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Fonética ≠ Fonologia
A Fonética trata do material, enquanto que a fonologia trata do abstracto,
procurando perceber o que está por detrás do material da fala; porém, ambas usam
o mesmo objecto de estudo mas com perspectivas diferentes.
Fonética Fonologia
- sons do domínio da fala (Fones); - sons do domínio da Língua (Fonemas,
que se realizam nos Fones);
- descrição do significante do signo; - descrição do significante em relação
com o significado, apesar dos fonemas
não terem significado;
- a fonética é autónoma, não é uma - a fonologia não prescinde da
disciplina linguística mas auxiliar, fonética.
paralinguística.
Identificação de fonemas
Podemos produzir o mesmo fonema com realizações diferentes. Para
identificar e distinguir fonemas, a fonologia criou o método fonológico da
comutação. Este método realiza-se através de pares mínimos, pares de
significantes exactamente iguais, com todos os elementos na mesma posição à
excepção de um, como é o caso de dado e lado.
Se do teste da comutação não resultar uma alteração do significado, não
estamos perante dois fonemas mas, perante duas variantes fonéticas, ou alofones,
do mesmo fonema.
Ex: [‘Ratu] e [‘ratu] em que [R] e [r] (velarizado, com diacrítico) são alofones
do fonema [R].
Mesmo caso o significado se perca depois da comutação, continuam a existir
fonemas do português, o que interessa é que a palavra original deixe de se ouvir,
caso de [‘patu] e [‘datu], ex. “Eu vi ali um dato.”
Tipos de Alofones
Os Alofones podem ter motivações diferentes:
Contextuais ou combinatórias, determinadas pelo contexto, caso de
[‘ladu] e [cα’nal], sendo o /l/ velariado. Estas motivações têm distribuição
complementar.
[l] e [l] são realizações do fonema [l]
Livres ou individuais, não determinadas pelo contexto, caso de [‘Ratu] e
[‘ratu], dependentes da vontade do falante ou das suas características
dialectais. Estas motivações têm distribuição equivalente.
Exercícios:
1. Apresente em transcrição fonética três pares mínimos que
permitam identificar as consoantes fricativas fonológicas
do português.
2. Diga, justificando, quais os pares de palavras
exemplificados que são pares mínimos legítimos para a
identificação de fonemas do português e os que não o são.
Pulha e bulha; mesa e terra; mala e mula; era e hera.
3. Indique os fonemas identificados nos pares mínimos
exemplificados.
Copa e capa; pega e peƔa (g fricatizado em contexto
intervocálico); mata e nata; rota e rota (marítima).
4. Apresente dois exemplos de variação alofónica do
português.
Inserção ou Acrescento
O conhecido caso do alentejano que diz “caféi” [kα’fƐi] em vez de [kα’fƐ] é
aquilo a que chamamos de Paragoge. É mais frequente nos dialectos do centro
interior e sul. Denomina-se de prótese, epêntese ou paragoge, dependendo do
lugar onde o fenómeno se verifica numa palavra.
O acento no português costuma ocorrer na segunda sílaba a contar do fim.
Supressão ou Apagamento
Normalmente, tem a ver com a velocidade de locução que tende à omissão
de elementos, acontece com as vogais átonas.
Assimilação ou Identificação
Elementos próximos que se tornam iguais, caso de /k/ oclusiva velar surda e
/g/ oclusiva velar sonora.
Exemplo, do latim <vaka> para o português <vaga>, por assimilação
(progressiva, regressiva ou à distância) da sonoridade das vogais. É o fenómeno em
que um elemento influencia outro, transmitindo-lhe as suas qualidades.
Dissimilação ou Diferenciação
Quando dois elementos semelhantes se tornam opostos. Exemplo de [‘teλa]
(palatal) para [‘tαλa] (central) – dissimilação por centralização da vogal.
Metátese ou troca
Altera a estrutura silábica das palavras:
Do Latim <primarium> que evoluiu para o português <primário>, por via culta,
entrada tardia, e para <primeiro>, onde ocorre uma metátese.
Exercícios:
1. Considere a produção da marca de plural no português [S].
Indique as transcrições fonéticas gramaticais e as que não
o são, justificando as suas escolhas.
a. [αS’luvαz]
b. [Sα’pƐwzkõ’florəS]
c. [sαpatuz’altuS]
d. [vəStiduzdə’nojtə]
2. Nas palavras que se seguem, a consoante lateral alveolar
[l] não se encontra transcrita. Sabemos que este segmento
fonológico tem dois alofones possíveis no português cuja
ocorrência depende do contexto em que surge. Preencha
cada espaço em branco com o alofone adequado e diga
que contextos o motivam:
a. <lata>
b. <globo>
c. <selo>
d. <animal>
e. <multa>
f. <polícia>
g. <palco>
h. <flor>
3. Descreva o processo que afecta na coluna 2 as vogais que
são tónicas na coluna 1.
1 2
<roda> [‘Rɔdα] <rodado> [ru’dadu]
<nota> [‘nɔtα] <notado> [nu’tadu]
<porta> [pɔrtα] <portaria> [purtαriα]
<sopa> [‘sopα] <sopinha> [supiNα]
<lodo> [‘lodu] <lodoso> [‘ludosu]
<corpo> [‘korpu] <corporal> [kurpural]
Fonologia:
Segmental – sons ou segmentos com função na língua, identificação e
descrição de segmentos e processos fonológicos.
Suprassegmental (ou prosódia) – relativa a aspectos da fala que interagem
com os sons numa sequência fónica (acento, entoação, ritmo e sílaba). Os factos
prosódicos sobrepõem-se aos fonemas e não são segmentáveis. Suprassegmental
são aspectos que se sobrepõem aos fonemas.
Exercícios
1. Apresente dois exemplos de variação alofónica
no português e justifique a sua escolha.
2. Apresente em transcrição fonética exemplos
que ilustrem os seguintes processos fonológicos do
português:
a. Dentro da palavra, uma fricativa palatal em
final de sílaba é sonora antes de consoante
surda e surda antes de consoante surda;
b. Antes de consoante palatal, a vogal palatal
do português (neste caso semi-fechada),
transforma-se em central ou média semi-
fechada.
12. Março. 2013 – Prosódia, Sílabas, Léxico e Morfologia
Sílaba – de natureza prosódica, situa-se um nível acima dos sons, está entre
sons e palavras, corresponde ao grupo de sons pronunciados numa expiração. Têm
características de natureza rítmica, por exemplo, o número de sílabas de
<Francisco> corresponde ao número de expirações.
A estrutura da sílaba é hierarquizada.
Sílaba
Ataque Rima
Núcleo Coda
<primogénito>
[pri] – ataque complexo [pr], rima não ramificada, núcleo não ramificado [i]
[mo] – ataque simples [m], rima não ramificada, núcleo não ramificado
(…)
Exercícios
1. A entoação é um facto prosódico que intervém na
gramaticalidade dos enunciados da fala, comente
esta afirmação com exemplos do português.
2. Tendo em conta a estrutura silábica do português,
todas as consoantes desta língua podem ocorrer
em posição de ataque simples? Exemplifique com
transcrições fonéticas de palavras do português.
3. Apresente, com exemplos do português, os vários
tipos de rimas silábicas que podem ocorrer neste
sistema linguístico. Represente em forma de
diagrama em árvore cada um dos tipos de rima
detectados.
4. A posição de cada sílaba impõe restrições fortes de
natureza segmental. Diga, exemplificando, quais as
consoantes mais frequentes nesta posição no
português.
5. Quem conhece apenas o registo escrito do
português é levado a concluir que esta língua
possui consoantes nasais em cada (?). Comente
esta afirmação.
Léxico e Morfologia
Passamos do domínio dos sons para o domínio das palavras. A disciplina
que analisa as palavras de uma língua, tendo em conta a sua estrutura é a
lexicologia – descrição do léxico.
A lexicologia faz o inventário das palavras de uma língua e descreve os
processos de criação de novas palavras.
Palavra ≠ Morfema
Significado
Radical – gat
Afixo de marca de masculino – o
Afixos são morfemas que se juntam a um radical para formar uma
palavra. Podem ser flexionais – quando não alteram o significado – ou
derivacionais – quando levam a um novo significado.
Forma
– radicais são morfemas livres porque podem surgir sozinhos ou
unidos a afixos.
- afixos são morfemas presos porque só podem surgir unidos a
radicais.
Cf. PowerPoints
Quadro – Número
Singular terminado em vogal ou Singular terminado em consoante,
ditongo excepto –t
Mesa/Mesas Abdómen/abdómenes
Quadro – Género
Vogal ou ditongo Consoante
Aluno/aluna Professor/professora
Inglês/inglesa
Petiz/petiza
Processos de Flexão
Nominal – só flexiona em género e número (masculino ou feminino, singular ou
plural)
Verbal – flexiona em tempo, aspecto (acabado, não acabado, iterativo [repetitivo],
durativo [gerúndio ou perífrase]) e modo.
(ex.: radical + vogal temática + tempo, aspecto e modo + número e pessoa)
Modo é a atitude do sujeito para com as acções a que se refere (indicativo,
apontar factos; conjuntivo, indicar possibilidades). Quando nem toda a informação
do verbo é divisível em morfemas, diz-se que os morfemas estão amalgamados.
Número e Pessoa – na maior parte dos casos é identificável
Processos Aditivos
Derivação – prefixação – início de palavra;
- sufixação – fim de palavra;
- circunfixação – início e fim, mas só com o termo resultante como
possível.
Processos Subtractivos
Siglação - sem leitura silábica (PSP);
Acronímia - com leitura silábica (SIDA);
Abreviação - mapa(mundo), metro(politano);
Derivação Regressiva - retirar a marca do infinitivo (tocar passa a toque). Os verbos
costumam ser formados a partir do nome, neste caso acontece o oposto.
Conversão - alteração da classe gramatical da palavra (v. jantar, n. o
jantar; v. comer, n. o comer).
Empréstimo (processo), estrangeirismo (palavra importada)
- jardim, do alemão garten; piza do italiano pizza.
Sintaxe
Estuda a forma como as palavras se combinam para formar unidades de
significado maiores. A unidade máxima de análise da sintaxe é a frase. Na gramática
do falante existe uma componente sintáctica. As frases são combinações livres de
palavas.
Gramaticalidade - norma
Aceitabilidade – advém de restrições semânticas.
Constituintes da Frase
Constituinte – palavra ou combinação que funciona como unidade
sintáctica;
Constituinte imediato – constituinte que se combina para formar uma
unidade sintáctica maior. Termo operacional, genérico, significa “aquilo que
constitui”.
Funções Sintácticas
Constituintes desempenham funções sintácticas nas frases a que pertencem.
Termos essenciais: sujeito e predicado.
1. Sujeito – desempenhado pelo constituinte da frase que controla a
concordância verbal.
2. Predicado – função sintáctica desempenhada pelo grupo verbal.
Categorias sintáticas:
Ex: Grupo Verbal – tem como núcleo o verbo ou complexo verbal, ou o verbo
e os seus modificadores e complementos.
Frase
Determinante Nome
Funções Sintáticas
Termos essenciais: sujeito e predicado;
Termos integrantes: Complemento Directo, Indirecto, do nome, do adjectivo,
oblíquo, agende da passiva, predicativo do sujeito, predicativo do complemento
directo.
Termos acessórios: modificador e vocativo.
(cf. Powerpoint)
Complemento do nome: de natureza preposicional ou adjectival.
Ex: a oferta de livros às bibliotecas é importante.
A ideia de comprarmos uma casa é boa.
A caça furtiva é crime.
Termos Acessórios:
Modificador – constituintes não selecionados por nenhum elemento do grupo
sintáctico de que fazem parte. A sua omissão não afecta a gramaticalidade da frase.
Vocativo
Frase
Grupo Grupo
Preposicional Adverbial
Grupo Nominal
Fará sentido uma semântica lexical coexistir com uma frásica? O caçador
matou o leão. O leão matou o caçador. Estas frases têm significados opostos, isto
demonstra como é pertinente uma semântica frásica, dado que nela intervém
características sintácticas.
O domínio do significado é difícil de descrever; não existe uma concretização
física na linguística, é conceptual. Um falante conhece as suas unidades linguísticas,
quando diz “mesa” implica uma sequência de sons aliada a um determinado
conceito. O número de unidades com significado é potencialmente infinito.
Denotação e Conotação
Denotação – é o uso da palavra no conceito original, dizer que uma camisola
é verde é dizer que a camisola é da cor verde.
Conotação – é o uso da palavra em termos metafóricos.
Coesão e Coerência
“Hoje comi sumo”, o verbo comer pressupõe um objecto que tenha o traço
semântico +sólido.
Propriedades Semânticas:
Anomalia Semântica – violação das propriedades de selecção semântica e
de restrição das palavras;
Ambiguidade – quando o enunciado apresenta mais do que uma
interpretação possível;
Vagueza – quando a interpretação do enunciado é imprecisa;
Indexicalidade ou deixis – expressões que apontam directamente para o
contexto.
Exemplos:
1. A pedra é solidária. – Anomalia;
2. O professor não corrigiu um único teste. –
Ambiguidade (ou não corrigiu nenhum ou só não
corrigiu um único);
3. A Maria comeu peixe ao almoço. – Vagueza;
4. Eu trabalho aqui. – Indexicalidade.
Denotação Conotação
Literal Metafórico
1. Fonologia
2. Morfologia
3. Léxico
4. Sintaxe
5. Semântica
6. Pragmática
1. Fonologia
Há que ter em conta que a fonética não é uma área linguística mas
paralinguística. É através da fala que se estuda a língua.
Utiliza-se o método comutativo para atestar que os fonemas fazem parte da
língua. Instrumento da fonologia, cuja primeira tarefa é identificar os fonemas de
uma língua. Através de pares mínimos, pares de significantes com significados
diferentes, compostos por todos os fones na mesma posição relativa, à excepção de
um. Ex.: [‘patu], [‘batu]
[d] e [d]
[l] e [l]
[g] e [Y]
[R] e [r]
2. Morfologia
Estuda a estrutura e os processos de formação de palavras.
Forma nominal, adjectiva ou adverbial
(afixo, prefixo) + radical + marcas de flexão em género, número e grau
Forma verbal
Radical + vogal temática + tempo, modo e aspecto + número e pessoa
AM (1)|A(2) |VA(3)|M(4)
1) Radical
2) Vogal temática
3) Tempo, modo e aspecto
4) Número e pessoa
5. Semântica
Análise componencial – traços semânticos, subjectividade, aproximações
razoáveis
Relações semânticas – sinonímia, homonímia, antonímia direcional …
Semântica lexical ≠ Semântica frásica
6. Pragmática
Dimensão acional da linguagem, dizer é fazer, actos ilocutórios, locutórios e
efeito perlocutório.
4. Sintaxe
Noções de nome, preposição, conjunção…
Recurso ao dicionário terminológico, resultado da TLEBS.
Estrutura da frase, olhar linguístico.
Constituinte e constituinte imediato.
Frase está longe de ser um conjunto de elementos ligados linearmente, antes
disso, são grupos que se interligam na construção significacional.
Retoma Anafórica
Substituição
Deslocação
Coordenação