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I - O DOMÍNIO DA PSICOLOGIA SOCIAL
Níveis de analise
• Podemos encontrar várias psicologias sociais diferentes e múltiplas explicações para as
experiências humanas e as acções. Encontram-se duas variantes principais em psicologia Social,
onde ambas têm áreas comuns, mas diferem na focalização central e nos métodos de
investigação::
Psicologia Social Sociológica (PSS) Ö a focalização central é no grupo ou na sociedade
9 Os investigadores tentam compreender o comportamento social mediante a
análise de variáveis societais, tais como estatuto social, papéis sociais e normas
sociais
9 O objectivo principal da investigação é a descrição do comportamento
9 Inquéritos e observação participante são os principais métodos de investigação
9 Principais investigadores: Lewin, Festinger, Schachter, Asch, Campbell e Allport
Psicologia Social Psicológica (PSP) Ö a focalização central é no indivíduo
9 Os investigadores tentam compreender o comportamento social mediante a análise
de estímulos imediatos, estados psicológicos e traços de personalidade.
9 O objectivo principal da investigação é a predição do comportamento
9 A experimentação é o principal método de investigação
9 Principais investigadores: Mead, Goffman, French, Homans e Bales
• Existem várias razões para se proceder ao estudo das 2 psicologias sociais:
As duas psicologias complementam-se:
9 Visscher " Tenha-se cuidado em que estas duas abordagens, a do psicólogo e a
do sociólogo desenvolvam investigações complementares num plano estritamente
positivo". Cada uma tem os seus pontos fortes e fracos.
Em ultima instancia, as duas abordagens convergem:
9 Todas as teorias da psicologia social tentam compreender os indivíduos no seu
contexto social. Todas reconhecem implícita ou explicitamente, a influência
recíproca do indivíduo e da sociedade na construção social da realidade
9 Cada vez há uma maior interacção dos assuntos e dos métodos das duas psicologias
sociais.
A atenção ao mundo subjectivo do individuo é a única contribuição da psicologia social
que é partilhada pela PSS e pela PSP (CartWight 1979)
9 Ambas as perspectivas acentuam o meio percepcionado pelo individuo e não tanto
o meio actual.
9 Ambas as psicologias sociais se focalizam nas interpretações cognitivas da
realidade e nos comportamentos subsequentes com base nestas interpretações.
• Sendo o comportamento variado e as suas causas diversas, não é de admirar que em psicologia
social se recorra a diferentes níveis de análises:
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Doise (1982) - sintetizou essas explicações distinguindo quatro níveis:
1º É abordado o estudo dos processos "psicológicos" ou intra-individuais"que
deveriam dar conta do modo como o individuo organiza a sua experiência do
mundo social (ex. Um individuo ter uma opinião global sobre alguém, a partir da
integração de diferentes traços de personalidade que lhe são apresentados)
2º Tem em conta a dinâmica de processos "inter-individuais" e "intra-individuais que
ocorrem entre indivíduos (ex: o estudo da atribuição de intenções a outrem)
3º Faz intervir diferenças de "posições" ou "de estatutos sociais" para dar conta de
modulações de interacções situacionais (ex: quando uma argumentação convence
mais facilmente um individuo porque quem apresenta tem um estatuto social mais
elevado)
4º Mostra como determinadas "crenças ideológicas universalistas" induzem
representações e condutas diferenciadoras, ou até mesmo discriminatórias.
Lerner (1980) - os seus trabalhos permitem ilustrar o 4º nível
9 Segundo ele as pessoas têm uma profunda convicção de que o "mundo é justo" e o
que acontece às pessoas que sofrem é merecido.
• Se os níveis de análise podem ser diversos, os psicólogos sociais estão, no entanto, unidos na
crença de que os aspectos sociais do comportamento humano podem ser compreendidos através
do estudo sistemático.
• Este conhecimento pode permitir predizer o comportamento social e, talvez melhorá-lo,
contribuindo para uma qualidade de vida mais satisfatória dos seus semelhantes.
• Ebbinghaus (1908)
Escreve que a "Psicologia tem um longo passado mas só tem uma breve história".
• Platão
aproximava o indivíduo e a sociedade
• Rosseau
Analisou a influência das instituições sociais sobre a psicologia dos indivíduos, não pode
ainda dizer-se que estes autores sejam psicólogos sociais.
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Evolução da Psicologia Social
• Os anos que se seguiram à publicação do Texto de F. Allport foram um período de crescimento
rápido para a Psicologia Social.
• O ideal de transformar a Psicologia Social numa disciplina empírica (todo o conhecimento
humano deriva, directa ou indirectamente, da experiência) já tinha sido aceite.
• Em finais dos anos 20, começo dos anos 30, desenvolveram-se técnicas de investigação e
expande-se o trabalho efectuado.
• Nos anos 30 surge a publicação de trabalhos de três figuras de 1ª fila, na história da Psicologia
social.
Levy Moreno (1892-1974)
9 Desenvolveu o sistema sociométrico para analisar as interacções individuo-grupo.
Muzafer Sherif (1906-1990)
9 O 1º programa de investigação com cariz experimental
Kurt Lewin (1890-1947)
9 Formulou a "Teoria do campo":
O comportamento humano deve ser considerado como uma função das
características do individuo em interacção com o seu meio.
• Na resposta à questão sobre o que é que determina o comportamento humano:
Freud
9 Acentuou os processos psicológicos internos ao indivíduo.
Marx
9 Sublinhou as forças externas.
Lewin
9 Optou por ambos os factores: internos e externos, que influenciam o comportamento
humano.
9 Esta abordagem combina a psicologia da personalidade com a psicologia social,
que tradicionalmente têm sublinhado respectivamente diferenças entre indivíduos e
diferenças entre situações.
• Em cada década do sec. XX os interesses da investigação foram-se modificando e ampliando:
Até aos anos 30
9 o interesse dos investigadores está centrado, na medida das atitudes.
Anos 40 a 50
9 Presta-se atenção à influência dos grupos e da pertença aos grupos sobre o
comportamento individual e abordam-se as relações entre vários traços da
personalidade e comportamento social.
9 Festinger propõe a Teoria da Dissonância Cognitiva (tentativa de alterar
pensamentos/comportamentos, quando os mesmos são insatisfatórios)
9 Fritz Heiner Ö Psicologia “ingénua” (atribuir sentido à vida tentando controlar o
meio)
Anos 60
9 Os psicólogos sociais fizeram incidir a sua atenção em áreas de investigação. (ex:
porque é que obedecemos à autoridade, como nos atraímos e fazemos amigos....)
9 No Canadá dedicaram-se ao estudo de aspectos psico-sociais do bilinguismo (uso de
duas línguas).
9 Continuou a investigação em áreas de interesse social (ex: preconceitos e mudanças
de atitude).
9 A Psicologia Social europeia colocou uma maior ênfase que a norte-americana - no
estudo das relações interpessoais e na investigação de tópicos.
9 Surge a crise de confiança levando psicólogos sociais a enveredarem por debates de
extrema vivacidade.
Anos 70
9 Foram postos em cena novos tópicos (ex: papeis sexuais e descriminação sexual,
psicologia ambiental)
Anos 70 e 80 - duas tendências:
9 Influência crescente da perspectiva cognitiva
9 A ênfase na vertente aplicada.
Anos 90
9 Tem-se também verificado um crescente interesse pela investigação aplicada.
9 Para além da influência da perspectiva cognitiva e da vertente aplicada, duas outras
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perspectivas vão ocupar mais os psicólogos sociais:
Ô O estudo do papel do afecto,
Ô E uma maior sensibilização à variação cultural.
Ô Os psicólogos sociais estão a tornar-se mais sensíveis ao impacto da cultura no
comportamento social
Investigação cientifica
• A Psicologia Social utiliza o método científico para estudar o comportamento social.
• Método científico
Implica observação sistemática, desenvolvimento de teorias que explicam essas
observações, uso de teorias que engendram predições acerca de observações futuras e
revisão de teorias quando as predições não estão certas.
A ciência exige explicações.
São precisamente as teorias que nos ajudam a explicar o que se observa.
Uma teoria consiste na formação de regras gerais tendo por alicerce observações
específicas efectuadas.
Uma teoria deve ser capaz de fazer predições acerca de fenómenos com recurso à lógica
dedutiva Ö gera hipóteses susceptíveis de serem testadas
• Indução lógica
É a passagem de observações específicas a regras gerais ou teorias.
• Karl Popper
Mostrou que uma teoria cientifica não pode logicamente ser provada como verdadeira,
mas pode ser refutada (contradizer com argumentos).
Defende que para uma teoria ser científica deve, em princípio, ser capaz de refutação
empírica
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O valor de uma teoria depende de um certo número de qualidades:
9 Deverá estar em concordância com dados conhecidos, incorporando o que se
encontrou acerca do comportamento humano
9 Compreensiva, tentando compreender e explicar um amplo leque de comportamentos.
9 É parcimoniosa, não contendo mais que os elementos necessários para explicar o
assunto em questão.
9 É de se testar, fornecendo meios mediante os quais hipóteses especificas e predições
podem ser suscitadas e subsequentemente testadas por investigação.
9 É o seu valor heurístico (descobrir a verdade por si próprio). Estimula o pensamento e
a investigação e desafia outras pessoas a desenvolverem e testarem teorias opostas.
9 A utilidade ou valor aplicado de uma teoria é um atributo importante.
9 As teorias podem também servir para sensibilizar/identificar os factores susceptíveis
de influenciar a vida quotidiana e para prestar atenção às consequências das suas
acções.
9 Os PS tentam elaborar teorias que aumentem na pessoa a tomada de consciência de
deficiências na vida quotidiana e permitam guiá-las para opções mais satisfatórias.
9 Teoria GENERATIVA (Gergen 1978)
Ô Dá à pessoa a possibilidade de se interrogarem sobre o que acreditavam antes
e permite optar por novas relações em vez de conservarem crenças dogmáticas
(aceites como incontestáveis).
Meta-análise
• Um dos problemas com que se defrontam muitas vezes os investigadores é que o processo de
investigação conduz frequentemente a resultados contraditórios de um estudo para o outro.
• Meta-análise
É uma técnica estatística que permite aos investigadores combinar informação de muitos
estudos empíricos sobre um tópico e avaliar objectivamente a fidelidade e o tamanho
global do efeito (Rosenthal -1984)
São particularmente úteis no estudo das diferenças sexuais no comportamento social
No seio destas três orientações teóricas gerais é possível desenvolverem-se mini-teorias, que tentam
explicar um leque mais restrito do comportamento humano (fenómenos como o amor, solidão, etc)
7 – PERSPECTIVAS INTERNACIONAIS
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IV - ATITUDES
• Segundo Gordon Allport, as atitudes são medidas com maior sucesso do que são definidas
Modelos de atitudes
• Uma abordagem tradicional tem considerado as atitudes como sendo multidimensionais com
uma organização relativamente duradoira.
• Para o Modelo tripartido clássico, a atitude resulta de três componentes (Rosenberg e Hovland,
1960) :
Afectivo
9 Refere-se aos sentimentos subjectivos e às respostas fisiológicas que acompanham
uma atitude (Ex: sentirmo-nos tensos face a estudantes universitarios)
Cognitivo
9 Diz respeito a crenças e opiniões das quais a atitude é expressa, muito embora nem
sempre sejam conscientes (Ex: acharmos que os estudantes universitarios são arrogantes)
Comportamental
9 Diz respeito ao processo mental e físico que prepara o indivíduo a agir de
determinada maneira (Ex: recusarmo-nos a interagir com estudantes universitarios)
• Bagozzi (1978)
Não é claro o modo como se interrelacionam cada um destes componentes.
Em muitas situações a presença de um componente implica a presença de outros. (ex: caça).
• Breckler (1984)
Efectuou um estudo para testar as contribuições independentes dos componentes
afectivo, cognitivo e comportamental em relação às cobras
9 Mediu o ritmo cardíaco e os humores das pessoas na presença da cobra Î
Componente Afectivo
9 Mediu as crenças favoráveis/desfavoráveis em relação às cobras Î Componente
Cognitivo
9 Perguntou como reagiriam à presença de uma cobra Î Componente
Comportamental
As 3 dimensões convergem para assegurar uma significação comum, mas também existe
uma validade discriminante entre cada uma delas
Críticas a este modelo:
9 Apresenta obstáculos para se verificar empiricamente
9 As correlações não são suficientes para determinar a validade de construto do modelo
(Dawes e Smith)
• Há quem considere a atitude como sendo unidimensional, isto é, uma atitude representa a
resposta avaliativa (afecto), favorável ou desfavorável, em relação ao objecto de atitude.
• A atitude constitui, pois, a respostas que situa o objecto numa posição do continuum de
avaliação Î Modelo unidimensional clássico
• Fishbein e Azjen (1975)
Definem a atitude como sendo "uma predisposição aprendida para responder de modo
consistente favorável ou desfavorável em relação a dado objecto."
• Thurstone (1928)
Definiu a atitude como a intensidade de afecto a favor ou contra um objecto psicológico
• Zanna e Rempel (1988)
Delinearam o modelo tripartido revisto que integra todas estas concepções
Começam por definir a atitude como uma categorização de um objecto - estimulo ao
longo de uma dimensão avaliativa (por ex.: aborto-favoravel…desfavoravel)
Neste modelo a atitude é, por conseguinte, um julgamento (isto é, uma opinião) que
exprime um grau de aversão ou de atracção num eixo bipolar.
Pressupõe que esta avaliação pode basear-se em três espécies de informação:
9 Informação cognitiva
Ô Julgamento a "frio" de que se gosta ou detesta
9 Informação afectiva
Ô Emoção sentida
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9 Informação baseada no comportamento passado
Ô Antecipação da acção
Características
• A atitude enquanto realidade psicológica possui determinadas características oriundas das
realidades físicas.
• Pode-se encarar como um continuum psíquico, ou seja, uma entidade que tem um começo e um
termo de modo que se possa passar de um ao outro por variações de grau, ressaltam quatro
características:
Direcção da atitude
9 Designa o nível positivo ou negativo do objecto da atitude
9 Em relação a este objecto, o sujeito pode sentir atracção ou repulsa
Intensidade da atitude
9 Exprime-se pela força da atracção ou da repulsa em relação ao objecto
9 A intensidade foi e continua a ser a propriedade que mais tem atraído a atenção
dos investigadores.
9 Foi objecto das teorias das escalas clássicas de medida e recorre-se a ela para
determinar o grau de mudança de atitude.
9 Uma subpropriedade associada à intensidade é a extremidade (ex: um sentimento
positivo, pode ser exprimido por meio de uma atitude positiva desde "ligeiramente" a
"totalmente positiva".)
Dimensão da atitude
9 Permite-nos aprender se se trata de um objecto complexo e que não está bem definido.
9 Pode ser unidimensional (se abarcar apenas um domínio da axtividade
comportamental) ou multidimensional (vários domínios)
Acessibilidade da atitude
9 Solidez da associação entre o objecto de atitude e a sua avaliação afectiva
9 Um continuum "não atitude-atitude" foi proposto por Fazio, Sanbonmatsu, Powell
e Kardes (1986).
Ô Num dos extremos do continuum encontra-se a "não-atitude", isto é, não
existe na memória nenhuma avaliação à priori do objecto de atitude.
Ô À medida que nos deslocamos ao longo do continuum, a avaliação afectiva
aumenta e a sua acessibilidade torna-se mais provável
Ô No outro extremo do continuum, aparece uma atitude bem definida, positiva
ou negativa, mas espontânea e automática
Ô Quanto mais automática é a resposta mais provável é a predição do
comportamento
• Para além das características referidas, as atitudes têm outras características básicas:
As atitudes são inferidas do modo como os indivíduos se comportam (ex.: preencher um
questionário)
As atitudes são dirigidas em relação a um, objecto psicológico ou categoria (ex.: objectos
tangéveis, grupos, ideias abstractas, etc)
As atitudes são aprendidas, isto é, provêm da experiência. Dado que as atitudes são
aprendidas, podem ser mudadas
As atitudes influenciam o comportamento
Crenças
• O modo de relacionamento de crenças com atitudes tem muito a ver com a conceptualização que é
feita das atitudes
• Krech, Cruchfield e Ballachey (1962) Î Situam-se no Modelo Tripartido das atitudes
As crenças podem ser consideradas como o componente cognitivo das atitudes
• Fishbein e Ajzen, (1975) Î Consideram a atitude como sendo unitária
Definem as crenças como julgamentos que indicam a probabilidade subjectiva de uma
pessoa ou um objecto tenha uma característica particular.
Nesta perspectiva, crenças e atitudes são claramente distintas:
9 As crenças são cognitivas Ö pensamentos e ideias
9 As atitudes são afectivas Ö sentimentos e emoções
Opiniões
• Por vezes os termos opinião e atitude têm sido utilizados como sinónimos
• Mcguire (1962)
Sugeriu tratar-se de "normas à procura de uma distinção e não tanto de uma distinção à
procura de uma terminologia."
O termo opinião continua a ser amplamente utilizado, em particular no âmbito da
investigação de inquérito e de sondagens de opinião pública que se focalizam em atitudes
partilhadas e crenças de vastos grupos de pessoas
• Allport (1935)
Situa os quatro conceitos - opinião, atitudes, interesse e valor - ao longo de mesmo
continuum indo do mais específico ao mais geral
• Eysenck (1954)
Distingue quatro níveis:
9 Opinião acidental
Ô Não é característica do indivíduo
9 Opinião habitual
Ô É característica do indivíduo
9 Atitude
Ô Conjunto de opiniões estáveis interligadas, corresponde a um componente
importante da personalidade
9 Ideologia
Ô Traduz a interdependência das atitudes Ö atitude etnocêntrica, personalidade
de tipo conservador.
• Oskamp (1991)
Defende a perspectiva de que as opiniões são equivalentes a crenças e não tanto a
atitudes.
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As opiniões envolvem julgamentos de uma pessoa sobre a probabilidade de
acontecimentos ou relações, ao passo que as atitudes envolvem sentimentos ou emoções de
uma pessoa sobre objectos ou acontecimentos.
Valores
• Os valores constituem uma variável psicológica intimamente associada às atitudes.
• Muito embora as atitudes se refiram a avaliações de objectos específicos, os valores são crenças
duradoiras acerca de objectos importantes da vida que transcendem situações específicas
• "Paz", "felicidade", "igualdade", são alguns exemplos de valores
• Os valores constituem um aspecto importante do autoconceito e servem de princípios directores
para uma pessoa (Rokeach, 1972)
• Alguns psicólogos sociais tentaram catalogar um conjunto de valores básicos em que as pessoas
diferem:
Allport e Vernon (1931):
9 Teórico, económico, social, estético, politico e religioso
Morris (1956)
9 Apresentou cinco dimensões gerais de valores:
Ô Constrangimento social e autocontrolo
Ô Prazer e progresso na acção
Ô Retraimento e autosuficiência
Ô Receptividade e simpatia
Ô Autocomplacência e prazer sensual.
Rokeach (1973) - fez a distinção entre:
9 Valores finais
Ô Que dizem respeito aos objectivos últimos da vida Ö Valores pessoais Ö
Centrados nas pessoas
9 Valores instrumentais
Ô Que dizem respeito a modo de conduta Ö Valores sociais Ö Mais orientados
para a moralidade ou auto-realização
9 Elaborou 2 escalas para se avaliarem os valores, cada uma contendo 18 valores finais
e 18 valores instrumentais
Ô Aos sujeitos a quem se administram estas escalas, é-lhes pedido para ordenar
os valores finais e os valores instrumentais, tendo em conta a sua importância,
os seus princípios orientadores na vida
Figueiredo (1988)
9 Utilizou de modo assaz original estas escalas para verificar se existia consenso entre
pais e jovens ao nível dos valores finais e instrumentais.
9 O autor encontrou um marcado consenso entre as duas gerações na importância da
"dignidade" e "felicidade" como valores finais e "honesto", "afectuoso",
"responsável", "capaz" como valores instrumentais.
Feather (1994)
9 Os valores têm as seguintes propriedades:
Ô São crenças gerais acerca de objectivos e comportamentos desejáveis
Ô Envolvem bondade e maldade e têm uma qualidade de "dever" acerca deles,
Ô Transcendem atitudes e influenciam a norma que as atitudes podem assumir,
Ô Fornecem padrões para avaliar acções, justificar opiniões e comportamentos,
planificar comportamentos, decidir entre diferentes alternativas e apresentar-se
aos outros,
Ô Estão organizados em hierarquias para uma determinada pessoa e sua
importância relativa pode variar ao longo da vida,
Ô Os sistemas de valores variam segundo indivíduos, grupos e culturas.
Ideologia
• A ideologia representa um sistema integrado de crenças, em geral, com uma referência social ou
política
• Rouquete (1996)
A ideologia é o que torna um conjunto de crenças, atitudes e de representações
simultaneamente possíveis e compatíveis no seio de uma população
• Tetlock (1989)
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Propôs que os valores terminais, estão na base de toda a ideologia politica.
As ideologias podem variar segundo duas características:
9 Podem atribuir diferentes prioridades a valores particulares,
9 Há ideologias que são pluralistas e há outras que são monistas
5 – MEDIDAS DE ATITUDES
• Os psicólogos sociais não procuram somente saber o que são as atitudes e como são formadas.
• Tentam também medi-las, avaliar a sua direcção e intensidade, o que permite efectuar
comparações entre os indivíduos e os grupos.
• As atitudes podem ser medidas directa ou indirectamente.
Escala de Thurstone
• Thurstone (1928)
Defendeu que há um continuum psicológico de afecto ao longo do qual se podem situar os
indivíduos.
Das diversas técnicas de escalas desenvolvidas por Thurstone a que foi mais amplamente
utilizada foi a escala de intervalos aparentemente iguais.
A elaboração desta escala pode ser sintetizada em oito passos:
9 Obtém-se um determinado nrº de itens em relação com o objecto da atitude
9 Esses itens são avaliados por um conjunto de juízes com características semelhantes
às das pessoas que serviram de sujeitos
9 Pede-se aos juízes para ordenarem os itens em 11 categorias (+ favoravel, neutro, +
desfavoravel)
9 Os itens que são ordenados pelos juizes nas mesmas categorias são retidos. Os que
estão em desacordo são afastados
9 A cada um dos itens atribui-se um valor da escala
9 Retém-se um certo nrº de proposições, de modo que representem a extensão dos
valores da escala ao longo da dimensão favoravel a desfavoravel
9 Apresentam-se os itens selecionados numa ordem aleatória a uma população,
pedindo-lhes para escolherem aqueles com que concordam
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Este tipo de escala defronta-se com algumas dificuldades:
9 A preparação da escala é complicada e morosa, tendo-se encontrado resultados muito
semelhantes quando se utilizam técnicas menos complicadas que esta escala.
9 Pode haver um fosso relativamente grande entre o juri e a população a quem se
administra a escala.
9 Thurstone partiu da ideia de que os juízes ordenam as proposições
independentemente das suas atitudes, mas o contrário pode ser provado.
Escala de Likert
• Rensis Likert (1932)
Concebeu um dos métodos que mais influência tem tido na medida das atitudes.
Examinou cinco grandes áreas das atitudes:
9 Relações internacionais
9 Relações raciais
9 Conflitos económicos
9 Conflitos políticos
9 Conflitos religião.
Pode-se sintetizar a construção das escalas de Likert em três etapas:
9 Um conjunto de itens são selecionados pelo investigador, com base na experiência,
intuição e pré-teste
9 Esses itens são submetidos aos sujeitos que devem dar as suas opinioes, fazendo um
circulo à volta de um ponto numa escala de 1 a 5, cujos extremos são concordo
fortemente (5) e discordo fortemente (1)
9 A atitude é determinada pela soma das respostas a todos os itens que têm uma
correlação satisfatória com toda a escala
A principal vantagem desta escala é que ela se constrói mais depressa e com menos gastos
do que uma escala de Thurstone
Escala de Guttman
• Baseia-se no pressuposto de que as opiniões podem ser ordenadas segundo a sua "favoralidade"
de modo que a concordância com uma dada afirmação implica concordância com todos os itens
que exprimem opiniões mais favoráveis - para ele é uma escala unidimensional.
• A elaboração de uma escala deste tipo pode ser sintetizada em três etapas:
Reune-se um grande número de opiniões sobre a atitude que se deseja medir
Administra-se o questionário de opiniões a uma população de sujeitos
Efectua-se uma análise das respostas para se determinar se correspondem ao modelo ideal
• A reprodutividade é a base da escala de Guttman e é geralmente aceite que um conjunto de itens
deve ter um coeficiente de reprodutividade de cerca de 90 (10% ou menos de erro)
Diferenciador semântico
• O problema com escalas como as do tipo Thurstone, Likert ou Guttman é de que para cada novo
objecto de atitude tem de se construir uma nova escala.
• O diferenciador semântico propicia a possibilidade de se medirem diferentes atitudes com a mesma
escala.
• Osgood, Suci e Tannenbaum (1957)
Desenvolveram o diferenciador semântico
9 É uma técnica de medida da significação psicológica que têm os objectos ou os
conceitos para o indivíduo.
9 É a combinação de um método de associações forçadas, mas controladas e de um
procedimento de escalas permitindo obter a direcção e a intensidade do
significado do conceito.
Por meio do recurso à análise factorial, Osgood e seus colegas identificaram três
dimensões básicas mediante as quais os conceitos podem ser descritos.
Estes factores foram interpretadas como sendo:
9 A avaliação
9 A potência
9 A actividade.
• Usos do diferenciador semântico:
Estudar as diferenças sócio-culturais nas atitudes.
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Estudar as diferenças sexuais.
Avaliar o auto-conceito.
• O diferenciador semântico tem a vantagem de ser fácil de construir.
Medidas indirectas
• Os questionários são de longe as técnicas de avaliação das atitudes mais amplamente utilizadas.
• As medidas indirectas mais comuns, em que não se pergunta à pessoa a sua atitude directamente,
são:
Técnicas fisiológicas
9 Assentam no pressuposto de que o comportamento afectivo das atitudes produz uma
reacção fisiológica que pode potencialmente ser medida (resposta galvânica da pele e a
resposta pupilar)
Técnicas comportamentais
9 Assentam na suposição que o comportamento é consistente com atitudes.
Técnicas projectivas.
9 Pede-se aos sujeitos para descreverem uma figura, contarem uma história,
completarem uma frase, ou indicarem como é que alguém reagiria a essa situação.
9 Têm a vantagem de que muitas vezes as pessoas projectam as suas próprias atitudes
nos outros.
• A utilização de técnicas indirectas para medir as atitudes reveste-se quer de vantagens, quer de
desvantagens:
Vantagens
9 Assinale-se que essas técnicas são menos susceptíveis de suscitarem respostas
socialmente aceites.
9 A pessoa não conhece que atitude está a ser medida.
Desvantagens
9 Refira-se a dificuldades em medir a intensidade da atitude e sendo as atitudes
inferidas estas técnicas podem deixar a desejar quanto à fidelidade.
9 Também podem suscitar problemas éticos.
• Apesar disso as medidas indirectas são a única avenida a seguir quando o investigador trabalha
sobre assuntos sociais muito sensíveis.
6 – ATITUDES E COMPORTAMENTOS
Resumo
• Tradicionalmente, as atitudes têm sido definidas como envolvendo crenças, sentimentos e
disposições a agir.
• Mais recentemente, os teóricos parecem estar a mover-se para uma concepção das atitudes como
avaliações, avaliações estas que se relacionam de modo complexo com crenças, sentimentos e
acções.
• As atitudes ajudam-nos a definir grupos sociais, a estabelecer as nossas identidades e a guiar o
nosso pensamento e comportamento.
As atitudes formam-se através da aprendizagem e são influenciadas pelas pessoas (ou
grupos) significativas da vida de uma pessoa.
• Para dar conta das numerosas variáveis, para além da atitude, que podem influenciar, o
comportamento foram propostos modelos teóricos.
O modelo mais influente da relação atitude-comportamento é o da teoria da acção
reflectida, posteriormente denominado de teoria do comportamento planificado.
9 Para o modelo da acção reflectida, o determinante mais imediato do comportamento
é a intenção ou o desejo de agir.
9 Por seu lado, a intenção é determinada pela atitude e pelas normas subjectivas.
Para o modelo do comportamento planificado o factor de controlo comportamental
percepcionado é acrescentado a atitude e à norma subjectiva.
9 Pressupõe-se que este modelo tem uma eficácia de predição superior em situações em
que o comportamento só esteja tenuemente sob controlo voluntário.
V – REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
1 – INTRODUÇÃO
• Uma das mudanças com maior impacto na vida quotidiana foi o papel cada vez mais importante
assumido pelos meios de comunicação de massa na criação e difusão de informações e de modos de
pensar, de sentir e de agir
• Tarde
Apreendeu a importância da comunicação para reproduzir e transformar as sociedades
humanas, tendo então proposto que a Psicologia Social se ocupasse antes de mais do
estudo comparativo das conversações.
O material base foram conversas gravadas.
• Após esta proposta de Tarde, as sociedades humanas evoluíram
• Uma das mudanças com maior impacto na vida quotidiana foi o papel cada vez mais importante
assumido pelos meios de comunicação de massa na criação e difusão de informação e de modos de
pensar, de sentir e de agir.
22
• Serge Moscovici
Caracterizou a nossa época como sendo a era por excelência das representações sociais
Mostrou várias semelhanças entre as características do pensamento adulto e do
pensamento infantil.
Efectivamente, quer no pensamento infantil quer no pensamento adulto, há intervenção de
dois sistemas cognitivos que originam as suas características partilhadas:
9 "…vemos em acção dois sistemas cognitivos, um que procede por associações, inclusões,
discriminações, deduções, isto é, o sistema operatório, e o outro que controla, verifica,
selecciona com ajuda de regras, sejam ela lógicas ou não; trata-se de uma espécie de
meta-sistema que trabalha de novo a matéria produzida pelo primeiro " - Moscovici
(1976).
2 – ORIGENS
3 – NOÇÃO
• A noçao de representação social situa-se efectivamente numa encruzilhada com múltiplos acessos
e com 2 consequências principais:
Pode acontecer que autores que se inscrevem em campos disciplinares diferentes se
encontrem na mesma encruzilhada
Designa um vasto número de fenómenos e de processos
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• Moscovici
"Sociedade pensante" Ö trabalho de construção, mediante trocas e interacções, de ponto
de vista e de saberes, partilhados e distribuídos segundo as fronteiras incertas dos grupos
sociais.
Uma representação social define-se como “a elaboração de um objecto social por uma
comunidade”
• Jodelet (1989)
O conceito de representação social designa "uma forma de conhecimento socialmente
elaborado e partilhado, com uma orientação prática e concorrendo para a construção de
uma realidade comum a um conjunto social".
Para acolher a “sociedade pensante” foram construídas 2 representações: uma moral e
outra biológica
• Como fenómenos, as representações sociais apresentam-se em formas variadas, mais ou menos
complexas: imagens, sistemas de referência, categorias, teorias.
• Os principais aspectos a ter em conta na noção de representação social são os seguintes:
Referência a um objecto. A representação para ser social, é sempre uma representação de
algo.
Resultam de uma actividade construtora da realidade e de uma actividade expressiva.
Adquirem a forma de modelos que se sobrepõem aos objectos, tornando-os visíveis, e
implicam elementos linguísticos, comportamentais ou materiais.
São uma forma de conhecimento prático que nos levam a interrogar-nos sobre os
determinantes sociais da sua génese e da sua função social na interacção social da vida
quotidiana.
• Esta forma de conhecimento permite a apreensão pelos sujeitos sociais dos acontecimentos da
vida corrente, das informações veiculadas, das pessoas do nosso meio próximo ou longínquo Î
Trata-se do conhecimento do senso comum em oposição ao conhecimento científico
• Como forma de conhecimento, a representação social implica a actividade de reprodução das
características de um objecto.
• Esta representação não é, porém, o reflexo puro e fiel do objecto, mas uma verdadeira construção
mental
• Moscovici
As imagens são sensações mentais, impressoes que as pessoas e os objectos deixam no
cérebro Ö reprodução, reflexo, fenómeno passivo
As representações sociais são um fenómeno activo, fazem referência a um objecto, são
um conhecimento prático
• Opinião Ö Resposta manifesta, sendo o único elemento observável do sistema
• A atitude Ö Resposta antecipada (preparação para a acção)
• Representação social Ö Na medida em que é um processo de construção do real, age
simultaneamente sobre o estímulo e a resposta.
• O preconceito está intimamente ligado à atitude tendendo mesmo a confundir-se com ela.
• As noções de estereótipos e de preconceito, na medida em que se aproximam das noções de opinião
e de atitude, respectivamente, são por conseguinte, também diferentes da representação social.
Resumindo:
• Se todos estes "objectos parciais" estão integrados nas representações sociais, estas não são
consideradas "como opiniões sobre" ou "imagens de", mas "teorias", "ciências colectivas"
sui generis, destinadas à interpretação e à leitura do real (Moscovici).
• Contudo, para o psicólogo social, a representação actualiza-se "numa organização psicológica
particular e preenche uma função específica" (Herzlich)
• A representação social desempenha um papel na formação das condutas sociais e das
comunicações, na medida, em que é através dela que o grupo apreende o seu meio.
• As condições sociais em que nos locomovemos determinam não só o que pensamos, mas também,
como pensamos
• Há um acordo em abordar a representação social como o produto e o processo de uma elaboração
psicológica e social do real
• Jodelet
"processos e produtos são indissociáveis, só se pode descobrir a obra nos seus efeitos,
estudar os mecanismos na base da sua produção".
A representação-produto
• Moscovici
Considera cada universo de representações sobre três aspectos:
9 Informação
Ô Diz respeito à soma e organização dos conhecimentos sobre o objecto de
25
representação.
Ô A sua apreciação supõe que se relacione o discurso do sujeito com os
caracteres objectivos do objecto
9 Atitude
Ô Exprime a orientação global, positiva ou negativa, em relação ao objecto da
representação.
Ô A função reguladora é sem dúvida mais importante que a energética.
Ô Aparece como uma espécie de reacção secundária tendo por função orientar
(por antecipação ou comparação) o comportamento através das estimulações
no meio físico e social.
Ô Não só orienta o comportamento como regula as trocas com o meio.
Ô Pode-se considerar o estímulo e a resposta de um sujeito como uma troca,
sendo a atitude o sistema que regula esta troca.
Ô É reguladora e energética, supondo uma estruturação dos estímulos e das
respostas.
9 Campo de representações
Ô Designa o "conteúdo concreto e limitado das proposições sobre um
aspecto preciso do objecto de representação"
Ô Remete-nos para a construção significante que é feita do objecto
integrando e interpretando as informações de que o sujeito dispõe - com a
ideia de uma organização ou de uma hierarquia de elementos.
Ô Gilly
Relembra que é a propósito do campo de representação que
operacionalmente se encontram maiores dificuldades.
Se é relativamente fácil apreciar a atitude e a informação "é, pelo
contrário, sempre difícil chegar a um bom conhecimento do
campo. Este último só pode ser apreendido de modo parcial
através dos instrumentos propostos pelo psicólogo destinatário das
respostas construídas".
• Estes três elementos constitutivos da representação social denotam a seu conteúdo e sentido.
• A sua análise torna possível um estudo comparativo dos grupos segundo a homogeneidade ou
heterogeneidade do conteúdo e da estruturação da representação.
A representação-processo
• Moscovici
Põe em evidência dois processos fundamentais que deixam transparecer o modo como o
social transforma um conhecimento em representação e como esta representação
transforma o social, a propósito do estudo de uma teoria científica, a Psicanálise.
Estes dois processos, a objectivação e a ancoragem, mostram a interdependência entre a
actividade psicológica e as condições sociais.
Objectivação
9 É o mecanismo que permite concretizar o abstracto
9 A objectivação reduz a incerteza perante objectos por meio do recurso a uma
transformação simbólica e imagética
9 Jodelet (1983)
Ô A objectivação pode assim definir-se como uma operação imagética e
estruturante."
9 Este processo pode subdividir-se em três fases no caso de um objecto complexo
como uma teoria:
Ô A selecção e descontextualização
Dos elementos da teoria constitui a primeira fase que vai da
"teoria à sua imagem".
Procura-se dar um carácter concreto, imagético, mais facilmente
acessível, a noções mais abstractas.
A selecção é necessária, pois para o produto da representação se
tornar funcional deve limitar-se a alguns elementos acessíveis.
O fenómeno de descontextualização aparece sobretudo na
transformação das ideias científicas em conhecimento quotidiano.
26
Ô "Esquema figurativo"
É o núcleo organizador da representação.
O esquema figurativo forja uma imagem visual de uma
organização abstracta, captando a essência do conceito, da
teoria, ou da ideia que se trata de objectivar.
Ô A naturalização
É a operação pela qual os conceitos se movem "em verdadeiras
categorias de linguagem e entendimento - categorias sociais
certamente - próprias para ordenar os acontecimentos concretos e
serem abafados por eles" (Moscovici)
A representação da realidade torna-se realidade da representação
9 A tendência à objectivação posta em evidência a propósito de uma teoria
científica, é caracterizada pela selecção, esquematização e naturalização, e é
susceptível de generalização a toda a representação.
9 Foram recentemente avançadas três propostas mais precisas e menos
descritivas para a análise mais minuciosa do processo de objectivação:
Ô 1º Ö Sugere que o estudo das representações sociais se interesse pela
análise dos discursos sem relação com atitudes socialmente partilhadas.
Ô 2º Ö Põe a ênfase na metaforização, dispositivo específico de
objectivação de objectos estranhos.
Ô 3º Ö Diz respeito à possível generalidade de um efeito específico de
objectivação, a personificação.
Ancoragem
9 Traduz a intervenção da representação no social.
9 Permite transformar o que é estranho em algo familiar.
9 Incorpora o que é estranho mediante a inserção numa rede de categorias e de
redes pré-existentes.
9 O processo de ancoragem não se limita ao conteúdo, mas engloba as actividades
cognitivas de reconstrução e de remodelação, em três direcções:
Ô Utilidade
Ô Significação
Ô Integração cognitiva
9 Articula as 3 funções base da representação:
Ô Função de orientação das condutas e das relações sociais
A ancoragem como instrumentalização, permite pois
compreender como os elementos da representação não só
exprimem relações sociais, como contribuem para as constituir.
Ô Função de interpretação da realidade
Constitui-se assim uma "rede de significações" a partir dos
valores salientes na sociedade e nos seus diversos grupos.
Ô Função cognitiva de integração da novidade
A ancoragem refere-se também à integração cognitivas do objecto
representado no sistema de pensamento pré-existente e às
transformações que daí resultam.
9 Jodelet
Ô A ancoragem e a objectivação que são processos básicos no
engendramento e funcionamento das representações sociais têm uma
relação "dialéctica"
Ô Combinam-se para tornar inteligível a realidade.
9 Moscovici
Ô Emite a hipótese de que modalidades distintas de conhecimento
coexistem num mesmo indivíduo ou num mesmo grupo, correspondendo
a relações definidas do homem ou do grupo com o seu meio.
Ô Esta coexistência dinâmica determina um estado de "polifasia cognitiva".
Ô Este fenómeno relaciona-se com o contacto entre o carácter criador,
autónomo da representação social e os quadros de pensamentos antigos.
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6 – ÁREAS DE INVESTIGAÇÃO
• Quando o investigador se debruça sobre o conjunto dos trabalhos efectuados no campo da teoria
das representações sociais, verifica-se uma grande diversidade dos objectos estudados.
• Jodelet
Esta autora, distingue três áreas de investigação sobre as representações sociais:
9 Uma área que se relaciona especificamente com a difusão dos conhecimentos e
com a vulgarização cientifica no campo social, ou no campo educativo. Esta área
tende para a autonomia nos problemas e métodos.
9 Uma área que integra a noção de representação social como variável
intermediária ou independente no tratamento, a maior parte das vezes
experimental em laboratório, de questões clássicas de psicologia social.
9 Uma área mais ampla, em que as representações sociais são apreendidas em
contexto sociais reais ou grupos circunscritos na estrutura social, mediante
formação discursivas diversas.
9 Entre estas três áreas há pontos de convergência e de divergência:
Ô Jodelet
pertinência,
estrutura
processos de constituição Convergência
funções.
VI – PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
• As atitudes indicam-nos o modo como pensamos e sentimos em relação a pessoas, objectos e
questões do meio circundante.
• Podem, também, permitir prever como agiremos em contacto com os alvos das nossas crenças.
• O conceito de atitude está relacionada com graves questões sociais como são os problemas de
preconceito e de discriminação.
• Preconceito
Pode ser definido como uma atitude favorável ou desfavorável em relação a membros de
algum grupo
Baseada, sobretudo, no facto da pertença a esse grupo e não necessariamente em
características particulares de membros individuais.
Os termos endogrupo e exogrupo são úteis para se tratar do preconceito
9 Endogrupo
Ô Composto pelos sujeitos que uma pessoa categorizou como membros do
seu próprio grupo de pertença e com quem tem tendência a identificar-se.
9 Exogrupo
Ô É composto por todos os sujeitos que uma pessoa categorizou como
membros de um grupo de pertença diferente do seu e com quem tem
tendência a identificar-se.
Estes grupos psicológicos definidos em função dos termos "nós" e "eles" são o produto
de um dos processos mais fundamentais do ser humano, a categorização Î permite-nos
classificar e ordenar o nosso meio físico e social
Origina comportamentos e acções que podem ter sérias implicações não só na vida
quotidiana como no bem-estar da sociedade.
O facto de se definir preconceito como um tipo especial de atitude tem pelo menos duas
implicações:
9 1ª - Pode ser negativo ou positivo
9 2ª - Podemos vê-lo como tendo três componentes principais:
Ô Afectivo Ö sentimentos preconceituados experienciadas
Ô Cognitivo Ö crenças e expectativas acerca dos membros desses grupos
Ô Comportamental Ö tendência a agir em relação a esses grupos
• Discriminação
É a manifestação comportamental do preconceito
O preconceito nem sempre leva à discriminação, a discriminação nem sempre leva ao
preconceito (podemos não dar guarida a um estrangeiro devido a pressões sociais, mas nada
termos contra ele, pessoalmente)
O comportamento discriminatório pode assumir diferentes formas:
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9 Nível moderado Ö pode implicar evitamento,
9 Nível acentuado Ö pode levar a excluir de empregos, de escolas, de alojamentos.
9 Nível extremo Ö revestir-se de agressão contra os alvos do preconceito.
• Allport (1954)
Apresentou um modelo das expressões da passagem ao acto do preconceito com cinco
fases:
9 1ª - Anti locução
Ô Conversa hostil e difamação verbal, propaganda racista
9 2ª - Evitamento
Ô Manter o grupo étnico separado do grupo dominante na sociedade
9 3ª - Discriminação
Ô Excluído de direitos civis
9 4ª - Ataque físico
Ô Violência contra pessoas e propriedades,
9 5ª - Extermínio
Ô Violência indiscriminada contra todo um grupo de pessoas (nazis)
• Grupo minoritário
A pertença a um grupo minoritário envolve mais um estado de espírito do que
características numéricas
O que distinguem um grupo minoritário de um maioritário é precisamente o poder relativo
exercido pelos dois grupos
Wagley e Harris - para eles as minorias:
9 São sectores subordinados de uma sociedade,
9 Possuem traços físicos e culturais que são pouco apreciados pelos grupos
dominantes,
9 Estão conscientes do seu estatuto minoritário,
9 Tendem a transmitir normas que encorajam a afiliação
9 Casamento com membros do mesmo grupo.
Racismo
• O racismo é "qualquer atitude, acção ou estrutura institucional que subordina uma pessoa
por causa da sua cor ".
• É a forma de preconceito mais estudada.
• A noção de raça tem a sua origem na biologia e designa uma espécie geneticamente distinta de
outras (Osborne, 1971).
• A discriminação com base na cor da pele torna-se pois uma distinção arbitária e confusa (negros +
claros, tendem a discriminar negros + escuros)
• Muitas vezes estas distinções têm mais a ver com distinções étnicas que sociais.
• Grupo étnico
Conjunto de pessoas que têm antepassados comuns pertencentes a uma mesma cultura e
sentimentos comuns de identificação a um grupo distinto.
• O preconceito com base em distinções étnicas denomina-se etnocentrismo:
Quando as pessoas acreditam que o seu grupo étnico é superior aos outros grupos
• O único tipo de preconceito que rivaliza com o racismo, é o sexismo
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Sexismo
• Preconceito e discriminação com base no género
• A investigação sobre sexismo é importante pelo menos por dois motivos:
Ensina-nos algo sobre os mecanismos psicossociais associados ao preconceito geral
Trata-se de uma forma de preconceito que pode afectar um em cada dois seres humanos
• Exemplos de sexismo: oportunidades desiguais na educação, salários diferentes para a mesma
função, etc
• Face-ismo
Diferença da ênfase que a nossa cultura coloca na vida mental para os homens e na
aparência física para as mulheres. (Archer e outros (1983)
Heterossexismo
• É um sistema de crenças culturais, de valores e de hábitos que exalta a heterossexualidade e
critica e estigmatiza qualquer forma não heterossexual de comportamento ou identidade (Bem
1993; Herek 1991).
Idadismo
• Uma maior proporção de pessoas idosas numa sociedade pode suscitar vários problemas
relacionados com o apoio económico, com a saúde, bem como com os papéis na família e na
sociedade.
• Poderá acontecer que as pessoas idosas constituam um peso desproporcionado em relação à força
de trabalho dos mais jovens o que poderá ter como consequência uma competição pelos recursos
entre as necessidades dos idosos e dos jovens.
• Contudo, a forma como os jovens veêm os idosos (eles próprios o serão um dia), varia de sociedade
em sociedade
Abordagens históricas
• Analisar o contexto histórico dos conflitos
E.U.A. Ö escravatura
África do Sul Ö Apartheid
Irlanda do Norte Ö Sectarismo religioso
Profissões de homens e não de mulheres (camionista)
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• Factores económicos.
O preconceito da raça pode ser uma máscara para intenções de exploração
Abordagens sócio-culturais
• Aumento de urbanização (estrangeiros podem ser responsabilizados pela propagação de
determinadas doenças)
• Aumento da densidade populacional
• Mobilidade de certos grupos
• Competição para empregos entre membros de diversos grupos
• Mudanças no papel e função da família.
Abordagens situacionais
• As abordagens da situação examinam os factores do meio imediato da pessoa que causam o
preconceito
• O conformismo tem uma forte influência no preconceito (as pessoas fazem-no para obterem
aceitação social)
• O preconceito nas crianças forma-se através da modelagem e do reforço directo
• Em relação ao preconceitos com os negros, a região demográfica (Sul = + preconceituoso que o
Norte), a idade (velhos = + preconceituosos) e o nível de instrução (menor nível de instrução = +
preconceituosos) têm bastante influência.
Abordagens psicodinâmicas
• Acentuam que o preconceito resulta dos próprios conflitos e desadaptações da pessoa. Trata-
se de teorias fundamentalmente psicológicas, que contrastam com as abordagens anteriores
• Segundo estas teorias, para se modificar o preconceito e a discriminação devemos focalizar-nos
na pessoa com preconceito.
• Existem dois tipos de explicação:
O preconceito é visto como enraizado na condição humana (semelhanças)
Resulta de um tipo de personalidade (diferenças)
Ambas as explicações partilham todavia uma característica comum: são exemplos do que
Pettigrew (1959) chama de externalização:
9 Um indivíduo trata com os seus problemas e conflitos pela descarga ou
projecção noutros indivíduos ou grupos de pessoas Ö as pessoas acreditam que a
causa lhes é externa
• Frustração e agressão
John Dollard, Leonard Dood e seus colaboradores
9 Sustentaram que o preconceito é uma forma de agressão, e que resulta da
frustração
9 Esta interpretação é conhecida como a hipótese do bode expiatório do
preconceito em que membros de grupos minoritários são vítimas inocentes de
agressão deslocada de grupos maioritários (Ex.: imigrantes serem a causa de
desemprego e insegurança no país)
Ao avaliarem as teorias de frustração, Feshbach e Singer (1957) distinguem:
9 Ameaças partilhadas
Ô Possibilidade de haver um ciclone tem como efeito juntar as pessoas
(diminui o preconceito contra os negros)
9 Ameaças pessoais
Ô A perca de um emprego, tem um efeito de escalada no preconceito, tal
como a teoria da frustração prediria.
• Diferenças de personalidade
Adorno e seus colaboradores:
9 Escala Anti-semitismo
Ô Medir as atitudes em relação aos judeus.
Ô O anti-semitismo não é então mais do que uma manifestação de
etnocentrismo
9 Escala F ("F" como facista)
Ô Mede as tendências anti-democráticas dos sujeitos (autoritarismo)
Ô Comporta nove componentes:
Convencionalismo,
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Submissão autoritária,
Agressão autoritária,
Anti-intracepção,
Superstição e estereotipia,
Poder e dureza,
Destrutividade e cinismo,
Projecção,
Atitudes sexuais puritanas.
Ô Em função dos dados recolhidos, os sujeitos foram repartidos em duas
categorias correspondentes a dois tipos de personalidade:
A autoridade autoritária
Indivíduo que recalcou as suas tendências individuais
Tende a projectar sobre os outros as tendências que não
aceita para ele
Está muito preocupado pela pureza da sua consciência
Mostra uma intolerância rígida em relação aos outros
Admira o poder e faz prova de uma dominação excessiva
sobre os fracos e de uma submissão exagerada aos fortes
Rokeach chamou a atenção para a sub estimação do
autoritarismo. Defendeu que o autoritarismo pode estar
associado não só à extrema direita como à extrema esquerda.
São pessoas com "mentes fechadas". Elaborou uma escala de
dogmatismo - medir o autoritarismo em si.
Hyman e Sheatsley Ö A personalidade autoritária é mais
suscep´tivel de existir entre as pessoas com menor nível de
instrução e com estatuto socio-económico mais baixo
Pettigrew Ö valoriza o contexto cultural
A anti-autoritária
Abordagens cognitivas
• Aspectos de como processamos informação podem estar na origem de preconceitos.
• Quatro espécies de informação podem ser utilizadas para desenvolver o preconceito:
Categorização social (CS)
9 Os indivíduos dividem o mundo em duas categorias: "nós" (endogrupo) e "eles"
(exogrupo)
9 A categorização social, para além de produzir o favoritismo do endogrupo, afecta
as nossas percepções e memória
9 Park e Tothbart (1982)
Ô Os membros do endogrupo tendem a ver os membros do exogrupo como
sendo mais homogéneos e menos diferenciados que os membros do seu
próprio grupo.
9 A categorização social acentua diferenças entre grupos e semelhanças dentro de
grupos.
9 Para certos autores, o viés do endogrupo apoiam indirectamente a auto-estima do
indivíduo criando uma identidade social positiva.
9 A CS cdesempenha um papel na génese do preconceito
9 O paradigma do "grupo mínimo" mostra que a categorização social é só por si
suficiente para suscitar discriminação social.
O poder dos estereótipos
9 Estereótipo
Ô "imagens na cabeça" que temos acerca de membros de um grupo.
9 Um dos objectivos fundamentais da Psicologia Social é a descoberta do modo
como as pessoas compreendem e reagem às outras no seu meio.
9 Os estereótipos acerca de grupos sociais constituem um conjunto importante e
usual de expectativas acerca de outros.
9 São um conjunto de crenças que se associam a grupos sociais (grupos étnicos,
sexuais e etários)
9 Os estereótipos estão armazenados na memória a longo termo. (Stangor e Lange
1994)
33
9 Entre as explicações avançadas para o desenvolvimento dos estereótipos refira-se a
homogeneidade do exogrupo Ö tendência para assumir que há maior semelhança
entre membros dentro de Exogrupo que dentro do endogrupo
9 Tem sido sugerido que muitos casos os estereótipos surgem e mantêm-se
mediante a operação de correlação ilusória Ö consiste em percepcionar uma
relação que não existe realmente entre pertença a um grupo e o facto de possuir
certos traços inusitados.
9 Os estereótipos são fundamentalmente esquema, e interpretamos e relembramos a
informação que confirma os nossos esquemas
9 Outro fenómeno que favorece a estabilidade cognitiva dos estereótipos consiste
na profecia de auto- realização (somos simpáticos porque acreditamos que
determinada pessoa é simpática, o que faz com que essa pessoa aja, efectivamente, de
forma simpática) Ö Crer é ver
Atribuição
9 Atribuição
Ô É o processo de explicar o comportamento
9 Tentativas de explicação de acontecimentos surpreendentes ou negativos podem
ser distorcidos pelo pensamento estereotipado. Duas consequências importantes
são:
Ô Rotulagem enviesada
Rótulo enviesado descreve o mesmo comportamento de modo
favorável para o endogrupo, e desfavorável para o exogrupo.
Ô Erro irrevogável da atribuição
As pessoas com preconceitos têm tendência a cometerem este
erro, que é uma extensão do erro fundamental da atribuição.
Quando as pessoas com preconceito vêem o alvo do preconceito a
executar uma acção negativa, tendem a atribui-la a traços estáveis
dos membros dos grupos minoritários:"lá nasceram assim".
Todavia quando vêem a executar uma acção positiva, ela não é
atribuída a disposições internas
Pettigrew
Pessoas com preconceitos tratam das acções positivas do
exogrupo, de 4 formas:
¾ O caso excepcional Ö diferenciando-se o actor dos
outros membros dos grupos minoritários
¾ Vantagem especial ou sorte
¾ Os factores situacionais que estão fora de controlo
¾ Alta motivação para o sucesso e esforço
extraordinário
Crenças sociais
9 As crenças são uma fonte importante de atitudes preconceituosas.
9 Alguns preconceitos estão baseados em ideologias religiosas ou politicas.
9 O preconceito pode também apoiar-se em crenças de que o mundo é um lugar justo
9 Lerner (1980)
Ô Notou que muitas pessoas acreditam nesse mundo justo e denominou este
fenómeno de crença num mundo justo Ö Quem sofre merece o seu
sofrimento
9 As pessoas nos países mais pobres tendem a acreditar que o mundo não é um lugar
justo
Alvo de preconceito
• Preconceito e hostilidades intergrupais podem por vezes basear-se em características reais de grupo
Ö Reputação ganha
Tomada de consciência
O assimilador cultural
• É uma técnica de sensibilização aos julgamentos correctos a respeito das expectativas de um
grupo ou cultura.
• Permite considerar o mundo social em consonância com o ponto de vista de uma outra pessoa.
• São ensinadas as normas e os modos de vida de outro grupo com o intuito de permitir efectuar
atribuições certas a propósito do comportamento dos membros do outro grupo
• Este tipo de treino cognitivo pode reduzir o preconceito e o pensamento estereotipado
Hipótese de contacto
• Há razões para se pensar que o tipo de contacto intergrupal desempenha um papel importante para
que se efectue com sucesso.
• Vários factores devem ser tomados em consideração:
Igualdade de estatuto social (Ex.: entre homens e mulheres)
Contacto intimo (Ex.: autóctone a trabalhar com imigrante)
Objectivos comuns
Normas sociais que favoreçam a igualdade
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Para além da hipótese de contacto
• Uma das críticas da hipótese do contacto é o ênfase colocado na mudança de atitudes
preconceituosas do grupo dominante, e a ignorância das atitudes dos membros de grupos
minoritários
• Para uma promoção mais eficaz da harmonia intergrupal, os cientistas sociais devem considerar:
As atitudes e crenças dos membros dos grupos minoritários
As crenças e ansiedades de todas as pessoas envolvidas no contacto intergrupal
DesForges
9 Ele a sua equipa sugerem que fornecer uma estrutura na situação de contacto
ajuda a reduzir o efeito de expectativas cognitivas e de esquemas cognitivos
preexistentes
Ô Estádio 1 Ö Expectativa
As pessoas que sabem que estão para interagir com um membros de
um grupo estereotipado, esperam interagir com alguém semelhante
ao membro típico
Ô Estádio 2 Ö Adaptação
Contacto cooperativo com estatuto igual com um membro de um
grupo estereotipado negativamente, suscita uma impressão mais
positiva dessa pessoa que a esperada
Ô Estádio 3 Ö Generalização
A impressão positiva de modo inesperado desse membro do grupo
específico, generaliza-se na um retrato mais npositivo do membro
típico e a uma atitude mais positiva.
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