo, no sentido de se entender como uma unidade: engatinhar, caminhar, dormir, acordar, etc.
Porque esta é a ciência que poderia explicar as características anteriores ao corpo, em comparação
com os astros. Se funcionaria não é o que está em questão.
Resumindo
Notamos facilidade ou dificuldade em agir de uma certa maneira e nada muda a existência desta
inclinação. Ela está presente.
Pense em si mesmo. Você nota o que lhe demanda esforço, que a outros não? Nota no que tem
facilidade, que para outros é uma dificuldade?
Atenção! Isto não tira a liberdade de ninguém. Trata-se apenas do reconhecimento de que há em
cada um algo como um “chamado”, uma “convocação” para agir de uma forma.
Temos que olhar para nós mesmos e perceber que “sou isto” e não aquilo.
São características de instalação na realidade pelas quais agiremos e construiremos nossa
personalidade. Estas características não subtraem a liberdade, mas definem o ser.
Por exemplo, o homem perdeu a liberdade de dar à luz? Não, mas suas características masculinas o
definem como uma coisa e não como outra.
Sofrimento
Objetivo principal
Esta camada é quase inconsciente. Na primeira, vimos uma motivação que envolve a constituição
do corpo. Nesta, notamos a hereditariedade. Mas não tem nada a ver com a biologia, a genética e
os cromossomos.
Para explicar melhor esta camada da personalidade humana, o psiquiatra Italo Marsili recomenda
o conceito de outro psiquiatra, o húngaro Lipot Szondi. Ele fala sobre a Teoria do Inconsciente
Familiar.
Ele diz que é possível explicar o que motiva as pessoas, entendendo que seus antepassados pedem
a repetição de seus sucessos e fracassos. Para o Dr. Lipot Szondi, há nas pessoas uma inclinação a
repetir os processos de seus familiares antepassados. Isto nos ajuda a compreender o que o
Professor Olavo propõe nesta etapa da teoria das doze camadas.
Ao teorizar sobre o inconsciente familiar, é como se pensássemos em uma linha pelas gerações. Ela
começa nos parentes que vieram antes de nós e sua ponta desenrolada está conosco. O recém-
nascido sofre o impacto das condições físicas externas e adversas ou de tendências mórbidas de
sua hereditariedade.
Já aconteceu de você se perceber agindo de uma forma e nem saber o porquê, além de notar que
seus antepassados também fizeram o mesmo?
“Minha dor é perceber / Que apesar de termos / Feito tudo o que fizemos / Ainda somos os
mesmos / E vivemos / Ainda somos os mesmos / E vivemos / Como os nossos pais”.
Resumindo
Esta camada também está fora de seu controle, como a primeira. Não há como escolher não
herdar os desejos e tensões dos antepassados. É possível escolher como lidar com eles, o que é
diferente e garante sua liberdade.
Estas duas camadas apresentam tensões que estarão sempre conosco: um corpo que se manifesta
de um certo modo e uma herança familiar. São um material bruto e o que virá será construído
sobre este substrato, sobre esta realidade que nos forma e da qual não há como escapar.
Sofrimento
Objetivo principal
Nesta camada, aparece pela primeira vez uma motivação consciente na pessoa: o aprendizado
primário. Surge o elemento de liberdade e indeterminação.
Não se trata do aprender para se gabar, enriquecer, passar em provas, por curiosidade ou para se
sentir bem. Quando uma criança começa a aprender, sua motivação é primária e o conhecimento
não é instrumento de outra intenção.
Este aprendizado não é delimitado pela hereditariedade ou pelas condições físicas. Nada disto
influencia as oportunidades de aprendizado ou determina a capacidade de absorver as coisas.
Resumindo
Esta é uma camada da personalidade que o adulto já perdeu. É a motivação do aprendizado pelo
aprendizado por si mesmo, não o intelectual, mas o de cálculo do funcionamento do mundo.
Qual o tamanho do mundo para uma criança? O que é possível fazer? O aprendizado medirá
justamente isto, sem preocupação com vitórias ou derrotas.
Aqueles que passaram aproximadamente dos 10 anos, não retornam mais à terceira camada,
porque já compreendem como o mundo funciona e não mais aprendem pelo aprendizado em si.
Apenas autistas graves e pessoas com retardo mental ou lesão em certas áreas cerebrais retornam
ou ficam presas à terceira camada da personalidade.
O aprendizado desta etapa é básico: como articular membros, musculatura, fala e sua extensão,
etc.
Pense na criança que não come tudo no prato e desperdiça os alimentos. Um discurso sobre a
fome na África não tem efeito nenhum, pois ela não entende conceitos, não sabe o que é a África,
a fome, o dinheiro, as consequências.
Por isso é importante conhecer a teoria das 12 camadas da personalidade humana, para não tentar
motivar uma pessoa de um modo que não faça sentido. É preciso entender com quem se está
falando para tocar as motivações certas.
A motivação básica da criança é organizar o mundo, por isso, até aproximadamente os 6 anos de
idade, elas precisam do mundo material organizado e não de conceitos. Precisam de ordem,
alimentação, higiene e sono.
Sofrimento
Nesta camada, o sofrimento tem a ver com o sucesso ou o fracasso no aprendizado. Não há
traumas, a duração da dor é curta e a evolução natural do indivíduo a supera. São dificuldades
vencidas com o tempo, exercícios e nutrição, principalmente.
Objetivo principal:
Se alguém chega à vida adulta ainda na quarta camada, dela não sai sozinho. É preciso
psicoterapia.
Isto acontece na chamada segunda infância, na pré-adolescência em geral. Se a pessoa não tiver
recebido um tipo específico de afeto de seus pais ou parentes, ela terá problemas na adolescência
e na vida adulta.
Qual é este afeto que não pode faltar para que a quarta camada seja superada?
Abnegado;
Constante;
Gratuito;
Benévolo.
Não é uma questão de ser o amigão da criança, do filho, etc. Ele também tem seus amigos com
quem brincar. Cabe aos responsáveis dar segurança para seu desenvolvimento. A criança precisa
olhar para seus pais e notar que eles estão preocupados com ele, não com o filho do vizinho ou
outros interesses mesquinhos.
A criança espera ver ações de justiça nos pais, de confiança, de atenção ao que estão vivendo. O
que não pode acontecer da parte de quem deve garantir amor, segurança presença e afeto é a
indiferença, a despreocupação e a desatenção.
Até que tal afeto seja sentido, um buraco permanece aberto no coração. As pessoas na quarta
camada buscam a validação de seus sentimentos, de seus afetos. Permanecem presas buscando
fazer o que toca seus sentimentos ou os sentimentos dos outros.
Pela primeira vez surge a questão da felicidade e da infelicidade. Ela não surge mais cedo porque é
natural que o homem seja feliz. Pensa-se também: Sou amado ou rejeitado?
Resumindo
A motivação aqui vista é a do sentimento pelo afeto ou carinho do outro. Por isso notamos o
vitimismo, no qual tudo o que acontece é levado para o lado pessoal, sentimental,
autorreferente. A pessoa se vê de uma forma especial, com direito a praticamente tudo. Em sua
concepção, as pessoas devem servi-la.
Quem está preso na quarta camada não percebe que existe um mundo objetivo acontecendo
independentemente de como ele se sente. Ele não distingue o mundo real do imaginário. A
psicanálise freudiana aborda a quarta camada com o conceito de transferência. Klein e a
psicanálise em geral também desempenham um papel nela.
Uma vez que os vitimistas estão inseridos aqui, notamos a propensão à falsidade, à fofoca, à
mentira e a outros tipos de vínculos artificiais em busca de legitimidade. Acrescente-se a isso a
inclinação a sentir-se ofendido ou injustiçado com facilidade.
Na terapia, é ideal que haja o momento em que o paciente coloca o terapeuta no lugar de seu pai
e de sua mãe. Quando isto acontece, a transferência é feita. Quando isto acontece, pode-se fechar
o ciclo, caso o terapeuta consiga ser benévolo, constante e proporcionar segurança ao paciente.
Nesta camada é que se conquista a estabilidade dos afetos interiores, para que se viva
objetivamente no mundo sem viver tudo sentimentalmente de forma vitimista, colocando-se no
centro e querendo que tudo o que os outros façam, necessariamente nos faça sentir bem.
Sofrimento
Surge quando a criança percebe se ela se sente feliz ou não, por causa de repetidas frustrações. O
maior problema é chegar à maturidade com necessidades esquecidas, com o sentimento de
rejeição.
Objetivo principal
Dando sequência ao nosso resumo das 12 camadas da personalidade humana, chegamos à quinta.
A motivação é a autodeterminação do Ego.
Notamos aqui uma pessoa rebelde, que quer testar sua força no mundo. Mesmo que nem todos os
adolescentes estejam na quinta camada, ela é própria deles, estando com os afetos interiores
estáveis.
É possível olhar o mundo de forma objetiva, sem interiorizar as coisas nos sentimentos e buscar
orgulho ao se observar, vendo-se como o autor da própria vida.
Agora a intenção é validar a força, encontrar obstáculos e enfrentá-los. Pode ser discussão verbal,
disputa física, implicância…
Entretanto, muitos adolescentes estão presos na quarta camada, ainda no mundo interior mal
resolvido. Não alcançam esta etapa de testar sua força no mundo, afinal, para isso é preciso ter
primeiro estabilidade interna.
É normal distanciar-se um pouco dos pais nesta etapa, ser briguento e arrogante. Ele precisa
vencer, pensar que é forte, que consegue. É o processo de amadurecimento que está acontecendo,
é a saída do mundo da autorreferência para o mundo real, externo. A referência é o Ego em
relação ao mundo exterior.
Quando ele percebe que já possui uma força, quando percebe do que é capaz e onde pode vencer,
ele está pronto para uma nova motivação, já que não precisa mais testar a si mesmo.
Sofrimento
Objetivo principal
Muitas vezes a força testada na quinta camada é inútil. Ganha-se uma disputa, uma briga, uma
coisa qualquer, mas qual é o retorno disso?
Na sexta camada da personalidade busca-se uma vitória que alcance um bem objetivo. A pessoa
usa sua capacidade para trabalhar e ganhar dinheiro. Não importa se o patrão gosta e fala bem
dela, muito menos se é o funcionário do mês, se não houver lucro financeiro.
A motivação é conseguir o dinheiro necessário para pagar as contas e comprar os bens desejados,
para si mesmo ou para a família.
O elogio põe sobre a mesa o pão de cada dia? A vitória de ter a foto no quadro de funcionário
destaque trouxe algum conforto objetivo a mais ou apenas amaciou o ego?
“Não precisa gostar de mim, obrigado! Também não precisa se preocupar em emoldurar meu
rosto. Quero o dinheiro, porque tenho coisas importantes a resolver”.
O exercício da humildade é mais aparente nesta camada e o eixo de valor sai do sujeito (pessoa) e
vai para o objeto (resultado).
Aqui vemos a objetividade com muita força. A luta é pela conquista de capacidades e habilidades
que o instalem melhor no que é apto, em sua vocação.
Especialmente na quarta camada e até mesmo na quinta, as pessoas acham que o status de uma
profissão já as qualifica. Ser professor não traz autoridade, respeito e valor. Ser médico não traz
autoridade, respeito e valor. Não importa o título ou a faculdade feita.
O que importa é se você tem as habilidades para executar o que você diz saber, se objetivamente é
capaz de executar bem seu trabalho, se dá conta da missão.
Na sexta camada, a pessoa busca as habilidades de que precisa para realizar sua vocação. Ela olha
para o que faz e quer fazer melhor para ter mais resultados, não se ancora em títulos.
A personalidade instalada nesta motivação, ouve críticas e busca o aprimoramento, a que está na
quarta fica magoada.
Sofrimento
O sofrimento ocorrerá por um prejuízo objetivo, pela frustração no resultado. A falta de dinheiro
para pagar as contas é um exemplo.
Principal objetivo
Obter lucro.
Por muito lutar em conquistar habilidades, o sujeito pode vir a conquistá-las e vivê-las. Com suas
habilidades reais e com seus resultados objetivos, ele entrega valor à sociedade.
A motivação passa a ser a de entregar algo à sociedade. O sujeito percebe que só ele pode
entregar o que a coletividade demanda. Ele percebe que tem um papel social a cumprir.
Muitos possuem papéis sociais por causa do cargo, mas não da habilidade. São médicos e não
sabem exercer a medicina, advogados e não sabem exercer o direito, políticos e não sabem exercer
a política. Não estamos falando deles.
Quem alcançou a sétima camada da personalidade domou suas habilidades e é capaz de cumprir
seu dever. Esta pessoa entende a expectativa da sociedade e faz de sua vida uma entrega, um
serviço.
A motivação não é servir à sociedade para se sentir bem ou para ser remunerado. Este sujeito
entendeu que seu trabalho pelos outros é o seu lugar no mundo. Na obra “Dom Quixote” de
Miguel de Cervantes, o próprio Dom Quixote diz no final:
Na sétima camada, o indivíduo já sabe com maior profundidade quem ele é no mundo, sabe qual é
o seu papel social. O cumprimento de seu dever é a manifestação de seu amor, que não é um
sentimento, mas sim uma atitude.
Sofrimento
São relativos à percepção de estar no palco errado e ao não cumprimento de expectativas mútuas,
na falha do desempenho do papel social. Não cumprir o papel que lhe cabe e que é esperado é a
causa da dor. Isto também envolve os outros, pois pensa-se na infelicidade deles pela falha na
entrega.
Objetivo principal
Após a sétima camada, na qual o indivíduo sabe quem é no mundo, surge a seguinte pergunta:
Italo Marsili, cuja explicação guia nosso resumo didático das 12 camadas da personalidade
humana, explica que a motivação diante da morte pode ser retificar ou ratificar. Consertar o que
fez até o presente ou confirmá-lo?
“Este sou eu e permanecerei fazendo isso até meu último dia. O que faço possui valor mesmo
sabendo que minha vida vai acabar, tem sentido mesmo diante da morte”.
Ou
Algumas pessoas, confrontadas com a ideia de um fim, percebem que, diante da morte, fariam
outra coisa, com outra qualidade e intensidade. Na oitava camada da personalidade vive-se um
drama, um sofrimento muito específico.
Se o indivíduo percebe que seu dever não tem valor diante da morte, mesmo assim não pode
mudar deixando de fazer o que faz, afinal ele cumpre um papel social importante. Por esta razão,
precisa encontrar a solução sem deixar de continuar servindo.
Sempre que surgir o pensamento “vou largar tudo e mudar”, saiba que ele não pertence a esta
camada. Quem chegou aqui entendeu seu dever, sua responsabilidade. Ao encontrar um
problema, permanecerá até encontrar a solução.
Se for reparar, a solução não pode deixar desamparados aqueles que dependem de você na
sociedade.
Não há deserção na oitava camada. Se a solução prática não for encontrada, o indivíduo viverá com
esta tensão até a morte. Notamos que o amadurecimento dói, mas a felicidade que dele resulta é
mais plena.
Nela, toca-se naquilo que é e não pode deixar de ser. A noção de verdade é realmente aprendida,
juntamente com a reflexão entre o bem e o mal. A personalidade padrão está completa.
Sofrimento
O sujeito sofre consigo mesmo ao pensar “O que fiz da minha vida?”. Mesmo aqueles que
acertaram, podem refletir sobre todo o curso de sua existência. É preciso julgar a vida inteira sem
culpar ninguém.
Objetivo principal
Encontrar o sentido da vida diante da morte.
Esta é a camada da vida intelectual, na qual se vive devotamente em busca da verdade. Não se
trata de simplesmente estudar, pois há analfabetos na nona camada. A motivação é conhecer e
viver imerso na verdade, não importa o que aconteça.
É a camada do conhecimento da verdade que formará sua personalidade intelectual. Seu interesse
será buscar a verdade, mesmo que isso incomode os outros. Encontrar a solução para um
problema prático ou teórico que se apresente à sua inteligência será mais importante do que a
própria personalidade.
O indivíduo tentará solucionar seus problemas intelectuais para o bem de sua própria consciência.
É algo que se ele não fizer, ninguém vai notar. Não se trata de buscar a verdade para os outros, sim
de uma necessidade interna, um imperativo.
Sofrimento
Quem chegar a este ponto sofrerá com a ausência de uma solução para o problema que se
apresenta ao seu intelecto. O indivíduo não quer se sentir inseguro quanto à sua capacidade de
compreender a verdade e, portanto, seu mérito em influenciar as pessoas.
Objetivo principal
Contamos com a colaboração de muitos professores que se dedicam à vida intelectual no Núcleo
de Formação da Brasil Paralelo. São pessoas que servem ensinando a verdade, ensinando a pensar,
a estudar e a muito mais.
Antes disso, a questão tinha um peso relativo e menos profundo. Neste caso, você percebe que
pode ser mau e não caminhar na verdade. Você percebe que pode não agir de forma moral.
Ele obedece às próprias regras, de forma que morrer por elas não seja mais um absurdo.
Sofrimento
Na décima camada, quando a pessoa percebe que foi imoral, sente um profundo rasgo em sua
biografia. Ela sofre por perder poder.
Objetivo principal
Ao passar um tempo constante no agir moral, alcança-se a camada do “eu histórico”. Ora, quem
assim agiu por muito tempo, gera um efeito na história. Sua personalidade marca a história.
Ele percebe que as ações verdadeiras e morais não terminam com a morte, não acabam neste
mundo. Elas permanecem.
Quando Getúlio Vargas se suicidou, ele sabia que sua ação entraria para a história e mudaria seu
curso. Ele o fez conscientemente, posicionando-se como peça histórica em um momento
específico, com a certeza de que o que ele que estava fazendo mudaria o pensamento da
coletividade humana.
Napoleão Bonaparte, George Washington, Lênin, Stálin, Alexandre e Genghis Khan são outros
exemplos de personalidades que mudaram conscientemente a história.
Sofrimento
A dor desta própria camada é justamente falhar em atos históricos e não alcançar impacto, não
modificar o rumo das sociedades.
Objetivo principal
santos-representam-a-decima-segunda-camada-da-personlidade
Finalmente chegamos ao final das 12 camadas da personalidade. Nesta última, temos um sujeito
transcendental.
Não se trata apenas de estar diante do fim, da morte. A pessoa se vê diante de um observador
onisciente, do destino final. Deus conhece todas as coisas, todos os corações, o melhor e o pior.
Muitos têm religião, frequentam os templos e seguem os ritos de culto. Mesmo estas pessoas
terminam o mês pensando em dinheiro, nos problemas do mundo, na morte. Em qualquer camada
é possível gostar de Deus. Mas, nas camadas inferiores, a motivação por excelência não é Deus.
Nesta camada o sujeito precisa responder pessoalmente diante d’Aquele que sabe tudo e criou
tudo. Ele precisa responder a um ser infinito. Cada ato é concebido sob um prisma eterno, cada
ação é pensada diante de Deus.
Na 12ª camada, acontece o encontro com o sentido da vida. O indivíduo aceita o sofrimento
inevitável por amor a Deus. Um santo católico, por exemplo, será enigmático e complexo caso Deus
seja retirado da interpretação de seus atos.
Outros exemplos de pessoas que alcançaram a décima segunda camada são Jesus, Gandhi, Sidarta
Gautama, Moisés e Maomé.
Sofrimento
Principal objetivo
A redenção.
Porque ela é auto-evidente. À medida em que é apresentada, a teoria demonstra uma geometria
de encaixe dos argumentos e é reconhecida na vida.
O leitor percebe que é verdade quanto mais lê, ouve, observa e entende. Isto ressignifica sua vida.
A teoria não permanece teórica, pois está ancorada em fatos, ela está adequada à realidade.
Ela também é crível por acomodar diferentes fenômenos psicológicos descritos por Piaget, Freud,
Jung, Lacan, Szondi, Frankl. A teoria das 12 camadas da personalidade não cria fenômenos
imaginados, mas organiza os que existem e que já são percebidos.
Conclusão
As 12 camadas da personalidade fecham o ciclo de uma vida humana. Explicam a vida daquele que
possui um corpo, se manifesta, aprende, supera sua necessidade afetiva, confronta o mundo em
busca de vitória, conquista habilidades úteis, descobre um dever social, vê-se diante da morte,
busca a verdade, busca a vida moral, constitui um “eu histórico” e alcança a transcendência diante
de Deus.
Quanto mais avançado nas camadas, mais singular é o indivíduo, mais pessoal, mais único. É por
isso que ele tem mais personalidade, é menos identificado com as massas e se parece mais consigo
mesmo do que com os outros.